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DIREITOS REAIS 17 SET 2018 Conceitos-chave: — ProgramalBibliografia Ver Moodle >> Manual recomerdado: Ru Pinto Duarte; >> Manuals também Utels: OA, M. Cordero; >> Ver também: pequena monografia de M. Cordeiro sobre a posse. Programa -Nogao de diretes reais: -Dieitos reais de gozo: direto de propriedade, usufruto, us0 © habitagdo, superficie, servdées predias,dreito real de habitacdo periédica (RHP) Diretos reais de garanta- hipoteca, penhor, consignagéo de rendimentos, priviégios creditros, direlto de retengdo, aresto Posse; -CRP, ‘Algumas nogées sobre 0 programa ‘A passe (sera estudada no final do programa) & uma situagdo de facto de retengao de uma coisa, @ & também é um dieito. € facto eé direto~€, porisso, ‘algo complexo. Pode ser conforme ao dirito de propriedade, mas também pode ser em relagdo a ‘uta direto real posso exercer a posse porque ‘acho que sou propritirio, ou entio coma mero usuttutudro. A propriedade convive com 0 usufuto Ex: 08 pais posem doar @ propriedade aos fihos, ‘mas conservar para si usufuto, Posso exercer a minha posse na conviceo no de {que sou proprietria, mas de que sou usufrutuario, respeitando a posig8o do propretaio, E importante perceber que a posse nfo & apenas um dlireito - 6 também um facto (sto & muito raro). Tem ainda um nivel acrescido de complexidade porque pode ser uma posse correspondente ao direito de propriedade, ao usufuto, et. 0s direitos aie de garanta estao a meio caminho fenire 0 DO @ os DR. Sao modaliiades de garantia das obrigagbes; sAo como que ‘obrigagbes reals’ ‘Avaliagao Exame final + avaiago continua facultatva (peso: 50% com um lite 60 3 pontos). ‘Aula te6ricas + alas prticas com casos prticos © Jurisprudéncia (onde devemos dlstinguir 0s flementos necessérios & decisto dos restantes). ito das obrigagbes e direitos reais A distingdo entre dirito das obrigagdes e os direitos reais ¢ uma dstino estutual(hiper-abstata; tem aver com a ramificagdo dos concetos juriccos) feta pela pandectistica alam, A distingdo entre direitos absolutes e relativos é também estruturale percarre todo o ordenamento juridico. Note-se que também se pode falar em distincses insttucionas (0 dreto da familia estuda a feria, o das sucessGes estuda o fendmeno sucess6ro), Propriodade privada vs. pablica Desde a Antiguidade grega que se discute a questo dda propriedadelapropriacdo privada vs. publica (Platdo era defensor da propriedade coletva, a0 asso que Arstételes defencia a propredade privads). Craram-se argumentos em favor de uma e utr, ‘como 9 argumento do desenvolvimento da propriedade (em favor da propriedade privada) se Info tiverobjetas 86 meus, no consigo construt-me ‘a mim proprio. Garantlas reals vs. pessoals também uma sisting’ importante, Grande parte das transagdes mais importantes ¢ realizada com recurso as garantias reais. 19 SET 2018 Conceites-chave: deito real como direto subjetvo; caracteristicas do direto real; concedes de direito real, direitos reais de goz0, garanta © _aquisicao; direto de propriedade vs. dretos reais menores, obrigagbes reais © onus reas. Direito real como direito subjetivo A definicao de diteto subietve ¢ a nocto mais basica com que podemes trabalher, © que n&o signa que no suscte polémica. A escola de Coimbra tende a dizer que & um poder da vontade: 6 um espaco de liberdade que 0 0. dé as pessoas para aluarem de acorde com a sua vantade, Jhering dz que 6 um interesse jurdicamente tutelado. Para Savigny, & um espaco de aftmac4o da vontade pessoal ‘Permisséo normative especifica de aproveitamento de.um bem’ 6 a defnigao de Menezes Cordeiro. ‘A doutrina de Menezes Cordeiro & marcada pela escola de pensamento da flosofia analtica e da Tegiea dedniica, do “dever ser’. Chama a atencio para a idela de que, quando ha um direlto, ha uma Dermissio. A classficagdo de normas feta por esta ‘escola descobre normas permissivas © normas imposivvas (umas alibuer direitos, outras atribuem everes). Se assim 6, quando é atrbuido um dieito, ‘0 que se tem & uma permissao. O nicleo do direto subjefvo & uma permisséo normatva. Discute-se ainda se haverd um oute tipo de normas, as normas de_poder (que conferiiam poderes)." Ha al ‘sustente, como PCN, que os poderes e as suelgBes ‘so algo j distnto de um lreto ou de um dever. Caracteristicas do direito real © direto real distnque-se dos demas direitos subjetvos por 4 caracterisicas: (1) Natureza privada (2) Cardter absolute (@) Batimoniaidade (4) Obicto consistente em coisas corpéreas, Todos os conceitos que utlizamos podem ser ramificados. © conceito de dirt real 6 menos ‘amplo do que o conceito de dite subjetvo; & uma modalidade de direta subjetve. E como a ideia arisiotdia de género © diferena especifica. 0 género & 0 direto subjetivo, © depois podemos apontar caracteristicas que dferenciam o direito real dos demais direitos subjelvos, 41 -NATUREZA PRIVADA, ‘Apenas olnamos para direitos subjetvos de natureza prvada. O que é aqui regulado 6 a propriedade privat, no a publica, Na questo da distingdo entre o dieito pico © o dlireto privado, ha varios crtrios: 0 citrio dos suleites, 0 erkério da posicso dos suletas (senda {que no ditete privado haveria igualdade formal, a0 Ccontario do que acontece no dito pibica, em que haveria jus imperi) © 0 colério do interesse. Para PCN, se no houver interesse publco, néo prevalece a posigéo da entidade piblica, O ertério do interesse & 0 critéro tra-eimas, Exempla: para constuir, necossitamos do uma autonzaga0 administrative. Essa autonzagdo (que vem do direito pablico) limita o direito de propriedade privada (cirifo rea) /colide com el 2-CARATER ABSOLUTO Nos direitos reais ¢ usada a expresso oponibiliéade ‘orga_omnes, por contraposigdo aos direitos de ‘rédifo / obrigagdes (cuja oponibiidade & perante uma pessoa ou um conunto resins de pessoas), Distincdo entre ramos do Direito Civil No século XIX, 0 diteto europeu era ainda um resquicio da heranea do dieito romano; nao tinna fronteiras estaduais muito foes, era um direto ‘comum, cuja linguagem era o latim. © BGB surgi uum século depois do Code Civit_ os alemaes demoraram um século a estudar de forma intensive 3s regras do. Corpus luris Civils © organizaram sistomaticamente esses. reg’as, fezendo certas ddstingdes, Quais so 08 entérios de distinglo dos ramos do Direito Givi? >> 0 cite _estutural separa 0 Direito das Obrigagées (reapeltante a dieites no absolutos) dos Direlos Reals (respeltante a dretos absolutes). >> ociléti institucional cistingue odireito da familia do direto das sucesses ~ um regula a familia, outro ‘9 fenémeno sucesséria. EF um criéio menos Sofistcado do que o citrio estutura, Corn ener) |. 0 propretirio pode exgrjudcismeme de qualquer possuldor ou detntr do cosa e reconhecmente do seu dre de propredade «a consequante resto do que the erence. 2. Movendo recnheciments do-dreto de propiedode, 0 ‘restuigo2 pode ser recieada nos coos prevstas no let ‘A agao de reivingicagao (1311")é algo que nfo se ‘consegue encontrar no direto das obrigagoes ~ quando muito, encontrarse-4 uma _querela ddoutrinaria sobre a eficdciaextema das obrigagoes. 3 - PATRIMONIALIDADE Signica suscstibildads de avaliagdo pecuniéri ‘Tem subjacentes duas ideias: mercado @ toca, AS coisas 6 tem valor se estiverem no mercado © forem suscetveis de roca (0s direitos de personalidade, entre os quais 0 direto vida, 0 diceto & inlegridade fisica, o drato & honra ‘eadieltoa reserva da intmigade da reserva privada nfo sto suscetives de avalacdo pecuniaia. J& 0 direto de propriedade tem um valor econémico, ‘como 08 demais aretos reais, ‘Come vimos, a caracterisica do cardter absolute permite-nos separaros direitos reais dos alretos de feréalto; ja a caracterstica da. patrmonalidade ermite-nos distingur 08 dirsitos reais de outros dliretos subjetivos com caréter absolute, como 0s dlielios de personalidade 4 = OBJETO CONSISTENTE EM COISAS ‘CORPOREAS ‘A. lima caracteristia permite-nos fazer a ‘separacdo entre os direitos reais e os direitos de propriedade intelectual, que s4o relatvos a coisas incorpéreas (ex: patentes, marcas). Veja-se ave, fem rigor. a propriedade intelectual abarca ainda os. direitos de propriedade industrial e os direitos de ‘autor. 0s direitos reais sd0 direitos subjetvos © privadas, ‘com carétor absolufo © patrimonial, © relatives a coisas corpdroas. Panacea 1, Diese coisa uo aque que pode ser object de relagber jis. 2 Consieroms, pam, fra do comércio todas os cosas {que nde podem ser abjeca de deetes prado, tis come os {ue se encontram no domino ibe © as que #8, por sua atureza,ineucepties de apropiago indi Crd (cnet ‘A coos s30 mércis ov méves, simples ov composts, fangies ou ndo fungi, consumives ou no consumes, dusts ou nds, pina ou acess, presetes ou fotos. Cor 1. Sa cleas mdvee 4) 0s pds ristes ¢urbanos 8) As dues, 6) -As érvores, 06 orbustas © os fitos nots, enqunto estverem kigodos 00 sol Os dees merntes aos move manclnades nas alinaas 6) As pate interantes dos pris nities «urban. 2. Entnde- por prédiorstico ume pate deiitada do oko a consuuges ele extentes que no team autonomia econdmnce «por préda urbana qualquer ede caporado no sao, com os terenos que Ie svar de gradu 4 E porte integrante toda ata mévelgace maerialnete ‘0 prédi com carter de permanéncia (0s dietos reas incidem sobre as colsas imévels & 26 coisas mévels (Sendo que estas ultmas sdo todas aquelas aquelas que nao cabem na definicdo do 204%) Nola 1: 0 pentor, dieito real de garantia, pode incide Sobre coisas ou sobre direitos ~ isto apesar de os direitos ndo serem colsas corpéreas. Nota 2: flamas em direitos reals com o significado de dlreto das coisas Concegées de dirsito reat Ha uma querela doutrndria com origem germanica (mas também com expresso na doutrina portuguesa) sobre a concecio de ditto real, com alguma relevancia pratica. Neste ambit, podem identifcar-se as seguintes correntes: (1) Comente realsta ou léssica (2) Corrente personalista: (3) Corrente eciouea 4- CORRENTE REALISTA OU CLASSICA Numa primeira formulagso, 8 corente reaista ‘concede 0 direito real como relaggo entre uma pessoa e uma coisa, Novtra formulagao, este surge nfo como uma relagio, mas come um poder ou dominio sobre uma coisa, De acordo com a escola alema, 0s direitos reais sfo 4 forma mais importante das direitos de dominio ou Soberania, Esta 6 uma ideia central, Se nas drltos de créditos tomas a satistagdo do interesse do ‘redor pela cooperacdo de outra pessoa, aqui, nos diretos de dominio, a satistacdo do interesse de uma pessoa A ¢ operada através do exercicio de poderes diretos sobre a coisa [A primeira formulagdo ¢fortements crticada porque (08 seres humanos no estabelecem relacdes com 4 ‘objetos, mas apenas com outros seres. humanos. ‘Argumenta-se que relagdo implica alteidade, Le duas ou mais pessoas, Note-se que a formulacso baaseada no poder sobre a coisa jé nd éatingiéa por sta critica, 2+ CORRENTE PERSONALISTA Em contraponto com 0 que acabémes de ver, a Corrente personalsta concebe 9 direito real como um direto oponivel erga omnes. A oponibilidade ‘orga omnes & aquilo que o distingue, para esta corrente. Fala-se de uma relacdo passiva universal fem que existe um stular avo, Mas esta cortente no dé relevancia a0 dominio sobre a colsa, ou sola, a retiada de utlidades diretamente da coisa pelo titular do dei real. Uma ‘segunda critica passa pelo arficialismo da idela de que existiia uma relagao universal 3- CORRENTE ECLETICA A corrente ecltca &, hoje em dia, a predominante Distingue entre um lado interno (poder sobre a coisa) ‘© um lado externe (oponibidade erga omnes), Dentro desta corente, hé quem acentue mais olado interno e hé quem dé mais valor ao lado extermo (ex. M. Henrique Mesquita valriza mais o lado interno, ‘20 passo que Rui Pinto Duarte valoriza mais o lado externa). Veja-se que a hipoteca e o penhor nao dizem respelte a poderes dietos sobre as coisas Contudo, incluimos estes direitos nas direitos reais, porque valorizamos também 0 lado extero, © regime juridico dos direitos reals e do dieto das ‘brigagBes & um preciitado histérico; vam desde 0s romanos, néo tendo sido imposto pelo pensamento Jusnaturalsta, Nele deparamo-nos com elementos pouco coincldantes com a nossa atual organizagio de pensamento, Exemplo: 0 arendamento néo diz respeito a um direto real, mas sim @ um direito de crédito. Por precipitado histénco (le., por sor assim desde 0 tempo dos romanos), 0 locador @ 0 ocaténo t8m ‘enive si uma relagéo Juridica credtica, isto apesar de 0 locatério morar todos os dias no prédio e ter uma relago juridica direta sobre a coisa, podendo ‘om cerfos casos defender-se de terceiros numa légica de oponibiidade erga omnes. Se hoje tracéssemos um novo regime juridico a regra @ esquadro, faria. mais sentido arumar 0 farendamento num sitio diferente (nos dretos reais) Direitos reais de gozo, garantia ¢ aquisigo Faz-se uma distingdo entre estas modalidades de direitos reais: (1) Dicoitos reais de aoze (2) Ditsitos reais de garanta (6) Ditetos reais de aquisicto. 