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ADMINISTRAÇÃO DO PORTO DE SÃO

FRANCISCO DO SUL - APSFS

Atualização do Plano de
Desenvolvimento e Zoneamento do
Porto de São Francisco do Sul

7° Relatório – PDZ Final


Tomo I
Versão Revisada

Outubro / 2003

PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE


E CONSULTORIA LTDA
7° RELATÓRIO: PDZ FINAL – TOMO I - REVISADO

Plano de Desenvolvimento e
Zoneamento do Porto de São Francisco
do Sul

PETCON – PLANEJAMENTO EM TRANSPORTES E CONSULTORIA LTDA.


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Tel.: (61) 226-7273/325-7517 • Fax: (61) 226-2114 E-MAIL: petcon@petcon.com.br
Sumário Geral

Apresentação

TOMO I

PRIMEIRA PARTE - Área do Porto Organizado


Capítulo 01
A Á R E A D O P O R T O O R G A N I Z A D O D E S Ã O F R A NC I S C O
DO SUL

SEGUNDA PARTE - Cadastro Físico do Porto


Capítulo 02
A Á R E A D E I NF L U Ê N C I A D O P O R T O D E S Ã O
F R A NC I S C O D O S U L

Capítulo 03
C O N D I Ç ÕE S D O M E I O A M B I E N T E

Capítulo 04
A C E S S OS A O P OR T O

Capítulo 05
I N S T A L A Ç ÕE S F Í S I C A S

Capítulo 06
T E R M I N A I S E S P E C I A L I Z A D OS

Capítulo 07
F O R M A S E P R O C E S S OS O P E R A C I O NA I S
Capítulo 08
FORÇA DE TRABALHO

TERCEIRA PARTE - Projeção dos Fluxos de Cargas e


Análise da Frota de Navios

Capítulo 09
A N Á L I S E D A M O V I M E NT A Ç Ã O A T U A L D E C A R G A S

Capítulo 10
PREMISSAS PARA A AVALIAÇÃO DO
I N C R E M E NT O D A M O V I M E NT A Ç Ã O D E C A R G A S

Capítulo 11
P R OJ E Ç Õ E S D E M O V I M E N T A Ç Ã O

Capítulo 12
A N Á L I S E D A F R OT A D E N A V I O S

QUARTA PARTE - Análise e Diagnóstico Operacional

Capítulo 13
A SITUAÇÃO OPERACION AL ATUAL

Capítulo 14
ANÁLISE E DEFINIÇÃO DAS NECESSIDADES
TOMO II

Capítulo 01
A N Á L I S E D A S A L T E R NA T I V A S P R OP O S T A S

Capítulo 02
OS A C E S S O S A O P O R T O

Capítulo 03
P R OP O S T A S D E D E S E NV O L V I M E N T O E Z ON E A M E N T O NO
CURTO PRAZO

Capítulo 04
P R OP O S T A S D E D E S E NV O L V I M E N T O E Z ON E A M E N T O NO
MÉDIO PRAZO

Capítulo 05
P R OP O S T A S D E D E S E NV O L V I M E N T O E Z ON E A M E N T O NO
LONGO PRAZO

Capítulo 06
DIRETRIZES PARA OBTENÇÃO DE RECURSOS

Capítulo 07
C O N S I D E R A Ç Õ E S F I NA I S
Apresentação

A
PETCON – PLANEJAMENTO EM TRANSPORTE E
CONSULTORIA LTDA., contratada pela Administração do
Porto de São Francisco do Sul – APSFS, tem a satisfação de
apresentar o Relatório Final referente à “Atualização do Plano de
Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de São Francisco do Sul”.

Este documento é constituído de duas grandes seções, apresentadas em


tomos distintos, a saber:

1. o TOMO 1 refere-se à parte básica dos estudos realizados, desde a


redefinição da área do porto organizado até a definição das
necessidades de desenvolvimento, passando pelo cadastro das
instalações físicas, descrição dos métodos e processos operacionais
utilizados presentemente, a avaliação dos fluxos de cargas e da
frota de navios a demandarem o porto, no futuro, a análise dos
indicadores de desempenho e o diagnóstico operacional,
2. o TOMO 2 inicia-se com a avaliação das diversas propostas de
desenvolvimento de instalações especializadas, verificando a
compatibilidade com as necessidades definidas na fase anterior,
com base nas projeções de fluxos de cargas e das características
dos navios a serem utilizados; em seguida procede-se à discussão
final dos problemas de acesso ao porto, definindo as soluções mais
adequadas, concluído-se com as propostas de desenvolvimento e
zoneamento nos horizontes de curto prazo (5 anos), médio prazo
(dez anos) e longo prazo (vinte anos).

Em conclusão de todo o trabalho, são sugeridas as diretrizes para a


obtenção dos recursos necessários à implementação do PDZ,
complementando-se com a apresentação do Programa de Arrendamento,
conforme exigido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários –
ANTAQ.

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PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

A ÁR E A DO P O RTO O RG A N I ZA D O
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DE SÃO FRANCISCO DO SUL

A atual área do porto organizado foi definida pela Portaria


n°1.039, de 20 de dezembro de 1993, do Ministério dos
Transportes, há quase dez anos, portanto.

Este capítulo tem por objetivo apresentar a proposta de atualização dessa


definição, levando em conta as transformações ocorridas no período,
especialmente no que se refere ás novas necessidades de espaço para
desenvolvimento, com a visão de abertura de oportunidades para o
crescimento da atividade.

Ao mesmo tempo, a nova definição da área do porto organizado de São


Francisco do Sul leva em conta as relações com a cidade, cujo caráter
histórico e cultural recomenda cuidados especiais. Neste particular, a
implementação de novos projetos em terminais arrendados implicou em
compromissos específicos de ações mitigadoras, assumidos com a IPHAN,
no chamado projeto Monumenta, de preservação e recuperação da área
urbana de importância.

Assim, a nova área deverá ser traçada a partir da identificação dos espaços
de interesse para o desenvolvimento físico e operacional do porto,
levando-se em conta os termos da Lei n° 8.630/93 e a relação porto-cidade,
atendendo aos compromissos ambientais de natureza histórico-cultural.

Inicialmente, foram executados trabalhos de topografia de precisão e


geodésia necessários à definição da nova poligonal para a nova área,
incluindo-se o cálculo de coordenadas e a elaboração de desenhos.
Com base nos estudos e levantamentos procedidos, a nova área do porto
organizado de São Francisco do Sul apresenta poucas alterações em
relação à atual, estabelecida pela Portaria 1.039, de 20 de dezembro de 1993,
do Ministério dos Transportes.

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PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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1.1. A ATUAL ÁREA DO PORTO ORGANIZADO
O conceito de área do porto organizado foi introduzido pela lei n° 8.630,
de 26 de fevereiro de 1993, a qual estabelece na alínea IV do parágrafo 1°
de se art. 1°, a seguinte definição:

“Área do porto organizado: a compreendida pelas instalações


portuárias, quais sejam, ancoradouros, docas, cais, pontes e
píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns,
edificações e vias de circulação interna, bem como pela infra-
estrutura de proteção e acesso aquaviário ao porto, tais como
guias correntes, quebra mares, eclusas, canais, bacias de
evolução e áreas de fundeio, que devam ser mantidas pela
Administração do Porto, referida na Seção II do Capítulo VI
desta Lei”

Assim, a área do porto organizado abrange, além das instalações


portuárias, a infra-estrutura de proteção e acesso aquaviário ao porto.

A Portaria 1.039, de 20 de dezembro de 1993, definiu, pela primeira vez, a


área do porto organizado de São Francisco do Sul como sendo constituída:

a. pelas instalações portuárias terrestres existentes na margem leste da


Baía de Babitonga, desde a extremidade sul, na foz do rio Pedreira,
a te a extremidade norte, na Ponta do Rabo Azedo, abrangendo
todos os cais, docas, pontes e píeres de atracação e de acostagem,
armazéns, edificações e em geral e vias internas de circulação
rodoviárias e ferroviárias e ainda os terrenos ao longo dessas áreas
e em suas adjacências pertencentes à União, incorporados ou não
ao patrimônio do porto de São Francisco do Sul ou sob sua guarda
e responsabilidade.
b. pela infra-estrutura de proteção e acessos aquaviários,
compreendendo as áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de
acesso e áreas adjacentes a este, até as margens das instalações
terrestres do porto organizado, conforme definido no item “a” desta
Portaria, existentes ou que venham a ser construídas e mantidas
pela Administração do Porto ou por outro órgão do Poder Público.

Embora haja disposição explícita na citada portaria, de que “a


Administração do Porto de São Francisco do Sul fará a demarcação em
planta da área definida”, não foram obtidas cópias do referido desenho.

Dessa forma, a implantação de novas instalações terrestres, as mudanças


que tenham ocorrido com relação aos acessos rodoviários e ferroviários e
demais elementos definidores da área do porto organizado carecem podem
ter provocado mudanças na delimitação física ,desse espaço, podendo
gerar conflitos entre os diversos agentes públicos e privados que atuam no
porto e na cidade.

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PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A atualização da área do porto organizado deverá, portanto, além de
definir, delimitar com precisão as instalações terrestres e a infra-estrutura
de acesso e abrigo existentes

1.2 Investigações Iniciais

Como primeiro passo, a equipe de consultores da PETCON realizou, no


período de 10 a 19 de março, diversos levantamentos necessários à perfeita
caracterização da situação atual apresentada pela atividade portuária em
São Francisco do Sul, ouvindo as opiniões das diversas partes interessadas
– a administração do porto, a Prefeitura Municipal, empresários e usuários,
operadores portuários e de transportes terrestres, agentes logísticos e
diversos outros atores, visualizando detectar possíveis conflitos na relação
porto-cidade, aquilatando a importância histórica e cultural do ambiente,
de modo a fundamentar, de forma adequada, a proposição da atualização
da APO ou área do porto organizado.

1.2.1. Levantamentos de Campo e Entrevistas

Os primeiros levantamentos realizados buscaram, assim, verificar as atuais


características da área do porto de São Francisco do Sul, abrangendo a
parte física e operacional e as relações com os principais usuários e demais
atividades urbanas, com destaque para os aspectos de valor turístico,
histórico e cultural.

Foram levantados dados com relação aos acessos terrestres – rodoviário e


ferroviário - e acesso aquaviário ou marítimo, de modo a possibilitar as
análises acerca do mapeamento físico e operacional do porto, verificando
as atuais condições desses acessos, tendo em vista a demanda dos fluxos
de carga oriundos ou destinados à movimentação portuária e identificando
eventuais pontos de estrangulamento.

Os levantamentos de dados abrangeram não apenas as áreas sob domínio


ou de propriedade da APSFS como também as instalações de propriedade
ou domínio privado, situadas no perímetro do porto, verificando os
processos logísticos e operacionais empregados em cada uma delas e suas
relações com as demais instalações portuárias.

Para que se possa definir, de forma plena, a área do porto organizado,


torna-se necessário, ainda, que se consolide a visão de futuro acerca da
dinâmica da atividade, levando em conta as perspectivas apontadas pelos
envolvidos no processo, administração do porto, agentes, operadores e
usuários, as quais foram objeto de diversas análises e avaliações por parte
da equipe técnica da PETCON.

Nesse sentido, no período dos levantamentos, foram realizadas, também,


extensas entrevistas com os diversos agentes envolvidos, dentre eles:
agentes de navegação, operadores portuários, empresas detentoras de

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terminais retroportuários, Prefeitura Municipal e principais usuários,
buscando identificar os planos de ampliação da capacidade instalada e as
perspectivas futuras dessas empresas no que diz respeito ao fluxo
projetado de cargas para movimentação através do porto de São Francisco
do Sul.

Com relação aos órgãos municipais entrevistados, o objetivo foi verificar


qual a visão com respeito à relação porto-cidade, considerando os projetos
de expansão portuária e de investimentos em recuperação/ampliação da
malha viária de acesso ao porto.

Com base em todas essas definições, foi possível montar o panorama


futuro para a área do porto organizado de São Francisco do Sul, de modo a
harmonizar-se com o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento – PDZ que
é o objetivo central do trabalho contratado.

1.2.2. Áreas de Interesse para Inclusão na Área do


Porto Organizado

1.2.2.1 Terminal Turístico de Passageiros

O Programa de Preservação do Patrimônio Cultural Urbano – Programa


Monumenta – delineado para a recuperação sustentável do patrimônio
histórico urbano de São Francisco do Sul, abrange a área da cidade
tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, resultante de um contrato de empréstimo firmado entre o BID e
a República Federativa do Brasil.com a interveniência da Prefeitura
Municipal.

A cidade de São Francisco do Sul foi selecionada dentre as vinte primeiras


para se candidatar aos recursos do programa, conforme a lista de
prioridades de conservação, elaborada pela Comissão Especial nomeada
pelo Ministro da Cultura em outubro de 2000, sendo a área de abrangência
do projeto definida entre o trecho da orla que vai do Museu Nacional do
Mar até o Museu Histórico, incluindo todas as instalações portuárias
rudimentares existentes.

As instalações portuárias destinadas, atualmente, à movimentação de carga


encaixam-se nesse cenário, por eatarem localizadas em espaço adjacente
ao centro histórico da cidade, o qual deverá ser recuperado pelo projeto
MONUMENTA.

Ao mesmo tempo, o crescimento intenso da movimentação de cargas, ao


longo dos últimos anos, necessita de novas áreas para expansão.

A implantação da instalação de uso privativo denominada de Terminal


Portuário de São Francisco do Sul – TERFRAN S.A, destinada à

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movimentação de produtos florestais e outras cargas, implicou na
utilização de área que tangencia o centro histórico da cidade, dentro do
Projeto Monumenta.

Para que o empreendimento se tornasse possível ocorreu a necessidade de


negociação com o IPHAN e a Prefeitura Municipal para conciliar ambos
os projetos.

Nesse sentido, foi estabelecido Termo de Ajustamento de Conduta, dando


origem ao Termo de Compromisso de Medidas Compensatórias aos
Impactos Culturais e Execução de Obras, firmado em 13 de novembro de
2000 entre a Administração do Porto de São Francisco do Sul – APSFS, o
Terminal Portuário de São Francisco do Sul S/A – TERFRAN e o Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, com anuência do
IBAMA e da FATMA, prevendo a execução de contrapartidas por parte do
porto.

Dentre as obrigações estabelecidas no Termo de Compromisso para a


APSFS e a TERFRAN, para a instalação de depósito de contêineres,
prevê-se a limitação da elevação do greide da área, o aterramento de, no
máximo, 100m da linha do píer existente à época, não podendo, em
qualquer caso, ultrapassar a atual foz do rio Pedreira. com a realização,
entre outras, das seguintes obras:

 a área aterrada deverá ter rebaixo de 3m de largura, a ser executado


no mesmo nível do pátio do Museu Nacional do Mar, em toda a
face voltada para o Centro Histórico Tombado, conforme projeto
anexo ao termo de compromisso;
 a nova área, que deverá ser entregue para uso do Museu Nacional
do Mar, deverá ser pavimentada e tratada paisagisticamente com o
plantio de árvores especificadas pelo IPHAN e IBAMA e com
alambrado de material aprovado pelo IPHAN;
 adição de seis estacas de proteção na área de evolução dos navios,
conforme planta anexada;
 a realização de obras de valorização da área de lazer do Museu
Nacional do Mar;
 a realização de obras que permitam a atracação de embarcações de
tipo “escunas de passeio” no trapiche do Museu Nacional do Mar,
através da execução de flutuantes, mediante projeto a ser
desenvolvido.

Os compromissos assumidos extrapolam a área do porto organizado atual,


demonstrando a necessidade de novo delineamento, abrangendo, agora, os
espaços de interesse de atividades náuticas frente à cidade.

Ademais, os projetos de desenvolvimento das atividades de turismo em


São Francisco do Sul, estudam a viabilidade de ser construído um terminal
para navios de cruzeiros marítimos, expandindo o que se previa
originalmente no Termo de Compromisso estabelecido.

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Assim, área do porto organizado deverá contemplar esse novo espaço,
onde novas instalações deverão ser estabelecidas, sendo conveniente
estarem sob a jurisdição e controle da Autoridade Portuária, seja por
destinar-se a futuras áreas portuárias e ao desenvolvimento harmônico e
integrado com a cidade, atendendo demanda específica advinda do
desenvolvimento do turismo regional.

A área proposta seria estendida dos limites atuais da Portaria MT 1.039/93,


até o Mercado Público Municipal, conforme ilustrado a seguir.

Museu Nacional
do Mar

Atual Limite
portuário

Futuro Terminal Mercado Público


Turístico Municipal

1.2.2.2 A Ponta do Rabo Azedo


A Ponta do Rabo Azedo está indicada, atualmente, como limite da área do
porto organizado, sem, entretanto, definir, de forma adequada e mais
completa, os terrenos e instalações portuárias abrangidos.

Além de exercer papel de abrigo dos ventos de do quadrante SW, reinantes


na região, o morro da Bela Vista, situado na referida ponta, apresenta-se
como única alternativa de expansão portuária de São Francisco do Sul,
utilizando áreas contíguas.

Ao mesmo tempo, os acessos rodoviários ao porto poderão servir-se da


alternativa de ladearem os limites do Morro, o qual, ainda, poderá abrigar
instalações de armazenagem de cargas, resguardados os cuidados e
implicações ambientais e urbanos.

A inclusão desses terrenos na área do porto organizado tem como objetivo


a preservação da garantia de seu uso futuro para a atividade portuária,
mesmo considerando as dificuldades de sua ocupação, sendo necessário o
levantamento mais detalhado de dessa área, para melhor conhecimento dos
atuais ocupantes e usuários.

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Dentre os fatores limitantes ao uso e ocupação, destacam-se a possível
necessidade de relocalização de parte da comunidade que habita
atualmente a área e o atendimento a possíveis restrições ambientais.

De qualquer modo, as áreas circundantes do Morro da Bela Vista deverão


servir especialmente para a ampliação ou reformulação dos acessos
rodoviário e ferroviário ao porto, o que resultará, certamente, em benefício
para os atuais habitantes da Vila que ali se localiza.

A fotografia seguinte destaca a área indicada.

Área da Cidade

Área Portuária

Morro do
Bairro Bela
Vista

Ressalta-se, nesse caso, que parte da área localizada no morro da Bela


Vista já é de propriedade do porto de São Francisco do Sul e do grupo
Bunge Alimentos S/A.

1.3.Levantamento Topográfico da Área


Com a definição das instalações e terrenos que deverão ser incluídas
dentro dos limites da área do porto organizado, foi realizado o
levantamento topográfico de precisão de toda o espaço a ser abrangido,
com a finalidade de sua indicação em planta.

Os dados topográficos serviram, também, de base para o estudo dos


acessos terrestres ao porto nas fases seguintes dos trabalhos.

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1.4. Áreas Indicadas para a Futura Expansão
Portuária
A busca por novas áreas de expansão para o porto, visto que já se
encontram restritos os espaços contíguos disponíveis, seja para instalações
de acostagem, seja na retroárea, inclusive quanto às dificuldades de acesso
terrestre, foram analisadas as margens próxima ao porto da foz do rio São
Francisco do Sul e Baia da Babitonga, desde a Ponta das Laranjeiras e a
Ponta do Sumidouro.

A primeira está a jusante do porto atual, em local bem abrigado e com


profundidades razoáveis, necessitando, entretanto de obras de dragagem de
aprofundamento e definição de balizamento.

A Ponta do Sumidouro situa-se próxima à entrada do canal de acesso.

As demais áreas analisadas ao longo das margens do rio São Francisco do


Sul apresentam problemas de baixas profundidades, não sendo indicadas,
dessa forma, para a possível expansão do porto.

As áreas indicadas são analisadas a seguir, com mais detalhes.

a. Ponta das Laranjeiras


A Ponta das Laranjeiras está localizada a cerca de 10km à montante do
porto atual próximo ao terminal de ferry-boat que atravessa a baía da
Babitonga.

Essa área foi considerada em estudo anterior, desenvolvido pela


consultoria Han Padron, através de convênio firmado entre a
Administração do Porto de São Francisco do Sul – APSFS e a Federação
das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC. A empresa consultora
indicou em sua “Proposta para preparação do Plano Diretor de
Desenvolvimento, no Curto e Longo Prazo, do Porto de São Francisco do
Sul” a Ponta das Laranjeiras como sendo terreno com grande potencial
para a expansão portuária, alertando, entretanto, para a necessidade de
avaliação técnica mais detalhada, citando apenas que a mesma possui
aparentemente excelentes elevações e profundidades..

Esta área também se encontra contemplada em documento de apresentação


do porto como local de investimentos no longo prazo.

Em função da indicação feita nos estudos encomendados pelo porto com


relação à potencialidade da área da Ponta das Laranjeiras, empresários
privados locais já estão desenvolvendo estudos ambientais e de
engenharia,

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A ligação rodoviária para o local já existe, embora ainda necessite de
melhoramentos, enquanto que a ferroviária está a apenas cerca de 3km de
distância.

O acesso marítimo, entretanto demanda maiores estudos, pois, apesar de


apresentar boas profundidades, existe grande trecho que necessitaria de
dragagem de aprofundamento para permitir à aproximação dos navios.

A área indicada pode ser visualizada na fotografia a seguir.

Porto de São
Ponta das Francisco do Sul
Laranjeiras

b. Ponta do Sumidouro
A alternativa que considera a Ponta do Sumidouro como futura área de
expansão portuária foi levantada nos “Estudos Específicos para Análise de
Movimentação Portuária – Porto de São Francisco do Sul”, elaborados
pela Empresa Brasileira de Planejamento em Transportes – GEIPOT e
publicados em agosto de 1994.

A área fica localizada cerca de 15km à jusante do porto, próximo à entrada


do canal de acesso, conforme mostrado a seguir.

Por se tratar ainda de região com reduzida ocupação humana, a Ponta do


Sumidouro apresenta problemas de acesso terrestre.

Estima-se que, para interligar a área ao atual sistema viário, seria


necessária a construção de cerca de 15km de rodovia e 15km de ferrovia.

Entretanto, a localização próxima ao canal de acesso do porto, registra


profundidades naturais da ordem e 12m a 18m próximas à margem.

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Ponta do
Sumidouro

Porto de São
Francisco do Sul

O caráter preliminar dos estudos do GEIPOT indica a necessidade de


serem realizados levantamentos técnicos dos terrenos na região, visando
verificar a adequação e o seu melhor ponto de implantação de terminais.

Além das localizações mencionadas, levanta-se, ainda, a denominada de


Ponta da Trincheira, na margem esquerda da foz do rio.

Embora apresente destacados atrativos quando as profundidades


disponíveis, há a quase completa falta de infra-estrutura de acesso
terrestre, não se indicando, no momento, como possível área de expansão
portuária.

Para a visualização das áreas indicadas como de interesse para a expansão


portuária, foi utilizado o processo de digitalização das cartas náuticas n°s
1804, Porto de São Francisco do Sul, e 1805, Baia da Babitonga.

Os desenhos finalizados estão apresentados em anexo.

1.5 Implicações da Inclusão de Terrenos de Domínio


Privado na Área do Porto Organizado
A inclusão de qualquer das localizações indicadas para a expansão
portuária na área do porto organizado, acarreta conseqüências e
implicações cuja natureza necessita ser devidamente avaliada, de modo a
embasar as decisões da Autoridade Portuária ao pleiteá-la perante a
administração pública federal. São mostradas, em seguida, essas
implicações.

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A lei n° 8.630/93 estabelece, em seu art. 4° e parágrafos que

“fica assegurado ao interessado o direito de


construir, reformar, ampliar, melhorar, arrendar e explorar
instalação portuária, dependendo de autorização do ministério
competente, quando se tratar de terminal de uso privativo,
desde que fora da área do porto organizado, ou quando o
interessado for titular de domínio útil do terreno, mesmo que
situado dentro da área do porto organizado”.

A regra acima exposta pode ser interpretada das seguintes formas:

1. O titular de domínio útil de terreno poderá obter autorização do


Ministério competente para construir, reformar, ampliar,
melhorar, arrendar e explorar instalação portuária quer esteja
dentro ou fora da área do porto organizado; ou, ainda,
2. quando o requerente é titular do domínio útil do terreno, o seu
direito de construir, reformar, ampliar, melhorar, arrendar e
explorar instalação portuária não está sujeito à licitação para
arrendamento e contrato com a autoridade portuária, mas de
autorização direta do ministério competente.

Assim, a inclusão de uma área ou terreno de titularidade de terceiros na


área do porto organizado não altera o mecanismo de obtenção do direito
do interessado em construir, reformar, ampliar, melhorar, arrendar e
explorar instalação portuária, o qual, em ambos os casos, depende apenas
de autorização do Ministério competente, resultando em contrato de
adesão entre o titular do terreno e a União, representada pelo Ministério.

No entanto, os terminais ou instalações portuárias situadas fora da área do


porto organizado não estão sujeitas às regras e controles da Autoridade
Portuária ou do Conselho de Autoridade Portuária, inclusive no que se
refere à utilização de mão-de-obra avulsa e permanente.

Se tais instalações forem de uso privativo (exclusivo ou misto), dentro ou


fora da área do porto organizado, não estarão sujeitas às normas e
regulamentos ou às tarifas do porto (as cláusulas relativas aos direitos e
deveres dos usuários, com as obrigações correlatas do contratado e as
sanções respectivas, somente se aplicam às instalações de uso público).

Essa relativa liberdade decorre de que, por óbvias razões, na situação de


uso exclusivo, essas instalações são utilizadas apenas para movimentar
cargas do próprio titular, ou seja há um único usuário que é ele mesmo.

Para as instalações privativas de uso misto as relações com terceiros são


reguladas, exclusivamente, pelas normas de direito privado, sem
participação ou responsabilidade do poder público (§.2o do Art. 6o da lei
8.630/93).

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A vantagem que se apresenta é a de que, na interpretação direta da lei n°
8.630/93, o titular do domínio útil do terreno situado na área do porto
organizado poderá explorar instalação de uso privativo (exclusivo ou
misto) ou de uso público.

Em qualquer caso, entretanto, se o acesso aquaviário à instalação implicar


na utilização da infra-estrutura de abrigo e acesso do porto organizado, o
titular estará sujeito ao pagamento de taxas à Autoridade Portuária.

A questão dos investimentos em obras de dragagem ou de abrigo e a


sinalização náutica complementares até a instalação, quando necessários,
dentro ou fora da área do porto organizado, deverá ser objeto de
negociação entre os interessados.

A Resolução n° 55 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários –


ANTAQ, ao estabelecer a “Norma sobre Arrendamento de Áreas e
Instalações Portuárias destinadas á Movimentação e Armazenagem de
Cargas e ao Embarque e Desembarque de Passageiros”, embora não tenha
poderes de alterar a lei estabelecida, interpreta de forma diferente a
questão das instalações de uso privativo, colocando-as, restritivamente,
apenas fora da área do porto organizado, ao estabelecer, em seu art. 4o
que as áreas e instalações arrendadas na área do porto organizado serão
sempre de uso público.

A inclusão eventual de novos espaços na Área do Porto Organizado de São


Francisco do Sul deve levar em conta as implicações demonstradas.

1.6 A Nova Área do Porto Organizado


Com base nos estudos e levantamentos procedidos, a nova área do porto
organizado de São Francisco do Sul apresenta poucas alterações em
relação à atual, estabelecida pela Portaria 1.039, de 20 de dezembro de
1993, do Ministério dos Transportes.

Como se propõe, o limite da extremidade sul da área estende-se, agora, até


o Mercado Central da cidade, abrangendo toda o Centro Histórico
tombado pelo IPHAN, onde são previstas intervenções da Autoridade
Portuária em cumprimento de termos de ajuste de conduta decorrentes da
expansão das instalações do TERFRAN.

Para a outra extremidade mantém-se o limite da Ponta do Rabo Azedo,


detalhando-se com mais precisão as áreas terrestres abrangidas, resultando
no desenho em planta da nova área, com a definição das coordenadas da
poligonal apresentada a seguir.

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(INSEREIR PLANTA DA ÁREA DO PORTO
ORGANIZADO DE SÃO FRANCISCO DO
SUL – ARQUIVO AUTOCAD)

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A nova área do Porto organizado de São Francisco do Sul terá, assim, a
seguinte definição, na forma de minuta de decreto:

DECRETO Nº nnnn, DE dd DE mmmm DE 2003

Regulamenta a delimitação da área do Porto


Organizado de São Francisco do Sul, suas
instalações, infra-estrutura e planta
geográfica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe


confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e de acordo com o art.
5º da Medida Provisória nº 2.217-3, de 4 de setembro de 2001,

DECRETA:

Art. 1º A área do Porto Organizado de São Francisco do Sul, no


Estado de Santa Catarina, é constituída:
I - pelas instalações portuárias terrestres e marítimas, delimitadas
pela poligonal definida pelos vértices de coordenadas geográficas a
seguir indicadas:

Ponto A: Latitude "S, Longitude: "W;


Ponto B: Latitude 3º 43` 06"S, Longitude 038º 28` 44"W;
Ponto C: Latitude 3º 43` 16"S, Longitude 038º 29` 00"W;
Ponto D: Latitude 3º 43` 16"S, Longitude 038º 29` 27"W;
Ponto E: Latitude 3º 42` 40"S, Longitude: 038º 29` 27"W;
Ponto F: Latitude 3º 41` 55"S, Longitude 038º 30` 38"W;
Ponto G: Latitude 3º 41` 00"S, Longitude 038º 30` 38"W;
Ponto H: Latitude 3º 41` 00"S, Longitude 038º 26` 48"W;
Ponto I: Latitude 3º 42` 38"S, Longitude: 038º 26` 48"W;
Ponto J: Latitude 3º 43` 14"S, Longitude 038º 28` 09"W;
Ponto K: Latitude 3º 43` 00"S, Longitude 038º 28` 10"W;

abrangendo todos os cais, docas, pontes, píeres de atracação e de


acostagem, armazéns, silos, rampas ro-ro, pátios, edificações em
geral, vias internas de circulação rodoviária e ferroviária e ainda os
terrenos ao longo dessas faixas marginais e em suas adjacências,
pertencentes à União, incorporados ou não ao patrimônio do Porto de
São Francisco do Sul ou sob sua guarda e responsabilidade;

II - pela infra-estrutura de proteção e acesso aquaviário, tais como


áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de acesso e áreas
adjacentes a este, até as margens das instalações terrestres do porto

15
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organizado, conforme definido no inciso I deste artigo, existentes ou
que venham a ser construídas e mantidas pela Administração do
Porto ou por órgão do Poder Público.
Parágrafo único. A Administração do Porto de São Francisco do Sul
fará a demarcação em planta da área definida neste artigo.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

16
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Capítulo

A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO
2
P O RTO D E S Ã O
FRANCISCODO SUL

O porto de São Francisco do Sul está situado em local


geograficamente privilegiado na ilha de São Francisco do
Sul, litoral norte do estado de Santa Catarina, a 215
quilômetros da capital Florianópolis.

São Francisco do Sul é uma ilha oceânica, cercada por outras 24 ilhas, com
muitas praias e mar navegável. Situa-se entre Itapoá – na divisa com o
Paraná – e Barra do Sul.

As coordenadas geográficas do porto são:

 Latitude: 26o 14’ S


 Longitude: 48o 42’ W

A proximidade do município de Joinville, o mais importante centro


industrial de Santa Catarina, e de inúmeras cidades com base fabril e
agrícola, como Blumenau, Pomerode, Jaraguá do Sul, Brusque, além de
Itajaí, entre outras, bem como do limite estadual com o Paraná, é uma das
características locacionais mais destacadas do porto de São Francisco do
Sul.

A tabela a seguir apresenta as distâncias rodoviárias entre importantes


cidades e portos das regiões Sul e Sudeste e o porto de São Francisco do
Sul.

17
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Porto de São Francisco do Sul
Distâncias Rodoviárias às Principais Cidades
e Portos da Região

Distâncias Distâncias
Localidades Localidades
(km) (km)
Rio de Janeiro 1.000 Chapecó 561
Campinas 680 Florianópolis 200
São Paulo 580 Joinville 40
Maringá 620 São Bento do Sul 134
Curitiba 180 Porto Alegre 720
Foz do Iguaçu 851 Buenos Aires 1755
Blumenau 105 Porto de Itajaí 117
Criciúma 374 Porto de Imbituba 273
Jaraguá do Sul 59 Porto de Rio Grande 1.100

2.1. Área de Influência


Modernamente, a delimitação da área de influência de qualquer porto vem
se tornando tarefa das mais difíceis e imprecisas. Fatores como a logística
interna das empresas, as variações nos custos de transportes e a dinâmica
dos itinerários das linhas de navegação regular fazem com que os portos
recebam e despachem cargas das mais diversas origens e destinos,
podendo-se afirmar que a área de influência de um porto varia de acordo
com cada tipo de mercadoria.

No caso do porto de São Francisco do Sul, por exemplo, as cargas


frigorificadas embarcadas, como carnes, frutas, sucos, etc., são
provenientes de todos os estados do Sul do país e ainda de São Paulo,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.

Os produtos industrializados exportados através do porto (com destaque


para os eletro-eletrônicos, artigos têxteis, móveis e revestimentos
cerâmicos) são provenientes, principalmente, dos estados da Região Sul,
com destaque para importantes cidades industriais catarinenses - Joinville,
Pomerode, Blumenau, Jaraguá do Sul e outras.

Outros produtos de destaque na pauta de exportações realizadas pelo porto


são o farelo e o óleo de soja, proveniente dos mesmos estados citados para
as cargas frigorificadas.

As mercadorias importadas têm como destino final principal os estados do


Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

18
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MT

GO

MG
Área MS
de SP
Influência

2.2. Indicadores Sócio-Econômicos


O estado de Santa Catarina destaca-se por possuir uma economia forte,
estável e diversificada, em crescimento constante e que tem nas
exportações um dos segredos de seu equilíbrio.

O setor industrial catarinense cresceu 40 vezes nas últimas quatro décadas,


contra 17 vezes da média brasileira. O produto interno bruto do estado
chegou a US$ 30 bilhões em 1996, o quinto entre todos os estados
brasileiros, apesar de sua área corresponder a apenas 1,2% da área do país.

Nos últimos vinte e cinco anos as exportações catarinenses cresceram


quase 30 vezes, enquanto a média brasileira foi de dez vezes, colocando o
estado, atualmente, como o quinto maior exportador do Brasil, com 5,7%
do volume total exportado pelo país.

Os produtos de 1.400 empresas do estado chegam a 164 países.

19
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Grande parte da competitividade desses produtos no exterior deve-se à
eficiência do porto, o qual, por sua proximidade de Joinville, a maior
cidade do estado e terceiro maior pólo industrial do sul do Brasil, tornou-
se corredor de saída preferencial dos produtos eletro-eletrônicos fabricados
na região, tais como compressores para refrigeração e autopeças.

Além disso, movimenta milhares de toneladas de farelo e óleo de soja,


artigos têxteis, móveis e revestimentos cerâmicos; as grandes
especialidades comerciais de Santa Catarina.

Com relação a cidade de São Francisco do Sul, onde está situado o porto,
são apresentados a seguir alguns indicadores sócio-econômicos relevantes
obtidos junto ao IBGE para o ano de 2000.

São Francisco do Sul


Indicadores Sócio-Econômicos

Área 541 km2


PopulaçãoResidente 32.301 Pessoas
Hospitais 1
Leitos Hospitalares 140
Matrículas no Ensino Fundamental 6.078
Matrículas (Ensino Médio) 1.528
Estabelecimentos de Ensino Fundamental 30
Estabelecimentos de Ensino Médio 4
Fonte: IBGE, Censo 2000.

20
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Capítulo

CONDIÇÕES DO MEIO
3
AMBIENTE

de
S ventos,
ão apresentadas neste capítulo as principais informações
sobre as características meteorológicas e hidrográficas da
região de São Francisco do Sul, destacando-se as condições
precipitação pluviométrica, nebulosidade, referências
planialtimétricas, marés, ondas, correntes e assoreamento.

3.1. Dados Meteorológicos

3.1.1. Ventos

Os ventos predominantes na região são os de Nordeste, Sudeste e


Sudoeste, com velocidade média variando entre 4,7 e 7,1 nós , nos meses
de março a novembro. Segundo os dados informados pela DHN da
Marinha do Brasil, durante esse período há, na média, apenas 5 dias de
calmaria.

Os ventos mais fortes são os do quadrante sul, que ocorrem geralmente nas
passagens das frentes frias e levantam o mar na barra, formando ondas que
podem atingir até 2,5m de altura. No inverno existe a ocorrência de ventos
tempestuosos do sul por mais de 48 horas.

3.1.2. Precipitação

O clima úmido com temperaturas relativamente altas é predominante na


região Sul do Brasil.

Diferentemente do resto do país, a distinção entre as estações do ano não é


o período de chuvas, mas as mudanças de temperatura.

Durante os meses de verão, que vai de novembro a março, as temperaturas


máximas variam em torno de 27oC, enquanto que, nos meses de inverno,

21
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apresentam-se temperaturas máximas ao redor dos 20oC, com uma
respectiva queda da temperatura mínima média para 12oC.

As chuvas mais fortes ocorrem durante os meses de verão, principalmente


janeiro e fevereiro (aproximadamente 16,5cm por mês). Nos meses de
inverno, atingem cerca de sete a dez centímetros por mês.

A tabela abaixo apresenta os valores médios e máximos em 24 horas de


chuvas verificadas no município de São Francisco do Sul ao longo do ano.

Porto de São Francisco do Sul


Precipitações Pluviométricas

Temporadas MESES DO ANO


de Chuvas
(cm) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Montante
17,2 16,4 14,0 13,3 10,7 7,9 7,4 8,8 10,5 12,1 11,2 10,7
Médio

Máximo em
14,8 11,3 9,1 20,8 9,0 8,2 6,5 7,0 6,4 7,3 20,6 9,8
24 horas
Fonte: Mapa de Navegação (Guia planejado para o Oceano Atlântico, 1988. Centro de Hidrografia e
Topografia, Agência de Mapeamento de Defesa, Segunda Edição, Publicação 121)

O gráfico seguinte mostra a distribuição da chuva total no estado de Santa


Catarina, conforme dados do Centro Integrado de Meteorologia e Recursos
Hídricos de Santa Catarina, onde se observe que São Francisco do Sul está
na faixa de 1.800mm a 2.000mm anuais.

