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1º Ano Licenciatura em Psicologia

Psicologia da Aprendizagem

Como promover a aprendizagem junto de crianças e adolescentes


com ansiedade

Prof º Doutor Paulo César Azevedo Dias

Alunos:
Rita Martins (221920073)
Leonardo Salazar (221920029)
Pedro Freitas (221920077)

JANEIRO 2021

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Índice

1. Introdução..............................................................................................................3
2. A Ansiedade..........................................................................................................4
2.1. Transtorno de Ansiedade
Generalizada.........................................................5
2.2. Transtorno de Ansiedade de
Separação.........................................................6
2.3. Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia
Social..........................................7
2.4.
Agorafobia.....................................................................................................7
3. Os Transtornos de Ansiedade e a Aprendizagem..................................................8
4. Como Controlar a Ansiedade................................................................................8
4.1. Relaxamento
Passivo.....................................................................................10
4.2. Respiração
Diafragmática.............................................................................10
4.3.
Meditação.....................................................................................................10
4.4. Relaxamento Progressivo de
Jacobson.........................................................11
5. Conclusão............................................................................................................11
6. Referências..........................................................................................................12

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1. Introdução

A escolha deste tema teve uma grande importância para o grupo pelo facto de
nós próprios sermos estudantes, então serviu-nos como obtenção de conhecimento desta
patologia. Ao longo do trabalho encontramos diversas fontes de pesquisa que nos
fizeram pesquisar mais a fundo no trabalho.

O objetivo principal é mostrar a importância em dar atenção á ansiedade nos


alunos e explorar meios que os ajudem a promover e a facilitar a aprendizagem,
nomeadamente o controlo da ansiedade. Para isso, iremos abordar o tema da ansiedade
e, dentro desta, iremos falar do Transtorno de Ansiedade Generalizada, do Transtorno
de Ansiedade de Separação, do Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social, e da
Agorafobia, apresentando definições e explicações que consideramos pertinentes
juntamente com maneiras de promover a aprendizagem nestes, tais como o
Relaxamento Passivo, a Respiração Diafragmática, a Meditação e o Relaxamento
Progressivo de Jacobson.

A aprendizagem na escola é fundamental para o crescimento de cada um, pois


fornece as informações básicas para que os alunos consigam inserir-se na sociedade, no
sentido profissional. Esta é assegurada por diversos fatores, dentro deles o cognitivo, o
social e o emocional. Muitas das vezes, os alunos deparam-se com problemas que
influenciam negativamente o seu processo de aprendizagem, apresentando dificuldades
como consequência (Tabile, & Jacometo, 2017; Muniz, & Fernandes, 2016).

A ansiedade é uma das perturbações mentais mais comuns no nosso dia-a-dia,


apresentando uma percentagem de 3,6% a nível mundial, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (Fernandes, Ribeiro, Santos, Monteiro, Costa, & Soares,
2018). É um transtorno que se desenvolve devido a muitos fatores, podendo estes

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fatores passarem de forma “invisível”, no ponto de vista exterior ao do aluno e, até
mesmo, ser considerados simplesmente insignificantes. A ansiedade quando excessiva
pode desencadear o transtorno de ansiedade (Nascimento, & Calsa, 2015).

Um dos fatores, que pode originar ansiedade no aluno, são as expetativas


implementadas pelos pais, normalmente sendo expetativas elevadas e, até mesmo contra
as decisões do aluno e as suas opiniões, conduzindo-o a sentimentos de ansiedade por
não terem coragem de se impor aos pais ou nem lhes é fornecida uma oportunidade de
opinião acerca do assunto. Sendo assim, é importante explicar e estarmos atento a estes
sinais, principalmente nos que nos são mais próximos.

Um dos principais sintomas é a dificuldade na aprendizagem, onde o aluno que


apresenta ansiedade tem dificuldades de concentração. Em segundo lugar, as
desistências: os alunos ansiosos costumam desistir de certas atividades, como por
exemplo, trabalhos de grupo, devido ao facto de serem uma atividade complicada, no
sentido que pressiona os alunos a estabelecer relações de amizade ou apenas
profissionais. Em terceiro lugar, o isolamento, na qual o indivíduo sente-se
envergonhado e a exposição torna-se seu “inimigo”.