41-DIREITOS REAIS DE Gozo Nos sitetos reais de gozo, a coisa 6 afeta a retrada de uilldades pel titular através do uso e da fruicdo (@proptiagdo dos futos) Exemplos de uso: passear por uma propriedade rstica; donmir num prédio. Exemplos do frigdo. apanhar as magas no terreno, larrendar 0 apartament @ disso retrar frulos civis (rendas) 2 = DIREITOS REAIS DE GARANTIA Nos gretos reals de garanta, o que est em causa 6 a garanta de satisfacio de um crédito. A coisa 6 ‘feta a0 cumprimento de uma obrigagdo, através (i) do valor da coisa ou (i) dos seus rendimertos, ou {ll come preteréncia sobre os demais credores. ‘Se 0 erbdito no for voluntariamente pago, o titular do direto real de garanta pode satisfazer o seu crédito pelo produto da venda da coisa (@ © mais ‘requente) au por meia dos rendimentos que a coisa .gera. A coisa € assim funcionalizada a satistagao do crédito. Ha ainda a preferéncia sobre os demais. credores: significa que, se a coisa ¢ vendida, eu sou © ptimelro a ser pago (isto corresponde ao lado fexierna do dirito real, Exemplos: hipoteca, penhor, consignagéo de rendimentos, privlégios creditérios, direto de retenco, penhora, aresto. 3+ DIREITOS REAIS DE AQUISIGAO Nos direitos reais de aauisicso ¢ atrbuida a possibiidage de aquisicdo da coisa com preferéncia ‘sobre terceros. O carater real esté na preferéncia, sobre terosirs (lembra o lado extemo do direto real. Exempla: contrato-promessa com eficdcia real (0 Contrato-promessa gera apossibilidade de aquisigso de um dete, que pode ou néo ter oponibildade ‘ga omnes, contorme for convencionado) Nota: as escolas de pensamento que s6 valoizam o lado interno tém tendéncia para afirmar que os direitos reais de gozo s8o os dnicos verdadeiros direitos reais. Direito de propriedade vs. direitos reals menores (0 dicsite de propriedade ¢ o direto real maximo, que existe sempre © atrbui 0s méximos poderes © faculdades, 0s direitos reals menores sic todos os outros dliretos reais que no o drete de propriedade. Estes direitos coexistem com 0 direto de propriedade, lmitando as faculdades do propritéro. O lreto de propriedade esté sempre presente, ¢ com ele podem ‘exist ou ndo diretes reais menores, -Exemplos: se hd uma hipoteca, esta pode comprimir Co direto real méximo de propriedade (eu posso ficar ‘s0m @ coisa). E se @ minha propriedede cooxisto ‘com 0 usufruto ca minha mao, entéonao nosso fazor tudo © que quiser, pois tenho de respeitar esse usulhuto Obrigagées reais © 6nus reais ‘So ainda subcategorias de direitos reais as seguintes: (1) Obrigactes reais; (2) Onus reais 4|-OBRIGAGOES REAIS E preciso ter em atengo que muitos dritos reais ‘compreendem também deveres. ‘Exemplos: o dirito de propriedade compreende 0 direito de alienar a propriedade, hipotecé-l, arrondi-a,rlvincicé la face @ trees ao abrigo do 13478 etc Dentro da situagdo juridica complexa dieito real, ‘consigo encontrar muitas stuagies juridicas bésicas ‘ou analiticas. Ora, algummas delas so passivas ~ no sfo direitos, mas sim deveres, Por exemplo, 0 proprietario de uma frapdo auténoma tem o dever de contrbuir para as despesas do condominio. Do ponte de vista analiteo, este 6 um dever juraica com uma estrutura obrigacional ou creditca, mas ests integrado ro dirsito real propriedade sobre a fracéo ‘auténoma, Estes deveres que fazem parte do estatuto ou regime juriico de um dirita real complexo so as ‘chamadas obrigacées reais, ou propler rem Ha algumas clvagens doutiindrias sobre 0 que seriam, em rigor, estas obrigagdes reais. O caso da contrbuigdo para as despesas do condomin & um ‘e280 pacifico de obrigacSo real. Mas 0 CC contém regres que estabelecem que 0s proprietrios de prédios vzinhos se devem respeitar uns aos outros, regulando 3 colocagéo de rede elética, 08 muros, fic $80 regras de vzinhanca. O dever de Contribuipdo para despesas ter um cardter positvo todavia, nestas regras de vizinhanga encontramos probigSes, ou deveres com cardler negative. Ora, as ‘brigagdes reals lmitam-se a deveres positives, ou clever abarcar também as situagdes em que odever 6 negative? Isto € discutiso pela doutrne. Para Mt Henrique Mesquita, fala-se em obrigagSes reais ‘apenas no primeira conjunto de casos. Ha ainda um outro problema - © da ambulaloredade. A questéo reside om saber se as. ‘obrigagdes reais s80 ou no ambulatonias, 1. ‘ransmissiveis automaticamente em conjunto com & trangmissto do dirt real ‘Exemplo 1: se ndo pago as despesas de condominio ‘20 ponto de ter uma divida acumulada do € & 000, 0 vendo a fragdo auténoma, quem tam de pagar os € 5.000 atrasados - eu ou © novo propretério? Ha ‘automaticamente uma cessacso de posicéo naquela relagdo obrigacional? ‘Qual a posigdo doutrindria malonitaria? As aividas ficam, neste caso, com 0 proprietario antigo Mas vejase um outro exemple. ‘Exomplo 2: uma marquise afota a estética de todo 0 ‘edifcio. 0 condominio pode exigir a0 propretio. que destaca a marquise, votando a colocar a linha arquiteténica nas condides devidas. Hé uma ‘obnigagdo de repor a linha arquileténica, mas aquiji {az sentido 0 candominio exigir a reposicso ao atu! proprietri, Para M. Henrique Mesquita, so amoulatorias as preslacées de facere que imponham atos materais 7 sobre a coisa. Todas as outtas, incluindo as prestacSes pecunidrias, nfo s8o ambulatéias. Para Ru) Pinto Duarte, so ambulatérias as prestacées que s6 podem ser cumpridas pelo atual roprietaro do direto real 2 ONUS REAIS (© énus real é uma situagdojurgica real em que uma coisa, mesmo apés a sua transmissio, responde por uma abrigagdo. Exemplo 1 Anténio falha por 2 anos 0 pagamento do IMI, vende a propredade a Bento. Quem & 0 titular passivo do crédito fiscal? E Anténio, Veja-se {que Bento nada deve as financas. Néo temos uma ‘obrigagao real ambulatiria; isso nem se ascute. Mas esta divida fiscal goza de um priviéigio croditro: para garantir a satisfagéo do seu crédto, © Estado tom um direito real de garanta quo he db preteréncia sobre os restantas credores, podendo fazer exercer este dirito apés a venda da coisa. A coisa responde pela divida mesmo apds @ sua trensmisséo; femos, entéo, aqui um énus real. Um novo titular sente a necessidade de cumprir uma ‘obnigagdo que nfo 6 sua, para evitar perdor a vanlagem de fer a propriedade. ‘Exemplo 2:0 de cus (lalecido) no pode alspar de fodo 0 seu patriménio em morte, Tpicamente, dois ferpos cam reservados para os. herteros Jegtimérios - 6 a chamada legitima. Nao pode havor um testamento que disponha sobre mais de um torgo do patriménio. Mas 0 de culus, em vez de um testament, pode fentar fazer imensas doagdes em Vida. Imagine-se que gostava mais do sobrinho do {que dos fos. A lel estabelece regras que prategem, estes casos, 0s fihos ~ as regras de calagao (v. 21189), A colagdo funciona como um énusjurico ‘eal, Eu passo a sor proprietéri, mas fico com 9 {nus da colagao |. Aevental edu des dooges suet 0 cla const a 6 reo 2. No pode fozerse 0 rego de doosdo de bens iméves sujet a colo sem se efector, simukaneament, ores do 6s 24 SET 2018 Conceitos-chave: Distingdo entre direitos reals © direitos de crédito, direitos pessoais de gozo, caracteristicas. comuns © principios dos. direitos reais; assento legal dos diretos reais: dretos reas de gozo; dreto de propriedade: caractristicas do direito de propriedade; modos de aquisi¢fo da propriedade; modos de extingdo da propriedade. Distingdo ontro direitos reais direitos de crédito Esta distingdo depende da concecéo de dieito real que adotarmos, Se adotar uma conceséo realsta (em que destaco o poder sobre a cosa), tere tendéncia adistinquir sob a perspetiva da eminéncia do poder sobre a coisa, Se adotar uma cancegao personals, é através da oponiblidade erga omnes que tenderal a fazer a distngdo face aos direitos de créditos. Ese, allomativamente, adotar uma Concecto ecética,terel tendéncia a fazer ambas as distingbes: >>> contraposigao entre direitos absolutes (reais) dlieios relatives (de crédito) >>> contraposigdo entre a imeciacso / relagdo areta ‘coma colsa direitos reas) ea mediacso (dretos de crédito). Falamos em poderes imediatos sobre a coisa vs. poderes mediates sobre a coisa, ou sela, nfo colaboragao de outa pessoa vs. colaboragio de foutra pessoa na salsfagdo das minhas necessidaces, Vela-se que 0 grande elemento caracterizador do dlireto real 6 oponibildade erga omnes. Todos ‘esto obrigados a respottar 0 direito real. Se este timo aspete fr realgado, dé a ela de que odirelto real 6 uma obrgaedo passiva universal ~ como que um direlto de credto sobre o resto da humanidade. E algo defenddo por alguma doutrina menos ‘mainsiroam; para PCN, contudo, parece uma ideia forgada, No pole oposto, ha quem sustente que, em casa de incumprimente de abrigacso, ocredor pode executar ‘opatriménio do deveder, 0 que significa que, no final ddo aia, acabamos com um dieito real depos de a coisa ser executada. Para alguns autores, isto née fem causa a distingéo entre direitos reais © dvettos de crédito. Para PCN, sto tamoém parece forgado, PON entende que ¢ possivel fazer a distingdo entre direitos de crédito © direitos reais segundo as duas, linhas que ja vimos (concegso eclética). Mas no & uma dlstincdo exaustiva. ha coisas que fcam de fora, nomeadamente, os dates de personalidade © 08 direitos de propredade intelectual. Virios que os direitos reais no so 05 tnicos diets subjetivos privados com cardter absoluo, também os dretos de personalidade e os direitos de propriedade intelectual 0 $40 (08 primeitos sem a ‘caraceristica da patrimonialidade, os segundos sem a caracteristea da inciéncia sobre cosas corpereas) Dircitos relatives: + Ditetos de créait, Diretos absolut: + Direitos reais; + Diretas de personaldade, ‘+ Diretos de propriedade intelectual A distingSo entre direitos relativos © absolutos no ‘corresponde, por iso, interamente a uma distingso ‘entre direitos de crédito e direos reas. A distingdo entre direitos de crédito e direitos reais tem cattas Zonas cinzentas: 08 chamados dieitos pessoais de_gozo. Os regimes jurdicos no S80 fragados com régua e esquadro, mas