Fonte: CLIMERH - SC

22
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3.1.3. Nebulosidade

Verifica-se a ocorrência de nevoeiros em aproximadamente 90 dias do


ano, no período de inverno na região, entre os meses de junho a agosto.

3.2. Dados Hidrográficos

3.2.1. Marés e Correntes

A maré tem característica de desigualdades diurnas, com o nível médio


situado 0,84m acima do nível de redução da carta náutica, no porto, e 0,7m
na ilha da Paz.

A corrente de maré varia de 2 nós a 4 nós, tanto na enchente como na


vazante, apresentando maior velocidade na barra.

Na parte norte do cais do porto a maré de vazante dificulta as manobras de


atracação e desatracação.

3.2.2 Assoreamento

Segundo o Plano Mestre para Desenvolvimento do Porto de São Francisco


do Sul, desenvolvido pela consultora Han-Padron Associates, a média de
dragagem para manter 11 metros de profundidade, entre as bóias 4 e 14 no
canal existente, é de 600.000 m3 a cada 22 meses.

A distância ao longo do canal entre estes dois pontos é de 4,6 quilômetros,


o que significa a manutenção da média de dragagem de 70 m3/ano/m.

Os volumes de dragagem projetados para a manutenção das diferentes


profundidades do canal de acesso são:

Porto de São Francisco do Sul


Volumes de Dragagem de Manutenção

Profundidade
Volumes (m3/ano)
(m)
11 328.000
12 454.000
13 545.000
14 629.000
Fonte: Plano Mestre para Desenvolvimento do Porto de São
Francisco do Sul

23
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Capítulo

A C E S S O S A O P O R TO
4
O s principais acessos hidroviários e terrestres ao porto de São
Francisco do Sul são descritos neste capítulo, desde o canal
de acesso hidroviário, os fundeadouros e a bacia de
evolução, as condições de segurança a navegação, assim como os acessos
terrestres rodoviários e ferroviários.

4.1. Acesso Hidroviário

4.1.1. Canal de Acesso

O canal de acesso ao porto possui extensão de 1,5 milhas náuticas e


largura mínima de 150m. Na entrada da baía, encontram-se profundidades
navegáveis entre 13 e 14 metros e é balizado conforme a descrição no item
relativo à sinalização.

Os problemas de profundidade e obstáculos principais à navegação e


manobras dos navios ocorrem nas proximidades do porto, devido à
ocorrência de baixios que alcançam altura acima do nível da água.

A opção de maior profundidade para a aproximação do porto é através do


Costão Norte do estuário. O segmento mais profundo do corte transversal é
ao longo da margem norte do canal, com profundidades variando entre 12
e 18 metros. Já na direção sul, ao longo do corte transversal, as
profundidades variam entre 8 e 12 m.

Ao longo da linha central de aproximação, a profundidade é de 11 a 13 m;


geralmente, porém, na aproximação do porto são encontrados baixios. Por
esta razão, os navios acessam ao porto pelo lado oeste.

Os navios, cuja praticagem é facultativa, só devem demandar o canal de


acesso ao porto quando o navegante tiver perfeito conhecimento local, em

24
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virtude dos inúmeros bancos e pedras existentes e das variações da
profundidade em alguns trechos do canal.

O canal de acesso corta o banco João Dias, com profundidades próximas


de 11m e largura de 150m a 200m, balizado por bóias luminosas
numeradas de boreste e bombordo. Após a última bóia do canal as
profundidades variam entre 10m e 20m, até a laje Grande de Baixo. Entre
esta laje e o cais do porto há várias pedras submersas, que exigem
especiais cuidados.

Com relação às condições de tráfego no canal de acesso, devem ser


observadas as seguintes normas:

 A velocidade máxima permitida nas proximidades do porto é de 8


nós;
 A ultrapassagem e o cruzamento são proibidos no canal balizado da
barra;
 As dimensões máximas recomendadas são as seguintes:
comprimento de 260m, boca de 40m, calado de 9,39m (30,8 pés)
mais a altura da maré.

4.1.2. Bacia de Evolução

As manobras em águas restritas para atracação e desatracação dos navios


ocorrem logo em frente ao porto, em espaço limitado pela presença de
obstáculos devidamente sinalizados com bóias luminosas: as lajes da Cruz
(26o14,00’S – 48o38,36’W), da Vitória e do Muchocho e o parcel da Torre.

Esses obstáculos obrigam ao uso de, pelo menos, dois rebocadores em


auxílio à evolução dos navios em atracação ou desatracação.

4.1.3. Áreas de Fundeio

Na carta náutica 1804, da Diretoria de Hidrografia e Navegação da


Marinha do Brasil (DHN) estão marcadas seis áreas de fundeadouro:

25
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Porto de São Francisco do Sul
Áreas de Fundeadouro

Área de
Destinação
Fundeio
1 Para navios com calado até 8,23m (27 pés)
2 Para navios com calado superior a 8,23m (27 pés)
Para pequenas embarcações, inclusive barcos de recreio (iates e
3
veleiros)
4 Para navios com explosivos ou cargas perigosas e de quarentena
Para navios de grande porte, carregados e com calado acima de
5
16m (52,4 pés) até o calado máximo de 18m (59 pés)
Para navios com calado inferior a 16m (52,4 pés), aguardando
6
amarração à bóia, em lastro ou em reparos

O fundeadouro no 1 está na área situada a meio do alinhamento entre a laje


Grande de Baixo (23o 13,0’S – 48o38,3’W) e o parcel da Torre (26o13,7’S
– 48o38,7’W), com profundidade de 10m e fundo de areia e lama.

O no 2 encontra-se na área centrada na posição 26o12,6’S – 48o37,8’W


(0,5m a NE da laje Grande de Baixo), com profundidade de 11m e fundo
de areia e lama. O no 3 está entre a laje do Sueco (26o14,55’S –
48o38,60’W) e a laje do Abreu de Dentro (26o14,72’S – 48o38,58’W), com
profundidade de 5m, fundo de areia e lama.

O fundeadouro no4 está definido por toda a área do canal a meio do trecho
entre o Pontal (26o10,4’S – 48o35,1’W) e a bóia luminosa da coroa dos
Pampas (26o11,6’S – 48o35,7’W), com profundidades de 20m a 28m,
fundo de areia.

O canal de acesso e os fundeadouros, com a sinalização náutica, estão


mostrados no desenho disposto a seguir.

É proibido o fundeio de qualquer embarcação fora dos fundeadouros


indicados, sem a prévia autorização da Delegacia da Capitania dos Portos,
especialmente nas áreas do oleoduto submarino e na bacia de manobras,
em frente ao cais do porto.

4.1.4. Condições de Segurança à Navegação

4.1.4.1. Sinalização Náutica e Perigos à Navegação

Os principais pontos que auxiliam a navegação e o fundeio entre a barra do


rio São Francisco do Sul e o cais do porto são os seguintes, conforme o
Roteiro Costa Sul, elaborado pela Marinha do Brasil:

26
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 Farolete Cabo João Dias – é uma torre quadrangular de alvenaria,
branca, com 4m de altura e luz de lampejo branco na altitude de 8m
com alcance de 7M. Situa-se na ponta nordeste do Cabo João Dias,
que por sua vez localiza-se a 2,5M a WNW da ilha da Paz, dominado
por um morro cujo pico mais elevado tem a altitude de 152m.
 Farolete Sumidouro – uma armação quadrangular em treliça de
fibra de vidro, branca, com luz de lampejo branco na altitude de 15m
com alcance de 8M. Localiza-se na Ponta do Sumidouro, 1,5M a
WSW do cabo João Dias.
 Farolete Trincheira – uma torre octogonal de alvenaria, com faixas
horizontais brancas e encarnadas, 8m de altura e luz de lampejo
encarnado na altitude de 9m com alcance de 10M.
 Morro Pão de Açúcar (26o14,2’S – 48o37,4’W) – A leste da cidade
de São Francisco do Sul e ponto mais elevado de suas cercanias, tem
no cume (180m) um cruzeiro visível a grande distância.

Alguns dos principais obstáculos e perigos à navegação encontrados na


região, com suas respectivas sinalizações, estão listados a seguir.

 Pedra do Lobo – sempre descoberta, na marcação 025o e distância


de 0,9M do farol Ilha da Paz.
 Pedra da Baleia – sempre descoberta, na marcação 040o e distância
de 0,78M do farol Ilha da Paz.
 Ilhas da Sororoca Grande e Pequena – baixas e com pedras à
volta, na marcação 196o e distância de 0,5M do farol Ilha da Paz.
Junto delas há um casco soçobrado.
 Pedra – na profundidade de 7,9m, marcação 206o e distância de
1,2M do farol Ilha da Paz. É balizada pela bóia luminosa de
bombordo no 2.
 Pedra – na profundidade de 8,8m, marcação 208o e distância de
1,3M do farol Ilha da Paz.
 Pedra do Cação – sempre descoberta, na marcação 196o e distância
de 1,78M do farol Ilha da Paz.
 Pedra do Filhote do Cação – sempre descoberta e com um alto-
fundo ao sul, na profundidade de 7,5m, marcação 200o e distância de
1,76M do farol Ilha da Paz.
 Pedra da Corvina – sempre descoberta e com outra pedra submersa
ao norte, na profundidade de 6m, marcação 210o e distância de
1,75M do farol ilha da Paz.
 Banco João Dias – com profundidades entre 5m e 9m, ocupando
toda a barra do rio São Francisco do Sul. É cortado por um canal com
profundidades próximas de 10m e balizado, por onde deve ser
efetuado o acesso ao porto.

No trecho a oeste do canal da barra, até a área fronteira ao porto, devem


ser evitados os seguintes perigos:

27
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 Banco da Galharada – extenso e com grande área cobrindo e
descobrindo (na baixa-mar). Sua borda junto ao canal corre na linha
de marcação 050o do farolete Trincheira e estende-se por 1,4M. Seu
extremo nordeste é balizado por bóia luminosa de boreste.
 Coroa dos Pampas – cobrindo e descobrindo (na baixa-mar), com
sua borda junto ao canal na linha de marcação 237o do farolete
Sumidouro. É balizada por bóia luminosa de bombordo.
 Laje Grande de Baixo – na posição 26o12,94’S – 48o32,26’W,
profundidade de 2,8m. É sinalizada pelo farolete Laje Grande de
Baixo, uma torre tronco piramidal quadrangular de concreto armado,
encarnada, com 2m de altura e luz de lampejo encarnado na altitude
de 4m com alcance de 7M.

Ao sul da Laje Grande de Baixo, na área fronteira ao cais do porto, há


muitas lajes submersas que oferecem perigo à navegação. Nas manobras
de fundeio, atracação e desatracação deve haver especial atenção para os
seguintes perigos.

 Laje do Abreu de Fora – na posição 26o14,55’S – 48o38,72’W.


Nela está localizado o farolete Abreu de Fora, uma torre tronco
piramidal triangular de concreto armado, verde, com 6m de altura e
luz de lampejo verde na altitude de 7m com alcance de 8M. Na
direção oeste, a 0,06M do farolete está a laje da Bitava, na
profundidade de 3,4m.
 Laje do Badejo – na profundidade de 2,7m, marcação 031o e
distância de 1,2M do farolete Abreu de Fora. Na direção sudoeste, a
0,16M desta laje há um outro cabeço, na profundidade de 2,6m. Estes
perigos são balizados por bóia luminosa de bombordo.
 Laje da Marcelina – na profundidade de 4,8m, marcação 030o e
distância de 0,98M do farolete Abreu de Fora. É balizada por bóia
luminosa de bombordo.
 Alto-fundo – na profundidade de 5,8m, marcação 021o e distância de
0,92M do farolete Abreu de Fora.
 Laje do Barata – na profundidade de 4,6m, marcação 017o e
distância de 0,85M do farolete Abreu de Fora. É balizada por bóia
luminosa de perigo isolado.
 Alto-fundo – na profundidade de 8,1m, marcação 010o e distância de
0,90M do farolete Abreu de Fora.
 Parcel da Torre – na profundidade de 5m, marcação 002o e
distância de 0,90M do farolete Abreu de Fora. É balizado por bóia
luminosa de boreste.
 Laje da Cruz – na profundidade de 3m, marcação 031o e distância
de 0,64M do farolete Abreu de Fora. É balizada por bóia luminosa de
perigo isolado.
 Laje do Muchocho – na profundidade de 6,2m, marcação 008o e
distância de 0,40M do farolete Abreu de Fora. É balizada por bóia
luminosa de perigo isolado.

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 Laje da Vitória – na profundidade de 3,5m, marcação 038o e
distância de 0,38M do farolete Abreu de Fora. 0,07M a nordeste
desta laje há uma pedra na profundidade de 5,9m, balizada por bóia
luminosa cardinal Norte.
 Laje do Muchochinho – com menor profundidade de 6m na
marcação 033o e distância de 0,20M do farolete Abreu de Fora. É
balizada por bóia cega de perigo isolado.
 Laje do Paraná – na profundidade de 2,6m, marcação 302o e
distância de 0,48M do farolete Abreu de Fora. É sinalizada por baliza
cega de boreste.
 Laje do Sueco – na profundidade de 3m, marcação 090o e distância
de 0,13M do farolete Abreu de Fora.
 Laje do Abreu do Meio – na profundidade de 2,8m, marcação 180o
e distância de 0,18M do farolete Abreu de Fora. É sinalizada por
baliza cega de bombordo.
 Laje do Abreu de Dentro – na marcação 146o e distância de 0,24M
do farolete Abreu de Fora. É sinalizada por baliza cega de bombordo.
 Laje de Emídio – com a menor profundidade de 2m na marcação
191o e distância de 0,30M do farolete Abreu de Fora. Seu extremo
oeste é balizado por bóia cega de bombordo.
 Laje Grande de Cima – na profundidade de 1,5m, marcação 268o e
distância de 0,53M do farolete Abreu de Fora. É sinalizada por baliza
cega de boreste.

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AQUI ENTRA UM DESENHO A3 COM OS
ACESSOS E SINALIZAÇÃO NÁUTICA

30
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4.1.4.2. Praticagem

A praticagem no porto de São Francisco do Sul é obrigatória para os


navios brasileiros de qualquer tipo, com arqueação bruta superior a 2.000
TAB e os estrangeiros de qualquer arqueação bruta, exceto os arrendados a
empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração
no país, com valor de arqueação bruta inferior a 2.000, desde que estejam
comandados por marítimo brasileiro de categoria igual ou superior a 1 o
Oficial de Náutica.

Os limites da zona de praticagem obrigatória vão desde o local de


embarque e desembarque de prático na barra, estabelecido na carta náutica,
até a atracação ou desatracação, no cais do porto, inclusive para fundeio e
posterior atracação.

O prático deve ser requisitado pelo agente do navio, com antecedência


mínima de 4 horas, mediante o preenchimento de formulário próprio. Se
necessário, a solicitação pode ser realizada por via telefônica ou
radiotelefonia VHF, canais 16 ou 11.

A empresa de praticagem responsável pela prestação deste serviço no


porto é a São Francisco Pilots Empresa de Praticagem da Barra e do
Porto de São Francisco do Sul SC Ltda.

A Estação dos Práticos está situada nas proximidades dos cais de


atracação, a cerca de 11,5 milhas náuticas do ponto de espera. O tempo de
viagem desde a estação de práticos ao ponto de espera é de 30 minutos,
enquanto a manobra de entrada e atracação dos navios demanda cerca de
duas horas.

4.1.4.3. Rebocadores

O porto dispõe de três rebocadores, operados pela empresa Saveiros, do


grupo Wilson Sons, com as características principais apresentadas seguir.

Porto de São Francisco do Sul


Rebocadores em Operação

Tração
Potência
Nome Classe Estática Propulsão
(bkw)
(tbp)
CETUS Marte 45 2475 Azimuthal Stern Drive
Hélice duplo in Kort
SABRE Sabre 32 1480
Nozzle
RIO PRETO Rio Preto 22 1800 1 hélice
tbp – tonelada de bollard pull
Fonte: Wilson Sons

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4.2. Acesso Terrestre

4.2.1. Rodoviário

O acesso rodoviário do porto a Joinville, maior cidade do Estado, e dali a


todo o país e o Mercosul, faz-se através da BR-280, num percurso de 40
quilômetros totalmente pavimentado. A BR-280 intercepta a BR-101, a 34
km do porto, e a BR-116, em Mafra (SC).

O acesso até as proximidades do porto é feito através de anel rodoviário


que evita o conflito com o centro histórico da cidade, embora apresente
nítidos sinais de insuficiência de espaços para estacionamento de veículos
de carga.

Mesmo com a implantação de centro de triagem e estacionamento de


carretas rodoviários fora da cidade, localizado no Posto Sinuelo, e de
ponto de triagem mais próximo ainda do porto, à margem da rodovia,
ainda se verificam congestionamentos de veículos na Av. Eng. Leite
Ribeiro, principal acesso à área operacional, junto ao portão de controle de
entrada.

A figura seguinte ilustra o acesso rodoviário da região onde se localiza o


porto.

32
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4.2.2. Ferroviário

As composições ferroviárias que demandam o porto são operadas pela


ALL – América Latina Logística S/A, através de ramal que interliga São
Francisco do Sul à cidade de Mafra, distante 167 quilômetros.

Em Mafra se acessa a malha ferroviária que conecta com São Paulo e com
Porto Alegre. Também pode acessar a rede ferroviária que corta o Paraná
no sentido oeste, um dos mais importantes corredores de grãos do país.

O ponto crítico do acesso ferroviário está na travessia da Cidade de São


Francisco do Sul, onde existem cerca de 20 passagens de nível.

Além disso, a localização de parque ferroviário de triagem e composição


de trens da ALL América Latina Logística nas imediações do porto é

33
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motivo de grandes conflitos com o trânsito de veículos rodoviários leves e
de carga.

Existe, entretanto, um projeto para a construção de um anel ferroviário,


que circundaria a cidade, evitando cruzá-la, vindo a seguir o alinhamento
do anel rodoviário, em seu trecho final.

A movimentação dos vagões em descarregamento/carregamento de grãos


e, eventualmente, de outras cargas (contêineres e produtos siderúrgicos),
no novo acesso, geraria menores conflitos com o trânsito de veículos leves
e de carga do modal rodoviário.

4.2.3. Dutoviário

O porto não está ligado a sistemas de dutos de transporte.

Os dutos existentes na área do porto compõem o terminal de embarque de


óleos vegetais, desde as instalações da CIDASC até o berço 101.

4.3. - O Processo Físico de Chegada e Entrada de


Contêineres no Porto de São Francisco do Sul

4.3.1 - Descrição dos Procedimentos

De forma geral, o procedimento operacional e burocrático de embarque de


cargas conteinerizadas no porto de São Francisco do Sul é composto das
seguintes etapas:

1. Para contêineres originados de fora do município de São Francisco


do Sul
1.1. Os veículos têm de parar obrigatoriamente no primeiro posto de
triagem, situado a aproximadamente 20 quilômetros do porto, onde
são feitas a conferência da nota fiscal e a verificação do cadastro do
veículo e do motorista, registrando-se a hora de chegada e de saída;
Por fim carimba-se a guia de entrada da carga confirmando que o
caminhão passou por este posto de triagem.
1.2. Este posto tem, ainda, a função de regularizar o congestionamento de
veículos no posto de triagem seguinte, onde se verificam filas de
mais de 5km de extensão, em conflito com a Polícia Rodoviária
Federal,a qual não permite tal situação, pelo risco que ocasiona ao
trânsito dos demais usuários.
1.3. Assim, a liberação de caminhões no primeiro posto de triagem é feita
à medida que o segundo for se descongestionando.
1.4. No segundo posto de triagem, chamado de Paulas, os motoristas têm
que apresentar no ponto de controle a guia de entrada preenchida,
contendo as mesmas informações existentes na nota fiscal da
mercadoria (ver modelos a seguir), sendo conferida por dois agentes,
um da administração do porto e outro da operadora WRC.

34
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PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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encontra-se praticamente pronta nova instalação de funcionamento do
segundo posto de triagem, a qual propiciará condições de conforto aos
funcionários e motoristas, vez que as condições atuais são precárias. Nas
fotos a seguir apresentam-se o atual posto de atendimento e abaixo a futura
instalação.
1.5. Neste posto, os caminhões formam fila de espera às margens da
rodovia, como pode ser observado na fotografia seguinte.

Após receber o carimbo do segundo posto


de triagem, o caminhão espera, em média,
cerca de 20 minutos até que seja liberado e
possa seguir para o portão de entrada do
porto.

2. Os veículos com contêineres


ovados nos terminais
retroportuários do município de
Escritório atual do 2º Posto de Triagem São Francisco do Sul vão direto
para o segundo posto de triagem,
seguindo os demais passos;

3. Os contêineres provenientes de
REDEX (da Cargolink, por
exemplo) não passam por nenhum
ponto de triagem, por já estarem
liberados pela Receita Federal;
neste caso, o veículo transportador
tem prioridade na chegada ao
Novo escritório do 2º Posto de Triagem porto, devendo realizar a viagem
desde o terminal da Cargolink até
entrar no pátio do porto em, no
máximo, 15 minutos, sob pena de
retenção da carga, se exceder este
prazo, por parte do controle
aduaneiro da Receita Federal.

4. No portão de entrada do porto é


realizado controle final, seguindo
os seguintes passos:
4.1.o motorista faz a entrega da guia de
entrada, sendo uma via da no
guichê da Administração do porto e
outra para a operadora WRC, sendo
que ambos conferem os mesmos
Fila de carretas estacionadas nos
acostamentos à espera de liberação itens
no 2º poeto de triagem
4.2. o funcionário de porto faz a entrada
dos dados da guia de entrada no sistema de informática do porto.
Este processo demanda cerca de 45 segundos.

37
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4.3. O funcionário da WRC realiza o processo de localização
(mapeamento) do contêiner no pátio.
4.4. Somente após o contêiner estar localizado é que o motorista recebe a
ordem de entrar no pátio.
4.5. Esta última etapa de triagem demora entre 15 e 20 minutos e só é
permitida a permanência na fila ao lado do portão de, no máximo, 15
veículos.A figura seguinte mostra a formação desta fila próxima ao
portão.

5. Após esta etapa, o contêiner sofre ainda uma última averiguação no


portão de entrada do pátio, quando um funcionário da administração
do porto verifica a guia carimbada pelo guichê e confere a tara, lacre,
numeração do contêiner e se ele apresenta alguma avaria aparente.

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Se ocorrer algum problema nesta última etapa, o despachante do
dono da mercadoria tem 15 minutos para solucioná-lo, sob pena do
contêiner ter de voltar para o segundo posto de triagem.
Se tudo estiver em ordem o veículo ingressa no porto e o funcionário
da operadora WRC informa ao motorista para qual rua e fila do pátio
ele deve se dirigir. A próxima figura apresenta um caminhão
sofrendo a última vistoria já na cancela do portão de entrada.

6. Após receber a liberação do último posto de triagem, o motorista


deposita toda a documentação referente ao contêiner (nota fiscal,
atestados liberatórios necessários, etc.) na caixa postal de
despachante responsável pela carga, ainda no portão de entrada do
porto. O despachante deverá recolhê-los e encaminhá-los para a
Receita Federal realizar a parametrização, o que pode implicar, de
acordo com o canal sorteado, em inspeção das mercadorias
transportadas, com a abertura, desova e ovação do contêiner, quando
ocorrer o canal vermelho. Não foi possível obter a informação do
percentual de ocorrência aleatória do canal vermelho.

4.3.2 - Observações:

As observações a seguir iniciam-se pela fase final do processo burocrático


de licenciamento de entrada dos contêineres no porto, destacando:

 A gestão da localização dos contêineres nos pátios é feita pela


operadora WRC, a qual encontra bastante dificuldade no
endereçamento das ruas, filas e alturas, em virtude de dois fatores
principais: a falta de programa de localização apropriado (o
mapeamento é feito de forma manual) e a limitação de espaço
físico (o pátio está quase sempre lotado).
 Como a responsabilidade com respeito à armazenagem (fiel guarda
e conservação) cabe à Administração do Porto, repete-se a
operação de entrada de dados na localização (pela WRC) e na
presença da carga (APSFS), o que poderia ser evitado, utilizando-
se formas de compartilhamento de informações. A informatização
de entrada dos dados não agiliza os processos de licenciamento de
entrada, em virtude do atraso do endereçamento pela WRC, que é
feito manualmente.
 Não foram detectados problemas de congestionamento na
circulação de veículos no interior do pátio de contêineres;
 A saída dos caminhões vazios em descarga direta é feita por outro
portão, independente do principal;
 No portão principal, além da entrada de contêineres cheios, são
realizados: a saída de contêineres de cabotagem e de importação de
longo curso.
 O horário de funcionamento dos postos de triagem é diferenciado
entre eles, enquanto o primeiro e o portão de entrada funcionam
todos os dias em horário contínuo (24 horas), o segundo posto ou

39
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intermediário funciona apenas até as 11 da noite durante a semana
e até as 11 horas da manhã de sábado, denotando que nos períodos
de onze da noite às sete na manhã, nos dias úteis, e de onze da
manhã de sábado às sete da manhã de segunda feira, não há
necessidade de conter o congestionamento à entrada do porto.
 Em alguns momentos a ordem dos caminhões na fila de espera é
alterada em função da expiração do deadline de embarque, de
modo que aqueles que estão em horário muito próximo ao deadline
passam à frente dos demais, para que não percam o embarque. Esta
decisão é tomada somente com a anuência do diretor de operações
do porto.

Com relação ao trâmite burocrático de documentos, o Departamento de


Contêineres (DECON) da APSFS, através do sistema informatizado do
porto (SHIP), verifica a lista dos contêineres que deram entrada no porto e
se os mesmos já estão no pátio. Após essa verificação, o funcionário
carimba a Declaração de Despacho de Exportação, trazida pelo
despachante, dando a presença da carga.

Em seguida, o despachante leva esta declaração e o restante dos


documentos até o escritório da Receita Federal, junto ao prédio da APSFS,
para o processo de parametrização no SISCOMEX.

Após a carga ser liberada no SISCOMEX, o despachante prepara a lista de


contêineres que embarcarão em determinado navio e a entrega para o
armador e para o conferente do porto que fica no cais, os quais realizam a
conferência dos contêineres na ocasião do embarque.

O gráfico seguinte mostra o fluxograma do processo de chegada e


licenciamento de ingresso de contêineres no porto.

40
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FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE INGRESSO DOS CONTÊINERES
NO PORTO

Contêineres de origens Contêineres provenientes Contêineres provenientes do


fora de SFS de terminais em SFS REDEX - CARGOLINK

Primeiro Posto de Triagem


Estacionamento de espera
Verificação do Cadastro do veículo
e do motorista
Carimbo na Guia de Entrada

Segundo Posto de Triagem


Conferência da Guia de Entrada (APSFS e
WRC)
Novo Carimbo na Guia de Entrada
Espera da liberação nas margens da rodovia

Terceiro Posto de Triagem


Portão de Entrada
Entrada no Sistema da APSFS
Endereçamento do Contêiner no Pátio (WRC)
Postagem dos Documentos para os Despachantes

Última Verificação – Cancela do


Pátio
Verificação do número do contêiner, lacre,
tara e condições de utilização
Inspeção de possíveis avarias no contêiner

Entrada do Contêiner no
Pátio

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4.3.3 - Principais Pontos de Estrangulamento

Foram detectados:como pontos de estrangulamento principais os


seguintes:

 Repetição desnecessária (ou dispensável) de processos e


verificações ao longo dos três postos de triagem;
 Espaço reduzido do portão de entrada, o qual permite a entrada de
apenas um contêiner de cada vez;
 Insuficiência de área de estocagem;
 Via de acesso ao portão de entrada muito estreita e com tráfego de
veículos conflitante;
 Deficiência dos sistemas de comunicação e informática, faltando
integração vertical e horizontal (entre operadores – a WRC - a
APSFS, a Receita Federal e o Ministério da Agricultura e entre
donos de mercadorias e seus despachantes e os órgãos de controle e
os prestadores de serviço),
 O endereçamento dos contêineres é feito à chegada no porto e de
forma manual, sendo a presença da carga informada por meios
manuais, embora haja a entrada dos dados no sistema da AFSFS.

4.3.4 - Recomendações

Da análise dos dados obtidos nas observações e levantamentos de campo


realizados pelos consultores, pode-se concluir que a maior parte do
problema de congestionamento de veículos à entrada do porto verificado
atualmente em São Francisco do Sul, poderá ser corrigido com a adoção de
medidas simples, porém de extrema eficiência, tais como:

a. a utilização de software de endereçamento e controle de


localização de contêineres no pátio;
b. a simplificação dos procedimentos burocráticos da APSFS, da
operadora WRC e da Receita Federal e outras autoridades
fiscalizadoras., de modo que as informações contidas na guia de
entrada poderiam ingressar no sistema informatizado de uso e
acesso por todos os interessados, inclusive pelos despachantes e
donos de mercadorias, possibilitando o rastreamento (tracking) dos
contêineres ao longo de todo o processo operacional do porto,
desde a saída do armazém do exportador até o porão do navio.
c. os escritórios do Departamento de Contêineres da APSFS
(DECON), da Receita Federal e demais órgãos de fiscalização e
controle deveriam estar no mesmo espaço, junto ao portão de
entrada do porto, facilitando a comunicação, eliminando as tarefas
e procedimentos repetidos dos funcionários e despachantes,
otimizando o fluxo de documentos.
d. ampliação dos pontos de atendimento à entrada do porto,
permitindo o atendimento simultâneo de dois ou mais veículos, ao
invés de somente um como ocorre hoje.

42
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e. alternativamente, poderiam ser utilizados dois ou mais portões de
entrada, devidamente integrados pelos sistemas informatizados de
controle e operação, de modo que cada terminal tenha seu acesso
independente (por exemplo, as cargas destinadas ao Terminal de
Babitonga deveriam ingressar por portão específico, aliás já em
construção).

Os procedimentos recomendados, todos relacionados aos processos


operacionais de licenciamento de ingresso dos contêineres no porto para a
exportação, deverão apresentar os seguintes resultados:

I. redução drástica do tempo gasto com o endereçamento manual


dos contêineres, procedimento que poderia ser iniciado a partir da
entrada dos dados relativos ao contêiner a embarcar, desde sua
expedição do armazém do exportador ou do REDEX. Essa é uma
das principais reclamações dos usuários do porto, pois provoca
demora excessiva na entrada dos veículos no portão do porto. A
fotografia a seguir mostra a concentração de motoristas junto aos
escritórios da WRC e da APSFS aguardando a liberação para a
entrada dos caminhões.

II. eliminação do posto de triagem intermediário, podendo o


processo de endereçamento ser iniciado no posto de triagem inicial,
mais distante do porto, ou nos terminais retroportuários, de modo
que os caminhões já chegariam ao portão com o posicionamento
dos contêineres já definido.
III. a utilização de sistemas de processamento e comunicação com
recursos de informática e comunicação, além de agilizar as rotinas
e propiciar o acesso regulado dos usuários, aumentará a
confiabilidade da ação fiscalizadora das autoridades aduaneiras e
sanitárias e integrara as diversas etapas do processo operacional,
inclusive o controle dos tempos de permanência para fins de
cobrança de taxas de armazenagem.

43
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IV. a redução dos tempos de atendimento no portão de entrada,
com a informatização e integração das diversas autoridades,
operadores, despachantes e donos de mercadorias, combinada com
o aumento de pontos de atendimento, resultarão em redução
drástica dos tempos de espera dos veículos, eliminando o
congestionamento ora observado no portão de entrada do porto.

4.3.5 - Análise da Capacidade de Atendimento do


Portão de Entrada do Porto

4.3.5.1 - Capacidade Atual

A capacidade de atendimento atual será estimada para a condição de nível


de serviço de 30% (tempos médios de espera dos veículos equivalente a
30% dos tempos médios de atendimento), supondo-se que o modelo
aleatório de chegada de caminhões tenha comportamento de distribuição
segundo uma curva do tipo Erlang 2 e os tempos de atendimento
distribuam-se conforme uma distribuição de Poisson, de forma semelhante
aos modelos de chegada e operação de navios.

Nessas condições, para um único posto de atendimento (um veículo por


vez), a taxa média de ocupação deverá ser de 45%, ou seja, o ponto de
atendimento deverá estar ocupado em apenas 45% do tempo total de
funcionamento previsto ou estabelecido.

Considerando-se que o tempo de funcionamento seria contínuo, cinco dias


por semana,e de doze horas aos sábados e domingos, 360 dias por ano,
serão disponíveis 7.365 h/ano. A taxa de ocupação de 45 % (nível de
serviço de 30%) no único ponto de atendimento existente, equivale a 3.315
h/ano.: Para a média de atendimento atual de 15 veículos por hora, a
capacidade do portão é de 49.730 contêineres por ano. Nessa condição, o
tempo médio de espera dos caminhões seria de apenas 1min e 12
segundos.

Na situação atual, entretanto, o porto está recebendo e embarcando,


conforme os dados de 2002, 81.000 unidades (boxes), o que representa
uma taxa de ocupação do ponto de atendimento da ordem de 73,3%1.

Essa taxa de ocupação corresponde ao nível médio de serviço de 115,22%,


ou seja, os tempos médios de espera dos veículos situam-se em quatro
minutos e meio, por veículo, aproximadamente.

Considerando a variação dos fluxos ao longo do ano e ao longo do dia,


resulta a extensa e quilométrica fila de caminhões formada às margens da
rodovia que se observa, atualmente.

1
O atendimento de 81.000 unidades à razão média de 15 unid/h demanda 5.400
horas/ano, ou 73,3% de 3.365 h/ano.

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4.3.5.2 - Alternativas de Melhoria

Caso o número de pontos de atendimento fosse dobrado (entrada de dois


caminhões simultaneamente), tem-se que a taxa média de ocupação dos
dois pontos seria reduzida à metade, ou 36,7%, a que corresponde o nível
médio de serviço de 0,25%.

Assim, a simples introdução de um segundo ponto de atendimento, nas


mesmas condições do existente atualmente, eliminaria a fila de espera
verificada, nos níveis de demanda de 2002.

A capacidade de atendimento conjunta dos dois pontos de atendimento


simultâneos no portão do porto, nas mesmas condições atuais (7.365 h/ano
operacionais e 15 veículos atendidos por hora, por ponto de atendimento),
para o nível de serviço de 30%, é da ordem de 71.810 contêineres de
exportação por ano, por ponto de atendimento, ou o total de 143.620
unidades de exportação por ano, quantidade projetada para o ano de 2006,
ou seja, dentro de três anos.

Nessas condições, recomenda-se que, paralelamente à ampliação da


quantidade de pontos de atendimento, sejam desenvolvidos os
entendimentos e realizados os investimentos em tecnologia de informação
para a completa informatização dos processos operacionais e de
fiscalização da entrada, estocagem e embarque de contêineres, de modo a
aumentar a segurança e confiabilidade dos serviços e reduzir os tempos de
atendimento em, pelo menos 50%, de modo que cada posto atenda, em
média, 30 veículos por hora ou 1 veículo a cada dois minutos.

Essas mudanças, em conjunto, aumentarão a capacidade de recepção do


portão de entrada do porto para cerca de 287.240 contêineres exportados
por ano, quantidade a ser atingida, em São Francisco do Sul, conforme as
projeções, em meados de 2016.

A criação de novos terminais deverá incorporar essa preocupação, criando


um único ponto de entrada para todos os berços, com vários postos de
atendimento, conversíveis para entrada ou saída e inteiramente
informatizados, permitindo alta produtividade no licenciamento de
ingresso ou liberação de saída.

Recomenda-se que o futuro terminal de contêineres de São Francisco do


Sul, na visão do horizonte de vinte anos, disponha de um único portão
geral de entrada na área alfandegada, com pelo menos cinco pontos de
atendimento, conversíveis para controle de entrada e saída e inteiramente
informatizados, a partir do qual seriam distribuídos para os diversos
terminais.

A possibilidade de criação de um portão de entrada único, com essas


características, será analisada na próxima fase dos trabalhos.

45
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Capítulo

I N S TA L A Ç Õ E S F Í S I C A S
5
ste capítulo contempla toda a descrição das obras de abrigo,

E contenção, instalações de acostagem, armazenagem, apoio e


suprimento, bem como as edificações existentes, vias
internas de circulação e equipamentos
atualmente em operação no porto de São Francisco do Sul.
portuários

5.1. Obras de Abrigo e Proteção


Por ser um porto natural, São Francisco do Sul não possui quaisquer obras
de abrigo ou proteção como espigões ou molhes.

5.2. Instalações de Acostagem


O porto conta atualmente com cinco berços de atracação, com o total de
825m de cais acostável, assim descritos:

Porto de São Francisco do Sul


Instalações de Acostagem

Extensão Profundidade
Berço Utilização Principal
(m) (m)
101 220 11,0 Embarque de granéis sólidos
102 210 10,0 Operações com contêineres
103 170 9,0 Carga geral
201 150 8,0 Carga geral
301 225 10,0 Múltiplo uso

46
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5.3. Instalações de Armazenagem

5.3.1. Armazéns de Primeira Linha

São considerados como armazéns de primeira linha todos os locais de


depósito coberto situados na área de operações do porto, a saber:

 Armazém 01, localizado em frente ao berço 101, tem 4.000 m² e


100m de comprimento, utilizado, atualmente, para estocagem de
trigo em grão a granel;
 A Seatrade Agência Marítima Ltda. possui três armazéns de lona,
com área total
de 4.000 m²,
sendo dois deles
localizados no
berço 201 e o
terceiro nas
proximidades
do berço 101.
 Armazém 04,
localizado na
área do
Terminal da
Babitonga Armazém de lona da Seatrade, dentro da área
(TERFRAN), portuária
com 4.000 m² de área, destinado a estocagem de carga geral,
especialmente produtos florestais renováveis e cargas afins.

