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Lição 9

Texto Base: 1 Pedro 3:1-7

A Verdade no
Relacionamento
Conjugal

A temática do relacionamento está presente nos


versos de 1 a 14. No entanto, enfatizaremos nesta li-
ção os versos de 1 a 7, que falam do relacionamen-
to matrimonial, tratado com especial destaque pelo
apóstolo Pedro.

Relacionamentos sadios são aqueles em que os


envolvidos agem de forma que harmonizam o am-
biente com respeito, autonomia, carinho, atenção e
liberdade, em doses equilibradas. Desse modo, cer-
tamente haverá estímulo à mutualidade de amar e
de se sentir amado, mantendo um convívio agradá-
vel. Enfim, a boa convivência entre as pessoas é um
fator essencial à vida humana, já que não tem como

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vivermos totalmente isolados, o que é verdade mais
determinante ainda na vida conjugal. Se, porventura,
você não for casado(a), aqui está uma ótima opor-
tunidade para aprender, antecipadamente, como se
relacionar com seu futuro cônjuge.

1. Submissão e casamento
saudável (3:1)
Muitos (principalmente algumas mulheres) têm di-
ficuldade com esse texto bíblico e o texto de Paulo
aos Efésios (5:22-33). Paulo estende seus ensinos para
a relação pais e filhos, enquanto Pedro fixa apenas o
relacionamento conjugal. Essa dificuldade origina-se
numa leitura parcial do texto, apegando-se à ordem
do Espírito Santo de submissão da mulher, interrom-
pendo a passagem neste ponto. Na realidade, a be-
leza de ambos os textos está no ensino do equilíbrio
no relacionamento entre homem e mulher no rela-
cionamento conjugal. Observem: “mulheres, sujei-
tem-se a seus maridos” (3:1); “maridos (...) tratem-nas
(suas mulheres) com honra, como parte mais frágil”
(3:7). Paulo diz: “Mulheres, sujeitem-se a seus mari-
dos” (Ef.5:22); “os maridos devem amar as suas mu-
lheres” (Ef.5:28). Creio que só uma grande má vontade
para não enxergar o perfeito equilíbrio nas orienta-
ções bíblicas para mulheres e maridos, o que resulta
em um relacionamento sadio no casamento.

Com efeito, o texto da Palavra em nada induz a


uma assim chamada “guerra dos sexos”. No equilí-
brio bíblico, mulher feminina, sim; feminista, não. Ho-
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mem “macho”, sim, machista, jamais! Infelizmente,
muitos casais cristãos acreditam que os ensinos bí-
blicos são antiquados e deixam poluir suas mentes
e comportamentos por modelos novelescos e ideo-
logicamente pecaminosos sobre a família e o casa-
mento. As exposições excessivas a esses padrões e
ideologias contaminam a vida dos casais cristãos e,
assim, condenam seu lar a problemas, desavenças
e separações. Mas se os cônjuges imitarem Jesus
Cristo em sua submissão e obediência e em seu de-
sejo de servir a outros, seu lar terá vitória e alegria.

2. Responsabilidades da esposa
na construção de um casamento
saudável (3:1-6)
Pedro apresenta três motivos pelos quais uma es-
posa cristã deve ser submissa ao marido, mesmo
quando este não é um cristão.

Primeiro, a submissão é uma ordem de Deus (v.1).


Em sua sabedoria, o Senhor estabeleceu a melhor
arrumação para um casamento ser abençoado. A
submissão não é uma estratificação de autoridade
nem de valor intrínseco menor da mulher em rela-
ção ao homem. É verdade repetida que a sujeição
da esposa não significa que ela seja inferior ao mari-
do, pois, no próprio verso sete, o apóstolo deixa claro
que o marido e a esposa são “coerdeiros do dom da
graça da vida”. Homem e a mulher foram feitos pelo
mesmo Criador e da mesma “matéria-prima”; ambos
foram criados à imagem de Deus. O domínio sobre a
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criação foi dado ao casal (Gn.1:28), e, em Jesus Cristo,
os cônjuges cristãos são um (Gl.3:28).

Em segundo lugar, a submissão é uma oportuni-


dade (vv.lb,2) de conquistar o marido não crente. É
preciso lembrar que este argumento é uma possibi-
lidade, não uma promessa. Não há necessidade de
se casar com alguém para evangelizá-lo. É preciso
cuidado com o “jugo desigual!”. A expressão “sem
palavras”, no verso dois, deve ser entendida como
“sem conversa, sem muito falatório”. A esposa pode-
rá ganhar seu esposo para Cristo pelo seu caráter, e
por atitudes como compreensão, amor, bondade e
paciência.