so produtos da Historia. Alguns regimes, como o do contrato de Tocagde (aluguer e arrendamenta), 0 do comadato & ‘0 do depésito implicam poderes e uma relaco com ‘coisa. Apesar da relacdo com a coisa, 0 dreto do fartendatario ndo & Um direto real ~ isto porque, por recipitado histérco, sempre foi visto como uma FelagS0 creditcia. Este € um precipitado histérico Cinzento, porque faria sentido se reconstrulssemos hoje @ regime juridico ~ falar desta relacso na otica dos diretas reais. O dieto pessoal de gazo nao & um diete real, mas, na prética, implica imilacées 20 direto de propredade. Por forca da Historia, as limitacées " provocadas pelo arrendamento fenguadram-se no dieio das obrigagées (regime lutidico creaticio pessoal). Neste caso, entande-se {ue a prestacio dada pelo senhorio ao arrendatario 0 Uso da co'sa; contudo, 0 arrendatario do tem um poder de uso, mas um direto a reclamar do ‘sennorio uma prestagao (que é © poder de uso da coisa) Nota 1: 0 direito de preferéncia pode ter ou nfo ‘oponibilidade erga omnes. Seja como for, 0 paradigma do dre realéo dreitorealde goz0, n8o ode aquisigao Nota 2; no dito real de gozo, tenho um poder de uso da coisa. O regime juridico € cancebido como um poder imanente,dreto sobre a cai (como que uma relagdo jridica entre uma pessoa e uma coisa, fembora esta lima formulacio no soja muito Correta). Num dieito pessoal de gozo, ndo ha esse oder divelo sobre uma casa. O Ondo me diz que osso agir sobre a coisa, cme que posto exig a0 ‘sennonio que me deixe usar a coisa. E um direto a uma prestagdo de outro ser humano e ndo um poder ‘80020 2 coisa, em rigor. Por que & que surgiu este precipitado istérico dos direitos pessoais de gazo? Na Roma antiga, no havia © nosso concalto de dielto subjetiv. Os romanos pansavam no om disitos subjetivas, mas fem agdes judiciais. 0 raciocinio romano tradicional ra extremamente processual. Distngulam-se aches ludicias relatvas a coisas de ages judicais telaivas a pessoas, o que esteve na origem, muito ‘éculos depos, da distngao entre cireitos subjetivos Felativos @ coisas e direto subjetves relatives a pessoas. As abes relatvas 8s coisas esto na ‘origem do atual regime do direto de propredade © de outros direitos reais. As agSes relatives 8s 9 pessoas inclulam agdes relativas a0 contrato de Tocagdo. Desde a Roma antiga que a locagdo fol Vista'como uma relacdo entre duas pessoas © no ‘como um poder sobre uma coisa Cor oor ‘Sto abegores do locador: 9) Entrega 0 loatra0 a loca 1 Assegurarthe 0 goze desta por os fis 0 que a case destha ‘Temos aqui uma prestagfo: assequrar o gozo. Em vez de se cizer que 0 locatrio temo dirito de usar 2 coisa, dizse que o locador assegura 0 gozo. Ha uma relagéo crediticia. Cig eee | Nao obstant convened em contri, oacader ndo pode provcar ates que mpecam ou dnioua o ozo da coka pal lecotti, com execdo dot que «lel ov 08 uot futon ou rspriolocatéro conta em cada caso, mas no tem bniggdo de osepuar ese gozo conta ats de ecto, 20 loci que for prado da cosa ou perurbodo no ‘exerci dos seus deeitos pode usr, mesmo cant bear, dos meios fcutades 20 possuidor nos argos I276* « segues. \Vela-s0 0 1037, 2. Que melos s8o estes? Acdes do lefesa_da_posse, @ também a acéo direta. O Toeatario tem por base uma relagdo eredticia, mas, nao final do dia, pode proteger-se contra qualquer terceiro e contra olocador. Isto equivale, na pratca, ‘2 um poder absolute sobre a coisa. E um regime Juridico bipolar, esquizotténico, por preciptado histérien. Caracteristicas comuns e principios dos direitos. ‘As caractersticas dos dtetes reais que vamos ver podem ser entendidas como principios gerais tenformadores do regime dos direitos reais. Ndo s80 prineipios matorials, como a utela da confianga ou a protegao da parte mals fraca, mas sim princpios formas. ‘Que prncipios s8o estes? (1) Oponibiidade erga omnes (2) Seauela: (6) Bublicdade; (4) Tibicidade ou taxatvidade: (6) Elastcidade ou consoldacto, (6) Especiaidade ou individualzacto: (7) mediacso ou atvaldade: (8) Compatibiidade ou exclusdo: (6) Provaléncia (10) Consensusticade — OPONIBILIDADE ERGA OMNES ‘A oponibildade erga omnes 6, talvez, 2 primeira ‘caracteristica que nos permite compreender 0 que é um dieito real. Ja dea tratémos. 2 SEQUELA A sequela 6 0 poder de seguir a coisa independentemente de todas as vicissitudes materiais, Se Sou propretario de um carro © mo rouaram, posso perseguido onde quer que ele festeja (com o auxilo da GNR..). Esta idea de Sequela encontrase no regime da agdo de reivindieagdo. Se alguém me furtar a coisa ou me impedir 0 acesso & mesma, posso reivindicd-a para mim (13119), Cancer eae 1 = 0 propresiro pode exp judciamente de qualquer possidor ou detntr da cosa © reconhecrento do seu dre de propredade 2 consequente resto do que fhe erence. 2 Havende eeconhecmento do deo de propiedade, 0 restuko sé pode ser recsada ns casos prensts a lt 4J& um credor obrigacional no tem sequela. A brestacdo pode envolver o acesso a uma coisa, mas © dello diz respaito a uma conduta humana, & um direto relative. [A sequela como que um corolério da oponibiidade ferga omnes (esta uitima & a idela mals basica © cestuturants) 3 ~PUBLICIDADE Em relagdo & caracteristca da publicidade podemos afimar que os direitos reais S80 Dublictadas por dvas formas: o registo e a posse. >>> 0 realsto 6 uma base de dados de interesse pilblice que contém informacao sobre a ttlaridade dos diets reais (ou dos bens). Mas nao existe registos sobre todos os tipos de bens, Interessam- nos 06 registos sobre iméveis e trés tipos de bens méveis: automéveis, aeronaves © embarcacdes, Noutras areas, hd registos de valores mabiaras & instrumentes financeiros (as ages so sujeltas @ fegiste, na maiora dos catos), mas feos pelos baneot e nada tém a ver com ciretes reais. >>> quanto @ posse, tem-se que, quando no ha registo,@ detengao a coisa sinaliza a btularidade da propriedade. Se o relégio esta no meu pulso, em Principio su o proprietaro: €a posse que sinaliza a 0 propriedade. Se o quadro esta na minha casa, tenho ‘2 Sua posse e o quadro devers ser meu. ‘A publicdade dos direitos reais 6 dada nuns casos pelo registo © nouttos pela posse, Nota: a usucapido 6 a situagdo em que ha posse e decurso do tempo. Com esses dos pressuposios, ‘corre uma aquisi¢do do dreto real de propriedade. E um regime complexo que estudaremos mais tarde. Porque é que a publicidade ¢ uma caracteristica dos direitos reais? Se queremos oponibildade, entéo temos de publistar. Se A tem oponbildade orga ‘omnes, em interesse em publictar,e os outros tam interesse na publicidade para perceberem se estio ‘a ofender ou no. A OJ tem intoresse na publicdade Dara evar confites; ha também uma questéo de interesse plblico e de seguranca. Veja-se que existe uma correlagdo entre aeia de publcidade ea dela dde oponibiidade erga omnes. © reqisto ocorre em relagdo aos bens mais vaiosos. Quando os bene ndo so to valasos, ndo hd regimes de registo. Na historia da humanidade, os regimes de realsto apenas ocotrem em sociedades mals evoluidas. Sé ha poucos séculos & que surgls ‘© tegisto sobre bens movers (registo predial). Esta ‘associado ao crédito bancario © & constiuigao de hipotecas, de modo a os bancos poderem emprestar dinhero com seguranca. Nas sociedades pré- industriais, nfo havia registo predial. Como 8 que era dada’ a conhecer a propriedade sobre 0s. imaveis? Atraves da posse Note-se que ¢ dificil, ro mundo maderno, que & posse constitua um mecanismo de pubicdade dos direitos sobre mévels (num melo rural, de aldela, toda a gente sabe de quem & certo terreno, mas num melo utbano isto ndo acontece). Dal a importancia do rogisto, ‘Outta nota, relacionada com a eficdcia do sistema financeio: outts paises menos desenvolvides no tém registo predial, 0 que faz com que o sistema financeio funcione muito mal. No caso BES, havia grandes problemas com uma subsiddria: 0 BES ‘Angola, responsavel por uma desvaloizagao do baanco em cerca de 6 mil milhées de euros. Ora, em Angola nfo ha registo predial efetvo. O crédito Dancério, a0 consttuir hipotecas, no constitu verdadeiras hipatecas, porque ndo se sabe em rigor de quem é a propriedade. Moral da historia: o banco nfo lem a seguranca de ter uma garantia real que Dosea ser executada, PCN da este exemplo para frisar a importancia do registe. Mesmo entre nés, 0 (CC tem regimes anacrénicos que desvalarizam a& regras do reaisto face a regras como as da posse Isso no favorece © desenvolvimento da nossa 4—TIPICIDADE OU TAXATIVIDADE (© que & a tnicitade ou taxatvidade? Os direitos reais so um elence fechado; um numerus clausus. Em que se traduz isto na prética? Numa resticko da ‘autonomia prvada. € limitada o 405* Cc. Cea irene) | Dero dos tints dole, 0 pots tm fouldde de fia imementeo conti des convots,celebror convo. ferentes dot previtor neste cédigo ov inchir nests as ‘dives que hes prover, 2As partes podem cide reunirno mesmo canta repro de dis ov mole neg, toto ou parcaimente repuodot no be Nao podem ser consttuldes direitos resis nfo revisios na lei. Isto é mais um corolério da ‘ponibiidade orga omnes, Se cro um direto ‘oponivel a generalidade das pessoas, entdo tenho dle o caracterzar num elenco fechado, Nao é todo 0 Ser humano, a seu bekprazer, que estabelece um dlreito com oponioidade erga omnes, 5 -ELASTICIDADE OU CONSOLIDAGAO Em relagSo a elaslcidade, ha que ver, antes de tudo, {que 08 cltetes reais so direitos complexos: #80 sitagbes juriieas que ee podem decompor em indmeras siuacées juridicas basicas ou anaiticas. (0 proptetéro pode usara coisa, recolher tutes civs e naturals, hipotecda, alendia.. a stuacto Ccomplexa tom a caracteristica da elasicdade: se 0 roprietério hpotecar @ cosa, Isso val imitar 0 Conjunto das faculdades que tem. Se consttuie um usuffuto, jd no pode usar e fur da mesma forma ‘Se eu constitu dietos reals menores, minna Dropriedade contral. Se desaparecerem, a minha ropriedade expande. A SJ complexa propriedade Contra’ e expande em funcao do aparecimento e desaparecimenio de diettos reais menores; dal falarse em clastcidade. Esta caracteristica ¢ bastante visivel no direto de propriedade, mas 0 diaito real menor usuttute, por ‘exemple, também pode ser limitado por outros direitos reais menores (uma serviddo de passagem, or exemple). A elasticidade 6 uma caracteristica goral dos drotos reais. 6~ ESPECIALIDADE OU INDIVIDUALIZAGAO Esta caracteristica clz-nos que os direitos reais incidem sobre coisas certas ou indvidualzadas, © nfo sabre coisas genéricas ou incertas, Olnando Bara o regime do penhor, vemos que a propriegade incide sobre um bem’ concreta, néo sobre a generaldade dos bens de uma pessoa, Nao se {ransmile a propriedade sobre todos 08 bens de uma pessoa, mas transmite-se coisa a coisa, de forma indivievalzada, (0 diteito real de garania 6 também constiuido sobre coisas certs, Coan Lot a Cen) 1 =0 penharconfere ao cedor 0 det & sonst do seu to, bem camo dos ios, 6 08 bower, com preferinaa ‘bre os dei credres, pelo valor de cera cosa move ou pelo valor de crs ov outros des ndo sucetiveis de Inpoteca,prtencentes ao devedor ou a tercero, 2—E havdo como penter 0 depésto a que se refire ono do artigo 623" 3—A obigosSegorontde pelo penkar pode ser ftura ov ‘andiona, Capt (Regimes especial [Penhor)) [As dsposiies desta secrdo no prejudcom os regimes speci estabelecidos por fel para certs modaliddes de enter Nota: 0 666° refere-se a “ceria coisa mével @ nao a generaldade das coisas de uma pessoa; 0 655" Fefere-se a “cerlas cosas imovels 7—IMEDIAGAO E ATUALIDADE So duas caracterstcas igadas, >>> a imediacio signifea que ha um poder material €jurdico de aceder dreta @ imediatamente a coisa, Esta € a caracteristica que mais evidencia o lado interna dos direitos reais (0 poder sobre uma coisa), Faz-se sentir, sobretudo, nos diretos de gozo, que iremes ver mais tarde; nas draitos reais de garartia €@ aquisigdo néo se faz sentir da mesma forma. >>> a alualidade significa que nfo pode haver diretos reais sobre colsas tures. Exemplo: u posso vender ume fragdo auténoma de um prédio, Mas se estiver em construgdo, jtver 08 ‘pertamentos @ ainda ngo howver escriuras -@ por sso ainda nao houver frag auténoma - entéo néo pposso vender @fragéo auténoma. So posso vender todo o'imével. Num 1 momento, a coisa era um imével, @ eum 2 momento passel a ter 6 fragses ‘auténomas. 