5.3.2. Armazéns e Silos de Granéis Sólidos na


Segunda Linha

Existem, atualmente, 6 (seis) armazéns situados na retroárea imediata do


porto, dedicados a granéis sólidos de exportação, a saber:

 3 (três) armazéns da Bunge Alimentos S/A, com capacidade total


para 174.000 t de soja, farelo, milho e trigo;
 2 (dois) armazéns da CIDASC, com capacidade total de 110.000 t;
 2 (dois) armazém da Terlogs Terminal Marítimo Ltda., sendo um
com capacidade para 75.000t, destinado a grãos, farelos e açúcar e
outro, com capacidade estática para 35.000t de fertilizantes.

Com relação aos silos para estocagem de grãos, a TERLOGS possui 5


(cinco) silos verticais para soja e milho, com capacidade estática de 6.000t
cada.

A BUNGE controla 3 pequenos silos de processo de 3.500 t cada e a


CIDASC possui um silo metálico com capacidade para 5.000 t.

47
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5.3.3. Pátios

O pátio para armazenagem de contêineres, conforme dados da APSFS,


dispõe de 80 mil m² de área pavimentada, com iluminação própria, além
de 4 mil m2 destinados para contêineres frigoríficos, com 530 tomadas de
energia elétrica em 380/440 V.

A Instrução Normativa no 007/99/APSFS estabeleceu, anteriormente, a


capacidade estática total de estocagem de contêineres em 5.938 TEU,
sendo 5.042 TEU para contêineres normais (dry) e 896 TEU para reefer.

Na época de edição da referida Instrução Normativa, entretanto, o arranjo


geral das instalações portuárias ainda contava, entre outras, com as
seguintes condições:

 o armazém n° 2 ainda não havia sido demolido;


 as áreas de pátio na divisa do berço 201 com a área arrendada ao
TERFRAN eram utilizadas para estocagem de contêineres;
 não haviam sido erigidos os galpões de lona da SEATRADE no
berço 201 e área 05;
 as áreas para contêineres reefer no berço 102 também não haviam
sido disponibilizadas.

Com as mudanças ocorridas no arranjo geral do porto, as capacidades


estáticas fixadas sofreram modificações, não tendo sido baixada nova
instrução que substituísse a 007/99 referida, estabelecendo novo layout e
novas capacidades.

Entretanto, considerando as áreas atualmente alocadas e a tecnologia de


manuseio e empilhamento em uso (com reach stackers e empilhamento em
quatro unidades de alto para contêineres dry e três unidades para reefers)
estima-se que a capacidade estática de estocagem de contêineres do porto
de São Francisco do Sul esteja, atualmente, em cerca de 5.300 TEU para
contêineres normais ou dry e mais 530 unidades para contêineres reefer.

O Terminal da Babitonga (TERFRAN) possui área de pátios de 13.570 m 2


destinada à estocagem de carga geral e ainda não demarcada para
contêineres.

5.3.4. Tanques de Granéis Líquidos

O porto não dispõe de parque de tanques de combustíveis líquidos.

A CIDASC dispõe de 5 (cinco) tanques metálicos, sendo dois com


capacidade estática para 750t, dois outros para 1.500t e um para 4.500t,
totalizando 9.000t.

A Bunge Alimentos dispõe de 11 tanques de 3.800t cada para óleo de soja.

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5.4. Edificações
Estão localizados na área operacional do porto o prédio da Administração
da APSFS e gerências e as oficinas de manutenção, com as seguintes
áreas:
 Prédio da APSFS – um pavimento e área total de 1.000m2;
 Anexos administrativos – prédio de dois pavimentos com área total
de 2.050m2;
 Oficina de Manutenção – 1.000m2.

5.5. Vias Internas de Circulação


O porto dispõe de apenas uma rua de acesso, a Rua Eng. Leite Ribeiro, em
cuja margem está o único portão de acesso à área operacional, próximo aos
prédios administrativos da APSFS.

A rua Eng. Leite Ribeiro dá, ainda, acesso aos escritórios e oficinas da
APFS, inclusive ao pátio de estacionamento de veículos leves,
acrescentando mais tráfego ao trecho.

Essa situação faz com que todos os veículos de carga com destino ou
origem nos locais de estocagem dentro do porto ou nos berços de atracação
tenham que passar por esse mesmo ponto, ocasionando percursos
relativamente longos dentro da área de operação.

Assim, a área operacional do porto é cruzada por duas grandes vias


(embora não demarcadas no local), a saber:

 O acesso aos berços do alinhamento 103 a 101, incluindo-se o pátio


de contêineres e o armazém 01;
 O acesso ao pátio do berço 201 e ao Terminal da Babitonga.

Nessa configuração, os veículos de transporte de trigo em grão ou de


fertilizantes a granel que descarregarem no berço 301 (Terminal da
Babitonga), por exemplo, terão de passar por toda a área de operação do
berço 201 e juntarem-se aos veículos que circulam para os berços 101 a
103 em uma só via, constituindo um gargalo no portão de saída/entrada do
porto.

Esses acessos passam pelas áreas de carregamento e descarga ao costado


dos navios, onde operam os equipamentos de manuseio (empilhadeiras e
reach stackers) e os guindastes MHC.

Além dessas ruas, os diversos pátios têm suas vias internas de acesso às
pilhas de estocagem de contêineres:

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 No pátio do berço 201 as pilhas são arrumadas quatro unidades de
largura por quatro de altura, espaçadas de cerca de 15,2m, com 5
(cinco) ruas internas de acesso;
 No pátio do berço 103/102, a arrumação não segue a mesma
regularidade, existindo pilhas de 6 (seis) unidades de largura,
obedecendo-se, entretanto, o limite de altura de 4 (quatro) unidades,
havendo duas ruas internas de circulação.

5.6. Instalações de Apoio e Suprimento

5.6.1. Energia Elétrica

O suprimento de energia elétrica é feito, em 220V na baixa tensão


monofásica e em 380V/440V, 60Hz, na trifásica.
Há seis tomadas para fornecimento de energia aos navios em diversos
pontos do cais comercial.

5.6.2. Abastecimento de Água

Há 14 hidrantes para aguada, com diâmetro de 2 pol, espaçados de 30m ao


longo do cais e com vazão de 14m3/h a 30m3/h.

5.6.3. Abastecimento de Combustível

O abastecimento de combustível dos navios é feito por caminhões na faixa


do cais. A solicitação ao agente deve ser feita com antecedência, em
função da quantidade e do tipo de combustível ou lubrificante utilizados.

5.6.4. Coleta de Lixo

As fontes geradoras de resíduos sólidos nas instalações do porto de São


Francisco do Sul são as seguintes:

 Embarcações;
 Áreas administrativas;
 Cozinha / Lanchonete;
 Oficinas de Manutenção;
 Armazéns de Carga Geral;
 Pátios e Vias de Circulação Internas; e
 Ambulatório.

A seguir estão caracterizados os tipos de resíduos sólidos gerados em cada


uma dessas instalações:

 Embarcações - papéis, papelão, restos alimentares, vidros, peças


descartadas, plásticos, trapos, estopas, material de limpeza em geral,

50
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
embalagens, latas, EPI descartáveis, varrições de porões de cargas,
etc.
 Áreas administrativas - papéis, plásticos, papelão, embalagens de
alimentos, vidros, suprimentos usados de informática, lâmpadas,
embalagens diversas, etc.;
 Cozinha/Lanchonete - papéis, papelão, plásticos, vidros, restos de
alimentos, cascas de frutas, embalagens de alimentos, etc.;
 Oficina de Manutenção - nesta área, os resíduos compõem-se de:
trapos e estopas, peças usadas, tintas, óleos, graxas, águas servidas,
EPI descartáveis, lâmpadas, limalhas e outros resíduos metálicos,
serragem, cacos de madeira, borrachas, pneus, latas, tambores, etc.;
 Armazéns de Carga Geral – os resíduos principais são: papel, cintas-
de-arqueação plásticas e metálicas, paletes, madeiras, resíduos de
varrição, papéis, papelão, plásticos, vidros, peças metálicas diversas
e embalagens diversas;
 Pátios e Vias de Circulação Interna - basicamente resíduos de
varrição e manutenção e de entulhos de obras;
 Ambulatório - embalagens de medicamentos, algodão, EPI
descartáveis, ataduras, seringas e agulhas descartáveis, papéis,
vidros, plásticos, etc.

Para a realização do manejo destes resíduos sólidos no porto de São


Francisco do Sul, que atingem a média de 4m3/dia, a APSFS disponibiliza
os seguintes equipamentos:

 1 pá carregadeira modelo FiatAllis;


 1 trator Massey Ferguson;
 1 caminhão basculante modelo Mercedes Benz 1113;
 Equipe de 14 funcionários.

5.6.5. Comunicação e Telefonia

A APSFS dispõe de central telefônica com 6 (seis) linhas e capacidade


para 100 (cem) ramais internos, interligada ao sistema de telefonia da
cidade e, por esse intermédio, disponibiliza ligações locais, nacionais e
internacionais.

A autarquia dispõe, ainda, de rede interna de computadores (intranet) e


conecta-se com a rede mundial da internet.

5.7. Equipamentos Portuários

5.7.1. Equipamentos de Movimentação de Granéis


Sólidos

51
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O porto de São Francisco do Sul dispõe de sistema de embarque de granéis
sólidos – soja, farelos e milho em grão – constituído de dois
transportadores de correias, com respectivos elevadores, balanças e outros
dispositivos, com capacidade para 400t/h cada um.

Acoplados ao sistema de transportadores, dispõe, ainda, de dois


carregadores de navios (ship loaders) de 350t/h de capacidade nominal
cada um.

Transportadores de correias e ship loaders do porto de São Francisco do Sul

Novos ship loaders que estão em fase de montagem no porto de São Francisco do Sul

Entretanto, novos carregadores (ship loaders) já foram adquiridos e estão


em processo de montagem no porto. São dois novos carregadores, com
capacidade de 1.500t/h cada um deles. Esses novos equipamentos serão
interligados a novas correias transportadoras também com capacidades de
1.500t/h. Os equipamentos antigos, que atualmente estão em uso no porto,
serão desativados assim que os novos entrarem em operação.

Para as operações de descarregamento de granéis estão disponíveis:

52
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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 9 (nove) redlers de 22m de comprimento, sendo 7 (sete) com
capacidade nominal de 120t/h cada um e 2 (dois) com capacidade
nominal de 90t/h, de propriedade do operador Litoral, utilizados para
trigo em grão;
 3 (três) caçambas automáticas (grabs) de 8m3 cada um, para
fertilizantes, do operador Fertimport; e
 2 (dois) funis (moegas) para o carregamento dois caminhões na faixa
do cais.

Grabs Redlers
Grabs Redlers

Para a utilização dos redlers os navios devem dispor de guindastes de


bordo com capacidade nominal mínima de 12t SWL, para posicionar o
equipamento e para a colocação de pá carregadeira para a limpeza dos
porões (rechego). O sistema de abertura e fechamento das tampas dos
porões do navio deve trabalhar independente de seus guindastes.

5.7.2. Equipamentos de Movimentação de


Contêineres e Carga Geral

O porto dispõe de guindastes, empilhadeiras de garfos e reach stackers e


cavalos mecânicos com reboques para as operações de embarque e
desembarque de contêineres, como a seguir discriminados:

5.7.2.1. Guindastes

O porto dispõe de dois antigos guindastes de pórtico, de 7t de capacidade


nominal, para operação de carga geral nos berços 103 e 102.

Para as operações com contêineres são disponíveis dois guindastes de cais


sobre pneus, do tipo MHC (mobile harbour crane) marca Gottwald, com
capacidade para 100t cada um deles, de propriedade da WRC.

53
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5.7.2.2. Reach Stackers e Empilhadeiras:

O operador portuário WRC Operadores Ltda. dispõe de 7(sete) reach


stacker de 35 a 40t de capacidade e 2(duas) empilhadeiras toploader.

O Terminal da Babitonga dispõe de 1(um) reach stacker e várias


empilhadeiras de garfos para carga geral.

A Seatrade dispõe de empilhadeiras de garfos de várias capacidades,


inclusive para a movimentação de contêineres vazios.

Empresas locadoras de equipamentos como a Transilha e a Multiservice


também oferecem empilhadeiras de garfos para as operações portuárias.
Para o transporte horizontal dos contêineres são utilizados cavalos
mecânicos e reboques rodoviários locados das empresas EFR, Omega e
Transilha. O transporte de contêineres vazios é realizado por veículos
pertencentes à Associação dos Caminhoneiros Autônomos de Contêiner
Vazio de São Francisco do Sul.

Reach-Stackers

54
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O quadro seguinte apresenta a frota de equipamentos de manuseio de
cargas do porto de São Francisco do Sul.

Porto de São Francisco do Sul


Equipamentos Portuários Pertencentes aos Operadores
Abril de 2003

Capac.
Equipamento Marca Quant. Operador
Nominal
Belotti 2 42t
PPM&PH 3 45t
WRC
Reach Stacker Madal 1 43t
Kalmar 1 45t
Kalmar 1 45t Terminal Babitonga
Milan 2 37t WRC
Top Loader
Milan 1 37t
Hyster 1 2,5t
Terminal Babitonga
Clark 1 2,5t
Line 1 4t
Mitsubishi 3 4t
Empilhadeiras de
Mitsubishi 2 2,5t Seatrade
garfos
Hyster 4 4t
Hyster 3 7t Transilha*
Hyster 5 2,5t
Multiservice*
Hyster 5 4t
(*) a Transilha e a Multiservice são empresas de locação de equipamentos
Fonte: WRC Operadores Ltda.

55
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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Capítulo

TERMINAIS ESPECIALIZADOS
6
A apresentação dos terminais especializados considera tanto
as instalações dotadas de equipamentos de manuseio e
transporte, situadas na área do porto, quanto aquelas que
servem de apoio direto às operações ou ofertam serviços logísticos
relevantes.

6.1 – O Terminal de Embarque de Grãos e Farelos


O porto de São Francisco do Sul tem apenas 1 (um) terminal
especializado, destinado ao embarque de grãos e farelos, sob a forma de
granéis sólidos, constituído das seguintes instalações:

 1 (um) berço de atracação com 220m de extensão e 10m de


profundidade;
 Dois carregadores de navios (ship loaders), com 350t/h de
capacidade nominal, cada um, deslocando-se sobre trilhos ao longo
de todo o berço;
 Conjunto de dois transportadores de correias de 500t/h de capacidade
nominal cada um, interligando os armazéns de estocagem aos
carregadores de navios;
 Tomadas de embarque de óleos vegetais (granel líquido) em vários
pontos do berço de atracação;
 Sistema de dutos instalado nos mesmos suportes dos transportadores
de correias, interligando as tomadas de carregamento com os tanques
de estocagem, situados na retaguarda imediata do porto;
 Conjunto de silos e armazéns para estocagem de grãos e farelos,
pertencentes às empresas exportadoras ou prestadoras de serviços de
embarque, localizados nas imediações do porto (Bunge Alimentos
S/A, CIDASC e Terlogs).

Por suas características, o berço 101 é destinado à atracação de navios


graneleiros e de transporte de granéis líquidos em caráter prioritário.

56
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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6.2 – O Terminal da Babitonga
Embora tenha sido arrendado para a movimentação de produtos florestais
renováveis (madeira industrializada e em toras), o Terminal da Babitonga
ou TERFRAN, não se pode caracterizar como um terminal especializado.

Presentemente, o terminal atende navios de carga geral – madeira e outras


mercadorias – além da descarga de granéis sólidos – trigo em grão e
fertilizantes - e outras cargas, inclusive contêineres, podendo, assim, ser
considerado como um terminal de múltiplo uso.

Não dispõe de equipamentos de terra para as operações de embarque e


desembarque das cargas nos navios, limitando-se, portanto, ao
atendimento de navios self sustained ou com guindastes de bordo.

A plataforma do píer existente não tem condições de suporte para a


operação dos guindastes móveis sobre pneus ou MHC que operam no
berço 201.

6.3 – Os Demais Berços Operacionais


O conjunto dos berços 102, 103 e 201 pode ser considerado como parte de
um terminal de múltiplo uso, pois dispõem de pátios e equipamentos para
a operação de navios de contêineres – inclusive sem guindastes de bordo
ou gearless - além de empilhadeiras de alcance reach stackers, reboques
especiais e pátios de estocagem, inclusive com tomadas para unidades
frigoríficas (reefers).

Dispõem, ainda, de armazéns de carga geral, sendo um deles utilizado para


estocagem de trigo a granel (o armazém 1) e outros de lona.

As regras de prioridade baixadas pela APSFS não indicam a designação de


especialização, embora procurem ordenar o uso desses três berços,
indicando as preferências, considerando a disponibilidade de
profundidades e de condições operacionais dos equipamentos de terra.

6.4 – Terminais Retroportuários


São disponíveis diversos locais de estocagem de contêineres vazios
próximos ao porto, destacando-se:

6.4.1. Rocha Top Terminais e Operadores


Portuários Ltda

Localizado a cerca de 3km, à margem da Rodovia Duque de Caxias, com


cerca de 35.000m2 de área pavimentada, dispondo de:

57
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 3 empilhadeiras toploader, com capacidade para 10,0t, 12,0t e 37,0t,
para empilhamento em 4 de altura;
 4 empilhadeiras de garfos para 4,5t e 3 para 7,0t;
 Armazéns para carga geral;
 Balança rodoviária.

O terminal da Rocha Top presta serviços de ovação/desova e reparos e


manutenção de contêineres, inclusive reefers.

A empresa planeja ampliar sua área para 102.000m2, já tendo adquirido


terrenos vizinhos para esse objetivo. Tenciona, também, credenciar-se
como REDEX (Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de
Exportação).

6.4.2. Cargolink Armazéns de Cargas Ltda.

Este terminal possui duas instalações distintas, a saber:

 Terminal de estocagem de contêineres vazios, com área de 38 mil m2,


localizado a cerca de 3 km do porto, na Rodovia Olívio Nóbrega;
 Terminal retroportuário com
REDEX, a cerca de 5km do
porto, com área de 78 mil m2,
sendo 35 mil m2 pavimentados e
armazém coberto para carga
geral com 5 mil m2, balança
rodoviária e tomadas para
contêineres reefer, reach
Armazém de Carga Geral REDEX Cargolink
stackers e empilhadeira
toploader para movimentação de contêineres.

O terminal da Cargolink realiza serviços de ovação e desova e faz o


desembaraço aduaneiro de exportação em zona secundária, agilizando os
processos de despacho.

Pátio de Contêineres – REDEX Cargolink

Cargolink Armazés de Carga Ltda.

58
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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Capítulo

FORMAS E PROCESSOS
7
OPERACIONAIS

N
este capítulo são descritos os procedimentos básicos
adotados nas operações de atracação e desatracação dos
navios nos diversos berços operacionais e nos serviços de
embarque e desembarque de cargas.

7.1 - Atracação e Desatracação de Navios


O alinhamento predominante dos berços dos principais cais de São
Francisco do Sul é de través com a corrente de maré, limitando os horários
de realização de manobras de atracação e desatracação.

Nos berços 101 a 103 a atracação faz-se, de forma predominante, pelo lado
de bombordo, utilizando-se do auxílio de, pelo menos, dois rebocadores,
mesmo nos casos em que o navio possua propulsão lateral auxiliar (bow ou
stern thruster).

Por esse motivo, as manobras aproveitam as mudanças de maré, quando as


correntes arrefecem, o que provoca a ocorrência de tempos de espera para
atracar ou desatracar os navios.

As atracações no berço 201 também ocorrem pelo lado de bombordo, por


localizar-se ao fundo da bacia de atracação, com fortes limitações de
manobras, demandando o auxílio de rebocadores, embora esse cais esteja
em posição quase perpendicular ao alinhamento do 101 a 103.

Nos berços do alinhamento 301 (Terminal da Babitonga ou TERFRAN), a


atracação se dá pelo lado de boreste ou estibordo, também necessitando de
auxílio de rebocadores.

As fotos seguintes mostram a seqüência das manobras de desatracação de


um navio no porto de São Francisco do Sul.

59
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60
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7.1.1. Regras de Prioridade de Atracação

A ordem de atracação dos navios obedece ao critério básico da ordem


cronológica de chegada dos navios ao ponto da barra do porto e
prioridades somente são concedidas para os navios que se comprometam a
operar em ritmo normal e em todos os períodos consecutivos do horário de
trabalho estabelecido pelo Regulamento de Exploração do Porto,
independentemente de instabilidade climática.

São estabelecidas as seguintes regras de preferência e prioridade:

 Atracação prioritária – a ser realizada imediatamente à chegada do


navio, salvo quando houver outro navio de mesma situação ocupando
o berço que lhe for alocado;
 Atracação preferencial – a ser concedida aos navios que venham a
operar em berço que disponha de equipamentos ou instalações
especializadas;

O quadro geral de ordenamento da utilização dos berços operacionais do


porto de São Francisco do Sul está assim estabelecido, conforme a
Instrução Normativa n° 008/99/ GAB:

a. A concessão do benefício de preferência ou prioridade somente será


efetivada após o agente do navio comprovar já estar despachado o
percentual mínimo de 60% da carga a embarcar;
b. Em caso de congestionamento de navios full contêiner ou roll-
on/roll-off, caberá a Administração do Porto, disponibilizar o berço
103 para a concessão do benefício;
c. A critério da Gerência de Tráfego, os navios ro/ro e lo/lo, poderão
usufruir as prioridades mencionadas, quando realizarem operações
simultâneas ro/ro - lo/lo, desde que cumpram a prancha prevista;
d. Caberá a Gerência de Tráfego viabilizar o espaço para a atracação de
navios no berço 201, equacionando as demais atracações dos berços
103 e 102, buscando sempre a melhor condição de atendimento de
todos os usuários;
e. Os navios que concluírem sua operação de carga e descarga, de
acordo com o que estabelece as normas de permanência e tráfego do
porto, deverão desatracar imediatamente, após notificação da
Gerência de Tráfego, para aguardar ao largo a documentação de
despachos das mercadorias (importação/exportação) e/ou concluir os
serviços de apeação da carga, desde que as condições meteorológicas
permitirem.

Os níveis de prioridade estabelecidos para os diversos berços são:

61
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Porto de São Francisco do Sul
Níveis de Prioridade de Atracação
Nível de
Berço Beneficiários
Prioridade
navios da Marinha do Brasil, conforme solicitação da
Prioridade Delegacia da Capitania dos Porto de São Francisco do Sul
qualquer
Imediata navios de passageiros a turismo, sem carga para movimentar,
conduzindo mais de 50 (cinqüenta) passageiros
Os navios que atracarem para carregamento e descarga de
Prioridade 101 graneis sólidos e líquidos para o qual o berço dispõe de
equipamentos especializados
navios full contêiner, roll-on/roll-off os que operarem com
Prioridade 102
guindastes de terra do tipo MHC (mobile harbour crane)
Em dia pré- navios full contêiner que tiverem contrato com a Autoridade
102
estabelecido Portuária para atender viagens regulares
navios full contêiner e carga geral que operarem com
Preferência 103
equipamentos próprios
navios de carga geral e de descarga de graneis sólidos com
Prioridade 201
equipamento especializado (redler);

7.2 - Carregamento e Descarregamento dos Navios


O porto de São Francisco do Sul movimenta, atualmente, 6 (seis)
principais tipos de cargas, a saber:

 Na exportação:
 granéis sólidos – do grupo soja e farelos e milho em grão;
 granéis líquidos – óleos vegetais;
 carga geral – madeira industrializada, principalmente;
 cargas frigorificadas soltas e paletizadas;
 Na importação:
 granéis sólidos – trigo em grão e fertilizantes;
 Na importação e exportação:
 contêineres;

7.2.1. As Operações com Granéis Sólidos de


Exportação

Os principais produtos de exportação a granel são a soja e o farelo,


ocorrendo, também, embarques de milho em grão.

O modal ferroviário é o mais utilizado desde as zonas produtoras até o


porto, sendo as mercadorias depositadas em armazéns de trânsito na
retaguarda das instalações da APSFS, pertencentes à Companhia Integrada
de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – CIDASC e à Bunge
Alimentos S/A.

62
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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Os embarques de soja, farelos e milho ocorrem no berço 101, onde estão
instalados dois carregadores de navios (ship loaders), com capacidade
nominal de 350 t/h, cada um.

São utilizados apenas dois trabalhadores de estiva, além do contramestre


geral. Não se utilizam conferentes, consertadores e arrumadores, sendo o
acionamento e posicionamento dos equipamentos e o controle da pesagem
realizados por pessoal próprio da CIDASC/Bunge.

Embarque de Soja e Farelos no Berço


101

Os carregadores são alimentados por sistema de transportadores de


correias e dispõem de jet slingers nas extremidades dos transportadores, o
que facilita o rechego.

Recentemente, ocorreu a construção de novos armazéns e silos de grãos e


farelos da TERLOGS Terminais Logísticos S/A, inaugurados, no mês de
abril de 2003. Com esta ampliação a capacidade estática de estocagem será
de 75.000t, além de novo sistema de transportadores de correias, com
capacidade nominal conjunta de 3.000t/h e dois carregadores de navios de
capacidade nominal de 1.500t/h, cada um.

7.2.2. As Operações com Granéis Líquidos de


Exportação

Os embarques são também realizados no berço 101, onde se localizam as


tomadas de interligação dos navios com o sistema de dutos que se interliga
com os tanques de estocagem na retaguarda do porto, pertencentes à
CIDASC e à Bunge Alimentos.

O carregamento é realizado com o auxílio de conjunto de bombas com 500


t/h de vazão nominal.

63
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O transporte do óleo desde as usinas produtoras até o porto utiliza,
predominantemente, caminhões-tanque.

7.2.3. As Operações com Carga Geral de Exportação

A madeira industrializada destinada para embarque apresenta-se na forma


de unit loads, ou seja, unitizada de forma adequada ao manuseio
mecanizado com uso de empilhadeiras de garfos.

As operações são realizadas, em geral, nos berços 103 e 201 e


eventualmente no 102 e 301 (TERFRAN), sendo utilizados, de forma
geral, os equipamentos de bordo dos navios.

A equipe mínima utilizada de trabalhadores avulsos é de 19 homens, além


dos motoristas de empilhadeiras e caminhões, controladores e funcionários
do operador portuário.

São escalados, na equipe mínima de avulsos, 8(oito) estivadores, sendo 6


(seis) no porão e dois de portaló, um contramestre de porão e um
contramestre geral; três conferentes, sendo um de lingada, um controlista e
um conferente-chefe; dois consertadores (um de lingada e um chefe) e
quatro arrumadores, sendo três trabalhadores e um chefe.

As cargas são transportadas até o porto através do modal rodoviário e


estocadas no Armazém 4 ou em galpões provisórios de lona localizados na
área do porto, sendo transportadas para o costado dos navios em
caminhões, os quais são carregados e descarregados com auxílio das
empilhadeiras de garfos.

7.2.4. As Operações com Cargas Frigorificadas


Soltas e Paletizadas

O porto não dispõe de instalações de estocagem e equipamentos


especializados de embarque de cargas frigorificadas. Por essa razão, as
operações seguem o modelo de embarque direto, sendo as cargas trazidas
de armazéns situados na retroárea e levadas ao costado do navio em
caminhões frigoríficos, de onde são removidas, quando possível, com o
auxílio de empilhadeiras de garfos,

A equipe mínima utilizada varia de 19 a 30 trabalhadores avulsos,


dependendo da forma como a carga se apresenta:

 A carga paletizada utiliza os mesmos ternos descritos para a carga


geral, com equipe mínima de 19 homens;
 A carga solta, em caixas, necessita da equipe mínima de 28 homens,
especialmente de estivadores, cujo terno é formado de 18 TPA,
incluindo o contramestre de porão e o contramestre geral; o terno de
conferentes tem 3 homens na equipe mínima (1 lingada, 1 controlista

64
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
e 1 chefe); um consertador e um chefe, além de quatro arrumadores,
com o respectivo capataz, para os serviços ao costado do navio;
 Para o embarque de carcaças, a equipe mínima é de 30 homens,
sendo 20 estivadores (16 no porão, dois de portaló e os contramestres
de porão e geral), sendo o restante da equipe semelhante à utilizada
para o manuseio de caixas: três conferentes, dois consertadores e
cinco arrumadores.

As operações são realizadas, em geral, nos berços 103 e 201 e


eventualmente no 102 e 301 (TERFRAN) sendo as cargas embarcadas
com auxílio dos guindastes de bordo dos navios.
A APSFS adota medidas restritivas às operações dos navios de porão
refrigerado ou reefers, considerando que, por vezes, esses navios são
desviados de seu porto original (em geral, Itajaí), onde os tempos de espera
podem ser maiores. Tais medidas visam a que as operações ocorram com a
eficiência necessária, evitando-se a demora do navio atracado à espera das
cargas a embarcar.

7.2.5. As Operações com Granéis Sólidos de


Importação

Os principais granéis sólidos de importação, em São Francisco do Sul, são


o trigo em grão e os fertilizantes, descarregados nos berços 103, 102 ou
201, ou no terminal da Babitonga (TERFRAN).

Para o trigo, o porto dispõe de 9 (nove) transportadores verticais de


correntes (redlers), sendo utilizadas 3(três) unidades por navio, as quais
são posicionadas pelos equipamentos próprios de bordo, sendo os grãos,
colocados em caminhões basculantes, com uso de moegas ou funis e
levadas para estocagem de trânsito no Armazém 101, no cais do porto, ou
para outros locais na retroárea situadas a distâncias variáveis de 1,0 a 6
km.

Fotos: Litoral Ag. Marítima Ltda.

65
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O operador portuário Litoral Agências Marítimas Ltda. utiliza depósitos
alugados de terceiros ou seu próprio armazém, com 2.500m2 de área, com
piso de concreto, dispondo de balança rodoviária, jet slinger e duas pás-
carregadeiras para o manuseio de granéis.

Os fertilizantes também são


descarregados com o uso dos
equipamentos dos navios,
utilizando-se de caçambas
automáticas (grabs),
diretamente para caminhões
basculantes, da mesma forma
que as descargas de trigo. Para
a armazenagem de trânsito
desse produto são utilizados os
mesmos Fotos: Litoral
depósitos nas Ag.
vizinhanças Marítimas
do porto jáLtda
mencionados para o trigo em
grão, enquanto aguardam o re-
embarque em caminhões ou
vagões ferroviários para serem
levados para seu destino final.

Em caso de falta de local de


atracação, o navio pode
operara ao largo,
descarregando para barcaças
pertencentes ao operador
Litoral Agência Marítima
Ltda. A descarga para barcaças
também é realizada quando há
insuficiência de caminhões
basculantes ou de espaço de
estocagem, nestes casos com o
atracado no cais comercial, de
modo a acelerar o ritmo da
operação.

Fotos: Litoral Agências Marítima


Ltda.

A equipe mínima de mão de obra avulsa requisitada é de 12 (doze)


trabalhadores:

 5 estivadores – 4 no porão e 1 contramestre geral;


 3 conferentes – 1 de lingada, 1 de balança e 1 chefe; e
 4 arrumadores – 3 trabalhadores ao costado do navio e 1 chefe.

66
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7.2.6. As Operações de Embarque e Descarga de
Contêineres

O modal rodoviário é utilizado no transporte dos contêineres de/para o


porto.

Os contêineres de importação são estocados nos pátios do porto enquanto


aguardam a liberação pelas autoridades aduaneiras; as unidades
descarregadas vazias são transportadas diretamente desde o costado do
navio até pátios pertencentes a empresas especializadas, como a Rocha
Top e a Cargolink, localizadas na retroárea.

O transporte interno dos contêineres cheios é feito com caminhões e


reboques locados pelos operadores portuários de empresas prestadoras de
serviços, enquanto que os vazios são transportados por veículos
pertencentes à Associação dos Caminhoneiros Autônomos de Contêiner
Vazio de São Francisco do Sul.

Todos os contêineres de exportação passam por armazenamento de trânsito


nos pátios, sendo levados a espaços de pré-estivagem ou pré-stacking
dentro do prazo limite (deadline) de colocação no porto; não havendo
embarque direto.

Os navios de contêineres têm preferência para operação no berço 102,


onde são disponibilizados 2 (dois) guindastes de cais móveis sobre pneus
(mobile harbor crane ou MHC), os quais realizam a transferência da carga
do cais para bordo (ship to shore ou S/S).

A disponibilidade dos dois MHC permite a freqüência e operação de


navios full container sem
equipamento de bordo (ou gearless).

Os contêineres vazios são


descarregados em conjuntos de duas
unidades em cada lingada, sendo
colocados no chão, ao costado do
navio, utilizando-se de empilhadeiras
de garfos para o carregamento dos
caminhões.
Embora os guindastes de terra
disponham de aparelhos adequados
para o acoplamento dos contêineres
– spreaders automáticos com
posicionadores – as equipes mínimas
têm grande número de trabalhadores
avulsos.
São escalados, na equipe mínima, 18
trabalhadores avulsos, sendo:

67
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
 10 estivadores (6 no porão, 2 no portaló, 1 contramestre de porão e
1 contramestre geral);
 Quatro conferentes por terno (1 de lingada, 1 de lacre, 1 planista e
1 chefe), além de dois encarregados de verificação de danos em
unidades vazias e de controle das unidades embarcadas (este último
designado pela APSFS como fiel depositária);
 Para as operações ao costado do navio, em terra, são designados 3
(três) trabalhadores arrumadores e 1 (um) chefe.

As operações de movimentação
nos pátios de estocagem são
realizadas com a utilização de
reach stackers ou empilhadeiras
de alcance, com capacidade para
40t e empilhamento de 4 alturas.

No pátio ao lado do berço 102, a


ordem de empilhamento parece
não obedecer a padrões
adequados aos equipamentos,
como mostram as fotografias ao
lado.

No pátio de contêineres do berço 201, entretanto, a arrumação é mais


ordenada, com pilhas de 4 x 4 unidades, arruamentos e sinalização dos
locais, como mostra a figura a seguir.

Os contêineres frigoríficos ou reefers são estocados em áreas próximas aos


muros da área da APSFS, em pilhas de até três unidades de altura, embora
a ligação das unidades de refrigeração e o monitoramento das temperaturas
se façam em condições inadequadas, pela inexistência de condições de
acesso aos contêineres das pilhas mais altas.

68
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A foto seguinte mostra a área de estocagem de contêineres.

Na foto ao lado podem ser visualizadas as


condições de ligação e monitoramento dos
contêineres reefer em São Francisco do
Sul, onde o acesso ao contêiner mais alto
somente pode ser feito com utilização de
escadas comuns.

A exigüidade de espaço no porto impede a


realização de serviços de estufagem ou
enchimento de contêineres nos pátios e
armazéns. Entretanto, essas operações são
realizadas no Terminal da Babitonga (ou
TERFRAN), onde as cargas chegam em
carretas rodoviárias e estocadas nos pátios
e armazéns, para serem colocadas no
interior dos contêineres com auxílio de
empilhadeiras de garfos.

As fotos seguintes mostram as operações


no Terminal da Babitonga.

Vista Geral do Pátio do Terminal da Babitonga (TERFRAN)

69
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A seqüência das operações de ovação de contêineres pode ser observada
na foto a seguir, desde o recebimento em carretas rodoviárias, a estocagem
em pátio descoberto e posterior enchimento com a utilização de
empilhadeira.

As fotos abaixo mostram os movimentos básicos da empilhadeira de


garfos na ovação dos contêineres com revestimentos cerâmicos
paletizados.

A madeira unitizada em amarrados é estocada em armazém coberto e é


estufada em contêineres no pátio do Terfran, com os mesmos
procedimentos mostrados para os revestimentos cerâmicos.

7.2.7. Entrada e a Saída de Contêineres da Área do


Porto

Observa-se o congestionamento de carretas de transporte de contêiner,


estacionadas aguardando o ingresso na área alfandegada do porto,
provocando dificuldades de trânsito de veículos na Rua Eng. Leite Ribeiro,
desde o cruzamento com a linha férrea até o portão de entrada.
Para simplificação dos procedimentos e agilização dos procedimentos de
controle à entrada do pátio de contêineres foi instalada uma estação de
triagem preliminar, na estrada de acesso, onde é verificada a
documentação e regulado o fluxo de veículos de carga.

70
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
7.3 - Pranchas Mínimas Estabelecidas
A Instrução Normativa 008/99/GAB estabelece as seguintes pranchas
mínimas a serem atingidas pelos navios em operação:

Porto de São Francisco do Sul


Pranchas Mínimas
Tipo de Navio Condição de Operação Prancha Mínima
full-contêiner ou
com equipamento de bordo 12 contêiner/terno/hora
roll-on/roll-off
Descarga pela rampa ou pelo
roll-on/roll-off, 1.000 toneladas/dia
costado do navio
carga geral com equipamento de bordo 400 t/terno/dia
Frigoríficos com equipamento de bordo 150 t/terno/dia
embarque de graneis sólidos no
8.000 t/dia
berço 101
Graneleiros
descarga de graneis sólidos com
5.000 t/dia;
utilização de redler

Observações:
 Os navios de descarga de granel líquido, que não utilizarem os
equipamentos disponíveis do berço 101, serão considerados de
“carga geral” para os efeitos desta norma;
 Entende-se como prancha de operação, para efeito de aferição da
obediência às normas do porto, a quantidade de carga
movimentada na operação do dia anterior;
 Para efeito de avaliação da prancha fixada, serão excluídas as
paralisações provocadas por fatores climáticos, ou quebra no
equipamento de bordo, sendo comprovado a autenticidade da
avaria, pela Autoridade Portuária;
 Os navios que não atingirem as pranchas mínimas estabelecidas
estarão sujeitos à desatracação às suas próprias expensas, ou
ficarão sujeitos a serem multados em 10.000 (dez mil) UFIR por
período de trabalho, a ser aplicada em dobro no caso de
reincidência.

7.4 - Operadores Portuários


Em janeiro de 2003 o porto tinha 13 (treze) operadores portuários pré-
qualificados, conforme a relação a seguir. A empresa CIDASC –
Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina está
em fase de pré-qualificação, com recurso encaminhado ao Conselho de
Autoridade Portuária e a empresa Inlogs Logística Ltda. está em fase de
renovação de seu certificado.

