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Algumas datas significativas da histéria da fisica €.320a.c. €.250a.C. ©. 150d. 1543 1575-1596 1609 1609-1619 1800 1802 1811 1815-1820 1820 1820 1821 1824 1831 1942-1843 Arist6teles descreve o movimento natural em termos de tendéncias nacurais. Arquimedes descobre o princi Prolomeu aperfeicoa o sistema geocentric. do empuro, Copérnico publica seu sistema helioeéntrico. Brahe mede com precisio as posigbes dos planetas no céu. Galilew usa o tlesedpio pela primeira ver como um instrumento astronémico. Kepler publica as trés leis do movimento planetitio Galilew avanga na compreensio do movimento acelerado. Boyle relaciona a pressio e o volume de gases mantidos 2 uma temperatura constante. Roemer demonstra que a luz tem rapides inita Huygens desenvolve a teoria ondulatéria da luz. [Newton apresenta a teoria da mectnica em seu Principia Bernoulli explica o comportamento dos gases em cermos de movimentos moleculares. Franklin prope a conservacio do “fogo" (carga) elétrico. Galvani descobre a “eletricidade animal”. Coulomb determina precisamente a lei da forca elétrica, Cavendish mede a constance gravitacional 6. Rumford defende que o calor é uma forma de movimento. Volta invenca a pilha eltsca Young usa a teoria ondulat6ria para explicara interferéncta Avogadro sugere que nas mesmas temperatura e pressio, todos os gases passuem o mesmo niimero de moléculas por unidade de volume. Young ¢ outros apresentam evidéncia em favor da natureza ondulatéria da luz ersted descobre 0 feito magnético de uma correnteeléttica. Ampére estabelece a lei de forga entre fos percorridos por correntes elétrcas Fraunhofer inventa a rede de difragio. Carnot estabelece que 0 calor ndo pode ser totalmente transformado em trabalho Faraday ¢ Henry descobrem a indusio eletromagnética, Mayer ¢ Joule sugerem uma lei geral da conservacio da energia ‘Adams ¢ Leverrier predizem o novo planeta Netuno. ‘Maxwell formula teoria eletromagnética da luz ‘Mendeleev organiza os elementos em uma tabela periédica. Boltzmann relaciona entropia com probabilidade Balmer descobre regularidades numéricas no espectro do hidrogénio. Michelson ¢ Morley nao conseguem detectar o ter, Hertz gera c detecta ondas de rédio. Roentgen descobre os raios X. Bequerel descobre a radioatividade. ‘Thomson identifica os raios catSdicos como corpiisculos negativamente carregados (elétrons. 1900 1905 1905 on 1913 1915 1923 1924 1925 1925 1926 1927 1927 1928 1929 1932 1932 1932 1934 1938 1939 1942 1947 1956 1957 1960 1965 1967 1968 1969 1977 1981 1987 1995 Planck introdus.a ideia do quantum. Einstein introduz 0 conceito de corpisculo de luz (Fron). Einstein apresenta a teoria especial da telatividade. Rutherford revela a existéncia do miicleo at6 Bohe formula uma teoria quantica do tomo de hidrogénio, Einstein apresenca a teoria geral da relatividade. ‘Compton confirma a existéncia do fron por meio de experiment. de Broglie incrodus-a teoria ondulatéria da matéria. Goudsmit ¢ Uhlenbeck incroduzem o spin do elétron, Pauli enuncia o principio da exclusio, Schridinger desenvolve a teoria ondulatéria da mecinica quiintica. Davison, Germer ¢ Thomson comprovam a nacureza ondulatéria dos elécrons. Heisenberg prope o principio da incertera Dirac miscura a relaividade ea mectnica quantica em uma teoria para os létrons. Hubble descobre a expansio do universo. Anderson descobre a antimatéria na forma de positrons. Chadwick descobre o néutron, Heisenberg apresenta a explicagio néutron-préton para a estrutura nuclear Fermi prope uma teoria de eriagio e aniquilagio de matéria Meitner ¢ Frish interpretam como fisséo nuclear os resultados de Hahn ¢ Strassmann. Bohr e Wheeler apresentam uma teoria detalhada da fssio nuclear Fermi constr e opera primeira reator nuclear Oppenheimer e sua equipe em Los Alamos realizam uma explosio nuclear Bardeen, Brattain e Shockley desenvolvem o transistor. Reines ¢ Cowan identficam 0 antineutrino. Feynman ¢ Gell-Mann explicam todas as interagbes fracas com um neutrino “levégiro” Maiman inventa o laser Penzias Wilson descobrem a radiagio de fundo no universo, emitida durance o “Big Bang”. Bell e Hewish descobrem os pulsars, que sio esrclas de néutrons. ‘Wheeler inventa 0 cermo “buraco negro”. Gell-Mann propée os quarks como os blocos de construcio dos ntileos. Lederman e sua equipe descobrem o quark bottom. Binning ¢ Rohrer invencam o microseépio eletronico de tunelamento Bednorz ¢ Miiller descobrem a supercondutividade a alta emperatura Cornell e Wieman criam um “condensado de Bose-Einstein” a 20 bilionésimos de um grau. Pogge ¢ Martini apresentam evidéncia da existéncia de buracos negros supermassivos em outrasgalixia. Grupo do Fermilab identifica o neutrino tau, 0 iltimo membro do grupo de particulas chamadas leptons, Cientistas que estudam 2 radiacio provenience do espago estimam a idade do univetso em 13,7 bilhées de anos. Gerald Gabrielse mede 0 magnetismo do elétron com precisio de uma parte por ela, Uma equipe de cientistas norte-americanos ¢ russos identifica os elementos de niimero atémicos 116 € 118 laboratério CERN consegue produzir um feixe de protons no LHC, o maior instrumento fisico do mundo. © catalogo dos cxoplanetas (planetas que orbitam outrasestrelas que nao o nosso Sol) cresce além de 350. lf Conceitual 1 SobreaCiéncia i PARTE UM —Mecamica 2 Primeira Lei de Newton do Movimento -— Inércia 8 3 Movimento Retilineo 5 4 Segunda Lei de Newton do Movimento 31 5 Terceira Lei de Newton do Movimento: 66 6 Momentum 83 7 Energia 101 8B Movimento de Rotasio 13 9 Gravidade 182 10 Movimento de Projéteis e de Satélites 1B PARTE DOIS ——Propriedades da Matéria__197 11 ANatureza Atémica da Matéria 198 12 Sélidos as 13° Liquidos 21 14 Gases 250 PARTE TRES ND 15, Temperatura, Calor e Dilatagio 20 16 — Transferéncia de Calor 286 17 Mudangas de Fase 303 18 Termodinamica 318 PARTE QUATRO Som 88 19 Vibracdes e Ondas 338, 20 Som 355 21° Sons Musicais 372 Sumario Resumido PARTE CINCO icidadee Magnetismo___385 22 Eletrostatica 386 23 Corrente Elétrica 408 24 —Magnetismo 428 25 indusio Eletromagnética 44s, PARTE SEIS Pen) Sn (2) 26 Propriedades da Luz 462 27° Cor 478 28 Reflexioe Refracao 492 29° Ondas Luminosas ST 30° Emissdo de Luz 535 31° Os Quanta de Luz 553 PARTE SETE Fisica Atomica e Nuclear__571 32 OAtomoeo Quantum 572, 33. ONticleo Atémico e a Radioatividade 583 34 Fissaio e Fusao Nucleares 604 PARTE O1TO mn Relatividade Gee 35 Teoria Especial da Relatividade 626 36 Teoria Geral da Relatividade 654 Epilogo 669 APENDICEA Medicdes e conversio de unidades en APENDICEB Mais sobre o movimento 674 APENDICEC — Graficos 67 APENDICED Mais sobre vetores 680 APENDICEE Crescimento exponencial e tempo de duplicacio 684 Respostas para os exames prticos de miitipla excotha 688 Respostas para ordenamentos exerccios e problemas impares 688 Glossario 7m Créditos das fotos 730 Indice 2 Sobre a Ciéncia ‘Medicis cientificas Como Eratéstenes medio tamanko da Terra © tamanhoda tua Adistincia da ua ‘distancia do Sol O tarmanho do So! Matematica:a linguagem da ciéncia (0s métodos cientificos Aatitude cientifica Cigncia, arte e religiao 12 PSEUDOCIENCIA Ciencia e tecnologia Fisica:a cléncia fundamental 1 AVALIACAO DE RISCOS Em perspectiva PARTE UM ee A EGRI ll, 2 Primeira Lei de Newton do Movimento - Imércia, Aistoteles