0 estatutojuridico da cotsa fo! alterado. A part dal, podem ser estabelocidos direitos reais ‘sobre cada uma das 6 coisas; até Id, 86 poder sor ‘estabelocides avtes reals sobre a fofaidade do préalo (a ndo ser que haja um contrato-promessa, ‘mas 1880 j8 diz respeito a0 DO). Os direitos reais Incidem sobre coisas de acordo com o seu estatuto Juridica atual. Colsas junidicamonte futuras ndo s40 ‘suscetiveis de direitos reais, ‘8 COMPATIBILIDADE OU EXCLUSAO ‘A compatilidade ou exctusto também @ uma ‘caraceristica dos direitos reais. Apenas & possivel Consttuir mais do que um direto real soore uma coisa quando 0s direitos reais $80 compativeis. Ter dduas propriedades sobre a mesma coisa 6 algo que incompatvel ‘9 PREVALENCIA ‘A provaléneia é o poder de impor o aireito a quem no tenha direito anterior incompativel. © dieito mais antigo prevalece sobre o mais recente. Isto & exremamente uti para ditmirliigios sobre varios direitos reais Nota: nalguns casos, hé direitos reais incompatve’s, mas temos critéios de prevaléncia. Por exemplo, privileges credtrios que garantem o pagamento do IMI prevalecem sobre as hipotecas, 410 CONSENSUALIDADE De acordlo com a caracteristica da consensualidad, fa transmissao dos cireites reais opera por efeo ‘automatico do contato, rg | ~Aconsiude ou vanserénci de eos reais sobre caso deteminado di-se por mero eet do contra, sabes os exces previtos nal 2 ~ Se 0 wonsferincia respetar a cosa fiewa ou Indetermmada, 0 dreto wonsferese quondo 0 cob for ‘adguido pelo alenonte ou determineds cont conbecie to cde ambos os parts, sem prejuze do dpost em maria de obnigaies genéncor edo conrata de empedade: se, porém, tespenar @ fuos nature ou @ partes componentes ou Integrates, traferbicla 36 se verfca no momento da cata ov separ B | ©: NJ com fetes reais determinam ‘automaticamente a transmissibildade dos dretos Esta dela de consensualidade tem como Contraponto a ideia de que a propriedade dos diretos reais ndo se transmite por mero efeito do convato, mas sim através de outros atos posterores, Quais 08 alos _posteriores que ‘contrastam com a idela de eficdcia real imesiata do NJ? O registae a entroga da coisa, Na transmissio de diretos reals, temos dos possivels momentos: + 18,0 momento do titule (do contrato, ou seja, do NJ em rigor jriico); + 2,0 momento do modo (do reqiste ou da tradiio- consoante tennamos bens sujeitos ou nao suits a registo). ‘A tradilo significa a entrega da posse da coisa, no ‘caso de bene ndo sujetos a regis, O ato da modo tem a ver com a publcidade Para uma parte signficativa da doutine, contudo, no é bem assim. Ha regimes muito especias; ‘além disso, quando a registo, PCN e uma boa parte dda doutrina consideram que o sistema portugues & tm sistema miste de fiulo e modo ~ mute emoora ‘patente ser um regime puro de tuo, segundo 0 {ual o momento em que ha aceitagdo e completude do NJ seria o momento crucial ‘Assento legal dos direitos reais ‘A matéria da discipina esta, essencialmente, no Livro Ill do CC; mas @ materia dos direitos reais de (garanta esténo Livto I. Os airetos reais de garanta, ‘S80 Vstos como garantias das obrigagdes @ esto, portant, no lva do dielto das obrigagSes. No Livia [parte goal), tomos a caracterizagao das cosas. E ha, ainda, legislagdo extravagante. PCN destaca © Cédigo ao Registo Predial, © ha outros diplomas bastante relevantes, como o Regime Especial do Penhor Financeiro @ © Regime do Direita Real de Habltagdo Periddica. Para o exame final é essencial 1 Cdligo do Registo Pred, No Lint Il, no hd regras gerais sobre o direito das coisas. E Um regime menos sofistcado menos sistomatico do que o do direto das obnigagdes. AS regras que S40 gerals devem constar de uma parte eral para do estarem constanlemente a ser fepetdas. No lio de dielios reais, pordm, no howe este cuidado, Ainda assim, quando estudarmos o dreto de propriedade, encontraremos certas regras gerais. Direitos reais de gozo Comacaremes por alhar para 0 dieito de propriedade, e olharemos depois para direitos reas do gazo menores (ex: usutruto) Propriedade © direito real de propriedade & decomposto sistematicamente por RPD da seguinte forma >>> regras que valem para a propriedade sobre todo 0 tpo de cosas; >>> regras que valem para a proptiedade sobre imaveis, mévels e dguas. Vamos trabalhar com uma nose juridica (@ nao ‘econémica,floséfca, et.) de propriedade ‘Anda assim, esta é uma palavra polssémica. Ha 418s ou quatro (dependendo do ponto de vista) sentidos juriicos de propriedade (1) too de dieito real ex: sou propretirio de um prédio em Foros de Algodres) (2) sbieto de um dirito real (ex: falo da minha propriedade em Foros de Algadres, referndo-me {20 objeto sobre o qual ince o direto real) (3) gualauer sireito real de gaze (menos fequente, mas, por simpliicagao,fala-te por vezes em dieito de propriedade quando o que se tem na verdade 6 por exemplo,o usufruto} (4) apropriacto privada de valor econémice [sentido fespecifca do direlto consttuciona) (eta abrange a propriedade, todos 0s outros direitos reais, ropriedade corporatva (ex: agbes) outros direitos patrimaniais -# um conceit extvemamente ample), Note-se aue, em determinadas circunstancias, ha uma partiha da propriedade do ponto de. vista ‘substancial; uma partha de direltos com conteido feal sobre a coisa, Quanto ao regime jurdico da reserva de propriedade, ha diversas teses, mas esta implicta uma partina da propriedade. Apropriedade 6 cindida entre dois sujetos. Aqui esté a ser usada propriedade como sindnimo de direitos com carater Feal/ realidade J poderes luricos com eficcia erga ‘omnes sobre uma coisa, Este € um terceiro sentido pontualmente utizado, Aprotundaremos nesta discipina a definigdo de propriedade enquanto dieito real (© 1308* tenta fazer uma aproximagdo ao cancelto de propriedade. CORRE (tee eee een (© prepitvagoza de mod pene «exch des dios de te, fig depois da car que Ie ertencem, dent dor nites do fee com obeernda das restngies por ela inpostes Encontramos aqui as idsias de plenitude © fexclusivdade, bem coma uma claseiicagdo tipartda entre direitos de uso, fuigdo e dlsposigao Todas estas Ideiae so caracterzadoras do dieto do propriedade. Em todo 0 caso, 0 1305" ndo Ccontém uma defnicdo de direto de propriedade. © Tegislador nao quis dar uma definiggo poraue as defnigdes lega's, elementos das proposicoes normativas, balzamimtam a figura quarto ao seu ‘campo de aplicagdo ~ e se no caso concreto nao se verifcassem, ja se no poderia aplcar o regime suricico Dito isto, vamos ver adefnicdo cléssica de dieito de propriedade’ dominio imitado © exclusivo sobre ‘Adela de dominio convoca um lado intema;aidela de exclusividade convoca um lado extern Ja vimos fesias ideias quanto aos direitos reais em geral. O imitado" 60 ponto que acresce, © problema desta defnigdo 6 que a propriedade, apesar de ser 0 diteto real ‘mais iimitado", tem lites. O propristarionéo pode constulredficagées nos seus terrenos como quiser, $6 pode aluar com uma lieenca camaréria. Fazer uma exploracso mineira no'meu terreno 6 algo que também $6 é ossivel com autorizagao administratva ‘Outta nota: 0 dieito de propriedade tem contotdos muito diversos, sendo.dstinto 0 conteido da ropriedade sobre bens moveis do da propriedade Sobre bens iméveis, 0 conteudo da propriedade sobre prédios urbanas do da propriedade sobre rédios ristcos, et, Caracteristcas do direto de propriedade © direito de propriedade apresenta as seguintes ccaracteristicas (1) Blenitude (2) Elastcidade (9) Berpetuidade: (4) Transmissibiidade 4-PLENITUDE ‘A caractristica da plenitude quer dizer que o dirsito de propriedade tende a abranger todas os poderes (com cardter real) que podem ineidir sobre uma coisa — de uso, de ffuicdo & de dlsposicdo, essenciakmente, Mas veja-se que @ plenitude & tendencial, Depende do caso concrete, 2- ELASTICIDADE A elasticdade ¢ uma caraceristica de todos os direitos reais. mas @ mais vsivel no direito de propriedade. © direto de propriedade & 0 mais elastico de todos. 3 ~PERPETUIDADE ‘A perpetuidade significa que odireito de propredade nd lam prazo, é etemo. A propredade é perpétua CnC arog Coen reerca nn) 1-0 diet de propiedad pode consttu-se sob condi. 2—A propredade temperévo 56 & odmitida nos cosos especiaimenteprevstos nal 3—A propriedode sob conde & oplcivel o dsposte nos ‘rigs 272° 9 277" Veja-se 0 1307%, 2. A propriedade, normalmente, nfo se extingue (@ néo ser que algo como um cataclismo faga desaparecer metade de Lisboa), mas transmitese. Ja 0 usumuto extingue-s. 4 TRANSMISSIBILIDADE, A lranemislblidade & uma caracteritica do direto de propriedade que ndo std presente em todos os dieilos reas. A maior & transmissive, mas 0 direito de uso e habitacdo, por exemplo, nao & E também nao @ penhoravel: pessoas que tenham muitas dividas © se queiram defender face aos Ctedores podem trar partido da impenhorabifidade do direilo de uso e habtacae. Modos de aquisicao da propriedade (0 1216" faz um elenco dos modos de aquisigao do direito de propriedade: Cor arig are (0 eto de propiedae edqures por conrte, sucesso por morte, usucopte, cciposte, ocestéo © demas modes prevstos noe © direto de propriedade pode adquitrse por: (1) Contato (2) Sucessto por morte (©) Unvcanio (4) Oeupacto: (6) Acessio (6) Demais modos previstos nae. = CONTRATO Néo iramos aprofundar 0 contrat (é estudado em Direto das Contratos) 2-SUCESSAO POR MORTE Néo iremos aprofundar a sucesso por morte (6 ‘estudada om Direto das Sucessées) 3-USUCAPIAO ‘A usucapiao 6a aqusicdo resultante da manutencao dda posse durante certo tempo. A estatulgho normativa a aquisifdo da bropriedade. A previsdo tem dois elementos: posse fe tempo, Estudaremos malhor a usueapiso quando falarmos da posse. 4—-0cUPAGAO ‘A ccupacie ou achamento & a aquisio resuttanto dda apreenséo material da coisa sem dono com a Jntengo do a edquirr. ‘© que so coisas som dono? Sao coisas que nunca ‘iveram dono ou que foram abandonadas. abandono é uma forma de extingao do direito de propriedade (semelhante a uma rentincia). Nos termos do regime juridco atual (1318° 0 1345¢ ‘86 a8 coisas méveis podem ser ocupadas, Le. ‘adiquirdas por ecupacio. No CC, temos um regime ‘eral; mas as regras sobre acaga e a pesca também {im interesse neste captul, Cor Lg (one nny Poder ser adquetes por ecupogdo os animate auras cosas tives que nunca tveram done, ou foram abandenodes, perdidos ov escndies pbs seus propeiris, sohas os estes dos artigos segues. 1918° - note-se que, até ver, o8 animais néo sto pessoas, pelo que sé padem ser caisas mévels, Corr eee ‘As coos méveis som dona cone consieramse do ppaviméni do Esz4e 1345°- estabelece umimite 90 regime da ocupacto, Nem sempre foi assim, historcamente, no deito portugues. Ha aregra gerale hd regras especiais sobre animals selvagens, enxames de abelhas, tesoures, entre outros. 