71
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Vencimento
Denominação Endereço, Telefone e Fax
Certificado
Rua Almirante Guilhen, 2 – Sala 111 – São
Agência Marítima
Francisco do Sul – SC CEP89240-000 0305 27/12/2003
Cargonave Ltda
Fone (0XX)47 444-2005 Fax 444 2691
Rua Almirante Guilhen, 2 – Sala 110 São Francisco
Agência Marítima
do Sul – SC CEP- 89240-000 Fone (0XX)47 444- 12/11/2008
Orion Ltda.
2156 Fax: 444-2356
Rodovia Olívio Nóbrega, 6500 – Centro São
Bunge Alimentos S/A Francisco do Sul – SC –CEP 89240-000 Fone 29/07/2006
(0XX)47 471-1100 / Fax: 471-1199
Rua Comendador Correa Junior, 865 – 29 de Julho
Estinave Serviços
Cx. Postal 01Paranaguá – PR – 04/11/2008
Marítimos Ltda.
CEP 83.203-560 - Fone (0XX)41 422-2600
Praça da Bandeira, 59 – salas 06,07,08 – Centro São
Francisco do Sul – SC
FERTIMPORT S/A
CEP- 89240-000
26/05/2008
Fone (0XX)47 444-3868 Fax 444-4668
Rua Quintino Bocaiúva, 67 – Centro - São
Litoral Agência
Francisco do Sul – SC – CEP 89240-000 0xx)47 11/09/2008
Marítima Ltda.
444-2867 Fax: 444-2540
Rua Babitonga, 71 – Centro São Francisco do Sul –
Maersk Brasil
SC –CEP 89240-000 02/02/2011
(Brasmar) Ltda.
Fone (0XX)47 444-2876 Fax: 444-3840
Rua Marcos Gorressen, s/nº - carai São Francisco
Portobello Armazéns
do Sul – SC – CEP 89240-000 31/05/2007
Gerais S/A
Fone (0XX)47 444-0348 Fax: 444-0303
Rocha Top Terminais Rua Babitonga, 71 – Centro São Francisco do Sul –
e Operadores SC – CEP 89240-000 23/06/2008
Portuários Ltda. Fone (0XX)47 444-2379 Fax 444-2260
Rua Prof.º Joaquim Santiago, 157 - Centro São
Seatrade Agência
Marítima Ltda.
Francisco do Sul - SC -CEP 89240-000 Fone 09/01/2004
(0XX)47 444-2037 Fax: 444-2436
TERFRAN - Rua Rafael Pardinho, 269 - Centro São Francisco do
Terminal Portuário Sul - SC – CEP 89240-000 Fone (0XX)47 444-2680
/ Fax: 444-8078
24/04/2008
de São Francisco do
Sul S/A
Rua Marechal Deodoro, 156 - Centro São Francisco
WRC Operadores
do Sul - SC – CEP 89240-000 29/04/2008
Portuários Ltda.
Fone (0XX)47 444-4646
Rua Blumenau, 1886 – Barra do Rio – Itajaí – SC –
Inlogs Logística Ltda CEP 88305-102 09/11/2010
Fone (0XX)47 348-2269

72
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

FORÇA DE TRABALHO
8
O porto de São Francisco do Sul opera em regime de 24 horas
ininterruptas, com equipes de mão-de-obra revezando-se
em quatro turnos de seis horas.
O órgão gestor de mão-de-obra dos trabalhadores avulsos está em pleno
funcionamento, devendo encarregar-se da escalação dos ternos a partir
deste ano de 2003. O quadro atual de trabalhadores avulsos tem a seguinte
composição:

Porto de São Francisco do Sul


Composição da Mão-de-Obra Avulsa
(Quantidades de Trabalhadores)
Categoria Cadastrados Registrados Total %
Estivadores 10 318 328 52,3%
Arrumadores 83 144 227 36,2%
Conferentes 33 19 52 8,3%
Consertadores 0 10 10 1,6%
Vigias 0 10 10 1,6%
Total 126 495 627 100,0
% 20,1% 79,9% 100,0%
Fonte: OGMO - SFS Jan-2003

O quadro apresenta, assim, um percentual bastante alto de trabalhadores


cadastrados, dos quais 120 foram admitidos em 2002, o que poderia
indicar insuficiência de mão-de-obra avulsa.

O maior número de cadastrados está nos arrumadores e conferentes.

Para os arrumadores o percentual de cadastrados chega a 36,6%, enquanto


que, para os conferentes a quantidade de cadastrados equivale a 1,74 vezes
os registrados.

O fato denota a falta de política adequada de contratação de mão-de-obra


permanente ou de desmobilização dos avulsos para os serviços de
capatazias, com a gradual contratação por prazo indeterminado, como
permite a lei 8.630/93.
Quanto aos conferentes, as principais operações em São Francisco do Sul
ocorrem em serviços de embarque e desembarque de granéis, atividades

73
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
tendentes á utilização de procedimentos mecanizados ou informatizados de
controle, que já dispensam conferentes.

8.1. Faixas Etárias


Os dados referentes às faixas de idade do conjunto dos trabalhadores
portuários avulsos das diversas categorias, em São Francisco do Sul, foram
obtidos para o mês de março deste ano, quando o número total de
cadastrados e registrados era de 622 pessoas, conforme está mostrado na
tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Mão-de-Obra Avulsa
Composição das Faixas Etárias
Quantidades de trabalhadores
Faixas Etárias Registrados Cadastrados Total % acumulada
de 20 a 25 anos 42 13 55 8,8%
de 26 a 30 anos 29 84 113 27,0%
de 31 a 35 anos 15 102 117 45,8%
de 36 a 40 anos 19 74 93 60,8%
de 41 a 45 anos 11 86 97 76,4%
de 46 a 50 anos 6 78 84 89,9%
de 51 a 55 anos 5 35 40 96,3%
de 56 a 60 anos 3 9 12 98,2%
Acima de 60 anos 3 8 11 100,0%
Fonte: OGMO – São Francisco do Sul Mar-2003

Os dados referentes aos estivadores, que representam a maior parte do


contingente, são do mês de janeiro deste ano e estão mostrados na tabela
seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Mão-de-Obra Avulsa de Estivadores
Composição das Faixas Etárias
Jan-2003
Quantidades de trabalhadores
Faixas Etárias Registrados Cadastrados Total % acumulada
de 20 a 25 anos 7 1 8 2,4%
de 26 a 30 anos 53 1 54 18,9%
de 31 a 35 anos 55 2 57 36,3%
de 36 a 40 anos 53 1 54 52,7%
de 41 a 45 anos 67 3 70 74,1%
de 46 a 50 anos 56 0 56 91,2%
de 51 a 55 anos 19 1 20 97,3%
de 56 a 60 anos 7 1 8 99,7%
Acima de 60 anos 1 0 1 100,0%
Fonte: OGMO – São Francisco do Sul

74
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O conjunto dos trabalhadores avulsos mostra-se bem jovem, com a maior
concentração de idades abaixo dos 40 anos (60,8%), e menos de dois por
cento (1,8%) acima de 60 anos.

Os gráficos relativos aos dados das duas tabelas estão mostrados na página
seguinte, onde se pode observar, para o conjunto total dos trabalhadores, o
desvio da curva para a esquerda, mostrando menores idades, para os
estivadores a curva mostra a distribuição quase uniforme nas faixas de 26 a
30 anos até a de 46 a 50 anos.
Conclui-se ter ocorrido grande número de ingresso de trabalhadores em
anos recentes (nas faixas de idade abaixo de 30 anos foram 168
trabalhadores), dos quais apenas 62 são estivadores.

Para os estivadores a distribuição das faixas etárias está,


aproximadamente, dentro da curva normal, com maior concentração de
valores abaixo de 45 anos, com 74,1% da população.

Porto de São Francisco do Sul


Composição Etária
Trabalhadores Avulsos
Mar 2003

120
Quant Trabalhadores

100

80

60

40

20

0
de 20 a de 26 a de 31 a de 36 a de 41 a de 46 a de 51 a de 56 a Acima
25 30 35 40 45 50 55 60 de 60
Cadastrados Registrados Total Fáixas Etárias

O gráfico seguinte mostra a distribuição das faixas etárias dos estivadores


de São Francisco do Sul

75
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Composição Etária
Estivadores
Mar 2003

70

Quant. Trabalhadores
60

50

40

30

20

10

0
de 20 a de 26 a de 31 a de 36 a de 41 a de 46 a de 51 a de 56 a Acima
25 30 35 40 45 50 55 60 de 60
faixas etárias
Cadastrados Registrados Total

Os estivadores com menos de 40 anos representam mais da metade do


contingente. Trata-se, também, de grupo de trabalhadores relativamente
jovem, com renovação recente de quadros, pois cerca de 19% do total tem
menos de 30 anos.

8.2. Escolaridade
Não foi possível obter no OGMO de São Francisco do Sul, levantamento
detalhado dos níveis de escolaridade das diversas categorias de
trabalhadores.

As informações fornecidas indicam, entretanto, os números mostrados na


tabela seguinte, onde todos os conferentes possuem nível secundário,
universitário ou superior, enquanto os demais têm nível primário,
contando-se 4 analfabetos.

Porto de São Francisco do Sul


Mão-de-Obra Avulsa
Níveis de Escolaridade
Jan-2003
Quantidades de trabalhadores
Nível de Escolaridade Quantidades %
Analfabetos 4 0,6%
Primário 572 91,1%
Secundário 43 6,8%
Universitário 4 0,6%
Superior 5 0,8%
Fonte: OGMO São Francisco do Sul

76
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O contingente de trabalhadores avulsos, analisado a partir da tabela acima,
apresenta baixa escolaridade – mais de 90% com nível primário, sendo que
apenas os conferentes têm escolaridade secundária ou terciária.

8.3. Composição das Equipes de Trabalhadores


Os ternos de avulsos em São Francisco do Sul têm a seguinte composição.

Porto de São Francisco do Sul


Mão-de-Obra Avulsa
Composição das Equipes Mínimas
Jan-2003
Quantidades de trabalhadores
Tipo de Carga Estivadores Conferentes Consert. Arrumadores Total
6 porão 1 lingada
2 portaló 1 lacre 3 homens
Contêiner (cheio e vazio) 18
1 CMP 1 planista 1 chefe
1 CMG 1 chefe
2 porão
Granel – Exportação - - - 3
1 CMG
Carga Geral Comum, 6 porão
1 lingada
madeira em toras e Carga 2 portaló 1 lingada 3 homens
1 controlista 19
Resfriada/ Frigorificada 1 CMP 1 chefe 1 chefe
1 chefe
paletizada 1 CMG
4 homens (funda
8 porão
Sacaria em funda,bandeja ou 1 lingada ou bandeja) ou 3
2 portaló 1 lingada
pré-lingada, Produtos 1 controlista homens 22 ou 23
1 CMP 1 chefe
Siderúrgicos 1 chefe (prélingados) 1
1 CMG
chefe
8 motoristas 1 lingada
3 homens
Roll on Roll off (sobre rodas) 1 CMP 1 controlista 17
1 chefe
1 CMG 1 chefe
8 porão
1 lingada
Roll on Roll off (outras 2 empilhadores 3 homens
1 controlista 19
cargas, exceto contêiner) 1 CMP 1 chefe
1 chefe
1 CMG
14 porão
1 lingada
Carga Resfriada/ 2 portaló 1 lingada 4 homens
1 controlista 28
Frigorificada (caixas soltas) 1 CMP 1 chefe 1 chefe
1 chefe
1 CMG
16 porão
Carga Resfriada/ 1 lingada
2 portaló 1 lingada 4 homens
Frigorificada (carcaças e 1 controlista 30
1 CMP 1 chefe 1 chefe
peixes) 1 chefe
1 CMG
Granéis Sólidos de 1 lingada
4 porão 3 homens
Importação (inclusive 1 balança 12
1 CMG 1 chefe
fertilizantes) 1 chefe
Notas: CMP – contramestre de porão:
CMG – contramestre geral
Fonte: OGMO – São Francisco do Sul

77
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
8.2. Remuneração Média dos Trabalhadores
A remuneração dos trabalhadores avulsos tem por base a quantidade de
cargas movimentadas – em unidades, para os contêineres e em toneladas
para as demais.

Porto de São Francisco do Sul


Mão-de-Obra Avulsa
Remuneração das Equipes Mínimas
Jan-2003
(Em R$/ Box para contêineres e em R$/t para as demais cargas)
Tipo de Carga Estivadores Conferentes Consert. Arrumadores Total
Contêiner cheio 4,4081 4,2675 - 3,3149 11,9905
Contêiner e vazio 0,8864 0,8745 - 0,5850 2,3459
Granel - Exportação 0,0279 - 0,0279
Carga Geral Comum 0,3824 0,4001 0,3045 0,3003 1,3874
Carga Geral Comum acima de
0,3079 0,3896 0,3045 0,2336 1,2356
1t
Sacaria em funda,bandeja 0,4727 0,5673 0,4727 0,4727 1,9854
Sacaria pré-lingada 0,4136 0,5673 0,4136 0,4136 1,8082
Produtos Siderúrgicos 0,2218 0,2504 0,2600 - 0,7322
Roll on Roll off (sobre rodas) 0,1183 0,1335 - 0,1183 0,3701
Roll on Roll off (outras cargas,
0,3079 0,1335 0,6001 - 1,0415
exceto contêiner)
Carga Resf/ Frigorificada
0,6001 0,6224 0,6001 0,6001 2,4227
(caixas soltas)
Carga Resf/ Frigorificada
0,6501 0,6224 0,6501 0,6501 2,5726
(carcaças e peixes)
Carga Resf/ Frigorificada
0,4510 0,6224 0,4564 0,5745 2,1042
(paletizada)
Granéis Sólidos de Importação 0,0207 0,0409 - 0,0939 0,1555
Fertilizantes, Carvão, Barrilha
0,0248 0,0409 - - 0,0657
e Caulim
Madeira em toras 0,2361 - - - 0,2361
O cálculo da remuneração mínima inclui o RSR – repouso semanal remunerado
Fonte de dados: OGMO – São Francisco do Sul

Os contêineres vazios são remunerados na base de cerca de 20% do que é


pago por unidade cheia, sendo o salário dia estipulado entre R$ 15,30 e R$
20,54 para estivadores, arrumadores e consertadores e entre R$ 18,34 e R$
21,29, para os conferentes.

Segundo informações do OGMO – SFS, os valores da remuneração média


dos trabalhadores das diversas categorias estão nas seguintes médias:

78
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Mão-de-Obra Avulsa
Remuneração Média
Jan-2003

Categoria Remuneração Média R$


Estivadores 2.200,00
Arrumadores 2.000,00
Conferentes 4.700,00
Consertadores 1.200,00
Vigias 1.300,00
Fonte: OGMO – São Francisco do Sul

8.5. Programas de Desmobilização dos Trabalhadores


Portuários Avulsos
Os operadores portuários, através do OGMO, estão planejando a oferta de
um Programa de Desligamento Voluntário Incentivado – PDV para os
trabalhadores de estiva, com valores de R$ 1.000,00 por ano de trabalho,
limitado a R$ 30.000,00 por estivador, esperando-se a adesão de 20 a 30
pessoas, contando-se ainda com 3 (três) aposentadorias durante o ano de
2003.

Alguns operadores como a WRC já estão contratando mão-de-obra


permanente. Para os serviços de terra, especialmente na operação dos
equipamentos, inclusive os MHC ou guindastes sobre pneus.

Estão sendo negociadas reduções das quantidades de trabalhadores por


equipe, com compensação nas taxas de remuneração por produção.

79
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

A N Á L I S E D A M OV I M E N TA Ç Ã O
AT U A L D E C A R G A S
9
A
economia da região sul do país é fortemente impulsionada
pela agricultura. Só no ano de 2002, as culturas de soja,
milho e trigo chegaram a representar cerca de 50% do total
colhido na safra brasileira desses produtos. Nesse contexto, o porto de São
Francisco do Sul consolida-se como a porta de saída desses produtos para
outros mercados, caracterizando-se, assim, como um porto
predominantemente exportador. Do total de cargas por ele movimentadas
em 2002, cerca de 4.300.000 toneladas foram destinadas à exportação,
aproximadamente 80% da sua movimentação total.

As principais cargas atualmente movimentadas no porto são:

 Na importação: trigo e fertilizantes;


 Na exportação: farelo de soja, soja em grão, milho em grão, óleo
de soja, madeira, frango congelado e cerâmica.

Segundo pesquisas e entrevistas realizadas com os principais operadores e


usuários do porto de São Francisco do Sul, verificou-se que grande parte
das mercadorias exportadas é originária da própria região, tais como:
móveis, compensados, soja, milho e farelo.

Os principais destinos das cargas exportadas são: Estados Unidos, México,


Porto Rico, República Dominicana, Argentina, Europa, Austrália, Hong
Kong, Tailândia, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul e Marrocos.

Verifica-se, entretanto, que apesar do grande número de países


importadores, o mercado é bem distinto para cada um deles. A madeira
tem como principal destino os Estados Unidos, Europa e Marrocos. Já os
produtos agrícolas (soja e milho) são enviados principalmente aos países
europeus. Já para o mercado asiático predominam as exportações de farelo

80
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
e óleo de soja e para o mercado sul africano predominam as exportações
de cerâmica.

O Porto de São Francisco do Sul movimentou, em 2002, cerca de


5.400.000 toneladas de mercadorias, das quais parte foi escoada em
contêineres, que consolidaram em torno de 160.000 unidades.

O gráfico a seguir ilustra a distribuição percentual dos tipos de mercadoria


movimentadas no porto de São Francisco do Sul, no ano de 2002, sobre a
sua movimentação total.

Porto de São Francisco do Sul


Composição Percentual na Movimentação do Porto
Por Tipos de Cargas

39% 36%

11%
7% 7%
G. Sólido - Exp G. Sólido - Imp G. Líquido
Congelados C. Geral

Como se pode verificar, a carga geral é, atualmente, responsável pela


maior movimentação individual dentro do porto, a qual é quase que
totalmente conteinerizada. Sua movimentação não supera, entretanto, a
totalização dos granéis sólidos (importação + exportação), que estão
apresentados separadamente por sentido na consolidação do gráfico acima.

A movimentação de granéis sólidos no porto de São Francisco do Sul é


responsável, hoje, por quase a metade de todas as cargas existentes. Por
esse motivo, o porto atende a esse tipo de carga com terminais
especializados e equipamentos apropriados, principalmente no que se
refere aos granéis de exportação.

A análise da série histórica de movimentação de cargas no porto de São


Francisco do Sul vem indicando a crescente expansão dos mercados que o
utilizam, principalmente quando considerados os últimos cinco anos. Essa
expansão reflete no incremento de movimentação do porto, que vêm
apresentando taxa média de crescimento de cerca de 10% ao ano.

Entretanto, para que se possa vislumbrar a movimentação futura de cargas


esperada para o porto de São Francisco do Sul, é necessário proceder a
uma análise mais específica, considerando as peculiaridades de cada uma

81
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
das cargas movimentadas, seus respectivos mercados e a forma como estes
vêm se comportando em meio à economia nacional.

9.1. Granéis Sólidos de Importação


O porto de São Francisco do Sul apresentava, tradicionalmente, na sua
pauta de importações produtos como soja, milho, trigo, fertilizantes e
sorgo. Entretanto, com o aumento da produção agrícola da região sul do
país, desde 1998 esse cenário vem sofrendo grande modificação e,
atualmente, apenas o trigo e os fertilizantes estão sendo importados.

A análise da série histórica dos volumes de movimentação de granéis


sólidos de importação no porto, por tipo de produto, está apresentada na
tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Série Histórica de Movimentação
Granéis Sólidos de Importação - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
IMPORTAÇÃO
Soja em Grão 169.452 - 13.681 - - -
Milho 22.062 105.004 70.992 - - -
Trigo 423.094 622.352 752.368 504.693 461.260 193.149
Fertilizante - - 76.462 90.443 108.494 -
Sorgo - - 90.435 - - -
Sub-Total 614.608 727.356 1.003.938 595.136 569.754 193.149
(*) Acumulado até abril/2003.
FONTE:Administração do Porto de São Francisco do Sul. Departamento de Estatística, 2003.

Como se pode verificar, as importações brasileiras efetuadas por São


Francisco do Sul estão se restringindo a dois tipos de produtos: trigo e
fertilizantes. Dentre esses, verifica-se, ainda, que as importações de trigo
vêm diminuindo significativamente a cada ano em contraposição ao
fertilizante, que desponta com grande potencial.

A tendência de decrescimento das importações de trigo pode ser explicada,


principalmente, pelo crescimento da própria produção agrícola na região.
Nos últimos cinco anos, a produção de trigo no sul do país apresentou taxa
média de crescimento em torno de 7% ao ano, incentivado,
principalmente, pelos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que
cresceram cerca de 24% e 15% ao ano no mesmo período.

Dessa forma, enquanto a produção de trigo no estado aponta crescimento


de 24%, a sua importação tem reduzido, nos últimos 3 anos, em cerca de
21% ao ano. Dessa forma, mantido o cenário até agora verificado, a

82
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
tendência é de que as importações de trigo cessem, e esse insumo passe a
ser captado diretamente na região.

Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –


IBGE, as produções agrícolas de trigo e soja na região sul do Brasil tem
crescido a uma taxa média de 7% ao ano e a de milho, mais intensa, cresce
a cerca de 10% ao ano. Esse forte crescimento agrícola na região explica o
fato de também não estarem sendo mais importadas a soja e o milho.

Por contrapartida, dado o incremento das áreas produtivas na região, as


importações de fertilizantes vêm apresentando altas taxas de crescimento
no porto.

Frente a esse novo patamar de produção agrícola, não só na região como


em todo o Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, a produção da agroindústria brasileira de fertilizantes tem
crescido cerca de 8% ao ano, quando considerados os últimos cinco anos,
indicando, dessa forma, o grande potencial do mercado.

Para a absorção do incremento de volume das importações de granéis


sólidos, os portos da região se dividem na captura das cargas. Na tabela
seguinte estão indicados os volumes movimentados de granéis sólidos de
importação no ano de 2002 em cada um dos portos concorrentes, bem
como as taxas de crescimento que cada um deles vêm apresentando ao
longo dos últimos cinco anos.

Porto de São Francisco do Sul


Movimentação de Granéis Sólidos de Importação e Taxa de
Crescimento da Movimentação nos Portos Concorrentes
(em toneladas)
PORTO Movimentação 2002 Taxa de Crescimento¹
Paranaguá - SC 4.360.020 5,58%
Itajaí - SC 59.516 15,62%
Rio Grande 401.530 -23,84%
São Francisco do Sul² 569.754 7,72%
Fonte: Pesquisa direta com os portos.
¹ Verificada entre 1998 e 2002.

Observando-se as taxas de crescimento da movimentação de granéis


sólidos de importação nos principais portos concorrentes, percebe-se que
as cargas estão sendo rearranjadas entre os mesmos, saindo de Rio Grande,
e distribuindo-se entre os demais portos em proporções diferentes.

Fazendo uma análise imediata pode parecer que o crescimento do porto de


São Francisco do Sul está apenas acompanhando o crescimento agrícola da
região, que tem se mostrado no mesmo patamar. Porém, essa taxa tem se
mantido nesse patamar em função dos decréscimos nas importações de
trigo, já anteriormente explicados. Entretanto, quando analisada

83
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
individualmente a carga de fertilizantes, verifica-se que seu crescimento
vem ocorrendo a uma taxa média de 19% ao ano, indicando o real
crescimento do porto.

A tendência é de que as importações de fertilizantes continuem a crescer a


taxas equivalentes ao crescimento do setor agrícola da região.

Caso o cenário apontado ao longo dos últimos anos se mantenha, a


tendência é de que o decréscimo das importações de trigo seja incorporado
pelos incrementos de fertilizantes.

9.2. Granéis Sólidos de Exportação


Os granéis sólidos de exportação são responsáveis, atualmente, pelo
segundo maior volume de cargas gerado no porto de São Francisco do Sul.
Os principais produtos exportados pelo porto são soja, milho e farelo de
soja, advindos da própria região.

A série histórica dos volumes movimentados de granéis sólidos de


exportação no porto, por tipo de produto, está apresentada na tabela
seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Série Histórica de Movimentação
Granéis Sólidos de Exportação - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
EXPORTAÇÃO
Farelo de Soja 1.550.371 1.840.491 1.399.025 951.464 649.713 298.502
Soja em Grão 30.499 183.407 166.735 608.658 821.023 218.860
Milho em Grão - - - 210.113 412.414 157.870
Sub-Total 1.580.870 2.023.898 1.565.760 1.770.235 1.883.150 675.232
(*) Acumulado até abril/2003.
FONTE:Administração do Porto de São Francisco do Sul. Departamento de Estatística, 2003.

As exportações de granéis sólidos pelo porto de São Francisco do Sul


refletem tanto o incremento da produção agrícola da região, quanto a
intensificação da sua agroindústria.

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –


IBGE, a produção de soja e milho na região apresenta taxa média de
crescimento da ordem de 10% ao ano. Entretanto, a soja, responsável por
cerca de 80% do volume exportado no porto (seja em grãos ou farelo),
apresenta, isoladamente, taxa média de crescimento de produção mais
amena, em torno de 7% ao ano.

84
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Esse incremento de produção gera, da mesma forma, o aumento do volume
exportado de granéis sólidos, que é absorvido pelos portos regionais.

A tabela seguinte apresenta a movimentação de granéis sólidos de


exportação realizada em 2002 e a sua taxa média de crescimento nos
principais portos concorrentes de São Francisco do Sul, nos últimos 5
anos.

Porto de São Francisco do Sul


Movimentação de Granéis Sólidos de Exportação e Taxa de
Crescimento da Movimentação nos Portos Concorrentes
(em toneladas)
PORTO Movimentação 2002 Taxa de Crescimento¹
Paranaguá - SC 14.818.198 7,91%
Itajaí - SC - -
Rio Grande 4.222.979 -0,76%
São Francisco do Sul 1.883.850 4,47%
Fonte: Pesquisa direta com os portos.
¹ Verificada entre 1998 e 2002.

Analisando-se as taxas de crescimento da movimentação de granéis


sólidos de exportação nos principais portos concorrentes, verifica-se que
os mesmos têm evoluído muito próximos ao próprio mercado (produção).
Não se inclui nesse cenário, o porto de Rio Grande, que tem perdido
movimentação, absorvida, principalmente, pelo porto de Paranaguá.

Entretanto, com a modernização dos equipamentos de carregamento de


granéis sólidos, o porto de São Francisco do Sul será capaz de absorver
uma parcela maior do mercado, através da promoção de melhores padrões
e indicadores operacionais.

9.3. Granéis Líquidos


A movimentação de granéis líquidos no porto de São Francisco do Sul
merece destaque, pois, atualmente, apresenta a segunda maior taxa de
crescimento em volume dentre as mercadorias movimentadas, totalizando
um incremento de cerca de 27% ao ano, perdendo apenas para a carga
congelada, que tem crescido em torno de 43%.

O granel líquido movimentado no porto é, atualmente, restrito ao óleo de


soja, movimentado apenas no sentido de exportação. A tabela seguinte
apresenta a evolução das suas movimentações ao longo dos últimos cinco
anos.

85
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E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Série Histórica de Movimentação
Granéis Líquidos - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
IMPORTAÇÃO
Óleo de Soja 13.527 22.516 5.948 1.977 - -

EXPORTAÇÃO
Óleo de Soja 123.058 157.805 106.538 447.633 350.539 55.600

Total Movimentado 136.585 180.321 112.486 449.610 350.539 55.600


(*) Acumulado até abril/2003.
FONTE:Administração do Porto de São Francisco do Sul. Departamento de Estatística, 2003.

Como se pode verificar, desde o ano de 2002 as importações de óleo de


soja cessaram. Esse fato reflete não só o crescimento da própria lavoura de
soja na região, como também o crescimento da agroindústria de
esmagamento. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, a produção de soja tem crescido em torno de 7% ao ano na região,
enquanto que a produção brasileira da agroindústria de óleo de soja cresce
a quase 12% ao ano.

Com um mercado em pleno crescimento, a cadeia produtiva ligada à soja


também expande, gerando safras recordes e volumes cada vez maiores de
mercadorias. Aliado ao atual cenário econômico, onde as taxas de câmbio
estimulam as exportações, o crescimento dos volumes gerados
proporciona, por sua vez, o incremento de exportações do setor.

Nesse sentido, os portos da região sul vêm registrando altas taxas de


crescimento quanto aos volumes exportados dessa mercadoria, liderados
pelo porto de São Francisco do Sul, que apresentou a maior taxa média de
crescimento anual de movimentação2.

A tabela seguinte mostra a movimentação consolidada de granéis líquidos


nos principais portos concorrentes de São Francisco do Sul no ano de
2002, bem como, a taxa média de crescimento de suas movimentações.

2
À exceção do porto de Itajaí, que só pôde ter sua taxa de crescimento aferida, para óleo
vegetal, entre os anos de 2000 e 2001, não se tornando, dessa forma, comparativo com os
demais.

86
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Porto de São Francisco do Sul
Movimentação de Granéis Líquidos e Taxa de Crescimento da
Movimentação nos Portos Concorrentes
(em toneladas)
PORTO Movimentação 2002¹ Taxa de Crescimento²
Paranaguá - SC 1.193.123 6,49%
Itajaí - SC 12.279 124,15%³
Rio Grande 9.662 2,79%
São Francisco do Sul 350.539 26,57%
Fonte: Pesquisa direta com os portos.
¹ Movimentação relativa exclusivamente ao óleo de soja.
² Verificada entre 1998 e 2002.
³ Taxa aferida entre os anos de 2001 e 2002.

Analisando-se os valores apresentados, verifica-se que a taxa média de


crescimento da movimentação nos principais portos concorrentes gira em
torno dos 12% ao ano3, indicando que a sua evolução tem seguido o
crescimento do próprio mercado agroindustrial, que tem crescido
exatamente nesse patamar.

Assim, observa-se que o porto de São Francisco do Sul é o que tem atraído
a maior parcela do incremento de mercado, crescendo bem acima da média
dos demais portos. Isso indica, de fato, que o porto tem grande potencial
para continuar evoluindo nesse setor.

9.4. Contêiner
A movimentação de contêineres no porto de São Francisco do Sul, assim
como nos demais portos brasileiros, vem apresentando altas taxas anuais
de crescimento.

Atualmente, em São Francisco do Sul, os contêineres representam a


terceira maior taxa de crescimento dentre os tipos de carga movimentados,
com o incremento médio de cerca de 20% ao ano, quando analisado o
período entre 1998 e 2002.

A tabela seguinte apresenta essa evolução.

3
Não levando em conta o crescimento aferido no porto de Itajaí, pelos motivos
anteriormente já explicitados.

87
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Porto de São Francisco do Sul
Série Histórica de Movimentação
Contêineres - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (box)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
Cheio 52.733 60.812 69.630 67.193 94.360 31.335
Vazio 25.615 35.677 42.382 45.135 65.827 24.039
Total Movimentado 78.348 96.489 112.012 112.328 160.187 55.374
(*) Acumulado até abril/2003.

A taxa média de crescimento no período, em torno de 20%, foi fortemente


impulsionada pelos números observados em 2001/2002, quando atingiu
perto de 43% de incremento médio anual.

Essa taxa de crescimento está diretamente ligada à taxa de melhoria dos


indicadores operacionais da movimentação de contêineres, com a
instalação e plena operação dos dois novos MHCs, com o que o porto de
São Francisco do Sul aumentou a sua capacidade de transferência
cais/navio/cais, dando melhores e mais rápidas condições de operação,
diminuiu o tempo de atracação dos navios e aumentou sua capacidade de
atendimento. A consolidação desses fatores levou ao salto de
movimentação verificado no período.

Nas entrevistas realizadas com os usuários e operadores portuários,


entretanto, foram destacados diversos fatores limitantes à continuidade das
taxas atualmente apresentadas, especialmente as disponibilidades de áreas
de estocagem, as atuais condições de operação no porto, a questão do
acesso terrestre em nível de congestionamento e as profundidades no canal
de entrada, problemas esses que serão tratados especificamente mais à
frente, neste estudo.

Nesse sentido, os entrevistados não arriscaram projetar qualquer


incremento de movimentação para os próximos anos, acreditando que, nas
atuais circunstâncias, a movimentação de contêineres poderá crescer em
torno de, no máximo, 5% ao ano.

Essa projeção conservadora dos operadores, entretanto, já está sendo


superada pela movimentação realizada no primeiro quadrimestre de 2003
em relação ao mesmo período de 2002, onde se verifica que os números de
2003 estão cerca de 21% acima de 2002, como mostra a tabela seguinte.

88
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E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Simulação de Crescimento para 2003
Movimentação de Contêineres

Produto Valores
Volume 1° Quad. 2003 55.374
Volume 1° Quad. 2002 45.714
Volume Total 2002 160.187
% 1° Quad. 02¹ 28,54%
Projeçao 03² 194.037
Perspectiva usuários³ 170.000
¹ Percentual do 1° quadrimestre 2002 em relação ao total anual
² Projeção estimada com base nas proporções apresentadas para o ano de 2002.
³ Estimativa informada através de entrevistas.

Para completar o quadro de fatores de influência no crescimento de


movimentação de contêineres em São Francisco do Sul, pesquisou-se a
taxa média de crescimento nos principais portos brasileiros.

Para isso, foram analisados os portos de: Manaus, Belém, Fortaleza,


Suape, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, Itajaí e Rio
Grande, verificando-se a taxa média de 8% de crescimento anual,
aproximadamente

Foram ainda comparadas as taxas verificadas nos principais portos


concorrentes de São Francisco do Sul, no ano de 2002, as quais estão
apresentadas na tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Movimentação de Contêineres e Taxa de Crescimento da
Movimentação nos Portos Concorrentes
(em boxes)
PORTO Movimentação 2002¹ Taxa de Crescimento²
Paranaguá - SC 157.706 17,52%
Itajaí - SC 312.316 53,13%
Rio Grande 250.660 16,16%
São Francisco do Sul 160.187 19,57%
Fonte: Pesquisa direta com os portos.
¹ Movimentação consolidada de contêineres cheios e vazios.
² Verificada entre 1998 e 2002.

Analisando-se a tabela cima, verifica-se que a movimentação de


contêineres nesses portos mesmos tam crescido à taxa média em torno de
26% ao ano, bastante superior à média dos principais portos brasileiros.

89
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
É importante salientar que São Francisco do Sul não dispõe de terminal
especializado, mas apenas um berço dedicado à movimentação de
contêineres.

A introdução dos equipamentos de transferência especializados (os móbile


harbour cranes), propiciou a atração de grande volume de carga,
esgotando a capacidade de armazenamento, o que deve ter influenciado as
perspectivas de incremento dos usuários e operadores para os próximos
anos. Caso isso venha a acontecer o mercado, certamente, deverá ser
atendido (ou desviado) em grande proporção pelos portos vizinhos.

O fato é que o mercado para a movimentação deste tipo de carga está em


pleno crescimento, necessitando que ocorram investimentos para que as
taxas atinjam os patamares projetados.

9.5. Carga Congelada


Embora São Francisco do Sul não tenha qualquer tipo de instalação
especializada para o atendimento das cargas congeladas/ frigorificadas,
nem ofereça atrativos especiais, este é o mercado que mais tem crescido
dentro do porto.

A análise dos volumes apresentados na tabela seguinte, indica que esse


tipo de carga tem crescido à taxa média de 43% ao ano, quando
considerado o último período de cinco anos.

Porto de São Francisco do Sul


Série Histórica de Movimentação
Carga Congelada - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
Congelados - Importação 2.611 9.041 7.870 6.574 12.822 5.859
Congelados - exportação 86.107 89.956 162.305 245.298 358.813 81.850
Total Movimentado 88.718 98.997 170.175 251.872 371.635 87.709
FONTE: Administração do Porto de São Francisco do Sul. Departamento de Estatística, 2002.

Segundo informações colhidas nas entrevistas realizadas com operadores,


usuários e a administração do porto, verifica-se que, atualmente, o porto de
São Francisco do Sul tem atendido às embarcações de carga frigorificada
apenas quando essas são desviadas dos portos concorrentes, devido aos
congestionamentos ocorridos.

Como o porto não dispõe de terminais e/ou equipamentos especializados


para os procedimentos de embarque ou desembarque desse tipo de carga,
não é dada preferência para seu atendimento, ao contrário do que ocorre
com os contêineres e granéis.

90
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Este fato, por si só, indica o grande potencial de crescimento das cargas
frigorificadas no mercado regional, pois, mesmo sem qualquer tipo de
atrativo, os volumes movimentados são cada vez maiores, significando,
ainda, que os demais portos encontram-se sem capacidade suficiente para
o seu atendimento.

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior -MDIC, as estimativas de exportação para o ano de 2002
estiveram acima de 4 milhões de toneladas de carga frigorificada, entre
carnes, pescados, aves, frutas e sucos, dos quais cerca de 97% utilizariam o
modal marítimo.

As exportações brasileiras de congelados apresentaram, para o período de


1999 a 2002, crescimento médio anual de 19%, com indicativos de
crescimento do setor em cerca de 28,2%.

A região Sul é responsável pela maior parcela de cargas frigorificadas de


exportação do país, chegando próximo aos dois milhões de toneladas
anuais, em 2002. As carnes e aves são responsáveis pela maior parcela da
carga movimentada, representando cerca de 93% do total exportado.

O estado que detém a maior parcela das exportações de frigorificados é


Santa Catarina, com 46,2% do total da região, ou 920 mil toneladas,
seguindo-se o Rio Grande do Sul, com 585 mil toneladas (29,4%) e o
Paraná, com 485 mil toneladas, equivalentes a 24,4%.

Porto de São Francisco do Sul


Participação dos Estados nas Exportações da Região Sul
Carga Congelada

46,2%
24,4%

29,4%

Santa Catarina Rio Grande do Sul Paraná

A conseqüência do incremento das exportações de congelados na região é


o crescimento da sua movimentação nos portos regionais, sendo Itajaí o
atual líder, que conta com o terminal especializado da BRASKARNE para o
atendimento destas cargas.

Entretanto, apesar de liderar o ranking regional, não e o porto de Itajaí o


responsável pela maior taxa de crescimento de movimentação´, .posto

91
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
ocupado pelo porto de São Francisco do Sul, o qual, segundo a análise dos
últimos cinco anos, vem apresentando crescimento anual da ordem de
43%, como mostra a tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Movimentação de Congelados e Taxa de Crescimento da
movimentação nos portos

PORTO Movimentação 2002 Taxa de Crescimento¹


Paranaguá - SC 484.420 19,96%
Itajaí - SC 958.897 39,44%
São Francisco do Sul 371.635 43,06%
Fonte: Pesquisa direta com os portos.
¹ Verificada entre 1998 e 2002.