explica o movimento © ARISTOTELES (984-322 AC) Copérnica eo movimento da Terra Galileuea Torre Inclinada 0s planos inclinados de GalNeu 1 GAULEU GALLE (1564-1642) Primeira lei de Newton do movimento Forga resultante 1 EXPERIENCIA PESSOAL Acondigao de equilibrio 1 PRATICANDO FISICA, Forga de apoio Equilforio de corpos em movimento Omavimento da Terra Movimento Retilineo Omovimento é relative Rapidez Rapidezinstantanea apidez media Velocidade Velocidade constante Velacidade varidvel ‘Aceleracao ‘Aaceleragao nos planos mctinados de Gaile Queda tive (Queo pido Quanto cai (Qudo rapidamente muda a rapider 2 TEMPO DEVOO 8 19 3B 24 25 28 2 2B 28 23 Sumario ‘Segunda Lei de Newton do Movimento Forga produz aceleragio Atrito ‘Massa e peso Massa resiste &aceleracdo Segunda let de Newton do movimento Quando a aceleragao é g queda livre Quando a aceleragaoé menor do que g~ queda nao livre Terceira Lei de Newton do Movimento Forgas einteracées Terceira lei de Newton do movimento DDefinnd nosso sistema ‘Ago e reagao sobre massas diferentes 1 PRATICANDO FISICA Resumo das trés eis de Newton Vetores Forgas como vetores Velocidades como vetores Componentes de vetores Momentum ‘Momentum Impulso (© impulso modifica o momentum (aso Aumentandoo momentum aso 2:Diminuindo-a momentum caso 3 Diminundo.o momentum em um curtointerale de tempo Ricochete Conservacao do momentum Colisses 1 PRINCIPIOS DE CONSERVACAO Colisées mais complicadas Energia Trabalho Poténcia Energia mecanica “Energia potencial Energia cineca (0teorema trabatho-energia Conservacio da energia 1 ENERGIAETECNOLOGIA ‘Maquinas Rendimento Reciclagem de energia Energia para vida Fontes de energia 1 CIENCIA DE REFUGO 5 82 32 54 56 56 37 58 66 6 68 69 2 B B m 84 84 85 86 86 8 88 89 o 3 94 101 103 104 105 108 107 109 no m 13 m4 ™ x 10 SUMARIO ‘Movimento de Rotacio ‘Movimento circular '= ASRODAS DOS TRENS Inércia rotacional Torque Centro de massa e centro de gravidade Lecalizandoocentrode gravidade éstabidade Forgacentripeta 12 PRATICANDO FISICA, Forga centrifuga Forga centrifuga em um sistema de referéncia em rotagao Gravidade sirmulada Momenturn angular Conservacio de momentum angular Gravidade Asintese Newtoniana Lei da gravitagao universal Aconstante G da gravitacao universal Gravidade e distancia:a lei do inverso do quadrado Peso e imponderabilidade Marés Marés na Terra ena atmosfera ‘ulbos de maré na Lua Campos gravitacionais Campo gravtacional dentro de um planeta Ateoria de Einstein da gravitagao Buracos negros Gravitacao universal Movimento de Projéteis e de Satélites Movimento de projteis Proétets ancados horzontaimente Projets iancads segundo um éngulo 1 PRATICANDO FISICR 11 RETORNANDO AOTEMPO.DE VOO Projéteis velozes -satélites Orbitas circulares de satelites Orbitas elipticas Asleis de Kepler do movimento planetario 18 O MUNDO MONITORADO POR SATELITE Conservacio da energia e movimento de satélites Rapidezde escape PARTE DoIs Propriedades da Matéri n ‘ANatureza Atémica da Matéria Anipétese atomica "ALICE EM QUEDA Caracteristicas dos atornos Imagens atémicas Estrutura atomica 23 4 26 27 130 m We 4 36 a7 138 138 39 i uae 152 153 153 154 156 1S7 159 x61 162 162 163 164 165, 166 " 4 4 v6 8 180 Bo 18 183 185, 185 87 188 198 199 199 200 202 203 (Os elementos A tabela periédica dos elementos Tamanhos relatives dos atomos Is6topos. Compostos e misturas, Moléculas Antimatéria Matérlaescura 12 Sétidos Estruturacristalina Massa especifica 12 OPODERDOS CRISTAIS Fasticidade ‘Tensdo e compressa0 12 PRATICANDO FISICA, Arcos ‘Mudangas de escala 13 Liquidos Pressio Pressio em um liquide Empuxo O principio de Arquimedes Por que um objeto afunda ou flutua? Flutuacao "3 MONTANHAS FLUTUANTES: O principio de Pascal Tensio superficial Capilaridade 14 Gases Aatmosfera Presstio atmosférica Obarémetro Alki de Boyle Oempuxo doar O principiode Bernoulli “Aplcagdes do principio de Bernouls 1 PRATICANDO FISICA Plasmas Plasmas no mundocotiiano Aenergia do plasma PARTE TRES 203 204, 206 207 208 209 a5 26 27 2 28 23 23 232 23 236 236 238 239 240 241 243 250 251 282 253 255 357 258 259 261 262 262 263 a a ) 15 Temperatura, Calor e Dilatacao Temperatura Calor Medindo calor Calor especifico grande calor especico da dgua Dilatagao térmica ‘A dilatacdo da dgua 1 VIDA NOS EXTREMOS 270 27 2B 24 275, 76 2" 79 28 16 v7 18 ‘Transferéncia de Calor Condusao Convecsao Radiacao PRATICANDO FISICA missdo de Energia Radiante Absorgdo deenergiaradiante Reflexto de Energia Radiante BResfriamento Noturno par Radiago ‘Alel de Newton do resfriamento Cefeito estufa Poténcia solar 1 PRATICANDO FISICA Controlando a transferéncia de calor ‘Mudangas de Fase Estados da materia Evaporacao Condensacao Condensagao na atmosfera Newoeioe nuvens Ebuligao Aebuligto um proceso de resframento ‘buligtoecongelamento ao mesmo tempo Fuso e congelamento egelo Energia e mudancas de fase ' PRATICANDO FISICA Termodinamica Termodinamica © 2e10 absoluto Energia interna A primeira lei da termodinamica Processos adiabaticos Ameteorolagiae a primeiralei segunda lei da termodinamica Mdquinastérmicas "= ATERMODINAMICA DRAMATIZADAL ‘Aordem tende para desordem Entropia PARTE QUATRO a, 19 Vibragdes e Ondas Boas vibracbes Aoscilagao de um péndulo Descricao ondulatéria Movimento ondulatério Arapidez da onda Ondas transversais (Ondas longitudinais 1 PRATICANDO FISICA Interferéncia (Ondas estacionarias, 286 287 288 290 291 291 292 293 294 295 296 297 298 298 303 304 304, 305 306 307 307 308 309 309 309 30 310 3M 38 39 39 0 3 322 eo 25 326 3B 329 30 338 339 339 340. 3H 32 38 383 3 344 BAS 20 21 SUMARIO Efeito Doppler (Ondas de proa (Ondas de chaque Som ‘Anatureza do som Acrigem do som Osomnoar 18 OALTO-FALANTE ‘Meios que transmitem o som Velocidade do som no ar Reflexao do som 1 PRATICANDO FISICA Refragao do som Energia de ondas sonoras Vibrasbes forcadas Frequéncia natural Ressonancia Interferéncia Batimentos 1 TRANSMISSOES RADIOFONICAS Sons Musicais Rulda e miisica aitura Intensidade sonora e volume de som Timbre Instrumentos musicais Anélise de Fourier Discos Digitais Versateis (Digital Versatile Discs ou DVDs) PARTE CINCO ——Fletricidade e Magnetismo__385 2 Eletrostatica Eletricidade Forgas elétricas Cargas elétricas Conservacio da carga © TECNOLOGIA ELETRONICAE DESCARGAS ELETRICAS Lelde coulom’ Condutorese isolantes, Semicondutores Supercondutores Eletrizacao Fletrizasao por Atvitaepor Contato Fletrizasao por duo Polarizagao da carga Campo elétrico ‘Blindagem eletosttica "5 FORNOS DE MICRO-ONDAS Potencial elétrico, Energia elétrica armazenada Geradar Van de Graaff oxi aar 348 349) 355 356 356 356 258 358 359 359 359 360 362 362 362 363 364, 366 367 ar 38 373 3m 376 3m7 378 379 386 387 387 388 389 390 390 391 302 392 393 393 393 395 396 398 399 400 401 402 24 25 SUMARIO Corrente Elétrica Flux de carga Corrente elétrica Fontes de vltagem Resistencia eetica Aleide Ohm ‘Aleide ohm eo cheque etre Corrente continua ecorentealternada Tmansformando Aer Rapider efonte deeletons em um circuito Potenciaeétrica Lampadas fluorescentes compactas (Cs) Circuitos elétricos Geuitorem sere 2 CELULAS DE COMBUSTIVEL Cireutosem pare Cireutos em pare esobrecorga Ashes de sequransa Magnetismo Magnetismo Forcas magnéticas Polos magneéticos Campos magnéticos Dominios magnéticos Cortentes eétrcas e campos magnéticos = PRATICANDO FISICA Eletroimas etroimassupercondutores Forgas magnéticas sobre particulas carregadas Fora magnética sobre ios percorridos por cortentes ‘Medidore eletricos Motorerelticos Ocampo magnético terrestre Raios éamicos Biomagnetismo 1 MR:lmagem por reszonancia magnética Indugao Eletromagnética Indugaio eletromagneética Alei de Faraday Geradorese corrente alternada Produsao de energia Turbogerador de energia Energia Mo Transformadores Autoinduco Transmissao de energia Campo de indugao PARTE SEIS. eB 26 Propriedades da Luz Ondas eletromagnéticas \elocidade de ondas eletromagnéticas 408 409 409 410 an an 2 a4 45, 45 a7 48 48 a9 #9 420 a a 29 429, 430 431 432 43 434 34 35 435 436 37 a7 438 29 440 a 426 4a a8 450 450 450 45) 454 454. 