5~ ACESSAO ‘A avessdo 6 a aquisicdo da_propriedade por incorporado de cosa pertonconte a terceiro em coisa propria Estatuigdo nomativa: aquisigdo da_propriedade. Previeo normativa:incorporagéo de duas coisas & diversidade de ttulares, ‘Exemplo: fu buscar peda do vizinho pare construir ‘omou prédio. Note-se que a sauisipfo ndo ¢ aqui detivada (como ‘acontece no contrato © na sucesso), mas. sim origina (0 que acontece na usucapido, ccupagao fe acessao) Podemos ter: 7 + Acessdonatural -resultante de fendmenos. Paturais (ex. umas chuvas Intensissimes madificam a topograta, fazendo com que Geterminadas pedras e areias 0 ‘movimentem de um terreno para auto), + AcessHo industrial ~ resultante de factos, hhumaros (ex. construcao de edficios com pedras que eram de outta pessoa) Podemos ainda ter: ‘+ Acessio_mobilia — incidente apenas sobre bens movels, ‘+ AcessHo imobildria - envolvendo bens movers © regime da acessio pode ser encontrado no 1325" ce segs. Corer ee} Dibse oceste, quando com a co que & propiedade de aude se ue encrpor outa coisa que he no pertenca. Co Erg 1 = Quem de ba der nova forma, por seu tba, «cosa ra pertencente 0 eutrm far S100 coe transfrmada, a nde pucer ser restiuid @ primi forma ou ne puder 810 sem perdo do valor crodo pela especticocie; neste Gin caso, parm, tem © dane da maténa 0 deta de fear ‘om 0 coke, so vr da expectcagba no exceder 0 da 2 Em ambos o¢ coms previtos no nimero amen © qué fear com @ ota & abrigads 0 indernizaro outro do vlor ‘qe the pertence. 1396° 0 regime & pouco sistematico. Tem aspetos {que se aproximam de uma verdadeiraacesséo, mas No produzem uma aquisieao 6e propriedade por ‘acess, em rigor térico, Modos de extincao da propriedade (note-se que falames dos modos de extingto absoluta endo derivada, pela que ndonos referimos 4 tanemised da propriedade). ‘AS duas situagtes em que ha extingdo da propriedade s8o as seguintes: 41 PERDA DA COISA ‘A pavda da co'sa 6 0 seu perecimentofsico. Quando como uma maga, perco-a. Se o meu relégio & atropelado @ destruido por um automével, também hd perecimento 2— RENONCIA ‘A renincia & um negécio juricica unilateral de fexingdo de um dreto. Este pode ou ndo ser um dlieito eal. Arentncia opera quer com direitos reas, {quer com autos direitos absolutes, quer com deltas Felatvos. E uma figura de TGDC. Vela-se que o abandono uma modalidade de feniincia, mas sem tex, através de uma mera Cconduta.'Um exemplo de abandono & atirar uma coisa para o lx, Podemos ter: ‘+ Renincia abcicativa ~ nfo ha lbertagao de uma SJ passiva, mas sim uma renincia & tum direto, sem mais; ‘+ Renincia teratéria -modo de exoneracso {e um dover juricico (ex. tenho uma ‘SJ complexa que envole direitos e deveres, © Fenuncio ao diteto s6 para ndo ter de ccumprir 0 deve. Ha uma querela acerca da renunciabildade. Na modalidade a rentincia abcicaiva, posso abdicar, ponte final, da propriedade sobre um imével? Ha quem diga que isso ndo 6 possivel visto que, 30 absicar de um imovel, este se tomaria uma res hullius. Mas. 2 posiga0 maioritéia € que nao ha qualquer problema, pois oimevel passa a pertencer ‘30 Estado, de acordo com 0 1345? Conard [As cotos imbveis sem dono conhecite coneramse do pavimin do Est2do 26 SET 2018 Conceitos-chave: modes de transmissio de dreto de propriedade; aquisicao @ non domino; tutela da ‘aparéncia; comoropriedade, deta a dviedo, alienacio de quota e dette de preteréncia Modos de transmissio do direito de propriedade {A transmiss40 do DP pode ocorrer mors causa (fenémeno sucessério) ou infer vias. NAo vamos aprofundar a transmsss0 mors causa (sera estudada na discipiia de Direto das Sucess6es) ‘Quanto & transmisséo entre vos, ha que notar a feisténcia, na historia do Dreito Comparado, de tres paradgmas de transmisséo do direio de propriedade: (1) Sistema do titulo {@) Sistema do modo (6) Sistema misto ou do titulo e do mod 41 SISTEMA DO TiTULO No sistema do titulo, 0 efelto transmissive resulta ‘automatieamenie do contato, ou, melhor dizende, do NJ No momento da concluséo do NJ / perfeicto negocial, temas o feta jurtico transmissa0 do direito real de propriedade. E um efeto automético do NJ Na compra e venda, temos efeitos reais © efeitos ‘obrigacionais. O efelto real é a transmisséo da propriedade © 08 efeitos obrigacionais s80 0 dover luriico de entrega da coisa © 0 dever juridico de pagamente do prego. 2- SISTEMA DO MoDO No sistema do modo. 0 efeito transmissive resulta de um ato auténamo do contrato, Esse ato auténamo pode ser uma de duas coisas + Inscrcdo realstal (inserigfo no registo redial), + Traito (entrega da posse). ( eteito real ja ndo surge com 0 contrato de compra 8 venda; @ ha mais um deverjurdico, que @ o de 9 praticar 0 ato necessétio & transmissio da ropriedade (no caso da tradi, 6 um ato mater) 3~SISTEMA MISTO No sistema misto ou do titulo e do modo, 0 efeito \wansmissiva da propriedade resuta da conjugacso do contro com um ato auténomo, Em Portugal, vigora essencialmente o sistema do titulo. Mas em rigor, pode dizer-se que vigora um sistema de titulo e modo, Na Alemanna, o modo nao ‘consistena obrigagao oe fazer o registo ou a tad, mas sim na obrgacao de celebrar um contrato real de execucao da compra e venda. Faz-se @ compra fe venda , mais tarde, faz-se um acordo por escrito, que 6 entregue no registo predial © executa a ansmisséo da propredade. Para o sistema do titulo, @ oponibidade erga omnes surge no 1” momanto; para o sistema de titulo e modo, apenas ‘surge no 2* momento Imagine-se que A vende a B, mas A 6 butt e faz uma dupla aienagdo: no periodo entre 0 1° e 0 2° momento, se 0 sistema é de tila, B jé esta protegido. Se o sistema é de modo, 86a part do 2° Momento € que B esta plenamente protege face a No sistema misto, ambos os ates so relevantes para a transmissdo da propriedade. A ideia essencal 6 que, no 1? momento, temos a \wansmissdo do efeito interno do delta real, mas so nna. 2* momento temos a tansmisedo do efelto ‘externa (oponilidade erga omnes). No 1® momento Ja ha dominio sobre a cosa, mas ja nao ha ‘oponibiidade orga omnes. Ja no sistema do modo, '86 no 2° momento & que ha quer a vertente interna do direito real, quer a oponibiidade erga omnes. © CC, aparentemente sem mais, consagra 0 sistema do titulo, Mas eros ver que, em relagdo a iméveis, as regras do registobaralham este sistema ‘Quando sido em causa iméveis. na opindo de PCN, o sistema ja € misto. A afirmaao do CC é inequivoca quando estio em causa bens méveis, mas, para PCN, a necessidage de conjugagao das regras do CC com as do Cécligo do Regjsto Predial faz com que valha um sistema misto do titulo ® do modo, Outra parte da doutrina ciz que vale sempre ‘sistema do tule, mesmo em relagao a imoveis, Vela-se 0 408° reg Corer ety | ~Aconstuigi ou wanserncia de dretos reais sobre cso determinade dé-se por mero eft do convo, saves os exces previtas nal 2 Se 0 wansferinda respetor @ cose fire ov Indetermnode, 0 dro tronsferese quando a ceiso for adgurido pelo alenante ou deteminedo com ‘onhecimento de ambos os partes, sem prez do dsposto. fem matina de obrigarbes genéncas «do contrat de ‘empretado por, rexpelta a ts nour ou 9 porter ‘componente ov integrantes,o vorsferéncio 56 se verano ‘momento da cohen ou separate Esta 6 uma afirmagdo ou consagracéo do sistema do titulo, embora alt faga referencia a excegses. Ha varias outras normas que consagram isto: Coreg Cer en) (0 momento de equi do desto de propriedae & 4) No coro de convat, 0 desiqnado nos artigos 408" « 409; ») No case de sucesso por mort, oda abertura da sucess; No cave de aucopito, don da pose: ) Nos coss de ocapogo« ocesto, 0 da verficoro des fects resets. Carn Conn nee earner) ‘A compra e vendo tem como efetoreserciis 4) A vonsmissée da propnedade do coisa cu do tulridade do dre; 1») A obgego de enuegaro coe 4 Retrigacto de pogo peso ‘A norma do 878° caracteriza os efetos da compra e vyenda, ande se incli a transmissao da proprieaade, E um sistema de titulo. Um parentesis: nas stuacées ‘excacionais em que ale diz que néo vale o sistema de titulo mas 9 de modo, 0 contrato de compra & Venda terd efeitos cstintos destes Voltemos 20 408" (v, ars), Quals as excesdes previstas na lei (e, portato, pacfcas)? De acorda com 0 408%, 2, $2 0 contrato ainda no ‘consague especticar ‘no’ momenta da pereicso negocial qual & @ coisa a transmit, entéo ela no pode ser transmitida naquele momento. Sé num Momento posterior & que pode ser operada a ‘tansmissio da propriedade. ‘Outro exemplo expressamente ressalvado pela ei © da hipoteca. A hipoteca pade ser criada por NJ unilateral au contrat, Can ota Comer 20 1 hiporeco deve ser repitade, sob pena de do produce fetes, mesmo em relacdo as partes, (© 887" diz-nos que 0 NJ hipotecario no produz ‘uaisquer efeitos, mesmo em relagdo as partes, lenguanto néo houver registo. Na hipoteca, temos um sistema puro de modo. Quer os efit internos, Auer as efeitos exteros 8 surgem no mamento do regist. Coa (Consewigio do penhor [Penhor de coisas) 1-0 penhor sé produ ot seus efor pels envege do coko fempenhoda, cu de documento que confia a exchsio clsponbildode dela, ao credor ou eee 2 = A entroga pode consti a simples etude do Compose ao creda, s€ ett9 avbugdo prior © ator do pentor da pssbiidade de dsper materiimente do coisa Enguanto que a hipoteca 6 a garantia real paradigmstica em relagdo a iméveis. o ponhor é a garanta real paradigmatica no que respeita a moveis. A tradi & aqui requisito. Temos, em relago ao penhor, um sistema de modo. Note-se que, hoje em dia, a maior parte da rqueze no estd em bens mévels ou imovais, mas em Valores mobilarios e insttumentos fnancelros. S80 objeto de regio junto de intermediios nanceiros —bancos, para simpliicar.As agbes das sociedades Ccomerciais, por regra, s80 valores mobiiarios © ‘esto registados. A ransmissdo vai ser registal, nas regras dos valores mobilarios, anda é mas importante 0 sistema do modo do que nas regras do Cédigo do Registo Precial. Moral da historia: temos no CC © principio do consensualismo quanto & ‘consagracdo absoluta do sistema do titulo, mas em felagae a iméveis, vemos que o sistema é misto (do title © do mado); e se saimos do dlreito cil & 21 formos aos valores moblirios, encontramas um sistema também misto © em que 0 mado ainda mals valoso. PCN: "Para transmit pioneses, usamos 0 408°: para ‘coisas valiosas, estamos longe de usar esse artigo” ‘Aquisigao anon domino ‘A aausicdo a non domino designa a aquisicao {quando 0 vansmierte nao é proprietrio. Ha uma ‘vadigso de origem francesa que pode ser expressa pelo seguinte brocardo: em caso de bens moveis, a osse vale titulo’. Quer isto dizer que, quando & ‘tansmitde um bem mével pelo possuidor, essa venda & efcaz 0 adquirente fica sempre propritario, ainda que © possuidor n8o sea Proprietario. No limite, s¢o. proprelario & esapossado da coisa de maneira icita.