Em casos extremos, a ansiedade consome a sanidade mental do indivíduo,


conduzindo-o a uma depressão ou, até mesmo, a suicídio.

2. A Ansiedade

Nos últimos anos, a evolução da sociedade a nível tecnológico, político e


económico tem ajudado para o aumento dos transtornos mentais. Sendo assim, em
situações emocionais o ser humano pode experiências ansiedade ou medo. Os
transtornos de ansiedade são o quadro psiquiátrico mais prevalente tanto em crianças
como em adultos (Castillo, Recondo, Asbahr, & Manfro, 2000; Araújo, Mello, & Leite,
2006; Kinrys & Wygant, 2005).

Como já foi referido, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a


ansiedade apresenta uma prevalência de 3,6% a nível mundial, sendo a maior parte
mulheres por estas apresentarem um risco significativamente maior e, de acordo com
vários estudos, as mulheres têm tendência para desenvolver transtornos de ansiedade

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mais grave, em comparação com os homens (Fernandes, Ribeiro, Santos, Monteiro,
Costa, & Soares, 2018; Kinrys, & Wygant, 2005).

A ansiedade é um sentimento de um enorme vazio e desagradável de medo,


caracterizado por tensão ou desconforto derivado do avanço de perigo, de algo
desconhecido ou estranho (Castillo, Recondo, Asbahr, & Manfro, 2000). Para além
disso, é um transtorno que tem implicações ao nível da saúde física e mental dos
indivíduos, revelado uma necessidade de intervir preventivamente de forma a minimizar
a ocorrência de perturbações mais complexas com elevado impacto pessoal e social
(Maia & Dias, 2020).

O final da infância e a adolescência são períodos caracterizados por mudanças


físicas, nas capacidades cognitivas e no ajustamento emocional e social, em que as
crianças e os adolescentes experimentam diferentes níveis de stresse face às mudanças e
desafios característicos destes períodos (Hussong, & Chassin, 2004)

Existem diversos tipos de transtornos de ansiedade sendo os mais comum o


transtorno de ansiedade generalizada. Para além desse também existe o transtorno de
ansiedade de separação, o transtorno de ansiedade social, o transtorno de pânico, o
mutismo seletivo, entre outros. O principal aspeto que permite distinguir os diferentes
transtornos de ansiedade é através de um exame detalhado que indica os tipos de
situações que são temidas ou evitadas pelos sujeitos e pela análise do conteúdo dos
pensamentos ou crenças dos sujeitos. Como sintomas ansiosos temos a presença de pelo
menos dois dos sintomas a seguir, durante a maioria dos dias do episódio atual ou mais
recente de vício, hipomania ou depressão. Esses sintomas podem ser, por exemplo,
sentir-se nervoso, tenso ou anormalmente inquieto, ter dificuldade de concentração por
estar preocupado, medo de que algo terrível possa acontecer e sensação da pessoa
perder o controlo de si mesma (APA, 2014).

2.1. Transtorno de Ansiedade Generalizada

O transtorno de ansiedade generalizada é o mais conhecido dentro dos


transtornos de ansiedade, tendo como características principais a ansiedade e a
preocupação acerca de várias coisas. Esta ansiedade é desproporcional á realidade e o

5
indivíduo possui dificuldade em a controlar, interferindo na atenção ás tarefas em
questão.

A ansiedade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos três dos


seguintes sintomas: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele,
fatiga, dificuldade em concentrar-se ou falhas de memória, irritabilidade, tensão
muscular, perturbação do sono, embora apenas um sintoma adicional seja exigido para
crianças (APA, 2014).