455 462 463 463 27 28 29 30 Oespectro eletromagnético Materiais transparentes Materials opacos Sombras Enxergando a luz~ 0 olho Cor ‘Acorem nosso mundo Reflexao seletiva Transmissao seletiva (Misturando luzes coloridas Cores complementares Misturando pigmentos coloridos Por queo céu é azul Por que o por do sol évermethio Por que as nuvens sao brancas 1 PRATICANDO FISICA, Por quea agua € azul-esverdeada Reflexio e Refracao Reflexao O principio do minimo tempo Lei dareflexao spethos panos Reflex difusa Refragao ‘miragens Aorigem da refracao Dispersao Oarcosiis Reflexdio interna total Lentes Formagio de imagens por uma lente 5 PRATICANDO FISICA Defeitos em lentes Ondas Luminosas principio de Huygens Difragao ‘Superposicao e interferéncia Interferéncla monocrematica em peliculas delgadas Cores de interferéncia por reflexo/em peliculas delgadas 5 PRATICANDO FISICA Polarizacao sao tridimensional Holografia Emissao de Luz Emissao luminosa Excitagao Espectro de emissio Incandescéncia Espectro de absorca0 Fluorescéncia Fosforescéncia Lampadas 464, 466 468 469 an a8 479 479 480 4a 382 483 484 485 47 387 488 492 493 493 494 495 496 497 499 500 sor 502 504, 506 so? 508 510 7 518 519 sa 34 35 526 327 530 33 335 536 536 538 339 sa saz 543 544 31 Lampadas incandescentes Lammpadas fluorescentes ampadas fluorescentes compactas (CFL) iodo emissor de uz (LED) Olaser Os Quanta de Luz (Onascimento da teoria quantica Aquantiza¢ao ea constante de Planck Oefeito fotvelétrico Dualidade onda-particula O experimento da fenda dupla Particulas como ondas: difracao de elétrons principio da incerteza Complementaridade 1 PREVISIBIIDADE E CAOS PARTE SETE Fisica Atomica e Nuclear ____s71 32 33 © Atomo eo Quantum A descoberta do nticleo atémico Adescoberta do elétron 0s espectros atémicos:pistas da estrutura atomica O modelo atomico de Bohr ‘A explicacao para os niveis de energia quantizada: ondas de elétrons Amecanica quantica O principio da correspondéncia ‘ONticleo Atémico e a Radioatividade Ralos Xe radioatividade Radiagdes alfa, betae gama Radiacao ambiental Unidades de radiagio Dosesde raiagae Tacadoresradioatvos Onticleo atémico e a interacio forte Meta-vida radioativa Detectores de radiagao Transrmutacao de elementos Tanseutacao natural Pansmutagao artificial Datagao radiolagica © IRRADIACAO DOS AUMENTOS Fissdo e Fusdo Nucleares Fissao muclear Reatores de fissio nuclear 8 OPWTONIO - O reator regenerador Energia de fissao Equivaléncia massa-energia sta saa 6s 545 546 553 554 555 556 558 558 560 562 585 366 572 573 574 575 578 ST 579 580 583 584 585 586 387 588 589 589 592 593 595 595 sor 598 599 604 605 608 610 én én 61 SUMARIO ® AFISICA NA SEGURANCA DE AEROPORTOS: Fusdo nuclear Fusio controlada PARTE O1TO =—-Relatividade bas 35 36 APENDICE A. APENDICE B APENDICE C APENDICE D APENDICE E Teoria Especial da Relatividade O movimento érelativo Cexperimenta de Michelson Morley 05 postulados da teoria especial da relatividade Simuttaneidade Oespaco-tempa Dilatagao temporal "2 OBSERVANDO UM RELOGIO A PARTIR: DEUM BONDE AAviagem do gémeo ‘Adicdo de velocidades Viagens espaciais Contraco do comprimento 8 SALTANDO DE SECULO Momentum relativistic Massa,energiae£ = mc? © principio da correspondéncia Teoria Geral da Relatividade Sistemas de referéncla—nao acelerados eaceleradas Principio da equivaléncia Desvio da luz pela gravidade Gravidade e tempora desvio para o vermelho gravitacional Gravidade e espaco:0 movimento de Merciirio Gravidade, espace uma nova geometria (Ondas gravitacionais Gravitagao Newtoniana e gravitacao Einsteniana Epilogo Mais sobre o movimento Graficos ‘Mais sobre vetores Crescimento exponencial e tempo de duplicagao Respostas para os exames praticos de rmiltipla escotha Respostas para ordenamentos, exercicios e problemas impares Glosscirio Créditos das fotos Indice wi 616 66 69 626 627 er 8 629 631 631 oa 636 641 641 643 a3 645 646 649 654 655 655 657 659 661 662 663 854 669 on om em 680 684 688 688 mm 30 B2 Uau, tio-avé Paull Até esse pintinho ocupar todo 0 ovo e quebrar a casca, deve ter pensado que estava em seus tiltimos momentos. Mas o que parecia ser seu fim, acabou sendo urn novo comeco. Sera que somos como os pintinhos, prestes a penetrar em um novo ambiente e a alcancar uma nova compreensao do nosso lugar no universo? Sobre a Ciéncia 1 Asmanchas luminosascrcuares ao redor de Lilian sB0 imagens do Sol do tipo “buraco de alfnete,proetadas através dos pequenos espacos entre as folhas que estao po cima. 2. As ‘manchas dexam de ser crculares enquanto 2 Lua pass em frente 20 So. 3A foto reproduzida 3 diceta revel que as manchas tém a forma de um crescente durante um eclipse solar parcial S er 0 segundo entre os demais nio foi exatamente ruim para o matematico grego Eratdstenes de Cirene (276-194 a.C,). Ele foi apelidado de “beta” por seus con- temporiineos, que o julgavam o segundo melhor em mui- tos campos do conhecimento, incluindo a matemética, a Filosofia, 0 atlecismo ea astronomia. Talver ele tenha tirado 6 segundo lugar em competigbes de corrida ou luta livre. Ele foi um dos primeitos bibliotecérios da entio maior bic blioteca do mundo, o Mouseion de Alexandria, na Grécia, fundado por Prolomeu II, também chamado de Ptolomeu Soter. Eratdstenes foi um dos mais proeminentes sébios de seu tempo e escreveu sobre assuntos filos6ficos, cientificos ¢ literirios. Entre seus contemporineos, sua reputagio era enorme ~ Arquimedes dedicou-Ihe uma obra. Como mate- :itico, ele descobriu um método para determinar niimeros primos. Como gedgrafo, determinou com grande precisio a inclinacao do eixo da Terra ¢ escreveu a obra Geography, 0 primeizolivro a fornecer as bases mateméticas da geografia e a considerar a Terra como um globo dividido por latitudes ¢ fem zonas quente, temperadae fra ‘As obras clissicas da literatura grega foram preservadas no Mouseion, que hospedou um grande ntimero de sibios € armazenou centenas de milhares de papiros e rolos de perga- minho. Todavia, esse resouro humano nio era apreciado por todos. Muita informagéo guardada no Mouscion estava em conflito com as crengas de outros, Hostlizada por suas “heresis”, a grande biblioteca terminou queimada ¢ destruida por completo. Os historiadores discordam quan- {0 20s culpados ~ aqueles que certamente seriam seguidores de outras crengas, Estar absolu- ramente convicto, nio ter divi- das em absolut, isso € ter con- viggio ~a causa primeira de boa parte da destrui¢éo, humana € de outros tipos, que ocorreu nos séculos seguintes. Eratdste- rics nao testemunhou a destruc sao de sua grande biblioteca, pois ela ocorren depois de sua Hoje, Eratdstenes é mais lembrado