(uro, roulbo) © o possuidor vende a coisa aum tecelra que ‘confia que a coisa Ine é vendida letamente, por ‘vadigSo francesa, o que vigora am muitos O4 é que festa. venda de bens moveis fela pelo mero possuidor (mas nda propretrio) opera ainda assim Uma ransmissao valida e efcaz da propriedade. Em Portugal, porém, no é assim. Vigora o 408". Ha que restitur a coisa, e se houver outros dans para além do prero, na lambém que indemnizar por esses dlanos. Tutela da aparéncia ‘A tutela da confianga_ tem uma componente importante: a tutela da aparSncia ‘Quando os franceses dizem “a posse vale titulo", © que esta 8 funcionar é a tutela da aparéncia, Em Portugal, no caso da aquisigao @ non domino, nBo vale a tutela da aparéncia, J8 no caso de letras! lvrangas cheques, vale a tuela da aparencia ‘Compropriedade [A compropriedade ¢ uma situagéo de titaridade plural do direito de propriedade sobre uma coisa Vem regulada no 1403 e segs. Cc | ARTIGO 1403" re ol | — xiste propriedade em comum, ou compropredade, quando ducs ou mot pessoas 380 smutoneamente teres bo dro de propiedde sobre a mesma cosa 2. Os dretor der consortes ou comproprietics sobre 0 ‘alsa comum so qualtatwament gui, more potsam ser quanvtewemente dferentes; 0s quotes presumemse, {odowa, quattatvamente ua na fea de indceydo em contre do ttle constvo Coro Cee eee Teo) |= 0 compropietino pode dspor de todo 9 sua quota no omunhio ou de pare dela, mas nd pode, sem ‘aneentmento de restates consres, oenar nem anerar parte especicade do coisa cum 2—A dsposico ou oneragio de pate especifeada sem 0 ‘anrentmento dor consrter & hovida come dose ov oneragd de cose ala =A disposi do quota etd sya d forma exgda para a tapos da cosa, 1408°, 1. = esta 6 2 regra mais importante pare ‘compreender o regime ‘da compropriedade, Os ‘compropretaros nao tém dirlta sobre uma parte da coisa, Cada um deles tem direto a uma percentagam de tudo, © ndo um direito exclusive tima parte do terena, Nota: no mundo rural, é frequente usar a expresso "eu tenho aquele terreno em avos". Por forga do regime sucesséro, os terrenos istics sao divicidos fom fagdes. pelos diversas herdeiros. O que ‘acontece na prética € que nfo na uma diviséo Juridica do precio, mas uma divisdo material, Do ponte de vista da consciéncia social, comportam-se ‘como se fossem propretaros excluswos de cada parcela do terreno, Mas do ponto de vista juraico, ho ha uma dlvsio: ha um Unico prédio, e uma ‘compropriedade sobre cada parte do prédio. Mais. tarde estudaremos 0 regime jurdico da posse, ¢ 0 que vamos ver € que proprietirios rurais tendem a reclamar a propriedade de parte do prédio com base na usucapio: "hd 20 anos que $6 planto couves nesta parte do prédio © 0 T6.s0 planta cowves na ‘utra parte do precio" Cancers = Na fate de ecards sobre o uta do cosa comum, @ qualquer dos comport & to serve del, content que ano empregue para fin diferente doquee a que o cosa se desing « no pve os outos consartes do uso 0 que Iguaimente tem drei, 20 uso do ao comum por um dos compropretérios no ‘onstu posse exsiva ou posse de quota superior & dele, avo se ber havdo vero do tu 1408° » em primetro lugar, & possivel operar uma regulacao do uso da coisa comum. Se houver um _acordo, ha um NJ que tem como efeto regular o uso dda coisa. Pode ser algo consensual © haver um ‘acordo verbal: noutras. siuagbes, ha acordos ‘esoitos que estabelecem direitos © deveres quanto ‘20 us0 da coisa, Na falta de regulagso, todos podem Usar desde que ndo privem os outros conttulares do uso da coisa e a ndo empreguem para uso diferente Repare que se, por exemple, ha uma casa de habitagéo com dale ou tbs compropretarios que a usam para vistarem a terra, nenhum a pode usar para montar uma mercearia COPA 2 1 = 0s comproprtnos devem comb, em propre das ‘respetnas quotas, pra cs despesos necssriasdconservacio (ufo da cosa comum, sem prez dafoculdade dese cexicem do encarg reruncondo oo seu det, 2A endncia,porém,ndo&wida sem 0 conseineno dos restates conortes, quando 0 despeso tenho si anterormemte oprovoda pelo interessode, © & revive! sempre que os despesosprevstosndo vrhom a relzarse 3-= A reninca do compropritino esté sysea & forma Dresrta para a doace© prove a todos os contort, na propose des respetivas quot, Um segundo aspeto & a obrigaro de compartcipar nas benfetorias necessévias (1411°). Notes que a Ccompaticpagao € na proporgao nas quotas, Se howver dois comproprietaios com 50%, cada. um aga metade das despesas. Se um tiver 80% e outro 20%, tudo se processard nessa propordo. Entende- ‘se por benfeitorias necessdrias as que seiam necessarias & conservagio ou fruigdo da coisa ‘comum. O que & que se considera necessario? E dif explicar em teora, Coro eee 1 = E oplevel aot compropetirio, com os neceséias cadptases, 0 deport no oto 985" para que haa, orem, ‘2 macro do consort exido por ll neers que eet ‘presente, palo mens, netade do valor total das quotas. 2 Quando nde saa passe formar o mola legal 2 ‘quolquer dos cansotes € Keto recarer a0 trbunel, que decide segundo ues de equiade 3-05 ato reoizads pelo compropitro conta a opsiio ‘4a mac lege det cosortes so alive tram autor response! plo prio @ que der cous Resulta daqui que, salvo acordo em contréia, ha um igual poder de administracdo da coisa. Em casa de divergencie, dlibere-se por dupla msioria: maria, 2B de compropretérios @ maloria de quotas (ou sela, malaria de pessoas e malaria de capital), Prevalece 1 deliberacio que obtiver o voto da maloria dos ompropties ¢ a mara das compare actos Exempla: ha trés comproprietérios, sendo que um fem 80%, outro term 10% @ outro tem 10%. Se 0 proprietario com 80% vota a favor, tem maiaria do ‘pital, mas a maioria de pessoas implica votarem 2 2 favor. O que tem 80% & essencial para conseguir ‘8 aprovacao do ponto de vista das quotas, mas Sozinho ndo conseque aprovar uma medida, pois lambém 6 necesséria maioria de comproprietris. Nota 1: uma medida de administraglo 6, por ‘exemplo,artendar a coisa a um tercetr, Nota 2: se ha dois comproprietrios, ual é a maioria cde 2? 2 votos. 1 voto @ minora, Ditelto a divisao Corres Cnr ren) | = Nenhum dos compropretios & obrgodo 0 fermanecer na indi, sao quando se hower convenconado que a cis s cancers indo 2-0 prazo fod pora a Indsdo do cao ndo excederd ‘co ane; mos & Koto renovor este paz, uma ou mals vezes, por nova comer. 3 =A clus de indsdo vale em rlogb o tec, mas (deve ser repitada para tol efoto, se. conpropnedade espero cosas mdr ou a oa méver syetaraegsta =A ds & feta omigvemente ov nos termes de et de process, 2— A dvsdo amighvel etd yea @ forme exido poro @ alenagieonerosa d cota 1412% 6 1419" -nenhum compropretaio 6 obrigado 4 permanecer comproprietrio indefnidamente. Ha uum direto potestatvo diviséo. Os restantes ‘compropretarios tem uma sujeigdo juriica ao ‘exercclo do direito potestatvo & divisdo, Em todo 0 ‘5880, 6 possivel conwencionar uma ind'viso por um perlodo maximo de 5 anos, mas néo mais do que ‘Se for convencionada a indivisdo durante § anos, 08 ‘compropretarios tém de se ‘aturar” uns aos outros durante § anos. Depo's disso, cada um tem direto potestatvo (unlateral) a indvisdo Exemplo: Se ha compropritérios com 80% / 10% / 10%, ea coisa se vendo, cada um recebe 80%, 10%, 10%. Estamos aqui a falar de um comproprietario. ou terceiro passar a ser proprietario exclusive da coisa, ‘exinguinde-se assim a compropriedace. (0s compropritirios tém uma posigao de sujeigdo, pois a qualquer momenta pode Ser exigida a divisdo, © direto a divisto 6 um trago caracteristco da compropredade face a outras formas de ‘contiularisade, Veja-se que 0 direito & divisio nao deve ser Cconfundido com questées relacionadas com a diviséo.juricica dos prédios, Iremos estudar 0 tracionamento do prédio, mas isso néo é a diviséo dda compropriedade. Nola: a realdade bruta é uma cosa, a reaidade luridica 6 outa. O que se discute 6 se se pode alerar © regime juridico do prédio, fracionandotaividindo, dixando de haver um prédio @ passando a haver dois. Este @ um problema relalivo aos objetos |urgicos. Questio diferente saber se, na esfera Juridica de Ae B, a certa altura, ha direito a 60% Sobre a propriedade de um prédio. E ai 0 que se dliscute é se A temo dirito potestatvo de forcar B a fexingulr a conttulardade dos 50/50, para A ficar ‘com 100% e B cam 0% ou Acom 0% e B com 100%, fu ento um C com 100% © aqueles dois com 0% mas com o progo. ‘Alienagao de quota e direto de preferéncia (© comproprietiio ndo pode alienar uma parcela do {errena, como vimos, mas pode alinar a quota. O ‘compropretaric A pode vender os seus 50% a um D. ‘Os comproprietérios passam a ser 8 @ D, porque A {fez uma esertura pablia do compra e venda da sua ‘quota na compropriedade, vendendo o seu direito a D. Veja-se 0 1408" Coca Cee ee re) 1 —0 comprapietéce pode dapat de todo @su2 quot no comunhéo ou de pare dela, mas no pode, sem Cancenamento de restates consres,obnar nem oneror pare especicada da cosa camum, 2A disposi ou oneragao de pate especifcada sem 0 Cancentmento dot conertes & havida como dposiae ou onerag de cosa ala 3A disposi do quot esti suet form exgda para 0 depose da cosa Mas ha, depos, um acrescento importante no 1409" Corr Cera) 1 = 0 compropnitno gore do dreto de preferénciae tem 0 rime lug ene 0s peferentes Igo no cosa de vendo, 4 ou dao em cumprinente, a estranhos da quota de qualquer dos seus comsrtes, 2~E opleivl 8 preferéncio do compropretii, com os adptages comenenes,o dspest nos argos 416° 0418" 3 = Sendo dos ou mat os peferentes, quote alenada & ‘agudicodao todo, na propose des sues quotas, ‘Acontece que B tem dirsito de preferéncia: 0 direto potestatvo de se substiuir a D no NJ de compra e Venda da quota. Se o exercer, em ver de 08 50% item para D, vo para B, que fea com 100%. Aquilo {ue for transmitida a um no comproprietério pode ser objeto de dlielto de preteréncia por um dos compropretérios. Quando —hdl—_vérios ompropretarios que querem exercer dirsto de preferéncia, podem exercer os dois. 1 OUT 2018 Gonceitos-chave: Outras siuagdes_—_ de Cconttulardacle (elem —da__compropriedade), patrimonios auténomos; natureza[uridica da compropredade; defese da _propriedade; ‘expropriags, confisco: nacionalizagso. requisi¢s0, perda em veneficio do. Estado por forga de ‘condenacdo penal; iméveis; extens8o espacial da ropriedade sobre imovels, us aeifcandh relapses do vizinhanga, Outras situagdes de contitularidade Dissemos que a compropriedade & uma situacso luridica de tiularidade plural do direito de propriedade sobre uma coisa, 6, porlanio, uma forma de conttularidade. Vamos agora olnar para outras situagées de conttularidade, romeadamente 23 (1) Contiularidade de crbditos: (2) Comunnao coniuaa (3) Comunnao heredtaria: (4) Comunho societaria (6) Baldios. 41/- CONTITULARIDADE DE CREDITOS Cort (Direitos do credor [Seldariecade entre devedores)) | ~0 credo tem dre de expr de uoluer dos devedores todo a prstoio, ov pat dela, properconal cu ndo & quota do interpeldo; mos, se expr Judetimente¢ un dees ttaldade ou parte do presto, fia mibido de procederjusciolmente conta of outros peo {ue 00 primi tena exile, sao se howerrazdoatenive, amo a inzlinca au rice de meahnci do demand, ov Wfiadede, por ours cous, em ebter dele a reser. 2 ~ Se um dos devedorestver qualuer meio de defesa pessoal contao credo, no fica ete ibid dereclamar dos lute oprestogo nepal ind que este me he tena sido epost Na contiulaidade de créditos (619° e segs.) referime-nos a varios eréeitos que tém varios cconttulares, 2~COMUNHAO CONJUGAL CoPNcoe ns een ‘Se o rege de hens adotado pele esposode, ou opted supletvamente foro do comunho de odquiridos, obserar seo depeta nos ors segues. Na comunhio conjugal (1721* e segs.) 08 cbnjuges ‘tém um patrimonio que 6 comum, sendo de realgar que esse patriménio comum engloba no $6 SJ atvas, mas também SJ passivas ~ também ha portant, dvidas ¢ deveresjurgicos em comum, 3+ COMUNHAO HEREDITARIA Co (Ceeerene) nee ear ‘A amino do herons, ot @ sua iuidao © partite, pertence ap caberodecasel ‘A comunho_hereditiria (2078° e segs.) 6 uma ‘conttularidade ene herae'ros. Desde a abertura da situago até @ partiha, ha um momento cinzento em que © patimanio do Talecido j@ no the perience (abertura da sucesso) ~e, por um certo periodo, ha uma comunhdo nerectara de todos o8 herde\ros, ‘Também aqui temos 54 alvas e passivas. 