9.6. Carga Geral

Atualmente, a carga geral é responsável pela maior movimentação no


porto de São Francisco do Sul, com a marca de cerca de dois milhões de
toneladas anuais, superando os granéis sólidos de exportação, que vêm em
segundo lugar com 1.883.000 toneladas.

Embora venha sendo rotulado de “porto graneleiro”, São Francisco do Sul,


desde o início de suas atividades sempre foi um porto que movimentou
grandes quantidades de carga geral, constituída principalmente pela
madeira, com as exportações de imbuia e mogno; apenas nas décadas de
60/70, com o início das obras da CIDASC, o porto modificou seu perfil
madeireiro para graneleiro.

Ainda hoje, a maior parcela da carga geral movimentada no porto é


constituída de madeiras, seja sob a forma de móveis ou compensados, que
representam cerca de 40% do total de carga geral, significando
aproximadamente 786.000 toneladas anuais.

Outro produto que também tem se destacado na composição total da carga


geral é a cerâmica de revestimentos, sendo que, em 2002, foram
movimentadas cerca de 216.000 toneladas, representando
aproximadamente 11% do total.

A tabela abaixo apresenta a série histórica de movimentação de carga geral


no porto de São Francisco do Sul, individualizando os principais tipos de
carga.

92
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Série Histórica de Movimentação
Carga Geral - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
IMPORTAÇÃO
R Sintética PVC 8.243 5.946 13.068 2.141 7.360 2.483
Polipropileno 5.587 2.595 5.952 969 2.259 1.232
Motocompressores 2.854 1.294 850 746 1.219 -
Diversos 213.464 146.491 202.018 209.887 268.789 66.197
Sub-Total 230.148 156.326 221.888 213.743 279.627 69.912
EXPORTAÇÃO
Madeira Manufaturada 333.498 488.207 605.194 533.782 650.422 242.919
Manufaturados texteis 8.799 14.240 20.447 19.260 28.656 9.547
Motocompressores 51.621 51.441 66.098 58.404 71.980 23.745
Peças para veículos 87.274 62.471 107.051 92.485 136.127 47.927
Motores elétricos 13.460 9.313 31.847 23.430 39.645 17.222
Móveis 30.216 60.306 86.666 96.360 135.460 46.243
Refrigeradores 4.619 5.541 6.586 4.742 11.295 5.100
Papel 20.483 16.698 23.869 11.031 23.720 11.014
Azulejos 75.252 91.560 153.035 140.550 216.108 88.139
Tabaco ou fumo 11.956 11.110 14.996 11.525 14.962 4.681
Diversos 278.424 435.708 280.020 282.474 396.166 119.741
Sub-Total 915.602 1.246.595 1.395.809 1.274.043 1.724.541 616.278
Total Movimentado 1.145.750 1.402.921 1.617.697 1.487.786 2.004.168 686.190
(*) Acumulado até abril/2003.
FONTE: Administração do Porto de São Francisco do Sul. Departamento de Estatística, 2002.

O crescimento da movimentação de carga geral em São Francisco do Sul


vem sendo impulsionado, principalmente, pelo aumento da produção física
da indústria de transformação, que, segundo pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no ramo madeireiro, tem
crescido cerca de 5% ao ano.

A movimentação de carga geral e a taxa média de crescimento dos


principais portos concorrentes de São Francisco do Sul, no ano de 2002,
estão apresentadas na tabela seguinte.

93
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Movimentação de Carga Geral e Taxa de Crescimento da
Movimentação nos Portos Concorrentes
(em toneladas)
PORTO Movimentação 2002¹ Taxa de Crescimento²
Paranaguá - SC 4.161.529 10,07%
Itajaí - SC 2.553.880 20,72%
Rio Grande 3.841.458 13,67%
São Francisco do Sul 2.004.168 15,00%
Fonte: Pesquisa direta com os portos.
¹ Movimentação consolidada de contêineres cheios e vazios.
² Verificada entre 1998 e 2002.

Verifica-se que a taxa média de crescimento nos diversos portos da região


gira em torno de 15%, mostrando-se bastante superior ao crescimento da
própria indústria de transformação, concluindo-se pela ocorrência de
atração dessas mercadorias pelo modal marítimo, com maior intensidade
nos portos de Itajaí e São Francisco do Sul.

Ressalte-se, entretanto, que cerca de 85% de toda a carga geral


movimentada no porto é conteinerizada, restando somente 15%
transportada de forma de carga solta.

Com base nesses parâmetros procedeu-se à verificação das quantidades de


carga geral solta movimentadas, obtendo-se os resultados mostrados na
tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Série Histórica de Movimentação
Carga Geral não Conteinerizada - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
Carga Geral 141.724 169.586 287.720 345.676 240.308 76.934

Essas quantidades de carga solta resultam da movimentação de madeira e


de congelados, estes em caráter eventual, desviados de outros portos.

Embora de pouca expressão relativa, a movimentação de carga solta vem


apresentando crescimento em torno de 12% ao ano.

94
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

P R E M I S S A S PA R A A
10
AVA L I A Ç Ã O D O I N C R E M E N T O
D A M OV I M E N TA Ç Ã O
PORTUÁRIA

A
projeção de qualquer cenário futuro de movimentação de
cargas, quer seja para um porto, um estado, um rio ou uma
rodovia, deve levar em consideração não só o cenário
econômico em que o setor encontra-se inserido e suas tendências para os
próximos anos, como também as diversas influências que cercam os
administradores do setor em evidência, visto que estes serão os
responsáveis pela direção do mercado.

Dessa forma, a projeção da movimentação de cargas pelo porto de São


Francisco do Sul foi elaborada levando em consideração:

 a movimentação atual de cargas no porto, por tipo de carga;


 o cenário econômico que envolve cada uma das cargas
movimentadas;
 as expectativas dos mercados nacional e regional;
 o crescimento do mercado local;
 as expectativas dos operadores e usuários do porto;
 a atratividade dos portos concorrentes.

A elaboração das projeções baseadas nesse conjunto de fatores visa a


obtenção de elevado grau de confiabilidade, consistentes com esse
conjunto de expectativas.

Para que tais projeções se confirmem, no futuro, diversos elementos


devem se verificar, além das tendências apresentadas pelo mercado da
região em estudo, destacando-se os aspectos políticos, econômicos,
institucionais e comerciais.

95
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Esses elementos influenciarão os indicadores de definição da demanda,
tornando-se essenciais para o estabelecimento das estratégias do
desenvolvimento portuário.

Assim, são elencadas, a seguir, as premissas e condicionantes políticas,


econômicas, institucionais e comerciais tomadas como base para a
formulação dos cenários futuros, visando assegurar a qualidade das
estimativas e perspectivas projetadas.

 Manutenção de cenário econômico favorável às exportações,


com taxas positivas de crescimento e estabilidade cambial;
 Manutenção do bom ritmo de crescimento do mercado
verificado na região de estudo, gerando demandas cada vez maiores
pelos serviços oferecidos;
 Continuidade das boas taxas médias de crescimento da
movimentação de mercadorias atualmente encontradas tanto no
cenário nacional, quanto no regional;
 Cenário político voltado para os incentivos ao desenvolvimento
regional, principalmente no que diz respeito à infra-estrutura,
transportes e produção;
 Melhoria dos sistemas de transporte terrestre, incluindo as
rodovias federais, estaduais e vicinais, além da adequação da frota
e dos equipamentos utilizados;
 A aplicação de investimentos em obras para o aprofundamento
dos acessos e dos cais, no porto de São Francisco do Sul,
proporcionando condições para o atendimento de navios de maior
capacidade;
 Adequação dos procedimentos operacionais do porto, com a
ampliação da capacidade dos terminais;
 Investimento em modernização e especialização dos terminais,
especialmente no que se refere aos equipamentos e áreas de
estocagem, e
 Manutenção de ações junto aos operadores, exportadores e
importadores para aumentar a quantidade de usuários do porto.

96
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

PROJEÇÕES DE
11
M OV I M E N TA Ç Ã O

onforme orientação do Termo de Referência, as projeções

C dos fluxos de carga foram elaboradas considerando o


horizonte de 20 anos, com a proposição e caracterização de
cenários de expectativas
conservador, moderado e otimista.
em três níveis distintos:

Cada um desses cenários pressupõe taxas de crescimento diferenciadas,


baseadas no cenário econômico atuais e no histórico da movimentação de
cargas, separadas por tipo, nas expectativas de crescimento dos mercados
nacional e regional e local, nas expectativas dos operadores e usuários do
porto e na atratividade que os portos concorrentes.

As estimativas projetadas para os cenários futuros de movimentação de


cargas no porto de São Francisco do Sul, independentemente de cada um
dos cenários formulados (conservador, moderado ou otimista), pressupõe o
entendimento de que as premissas apresentadas no capítulo anterior
mantenham-se sem grandes alterações ao longo dos anos, até o horizonte
delineado pelos estudos.

A seguir serão apresentadas as diretrizes específicas que embasaram a


formulação de cada um dos cenários apresentados, com as suas respectivas
taxas de crescimento, apresentando-se antes a metodologia utilizada para a
determinação da previsão para 2003, a qual servirá como ponto de partida
para as demais projeções.

11.1. Previsão para 2003


Para proceder à estimativa da movimentação de 2003, tomou-se como base
a consolidação dos dados estatísticos do porto relativos ao primeiro
quadrimestre de 2003, utilizando-se a metodologia de comparação
percentual, ou seja, admitiu-se que a sazonalidade da movimentação em
2003 seguirá a mesma tendência do ano anterior.

97
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Verificou-se o percentual de cargas movimentadas no primeiro
quadrimestre de 2002 em relação à movimentação total do ano, e aplicou-
se o mesmo percentual sobre o volume movimentado no mesmo período
de 2003.

Os resultados obtidos estão dispostos na tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Previsão de Cargas para o Ano de 2003
(toneladas)
Tipoe de cargas 1° Quad/03 1° Quad/02 Ano 2002 % em 2002 Projeção 03
GS - Import 193.149 184.034 569.754 32,30 597.973
GS - Export 868.381 656.770 1.883.150 34,88 2.489.900
GL 55.600 42.327 350.539 12,07 460.462
Contêiner¹ 55.374 45.714 160.187 28,54 194.037
Congelados 87.709 83.320 371.635 22,42 391.211
Carga Geral 686.190 586.557 2.004.168 29,27 2.344.597
¹ Avaliado em unidades.

11.2. Formulação dos Cenários


Conforme estabelece o Termo de Referência deste estudo, as projeções dos
fluxos de carga para o porto de São Francisco do Sul obedecerão à três
níveis de expectativa: conservador, moderado e otimista.

Visto que a economia da região apresenta-se bastante desenvolvida,


principalmente no que tange à produção agrícola e industrial, o porto de
São Francisco do Sul consolida-se como excelente opção de saída de
mercadorias regionais para o mundo.

Entretanto, embora o maior percentual de cargas se verifique no sentido de


exportação, não podem ser consideradas irrelevantes as importações
efetuadas, pois essas, em sua maioria, servem de subsídios para a produção
e exportação, como, por exemplo, os fertilizantes, onde deve-se observar-
se uma relação bastante forte entre o aumento das exportações de granéis e
das importações de fertilizantes.

Dadas as peculiaridades da vasta gama de produtos movimentados pelo


porto de São Francisco do Sul, não se deve propor uma taxa única de
projeção para todo o seu volume, sob o risco de incorrer em grandes
distorções.

Para evitar essa possibilidade, serão realizadas projeções para cada tipo de
carga, separadamente, obtendo-se, ao final, o volume total do porto a partir
do somatório dos volumes individuais.

Para cada um dos três cenários formulados, foram analisados diversos


indicadores relacionados ao crescimento da demanda de cargas, como já
mencionado:

98
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
 A produção agrícola regional;
 A produção física da agroindústria regional;
 A taxa de crescimento de setores da indústria nacional;
 A evolução da movimentação de cargas no porto de São
Francisco do Sul;
 As taxas de crescimento dos portos concorrentes;
 As taxas de crescimento dos principais portos brasileiros;
 As taxas de crescimento dos mercados; e
 As perspectivas dos operadores e usuários do porto de São
Francisco do Sul.
Os níveis de expectativa de cada cenário estão definidos a seguir.

11.2.1. Cenário Conservador

A elaboração do cenário conservador pressupõe que o mercado irá se


desenvolver a partir de taxas mais amenas, proporcionando o crescimento
econômico a um ritmo mais lento, onde se vislumbra a adoção de taxas de
projeção conservadoras.

Prevê-se, dessa forma, leve crescimento da movimentação atual,


mantendo-se as relações com os usuários e os fluxos gerados por eles
sempre nos menores patamares diagnosticados, ou seja, adoção de uma
situação menos favorável, sem considerar a atração sobre os portos
concorrentes, em todo o período delineado neste estudo.

A expectativa nesse cenário é de que o crescimento econômico apresente-


se constante e estável, contribuindo para crescimentos amenos da
quantidade movimentada no porto, seguindo a delimitação de que o
mercado irá agir de forma cautelosa e amena, estimando-se que apenas
60% da previsão dos usuários e operadores portuários irá se confirmar.

11.2.2. Cenário Moderado

A elaboração desse cenário pressupõe o desenvolvimento dos mercados a


ritmo mais intenso que o anterior, impondo-se um crescimento econômico
mais forte, onde se vislumbra a adoção de taxas maiores de projeção.

Prevê-se, dessa forma, um crescimento moderado da movimentação atual,


mantendo-se as relações com os usuários e os fluxos gerados por eles em
patamares mais altos, ou seja, a adoção de uma situação mais favorável
que o cenário anterior, já considerando, em alguns casos, a atração de
cargas de portos vizinhos.

A expectativa é de que, para algumas mercadorias, esse cenário apresente


crescimento mais intenso ao longo dos primeiros anos, dado o
aquecimento dos mercados, passando a seguir a desenvolver a taxas
menores e constantes.

99
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Dadas as diferenças entre a formação dos mercados para cada um dos tipos
de mercadoria movimentados, esse cenário estabelece o desenvolvimento
de forma diferenciada para cada uma delas, apresentando, entretanto, a
mesma linha de desenvolvimento acima descrita.

Supõe-se, ainda, que, quando for o caso, as expectativas de movimentação


dos usuários e operadores portuários para os próximos anos se confirmarão
em cerca de 80% do volume total estimado.

11.2.3. Cenário Otimista

No cenário otimista serão incorporados ao cenário anterior os incrementos


de movimentação que vêm sendo observados ao longo dos últimos anos,
seja pelo simples crescimento dos setores econômicos, seja pela atração
sobre portos concorrentes.

Além disso, considerar-se-á que os usuários, operadores e agentes


portuários serão capazes de gerar e movimentar 100% das cargas por eles
previstas para os próximos dois anos.

Atenta-se, ainda, para o fato de que as análises do mercado regional têm


mostrado que existe demanda reprimida para a movimentação de cargas na
região, fazendo com que os portos priorizam umas em detrimento de
outras, o que não quer dizer que os portos não atendam a todas a demanda,
mas que, à falta de estrutura e/ou equipamentos especializados,
determinados portos apresentem grandes filas de espera e baixos
indicadores operacionais.

11.3. Projeções de Cargas


Os indicadores de crescimento da movimentação de cargas no porto de
São Francisco do Sul, ou seus multiplicadores básicos, foram selecionados
dentre aqueles considerados mais confiáveis, buscando-se minimizar as
interferências de áreas fora do contexto do tráfego regional.

As estimativas formuladas para os cenários futuros pressupõem, assim, a


suficiência da capacidade de produção, isto é, a manutenção da oferta dos
serviços portuários em níveis adequados ás demandas em todos os cenários
projetados.

O horizonte de projeções para cada cenário da demanda futura é o ano de


2023, sendo 2003 o ano base considerado.

O embasamento das projeções inicia-se no volume atual das


movimentações de carga no porto, refletidos pelo conjunto dos fatores
analisados, expandindo-se ano a ano, através da aplicação de índices de
crescimento variáveis conforme estipulado para cada tipo de produto e
seus respectivos cenários, até o horizonte adotado.

100
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A seguir estão apresentadas, dentro da metodologia adotada, como se
procederam as estimações para cada um dos produtos selecionados, em
seus diversos cenários, bem como as taxas de crescimento e sua forma de
aplicação.

11.3.1. Granéis Sólidos de Importação

Segundo as entrevistas locais realizadas com os diversos usuários, agentes


e operadores portuários, existe a tendência de acréscimo do volume
movimentado de granéis sólidos de importação, estimado em cerca de
1.000.000 de toneladas, já para o ano de 2003 / 2004. Esse acréscimo de
movimentação dar-se-ia em função, principalmente, do aumento da
capacidade de estocagem na retroárea do porto.

Com base nas diretrizes traçadas para a elaboração dos cenários e nas
previsões de incremento de movimentação vislumbradas pelos operadores
e usuários do porto, foram feitas as projeções a seguir.

 Cenário Conservador:
Foram adotadas as seguintes variantes:

Porto de São Francisco do Sul


Variantes Utilizadas para a Projeção de Cargas
Granéis Sólidos de Importação – Cenário Conservador
Variantes Valor
Taxa de crescimento anual 5,5 % a.a.
Incremento direto de cargas 1º ano 500.000 t
Incremento direto de cargas 2º ano 100.000 t

A taxa de crescimento do setor será aplicada de forma estável e


constante, na perspectiva de que o mercado atuaria em níveis mais
baixos de crescimento durante todo o período projetado, optando-se por
adotar a menor das taxas de crescimento médio anual obtidas, durante os
últimos cinco anos, entre os portos concorrentes da região, qual seja,
5,5% ao ano (no porto de Paranaguá).

Isso quer dizer que o porto irá crescer desde os primeiros anos, em
média, com a taxa projetada para o período, em torno de 5,5% ao ano.

Além disso, conforme definido na formulação dos cenários e tomando-se


por base que o mercado agirá de forma mais cautelosa e amena, adotou-
se que 60% da previsão de implementação de cargas feita pelos usuários
e operadores portuários para os próximos dois anos irão se confirmar.
Entretanto, esse volume será aplicado de forma adicional sobre aquele já
projetado para o ano, dividindo-se da seguinte forma: 50% em 2003 e
10% em 2004.

 Cenário Moderado:

101
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A elaboração do cenário moderado pressupôs o desenvolvimento dos
mercados a ritmo mais acelerado, com crescimento econômico um pouco
mais forte, gerando fluxos de carga em patamares mais altos.

Por se consolidar em cenário mais forte, pressupondo um mercado mais


aquecido, adotou-se, inicialmente, que 80% da previsão de
implementação de cargas feita pelos usuários e operadores portuários
para os próximos dois anos irão se confirmar, aplicadas da mesma
maneira como estabelecido para o cenário anterior, nas proporções de
60% e 20%, respectivamente. Assim, aplicar-se-á o volume de 600.000
toneladas em 2004 e 200.000 em 2005.

Pelos motivos já expostos no primeiro capítulo, no que diz respeitos às


tendências futuras da movimentação de granéis sólidos de importação,
optou-se, visando manter a segurança das projeções realizadas, utilizar a
taxa de crescimento da movimentação de fertilizantes, em detrimento das
de trigo.

Dessa forma, como a importação de fertilizantes está vinculada de forma


direta com a produção agrícola do próprio estado, a taxa de crescimento
utilizada para as projeções, nesse cenário, foi a resultante da ponderação
entre as taxas de crescimento apresentadas pelo setor agrícola regional 4 e
pela própria indústria de fertilizante no Brasil, a qual resultou num
patamar de 8,5% de crescimento ao ano.

Imaginou-se, assim, que no cenário moderado essas cargas cresceriam, a


taxas decrescentes, no período de 10 anos, a partir de quando cresceriam
a ritmo mais lento, conforme o verificado para o cenário conservador.
Segundo a metodologia apresentada, assim apresentam-se as taxas
projetadas para esse cenário:

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Granéis Sólidos de Importação – Cenário Moderado
Ano Taxa
2004 8,50%
2005 8,10%
2006 7,72%
2007 7,35%
2008 7,01%
2009 6,67%
2010 6,36%
2011 6,06%
2012 5,77%
2013 a 2023 5,50%
 Cenário Otimista:

4
Tomadas como referência as taxas médias de crescimento das culturas de soja, milho e
trigo na região Sul do país.

102
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Para a formulação do cenário otimista, pressupõe-se que o mercado estará
funcionando a pleno emprego. Dessa forma, parte-se da premissa de que
serão incorporados ao porto percentuais mais elevados de movimentação,
seja pelo próprio crescimento dos setores econômicos ou pela sua atração
sobre o mercado dos portos concorrentes.

O crescimento do setor será dado de forma gradual, partindo-se das


maiores taxas verificadas pelo setor até a sua amenização no patamar
indicado pelo cenário anterior. A adoção da projeção de movimentação
com a utilização de taxas decrescentes indica que o porto de São Francisco
do Sul crescerá mais intensamente nos primeiros anos, quando captará
parte do tráfego dos portos vizinhos, a partir de quando continuará
crescendo com taxas mais amenas, em conformidade ao comportamento
do seu próprio mercado.

Neste cenário, entretanto, foram utilizadas taxas mais fortes nos anos
iniciais, partindo-se da atual taxa de crescimento verificada, com a
tendência de que essas taxas caiam a ritmo mais acelerado nos primeiros
cinco anos, dado o próprio ritmo do mercado, a partir de quando
decresceriam de forma mais amena.

Dessa forma, as atuais taxas de crescimento do porto decresceriam até o


ano de 2009 a ritmo mais acelerado, a partir de quando se igualariam às
taxas moderadas de projeção até atingirem um patamar mais ameno
projetado para o crescimento do setor nos próximos anos.

A tabela seguinte permite a melhor visualização das taxas de crescimento


que foram aplicadas ao longo desse cenário.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento da Movimentação de Cargas
Granéis Sólidos de Importação – Cenário Otimista
Ano Taxa
2005 19,00%
2006 14,62%
2007 11,26%
2008 8,66%
2009 6,67%
2010 6,35%
2011 6,05%
2012 5,77%
2013 5,50%

Além disso, considerar-se-á, para o cenário otimista, que o os usuários,


operadores e agentes portuários serão capazes de gerar e movimentar
100% das cargas por eles previstas para os próximos dois anos.

103
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Definidas as variantes para a projeção de cada um dos cenários
apresentados, foram procedidos os cálculos das projeções que apontaram o
patamar apresentado na tabela e no gráfico seguintes.

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Granéis Sólidos de Importação

Ano Conservador Moderado Otimista


2002 569.754 569.754 569.754
2003 1.097.973 1.197.973 1.397.973
2005 1.327.572 1.621.267 2.042.993
2008 1.558.890 2.006.104 2.831.092
2013 2.037.406 2.693.850 3.800.693
2018 2.662.809 3.520.754 4.967.354
2023 3.480.184 4.601.485 6.492.133

7.000.000

6.000.000

5.000.000

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

0
2002 2003 2005 2008 2013 2018 2023

conservador moderado otimista

11.3.2. Granéis Sólidos de Exportação

Segundo os resultados das entrevistas locais, verificou-se que existe a


tendência ao acréscimo do volume movimentado de granéis sólidos de
exportação, estimando em cerca de 3.000.000 de toneladas, já para o ano
de 2003/2004.

Esse incremento dar-se-á, basicamente, pela ampliação das instalações de


armazenamento de granéis na retroárea do porto e pela instalação de novos
equipamentos de ~embarque. Esses dois fatores aliados permitirão, ainda,
a melhoria dos indicadores operacionais para as operações de exportação
de granéis, promovendo atendimento mais eficiente aos navios.

104
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Com base nos parâmetros anteriormente definidos para a evolução de cada
um dos cenários e nas previsões de incremento de movimentação,
definem-se, a seguir, as variantes que construíram os cenários.

 Cenário Conservador:

Foram adotadas as variantes listadas na tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Variantes Utilizadas para a Projeção de Cargas
Granéis Sólidos de Exportação – Cenário Conservador

Variantes Valor
Taxa de crescimento anual 4,5 % a.a.
Incremento direto de cargas 1º ano 1.500.000 t
Incremento direto de cargas 2º ano 300.000 t

A taxa de crescimento do setor será aplicada de forma estável e constante,


em conformidade com a premissa de que o mercado atuaria em níveis mais
baixos de crescimento durante todo o período, optando-se por adotar a
menor das taxas médias obtidas de crescimento anual durante os últimos
cinco anos, entre os portos da região, qual seja, 4,5% ao ano, verificadas
no próprio porto de São Francisco do Sul5.

Além disso, conforme definido na formulação dos cenários e


considerando-se que o mercado cresceria de forma mais amena, adotou-se
que 60% da previsão feita pelos usuários e operadores portuários para os
próximos dois anos irão se confirmar, aplicando-se de forma adicional
sobre aquele já projetado para o ano, dividindo-se 50% em 2003 e 10% em
2004.

 Cenário Moderado:

A elaboração desse cenário pressupôs o desenvolvimento dos mercados a


ritmo mais acelerado, gerando fluxos de carga em patamares um pouco
mais altos que no cenário anterior.

O pressuposto de um mercado mais aquecido, levou a adotar-se,


inicialmente, que 80% da previsão de implementação de cargas feita pelos
usuários e operadores portuários para os próximos dois anos irão se
confirmar, aplicadas percentualmente entre os anos, considerando-se
1.800.000 toneladas no ano de 2004 e 600.000 em 2005.

5
Descartado, nesse caso, o porto de Rio Grande, que apresentou taxas negativas de
crescimento nesse setor.

105
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Para a definição da taxa de projeção a ser utilizada, levou-se em
consideração a taxa de crescimento do principal produto exportado pelo
porto, no caso, a soja, a qual já corresponde, atualmente, a cerca de 76%
de toda a exportação de granéis efetuada por São Francisco do Sul, seja
sob forma de grãos ou farelos.

Pressupõe-se, ainda, que o crescimento de movimentação proposto pelo


cenário moderado dar-se-á em conformidade à produção, que vem se
desenvolvendo ao ritmo de 7% ao ano, ocorrendo em taxas decrescentes,
até atingir um patamar mais suave em concordância com o crescimento do
mercado.

Dessa forma, as taxas a serem aplicadas ao longo do período projetado


seriam as constantes na tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Granéis Sólidos de Exportação – Cenário Moderado
Ano Taxa
2004 7,00%
2005 6,66%
2006 6,35%
2007 6,04%
2008 5,75%
2009 5,48%
2010 5,21%
2011 4,96%
2012 4,73%
2013 a 2023 4,50%

 Cenário Otimista:

Pressupõe-se, para a formulação do cenário otimista, que o mercado estará


funcionando a pleno emprego, com toda a sua capacidade produtiva em
operação, sendo incorporados ao porto percentuais mais elevados, seja
pelo próprio crescimento dos setores econômicos ou pela sua atração sobre
a movimentação dos portos vizinhos.

Para a definição das taxas de movimentação projetadas nesse cenário,


levou-se em consideração tanto a taxa média de crescimento do cultivo de
soja (7%a.a.), quanto de milho (12%a.a.), considerando-se a média
ponderada dessas duas taxas, na proporção em que são atualmente
exportadas pelo porto de São Francisco do Sul, o que resulta em projeção
conjunta de crescimento em torno de 8,5% ao ano.

Na construção do cenário otimista, admitiu-se, ainda, que a tendência seria


decrescente, desde os 8,5% projetados até o ano de 2005, igualando-se, a
partir de então, às taxas de projeção da perspectiva moderada, até
atingirem patamar mais ameno, da ordem de 4,5% a partir de 2013.

106
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A tabela seguinte permite a melhor visualização das taxas de crescimento
que foram aplicadas ao longo desse cenário.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Granéis Sólidos de Exportação – Cenário Otimista
Ano Taxa
2005 8,50%
2006 7,62%
2007 6,83%
2008 6,12%
2009 5,48%
2010 5,22%
2011 4,97%
2012 4,73%
2013 a 2023 4,50%

Por se consolidar em um cenário onde os fatores econômicos estarão sendo


plenamente empregados na produção, pressupondo ainda manterem-se
constantes todas as premissas anteriormente delineadas, adotou-se que
100% da previsão de implementação de cargas feita pelos usuários e
operadores portuários para os próximos dois anos irão se confirmar,
aplicadas percentualmente entre os anos.

Definidas as variantes para cada um dos cenários apresentados, procedeu-


se às projeções que apontaram o seguinte quadro:

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Granéis Sólidos de Exportação

Ano Conservador Moderado Otimista


2002 1.883.150 1.883.150 1.883.150
2003 3.989.900 4.289.900 4.889.900
2005 4.670.571 5.536.104 6.195.291
2008 5.329.897 6.584.992 7.557.860
2013 6.642.021 8.394.666 9.506.868
2018 8.277.167 10.461.281 11.847.287
2023 10.314.856 13.036.659 14.763.875

107
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Comparação entre os Cenários Projetados
Granéis Sólidos de Exportação

16.000.000
14.000.000
12.000.000
10.000.000

8.000.000
6.000.000

4.000.000
2.000.000

0
2002 2003 2005 2008 2013 2018 2023

conservador moderado otimista

11.3.3. Granéis Líquidos

As entrevistas realizadas com os diversos usuários, agentes e operadores


portuários locais, mostraram que existe a expectativa de crescimento do
volume movimentado de granéis líquidos, estimando em cerca de 300.000
toneladas para os anos de 2003/2004. Esse acréscimo ocorreria,
principalmente, em função do incremento na capacidade de armazenagem
na retroárea do porto.

Com base nos parâmetros anteriormente definidos, foram definidas as


composições dos cenários de projeção e de movimentação em
conformidade às variantes definidas a seguir.

 Cenário Conservador:

Porto de São Francisco do Sul


Variantes Utilizadas para a Projeção de Cargas
Granéis Líquidos – Cenário Conservador
Variantes Valor
Taxa de crescimento anual 4,5 % a.a.
Incremento direto de cargas 1º ano 150.000 t
Incremento direto de cargas 2º ano 30.000 t

A taxa de crescimento do setor será aplicada de forma estável e constante,


em conformidade com a premissa de que o mercado atuaria em níveis mais
baixos de crescimento durante todo o período projetado, adotando-se a

108
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
menor das taxas de crescimento médio anual obtidas, durante os últimos
cinco anos, entre os portos da região, qual seja, 4,5% ao ano, obtido pelas
médias de Rio Grande e Paranaguá6.

Além disso, conforme definido na formulação dos cenários e tomando-se


por base que o mercado agirá de forma mais cautelosa e amena, adotou-se
que 60% da previsão de implementação de cargas feita pelos usuários e
operadores portuários para os próximos dois anos irão se confirmar.
Entretanto, esse volume será aplicado de forma adicional sobre aquele já
projetado para o ano, dividindo-se da seguinte forma: 50% em 2003 e 10%
em 2004.

 Cenário Moderado:

A elaboração desse cenário pressupôs o desenvolvimento dos mercados a


ritmo mais acelerado, impondo um crescimento econômico um pouco mais
forte, gerando fluxos de carga mais altos, utilizando-se as seguintes
variantes:

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Granéis Líquidos – Cenário Moderado
Ano Taxa
2004 7,00%
2005 6,66%
2006 6,35%
2007 6,04%
2008 5,75%
2009 5,48%
2010 5,21%
2011 4,96%
2012 4,73%
2013 a 2023 4,50%

Como o incremento do volume de óleo de soja está vinculado, não só a


capacidade de esmagamento das indústrias, mas também a própria
produção agrícola, propõe-se, para o cenário em questão, que a produção
de óleo aumente na mesma proporção que seu insumo principal, a soja,
estimando-se, assim, que a produção de óleo crescerá a taxas constantes de
7% ao ano. Essa taxa tenderia a decrescer até atingir patamares mais
moderados, como mostrado na tabela.

Adotou-se, ainda, que 80% da previsão dos usuários e operadores


portuários para a movimentação dessa carga irão se confirmar, para os

6
À exceção do porto de Itajaí, que só pode ter sua taxa de crescimento aferida, para óleo
vegetal, entre os anos de 2000 e 2001, não se tornando, dessa forma, comparativo com os
demais.

109
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
próximos dois anos, aplicadas percentualmente, na mesma proporção
estabelecida para o cenário anterior.

 Cenário Otimista:

Pressupõe-se, neste caso, que o mercado estará funcionando a pleno


emprego, com toda a sua capacidade produtiva em operação, sendo
incorporados ao porto percentuais mais elevados de movimentação, seja
pelo próprio crescimento dos setores econômicos ou pela sua atração sobre
o mercado regional.

O mercado de óleo de soja tem imposto, atualmente, crescimento mais


acelerado do que a própria produção de soja, indicando a ocorrência de
absorção de maior parcela da produção para esse fim a cada ano.
Entretanto, sabe-se que, em algum momento, o mercado encontrará seu
ponto de equilíbrio, a partir de quando deverá crescer de forma mais
amena.

Assim, o crescimento do setor será dado de forma gradual, com a


utilização das taxas decrescentes, partindo-se do maior patamar
verificado7 até sua amenização, como mostra a tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Granéis Líquidos – Cenário Otimista
Ano Taxa
2004 12,00%
2005 10,76%
2006 9,65%
2007 8,66%
2008 7,76%
2009 6,96%
2010 6,24%
2011 5,60%
2012 5,02%
2013 a 2023 4,50%

Além disso, considerar-se-á que os usuários, operadores e agentes


portuários serão capazes de gerar e movimentar 100% das cargas por
eles previstas para os próximos dois anos.

Definidas as variantes para cada um dos cenários apresentados,


procederam-se os cálculos das projeções, as quais apontaram o patamar
indicado na tabela e gráfico seguintes.

7
No caso, a taxa de crescimento da indústria brasileira de óleo vegetal (12%a.a.).

110
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Comparação entre os Cenários Projetados
Granéis Líquidos

Ano Conservador Moderado Otimista


2002 350.539 350.539 350.539
2003 610.462 640.462 700.462
2005 699.819 794.966 945.859
2008 801.824 948.053 1.248.183
2013 1.005.930 1.237.505 1.695.104
2018 1.261.991 1.542.156 2.112.409
2023 1.583.233 1.921.807 2.632.445

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Granéis Líquidos

3.000.000

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2002 2003 2005 2008 2013 2018 2023

conservador moderado otimista

11.3.4. Contêineres

As opiniões obtidas nas entrevistas realizadas com os diversos usuários,


agentes e operadores portuários locais, mostraram certa contradição: ao
mesmo tempo em que se afirmava a inexistência de tendência de
crescimento das quantidades movimentadas de contêineres para os
próximos anos, avaliava-se a possibilidade de taxa de apenas 5% de
incremento anual.

111
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Segundo os entrevistados, a dificuldade na previsão deve-se,
principalmente, aos atuais fatores limitantes do porto, já abordados
anteriormente.

Dessa forma, as projeções serão dadas conforme segue:

 Cenário Conservador:

Com base nas premissas tomadas para a formulação do cenário


conservador e nas tendências apresentadas pelo mercado de contêineres,
foi admitido que o mercado atuará em níveis mais baixos de crescimento
durante todo o período projetado.

Dessa forma, adotou-se que as taxas de crescimento atualmente verificadas


no porto decresceriam em patamares bastante elevados indicando o próprio
esgotamento da capacidade local. Assim, verificou-se a que percentual as
taxas de crescimento do porto decresceram no período de 2002 em relação
ao projetado de 2003. Esse percentual foi aplicado de forma constante,
fazendo com que as taxas de crescimento do setor caíssem de forma
bastante acelerada, até atingirem um patamar de crescimento em torno de
1,3% ao ano. Dessa forma, as taxas de crescimento projetadas para o setor
foram as seguintes.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Contêineres – Cenário Conservador
Ano Taxa
2003 21,00%
2004 10,42%
2005 5,17%
2006 2,56%
2007 1,27%
2008 1,27%
2009 1,27%
2010 1,27%
2011 1,27%
2012 1,27%
2013 1,27%

 Cenário Moderado:

A elaboração desse cenário pressupôs o desenvolvimento dos mercados a


ritmo mais acelerado, impondo crescimento econômico um pouco mais
forte, com a geração de fluxos de carga em patamares mais elevados.

Entretanto, para os anos iniciais do período projetado, admite-se que


haverá decréscimo das atuais taxas de crescimento, para nível mais

112
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
moderado do que o previsto para o cenário anterior, projetando-se que as
mesmas caiam, no período de 10 anos, até atingirem patamares mais
amenos de crescimento econômico, ficando em torno de 2,5% ao ano.

Dessa forma, apresentam-se, a seguir, as taxas de crescimento projetadas


para o cenário em questão:

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Contêineres – Cenário Moderado
Ano Taxa
2003 21,00%
2004 16,97%
2005 13,72%
2006 11,09%
2007 8,96%
2008 7,25%
2009 5,86%
2010 4,73%
2011 3,83%
2012 3,09%
2013 a 2023 2,50%

 Cenário Otimista:

Pressupõe-se, para a formulação do cenário otimista, que o mercado estará


funcionando a pleno emprego. Dessa forma, parte-se da premissa de que
serão incorporados ao porto percentuais mais elevados de movimentação,
seja pelo crescimento dos próprios setores econômicos ou pela sua atração
sobre o tráfego dos portos vizinhos.

A movimentação de contêineres na região sul do país tem apresentado


crescimento bem acima da média nacional indicando o seu forte potencial.
Entretanto, adota-se a premissa de que dentro do período dos próximos dez
anos essa movimentação deverá voltar a crescer segundo taxas
compatíveis com a evolução da economia nacional, que, deverá ficar em
torno de 3,5% ao ano.

Para que se pudesse definir qual o indicador a ser utilizado, verificou-se a


taxa média anual de crescimento da movimentação de contêineres nos
principais portos brasileiros. Foram analisados os portos de Manaus,
Belém, Fortaleza, Suape, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos,
Paranaguá, São Francisco do Sul, Itajaí e Rio Grande, e o resultado obtido
foi a taxa média de crescimento anual de aproximadamente 8% ao ano.