As crianças que possuem este tipo de transtorno demonstram medo e


preocupação desproporcionais em relação a várias situações sobre diferentes domínios,
como por exemplo: perfeccionismo; pontualidade; saúde e segurança; eventos
catastróficos; situação financeira familiar; futuro; testes; agressão física; futuro; escola;
e problemas com crianças da mesma idade. Elas estão tensas a maior parte do tempo e
têm muita dificuldade para relaxar, preocupam-se demasiado com o julgamento dos
outros acerca de si mesmos, necessitando intensivamente que sejam tranquilizados
(Bernstein, Borchardt, & Perwien, 1996; Bernstein, & Shaw, 1997; Layne, Bernart,
Victos & Bernstein, 2008; Weems, Silverman, & La Greca 2000).

2.2. Transtorno de Ansiedade de Separação

Este transtorno é caracterizado pela ansiedade excessiva que o afastamento de


casa ou de figuras de vinculação, como a mãe e o pai, causa no indivíduo (Suveg &
cols., 2005).

Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação têm sintomas que


satisfazem pelo menos três dos critérios: sofrimento intenso causado pela ocorrência ou
previsão de afastamento de casa ou das figuras de vinculação; preocupação para com o
bem-estar ou a morte das figuras de vinculação; preocupação com a possibilidade de um
evento indesejado impedir de se reunir á sua figura de vinculação; recusa em sair de
casa sozinho por causa do medo de separação; e medo de ficar sem as figuras de
vinculação (APA, 2014).

Este comportamento pode fazer parte do funcionamento normal de crianças mais


novas e aparenta ser frequentemente observado em crianças até á idade pré-escolas,

6
sendo apenas considerado um transtorno quando este interfere no quotidiano e não
corresponde ao grau de desenvolvimento da pessoa (Suveg & cols., 2005).

As crianças com este transtorno demonstram querem estar sempre perto dos
pais, tendo a necessidade de estar acompanhadas para se deslocarem de um quarto para
o outro na própria casa. Recusam dormir sozinhos ou fora de casa, tendo muitas
dificuldades para adormecer sem ninguém do lado delas, podendo ir para a cama de
uma pessoa significativa a meio da noite. Por consequência de se recusarem em dormir
fora de casa, recusam participar em acampamentos e dormir na casa de amigos. É raro
uma criança pequena apresentar sintomas como palpitações, tonturas e sensação de
desmaio, mas pode ocorrer em adolescentes e adultos. O transtorno pode durar no
mínimo quatro semanas em crianças e adolescentes com menos de 18 anos (APA,
2014).

2.3. Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social

Os indivíduos com este transtorno apresentam um medo ou ansiedade


acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser julgado e
avaliado pelos outros. (APA, 2014).

O medo, a ansiedade e o afastamento interferem significativamente no


quotidiano da pessoa, a nível profissional, acadêmico, atividades sociais,
relacionamentos e outras áreas importantes da vida do sujeito (APA, 2014).

Em crianças e adolescentes, este transtorno caracteriza-se por medo intenso e


persistente de situações em que o indivíduo está exposto ao julgamento de outros ou que
possa se comportar de uma forma humilhante. Em crianças, o medo ou ansiedade pode
ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilização, comportamento de agarrar-se,
afastar-se ou encolher-se em situações sociais. As crianças admitem sentir desconforto
em situações como: falar com muitas pessoas ao redor; comer com outros; ir a festas;
usar casa de banho públicas; e conversar e brincar com outras crianças. Nestes casos, é
comum ocorrer palpitações, tremores, falta de ar, ondas de calor e frio, sudorese e
náusea (Beidel , Christ, & Long, 1991; APA, 2014).

2.4. Agorafobia
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De uma forma simples, a agorafobia pode ser vista como o nível mais grave do
transtorno de ansiedade social.

A agorafobia tem como característica principal o medo ou ansiedade acentuado


proveniente da exposição real ou prevista a diversas situações, como o uso de
transportes públicos, permanecer em espaços abertos e lojas fechadas, permanecer em
uma fila ou ficar no meio de uma multidão e sair de casa sozinho, devido ao medo de
que algo mau possa acontecer. O medo ou ansiedade é evocado quase todas as vezes em
que o indivíduo entra em contato com a situação temida (APA, 2014).