4 COMUNHAO SOCIETARIA Papeete Cee once) 1 = Na fa de conven em conv, todos 0s sis tém gual poder para aden 2 Pertencendo a adminstrogo 0 dos os sis ou apenas {alguns dels, qualquer dos adminstadores tem o drt de ‘se oper ao ote que our pretend eazr,cobendo & maior. decide sabre 0 mérto do opono. 3~Se oconvato confor o admnisvacioo odes ou a ies ‘cis em conjnt,entendese, em como de divide, que 0 dlelberagies podem ser tomado por maria, “4 Sov espulagio nour seni, considers tomade por Imola @ deberacdo que rena os suis de mas de rmetade dos adminsrodores 5 = Aindo que para a odminevaséo em gerak ou para ‘deteminade categoria de aes, sexta oatsentimenta de todas os edminstaderes, ou de mara dele, « qualquer dos Cdminsradores & Neto protcar os tos urgentes de ‘dminsracdo destnades 0 evar & socedade um dono ‘Quanto & comunhdo societria, cabe-nos dizer que ‘a sociedades reguladas no Cédigo das Sociedades CComerciais tém uma personalidade juridica propria, © 0 seu patriménio 6 dstnto do dos sécios, mas as Sociedades chs, de acordo com a configuragao do CC, nfo. t8m ‘personaldade Juridica, A quem perience o patriménio da sociedade? Acs sécios. Note-se que 0 patiiménio nao _pertence Separadamente a um ou outro sécio; ha uma ‘comunhao societaria, 5 -BALDIOS, Esta figura respelta apenas aos direitos reais. Os baldios so terenos possuldos e geridos por ‘comunidades locals — comunidades agricolas, silvicolas, pecuarias, etc. Sao terrenos que no tém fexataments um proprietaro, so formas de propriedade coletiva, de comunhéo. 26 Patriménios auténomos Ha um trago distintive muito importante entee 2 compropredade e tiulandace de crédios © as domais situacées de conttulardade. AS situacdes que agora vimes geram patriménios. auténamos, fenguanto que, na comprepriedade ena Cconttularidade de créltas, ndo hd patiménios ‘auténomes. Patriménios auténomos so conjuntos de Su atvas ‘© passvas afetas a ima fnalidade especial. S40, por vvezes, designados por patiiménios de afetapao (a um fim de especial), Na Fllosofla @ na Sociologia, hd uma distingso importante nesta matéria, feta pela. socidlogo ‘alamo Tonnies (1855-1836). Tonnies destacou a ideia de comunidade gregaria, ¢ cistinguiu-a de ‘utras formas de convivio na sociedade, Chamou a atengdo para a ideia de que, nas comunidades ‘gregaras, ha um fim superior que se sobrepbe & ‘atuagéo egoistica das pessoas, a0 passo que, noutras formas de canvivio social, prevalecem os interesses.egoistcos das ‘pessoas. Os investimentos fetos numa unio corjugal nao visam Iucros, mas um fim superior uma vida em comum no Ambito da familia. Vejase que isto foi perversamente utiizado no periodo nazi para lustficar a abediéncia a0 Fuhrer. No entanta, é uma ideia que nos permite compreender melhor © patrmanio auténome Na compropriedade e na contitulariade de crécitos, nfo ha um interesse superior, jé nas outras formas dde comunhdo, temas uma paritha de pavrménio ‘com uma finalidade transcendente, No caso da vida Conjugal, a vida familar; no caso da comunhao heredtaria, @pariha do acervo no contexo familia, na comunhdo socitéria, a realzac2o do fim de um projeta adotado par aquelas pessoas. Nole-te que o dito & dives, na compropriedade, ‘opera a qualquer momento, a clausula de indiviséo tem um perlodo méximo de 5 anos. Posso fegoisticamente, fora desse periodo, acabar com a ropriedade quando entender, porgue ndo ha o tal fim superior. Na comunhao conjugal, nao € assim primeiro civorciowne, es6 depois & possivel terminar ‘2 comunhAo conjugal, porque 0 patriménio esta ‘afeto a um fi. a Mais uma nota: © patiménio auténomo (comunho germanica) 6 uma stuacdo de ffonteira entre sitagbes de egoisme o as stuagSes no polo oposta, fem que se constitu ndo $6 um patriménio, mas uma pessoa coleliva aulénoma. Na verdade, muitas Yezee, com a mesma fnalidade de promover a ‘comunidade gregaria, criawse mesmo uma pessoa coleliva aulonoma. Quando ¢ que isto acontece? Veja-se, por exemplo, a Ordem dos Jesutas Iniciimente tinhamos ‘um conjunto de pessoas desicadas a prosseguir uma causa comum. Para 0 fazerem, passaram a ter um patrménio auténomo, Havia uma fnalidade comur’ prosseguir os ideas dda Ordem dos Jesuitas. Com o tempo, 6 patriménio ‘auténamo de todes os membros da ordem dew lugar ‘2 uma pessoa coletva distinla. com 0 seu proprio atrmonio, A generalidade das pessoas coletvas fem este raciona Natureza juriica da compropriedade Ha uma discusséo sobre @ natureza juridica da ‘compropriedade. Temostrés consirugses: 41) na compropriedade, hd uma conttulanidade do um direito, ou tulariéade plural. E a posicdo malortara, {© 6 também a posicdo de PCN. Hé um direito com varios ttuares, 2) nfo existe um direto com varios ttuares, mas cexistem varios dretas sobre o mesmo objeto 3) existem varios direitos sob a forma de quotas individuals ou intelectuais do mesmo objeto. Estes io direllos ndo sobre a realidage bua, mas sim Sobre quolas deaisfuridicas. Esta 6 uma discusséo teérica, mas que pode ter implicagbes praticas a0 nivel dos regimes juridicos, Defesa da propriedade Vejamse 0 19119 ¢ segs. COC AEI (een een eee 1 = 0 propre pode eng udkianente de qualquer possldor ou detentor do coo © reconhecmente do seu cir de propredade o consequent resto do que he erence 2— Hoven reconhecnento do det de propredade, 0 resto 8 poe ser recutoda noe cars preva net Urge, quanto a defesa da propriedade, distinguir a ddefese judicial da acto deta. Conny ee) £ adi a defesa da propiedad por mie de age deta, os termes do argo 336 (0 114° opera uma remisso para 0 336° (acto dlieta) Se tenho um terreno ristico @ um individuo apanha pinhas e se passeia a bel-prazer no meu prédio, posso expulsélo. Seo {rbunal,lsso demoraria multe tempo: as pinhas. Corns (ee eee eee) ‘As dsposiges precedents so opis, com os necessios cevrcies, 8 defesa de todo 0 dre real ‘A acdo de cevindicacso ja € um meio de defesa Judicial Vale também para a defesa dos direitos reais menores (v. 1318°). ‘A agBo de reivindicagao 6 caracteizada por pedido de restituigdo da coisa; é um pedido de condenacso 4 restituigdo. N&o 6, porém, 0 nico meio de defesa Judicial, pois podem exstir agées de contelido meramente declarativ, © pedido de restiuicdo tom uma causa. A distingso centre pedido e causa, em processo civil éfeita na linha da distingdo entre previsdo e estatuigdo das normas, -O padida corresponde a estatuigdo normativa. Para conseguir a sua procedéncia, tenho de alegar factos que cortespondem proviso normativa. A causa do peaido tem dois elementos: por um lado, a exisncia de um dreto de ropriedade / proprietri: por outro, a existéncia de Um possuidor ot detentor da coisa (que esteja a perturbar 0 meu dreito de propredade) De acorda com © entendimento doutrinario © jurisprudencial dominante, nfo basta dizer que se & Broptietario; é preciso explicar ao tribunal a origam / ‘facto originador do dirao de propriedade. A isto 6° chama a ora da especifcacso A especifcagao pode ser feita de duas formas: >>> havendo uma qualquer presungdo ~ coma 0 reqisto no reaisto predial. A inscrgSo no registo tem um efeto presuntve, fazendo presumir que sou propretiio. >>> provando-se _aquisigdo orgindria (¢ nfo derivada), Na maioria dos casos, sto significa provar usucapiao (prover que sou possuidor durante muito tempo). Acstatuigdo normatva ¢ a restiuigso. 28 Estudaremos agora a expropriagio, © confisco, a naconalizagdo e a requiscdo. Expropriago A expropriacto esta referda no 1308" de CC, mas a referencia mals importante é @ do 62° da CRP. Cg oe) [Ningudm poe ser prnad, no todo au em parts, dose deo cde propiedae sno nos cave fades noe rte Cee anen ee) I. Atodo &gorontoo dre & propredede prvade e 8 su0 twansmiss em vide ov por morte, nos termos do Conse 2A requsgdo € 0 expropigde por utlade publics sé podem ser efectuados com bate no ki e medente 0 ppagamento de sta indemnizaci Este artigo da CRP regula o direito de propriedade, Cconsagrando a sua protepo constitucional. Nao festé consagrado no capitulo da Consttuigo dedicado aos DLG, mas & considerado anslogo 208 DLG. Este preceito tem varias normas. no nt 1 ‘assume um conteddo positvo, estabelecendo 0 dieito de propriedade; no n* 2 assume um conteldo negative @ garantistico, proibindo as expropriacées ‘sem base legal ou justa indemnizagdo. Os direitos fundamentass, na sua origem, so essencialmente dgarantas dos cidaddos face a0 poder puilico — tim tim conteldo garantistica, A Ideia de que s6 & possivel a expropriagdo com base na lee mediante 29 Justa indemnizagdo tem, ‘conettuconal portanto, val Ha que dlstinguir expropriago em sentido amplo & ‘expropriagdo em sentido esto >>> a expropriacto em sentido amplo é qualquer mode de privagdo de um dite patrmonial. O que fica por baixo deste chapéu amplo é a expropriagso fem sentido estilo, mas também o confisco, nacionalizagdo e aperda em beneficiodo Estado por {orga de uma condenagao penal, >>> a exproprisgdo_ em sentido estito (também ‘apelidada de expropriacae por utiidade publica) & um ato administrate que, para fm de uma utiidade pidblica, extingue um diteto sobre um imével © ‘onsttul um dieito igual para uma entidade pica. ‘Coma sub-hipotese. temos @ modficagao de um dlreto sobre um imével para a constituigdo de um novo direito em favor de uma entiaade publica. O dlrelto de propriedade pode extingut-se ou lmitar- '5e, portanto, ‘Exempla de expropriagéo total quero constuir uma ‘utoestrada © expropnio na integra o imével, que passa a ser propnedade pubica. Exempla de expropriaglo no total: quero fazer passar lias eletricas de alla tenséo. No preciso ‘de expropriaro terreno na fotalidade, mas preciso de uma Servidéo publica que limite a edificailisade no terreno, Ha uma limitagdo do contetido do DP com a Constiuigso de um diet real em favor de uma centidade paca, Nacionalizacao ‘A nacionalizacio é uma expropriacio em sentido ‘amplo que tem por objeto empresas. E um ato através do qual uma empresa privada passa a ser piblica ~ & retrado © dieito patrimonial da privado Sobre a empresa, que passa a ser pica, No pbs = 25 de abril assistimos a muitas nacionalzagées de emoresas. Um exemplo recente 60 d0 BPN Confisco © confisco também cabe no chapéu da expropriagso ‘em sentide amplo. Tem carater sancionatoro, Aqu {4 ndo ha compensacdo. Requisicao Ha que falar também na requisicBo. Esta nfo implica a perda da tilardade do dirato real, mas apenas ura privagao temporiia Perda em beneficio do Estado por forca de ‘condenagao penal Ha, ainda, a porda em benofcio do Estado por forca de. condenacdo penal. As condenagSes penais também podem mplicar a perda da propriedade, ‘Exempla: so fago um assaito a um banco, perco a Ccaradeire © 0 carro. Isto também cabe no chapéu amplo da expropriagéo. Nola 1: olhando para esta pandplia de figuras, peroebemas que o confsco e a perda em benéfieo do Estado por forea de condenagdo penal tim uma natureza eancionatéria, havendo uma censurafelta ‘a quem so aplicadas; por outro lado, nos restantes fenémenos, ndo ha qualquer censurabilidade ou ‘culpa do privade, mas sim uma prevalencia do interesse publica, Nola 2: a expropriacdo em sentido estrto uma das modalidades de expropriacao em sentido amplo. A fexpronriagdo em sentdo ampla 4 a reiada de {qualquer bem por qualquer motivo. Dentro desse ‘chapéu encontramos 0 confisco @ a perda em beneficio do Estado por forca de condenacdo penal {© enconitramos a nacionalizagdo e a requisi¢do no Sancionatéria. A expropriagao em sentido. amplo abarea todas estas figuras. De um ponto de vista macro, em sentido amplo, quer a perda absolula, quer a perda relatva s20 expropriacbes, Iméveis {A primera coisa que temos de fazer @ debater 0 ‘conceito de mével ou de prédio. Dentro dos iméveis, clstinguimos entre (1) rédios risticos (2) précios ucbanos. Um terreno para construpao no é um prédio uroano; este & um caso cinzento, O solo a8 ‘onstrugbes nele exstentes s8o prédi ristcos. O brédio urbana ¢ um edifico ncorporado no solo cam (08 terrenos que Ihe servem de logradoure, Temas 0 ‘ontere da autonomia econémica © 0 conceite de ecifce Can ort |. Sa colss mdvee 4) Os prédosristes eurbanos 9) As dus As dre, of orustas © 08 fates nota, enqunto extrem Igodos oo soy Os diretosinerentes aos vel mencionados ns linea ) As partes interantes des pris rstas¢urbons. 