Em terceiro lugar, a submissão é um adorno na vida


da mulher (vv.3-6). A palavra grega para “adorno” é
kosmos, que dá origem às palavras mundo, universo,
mas também pode ser traduzida por ornamento, de-
coração, adorno. A advertência às esposas cristãs é
a de não dedicarem toda a sua atenção aos enfeites
exteriores, mas, sim, ao caráter interior. Não significa
que a esposa não deva se cuidar nem acompanhar
a moda, apenas que não deve se preocupar excessi-
vamente com modismos só para não “ficar por fora”.
O que existe aqui é uma relação de prioridades, não
de proibição ao usar brincos, colares, roupas da mo-
da,etc. O charme e a beleza das joias são artificiais e
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exteriores; a beleza interior, não. Esta é permanente
e duradoura.

Alguns cristãos querem ver nesses versos uma es-


pécie de catálogo de vestimentas e enfeites proibi-
tivos às mulheres cristãs. Tal ideia não se sustenta
sob nenhum argumento, principalmente para justi-
ficar extremismos. Não há justificativa no texto para
desleixo pela aparência como uma marca de san-
tidade superior. Santidade está no comportamento
quanto à sua atitude no vestir e na submissão a seus
maridos, a exemplo de Sara, cujas filhas espirituais
devem seguir o exemplo.

3. Responsabilidades do esposo
na construção de um casamento
saudável (3:7)
Aos maridos, o apóstolo faz algumas exortações
de caráter muito sério, que todos os esposos preci-
sam considerar. Primeiramente, ele exorta os espo-
sos a serem “sábios” no relacionamento. Essa palavra
significa inteligência, entendimento, conhecimento
adquirido pela experiência pessoal em um relacio-
namento direto. “É impressionante como duas pes-
soas casadas podem viver juntas por longo tempo
sem se conhecerem de verdade! A ignorância é pe-
rigosa em qualquer área da vida, mas especialmen-
te no casamento. O marido cristão precisa conhecer
as variações de humor, sentimentos, medos e es-
peranças da esposa. Precisa ‘ouvir com o coração’ e

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se comunicar de maneira correta com ela.” (Wiesbe,
v.6, p.529). É compreender que a esposa é diferente
física, emocional e, mesmo espiritualmente, age e
reage diferente.

Em segundo lugar, o esposo é chamado ao “conví-


vio” com a esposa (e, consequentemente no lar, com
os filhos). O marido deve reservar tempo para ficar
em casa com a esposa e os filhos, pois a ausência
da figura masculina traz sérias lacunas na formação
dos filhos. A palavra “convívio” é mais do que com-
partilhar o mesmo espaço físico, a ideia é coabitar,
incluindo a vivência doméstica e a relação sexual de
marido e mulher. É relação física, emocional e espiri-
tual (ainda mais se o esposo for cristão), criando am-
biente de harmonia e segurança dentro do lar.

Em terceiro lugar, o esposo é ordenado a tratar


a mulher com honra, palavra que, no grego, tem o
sentido de algo que tem valor aos olhos de quem
vê, dando a ideia de que o esposo traz equilíbrio ao
emocional de sua esposa ao tratá-la com considera-
ção e cavalheirismo. “Como parte (ou vaso) mais frá-
gil”, não significa em termos mentais, morais ou es-
pirituais, mas, sim, em termos físicos. Com algumas

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exceções, o homem é fisicamente mais forte, por-
tanto, o marido deve tratar a esposa como um vaso
caro, belo e frágil, que contém um tesouro precioso.

Em quarto lugar, o esposo precisa ser o líder espi-


ritual do lar, o que, infelizmente, muitos se esquecem
desse aspecto de sua liderança. Pedro propõe que
o marido e a esposa orem juntos e sempre. As res-
ponsabilidades do esposo são tão sérias que, se não
cumpridas, as orações do casal são interrompidas.
Se casais não cristãos têm lares felizes sem oração,
quão mais felizes podem ser os lares cristãos com
oração! Na verdade, a vida de oração de um casal
indica como estão as coisas no lar. Quando algo não
vai bem, atrapalha até as orações.

Conclusão
O âmbito doméstico é, sem dúvida, o mais deli-
cado para se viver os princípios cristãos. É muito im-
portante entender com clareza as funções que Deus
designou para o homem e para a mulher dentro do
casamento. A confusão existente sobre as funções
de cada um é a causa principal de muitos conflitos
conjugais. Ao idealizar o casamento, Deus deu a cada
cônjuge uma posição de serviço diferente do outro,
nem superior nem inferior, mas diferente. Para con-
seguir harmonia na vida familiar é essencial que os
esposos conheçam e aceitem seu próprio papel e o
de seu cônjuge.

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Para Pensar e Agir
1. Como casais, vocês estão sendo companheiros
ou concorrentes? Lembrem-se de que são exemplo
para seus filhos.

2. Diante do que Bíblia ensina, estão cumprindo


seus papéis – submissão (esposa) e cuidado afetuo-
so (esposo)?

3. Como está a vida de oração do casal?

4. Cada dia que passa, percebemos que nosso en-


tendimento está crescente?

Leitura Diária

SEG Daniel 1:5-16

TER Daniel 3:13-18

QUA Daniel 6:1-28

QUI Atos 4:8-20

SEX Malaquias 3:13-18

SÁB Lucas 10:25-37

DOM 1 Pedro 2:11-25

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