Essa taxa foi mantida nas projeções, durante um período de 4 anos, dada a
premissa de que o porto de São Francisco do Sul será capaz de manter tal
nível de crescimento por este período, em virtude da consolidação das
cargas, plena utilização dos berços e melhoria dos indicadores

113
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
operacionais, a partir de quando teria sua movimentação nos mesmos
patamares que os principais portos brasileiros, a partir de quando voltariam
a decrescer até atingir os valores imaginados para a economia nacional.

A tabela seguinte permite a melhor visualização das taxas de crescimento


que foram aplicadas ao longo desse cenário.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento Projetadas
Contêineres – Cenário Otimista
Ano Taxa
2003 21,00%
2004 17,56%
2005 14,68%
2006 12,27%
2007 10,26%
2008 a 2011 8,58%
2012 7,17%
2013 5,99%
2014 5,01%
2015 4,19%
2016 a 2023 3,50%

Definidas as variantes para a projeção de cada um dos cenários


apresentados, procederam-se os cálculos que apontaram o quadro
apresentado a seguir.

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Contêineres
(em TEUS)
Ano Conservador Moderado Otimista
2002 259.503 259.503 259.503
2003 314.339 314.339 314.339
2005 365.012 418.146 423.759
2008 383.939 542.834 569.537
2013 408.946 660.289 828.062
2018 435.582 747.056 1.004.469
2023 463.953 845.225 1.192.994

114
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Gráfico – 06
Porto de São Francisco do Sul
Comparação entre os Cenários Projetados
Contêineres

1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
2002 2003 2005 2008 2013 2018 2023

conservador moderado otimista

11.3.5. Carga Congelada

As entrevistas locais realizadas detectaram a expectativa de crescimento


do movimento de carga congelada, embora o porto conte com a existência
de apenas um armazém especializado, localizado em terminal próximo ao
porto.

Com base nos parâmetros definidos, nas previsões de incremento de


movimentação e nas características do mercado, desenharam-se os
diversos cenários, em conformidade com as definições a seguir.

 Cenário Conservador:

Neste cenário a taxa de crescimento do setor será aplicada de forma estável


e constante, em conformidade com a premissa de que o mercado atuaria
em níveis mais baixos de incremento durante todo o período projetado.
Optou-se por adotar a taxa de crescimento prevista entre o período de 2002
e 2003 no porto de São Francisco do Sul, que deve girar em torno de 5%
ao ano.

 Cenário Moderado:

115
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O mercado de congelados tem imposto ao porto, atualmente, o crescimento
mais acelerado dentre todos os tipos de cargas movimentadas. Esse
crescimento ocorre, principalmente, pelo congestionamento dos portos
vizinhos, que não têm como atender de pronto aos navios reefer, forçando
o seu desvio para outros portos.

Nessa situação, o crescimento de movimentação dessas mercadorias,


embora venha a ocorrer deverá obedecer a taxas menores, ao longo dos
anos, partindo-se da média de crescimento apresentada pelos portos da
região nos últimos cinco anos (34%a.a.), até que o mercado apresente
crescimento mais ameno, em conformidade ao crescimento econômico
esperado, conforme a tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento da Movimentação de Cargas
Carga Congelada – Cenário Moderado

Ano Taxa
2004 34,00%
2005 25,44%
2006 19,04%
2007 14,25%
2008 10,66%
2009 7,98%
2010 5,97%
2011 4,47%
2012 3,34%
2013 a 2023 2,50%

 Cenário Otimista:

O cenário otimista pressupõe que o mercado estará funcionando a pleno


emprego, com toda sua capacidade produtiva em operação, sendo
observados percentuais mais elevados de movimentação, pelo próprio
crescimento do setor econômico e pela atração sobre o tráfego dos portos
vizinhos.

Dessa forma, estimou-se que a taxa de crescimento das cargas congeladas


atingirá patamares mais amenos no período de cinco anos, quando
decresceria de forma mais acentuada, até atingir os mesmos níveis do
cenário anterior.

Esse incremento inicial de carga seria dado, principalmente, pela atração


de cargas dos demais portos, seguindo-se o atendimento às mesmas taxas
do crescimento do mercado, como mostra a tabela seguinte.

116
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Taxas de Crescimento da Movimentação de Cargas
Carga Congelada – Cenário Otimista
Ano Taxa
2004 43,00%
2005 29,28%
2006 19,94%
2007 13,58%
2008 9,25%
2009 6,30%
2010 5,00%
2011 3,97%
2012 3,15%
2013 2,50%

Definidas as variantes para a projeção de cada um dos cenários


apresentados, procederam-se os cálculos que apontaram os seguintes
níveis de movimentação para os próximos vinte anos.

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Carga Congelada

Ano Conservador Moderado Otimista


2002 371.635 371.635 371.635
2003 391.211 401.211 401.211
2005 431.311 674.406 797.363
2008 499.296 1.014.950 1.349.663
2013 637.242 1.316.453 1.688.198
2018 813.300 1.489.445 1.910.042
2023 1.038.000 1.685.171 2.161.037

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Carga Congelada

117
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2002 2003 2005 2008 2013 2018 2023

conservador moderado otimista

11.3.6. Carga Geral

As entrevistas realizadas com os diversos usuários, agentes e operadores


portuários locais, indicaram a expectativa de acréscimo imediato de
350.000t anuais no volume total movimentado de carga geral não
conteinerizada, através da atração de 6 a 7 navios/mês a serem desviados
do porto de Antonina.

Ressalta-se que essa carga era movimentada anteriormente por São


Francisco do Sul e foi desviada para Antonina, segundo informações dos
agentes, em função da prioridade de atracação concedida naquele terminal,
visto que pratica os mesmos preços de São Francisco do Sul.

Entretanto, com o iminente congestionamento de Antonina, devido ao


aumento da carga reefer movimentada pela Sadia, Perdigão e Seara, essa
carga pode ser redirecionada ao porto de São Francisco, bastando que esse
disponibilize um berço que atenda ao fluxo projetado.

Para a projeção da movimentação futura de carga geral foi considerado


apenas o volume de cargas não conteinerizadas. Dessa forma, o volume foi
calculado com base na diferença entre o total de carga geral, excetuando-se
as referidas tonelagens de contêineres, obtendo-se os seguintes resultados:

118
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Série Histórica de Movimentação
Carga Geral não Conteinerizada - 1998 / 2003

Quantidades Movimentadas (ton)


PRODUTO
1998 1999 2000 2001 2002 2003*
Carga Geral 141.724 169.586 287.720 345.676 240.308 76.934

Dado o disposto, com base nos parâmetros definidos, nas previsões de


incremento de movimentação e nas características do mercado,
desenharam-se os diversos cenários, em conformidade com os parâmetros
a seguir.

 Cenário Conservador:

A taxa de crescimento será aplicada de forma constante, considerando a


premissa de que o mercado atuaria em níveis mais baixos de crescimento
durante todo o período projetado, optando-se pela adoção da mesma taxa
de crescimento físico da indústria de transformação, notadamente do
setor ligado à madeira8, no estado do Paraná, que se situa em torno de
4,5% ao ano.

 Cenário Moderado:

A elaboração desse cenário pressupôs o desenvolvimento dos mercados a


ritmo mais acelerado, proporcionando o crescimento econômico um
pouco mais forte, gerando fluxos de carga em patamares mais altos.
Dessa forma, foram adotadas as seguintes variantes:

Embora no ano de 2002 os volumes de carga geral não conteinerizada


tenham sofrido pequeno decréscimo, esse tipo de carga tem apresentado,
ao longo dos últimos cinco anos, crescimento bastante acelerado, com
taxas anuais que chegam a 69% no ano de 2000.

Esse crescimento é dado, principalmente, pelo desvio de navios dos


portos vizinhos, os quais registram congestionamento. Entretanto,
estima-se que, com o investimento dos portos, o mercado tenderá ao
equilíbrio, quando deverá crescer em patamares mais amenos.

Dessa forma, o crescimento previsto para o cenário moderado será dado


de forma gradual, com a utilização de taxas decrescentes, partindo-se de
patamares mais altos até a sua amenização.

Além disso, adotou-se que cerca de 60% da previsão de implementação


de cargas, feita pelos usuários e operadores portuários para os próximos

8
Adotou-se o setor ligado à madeira por ser este o produto de maior volume
movimentado no setor.

119
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
dois anos, irão se confirmar, aplicado de forma adicional sobre aquele já
projetado para o ano, dividindo-se da seguinte forma: 50% em 2003 e
10% em 2004.

Dado o exposto, adotou-se que o mercado se comportaria, inicialmente,


crescendo a taxas decrescentes, calculadas com base na deflação média
de crescimento dos portos brasileiros para carga geral (10%a.a.) até
atingir, no final do período, o índice de crescimento econômico
esperado.

A tabela seguinte permite a melhor visualização das taxas de


crescimento que serão aplicadas ao longo do cenário moderado.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento da Movimentação de Cargas
Carga Geral não Conteinerizada – Cenário Moderado
Ano Taxa
2004 10,00%
2005 8,57%
2006 7,35%
2007 6,30%
2008 5,40%
2009 4,63%
2010 3,97%
2011 3,40%
2012 2,92%
2013 a 2023 2,50%

 Cenário Otimista:

Pressupõe-se, para a formulação do cenário otimista, que o mercado


estará funcionando a pleno emprego, com toda a sua capacidade
produtiva em operação, incorporando-se ao porto percentuais mais
elevados de movimentação, verificando-se, além do próprio crescimento
dos setores econômicos, atração sobre o mercado dos portos vizinhos.

Dessa forma, irá se verificar, ao longo dos primeiros anos, crescimento


mais acentuado de cargas, que deverá atingir patamares mais moderados
ao longo do período, até atingir as taxas estimadas para o crescimento da
própria economia.

Nesse sentido, foi utilizada como ponto de partida a própria taxa de


crescimento verificada pelo porto de São Francisco do Sul, ao longo dos
últimos cinco anos (14%a.a.).

Adotou-se, ainda, que 100% da previsão de implementação de cargas


diretas, feita pelos usuários e operadores portuários para os próximos
dois anos, irão se confirmar. Esse volume será aplicado sob as projeções
da seguinte forma: 80% em 2004 e 20% em 2005.

120
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A tabela seguinte permite a melhor visualização das taxas de
crescimento que serão aplicadas ao longo desse cenário.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Crescimento da Movimentação de Cargas
Carga Geral não Conteinerizada – Cenário Otimista
Ano Taxa
2004 14,00%
2005 11,56%
2006 9,55%
2007 7,89%
2008 6,51%
2009 5,38%
2010 4,44%
2011 3,67%
2012 3,03%
2013 a 2023 2,50%

Definidas as variantes para a projeção de cada um dos cenários


apresentados, procederam-se os cálculos que apontaram o seguinte
patamar:

Porto de São Francisco do Sul


Comparação entre os Cenários Projetados
Carga Geral não Conteinerizada

Ano Conservador Moderado Otimista


2002 240.308 240.308 240.308
2003 312.247 312.247 312.247
2005 340.982 658.211 744.661
2008 389.117 800.703 1.057.074
2013 484.911 968.776 1.406.424
2018 604.287 1.207.849 1.753.499
2023 753.051 1.505.920 2.186.224

121
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Comparação entre os Cenários Projetados
Carga Geral não Conteinerizada

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2002 2003 2005 2008 2013 2018 2023

conservador moderado otimista

11.4. Resultados Gerais


Aplicando a metodologia descrita anteriormente e consolidando-se os
resultados apresentados pelas projeções de cada tipo de mercadoria para
cada cenário imaginado, pôde-se obter uma perspectiva geral do fluxo de
cargas esperado para os próximos anos.

As tabelas seguintes apresentam esse resultado.

122
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Projeção da Movimentação
Cenário Conservador (2003/2023)
(toneladas)
Quantidades Movimentadas (ton)
PRODUTO
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
GS - Importação 1.097.973 1.258.362 1.327.572 1.400.588 1.477.621 1.558.890 1.644.629 1.735.083 1.830.513 1.931.191 2.037.406
GS - Exportação 3.989.900 4.469.446 4.670.571 4.880.746 5.100.380 5.329.897 5.569.742 5.820.381 6.082.298 6.356.001 6.642.021
Granéis Líquidos 610.462 668.787 699.819 732.291 766.269 801.824 839.028 877.959 918.697 961.324 1.005.930
Contêiner¹ 194.037 214.248 225.316 231.090 234.027 236.999 240.009 243.057 246.144 249.270 252.436
Congelados² 391.211 410.772 431.311 452.876 475.520 499.296 524.261 550.474 577.997 606.897 637.242
Carga Geral 312.247 326.299 340.982 356.326 372.361 389.117 406.627 424.926 444.047 464.029 484.911
Bobinas - Importação 110.000 550.000 620.000 800.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000
Bobinas - Exportação 11.000 55.000 62.000 80.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000
Sub-Total Boxes 194.037 214.248 225.316 231.090 234.027 236.999 240.009 243.057 246.144 249.270 252.436
Sub-Total TEUS 314.339 347.081 365.012 374.366 379.124 383.939 388.815 393.753 398.754 403.818 408.946
Sub-Total Toneladas 6.131.583 7.188.665 7.532.254 7.902.827 8.292.150 8.679.023 9.084.287 9.508.822 9.953.552 10.419.443 10.907.510

(toneladas)
Quantidades Movimentadas (ton)
PRODUTO
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
GS - Importação 2.149.464 2.267.684 2.392.407 2.523.989 2.662.809 2.809.263 2.963.773 3.126.780 3.298.753 3.480.184
GS - Exportação 6.940.912 7.253.253 7.579.650 7.920.734 8.277.167 8.649.640 9.038.873 9.445.623 9.870.676 10.314.856
Granéis Líquidos 1.052.605 1.101.446 1.152.553 1.206.031 1.261.991 1.320.547 1.381.821 1.445.937 1.513.029 1.583.233
Contêiner¹ 255.642 258.889 262.176 265.506 268.878 272.293 275.751 279.253 282.799 286.391
Congelados² 669.104 702.559 737.687 774.572 813.300 853.965 896.664 941.497 988.572 1.038.000
Carga Geral 506.732 529.535 553.364 578.265 604.287 631.480 659.896 689.592 720.623 753.051
Bobinas - Importação 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000
Bobinas - Exportação 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000
Sub-Total Boxes 255.642 258.889 262.176 265.506 268.878 272.293 275.751 279.253 282.799 286.391
Sub-Total TEUS 414.140 419.399 424.726 430.120 435.582 441.114 446.716 452.390 458.135 463.953
Sub-Total Toneladas 11.418.817 11.954.477 12.515.660 13.103.591 13.719.554 14.364.895 15.041.027 15.749.429 16.491.652 17.269.325
¹ Dado em unidades.
² Apresentado apenas para fins de crescimento de mercado. Não considerado no total das cargas por estar inserido na carga conteinerizada.

123
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Evolução da Movimentação
Cenário Conservador (2003/2023)

12.000.000

10.000.000

8.000.000

6.000.000

4.000.000

2.000.000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

GS - Importação GS - Exportação Granéis Líquidos Carga Geral

124
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Projeção da Movimentação
Cenário Moderado (2003/2023)
(toneladas)
Quantidades Movimentadas (ton)
PRODUTO
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
GS - Importação 1.197.973 1.499.801 1.621.267 1.746.373 1.874.771 2.006.104 2.140.005 2.276.100 2.414.019 2.553.390 2.693.850
GS - Exportação 4.289.900 5.190.193 5.536.104 5.887.395 6.243.083 6.584.992 6.945.625 7.307.789 7.670.584 8.033.150 8.394.666
Granéis Líquidos 640.462 745.294 794.966 845.410 896.486 948.053 999.974 1.052.115 1.104.347 1.156.546 1.237.505
Contêiner¹ 194.037 226.973 258.115 286.740 312.444 335.082 354.707 371.499 385.714 397.644 407.586
Congelados² 401.211 537.623 674.406 802.803 917.173 1.014.950 1.095.916 1.161.336 1.213.212 1.253.764 1.316.453
Carga Geral 312.247 534.737 658.211 714.639 759.668 800.703 837.782 871.043 900.689 926.970 968.776
Bobinas² - Importação 110.000 550.000 620.000 800.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000
Bobinas² - Exportação 11.000 55.000 62.000 80.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000
Sub-Total Boxes 194.037 226.973 258.115 286.740 312.444 335.082 354.707 371.499 385.714 397.644 407.586
Sub-Total TEUS 314.339 367.696 418.146 464.519 506.159 542.834 574.626 601.829 624.857 644.184 660.289
Sub-Total Toneladas 6.962.794 9.112.649 9.966.954 10.876.620 11.791.181 12.454.801 13.119.301 13.768.382 14.402.851 15.023.821 15.711.249
(toneladas)
Quantidades Movimentadas (ton)
PRODUTO
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
GS - Importação 2.842.012 2.998.322 3.163.230 3.337.208 3.520.754 3.714.396 3.918.687 4.134.215 4.361.597 4.601.485
GS - Exportação 8.772.426 9.167.185 9.579.708 10.010.795 10.461.281 10.932.038 11.423.980 11.938.059 12.475.272 13.036.659
Granéis Líquidos 1.293.192 1.351.386 1.412.198 1.475.747 1.542.156 1.611.553 1.684.073 1.759.856 1.839.050 1.921.807
Contêiner¹ 417.775 428.220 438.925 449.898 461.146 472.674 484.491 496.604 509.019 521.744
Congelados² 1.349.364 1.383.098 1.417.676 1.453.117 1.489.445 1.526.681 1.564.849 1.603.970 1.644.069 1.685.171
Carga Geral 1.012.468 1.058.130 1.105.852 1.155.726 1.207.849 1.262.323 1.319.254 1.378.752 1.440.934 1.505.920
Bobinas - Importação 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000
Bobinas - Exportação 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000
Sub-Total Boxes 417.775 428.220 438.925 449.898 461.146 472.674 484.491 496.604 509.019 521.744
Sub-Total TEUS 676.796 693.716 711.059 728.835 747.056 765.733 784.876 804.498 824.610 845.225
Sub-Total Toneladas 15.369.462 16.058.122 16.778.664 17.532.593 18.321.485 19.146.992 20.010.843 20.914.853 21.860.922 22.851.042
¹ Dado em unidades.
² Apresentado apenas para fins de crescimento de mercado. Não considerado no total das cargas por estar inserido na carga conteinerizada.

125
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Evolução da Movimentação
Cenário Moderado (2003/2023)

14.000.000

12.000.000

10.000.000

8.000.000

6.000.000

4.000.000

2.000.000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

GS - Importação GS - Exportação Granéis Líquidos Carga Geral

126
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Série Histórica de Movimentação
Cenário Otimista (2003/2023)
(toneladas)
Quantidades Movimentadas (ton)
PRODUTO
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
GS - Importação 1.397.973 1.716.801 2.042.993 2.341.767 2.605.363 2.831.092 3.019.888 3.211.769 3.406.210 3.602.689 3.800.693
GS - Exportação 4.889.900 5.709.946 6.195.291 6.667.177 7.122.242 7.557.860 7.972.092 8.330.836 8.705.723 9.097.481 9.506.868
Granéis Líquidos 700.462 844.517 945.859 1.047.649 1.148.758 1.248.183 1.345.064 1.438.692 1.528.501 1.614.070 1.695.104
Contêiner¹ 194.037 228.102 261.580 293.675 323.799 351.566 381.714 414.447 449.987 482.247 511.149
Congelados² 401.211 593.793 797.363 996.239 1.181.343 1.349.663 1.434.665 1.506.381 1.566.146 1.615.464 1.688.198
Carga Geral 312.247 604.737 744.661 853.953 958.732 1.057.074 1.147.722 1.230.002 1.291.629 1.345.731 1.406.424
Bobinas - Importação 110.000 550.000 620.000 800.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000
Bobinas - Exportação 11.000 55.000 62.000 80.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000
Sub-Total Boxes 194.037 228.102 261.580 293.675 323.799 351.566 381.714 414.447 449.987 482.247 511.149
Sub-Total Teus 314.339 369.525 423.759 475.754 524.555 569.537 618.377 671.404 728.980 781.240 828.062
Sub-Total Toneladas 7.421.583 9.524.794 10.788.167 11.986.785 13.116.438 14.143.872 15.019.432 15.817.679 16.598.210 17.375.436 18.197.287
(toneladas)
Quantidades Movimentadas (ton)
PRODUTO
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
GS - Importação 4.009.731 4.230.266 4.462.931 4.708.392 4.967.354 5.240.558 5.528.789 5.832.872 6.153.680 6.492.133
GS - Exportação 9.934.677 10.381.737 10.848.915 11.337.117 11.847.287 12.380.415 12.937.533 13.519.722 14.128.110 14.763.875
Granéis Líquidos 1.771.384 1.851.096 1.934.396 2.021.444 2.112.409 2.207.467 2.306.803 2.410.609 2.519.087 2.632.445
Contêiner¹ 536.760 559.243 578.816 599.075 620.042 641.744 664.205 687.452 711.513 736.416
Congelados² 1.730.403 1.773.663 1.818.005 1.863.455 1.910.042 1.957.793 2.006.737 2.056.906 2.108.329 2.161.037
Carga Geral 1.469.853 1.536.144 1.605.424 1.677.828 1.753.499 1.832.581 1.915.231 2.001.608 2.091.880 2.186.224
Bobinas - Importação 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000
Bobinas - Exportação 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000 100000
Sub-Total Boxes 536.760 559.243 578.816 599.075 620.042 641.744 664.205 687.452 711.513 736.416
Sub-Total TEUS 869.551 905.973 937.682 970.501 1.004.469 1.039.625 1.076.012 1.113.672 1.152.651 1.192.994
Sub-Total Toneladas 19.016.049 19.872.907 20.769.671 21.708.236 22.690.589 23.718.814 24.795.093 25.921.717 27.101.085 28.335.714
¹ Dado em unidades.
² Apresentado apenas para fins de crescimento de mercado. Não considerado no total das cargas por estar inserido na carga conteinerizada.

127
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Evolução da Movimentação
Cenário Otimista (2003/2023)

16.000.000

14.000.000

12.000.000

10.000.000

8.000.000

6.000.000

4.000.000

2.000.000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

GS - Importação GS - Exportação Granéis Líquidos Carga Geral

128
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

A N Á L I S E D A F R O TA D E
12
N AV I O S

E
ste capítulo dedica-se à descrição das principais
características dos navios que freqüentam, presentemente, o
porto de São Francisco do Sul, com base nos dados obtidos
ao longo do ano de 2002, para cada tipo de carga
transportada.

Além disso, são analisadas as tendências futuras de mudança do perfil e


das características desses navios, considerando o crescimento da
movimentação das cargas, os novos projetos em implantação na área de
influência, o comportamento da indústria naval e do transporte marítimo
internacional.

12.1 Caracterização da Frota Atual


A caracterização da frota que atualmente freqüenta o porto será feita de
acordo com cada tipo de carga transportada, como já referido.

A partir dos dados obtidos, relativos ao tráfego em 2002, foram analisados


os navios que transportam contêineres, granéis sólidos, granéis líquidos,
carga geral seca e carga geral congelada.

12.1.1. Os Navios de Granéis Sólidos de Exportação


– Grãos e Farelos

Em 2002, o porto recebeu 64 navios graneleiros para embarque de granéis


sólidos, os quais têm as seguintes características principais:
 comprimento total: de 140m a 234 m;
 calados no porto: 7,0m a 14,3m;
 capacidades totais: de 5.885dwt a 74.047dwt.

129
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Os tamanhos de carregamento tiveram quantidades médias e máximas
distintas para as três mercadorias principais, a saber:

Média 25.316t
Farelo
Maior 63.890t
Média 31.253t
Soja
Maior 53.905t
Média 35.278t
Milho
Maior 54.772t

Trata-se de navios do tipo handysize e panamax bulkers, semelhantes aos


utilizados nessas exportações na costa brasileira.

12.1.2. Os Navios de Granéis Sólidos de Importação


– Trigo em Grão e Fertilizantes

Os navios graneleiros de importação apresentam características distintas


daqueles destinados aos embarques de farelos, soja e milho.

Em 2002, o porto recebeu 32 navios graneleiros para descarga de granéis


sólidos – trigo e fertilizantes, os quais têm as seguintes características
principais:
 comprimento total: de 111m a 234m
 calados no porto: 6,0m a 13,1m
 deslocamento: 4.886 dwt a 51.501 dwt

Os tamanhos de carregamento tiveram quantidades médias e máximas


distintas para as duas mercadorias, a saber:

Média 17.082t
Trigo
Maior 26.867t
Média 21.699t
Fertilizante
Maior 30.247t

Pelos tamanhos de carregamento e deslocamento, os navios utilizados na


importação de granéis, em São Francisco do Sul podem ser caracterizados
como do tipo minibulkers (navios com menos de 6.000dwt, com
guindastes de convés) e handysize bulkers.

12.1.3. Os Navios de Contêineres

Em 2002, os navios porta-contêineres que freqüentaram São Francisco do


Sul apresentaram as seguintes características básicas:
 comprimento - na faixa entre 100m e 243 m;
 calado máximo - entre 9,8m e 12,5 m;
 capacidades - de 374 TEU a 3.550 TEU.

130
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Os navios de maior capacidade e dimensões que freqüentaram o porto em
2002 foram o MSC Kerry (3.550 TEU), os MSC Briana, Korea, Levina,
Natalia e Pretoria (3.400 TEU) e os navios do armador P&O Nedloyd
(3.430 TEU) - Nedlloyd Olinda, Nedlloyd Dejima, Nedlloyd Chusa e
Nedlloyd Sura.

As quantidades médias movimentadas pelos navios de contêineres em São


Francisco do Sul, em 2002, foram de 316 unidades por escala ou viagem,
com o máximo de 1.227 unidades.

O porto é freqüentado por diversos serviços para as principais linhas de


navegação do comércio marítimo internacional como: Extremo Oriente,
costas leste e oeste da América do Norte, Europa – Mediterrâneo e Mar do
Norte, África, Oriente Médio e outras.

Os principais armadores que escalam o porto de São Francisco do Sul em


suas rotas são: a Hamburg Sud, a MSC, a P&O Nedloyd,e a Maersk
Sealand.
12.1.4. Os Navios de Granéis Líquidos

Para os navios que transportam granéis líquidos, a faixa de comprimento


situa-se entre 176m e 205m, com capacidades da ordem de até 40.000 dwt.
O calado desses navios no porto varia entre 6,3m e 7,5m e o principal
destino do óleo vegetal exportado é o Irã.

A quantidade média embarcada por navios, em 2002, foi de 17.990


toneladas, sendo o maior carregamento de 38.500 toneladas.

12.1.5. Os Navios de Carga Geral Congelada ou


Reefer

Para esses navios, o porto oferece restrições de atendimento, conforme


diversas instruções normativas onde se estabelecem regras mais rígidas de
autorização de operação, por seu baixo desempenho e constituírem, na
verdade, desvio de suas rotas normais, destinadas originalmente para o
porto vizinho de Itajaí.

São navios com consignação média de 2.547 toneladas, com o máximo de


5.162 toneladas, com comprimentos variando entre 120m e 145m,
deslocamentos entre 6.386dwt e 7.685 dwt e calados máximos de 7,4m a
7,9m.

12.1.6. Os Navios de Carga Geral Seca - Madeira

Os navios que realizam operações de embarque de madeira possuem uma


faixa de comprimento variando entre 142m e 158m, as capacidades
variavam de 15.000 dwt a 17.300 dwt e o calado no porto, em 2002,
situou-se entre 6m e 7,2m.

131
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Em 2002, o maior carregamento por navio foi de 8.622t, com a média
situando-se em 4.875t.

12.2 As Tendências Futuras

12.2.1. Navios de Grãos e Farelos a Granel

A análise das tendências de crescimento ou de redefinição dos tamanhos e


tipos de navios para a movimentação de grãos será realizada considerando,
separadamente, os fluxos de importação e exportação.

Essas tendências levarão em conta, em primeiro lugar, as projeções de


movimentação das mercadorias e as frotas de navios existentes, em termos
mundiais para esse tipo de transporte.

Em geral, os navios de transporte de grãos a granel são do tipo handy size


e panamax, os quais têm as seguintes características básicas:

Handysize Bulkers – navios com deslocamento até 50.000 dwt, com 4 a 5


porões e geralmente equipados com guindastes de bordo. Têm, ainda
escotilhas especificadas com dimensões cada vez mais amplas, para
facilitar o carregamento de cargas como produtos siderúrgicos, polpa de
madeira e outros produtos florestais.

Panamax bulkers – navios com deslocamento entre 75.000 dwt e 80.000


dwt, com boca máxima de 32,2m, geralmente com 7 porões e não dispõem
de guindastes de bordo.

Os navios graneleiros maiores, do tipo capesize, com boca entre 40m a


50m e capacidade de 130.000 dwt a 170.000 dwt, não são, em geral,
utilizados para transporte de grãos, produtos siderúrgicos, polpa de
madeira e outros produtos florestais, atendendo, mais especificamente, ao
tráfego de minério e carvão.

As estimativas de tamanhos de carregamentos dos grãos de exportação –


soja, farelo e milho – em São Francisco do Sul, são da ordem de 60.000t
por navio, o que significa a utilização de navios com deslocamento da
ordem de 72.000dwt a 75.000dwt, Esses navios têm comprimento da
ordem de 240 metros e calados máximos de 13,6m a 14,0m (45 pés),
devendo, entretanto, quando carregados dos grãos e farelos de exportação
de São Francisco do Sul, operarem com calados máximos, no porto, da
ordem de 13,0m ou 42 pés.

São com esses tamanhos de carregamento e de navios (deslocamentos) que


opera o terminal de gusa e soja do porto de Itaqui (MA), por exemplo.

Assim, para os embarques de granéis sólidos no porto de São Francisco do


Sul, deverão continuar a serem utilizados navios do tipo handysize,

132
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
inclusive antigos navios de carga geral transformados em graneleiros ou
bulkers e navios da classe panamax, nas faixas de deslocamento indicadas.

Para as importações de granéis – trigo e fertilizantes – as estimativas de


tamanhos de carregamentos são de 35.000t, para fertilizantes e 40.000t
para trigo, o que indica, levando em conta os fatores de estiva dessas
cargas, a utilização de navios de deslocamentos da ordem de 35.000dwt,
em ambos os casos, podendo ser utilizados navios de, no máximo,
60.000dwt.

Os navios de 60.000dwt têm comprimento da ordem de 230m e calados


máximos de 13,0m (42 pés).

12.2.2. Navios Porta-Contêineres

No processo de globalização, a conteinerização vem contribuindo de forma


vital para o crescimento do comércio internacional, proporcionando
segurança, facilidade e custos relativamente baixos de acesso aos
mercados em qualquer região do planeta.

Essa conexão entre diversos pontos do globo é realizada através de uma


rede altamente integrada e eficiente de rotas troncos, serviços
alimentadores (feeder) e com a utilização dos transbordos ou
transshipment.

Apesar das constantes turbulências na economia mundial, a demanda por


navios porta-contêiner de maior capacidade e portos mais bem equipados
vem aumentando regularmente.

O transporte de cargas em contêineres é o mercado que mais cresce dentro


do setor de transporte marítimo e continuará, certamente, a crescer ao
longo de vários anos, devido, principalmente, aos seguintes fatores:

 A expansão contínua da conteinerização nos países em


desenvolvimento;
 Aumento do comércio de mercadorias de maior valor
agregado;
 Intensificação do processo de globalização; e
 Crescimento no tamanho dos navios e conseqüente aumento
dos transbordos e dos serviços do tipo feeder.
As estimativas de consultores internacionais da área de navegação indicam
que em 2005 serão necessários cerca de 200 novos terminais com
capacidade de movimentação média anual da ordem de 500.000 TEU cada
um, de forma a atender este processo de expansão.

Durante os anos 90, o tráfego mundial de contêineres cresceu à média


anual de 8,7%, sendo que, em 2000, aproximadamente 19,2 milhões de
TEU foram movimentados somente nas três principais rotas arteriais –

133
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
transpacíficas, transatlânticas e Europa/Oriente, com crescimento de 2,9%
em relação a 1999.

Esses valores não consideram os movimentos de contêineres vazios e de


transbordo (transshipment), que se forem incluídos, passam para 184,6
milhões de TEU, representando acréscimo de 8,8% em relação a 1998.

A carga conteinerizada representou, em 1999, 54% do total de mercadorias


comercializadas em todo o mundo, enquanto que, em 1995, sua
participação era de 48% e em 1990 de apenas 37%. Existe ainda um
significativo potencial de crescimento deste mercado, pois o ponto de
saturação para as cargas conteinerizadas foi estimado em
aproximadamente 65% desse mesmo total.

Outro aspecto notável é a crescente movimentação no número de


contêineres reefer.

Previsões apontam que a participação deste tipo de contêiner no transporte


marítimo de frutas, carnes, laticínios e outros produtos subirá de 41% do
total em 1996 para 48% em 20059.

Com relação ao tráfego na direção Norte-Sul, a costa leste da América do


Sul representa o segundo maior mercado desta rota, superado apenas pela
Australásia. O Brasil é responsável por dois terços deste total, estimando-
se que, em 2004, o volume de toda a costa leste sul-americana deve chegar
a 7,7 milhões de TEU, o que daria, guardada a mesma proporção, cerca de
5,1 milhões de TEU a serem movimentados nos portos brasileiros naquele
ano.

A principal conseqüência do crescimento da movimentação de contêineres


na costa leste da América do Sul foi a entrada de novas linhas de
navegação no mercado, além do aumento da capacidade das linhas que já
operavam.

Enquanto em 1985 apenas seis das vinte principais operadoras mundiais de


linhas regulares de navegação estavam servindo a América do Sul, em
1994 este número já havia dobrado para doze, existindo hoje,
aproximadamente, 30 empresas oferecendo seus serviços nessa área de
comércio, o maior número de companhias competindo em qualquer rota
principal do mundo.

Recentemente, análises realizadas pela BRS-Alphaliner indicaram, com


base nas encomendas realizadas pelas operadoras aos estaleiros
internacionais, que ocorrerá, dentro de dois anos, a introdução no tráfego
Norte-Sul de quantidade significativa de navios na faixa de 3.000 TEU a
5.000 TEU. Entre os 80 (oitenta) navios encomendados para entrega até

9
Drewry Shipping Consulting

134
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
dezembro de 2002, 27 (vinte e sete) deles foram projetados para essas
rotas.

Os serviços de linhas regulares de transporte de contêineres na América do


Sul, em especial na costa brasileira, indo até os demais portos do Mercosul
– Uruguai e Argentina, vinha sendo desenvolvido, até o final do ano de
2000, com a utilização de navios-tipo com capacidade de 1.400 a 2.600
TEU.

Os estudos realizados por consultores internacionais, em 199710,


trabalharam com diversos cenários de tamanhos de navios para o
atendimento do tráfego projetado, àquela época, para o ano de 2010.

Segundo esses estudos, supondo que o navio representativo engajado nos


serviços da América Latina tivesse a capacidade de 1.500TEU, operando
com 80% de ocupação, o tráfego projetado para o ano de 2000 seria
atendido por 107 serviços, no mínimo. Caso se utilizassem navios de
2.500TEU, nas mesmas condições operacionais, a demanda de serviços
cairia para cerca de 64 viagens, em 2000.

O uso de navios de 4.000 TEU, pelo mesmo estudo, seria atendido por
apenas 40 serviços, em 2010, crescendo a importância dos transbordos,
pela diminuição dos portos de escala, geralmente observados ao se
utilizarem navios maiores.

As mudanças com relação aos tamanhos de navios, entretanto, começaram


a ocorrer no final de 2001, com as primeiras viagens de navios de
capacidade acima de 3.000 TEU, destacando-se:

 o anúncio, em meados de 2001, da “cartada” de dez grandes


operadoras de contêineres de introduzirem 6 (seis) novos navios de
3.800 TEU, para atender o tráfego da costa leste da América do Sul
para a costa leste da América do Norte, mantendo 6 (seis) outros
navios de 2.500 TEU, de forma complementar, com duas viagens
semanais (uma para cada tipo de navio).11.
 O modelo é de “serviço direto” ou sem transbordos, sendo,
entretanto, alimentado por feeder services de Manaus (Brasil),
Assunção (Paraguai), Deseado, Madryin e Ushuaia (Argentina) e
Montevidéu (Uruguai). Os portos de transbordo previstos,
inicialmente, eram Buenos Aires e Suape;
 os portos de escala previstos, no Brasil, eram apenas Rio Grande,
São Francisco do Sul, Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro, Suape e
Pecém.
 Os novos navios apresentam como novidades interessantes, a
existência de equipamento de bordo (dois guindastes) para as

10
Bruce Lambert “Trans-shipment in Latin America” WSTS - 1997
11
Os seis novos navios são designados pelos nomes de Cap San Nicolas, Cap San Marco,
Cap San Lorenzo, Cap San Antonio, Cap San Raffael e Cap San Augustin.

135
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
operações de embarque e descarga, embora com alcance limitado às
pilhas de meia nau (quando, em geral, os navios com capacidade
acima de 3.000TEU são ungeared ou gearless) e a disponibilidade de
800 tomadas para reefer.
 As dimensões básicas desses navios são: 257m de comprimento,
boca de 32,2m e calado máximo de 12,5m, sendo, assim, do tipo
panamax.

A figura a seguir apresenta o modelo dos navios citados acima:

Para atender ao aproveitamento dessa maior capacidade de transporte, os


operadores das linhas regulares no serviço ECSA (costa leste da América
do Sul) para a costa leste da América do Norte formaram um grande JCS
(joint container service), abrangendo 10 empresas, comandadas pela
HSAC (Hamburg Süd – Aliança – Columbus – Crowley) e integradas,
além do grupo mencionado, pela Maersk Sealand, Evergreen, Lykes, APL,
CSAV, Libra e P&O Nedlloyd.

O serviço vem funcionando desde então, com regularidade, sem que esses
navios freqüentem o porto de Itajaí, sendo São Francisco do Sul servido
pelos navios de 2.500TEU do mesmo JCS (joint container service).

136
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Além destes, o porto de São Francisco do Sul possui também linhas
regulares com navios do armador P&O Nedloyd com capacidade para
3.430 TEU e ainda navios do tipo feeder, com capacidades de cerca de
400TEU.