2 Emtendese por préde ristco um porte deimtad do slo ‘es conseues ele extentes que nio team autoromia ‘econimica, «por préds urbana qualquer ede incarporado no sls, com os terres qu Be stv de lgrodoure 5. port interante todo a coisa ve igodo materihmente (90 préd com carter de perc Nola: em relagao a0 terreno agricola grande de um ‘agricutor que tem a casa do agrcutor. pode aizer- ‘se que a parte de habitagdo no tem autonomia econémica face 20 prédio onde se faz maloritriamente agrcultura ~ 6 um prédio rstico. [As construgdes no tém autonomia econdmica, & ‘aquele no 6, na sua esséncia, um ediicio com Togradouro, Essencialmente, ¢ um terreno dedicado 2 agriculture. Se fosse um edificio com um logradoure, seria urbano. Mesmo na Avenida da Liberdade, um terreno que néo tenha um edificio € um prédio ristica, 30 ‘Qual é 0 denominador comum ao prédio rustica © 20 prédio urbano? Serem uma parte delimitada do solo (Sendo que o sole & a superficie da crostatoraste), Esta 6 a nocdo chilistca de prédio. No drat fiscal, ha uma outa classficagso. No cédigo do IMI, ternos uma nogéo ampla de prédia, em que se distingue entre (1) pibdios urbanos, (2} prédios risticns © (3) prédios mistos Um terreno para construgto é, do ponto de vista fiscal, um prédio urbano. Se esta destinado a construe apesar de nao ter ainda nenhum edfco, um prédio urbano (atengo: do ponto de vista Chillstica ndo 6 assim) No direite fiscal xistem os prédios mistos, que s8o ‘aqueles em que as partes ristica © urbana so ‘ambas importantes (no dirsita civl ndo ha préios mistos), ‘As construgdes no incorporadas no solo, desde {que tenham permanéncia, eo consideradas prédios utbanos (ex: tendas de campismo), isto apesar de no terem um edificio ncorporado no solo (veja-se que, do ponto de vista do ireto cv, $80 precios Tisticos, sendo que isto tem relevancia do ponto de Vista de determinar quem paga mais impostes). Nola: a autoridade tibutéra tem uma base de dados relatva a prédios @ matiizes prediais, Para saber {quem 6 proprietério, para efeitos tibutrios, como se faz? Vamos as matizes tibutéris, gerdas pela ‘autordade tibulaia, Extensdo espacial da propriedade sobre iméveis aPC oars (Limes materins[Propriecade det 1 = A propriedade dos imévis abrange 0 expose afreo carrespondete 8 supefice, bem come @ suo com tudo 31 ue nels s contd endo etaadesnegrado do dominio por a ou nee uridico 2 0 propio nde pode, todavia, probit 0s ots de tere qu, pela aura ou profnddade aque tm ar, 80 ha tree em pee. 144° - vemos as estremas e fazemos uma reta até 20 infinite para baixo e para cima, aparentomente Nao 6 bem assim. O espaco aéreo ndo é suscetivel de apropriagdo, mas s6 de preenchimento. Os solos podem ser ocupados, mas os gasosos $6 se reanchem ~ isto esta relacionado com as préprias leis da fisica, Alm disso, ha limitagBes advindas do dlireto administrative, relacionadas com dominio piblice aéreo e do dominio publica do subsolo CO ee | Pertencem 00 dominio pla 9) As gus terror com or seus ets eo findot mano antues, bem come os logos, goos « cursos de dpua navegves ou flute, com os respects lees, 1) As camades ores superires co tet aia do ite reconhecide oo proprietrioou superfine: Os janigos minerals, a noscentes deduce rmieromedinas, as codes natura subterneas fexistentes no subsle, com excep des roche, terres Camuns «outros materias habauainente usados no cansvugie, As esvodes, 6) As ins férreas neconas ‘Owes bens como ta asefcads art 2 Ale! dfioe qua os bens que inepram 0 domin pubes ‘h Estodo, 0 domino pablo dos reps autéromes ¢ 0 domi pablo dos avtarqis bcos, bem como o seu regime, ander de utlzaio e ites (© 84° da CRP faz uma descr do dominio publics. Isto. é importante para efeitos de intepretacio ‘conforme & Constituigao, lus aedificandi © ius _gediicand| compreende a faculdade de pratcar os alos materials de construgdo, mas também a facuklade de praticar os atos prévios & consirugio —_(loteamentos, _infraestruturas. Urbanisticas como esgotos) Discute-se se, na sequéncia do 1344°, 0 dteto de propriedade envoNe 0 ius aedificandl (crete de Constuir. & uma faculdade incluida no direte de propriedade? A.CRP @ 0 DA do urbanism tém regras sobre a fedifeabiidade. A CRP. tom um. regime do ‘rdenamento do teritério,¢ tem tamioém um regime de protecdo do ambiente, So estes dois vetores = ‘ordenamento do teritro e protege do ambiente — que fazem com que aja mais _normas Consttucionais proibitvas, 2, a um nivel infraconstitucional, ue haja um regime juridica do ‘ordenamento do teriténo © um regime jurdieo de fediicagdo (direito do urbanssmo). Hoje em dia, para fedifear.€ precisa de uma lvanca de construgdo, que 186 & concedida se forem respeltadas dacas regras Urbanisticas e ambientais, Exslem POM, a reserva ‘ecolégiea nacional, a reserva agricola nacional, et Tudo isto limita a cancessdo de leengas de construct. Existe uma grande querela doutrindria entre duas posigtes: >>> aqueles que consderam que o dlieto de propriedade tem em si mesmo a faculdade de construgdo, >>> aqueles que consderam que o aiteto de ‘conetuir apenas resulta da leenga administatva, Ha nomes sonantes de um lado © do outro, A Drimeira ideia visa proteger a propriedade privada do ‘ontronto com 0 ordenamento do terrtéria @ o meio ‘ambiente, A segunda construgso dé prevalencia a0 ‘rdenamento ao feritorio © & protego do ambiente Sobre a propriedade privada. E um confranto de Valores constitucionais. A corente doutrinaria que faz. prevalecer 0 ofdenamento do teriténa 0 ambiente tem como nomes mais sonantes Games Canotiho e JEG, ja a teona que faz prevalecer 0 direto de propriedade tem como nomes mas Sonantes DFA e Marcelo Rebelo de Sousa ‘Qual é construpdo prevalecente na jursprudéncia? ‘A que faz prevalecero ordenamento do tertério eo ‘ambiente, por imposi¢do constitucional Rui Pinto Duarte assume uma pasi¢do intermécia, que aponta para uma certa andlse tipolgica ‘Sugere uma dlistindo entre prédios em grandes Centos urbanos @ prdios fora dos centros urbanos. Se tenho um prédio colocado no centre de uma zona utbanistea, Seria estranho dizer que ndo tenho {qualaver deta a construire me pode ser recusada ‘sem qualquer fundamento uma licenca de ‘constugae som que posta pelo menos pedir uma indernizapéo. arg Crees 1. Atods& garano o dread propredade prada «8 40 twansmisse em vido ov por morte, no termos do Conse 2A requiikdo « 0 expropigdo por utlade publics sb podem ser efectuades com base no ki e medente 0 ppagomente de sta indemnizacde, 62" principio daigualdade dos cidados perante os. fencargos pibices ~ todos devemos suportar, na medida das nossas possbilidades com igual ou proporcional forga 0s encargos pilbicos. Suponha- ‘58 que multa gente construlu prégios uroanisticos na 32 ‘Avenida da Liberdade e agora ndo me deixam. Se ‘agora ndo me querem dear urbanizar, devem ‘@xpropriar © pagarme uma indemnizagso, porque feu também queria ter um prédio igual aos dos ‘outros. E assim todos pagam impostos para suportar © interesse piblica, Nao faz sentido que $6 alguma fou algumas. pessoas facam esse suporte, A consirugie de RPD convoca este raciociio. Grande parte da jursprudéncia ¢ louvavel, dizendo “no. construam mas nag falésias Porém, em situagdes-lmite em que esteja em causa uma pessoa que tenha um précio no centra de um meio Urbano, faz sentido considerar uma protegao dos interestes desea pessoa, Rolagdes de vizinhanga Vejam-se 0 1246" @ sage aPC LoaEr Ce ees © propia de um mv pode pred emt de fue, faiger, voperes, ceios, calor ov rude, bem como a rodugéo de epidavées © © outs quoiquer factor Semehartes, proveiente de préio wznho, sempre que tas {acts impart um prejuza substan para o uso do imével fu no resuter) da ulzagdo normel do prédo de que -Joga-se aqui com 1) 06 limites fiscos dos precios. (ex: mures) € 2) 08 limites as alvidaces de desenvolvimento dos prédios (ex. 0 prego uncionar ‘como uma fabrca) Pode haver siuagbes de: 3 >>> contiauidade (as estremas dos prédios tocam uma na outa) >>> mera_provimidade (0s prédios no sto ‘contiguas, mas, ainda assim, so préxmos. Nota: se estamos a falar em atividades suscetive's de provocar nuvens radioatvas, a proximidade vai ‘ate muita longe. Ha aqui uma limtagdo ao direto de propriedade. Os diretos dos vzinhos Iimitam-no. O direto de Bropriedade de A tem uma lmiagio em fungdo do dlireto de propriedade de B, mas isto 6 diferente de uma servid8o de passagem. Com a servidéo de passagem temos um arate real menor que Imita @ dlreto de propriedade. Outra coisa diferente & ter limites a0 direito de propriedade em fungdo do prédio do vizinno, As duas coisas ndodevem ser ‘confundiaas, ‘Se Ano pode construt um eaifclo com uma janela derasiada préxma do prédio de B, isto tem a ver ‘com 2 conteddo do disito de propredade. O que festd em causa ndo ¢ a existéncia de direitos reais menores, mas o cantedido do deta de propriedade ‘do um prédioe o canteddo do direito de propiedad do préio vzinho. Do ponto de vista tecnico ride, aiferente. ‘Aceste propésit, OA fala de relacSes juridicas reais = relagbes jurcicas entre tiulares de direitos reais fem fungso da existéncia de direitos reais. Haviamos dito que os dietes reais so absolutes, mas a verdade é que, por vezes, também implicam um relacionamento com 08 tiulares de prédios Vainhos. Ainda assim, este ndo é um dveito de Crédit: continua a ser direitos absolutos, ainda {que com conteidos maiores ou menores. Este regime das relacdes de vzinhanca tem alguma proximidade cam certas institutes juridicas de DO — ‘0 abuso de dirato e 0 estatuto juricica dos atos ‘emulatves. Exemplo: nouve um confito em Franga entre dos ropretérios de prédios vizinhos. Um deles tinha diigivels que faziam sombra na propriedade do ‘outro, que colocou umas eslacas pontiagudas a ‘apontar para o prédio do vizinho. O dono dos digiveis. conseguiu ganhar, uma vez que, a0 colocar as estacas, 0 proprelario vizinho estava a ‘luar em abuso de dreta, Nos seus primérdios, 0 ‘abuso de direito esta relacionado com relagbes de Viithanga, O regime das relagées de vizithanca tem tendéncia a cobrir Areas que podem eer ccobertas pelo regime jurdico do abuso de direto. Corr Co ee are 1 ~0 proprietirio que no seu pd levontar edifice ov outa conse ne pode abr ela orelas ou paras que deter dretamente sobre © pride viziho sem deiar ene este ‘coda uma dor obras interola de mevo mee, 2 Ip resigdo € apc! is varandos, tropes, eados fou abs semehantes, quando sj sero de parepenos de ora inferior 0 metzo« meio em toda a sua extensio ou pare dela Se os dels pds frem eblques entre sa deta de ‘mete e mee contose perpendeularmente

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