3. Os Transtornos de Ansiedade e a Aprendizagem

A ansiedade está presente no comportamento humano desde os tempos


primitivos, visto que faz parte da sua natureza ter sentimentos de ameaça, perigo, enfim
do que não é conhecido. A aprendizagem no contexto escolar é mediada por fatores
diversos, não podendo ser atribuído exclusivamente às capacidades cognitivas do aluno,
o sucesso ou insucesso neste processo. Nesse sentido, tem se considerado a importância
de se investigar tanto a dimensão cognitiva quanto afetivo-motivacional do desempenho
escolar (Souza, 2010; Nascimento, & Calsa, 2015).

Diversos estudos mostram que a ansiedade em excesso pode influenciar de


forma negativa a aprendizagem. Crianças com algum tipo de transtorno de ansiedade
podem apresentar dificuldades em diferentes áreas, especialmente o processo de
alfabetização e de numerização. Mesmo esforçando-se, o medo intenso acaba por
impedir a aprendizagem. Estas crianças têm tendência a realizar rituais de organização,
como arrumar os materiais na mesa por uma certa ordem, e de limpeza, como limpar os
restos da borracha e das aparas de lápis. Para além disso, apresentam dificuldade em
interagir com os outros e sentem-se desmotivadas, com baixa autoestima e baixas
espectativas quanto ao futuro (Calsa, Amaral, & Nascimento, 2012).

Visto que a ansiedade é aquela que está a impedir e dificultar a aprendizagem, a


melhor maneira para promover esta seria a aprendizagem e aplicação de métodos que
ajudem no controlo da ansiedade, assim, consequentemente, melhorando o processo de
aprendizagem e a vida social do aluno.

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4. Como Controlar a Ansiedade

Para o tratamento dos transtornos ansiosos, é importante uma extinção do medo


e da resposta que o corpo produz nessas situações não adaptativas (Leahy, 2006; Otte,
2010). As pesquisas nesta área evidenciam que as estratégias de exposição, distração e
reestruturação cognitiva são eficientes na regulação emocional, (Porto et al., 2008;
Leahy, 2006), que também são abrangidas nos tratamentos com terapias cognitivos-
comportamentais (TCC) assim como as técnicas específicas de extinção do medo
condicionado (Porto, Oliveira, Volchan, Mari, Figueira, Ventura, 2008)

O tratamento com TCC para estes transtornos aconselha o uso de técnicas


cognitivas de reestruturação e flexibilização cognitiva e técnicas comportamentais como
a exposição, dessensibilização sistemática e técnicas de relaxamento corporal (Leahy,
2006; Jokić-Begić, 2010). Estas técnicas cognitivas contribuem no aumento da
autoeficácia dos pacientes, fazendo com que eles tenham mais recursos pessoais onde
acreditam serem mais eficazes para lidar com a ansiedade, da mesma forma que
reestruturam pensamentos automáticos e flexibilizam crenças disfuncionais (Neborsky,
& Lewis, 2011; Jokić-Begić, 2010; Otte, 2010).

As técnicas comportamentais objetivam a extinção do medo através da


exposição ao objeto ou à situação ansiogênica (que lhe induz ou causa ansiedade), ao
mesmo tempo em que trabalham o corpo, que fica sob tensão devido à ansiedade
elevada, realizando as técnicas de relaxamento, como a respiração diafragmática e o
relaxamento passivo e progressivo (Leahy, 2006; Neborsky, & Lewis, 2011).

De acordo com Rice (2007), a habilidade mais frequente de enfrentar a


ansiedade e o stresse é a redução da tensão, e a mesma é um aviso físico de que algo não
está bem. Na presença de uma ameaça, o corpo ativa sistemas defensivos que o
conduzem a uma ativação fisiológica, que normalmente se traduz como um aumento de
tensão muscular, da taxa cardíaca, da respiração e da pressão sanguínea (Rice, 2007;
Neborsky, & Lewis, 2011). A ativação física permanece por longos períodos e
geralmente tem efeitos prejudiciais sobre os processos físicos e mentais, e, se a tensão
não for reduzida, os indivíduos podem sentir como se estivessem sob uma pressão
constante, mesmo quando a fonte inicial da ansiedade e do estresse tiver sido eliminada
há algum tempo (Rice, 2007; Jokić-Begić, 2010). Os relaxamentos e a meditação são
diferentes métodos para diminuir a tensão (Menezes, & Dell’Aglio, 2009; Neto, 2011).