A Lykes Lines, operadora do grupo CPShips, introduziu, recentemente,


navios semelhantes aos “Cap San” da Hamburg Süd, no mesmo serviço,
inaugurando, em 13 de fevereiro, com a primeira escala do Lykes Ranger,
no porto de Itajaí, em linha que atende, também, Buenos Aires, Santos e
Rio de Janeiro.

O serviço deverá ser operado por quatro navios iguais (sister ships), com
as seguintes características:
 capacidade: 3.200TEU, com 400 tomadas reefer;
 40.478 dwt, 40.146GRT e 18.097NRT;
 comprimento – 243,35m;
 calado máximo: 11,023m;
 boca: 32,2m (panamax);
 quatro guindastes de bordo, com capacidade para 45t;

A entrada e operação em Itajaí somente foram possíveis porque o referido


navio estava semicarregado, com o maior calado de 8,5m no porto,
condição que se espera venha a acontecer ao longo da operação do serviço.

Enquanto isso, a P&O Nedlloyd também introduziu novos navios


semelhantes aos da Lykes e Hamburg Süd, com os nomes de P&O
Nedlloyd Bantam, P&O Nedlloyd Surat, P&O Nedlloyd Olinda e outros,
com as seguintes características:
 capacidade: 3.430TEU;
 comprimento – 243,15m;
 calado máximo: 11,5m;
 boca: 32,3m (panamax);
 quatro guindastes de bordo, com capacidade para 45t;
 velocidade: 20,5 nós.

Esses navios estão servindo às linhas para o sul da África (portos de


Durban e Cidade do Cabo), escalando Buenos Aires, Montevidéu, Rio
Grande, São Francisco do Sul, Paranaguá, Santos e Rio de Janeiro, com
serviço feeder de Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador e Vitória.

Observa-se, portanto, que a maior operadora atual da área da costa leste da


América do Sul, a Hamburg Süd, além de outros importantes armadores (a
CPShips e a P&O Nedlloyd), optaram pela utilização de navios de maior
capacidade, na faixa de 3.200TEU a 3.800TEU, dentro do padrão
panamax, sendo, entretanto, do tipo geared ou self sustained, equipados
com guindastes de bordo, na maior parte dos casos.

137
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A Maersk Sealand optou, entretanto, pelo uso de navios post panamax, de
sua nova classe “L” (ver figura abaixo) com as seguintes características:
 nomes dos navios: Laust Maersk, Laura Maersk, Lica
Maersk, Luna Maersk, Leda Maersk, Lexa Maersk,
Josephine Maersk;
 ano de construção: 2001 e 2002;
 serviço ou portos de escala: Europa (Algeciras, Roterdã,
Felixtowe, Beemerhaven, Antuérpia), Costa Lesta da
América do Sul (Pecém, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá,
Rio Grande, Montevidéu, Buenos Aires);
 comprimento – 265,84m;
 capacidade: 3.700TEU, 50.721 TRB;
 boca: 37,3m (post panamax);
 calado máximo: 14,0m;
 velocidade: 23,4 a 24,7 nós;
 não dispõem de guindastes de bordo (ungeared).

Não foram registradas informações sobre navios de maior capacidade que


os acima listados, no serviço da costa leste da América do Sul, à exceção
de algumas escalas do P&O Nedlloyd Remuera, de 4.112TEU, construído
em 2002, que esteve algumas vezes em Rio Grande e Santos.

A partir dos levantamentos e observações realizadas quanto aos tipos e


tamanhos de navios porta contêineres nos serviços da costa atlântica da
América do Sul, conclui-se que se consolida a tendência de uso de
embarcações com capacidade acima de 3.200TEU nas principais linhas ou
serviços regulares.

Esses navios são do tipo panamax, por vezes equipados com guindastes de
bordo, escalando de quatro a sete portos na costa da América do Sul, com
calados máximos na faixa de 11,0m a 12,5m.

A introdução de navios de capacidade acima de 3.000TEU nos serviços


regulares da costa leste da América do Sul não significa, pelo menos por
enquanto, a hierarquização prevista para os serviços de transbordo
intensivo, encontrado, presentemente, na região do Caribe, no

138
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Mediterrâneo e no Extremo Oriente, por exemplo, onde existem portos
dedicados especialmente a essas funções de transferência de cargas (hub
ports).

Os novos navios têm características típicas daqueles dedicados aos


serviços de linha direta, em função dos calados máximos e bocas,
limitados às dimensões do Canal de Panamá, da disponibilidade de
equipamentos de bordo e de grande quantidade de tomadas reefer, o que
possibilita atender a múltiplas escalas ao longo da costa, nos diversos
portos adequados a essas características.

Mesmo os navios post panamax da Maersk Sealand, que não possuem


guindastes de bordo, estão a escalar em sete portos na costa da América do
Sul, onde já existem ou foram disponibilizados guindastes adequados.

A eventual concentração de cargas nesses portos vem ocorrendo através da


utilização dos sistemas de transporte terrestre, mesmo com as deficiências
existentes.

12.2.2.1. O Mercado de Transporte Marítimo de Contêineres no Brasil


Dentro do cenário de previsões otimistas para todo o tráfego mundial de
contêineres, inclusive para a costa leste da América do Sul, o Brasil tem
papel fundamental.

Com a continuação dos processos de privatização e modernização


observados nos portos brasileiros a expectativa é de que o transporte
marítimo brasileiro venha a crescer em torno de 180% entre os anos de
1995 e 2005.

O transporte marítimo internacional e de cabotagem deverá aumentar sua


participação em relação aos demais modos de transporte, saindo dos cerca
de 40 milhões de toneladas em 1995 para 115 milhões de toneladas em
2005.

De 1996 a 1999, com base nas estatísticas disponíveis do Ministério dos


Transportes, a movimentação de contêineres no conjunto de todos os
portos brasileiros evoluiu de 1.779 mil TEU, em 1996, para cerca de 2.166
mil TEU, em 1999. Para os anos de 2000 e 2001, segundo os dados da
CENTRONAVE/ DATAMAR, foram movimentados no país 2.560 mil
TEU e 2.985 mil TEU respectivamente.

Assim, enquanto que, para todo o período de 96 a 99, a taxa de


crescimento na movimentação de contêineres foi de 21,7%, para o período
de 1999 a 2000, o incremento foi de 20,9% e de 2000 para 2001 atingiu
14,0%.

O crescimento no período de seis anos – de 1996 a 2001 – foi de 67,8%,


ou 11,3% ao ano, em média, valor acima do apresentado para a média
mundial, que esteve em torno de 9,0% ao ano na última década.

139
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Nos quinze portos brasileiros que apresentaram maior movimentação de
contêineres, apenas dez possuem terminais especializados implantados ou
em implantação. Manaus, Fortaleza, Recife e Belém realizam as operações
de contêineres nos cais de uso comum, de carga geral, utilizando-se dos
equipamentos de bordo dos navios enquanto que São Francisco do Sul
opera com guindastes de terra do tipo MHC (mobile harbour crane).

Assim, verifica-se que para o transporte de contêineres na costa leste da


América do Sul (o que inclui o porto de São Francisco do Sul) a tendência
futura é de utilização de navios de maior porte, para as linhas principais,
com capacidades máximas de 3.750 TEU a 4.000 TEU, operando com
calados máximos, no porto, da ordem de 12,0m a 13,0m, sem
equipamentos de movimentação a bordo (gearless).

Para as demais linhas, deverão ser utilizados navios com capacidade de


1.400 TEU a 2.600 TEU, com tendência para uso intensivo de gearless,
como os atuais navios da MSC que operam no porto.

12.2.3. Navios para Produtos Refrigerados

No cenário mundial, observa-se que a capacidade dos navios


especializados em transporte de produtos refrigerados apresentou taxa de
crescimento de apenas 6 % entre 1990 e 2002. Esta taxa é bastante inferior
à verificada na segunda metade da década de 80 quando o aumento da
capacidade destes navios foi da ordem de 30%. Este é apenas um sinal das
dificuldades atualmente enfrentadas pelas companhias de navegação que
possuem navios reefer especializados.

Um dos principais motivos causadores destas dificuldades é a entrada, com


cada vez mais força, das linhas regulares de transporte de contêineres no
mercado de transporte marítimo de produtos perecíveis.

Além disso, cada vez mais, modernos navios reefer especializados


transportam contêineres refrigerados em seus conveses. De fato, esta
capacidade adicional representa, atualmente, cerca de 20% a até 65% da
capacidade dos porões refrigerados.

Atualmente, a divisão entre paletes transportando produtos perecíveis nos


porões refrigerados e contêineres reefer é de 55% do mercado mundial
para os paletes e 45 % para os contêineres.

Desta forma, observa-se que, ao lado do crescimento, a cada ano, do


mercado de transporte marítimo de produtos refrigerados, a forma como
esses produtos são transportados está em transformação, com a tendência
para utilização de “navios híbridos” que, se acredita, serão o tipo mais
comum no futuro.

140
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A figura seguinte mostra, de forma esquemática, as características básicas
dos navios especializados reefer que freqüentam os portos brasileiros.

 A maioria dos
 Guindastes de navios pode transportar
bordo, para operação contêineres no convés
self sustained
 A navegação, a
comunicação e a
monitoração da carga são
feitas a partir da ponte de
comando

 Escotilhas reforçadas
nos porões de carga para
permitir rápido carregamento
 Seções refrigeradas,
hermeticamente separadas,
 A altura permitem ambientes diferentes
mínima do convés é para cada produto
de 2,20m para
carregamento de
unidades padrões

Além desses navios, típicos da empresa Lauritzen Cool, e mais comum em


operação nos portos nacionais, a Seatrade, que dispõe de cerca de 120
navios especializados operando em todo o mundo inclusive em alguns
portos brasileiros (Natal e Itajaí, por exemplo) no transporte de produtos
congelados, lançou em 2002 dois novos navios da classe Strait que
modernizaram bastante as operações de embarque das cargas
frigorificadas.

Estes navios, conforme se pode observar nos diagramas e fotos a seguir,


possuem equipamentos de bordo que funcionam como ponte rolante –
elevador, transportando até oito paletes, por movimento, para os porões no
interior do navio. Esta movimentação é feita de forma bem mais eficiente
do que a realizada pelos navios refrigerados convencionais mostrados
anteriormente. A produtividade deste equipamento é de 75 paletes/hora e a
capacidade total do navio é de 6.900 paletes.

141
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Os navios desta empresa que
operam no Brasil têm
comprimento máximo de
167m e várias classes ou
grupos de capacidade,
variando desde mais de 600
mil pés cúbicos, aos quais se
adicionam até 440 TEU de
capacidade de transporte no
convés, até os navios
menores, de 90mil a 185mil
pés cúbicos, que não
transportam contêineres.

142
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Assim, os navios reefer do futuro já chegaram ao mercado de transporte
das cargas refrigeradas e congeladas, no Brasil.

Por suas características de self sustained ou geared, dispondo de


equipamentos de bordo para embarque e descarga de capacidade e
características de alto desempenho, poderão operar em portos ou terminais
sem guindastes comuns ou especializados.

Os portos ou terminais de carga reefer deverão dispor, entretanto, de


instalações adequadas de armazenagem frigoríficos e equipamentos de
manuseio de transporte horizontal, como empilhadeiras de garfos.

12.2.4. Navios de Carga Geral Solta

A principal carga movimentada sob a forma de carga geral solta, em São


Francisco do Sul, é representada pelas madeiras, em fardos ou amarrados.

Os maiores carregamentos dessa mercadoria deverão situar-se em torno de


10.000t por navio, indicando a permanência dos tamanhos de navios
atualmente utilizados, ou seja: navios de até 20.000dwt, com calados
máximos de 9,5m.

Embora a tendência mundial de conteinerização das cargas venha


intensificando-se, alguns mercados e tipos de cargas deverão permanecer
sob a forma de carga geral solta ou break bulk cargo.

A madeira e os produtos siderúrgicos, entre outros, enquadram-se nessa


situação, devendo, assim, continuar o atendimento em navios comuns de
carga geral.

12.2.5. Navios de Carga Siderúrgica

143
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A implantação do projeto de siderúrgica da Vega do Sul, nas proximidades
do porto deverá trazer a utilização de novos tipos de embarcação para as
quais São Francisco do Sul deverá desenvolver instalações especiais.

A logística adotada para o suprimento de insumos (chapas de aço)


provenientes da Siderúrgica de Tubarão, em Vitória (ES) deverá adotar o
transporte em barcaças especiais, descarregadas por sistema RoRo (roll on
– roll off).

Até a adequação do berço especial, no porto, serão utilizados, segundo o


plano logístico adotado pela indústria, navios do tipo minibulkers com
escotilha ampla, equipados com guindastes de bordo com capacidade
compatível.

Em etapa posterior, serão utilizadas as barcaças mencionadas, com


propulsão de empurradores, comprimento de 120m, boca de 22m e
9.500tpb. O comprimento total do conjunto barcaça - empurrador será de
145m, conforme mostra a figura seguinte.

144
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

A SITUA ÇÃ O O PERAC IO N A L
13
AT U A L

erá contemplada neste capítulo a avaliação do desempenho

S
operacional do porto de São Francisco do Sul, com base
nos dados do ano de 2002. São analisadas desde a
organização espacial atual do porto até as produtividades
alcançadas por berço, por operador e por tipo de carga movimentada com a
identificação dos principais pontos de estrangulamento e das necessidades
futuras do porto.

13.1. Organização Espacial do Porto


O porto dispõe atualmente de cinco berços de atracação, com o total de
825m de cais acostável, com as características principais apresentadas no
quadro seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Característica dos Berços de Atracação

Extensão Profundidade
Berço Utilização Principal
(m) (m)
101 220 11,0 Embarque de granéis sólidos
102 210 10,0 Operações com contêineres
103 170 9,0 Carga geral
201 150 8,0 Carga geral
301 225 10,0 Múltiplo uso

O crescimento da movimentação de granéis sólidos e de contêineres


provocou, ao longo do tempo, mudanças sensíveis no arranjo geral ou
layout das instalações, como a demolição de armazéns de carga geral (o
armazém 2), a construção de novos armazéns para granéis à retaguarda,
desde os da CIDASC até os da TERLOGS, recém inaugurados, a
relocalização de portões de entrada e mudança de uso do armazém 1, antes

145
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
destinado para carga geral e hoje servindo para estocagem de trigo de
importação.

Os equipamentos também mudaram intensamente, com a obsolescência


dos antigos guindastes de pórtico sobre trilhos, alinhados à beira do cais
frente aos berços 102 e 103, substituídos por modernos guindastes móveis
sobre pneus (os MHC), até os de movimentação de contêineres, utilizando-
se a tecnologia das empilhadeiras de alcance ou reach stackers.

O aumento na movimentação de grãos e farelos a granel, com o


desenvolvimento de instalações especializadas no berço 101, também
influenciou as transformações no arranjo geral.

De outro lado, a opção pelo atendimento ao tráfego dos contêineres levou


à improvisação nas instalações para estocagem e embarque da carga geral
remanescente, a qual consiste, basicamente, de madeira em fardos e
amarrados e congelados.

Enquanto os berços 101 e 102 mostram características claras de


especialização, o berço 103, com utilização limitada pelo aumento dos
tamanhos de navios que operam em seus vizinhos, serve, quando
disponível, para a movimentação de carga geral (madeira e congelados),
trigo e fertilizantes a granel.

Para atender a movimentação de madeira, após o arrendamento da área


destinada ao TERFRAN (agora denominado de Terminal da Babitonga),
foram disponibilizadas áreas para montagem de armazéns de lona
próximos aos berços 201 e 101.

Como os navios de carga geral operam nos berços 201 e 301


(eventualmente no 103), o trânsito de caminhões com cargas depositadas
no armazém próximo ao 101 é realizado através das vias internas do porto,
provocando, nessas ocasiões, intenso tráfego de veículos, em conflito com
as operações dos equipamentos de movimentação de contêineres.

A existência de um único portão de acesso para o porto todo, inclusive o


terminal da Babitonga, acentua esse tráfego conflitante de veículos,
transformando áreas de operação de carregamento e descarregamento de
navios em vias internas de circulação, com prejuízos para o desempenho
operacional e para a segurança do trabalho.

O berço 301, construído e arrendado à TERFRAN, destinado


originalmente à movimentação de produtos vegetais (madeira), funciona
como terminal de múltiplo uso, com a operação de granéis de importação,
madeira, congelados e, algumas vezes, com contêineres.

O acesso de veículos leves às áreas operacionais é, assim, perigoso e


inadequado, sendo proibido pela autoridade portuária e pela alfândega.

146
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O crescimento da movimentação de cargas induz à especialização de
berços e terminais, o que deverá implicar em novas mudanças de arranjo
físico, adaptando-se aos novos usos.

A análise do desempenho operacional mostra o funcionamento do porto


através de indicadores clássicos como a taxa de ocupação, as pranchas
diárias, os tempos de espera de navios e outros, permitindo que se faça o
diagnóstico da situação do porto sob o ponto de vista da movimentação das
principais cargas.

13.2. Desempenho Operacional

13.2.1. Por berço

Em primeiro lugar serão analisadas as taxas de ocupação em cada um dos


berços.

A taxa de ocupação, ou índice médio de ocupação de berço, mede a


relação entre o tempo em que o terminal ou conjunto de berços esteve
ocupado e o tempo total de disponibilidade, em cada período, significando,
portanto, a percentagem de tempo que o berço (ou conjunto de berços)
esteve ocupado, no período de referência.

A tabela abaixo apresenta as taxas de ocupação totais verificadas em cada


berço do porto no ano de 2002, assim como a composição desta taxa de
acordo com os principais tipos de carga movimentados – granéis sólidos,
contêineres, granéis líquidos e carga geral.

Porto de São Francisco do Sul


Taxa de Ocupação dos Berços de Atracação
Ano de 2002

Carga / Berço 101 102 103 201 301


Granéis Sólidos 71,75 % 4,25 % 24,69 % 0,00 % 27,79 %
Granéis Líquidos 15,72 % 0,00 % 0,00 % 0,00 % 0,00 %
Contêineres 4,77 % 74,09 % 10,58 % 2,56 % 14,78 %
Carga Geral 0,00 % 0,98 % 5,32 % 45,36 % 26,41 %
Total 92,23 % 79,32 % 40,59 % 47,92 % 68,98 %
Fonte de dados: Setor de Estatísticas da APSFS

Observa-se na análise dos dados da tabela que o berço 101 tem a maior
taxa de ocupação média dentre os berços do porto – 92,23% - dedicando-
se quase que totalmente à movimentação dos granéis sólidos de exportação
(farelo, soja e milho), realizando, ainda, toda a operação de granéis
líquidos (óleos vegetais).

O berço 102 também apresenta taxa de ocupação muito elevada, de quase


80% (79,32%), sendo os navios de contêineres responsáveis por 74,09%
deste total.

147
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Os berços 103 e 201 são utilizados tanto para carga geral como para
contêineres e granéis sólidos, como já comentado na análise do arranjo
físico, apresentando taxas de ocupação entre 40 e 50%, valores
considerados adequados para este indicador, quando se consideram os dois
berços em conjunto.

O berço 301 foi o que apresentou a distribuição mais equilibrada entre os


tipos de carga, com pequena predominância para os granéis sólidos - trigo
e fertilizantes importados. A taxa de ocupação total deste berço também
está demasiadamente elevada, atingindo quase 69%.

O gráfico abaixo apresenta as informações contidas na tabela anterior.

Porto de São Francisco do Sul


Taxa de Ocupação dos Berços de Atracação
Ano de 2002

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
101 102 103 201 301
Granéis Sólidos Granéis Líquidos
Contêineres Carga Geral

A partir dos dados disponibilizados pela Administração do Porto de São


Francisco do Sul – APSFS, foi possível, também, realizar a análise das
taxas de ocupação de cada berço, mês a mês, e assim verificar a ocorrência
de possíveis variações ao longo do ano para cada tipo de carga. A tabela a
seguir apresenta os valores das taxas de ocupação dos berços para todos os
meses do ano de 2002.

148
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Taxas de Ocupação dos Berços de Atracação
Janeiro a Dezembro de 2002

Mês / Berço 101 102 103 201 301


Janeiro 67,20% 60,80% 48,66% 24,06% 47,98%
Fevereiro 67,50% 61,02% 38,31% 4,03% 42,20%
Março 73,12% 88,98% 72,18% 30,24% 54,17%
Abril 94,62% 66,40% 43,28% 37,23% 23,52%
Maio 87,23% 96,94% 15,19% 38,58% 74,19%
Junho 91,67% 70,03% 60,48% 25,54% 97,83%
Julho 88,98% 79,84% 28,36% 27,69% 77,02%
Agosto 85,62% 82,53% 59,95% 78,76% 98,92%
Setembro 91,80% 75,94% 30,11% 76,61% 95,43%
Outubro 97,63% 65,59% 23,66% 93,76% 64,11%
Novembro 87,63% 73,12% 22,45% 20,97% 39,92%
Dezembro 98,15% 79,97% 28,76% 50,40% 71,77%
Fonte de dados: Setor de Estatísticas da APSFS

Nos berços 101 e 102 ocorreram pequenas variações ao longo do tempo,


com as taxas permanecendo praticamente constantes, conforme se observa
nos gráficos seguintes.

As taxas de ocupação estão, nos dois casos, em níveis críticos ou de


saturação. Em conseqüência, os navios que operam nesses berços
apresentam tempos excessivos e inadequados de espera para atendimento,
como será demonstrado mais adiante.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Ocupação do Berço 101
Ano de 2002

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
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Ju
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O

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Fe

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D
N

149
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Taxas de Ocupação do Berço 102
Ano de 2002
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
ço

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il

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iro

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m
Ju
M

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Ja

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A

ez
ov
Fe

Se

D
N
Já os berços 103, 201 e 301 apresentaram variações maiores entre os
meses atingindo taxas de ocupação entre 4% e 93% como no caso do berço
201.

Porto de São Francisco do Sul


Taxas de Ocupação do Berço 103
Ano de 2002

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
il

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A

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150
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Taxas de Ocupação do Berço 201
Ano de 2002

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
ço

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Porto de São Francisco do Sul
Taxas de Ocupação do Berço 301
Ano de 2002

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
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em
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Ja

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A

ez
ov
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Se

D
N

O quadro seguinte correlaciona os tempos de espera dos navios, tempos de


atendimento e níveis de serviço com a taxa de ocupação de cada um dos
berços do porto.

151
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Taxa Média de Ocupação x Nível de Serviço
Ano de 2002

Berço Taxa de Tempo de Tempo de Nível de


Ocupação Espera (h) Atendimento (h) Serviço
101 92,23% 88,31 71,79 122,9%
102 79,32% 15,5 20,2 76,9%
103 40,59% 20,6 44,3 46,6%
201 47,92% 29,9 98,8 30,3%
301 68,98% 28,5 63,4 44,9%
Fonte de dados: Setor de Estatísticas da APSFS

Observa-se que quanto maior a taxa de ocupação maior o tempo de espera


e maior o nível de serviço. Assim, deve ser buscada a diminuição dos
tempos de atendimento (através do aumento da produtividade operacional)
para diminuir as esperas de navios e, com isso, obter níveis de serviço
razoáveis.

13.2.2. Indicadores de Desempenho por Tipo de


Carga

Além da taxa de ocupação utilizada para a avaliação dos berços, também


são considerados outros índices de desempenho operacional.

No caso da avaliação foram medidas as pranchas médias de atendimento


para cada tipo de carga, a quantidade total de cada carga movimentada e o
tamanho médio de consignação por navio.

A prancha média de atendimento indica a produtividade média, para cada


tipo de carga, de cada terminal ou conjunto de berços, medida pela relação
entre as quantidades totais movimentadas e tempo de atracação dos navios
ou “tempo de atendimento”. É medida em toneladas por dia para carga
geral e granéis e em unidades por hora para os contêineres.

A quantidade total de carga movimentada proporciona uma visão da


intensidade de utilização de cada berço e de todo o porto. É medida em
toneladas métricas (t) por tipo de mercadoria e por forma de manuseio -
carga geral solta, granéis sólidos, granéis líquidos, etc. No caso dos
contêineres é medida em TEU, por terminal ou conjunto de berços.

O tamanho médio de consignação indica a característica do tamanho de


navio que freqüenta o porto, para cada tipo de carga ou mercadoria, em
cada terminal ou conjunto de berço e é medido em toneladas por navio

152
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
para carga geral, granéis líquidos e granéis sólidos e em unidades
carregadas e descarregadas por navio, para contêineres.

Em seguida são apresentados os indicadores obtidos para cada uma das


cargas movimentadas no porto de São Francisco do Sul.

Porto de São Francisco do Sul


Principais Indicadores Operacionais
Ano de 2002

Tipo de Quantidade Consignação Tempo Médio


Prancha
Carga (ou Movimentada Média por de Atendimento
Média
de navio) (t) navio (h)
Contêiner 159.327 16,3 box/h 316,1 box 18,3
Farelo 708.836 7.328 t/dia 25.316t 83,7
Soja 750.066 8.160 t/dia 31.253t 97,2
Milho 423.336 8.091 t/dia 35.278t 112,8
Óleos 359.804 6.451 t/dia 17.990t 67,9
Trigo 461.218 3.229 t/dia 17.082t 37,3
Fertilizante 108.494 1.885 t/dia 21.699t 275,0
Congelados 28.021 315 t/dia 2.547t 202,7
Madeira 165.758 1.090 t/dia 4.875t 115,1
Fonte de dados: APSFS

13.2.2.1. Contêineres

A prancha média verificada para os contêineres apresentou a média geral


de 16 unidades movimentadas por hora, número considerado razoável,
considerando as condições e os equipamentos utilizados.

O quadro da folha seguinte apresenta os valores de consignação média e


prancha média de atendimento para os contêineres nos principais portos do
país.

Observam-se os melhores indicadores nos portos com equipamentos mais


avançados e maiores consignações, seguindo-se aqueles com consignações
e equipamentos intermediários e, finalmente os terminais sem
equipamentos de terra e menores tamanhos de carregamento por navio.

O desempenho de São Francisco do Sul, neste ranking, mostra-se no topo


dos terminais de sua categoria.

153
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Principais Portos Nacionais
Comparação de Indicadores Operacionais
Consignação Média e Prancha Média
Contêineres

Consignação Prancha Média


Porto/Terminal Média de Atendimento
(t) (unidade/h)
TECON Santos Brasil 524 29,3
TECON Rio Grande 340 26,4
T37 - Libra Santos 309 22,3
T35 - Libra Santos 319 21,9
Cosipa 299 20,3
TECON 2 (MultiRio) 238 17,6
TECON 1 (Libra) Rio 211 17,1
São Francisco do Sul 316 16,3
TECON Suape 348 15,7
Recife 337 15,2
Múltiplo Uso Suape 316 14,0
Itajaí 356 13,9
TECONDI (Santos) 222 13,2
TCP (Paranaguá) 302 13,1
Super Terminais (Manaus) 324 12,8
Intermarítima (Salvador) 179 12,0
Peíu (Vitória) 244 11,6
Corex (Paranaguá) 279 11,3
Cais Público (Paranaguá) 246 11,3
TVV (Vitória) 277 11,1
Fortaleza 199 10,7
SNPH Manaus 413 10,5
TECON Salvador 156 10,2
Capuaba 244 8,6
Belém 217 7,2
Santos Margem Direita 159 7,1
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

13.2.2.2. Milho, Soja e Farelo

A produtividade dos embarques de farelo, soja e milho, em torno de 8.000


t/dia, está com padrão elevado, comparativamente aos demais portos, bem
como os tamanhos médios de consignação, aproximadamente 30.000
toneladas por navio.

Para a soja e o farelo e foram obtidos dados comparativos dos portos de


Santos, Paranaguá e Rio Grande apresentados a seguir.

154
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Principais Portos Nacionais
Comparação de Indicadores Operacionais
Quantidade Movimentada, Consignação Média e Prancha Média
Soja e Farelo

Prancha
Quantidade
Porto / Terminal e Consignação Média de
Movimentada
Produto Média (t) Atendiment
Total (t)
o (t/dia)
Santos
Cargill (soja em grãos) 125.975 20.996 8.239,2
Cargill (farelo) 260.552 21.713 8.553,6
Paranaguá
Corex (Farelo) 759.302 27.118 11.541,6
Múltiplo Uso (Farelo) 346.650 28.888 7.250,4
Rio Grande
Bianchini (Farelo) 150.808 4.570 3.475,2
Tergrasa (Farelo) 80.247 1.638 561,6
Termasa (Farelo) 148.653 7.079 3.715,2
Bunge (Farelo) 138.591 12.599 6.559,2
São Francisco do Sul
soja 750.066 31.253 8.160,9
farelo 708.836 25.316 7.328,0
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

As pranchas médias para a soja e o farelo em São Francisco do Sul são


equivalentes às observadas nos maiores terminais do país – Santos e
Paranaguá; os tamanhos de consignação são inferiores apenas ao terminal
Corex em Paranaguá.

13.2.2.3. Fertilizantes e Trigo

No caso de trigo e fertilizante, foram identificados valores não adequados


de produtividade além de consignações médias baixas.

No caso dos fertilizantes foram obtidas informações do ano de 2002 para


os portos de Recife, Vitória, Santos, Paranaguá e Rio Grande, além de São
Francisco do Sul. A tabela abaixo apresenta os valores encontrados.

155
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Principais Portos Nacionais
Comparação de Indicadores Operacionais - Fertilizantes
Quantidade Movimentada, Consignação Média e Prancha Média
Prancha Média
Quantidade Consignação
Porto / Terminal de Atendimento
Movimentada (t) Média (t)
(t/dia)
Recife 48.884 6.983 1430,4
Vitória
Capuaba 46.546 23.273 1209,6
Santos
Ultrafértil 89.900 22.475 6619,2
Tefer 194.227 17.657 2668,8
Paranaguá
Múltiplo Uso 900.635 20.945 5044,8
Rio Grande
Adubos Trevo 469.290 7.569 2829,6
São Francisco do Sul 108.494 21.699 1885,2
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

A prancha média de São Francisco do Sul para os fertilizantes está com


valor inferior a maior parte dos demais portos pesquisados, apesar disso o
valor médio de consignação está entre os maiores do país.

13.2.2.4. Trigo

Os portos considerados na avaliação comparativa para o trigo a granel


foram: Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro,
Santos e Itajaí. Os valores constam na tabela a seguir.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais - Trigo
Consignação Média e Prancha Média
Prancha Média
Consignação
Porto / Terminal de Atendimento
Média (t)
(t/dia)
Belém 7.249 1.368,0
Fortaleza
Tergran 18.147 7.845,6
Natal 10.527 2.954,4
Recife 9.801 2.356,8
Salvador
Intermarítima 8.346 2.241,6
Vitória
Capuaba 10.416 1.320,0
Rio de Janeiro
Moinho Cruzeiro do Sul 11.550 1.677,6
Moinho Santista 17.963 2.032,8
Santos
COREX 21.374 6.086,4
Itajaí 5.231 2.076,0
São Francisco do Sul 17.082 3.229,0
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

156
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A movimentação de trigo em São Francisco do Sul atingiu, em 2002,
461.218 toneladas, sendo expressivos os tamanhos de consignação média e
prancha média, em comparação com portos que utilizam equipamentos e
tecnologias semelhantes, como Belém, Recife, Salvador, Itajaí, Rio de
Janeiro e Capuaba (Vitória). Entretanto, são muito inferiores aos terminais
do Tergran, em Fortaleza e Corex, em Santos, que são os mais modernos
do país.

13.2.2.5. Madeira

Para a madeira foram considerados, para fins comparativos, os portos de:


Belém e Paranaguá , cujos valores constam na tabela a seguir.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais
Consignação Média e Prancha Média
Madeira

Prancha Média
Consignação
Porto / Terminal de Atendimento
Média (t)
(t/dia)
Belém 2.295 729,6
Paranaguá 12.365 2.630,4
São Francisco do Sul 4.875 1.089,8
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

A consignação e prancha média de atendimento em São Francisco do Sul é


bastante inferior ao porto concorrente de Paranaguá, superando apenas o
porto de Belém.

13.2.3. Nível de Serviço

O nível médio de serviço é a relação entre o tempo médio de espera do


navio até atracar e o tempo de atendimento (ou tempo em que ele
permanece atracado). É calculado em números absolutos ou em
percentagem (%) e por carga ou por terminal ou conjunto de berços.

O tempo médio de espera é um indicador da qualidade do atendimento, em


termos do tempo, medido em horas e minutos, gasto em espera de
atracação dos navios de cada grupo de carga ou produto, para cada
terminal ou conjunto de berços. Já o tempo de atendimento, também
medido em horas e minutos, indica o tempo que o navio permaneceu
atracado realizando as operações de embarque e desembarque das cargas.

Através da análise dos dados de São Francisco do Sul foi possível calcular
os tempos de espera, de atendimento e o conseqüente nível de serviço, ao
longo do ano de 2002, para cada grupo de navios que transportavam cada
tipo de carga. A tabela abaixo apresenta estes valores.

157
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Tempo de Espera de Navios e Nível de Serviço
Ano de 2002
Tempo Médio Tempo Médio de Nível de
Carga
de Espera (h) Atendimento (h) Serviço (%)
Contêineres 16,5 18,3 90,3
Granéis Sólidos
Farelo 86,3 83,7 103,1
Soja 147,0 97,2 151,2
Milho 122,0 112,8 108,4
Trigo 36,5 37,3 97,8
Fertilizantes 58,8 275,0 21,4
Granéis Líquidos
Óleos Vegetais 91,7 67,9 135,0
Carga Geral Solta
Madeira 29,0 115,0 25,2
Congelados 54,2 202,7 26,7
Fonte de dados: APSFS

Observa-se que os tempos médios de espera e atendimento, para todos as


cargas embarcadas ou desembarcadas no porto, estão muito elevados, com
filas de navios e congestionamento.

Para avaliar a situação operacional de São Francisco do Sul, são


apresentados, comparativamente, os valores desses indicadores em alguns
outros portos nacionais.

13.2.3.1. Contêineres

Embora apresente prancha média de movimentação entre as melhores do


país, como já visto anteriormente, São Francisco do Sul é o que apresenta
o maior tempo médio de espera e o pior índice de nível de serviço para
contêineres.

A tabela seguinte apresenta os tempos médios de espera e nível médio de


serviço para os navios de contêineres nos principais portos do país.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais
Tempo de Espera de Navios e Nível de Serviço
Contêineres
Tempo Médio Nível Médio de
Porto/Terminal
de Espera (h) Serviço (%)
TECON Santos Brasil 3 20
TECON Rio Grande 4 30
T37 - Libra Santos 2 10
T35 - Libra Santos 2 10
Rio Cubatão (Cosipa) 4 30
TECON 2 (MultiRio) 1 10
TECON 1 (Libra) Rio 1 10

158
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
São Francisco do Sul 16,5 90
TECON Suape 1 10
Recife 1 10
Múltiplo Uso Suape 1 10
Itajaí 15 60
TECONDI 4 20
TCP Paranaguá 13 60
Corex Paranaguá 10 40
Cais Público Paranaguá 8 40
Fortaleza 5 30
Margem Direita Santos 1 10
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

13.2.3.2. Soja e Farelo

Para a soja e o farelo os dados comparativos foram obtidos dos portos de


Santos, Paranaguá e Rio Grande, apresentados na tabela a seguir.

Assim como no caso dos navios de contêineres, pode-se verificar que os


tempos médios de espera dos navios de transporte de soja e farelos estão
entre os mais altos do país, embora, novamente, a prancha média de
atendimento seja, comparativamente, em nível razoável, como referido
anteriormente.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais
Tempo de Espera de Navios e Nível de Serviço
Soja e Farelo
Tempo Médio Nível de
Porto / Terminal
de Espera (h) Serviço (%)
Santos
Cargill (soja em grãos) 0 0
Cargill (farelo) 0 0
Paranaguá
Corex (Farelo) 142 25
Múltiplo Uso (Farelo) 108 11
Rio Grande
Bianchini (Farelo) 1 0
Tergrasa (Farelo) 1 0
Termasa (Farelo) 25 6
Bunge (Farelo) 6 10
São Francisco do Sul
soja 147 51
farelo 86 50
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

13.2.3.3. Fertilizantes

No caso dos fertilizantes o comparativo baseia-se nas informações do ano


de 2002 para os portos de Recife, Santos, Paranaguá e Rio Grande, além
de São Francisco do Sul. A tabela a seguir apresenta os valores
encontrados.

159
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Observa-se que o porto de São Francisco do Sul encontra-se,
comparativamente, em situação favorável em relação aos demais portos do
país. Seu nível de serviço está entre os melhores e o tempo médio de
espera é bastante inferior ao verificado em portos diretamente concorrentes
como Paranaguá e Santos.

A produtividade operacional, entretanto, é muito baixa, como já referido


anteriormente, na análise das pranchas de atendimento.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais- Fertilizantes
Tempo de Espera de Navios e Nível de Serviço
Tempo Médio Nível de
Porto / Terminal
de Espera (h) Serviço (%)
Recife 32 30
Santos
Ultrafértil 130 160
Tefer 67 40
Paranaguá
Múltiplo Uso 389 390
Rio Grande
Adubos Trevo 21 30
Cais Público 2 0
São Francisco do Sul 58,8 21,4
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

13.2.3.4. Trigo

Os portos considerados na avaliação comparativa de desempenho no


atendimento dos navios de trigo a granel foram: Fortaleza, Natal, Recife,
Rio de Janeiro, Santos e Itajaí, conforme a tabela a seguir.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais - Trigo
Tempo de Espera de Navios e Nível de Serviço
Tempo Médio Nível de
Porto / Terminal
de Espera (h) Serviço (%)
Fortaleza
Tergran 3 10
Natal 20 20
Recife 7 10
Rio de Janeiro
Moinho Cruzeiro do Sul 1 0
Moinho Santista 1 0
Santos
COREX 76 90
Itajaí 88 15
São Francisco do Sul 36,5 97,8
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

160
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Em comparação aos portos próximos e diretamente concorrentes, a
situação dos tempos de espera e nível de serviço no porto de São Francisco
do Sul com relação â movimentação de trigo em grão é boa. O tempo de
espera neste porto no ano de 2002 foi bem inferior ao ocorrido em Santos e
em Itajaí. Entretanto, quando comparado com o TERGRAN de Fortaleza,
o tempo de espera em São Francisco do Sul apresenta-se demasiadamente
elevado.