por seu estu- pendo cileulo do tamanho da Terra, de notivel preciso (ois mil anos atrés, sem computadores, sem satélites espaciais ~ usando tio somente um bom raciocinio, geometria ¢ medigées simples). Neste capitulo, vocé ver como ele conseguiu realizar eal proeza Eratdstenes de Grene 2761944) 2 FISICA CONCEITUAL Em primetvo lugar, cléncia ¢0 corpo de comhecimentos que descreve aordem na natureza ea rigem desta order, ‘Segurido,cénciaé umaativdade ‘mumana dinamica que representa as descobertas, os saberes eo: exforgos coletivos da raga humana coma fina Iidade de reunirconhecimenta sabre o mundo, organizi-oe condensé-lo em leis eteoviastestivels.Aciencia teve Inicio antes da historia exerita, quando as pessoas comecarama descobrir as regularidades eos relacionamentos na natureza como padrSes de estrelas no clueos padrdes de dima~ quando a estacdo chuvosa comerava ous dias tomavam-se mais longos.A partirdes- sas tegularidades, elas aprenderam a fazer previsbes, que hes davam algum controle sabre oque as cereava, ‘Acléncia tomou grande impulso na Grécia no terceiroe quarto séculos AAC Espalhou-se pelo mundo medi ‘erranico.0 avango centificochegou |quase aparar coma queda do mpério Romana, no séeulo quinta dc Hordas barbaras destruiram quase tudoem seucaminho quando e espalharam pela Europa.A rarto cedeu lugar Feligize,anunciandoo que velo aser conhecido como aidade das Trevas. Durante esse tempo,os chineses 08, polinésios estavam catalogando as es trelas eos planetase ac mages arabes ‘estavam desenvolvendoa matematica ‘eaprendendo a produai vidr, papel, rmetaise varios produtos quimicos, ‘Aciéncia grega fot rentroduzida ‘na Europa.a parti das influéncias Islamicas que penetraram na Espanha durante os séculos XXie Xl As univer Sidades emergiram ra Europa durante coséeulo xlleaintrodugia da pélvora ‘mudouaestrutura socal politica a regito no sécule XIV.0 século XV assistiu Aarteecléncia maravilho- ‘samente mescadas por tsonardo da ‘Vine. O canhecimento cientific fot favorecido pelo advent da irprensa no séculO XV = Medicées cientificas A sites io um indicador da boa ics, © quanto vot sabe sobre algo de pende de quéo bem vocé pode medi-lo. sso foi claramente expresso pelo famoso fisico Lord Kelvin, no século XIX: “Digo frequentemente que, quando se pode me- dir algo e expressi-lo em niimetos, alguma coisa se conhece sobre ele. Quando néo se pode medi-lo, quando nao se pode expressi-lo em ntimeros, o conhecimento que se tem dele € estéril e insatisfatério, Ele pode até ser um inicio para o conhecimento, mas ainda se avangou muito pouco em direcao ao estigio da ciéncia, seja ele qual for.” As medidas cientificas nao so algo novo, mas remetem aos tempos antigos. No terceiro século a.C., por exemplo, foram feitas medidas bastante precisas dos tama- thos da Terra, da Lua e do Sol, bem como das distancias entre eles. COMO ERATOSTENES MEDIU 0 TAMANHO DA TERRA © tamanho da Terra foi medido pela primeira vez no Egito pelo geégrafo e matemé- tico Eratéstenes, cerca de 235 a.C. Eratéstenes calculou o comprimento da circunfe- réncia da Terra da seguinte maneira: ele sabia que o Sol estéem sua posigéo mais alca zo cfu a9 meio-dia de 22 de junho, o solsticio de verso. Nesse momento, a sombra de uma estaca vertical se apresenta com comprimento minimo. Se o Sol estiver dire- tamente acima, a estaca nao projetaré sombra alguma, o que ocorre em Siena,” cida- deao sul de Alexandria, Eratéstenes descobriu que o Sol estava diretamente acima de Siena usando as informagées da biblioteca, que registravam que naquele momento a Juz do Sol cairia diretamente sobre um pogo profundo em Siena ese refletiria para cima novamente, Eratéstenes raciocinou que prolongamento dos raios do Sol na- ucla localidade, para o interior da Terra, deveria passar pelo seu centro. Da mesma forma, uma linha vertical em Alexandria (ou qualquer outro lugat) que fosse prolon- gada em direcio ao interior da Terra deveria também passar pelo centro do planeta. ‘Ao meio-dia do dia 22 de junho, Eratéstenes mediu a sombra projetada por uma estaca vertical em Alexandria e descobriu que cla tinha um oitavo da aleura da estaca (Figura 1.1). Isto corresponde a um Angulo de 7,1” formado entre 0s raios do Sol e a estaca. Uma vez que 7,1° € 751/360, ou 1/50 de um circulo, Eratéstenes concluiu que a distincia entre Alexandria e Siena deveria ser 1/50 da circunferéncia da Terra, Logo, a circunferéncia terrestre € igual a 50 veres a distincia entre essas duas cida- des. Tal distancia, em terreno completamente plano percorrida frequentemente, FIGURA 1.1 (Quando o Sa esta diretamente acima de Siena, nao est dretamente acima de Alexandria, 800 km ao norte. Quando os raos solaresincidem diretamente ao longo de um poga vertical em sicna, eles projetam uma sombra sobre uma estaca vertical em Alexandra. As vertcais em ambas as loalidades prolongamse atéo centro da Terra e formam entre sio mesma angulo que os ais de Sol formam ‘coma estaca em Alexandria. Eratdstenes media tal angulo como sendo 1/50 de um ciculo completa, Portanto, a distancia entre Alexandria e Siena equivale a 1/50 da circunferénca da Tera, (Equivalen temente, a sombra projetada pla estaca é 1/8 da altura desta o que significa quea distancia entre as «das localidades equivale a 1/8 do raio da Terra) N.deT: Onde hoje we stan a cidade de Assuam. | | | CAPITULO 1 = SOBRE A CIENCIA 3 tinha sido medida pelos agrimensores como igual a 5.000 estédios (800 quil6me- ros). Assim, Eratéstenes calculou a citcunferéncia terrestre em 50 X 5.000 estidios = 250,000 estidios, Este valor esté muito préximo do valor atualmente accito para «a circunferéncia da Terra. CChegamos 20 mesmo resultado ignorando completamente os angulos e compa- rando o comprimento da sombra da estaca com sua altura. O raciocinio geométri tevela, com boa aproximagio, que a razéo comprimento da sombralaleura do vareta & igual A razdo entre a distancia entre Alexandria e Sienalraio da Terra. Assim, como a ‘estaca € oito vezes maior que sua sombra, o raio da Terra deve ser oito vezes maior do que distancia entre Alexandria e Siena. Uma vez que a circunferéncia de um citculo é 2ar multiplicado por seu raio (C = 2m»), o raio terrestre é a sua circunferéncia dividida por 27. Em unida- des modernas, 0 raio da Terra vale 6.370 quilémetros e sua circunferéncia mede 40.000 km. 0 TAMANHO DA LUA Aristarco foi talvex o primeiro a sugerir que a Terra gira diariamente em torno de tum eixo, o que explicava o movimento diisio das esttelas. Ele também especulou que a Terra movia-se em torno do Sol numa érbita anual, como os outros planetas.' Ele mediu corretamente o didmetro lunar e sua distincia até a ‘Terra. Tudo isso foi realizado cerca de 240 a.C., dezessete séculos antes dessas descobertas se tornarem completamente aceita. Aristarco comparou os tamanhos da Lua e da Terra assistindo a um eclipse da Lua, A Terra, como qualquer corpo iluminado pelo Sol, projeta uma sombra. Um cclipse da Lua € 0 evento no qual a Lua passa por dentro dessa sombra. Aristarco estudou cuidadosamence este evento ¢ descobriu que a largura da sombra da Terra sobre a Lua era 2,5 vezes maior do que o didmetto lunar. Isto parecia indicar que diametro lunar era 2,5 vezes menor que o da Terra. Mas, devido ao enorme tamanho dlo Sol, a sombra da Terra se estreta, o que & evidenciado por um eclipse solar. (A Figura 1.2 ilusra isso em escala exagerada.) Durante o fenémeno, a Terra intercepta © Orbita da tua a / / N alos de uz vindos da / 5 Sai somibra da Terra €2,5 vezes Lua durante 0 A sombra da Tera €25 Borda Superior do Sar era mais larga que a Lua borda superior do Sal eclipse solar [gp ——tmais larga que a lu angele aiosdeluzvindosda, | Sombra da tua Oia aos de levindos 8 SN astreitase em um ua durante o Borda inferior do Sol \\ didmetro lunar eins nar ‘ a \ , co 4 “sare cea ince aap dena ipa late, pvavelmene por aseagies de ‘guns Teno apo ada de qua Tera ccna, Mais impor naxuse que dic os Tera varia sr evden clar de qu a Laa no deere uncial pero tm tomo da Ter Saino segue uma jr cm toro da Ter, fe diel gir que Ter segue camino cere torn do Sol A epg pars satis lipases lanes fo! dexebera sor mai tp Johannes Kepler Nese nei sempo,oepiln propor por ute sarononos cplicmam a dnepincas erste ear sobre oa {ue ers omado«Astonomia Ln no crs Sta ba nega no econo pan emir daria dori ioenec, que per er sd omer ld sess ane © astrénomo polonés Nicolau Cope: nico,no século XV1,causou grande | controvérsia quando public um Ivo fem que propunha o Sol estacionavio | ealTerra girando ao seu eda E5sa5 | ideiasentraram em confito cam av- so popular da Terra coma o entrodo luniverso.Também entraram em con ‘itocom os ensinamentos da grejae foram banidas por 200 anos. Osco itallano Galileu Galle fot preso por populanzarateoria de Copérnicoe por algumas de suas proprias descobertas astrondmicas. nda assim,um século mais tarde as ideas de Copérnicoe | Gallleu eram aceitas deforma geral Esse tipo de ciclo acorre era aps era. No inicio do século XIX geblogos sofreram violentascondenagoes por Aiscordarem do Génesie sabre aera (lo. Mals tarde, no mesmo século, Aageologa fot aceta, mas as teorias evolucionarias foram condenadas e Seu ensino prtbide. Como sabiamente disse o Conde M, Maetertinck cada poca tem seus grupos de inteletuals rebeldes que so condenadas e alg mas vers perseguidos, mas que mais tarde parecem inofensivose frequen: | temente essenciais para a elevacso das, condigges humanas."Em toda encru | hada da estrada que leva ao futur, cada espiritoprogressista enfenta mi homens queguardam passada” FIGURA 1.2 Durante um eclipse lunar, observa-se que a sombra da Terra € 2,5 vezes maior do {que o dismetro da Lua, Devido a0 grande tamanho do Sol, a sombra da Tera deve afilacse, formanda um cone, Arazio do estreitamento & evidente durante um eclipse solar, no qual, desde a ua até a Terra, a somibra da Lua estreta se em um diametr lunar. Assim, a sombra da Tera ‘estreta-se na mesma proporglo na mes ma distancia. Portanto, odiametra da Ter ra devevaler 35 vezesodidmetr luna, ee __-_-_=-____ 4 FISICA CONCEITUAL a sombra da Lua ~ mas apenas numa regio muito pequena de sua superficie. A sombra da Lua se estreita até quase se tornar um ponto sobre a superficie da Terra, uma evidéncia de que o estreitamento da sombra da Lua ao longo de sua distincia até a Tetra é de um didmecro lunar, Assim, durante um eclipse unas, a sombra da “Terra, cobrindo a mesma distancia, deve também esteitarse em um diémetro lunat Levando em conta o estreitamento do feixe de raios de luz do Sol, o diamerro da “Terra deveria ser (2,5 + 1) vezes maior do que o didmetro da Lua. Desta maneira, Aristarco mostrou que o didmetro da Lua € 1/3,5 do da Terra. © valor correntemente aceito para o didmetro da Lua é de 3.640 km, o que difere em menos de 596 do valor calculado por Aristarco. a rita da wa, —— Tera (nuite pequena para sever) FIGURA 1.3 Escala correta para elses lunarese soles, ilustrando porque Soto raros os eclipses. (S30 ainda mais raros porgue a érbita lunar €incinada em aproximadamente5* em relado a0 plano da 6bita terrestre em tarno do Sol) A DISTANCIA DA LUA Fixe uma pequena moeda no vidro de uma janela eolhe-a com um dos olhos de ma- neira que ela bloqueie exatamente a Lua toda. Isto acontece quando nosso olho estéa uma distincia aproximadamente igual a 110 vezeso didmetro da moeda. Nesta situa~ Gio, a razdo didmetro da moedaldisancia da moeda & cerca de 1/110, Por meio de um raciocinio geométtico, usando semelhanca de triangulos, pode-se mostrar que esta é também a razio didmeiro da Lualdiseancia da Lua (Figura 1.4). Logo, a distancia da Lua vale 110 vezes o didmetro lunar. Os gregos antigos sabiam disso. As medidas cal- cculadas por Aristarco para o didmerro lunar era tudo o que se precisava para calcular a distancia Terra-Lua. Assim, os gregos antigos descobriram tanto o tamanho da Lua como sua distancia da Terra, Didmetro da Lua iametio da moeda ‘bistancia até a moeda Distancia atéa Lua. ————_———>] Didmetro da moeda _ Didmetro lunar _ 1 Distancia damoeda—Distanclalunar 110 FIGURA 1.4 Um exercicio com razbes: quando a moeda “elpsa”toalmente a Lua, entao 0 diametro da moeda, pela distancia entre voc e ela, igual ao diametro da Lua pela distncia entre vocte a Lua figura fio est em excl). As medidas dio 0 mesmo valor de 1/110 para as razbes, Dispondo dessa informagéo, Aristarco mediu a distincia Tera-Sol A DISTANCIA DO SOL Se voo’ repetisse 0 exercicio moeda-sobre-janela-e-Lua para o caso do Sol (0 que setia petigoso, por causa do brilho do Sol) adivinhe o que encontraria: que a 1320 diimetro do Solldistancia do Sol & também 1/110. Iso porque o Sol ea Lua aparen- F CAPITULO 1 a SOBRE A CIENCIA 5 tam, 20 olho, ser de mesmo tamanho. Ambos subentendem o mesmo Angulo (cerca de 0,5"). Assim, embora a razio do ditmetro para.a distincia fosse conhecida dos _gregos antigos, 0 didmetro ou a distincia teria de ser determinado de alguma outra maneira. Aristarco encontrou uma maneira de fazé-lo e propés uma estimativa. Bis que fez: ‘Aristarco observou 2 fase da Lua quando ela estava exatamente metade cheia, ‘com 0 Sol sendo ainda visvel no céu. Nesta situagao, a luz solar devia estar incidindo sobre a Lua em Angulo reto com a linha de visio dele. Isso significava que as linhas entre a Terra ea Lua, entre a Terra eo Sol e entre a Lua ¢ o Sol formavam um tein gulo retingulo (Figura 1.5). Meta-Lua Terra Um teorema da trigonometria estabelece que, se vocé conhece todos os Angulos de um triingulo retingulo, mais 0 comprimento de um de seus lados, pode calcular © comprimento de qualquer dos outros lados. Aristarco sabia qual era a distancia da ‘Terra & Lua, Na época da meia-lua, ele igualmente conhecia um dos angulos, 90°. Tudo que ele tinha de fazer era medir o segundo Angulo entre sua linha de visio para a Lua e a linha para 0 Sol, Entio, o terceiro angulo, muito pequeno, vale 180° ‘menos a soma dos dois primeiros ngulos (a soma dos Angulos internos de qualquer tidngulo é igual a 180°) Medi o Angulo entre as linhas de visio para a Lua e para o Sol édificl sem um modero teodolito. Por outro lado, tanto 0 Sol como a Lua nio sio pontos, séo relativamente grandes. Ele precisava dirigit a visio para os seus centros (ou ambas as bordas) e medir o Angulo entre eles ~ um angulo grande, quase um Angulo reo! Pelos padr6es modernos, sua medicio foi muito grosseira. Ele mediu 87°, quando o valor verdadeiro era 89,8°, Ele calculou que o Sol estivesse a uma distincia 20 veres maior que a da Lua, quando de fato ele esté 400 vezes mais distante que ela. Assim, embora seu método fosse engenhoso, suas medidas, oriundas desse mérodo, nfo 0 cram. Talvez Aristarco achasse dificil crer que o Sol estivesse tio distante, “errando para menos", Nés nao sabemos. Hoje sabemos que o Sol esté 2 uma distancia média de 150,000,000 de quil6- ‘metros. Fica um pouco mais préximo em dezembro (147.000,000 km) ¢ um pouco sais afastado em junko (152,000,000 km). 