13.2.3.5. Carga Geral Madeira

Para a movimentação de madeira foi considerado somente o porto de


Paranaguá, como mostram os valores na tabela a seguir.

Principais Portos Nacionais


Comparação de Indicadores Operacionais / Carga Geral - Madeira
Tempo de Espera de Navios e Nível de Serviço
Tempo Médio Nível de
Porto / Terminal
de Espera (h) Serviço (%)
Paranaguá 45 40
São Francisco do Sul 29 25,2
Fonte de dados: APSFS e ANTAQ

O tempo de espera dos navios transportando madeira, embora abaixo do


verificado no porto de Paranaguá, poderia ser bem menor, caso as
pranchas de atendimento fossem melhoradas, com a diminuição
conseqüente dos tempos de atendimento.

13.2.4. Comparação dos Indicadores de


Desempenho na Movimentação de Contêineres

Para o caso específico dos contêineres foi realizada análise mais detalhada
das operações realizadas em cada berço, de modo a verificar
comparativamente, a quantidade de contêineres movimentada, a prancha
média de atendimento, a consignação e os tempos de espera e de
atendimento. O quadro a seguir resume estas informações.

Porto de São Francisco do Sul


Análise das Operações de Contêineres por Berço (Ano de 2002)
Tempo
Prancha Tempo Nível
Consignação médio de
Berço Participação média médio de médio de
(unidades) atendimento
(unid/h) espera (h) serviço
(h)
101 3,7% 12,4 223,38 22,77 16,35 139,3%
102 81,6% 19,3 386,74 15,23 19,05 79,9%
103 8,8% 13,4 225,98 15,92 14,35 110,9%
201 1,0% 7,1 89,24 13,29 13,00 102,3%
301 5,1% 7,5 127,70 22,16 20,27 109,3%
Total 100,0% 16,3 316,13 16,50 18,28 90,3%
Fonte de dados: APSFS

161
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A movimentação de contêineres ocorre predominantemente no berço 102,
que é responsável por mais de oitenta por cento do total do porto, sendo
dedicado a esta função.

Neste berço, a prancha média de atendimento atinge valor mais alto, sendo
inferior somente às pranchas médias de Santos e Rio Grande, os quais são
terminais dotados de portêineres;

Entretanto, os valores do nível de serviço em todos os berços são


próximos, indicando o esgotamento da capacidade operacional do porto
para esse tipo de carga.

Os tempos médios de espera, em todos os berços, são demasiados, mesmo


considerando o tratamento preferencial que a administração do porto
aplica a esses navios.

O desempenho do berço 102 está diretamente relacionado com a utilização


dos guindastes MHC que operam exclusivamente neste local. Destaque-se
a grande proporção de unidades vazias na composição do tráfego
portuário, as quais são movimentadas em lingadas duplas.

A remoção imediata dos contêineres vazios e a existência de REDEX nas


proximidades do porto, como a Cargolink, transferem parte significativa
das necessidades de áreas de estocagem de trânsito.

O porto exerce controle rigoroso sobre o deadline de embarque, de modo a


obter maior rotatividade em suas instalações e, com isso, aumentar sua
capacidade dinâmica de estocagem.

13.3 Pontos de Estrangulamento e Melhorias


Propostas

13.3.1 - Gargalos na Interface com o Modal Marítimo

Embora aparentemente o principal ponto de estrangulamento do porto


ocorra nos acessos terrestres - rodoviários e ferroviários – a partir do
acúmulo de carretas estacionadas no portão de entrada do porto, o
verdadeiro congestionamento pode ser avaliado pelos elevados tempos de
espera de navios de todos os tipos de carga.

Em alguns casos, esse congestionamento poderá ser resolvido por


melhorias operacionais, especialmente o aumento de capacidade
operacional através de equipamentos de maior produtividade, como nos
embarques de granéis sólidos – grãos e farelos – situação em que as
instalações de recepção e de armazenamento já estão em níveis adequados
e os novos ship loaders estão sendo implantados.

162
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Em outras situações, como nas operações de descarregamento de navios de
trigo e de fertilizantes, a insuficiência de instalações de estocagem com
capacidade estática e localização adequadas levam ao aumento dos custos
das operações, ocorrendo casos em que são realizadas com os navios ao
largo (ou sem atracar), sendo descarregados para barcaças e depois
transferidos para armazéns localizados fora das instalações portuárias (a
cerca de 5km do local de operação).

Nessas condições, não é possível ampliar a movimentação dos granéis de


importação, recomendando-se a implantação de instalação especializada
com equipamentos de capacidade compatível com as demandas e
armazéns ou silos de estocagem de trânsito com capacidades compatíveis
com os tamanhos de carregamento esperados.

Para os contêineres, os pontos de estrangulamento mais destacados são:


 insuficiência de áreas de estocagem para atender ao crescimento
das demandas;
 insuficiência de berços de operação equipados com guindastes
de terra adequados;
 insuficiência de profundidades nos berços existentes, para
atender ao calado dos novos navios que estão a operar na costa leste
da América do Sul;
 inadequação da plataforma do cais e da retroárea imediata pata
suportar a carga dos equipamentos de manuseio e empilhamento
utilizados.

A melhoria dessas condições, de modo a superar os gargalos operacionais


existentes, é de difícil solução no espaço portuário atual, demandando a
implantação de novos berços para contêineres com as condições
adequadas.

Para a carga geral – madeira e congelados – a inexistência de armazéns


adequados e localizados nas proximidades de berços de operação
dedicados ou especializados, constituem o ponto de estrangulamento mais
destacado.

A solução dos gargalos operacionais das demais cargas já mencionadas,


especialmente granéis de importação e contêineres, guardam relação direta
com a melhoria das condições para a operação de carga geral, pois a
especialização de berços para essas cargas poderá agravar ou amenizar as
condições para o desenvolvimento das melhorias para o atendimento da
carga geral.

Diante de todos esses aspectos limitativos, os desafios das demandas ainda


estão sendo acrescidos por novas cargas de características de transporte e
manuseio diferenciados das demais, como no caso dos insumos importados
por cabotagem para a usina siderúrgica da Vega do Sul e dos produtos
destinados à exportação.

163
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Isso significa maior demanda por berços especializados, com instalações
de estocagem e equipamentos específicos e acessos dos modais terrestres
definidos pela logística da indústria.

Para essa demanda, os pontos de estrangulamento estão nos conflitos de


uso do berço selecionado – o 201 – e o de trânsito de composições
ferroviárias através do berço 301 com o cruzamento dos acessos
rodoviários do porto.

Sugere-se como melhoria de curto prazo, para amenizar esses conflitos, a


disponibilização de equipamento de manobras da composição ferroviária
com flexibilidade operacional adequada e o uso de equipamentos de
transporte desde a embarcação até os vagões com capacidade e
características operacionais adequadas.

As melhorias de médio e longo prazo decorrerão da nova proposta de


arranjo físico das instalações portuárias, com a intensificação de
instalações ou terminais especializados para as principais cargas.

13.3.2 - Gargalos na Interface com os Modais


Terrestres

Os pontos de estrangulamento de maior importância na interface terrestre


do porto de São Francisco do Sul podem ser classificados em dois grupos
principais:

 o congestionamento das vias de entrada rodoviária, ocasionado


tanto por problemas de estacionamento e demora de veículos de
carga frente ao portão do porto, quanto pelo conflito com as
manobras de composições ferroviárias;
 o acesso ferroviário, caracterizado pela travessia da zona urbana,
com mais de vinte cruzamentos em mesmo nível das vias urbanas
rodoviárias e insuficiência de áreas para ampliação do parque de
triagem e composição.

O conflito com os veículos rodoviários de carga tem suas raízes em três


características limitantes do porto:

 a insuficiência de espaços para a ampliação das áreas de


estocagem de trânsito, obrigando a prazos exíguos para recebimento
dos contêineres para embarque, forçando a concentração de
recebimento em tempo relativamente pequeno;
 os procedimentos de liberação para ingresso na área alfandegada,
com tempos de atendimento excessivos para as necessidades atuais;
 a existência de apenas um portão de entrada para todos os berços
e terminais, concentrando o controle operacional em um único local.

164
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
As melhorias a serem propostas para esses gargalos deverão ser indicadas
após pesquisa de campo e análise mais aprofundada da situação existente.

Em geral, as soluções para congestionamentos frente ao portão de entrada


são obtidas pela racionalização e informatização dos procedimentos de
controle, pela criação de mais entradas e atribuição de tratamento seletivo
aos veículos de transporte.

Certamente, a autoridade portuária demandará a execução de trabalhos na


área de tecnologia de informação, integrando e simplificando todo o
processo de ingresso da carga (e dos veículos) na área operacional,
iniciando esse processo com a abertura de praça para recebimento dos
contêineres a embarcar em cada navio, na exportação, e com o
fornecimento de informações sobre a chegada e colocação do contêiner no
pátio, na importação.

Quanto aos conflitos com o modal ferroviário, recomenda-se a construção


do anel ferroviário que evite o conflito com a área urbana, conforme
projetos já existentes, e a localização de pátio de triagem e composição
fora da área portuária e da área urbana.

165
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Capítulo

A N Á L I S E E D E F I N I Ç Ã O DA S
14
N E C E S S I DA D E S

A pós as projeções de crescimento de movimentação das


cargas em seus diversos tipos e formas de manuseio, da
avaliação do desempenho operacional e do arranjo físico
atual do porto de São Francisco do Sul, com a detecção dos pontos de
estrangulamento ao desenvolvimento, o PDZ aborda neste capítulo a
exposição dos condicionantes externos – mercado concorrencial,
limitações físicas e operacionais no espaço portuário existente e disponível
para ampliação, entre outros, para o atendimento das necessidades
projetadas.

14.1. Condicionantes do Desenvolvimento

14.1.1. – Condicionantes de Mercado

As projeções de crescimento da movimentação de cargas, para os três


cenários determinados no termo de referência – conservador, moderado e
otimista – atendendo à metodologia exposta com detalhes nos capítulos
iniciais desta etapa, apontam para números bastante expressivos,
denotando possibilidades de expansão da atividade portuária em níveis
bastante altos, especialmente de granéis sólidos e de contêineres, tanto na
exportação quanto na importação.

Ressalte-se que os pressupostos de construção dos cenários propostos


estão fundamentados em bases bastante realistas, utilizando-se de taxas de

166
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
crescimento, em cada situação, obtidas do comportamento passado e
presente, seja do que vem acontecendo no porto, na região e no país.

As expectativas mundiais de crescimento do comércio, no curto prazo,


sofrem efeitos da recessão pela qual as principais economias ocidentais
vêm passando, não encontrando correspondência com os números que
estão ocorrendo no Brasil, onde se abrem novos mercados e ampliam-se os
negócios internacionais.

A produção e exportação de grãos e farelos e a conseqüente importação de


fertilizantes e outros insumos, assim como os projetos que se estão a
desenvolver na área de transporte internacional de contêineres são
indicativos de que o crescimento da demanda por instalações portuárias
deverá acontecer de forma indiscutível.

No cenário conservador, as projeções indicam, as seguintes expectativas,


para os três principais grupos ou tipos de carga.

Porto de São Francisco do Sul


Projeções de Movimentação de Cargas
Contêineres e Granéis Sólidos
Cenário Conservador
Em toneladas
Tipo de carga
Anos Gran Sólido Gran Sólido Somas
Contêineres
Exportação Importação
2003 2.856.255 3.989.900 1.097.973 7.944.128
2008 3.488.625 5.329.897 1.558.890 10.377.412
2013 3.715.858 6.642.021 2.037.406 12.395.285
2018 3.957.884 8.277.167 2.662.809 14.897.860
2023 4.215.675 10.314.856 3.480.184 18.010.715

Para as demais cargas, no mesmo cenário, as projeções são as seguintes:

Porto de São Francisco do Sul


Projeções de Movimentação de Cargas
Produtos Siderúrgicos, Granéis Líquidos e Carga Geral
Cenário Conservador
Em toneladas
Tipo de carga
Anos Somas
Siderúrgico Gran Líquido Carga Geral
2003 121.000 610.462 312.247 1.043.709
2008 1.100.000 801.824 389.117 2.290.941
2013 1.100.000 1.005.930 484.911 2.590.841
2018 1.100.000 1.261.991 604.287 2.966.278
2023 1.100.000 1.583.233 753.051 3.436.284

167
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
No cenário otimista, as projeções são:

Porto de São Francisco do Sul


Projeções de Movimentação de Cargas
Contêineres e Granéis Sólidos
Cenário Otimista
Em toneladas
Tipo de carga
Anos Gran Sólido Gran Sólido Somas
Contêineres
Exportação Importação
2003 2.856.225 4.889.900 1.397.973 9.144.098
2008 5.175.052 7.557.860 2.042.993 14.775.905
2013 7.524.113 9.506.868 2.831.092 19.862.073
2018 9.127.018 11.847.287 3.800.693 24.774.998
2023 10.840.043 14.763.875 6.492.133 32.096.051

Porto de São Francisco do Sul


Projeções de Movimentação de Cargas
Produtos Siderúrgicos, Granéis Líquidos e Carga Geral
Cenário Otimista
Em toneladas
Tipo de carga
Anos Somas
Siderúrgico Gran Líquido Carga Geral
2003 121.000 700.462 312.247 1.133.709
2008 1.100.000 1.248.183 1.057.074 3.405.257
2013 1.100.000 1.695.104 1.406.424 4.201.528
2018 1.100.000 2.112.409 1.753.499 4.965.908
2023 1.100.000 2.632.445 2.186.224 5.918.669

Em termos gerais, as projeções nos cenários propostos significam que o


porto deverá movimentar, conforme o caso, os números mostrados na
tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Movimentação Projetada
Todas as cargas
(em toneladas)
Anos Conservador Moderado Otimista
2003 8.987.837 9.417.807 10.277.807
2008 12.668.353 16.372.259 18.181.162
2013 14.986.126 20.394.463 24.063.601
2018 17.864.138 24.620.109 29.740.906
2023 21.446.999 29.845.943 38.014.720

São essas as demandas que serão consideradas na avaliação das


necessidades atuais e futuras de desenvolvimento do porto.

168
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
14.1.2. – Ambiente Concorrencial

A analise do ambiente concorrencial envolve aspectos de competição e


complementaridade.

A área de influência de São Francisco do Sul superpõe-se, em muitos


casos às de Itajaí, Paranaguá e mesmo Santos, acontecendo, assim,
competição com esses portos.

O comércio internacional dessas áreas tem, então,.diversas opções de


escolha quanto aos canais de importação e exportação, optando por um ou
outro em função de disponibilidades de serviços de transporte marítimo e
facilidades de acesso terrestre - estradas, ferrovias, exigências
burocráticas, sistemas de informação e comunicação, etc., bem como pelas
facilidades de movimentação ou especialização de terminais,
especialmente no que se refere à qualidade dos serviços, traduzida em altas
taxas de produção e inexistência de filas de espera.

Cada um desses portos serve de alternativa para o caso de dificuldades em


seus vizinhos, induzindo ao contínuo melhoramento de seus serviços e
atendimento sob a permanente ameaça de perda se sua fatia de mercado ou
market share. Do ponto de vista dos usuários, portanto, são
complementares, enquanto que atuam como competidores entre si.

Assim, o atendimento inadequado – filas de espera, baixa produtividade,


altos custos – leva, inevitavelmente, ao desvio dos fluxos de carga de um
porto para seu vizinho. Isso já se observa, por exemplo, nos casos de
cargas reefer, entre Itajaí e São Francisco do Sul e de contêineres, entre
Paranaguá, Itajaí e São Francisco do Sul, por exemplo.

14.1.3. – Condicionantes Físicos e Operacionais

O desenvolvimento do porto tem como fatores limitantes inarredáveis as


condições físicas, do ponto de vista geográfico e de engenharia portuária.

Sob o conceito de geografia compreende-se, neste caso, a paisagem onde


está o sítio portuário – disponibilidades de espaço físico nas margens, com
condições de profundidade, tranqüilidade das águas e possibilidades de
instalações de transferência dos modais aquaviários para os terrestres,
incluindo-se, ainda, aspectos relativos a existência de possíveis impactos
no ambiente natural ou modificado pelo homem.

Sob o ponto de vista da engenharia portuária compreendem-se os fatores


relativos à qualidade do solo, inclusive com respeito aos custos de
dragagem e aterro, suporte do terreno para receber os carregamentos sobre
pavimentos, plataformas, tipos de cais, etc.

169
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Em São Francisco do Sul, a situação geográfica e de engenharia, no espaço
onde o porto está localizado presentemente, apresenta-se bastante limitada,
tanto no que se refere às áreas, quanto às condições de profundidades e
tranqüilidade. Neste último aspecto a limitação refere-se à restrição dos
horários de manobras de atracação e desatracação nos locais de acostagem
alinados perpendicularmente à direção das correntes de maré.

Restrições de impacto ambiental poderão ser levantadas, seja no que se


refere aos aspectos naturais, seja com relação à preservação histórica e
arquitetônica do espaço urbano.

14.1.4. – Relações com a Cidade e Acessos


Terrestres

A relação cidade – porto apresenta alguns conflitos decorrentes,


principalmente, dos acessos viários terrestres. A ferrovia, conforme já
mencionado nos levantamentos do cadastro do porto, cruza todo o centro,
com cerca de vinte cruzamentos em nível com as vias urbanas; o acesso
rodoviário, embora evite esse conflito, enfrenta congestionamentos em
frente à área portuária, pela exigüidade de espaços para estacionamento e
manobra dos veículos rodoviários de carga.

A solução do conflito ferroviário – modal mais utilizado para o transporte


terrestre dos granéis sólidos de exportação e de importação – já vem sendo
estudada pelos órgãos do Ministério dos Transportes e pela concessionária
ALL – América Latina Logística S/A, enquanto a questão dos acessos
rodoviários ainda depende de análise mais detalhada dos procedimentos e
ocorrências à entrada do porto.

O desenvolvimento do porto e o crescimento da cidade necessitam ser


pensados de forma conjunta e harmônica, de forma que sejam criadas
condições de convivência produtiva e equilibrada entre as diversas
atividades, na visão do desenvolvimento sustentado.

Recomenda-se, portanto, a intensificação das relações entre os


planejadores urbanos e portuários, ressaltando a característica portuária da
cidade de São Francisco do Sul, desde sua fundação até o futuro.

A vertente portuária implica no surgimento de diversas atividades


logísticas – de transporte, armazenamento, liberação aduaneira, suporte de
informações e outras de agregação de valor – que tendem a desenvolver-se
dentro e no entorno da cidade.

14.1.5. – Necessidades para Atendimento das


Demandas

Para análise da capacidade do porto para o atendimento atual e futuro das


demandas serão considerados os seguintes pontos:

170
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
 a capacidade atual será dimensionada para a condição de
destinação exclusiva de berços para os principais grupos ou tipos de
cargas e níveis de serviço compatíveis com a qualidade de
atendimento geralmente aceita pelos transportadores marítimos;
 para as capacidades futuras (ou melhoradas) serão indicados os
níveis de desempenho e de serviço compatíveis com as demandas
projetadas para o cenário otimista e as quantidades necessárias de
berços em cada situação.

A avaliação da situação atual poderá indicar, como retratado na análise de


desempenho operacional (e efetivamente, indica) que o porto esteja
operando em níveis acima de sua capacidade, o que se traduziria por altas
taxas de ocupação e, conseqüentemente, tempos e filas de espera de navios
excessivas, ou congestionamento.

No caso das necessidades futuras, o uso das projeções dos cenários


otimistas corresponde aos procedimentos usuais no planejamento
portuário, os quais consideram como mais custoso ou danoso o não
atendimento da demanda que a eventual ociosidade das instalações.

14.2- As Capacidades Operacionais Atuais e as


Necessárias para o Futuro

Foi considerado o seguinte arranjo espacial e operacional para a situação


atual:
 um berço para exportações de granéis sólidos – o 101;
 um berço para contêineres – o 102;
 três berços de múltiplo uso – 103, 201 e 301, para atender as
importações de trigo e fertilizantes e as exportações de carga geral –
madeira e congelados.

Para as estimativas futuras, as bases de cálculo são as indicadas em cada


caso.

As capacidades estimadas para cada tipo de carga estão descritas a seguir.

12.2.1. Granéis Sólidos de Exportação (soja, farelo e milho)

Para os granéis sólidos de exportação (soja, farelo e milho) foram


calculadas três diferentes capacidades melhoradas além da capacidade
atual do porto (considerando a produtividade atual e taxa de ocupação de
50%, correspondente ao nível de serviço de 30%).

A capacidade melhorada I corresponde à movimentação da ordem de sete


milhões de toneladas anuais, considerou a utilização de 2 equipamentos
com capacidade de 1.500 t/h cada, com taxa de ocupação de 50%, ou 180
dias de operação por ano.

171
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
A capacidade melhorada II refere-se a taxas de ocupação mais altas, da
ordem de 70%, correspondendo a 255 dias de operação por ano,
considerando,. Também, a utilização de 2 equipamentos com capacidade
de 1.500 t/h cada, atingindo cerca de 9.800.000 t/ano.

A capacidade melhorada III considerou a utilização de 2 berços, cada um


utilizando 2 equipamentos com capacidade de 1.500 t/h cada e operando a
uma taxa de ocupação de 65%, ou cerca de 235 dias por ano. O valor
encontrado para esta capacidade é da ordem de 18.200.000 t/h.

O gráfico seguinte compara as projeções de movimentação com a


capacidade atual e as capacidades melhoradas nas diversas situações e
cenários.

Porto de São Francisco do Sul


Capacidades Operacionais projetadas
Granéis Sólidos de Exportação

20.000.000
18.000.000
16.000.000
14.000.000
12.000.000
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

conservador moderado
otimista Capacidade atual do porto
Capacidade Melhorada 1 capacidade melhorada 2
capacidade melhorada 3

No gráfico comparativo, observa-se que:

1. o porto já movimenta quantidades acima de sua capacidade


operacional, o que significa que o nível de serviço é bastante alto, com
filas de espera excessivas;
2. a capacidade melhorada I (introdução de dois carregadores de
1.500t/h, com nível de serviços de 30%) atenderia as demandas na
expectativa otimista até o ano de 2007;
3. na capacidade melhorada II, para a mesma configuração de
equipamentos, o nível de serviço sobe, embora ainda seja suportável
pelo tráfego, considerando-se os tempos de atendimento reduzidos
conseqüentes da alta produtividade operacional;
4. na capacidade melhorada III, quando seriam ofertados dois berços,
o porto teria condições excepcionais de atendimento, muito acima das
expectativas otimistas para os próximos vinte anos.

172
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
12.2.2. Granéis Sólidos de Importação (trigo e fertilizantes)

No caso dos granéis sólidos de importação foram calculadas quatro


diferentes capacidades melhoradas além da capacidade atual do porto para
um nível de serviço de 30 %, ou seja, para o tempo médio de espera de
cada navio é igual a 30 % do tempo médio de atendimento.
A capacidade atual simula a condição de um berço exclusivo para estes
produtos (condição inexistente, presentemente), obtendo-se a possibilidade
de movimentar 460.000 t/ano, nas condições propostas.

Para avaliar a.capacidade melhorada considerou-se a utilização de


equipamento com capacidade de 1.200 t/h, com condições de atender,
alternativamente, o descarregamento de trigo e de fertilizantes, com a taxa
de ocupação de 50%, o que significa a. possibilidade de movimentar cerca
de 3.100.000 t/ano, com nível de serviço de 30%.

Para atender as projeções otimistas, a partir de 2010, o porto necessitará de


dois berços com capacidade de 1.200t/h cada um, resultando em cerca de
8.000.000t/ano

Dados os valores obtidos, verifica-se o seguinte resultado em relação ao


atendimento da projeção de cargas verificada:

Porto de São Francisco do Sul


Capacidades Operacionais projetadas
Granéis Sólidos de Importação

7.000.000

6.000.000

5.000.000

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

0
03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

conservador moderado otimista

Capacidade atual do porto Capacidade Melhorada 1

O gráfico mostra a insuficiência da capacidade atual para atender a


demanda com nível de serviço razoável, resultando nas condições de
elevados tempos de espera de navios.

173
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O gráfico demonstra, ainda, o alcance da capacidade melhorada nos
diversos cenários de crescimento do tráfego.

Com o aumento da capacidade de descarga, operando em berço dedicado e


especializado, em 180 dias por ano, o terminal terá condições de atender as
demandas projetadas até 2021, no cenário conservador, até 2016, no
cenário moderado e até 2010, no otimista.

A partir de 2010, no cenário otimista, ocorreria a queda de qualidade de


atendimento, com níveis médios de serviço acima de 30%, com crescentes
tempos de espera de navios para atendimento.

No horizonte de 20 anos, estima-se que a capacidade melhorada do


terminal não será suficiente para atender a demanda projetada, devendo ser
ampliada com novo berço, de idêntica capacidade a partir de 2013, quando
as taxas de ocupação médias estiverem em torno de 60%, o que
corresponderá ao nível médio de serviço de 63%, com tempos médios de
espera de 2,2 dias, por navio.

12.2.3. Contêineres

Foram consideradas para os contêineres 3 capacidades melhoradas, além


da atual,também considerando a produtividade atual e a taxa de ocupação
de 50%, correspondente a um nível de serviço de 30%.

Na capacidade melhorada I foi considerada a utilização de dois


portêineres, em um berço, com produtividade nominal de 40 unid/h cada
um e taxa de ocupação de 50%, ou cerca de 300.000 TEU/ano12

Na capacidade melhorada II foram considerados dois berços, cada um com


2 portêineres de produtividade nominal de 40 unid/h e taxa de ocupação de
65%, o que representa a possibilidade de movimentar cerca de
790.000.TEU/ano.

Na capacidade melhorada III foram considerados três berços, com a


mesma configuração de dois portêineres de 40 movimentos por hora cada
um e taxa de ocupação de 75% o que garantirá, com níveis médios de
serviços de 30%, a possibilidade de atender 1.360.000 TEU/ano.

É importante destacar que não foram consideradas, até aqui, na avaliação


das capacidades operacionais as áreas de estocagem necessárias para cada
caso.

Comparativamente às projeções nos diversos cenários, o quadro que se


apresenta pode ser visualizado no gráfico seguinte, onde se cruzam as
linhas de projeção com as capacidades nas diversas situações.

12
Considerando a relação de 1,6 TEU por unidade movimentada verificada atualmente
em S. Fco. Do Sul.

174
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O gráfico mostra a insuficiência da capacidade atual, o que resulta em alto
nível de serviço ou tempos de espera excessivos.

Na capacidade melhorada I, o porto com um berço, mesmo equipado com


dois portêineres, não teria condições de atender a demanda atual com
tempos de espera aceitáveis.

Com dois berços, a menos da condição de disponibilidade de áreas de


estocagem suficientes, o porto passaria a atender satisfatoriamente toda a
demanda no horizonte do estudo, no cenário conservador e até o ano de
2021, caindo um pouco seu atendimento a partir daí.

As projeções do cenário otimista indicam o esgotamento da capacidade


(para o nível de serviço de 30%), no ano de 2012/2013, quando deverá
contar com o terceiro berço, o que garantirá o atendimento eficiente e de
qualidade até o horizonte final de 2023.

12.2.4. Granéis Líquidos

A capacidade atual do porto para os granéis líquidos foi calculada


utilizando-se a produtividade atual e uma taxa de ocupação de 50% em um
único berço.

Já na capacidade melhorada foi considerada a produtividade atualmente


obtida pelo porto, entretanto com a utilização de dois berços, com taxa de
ocupação de 65%. Seu valor é de 3.000.000 t/ano.

O gráfico seguinte mostra os resultados da comparação da capacidade com


as projeções nos diversos cenários.

Porto de São Francisco do Sul


Capacidades Operacionais projetadas
Granéis Líquidos

3.500.000

3.000.000

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

conservador moderado
otimista Capacidade atual do porto
Capacidade Melhorada

175
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
O gráfico indica o que a capacidade atual do porto seria suficiente para
atender a demanda até 2016, no cenário conservador, até 2012, no
moderado e até 2007, no otimista.

Com dois berços e produtividade de embarque de 500t/h, o porto terá


condições tranqüilas para o horizonte do estudo, nos três cenários.

12.2.5. Carga Geral não Conteinerizada

A capacidade atual do porto para a carga geral não conteinerizada


(madeira e produtos congelados) foi calculada considerando a utilização de
3 berços, a produtividade atual e a taxa de ocupação de 75%, o que
equivaleria ao nível de serviço de 30%, obtendo-se a possibilidade de
atender a movimentação de 570.000t/ano.

A capacidade melhorada considerou a utilização de somente 2 berços e


produtividade próxima da obtida em terminais nacionais com índices
operacionais considerados bons, com uma taxa de ocupação de 65%,
atendendo até 2.420.000 t/ano.

O gráfico analítico comparativo seguinte mostra as projeções de


movimentação nos diferentes cenários e as capacidades atual e melhorada.
Porto de São Francisco do Sul
Capacidades Operacionais projetadas
Carga Geral não Conteinerizada
2.750.000
t/ano

2.500.000

2.250.000

2.000.000

1.750.000

1.500.000

1.250.000

1.000.000

750.000

500.000

250.000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

conservador moderado otimista


Capacidade atual Capacidade Melhorada

Observa-se que, para a produtividade atual, três berços operacionais não


serão suficientes para a oferta de serviços em padrões aceitáveis de tempos
médios de espera para os cenários moderado e otimista, enquanto que a

176
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
melhoria das pranchas diárias de operação para os níveis médios
observados nos demais portos brasileiros indicariam a necessidade de
apenas dois berços.

12.2.6. Resumo das Capacidades de Embarque e Descarga

O quadro seguinte resume a comparação entre a situação atual existente e


as quantidades de berços necessários para a movimentação atual e para os
horizontes de cinco, dez, quinze e vinte anos para cada um dos principais
tipos de carga, no cenário otimista.

Observa-se que, com as produtividades atuais, a quantidade de berços


existentes já é insuficiente para atender a demanda presente, especialmente
no que se refere à movimentação de contêineres,

No horizonte de cinco anos, com a melhoria da produtividade operacional


da carga geral solta, essa necessidade poderá reduzir-se, utilizando-se o
berço de carga geral remanescente para a movimentação de granéis
líquidos.

Porto de São Francisco do Sul


Necessidades de Berços Operacionais
Cenário Otimista

Quantidades de Berços Necessários com


Berços Capacidade para Atender a Demanda
Tipo de Carga
Atuais 10 15 20
Atual 5 anos
anos anos anos
Granéis Sólidos Export 1 1 1 1 2 2
Granéis Sólidos Import 0 1 1 2 2 2
Contêineres 1 2 2 2 3 3
Granéis Líquidos 0 1 1 2 2 2
Carga Geral Solta 3 3 2 2 2 2
Berços Totais 5 8 7 9 11 11

A partir dos dez anos haverá a necessidade de outro berço para as


importações de granéis, o qual poderá ser substituído, alternativamente,
pelo aumento da capacidade de descarregamento; o mesmo podendo
ocorrer com o terminal de granéis líquidos.

Para as projeções otimistas, haverá a necessidade de um terceiro berço


para contêineres nos horizontes de 15 e 20 anos, bem como de um novo
berço para as exportações de granéis sólidos.

14.3- As Capacidades de Estocagem de Trânsito


Atuais e as Necessárias para o Futuro

Serão indicadas, neste item, as capacidades estáticas necessárias das


instalações – armazéns ou silos -. para as demandas de movimentação de

177
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
granéis sólidos, granéis líquidos e carga geral solta, considerando os
tamanhos de navios a serem utilizados.

Nestes casos, será tomada como capacidade estática necessária a


equivalente a, pelo menos, 1,5 vezes o maior carregamento de navio
esperado no horizonte do estudo, para cada berço operacional.
Evidentemente, à medida que ocorrer aumento de movimentação, deverá
ser adequada a capacidade das instalações de recepção ou expedição dos
modais terrestres, o que resultará em crescimento da rotatividade de
estoques.

Capacidades estáticas superiores às necessárias indicadas poderão servir


para atender a situações de sazonalidades ou outras variações nos fluxos
das mercadorias a embarcar ou desembarcar.

Para os contêineres as capacidades estáticas serão avaliadas considerando


as áreas de pátios, os tempos médios de permanência e os tipos de
equipamentos de empilhamento e manuseio.

12.3.2. Estimativas de Capacidades Estáticas de Estocagem para Granéis


e Carga Geral Solta

A tabela seguinte apresenta as capacidades estáticas necessárias para a


movimentação das mercadorias, considerando as quantidades de berços
necessárias.

Porto de São Francisco do Sul


Capacidades Estáticas de Estocagem Necessárias
Granéis e Carga Geral Solta
(Em toneladas)
Capacidades Estáticas Necessárias para para
Tipo de Carga Atender a Demanda
Atual 5 anos 10 anos 15 anos 20 anos
Granéis Sólidos Export 45.000 100.000 100.000 200.000 200.000
Granéis Sólidos Import 30.000 60.000 100.000 200.000 200.000
Granéis Líquidos 30.000 45.000 100.000 100.000 100.000
Carga Geral Solta 45.000 30.000 30.000 30.000 30.000

14.3.3. Estimativas de Capacidades Estáticas e Áreas de Estocagem para


Contêineres

Para a estimativa das áreas de pátios de estocagem de contêiner serão


utilizados os seguintes parâmetros:
 movimentação projetada para o cenário otimista;
 quantidades de berços necessárias;
 equipamentos a serem utilizados nas operações de movimentação
nos pátios de estocagem: reach stakers e transtêineres sobre pneus;
 alturas de empilhamento de contêineres nos pátios: 4 unidades;

178
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
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 tempo médio estimado de demora dos contêineres cheios no pátio:
10 dias para contêineres dry e reefer de importação e 4 dias para
exportação;
 tempo médio estimado de demora dos contêineres vazios no pátio 5
dias:
 coeficiente de distribuição dos empilhamentos: 70% (para cobrir as
descontinuidades de pilhas necessárias a separação por navio, por
sentido de navegação, por tipo de carga, etc);
 coeficiente de reserva de capacidade: 30%.(para atender aos picos
de movimentação);
 percentagem de contêineres vazios não armazenados no porto 50%.

Para a utilização de reach stackers com empilhamento de 4 unidades de


altura a área unitária a ser considerada é de 15m2 /TEU, enquanto que para
os transtêineres será utilizado o fator de 7,5m2 /TEU.

Não foram incluídas nos cálculos as áreas de estacionamento de semi-


reboques e tratores de terminal (ou cavalos mecânicos) e equipamentos de
movimentação, além de escritórios e armazéns de consolidação/
desconsolidação (ovação e desova), etc.

Para a caracterização futura do tráfego de contêineres em São Francisco do


Sul foram utilizados os dados estatísticos do ano de 2002, os quais revelam
a seguinte composição percentual:
 os contêineres vazios representam 41,2% da movimentação total do
porto, dos quais a maior parte (96,8%) é de importação.
 os contêineres cheios representam 58,8% da movimentação total,
dos quais a maior parte (86,5%) é de exportação;
 os reefer representam 11,1% do total das importações de
contêineres cheios e 46% do total de contêineres cheios de
exportação.

Com base na composição acima, foram detalhadas as projeções para os


anos bases do estudo (2003, 2008, 2013, 2018 3 2023), conforme as
tabelas seguintes.

Porto de São Francisco do Sul


Composição do Tráfego Projetado de Contêineres
Importação
Cenário Otimista
(Em TEU)
Cheios
Ano Vazios TOTAIS
Dry Reefer Soma
2003 22.534 1.670 24.204 125.736 149.940
2008 40.828 3.026 43.854 227.815 271.669
2013 59.361 4.399 63.761 331.225 394.986
2018 72.007 5.337 77.344 401.788 479.132
2023 85.522 6.338 91.861 477.198 569.058

179
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
Porto de São Francisco do Sul
Composição do Tráfego Projetado de Contêineres
Exportação
Cenário Otimista
(Em TEU)
Cheios
Ano Vazios TOTAIS
Dry Reefer Soma
2003 114.559 45.440 159.999 4.401 164.399
2008 207.564 82.330 289.894 7.974 297.868
2013 301.782 119.701 421.484 11.593 433.076
2018 366.073 145.202 511.275 14.063 525.337
2023 434.780 172.454 607.234 16.702 623.936

Para as composições de movimentação projetadas e os parâmetros de


dimensionamento estabelecidos, foram calculadas as capacidades estáticas
as áreas de pátios de estocagem de contêineres mínimas de contêineres
indicadas na tabela seguinte.

Porto de São Francisco do Sul


Capacidades Estáticas e Áreas de Estocagem Necessárias
Empilhamento de 4 unidades de altura
Contêineres Cheios e Vazios
Cenário Otimista

Capacidades Estáticas (TEU) Áreas (em m2)


Ano RTG RS
Cheios Vazios Soma
2003 3.601 1.575 5.176 38.818 77.636
2008 6.524 2.854 9.378 70.333 140.666
2013 9.485 4.149 13.634 102.259 204.517
2018 11.506 5.033 16.539 124.043 248.087
2023 13.665 5.978 19.643 147.325 294.649

Para a estocagem de contêineres vazios foram as áreas foram estimadas


para o uso de reach stackers, com seis unidades de altura, não sendo
considerado o fator de diversidade.

Observe-se que os parâmetros de dimensionamento utilizados foram muito


restritivos à permanência dos contêineres nas áreas de trânsito, o que pode
implicar em maiores custos para os donos de mercadorias (estocagem
prévia na retroárea) e utilização de tecnologia de informação para a gestão
dos pátios e das operações.

14.3.4. Estimativas das Capacidades Estáticas de Estocagem para


Contêineres e Quantidades de Tomadas

As projeções de movimentação de contêineres reefer, consideradas na


mesma proporção do tráfego verificado em 2002 e os tempos de demora
adotados para o dimensionamento das áreas de estocagem para todos os

180
PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA
contêineres, mostradas nos itens anteriores, indicam que serão necessárias
as seguintes quantidades de tomadas elétricas:

2003 1.670
2008 3.030
2013 4.400
2018 5.340
2023 6.340

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PLANE JAMENTO EM TRANSPORTE
E CONSULTORIA LTDA

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