0 TAMANHO DO SOL ‘Uma ver que se conheca a distancia até o Sol, a azo 1/110 do diémerro/distincia possbilita uma medida do didmetro do Sol. Outra maneira de medir a razao 1/110, além do método da Figura 1.4, é medio diametro da imagem solar projetada através de um furo de alfinete. Voc® poderia tentar: faga um pequeno furo numa cartolina opaca e deixe a luz solar incidir sobre ela, A imagem arredondada projetada sobre uma superficie abaixo € de faco uma imagem do Sol. Voe8 verd que o tamanho da imagem nao dependeri do tamanho do furo, mas de quio afastado este esté da ima- gem. Furos maiores tornam a imagem mais brilhante, néo maior. E claro que, se © furo for muito grande, néo se formard imagem alguma. Medicées cuidadosas mostra rio que a razio entre 0 tamanho da imagem ea distancia dela até o furo é 1/110 ~ mesma que a razio diimetro do Solidstincia Terna-Sol (Figura 1.6) FIGURA 1.5 Quando a Lua aparece metadecheia 0 Sol, a Lua e 2 Terra formam um trigngulo re- tangulo (nd esta em excl). Ahipotenusa a distncia TerraSol. Por trigonometria. simples, @hipotenusa de um siangulo re- tangulo pode ser obtida se voce canhece 0 valor de um dos angulosndo retos eo com: primento de um dos catetos. A distancia Terra-ua & um cateto conhecido. Meca 0 Angulo Xe voc®poders cleulara distancia Terral h 150000.000km 110 FIGURA 1.6 ‘A mancha arredondada de luz proetada através do pequeno furo é uma imagem do Sol, Sua raz30 didmetrodstancia € ‘gual a razdodidmetro do Sol/dstncia do Sol 1110. 0 diametro do Sol & 1/110 da sua distancia até a Tera, 6 FISICA CONCEITUAL FIGURA 1.7 Renoir pintou com precisio as manchas de luz solar sobre as roupas eos arredores ~ imagens do Sol projetadas peas aberturas relativamente pequenas entre as folhas. FIGURA 1.8 ‘As manchas de uz solar em forma cesce te sao imagens do Sol durante um eclipse solar parca. B interessante que, na hora de um eclipse solar parcial, a imagem projetada pelo pequeno furo toma a forma crescente ~_a mesma forma que apresenta o Sol parcial- mente coberto! Isso oferece uma maneira interessante de observar um eclipse parcial sem olhar diretamente para o Sol. 4 motou que as manchas de luz solar que enxergamos no cho, embaixo de Arvores, sio perfeitamente redondas quando o Sol esté diretamente acima da cabe- {cae que se alargam em elipses quando o Sol est baixo no céu? Tais manchas sic imagens do Sol, onde a luz brilha através de aberturas nas folhas, que so pequenas quando comparadas & distancia até o chao abaixo delas. Umia mancha redonda com diametto de 10 cm foi projetada por uma abertura 110 X 10 cm acima do chao. ‘Arvores altas produzem imagens grandes; érvores baixas produzem imagens pe aquenas. E na hora de um eclipse parcial do Sol, as imagens sio em forma crescente (Figura 1.8) = Matematica: a linguagem da ciéncia jéncia e as condigdes de vida humana avancaram significativamente depois que a ciéncia ea matemitica integraram-se hd mais ou menos quatro séculos. Quan- do as ideias da ciéncia sio expressas em termos matemticos, clas no sio ambiguas, 'As equagaes cientificas proveem expresses compactas das relagdes entre os concei- tos. Nao possuem os duplos significados que frequentemente tornam confusa a dis- ccussio de ideias em linguagem comum. Quando as descobertas sobre a natureza si0 cexpressas matematicamente, é mais ficil comprové-las ow negi-las por meio de expe- rimentos. A estrucura matemiética da fisica estd evidente nas muitas equagbes que vyoct encontrari ao longo dest ivro. Elas sao guias para o pensamento, mostrando as conexdes entre os conceitos sobre a natureza. O método matematico © a experimen- tagio levaram a cigncia a um enorme sucesso.” 7 Fazemos disingio ene a etrurura maremdtia da Pllca ea préica de resolu de problems ma temiticoso foc da maioria dos cursos no concsituns, Observe o mero relativamente pequeno {de problemas nos Fines de capitals, neste vo, comparado com o nimero de exettcos. O Fie (Conccitval pa comprcensio anes ds computa. CAPITULO 1 = SOBRE A CIENCIA 7 = Os métodos cientificos N 40 existe um método cientifico. Existem, porém, caracteristicas comuns na ma- neira como os cientistas realizam seu trabalho. Isso remonta ao fisico italiano Galileu Galilei (1564-1642) ¢ ao filésofo inglés Francis Bacon (1561-1626). Eles se liberaram dos métodos dos gregos, que operavam “para cima ou para baixo”, depen- dendo das circunstincias, obtendo conclusées a respeito do mundo fisico raciocinan- do a partir de hipdteses arbitrérias (axiomas). O cientista moderno trabalha “para cima’, primeiro examinando a mancira como realmente o mundo funciona e, entio, construindo uma estrutura para explicar suas descobertas. Embota nenhuma descrisio do método cientifico do tipo “receita de bolo” seja cfetivamente adequada, algumas ou todas as etapas abaixo séo provavelmente encon- tradas na maneira como os cientistas realizam seu trabalho; 1, Identificar uma questio ou um enigma ~ tal como um fato nio explicado, 2. Formular umm palpite bem desenvolvido ~ uma hipétese — capaz de resolver 3, Deere consequécias da pes 4, Realizar experimentos ou cileulos para testar as pr 5. Formular a let mais simples que organiza os trés ingredientes principais: hipétese, efeitos preditos¢ resultados experimentais. Embora esses passos sejam atraentes, muito do progresso cientifico adveio de tentativa certo, experimentacao realizada na auséncia de hipétese ou, simplesmente, de uma descoberta acidental feita por uma mente treinada, O sucesso da ciéncia reside mais sobre uma atitude comum aos cientistas do que sobre um método parti- cular, Essa atitude consiste em inquitir, ter integridade e ter humildade — isto é, ter disposigao em admitir que erros tenham sido cometidos. = Aatitude cientifica comm s pensar num fio como algo mative absoluo, Em eiénci,porém, uum fato é geralmente uma concordincia estreita entre observadores competen tes sobre uma série de observagies do mesmo fendmeno. Por exemplo, onde antes cra fato que 0 universo era imutavel ¢ permanente, hoje é um fato que ele esti se expandindo ¢ evoluindo. Uma hipdtese cientfiea, por outro lado, é uma suposigio culta somente tomada como factual depois de testada pelos experimentos. Apés ser testada muitas ¢ muitas vezes e ndo ser negada, uma hipdrese pode tornar-se uma lei ou principio. Seas descobertas de um cientista evidenciam uma contradigéo a uma hipéeese, lei ou principio, entéo devem ser abandonadas dentro do espirito cientifico ~ no importa a reputagio ou a autoridade das pessoas que as defendem (a menos que a evidencia negativa mostre-se errSnea— como acontece, is vezes). Por exemplo, 0 filé- sofo grego altamente respeitivel Aristételes (384-322 a.C.) afiemava que um objeto ‘ai com uma velocidade proporcional ao seu peso. Essa ideia foi aceita como verda- deira por quase 2.000 anos, por causa da grande autoridade de Arist6teles. Galilew supostamente demonstrou a falsidade da afirmativa de Arist6reles com um experi- ‘mento ~ mostrando que objecos leves pesados caiam da Torre Inclinada de Pisa com valores de rapidez aproximadamente iguais. No espirito cientifico, um tinico experi- ‘mento comprovadamente contrério cern mais valor do que qualquer autoridade, nao importa sua reputagdo ou 0 nimero de seus seguidores ou defensores. Na ciéncia moderna, argumentos de apelo 4 autoridade tm pouco valor? Aciéncia é ua maneira de conhecer omundoe explicit * © apo enc, porém, em valor em céncal Mais de um resultado experimental na ciéncia moder- ‘na conraisse uma teotia acta, que, 2p6s investiga adicional, provou-s errada, Isso tem alimen tao 2 é dos cientistas em que a descrido correa da naurez, no final dat contas,envlve concisio ‘de expresso e economia de coneeitos ~ uma combinacdo que merece se chamada de belez. i —,_ ;G__ —«;«~<-,- ,._ _— FJYy_ _ EE & FISICA CONCEITUAL (Os cientistas devem aceitar descobertas experimentais mesmo quando gostariam que fossem diferentes. Devem esforgar-se para distinguir entre o que vem € 0 que clescjam ves, pois os cientistas, como as pessoas, ém grande capacidade de enganar a si mesmos.’ As pessoas tém sempre a tendéncia de adotar regras, crengas, eredos, ideias c hipdteses, sem questionar profundamente a sua validade, e de manté-las por ‘muito tempo apés terem se mostrado sem significado, falsas ou no minimo questio- niveis. As suposigdes mais difundidas sio frequentemente as menos questionadas. Muias vezes, quando uma ideia é adotada, uma atengéo especial é dada aos casos que parecem corrobori-la, a0 passo que aqueles casos que parecem refuté-la sio distorci- dos, depreciados ou ignorados. (Os cientistas usam a palavra teoria de maneira diferente daquela usada no dia a dia. Na linguagem do cotidiano, uma teoria no difere de uma hipétese ~ uma suposicio que ainda nao foi comprovada. Uma teoria cientifica, por outro lado, é a sintese de um grande corpo de informacées que englobam hipéreses comprovadas « testadas sobre determinados aspectos do mundo natural. Os fisicos, por exemplo, falam na teoria dos quarks dos nticleos atOmicos, os quimicos falam na teoria das ligagées metilicas nos metais,e bidlogos falam da teoria celular, “As ceotia cientificas no séo imutiveis, ao contréro, clas softem mudancas. Elas cvoluem quando passam por estigios de redefinicio e efinamento, Durante os cem dilti- ‘mos anos, pot exemplo, a tcoria atémica tem sido redefinida repetidamente sempre que se consegue uma nova evidéncia sobre o comportamento atdmico. De mancira seme- Ihante, os quimicos tém redefinido suas visées da maneira como as moléculas se ligam, «© 0s bidlogos tém refinado a teoria celular. © aperfeigoamento de teorias € uma forca da cincia, ndo uma fraqueza. Muitas pessoas acham que é um sinal de fraqueva mudar suas opini6es. Cientistas competentes devem ser especilistas em alterar suas opines. les erocam de opinigo, entretanto, somente quando se deparam com sélidas evidéncias | cexperimentais ou quando uma hipétese conceitualmente mais simples forca-os a adotar uum novo ponto de vista. Mais importante do que defender crengas € melhoré-las. As melhores hipéteses sio aquelas mais honestas em face da evidéncia experimental Fora de suas profiss6es, 0s cientistas nao sio inerentemente mais honestos ou éticos que a maioria das pessoas. Mas em suas profissbes, eles trabalham em um meio que dé alto valor & honestidade. A regra que norteia a ciéncia é a de que todas as Fatossao dadosa respeito do mundo passivels de (erias sao interpre aches dos fatos ‘Aesperimentagio,enaoa discus) _hipteses devem ser testéveis — devem ser passives, pelo menos em principio, de ser | oflossfi,oquededieoque | negaddas, £ mais important, na ciéncia, que exsta um modo de provar que uma ideia Ecertoem cincia «sti errada do que existir uma maneira de provar ser corteta. Este € um dos princi~ pais facores que distingue a cincia da nao ciéncia. A primeira vista, isso pode soar «siranho, pois quando nos perguntamos sobre a maioria das coisas, preocupamo-nos i fem encontrar maneiras de revelar se elas so verdadeiras. As hipsteses cientificas sio | diferentes. De fato, se vocé descja descobrir se uma hipétese & cientifica ou no, ‘ja se existe um teste para comprovar que € errOnea. Se nao existr test algum para provar sua falsidade, entio a hipécese € nao cientifica. Albert Einstein pds isso muito bbem quando declarou que “nenhum ntimero de experimentos pode provar que estou certo; um dnico experimento pode provar que estou errado”. Considere a hipétese do bidlogo Darwin de que a vida evolu de formas mais, ito da aprendizager decorre simples para mais complexas. so poderia ser negado se os paleontélogos descobris- | de se fazer perguntas. crates sem que formas de vida mais complexas surgiram antes de suas contrapartidas mais pregava is0,daio chamadome simples. Einstein criou a hip6tese de que a luz € desviada pela gravidade, Isso podria ser negado se a luz das estrelas, que passa muito préximo ao Sol, ¢ que pode ser vis- ta durante um eclipse solar, nio fosse desviada de sua trajet6ria normal. Como foi demonstrado, as formas de vida menos complexas precederam suas contrapartidas ‘mais complexas, e a lz das estrelas desviou-se ao passar perto do Sol, o que sustenta as afirmativas, Se e quando uma hipétese ou alegacio cientfica & confirmada, ela & ‘encarada como tril e como sendo um degrau para conhecimenco adicional. ‘do socritico.© questionamento {gerou alguns dos mais magni | fos trabalhosem artee cienca, Em sua formagao, io @ulleineeentaratento a outras pessoas que tentam fio de bobo; mais Importance estar atenco & propria tendéncia de enganar 2s mesmo, CAPITULO 1 @ SOBRE A CIENCIA Considere a hipétese “o alinhamento dos planetas no céu determina a melhor casio para tomar decisdes". Muitas pessoas acreditam nela, mas eal hipétese é nao cientifica. Nao se pode provar que esté errada, nem correta. Ela é uma especulagéo. ‘Analogamente, a hip6tese “existe vida inteligente em outros planetas em algum lugar do universo” nao ¢ cientifica. Embora possa ser provada como correta pela verifica- sao por um tinico exemplo de vida inteligente em algum outro lugar do universo, rio existe maneira de provar que ela esté ertada se vida alguma for jamais encon- trada, Se procurissemos nas regides mais longinquas do universo ao longo de eras e nfo encontrissemos vida, nao poderiamos provar que cla néo existe “na proxima esquina’. Por outro lado, a hipétese “nao existe outra forma de vida inteligente no uuniverso” é cientifica. Voc® sabe por que? ‘Uma hipétese passivel de ser demonstrada como certeza, mas impossivel de ser negada nao é uma hip6rese cientifiea. Muitas dessas afirmativas séo completamente razoaveis ¢ tteis, mas estio fora do dominio da ciéncia. Qual destas 6 uma hipétese cientifica? ‘a. Os atomos so as menores particulas existentes de matéria, Bb. Oespaco é permeado com uma esséncia nao detectavel . Albert Einstein foi o maior fisico do século XX, Verifique sua resposta ‘Apenas ahipétese a écientfica, porque existe um teste para testar sua falsidade. A afirmacao nao apenas épossvelde ser negada, como oi defato negada. Nao existe um ‘teste para prova a falsidade da hipdtese beela& portanto,niocientifica,O mesmo vale para qualquer principiou conceito para o qual nao existe maneita, procedimento ‘ou teste pelo qual ele possa ser negado (se for errado).Alguns pseudocientistas e outros Fingidores do saber ner mesmo se preocupam com un teste para verifica apossivel falsidade de suas afirmativas.Aafirmativa cé uma que nao poste ser testada em Sua possivelflsidade Se Einstein no tivesse sido maior dos fsicos, coma poderiamos sabé-lo? € importante notar que, como.o name de Einstein geralmente€ multo const dorado cle 0 preferida dos preudocientistas. Assim, no deveriamos fcarsurpresos ‘que onome de Einstein, como o de Jesus e outras fontesaltamente respeltadas,seja fre ‘quentemente mencionado por charlatdes que querem emprestarrespeito asi mesmos ‘easeus pants de vista Em todos os campos, ¢ prudente ser cético com aqueles que {querem dar crédito si mesmos apelando para autoridade de outros. Nenhum de nds dispée de tempo, energia ou recursos para testar cada ideias, assim, na maior parte do tempo, estamos nos baseando na palavra de alguém. Como descobrir qual a palavra a considerar? Para reduzir a possibilidade de erro, os cien- tistas aceitam somente a palavra daqueles cujas ideias, eorias e descobertas sio tes- tiveis ~ se no na pritica, pelo menos em principio. Especulagées néo testiveis 0 consideradas como “nao cientificas. Isto tem o efeito a longo prazo de incentivar a honestidade — as descobertas divulgadas largamente entre colegas da comunidade cientfica esto geralmente sujetas a testes adicionais. Mais cedo ou mais tarde, erros (c fraudes) sio descobertos: 0 pensamento tendencioso ¢ desmascarado, Um cientista desacreditado nao consegue uma segunda chance dentro da comunidade cienifica, ‘A punigéo para fraude ¢ a excomunhao profisional. A honestidade, tio importante para o progresso da ciéncia, torna-se assim um assunto de interesse préprio para 0s cientistas. HA relativamente pouco logro num jogo em que todas as apostas so declaradas. Em campos de estudo nos quais 0 certo e o ertado nao sio estabelecidos facilmente, a pressio para ser honesto é consideravelmente menor. {As ideias ¢ 05 conceitos mais importantes de nossa vida cotidiana frequente- mente sio nao cientificos; sua veracidade ou falsidade néo pode ser determinada no Iaborat6rio. Curiosamente, parece que as pessoas acreditam honestamente que suas ideas sobre as coisa estejam correas, e quase todo mundo conhece pessoas que sus- Aesséncia da ciéncia¢expressa fem duas questdes: de que manel- rapoderiamos conhecer? € qual evidencia provaia que uma de terminada ideiaestierrada? -irmagdes sem evidéncias nao so cientificase podem ser ejei- tadas. 9 10 FISICA CONCEITUAL st hou, Ear Cada um de nés precsadispor de um filtro quenos informe adlfe- renga entreo que évalido-e aquilo que apenas finge ser valida, ‘melhor trode conhecimento ja inventado éa céncia, arte diz respeito&beleza do cosmos. A céncia di respetto a ‘order do cosmos. € 2 religizo ‘iz respeito aos propasites do tentam pontos de vista inteiramente opostos — logo, as ideias de alguns (ou de todos) devem estar incorretas. Como saber se vocé € ou nao um daqueles que sustencam crengas errbneas? Existe um teste, Antes de estar razoavelmente convencido de que voc! esté certo acerca de uma ideia particular, deveria estar seguro de que entendew as objegbes eas posigbes de seus adversérios mais articulados. Vocé deveria descobrit se suas prOprias opinides so sustentadas pelo conhecimento adequado das ideias oponentes ou pelas fsas concepedes delas. Faca esta distingio vendo se vocé pode ou indo enunciar as objegdes e as posigdes de seus opositores de forma que eles fiquem satisfeitos. Mesmo que consiga fazé-lo, vocé nao pode ter certera de estar correto acerca de suas proprias ideias, mas a chance de estar certo & consideravelmente maior se vocé passar no teste. Suponha que, durante uma discordancia entre duas pessoas, AB, vocé nota que a pessoa A repetidamente enuncia seu ponto de vsta,enquanto 8 enun- cia claramente tanto a sua propria posi¢ao como ada pessoa A.Quem estara provavelmentecorreto? (nse antes de era rsposta abaixo!) Verifique sua resposta ‘Quem sabe com certeza? A pessoa 8 pode tera perspicicia de um advogado, que pode ssustentarvrios pontos de vista e ainda assim estar ineartete, Nao pademos ter certeza acerca do"eutrorapaz”O teste para corregao ou incorrego sugerido aqui nao é um ‘teste paras outros, mas de vo# e para voc® Ele pode auxiliar em seu desenvolvimento ‘pessoal Quando vocétenta articular as idelas de seus antagonistas esta preparado, ‘como os centistas, para altear suas opinides e descobrirevidéncias contrarias as suas _ropriasideias-eviéncia que pode modificar seus pontos de vista.O crescimento inte- lectual com frequénciachega dessa manelta. Embora a nogio de ser familiarizado com os pontos de vista contrétios parega ra- ‘2odivel A maioria das pessoas pensantes, a noco oposta ~ protegendo-nos e a outros de ideias contedrias— tem sido mais amplamente praticada, Temos sido ensinados a desa- creditar de ideias nao populares sem entendé-las no contexto apropriado. Com uma visdo retrospectiva, podemos ver que muitas das ‘profundas verdades", pedras-mestras de civilizagées inteiras, eram meros reflexos da ignorincia que prevalecia na época. “Muitos dos problemas que importunavam as sociedades provinham dessa ignorancia ¢ das falsas concepedes resultantes; muito do que era sustentado como verdade simples- mente néo era verdadciro, Isto nio € restrto a0 passado. Cada avango cientifico é ne- cessariamente incompleto e parcialmente impreciso, pois 0 descobridor enxerga com os antolhos" do dia, e consegue se livrar de uma parte, apenas, dos impedimentos. ® Ciéncia, arte e religiao Anise ota sgliicado no mando & oss vols tem omado difrents formas: uma € ciéncia, outa éaarte e outra éa religido. Embora as razes de todas as ts remeta a milhares de anos, as tradigdes cientifcas sio relasivamente recentes. Mais importante, os dominios da ciéncia, da arte e da religido sio diferentes, embora clas com frequéncia se superponham. A ciéncia esté principalmente engajada em des- cobrir e registrar fenémenos naturais, as artes dizem respeito& interpretacao pessoal ¢& ativa ea religiio remete & origem, propésito e significado de tudo, arte sio compardveis. Na arte literiria, descobrimos o que € posstvel za experigncia humana. Podemos aprender sobre emogées que vio da angistia 20 amor, mesmo que nio as tenhamos experimentado, As artes nio necessariamente nos de Repu de cour, ou de ou materia opc, coca lo dsl de un cl pa Tinie canpe deo evurques se = PSEUDOCIENCIA = 0s tempos pré-clentificos, qualquer tentativa de dominar a naturezasignificava forea-ta contra sua propria vortade,A naturezatinha desersubjugada,geralmente com algum tipo de ‘magia ou por meto do que estivesse acimada natureza 0 sobre- natural. ciénciafazo opostoe opera dentro das leis natura, (Os métodos clentiticos tm revelado conflanga no sobrenatural || pseudocientistas estio por todo lugar geralmente bem sucedidos ‘em recrutar aprendizes por dinhelro au trabalho,e poem parecer 'multoconvincentes mesmo para pessoas aparentemente tad +5, Nas lvrarias seus livros suplantam grandemente em numero ‘slivtos sobre cléncia,O vice centiico eta prosperando ‘Quatro séculs atras, durante suas vidas curtase dices a 'maioria das pessoas eram dominadas por superstiges demo. nos, doencas e magicas. vida era cruel nos tempos medieval Somente com enorme esfargo os humanos lograram adquiir

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