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A tensão e o relaxamento são estados do corpo que correspondem a duas partes do
sistema nervoso autônomo (Esch, & Stefano, 2010). O treinamento em relaxamento
considera a simples questão de que não é possível estar tenso e relaxado ao mesmo
tempo, e, dependendo do tipo de ansiedade e stresse, é possível que somente
determinados grupos de músculos fiquem tensos (Rice, 2007).

As pesquisas descritas e demonstradas aqui, explicam a importância das técnicas


de relaxamento para a diminuição da ansiedade, mas também é necessário ressaltar que
a utilização destas técnicas não é universal. É importante que haja um conhecimento das
limitações e facilidades de cada paciente, para que seja escolhido a forma adequada de
tratamento. Torna-se válido ressaltar também que as técnicas comportamentais de
relaxamento ajudam nos sintomas corporais de tensão e rigidez, o que pode ser de
grande valia para pacientes que também possuam esses sintomas.

4.1. Relaxamento Passivo

O relaxamento passivo não utiliza exercícios de tensão, apenas de relaxamento.


Esta técnica é recomendada para pessoas que encontrem dificuldade em relaxar ou que
tenham alguma restrição em aplicar tensão em algum músculo. No relaxamento passivo,
pede-se que o indivíduo vá relaxando cada parte do corpo, assim como o conjunto de
músculos que a constituem. A atenção deve estar voltada ao relaxamento de um
membro; depois a atenção é focalizada no relaxamento de outro membro, e assim por
diante, fazendo com que a atenção esteja somente no relaxamento do corpo (Vera, &
Vila, 2002).

4.2. Respiração Diafragmática

A respiração diafragmática é uma técnica de relaxamento que obtem mais


resultados para a diminuição da ansiedade. O relaxamento corporal, neste caso,
consegue alcançar um resultado menor e mais lento, pois os pacientes tendem a ficar
muito ansiosos e apesar de muitos relatarem estarem mais calmos e relaxados, ainda
sentiam alguma tensão e medo elevado (Willhelm, Andretta, & Ungaretti, 2015).

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4.3. Meditação

A meditação é uma prática oriental antiga que possui um conjunto de técnicas


cuja função é treinar a focalização da atenção (Shapiro, 1981; Kohlenberg, Tsai, &
Dougher, 1993).

Esta técnica é capaz de gerar uma série de mudanças físicas e psicológicas, como
os problemas de stress e ansiedade, promovendo uma melhora na saúde mental
(Vandenberghe, & Sousa, 2006).

Apesar de ser uma técnica milenar, ela chegou ao Ocidente há pouco tempo e
cada vez mais tem tomado espaço no tratamento de doenças mentais tais como
transtornos de ansiedade e depressão (Menezes, & Dell’Aglio, 2009).

A meditação leva á diminuição do pensamento repetitivo e á reorientação


cognitiva, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades para lidar com os
pensamentos automáticos. Os conteúdos que emergem à consciência não devem ser
confrontados ou elaborados intencionalmente, apenas observados, de forma que a
prática se transforme em um aprendizado de como não deixar influenciar-se pelos
mesmos e compreendê-los como fluxos mentais (Bishop, Lau, Shapiro, Carlson,
Anderson, & Carmody, 2004; Miller, Fletcher, & Kabat-Zinn, 1995; Vandenbergue, &
Sousa, 2006).

4.4. Relaxamento Progressivo de Jacobson

A técnica de relaxamento progressivo de Jacobson é o método mais antigo de


relaxamento (Ramos, 2001). Para Vásqez (2001) esta técnica consiste num
procedimento que visa conseguir a redução dos níveis de ativação, mediante uma
diminuição progressiva e voluntária da contração muscular. O seu objetivo é dotar a
pessoa de habilidades para controlar a sua própria ativação fisiológica e confrontar as
situações que provocam stress e ansiedade.

5. Conclusão

Podemos concluir que a aprendizagem tem um papel extremamente importante


ao longo da vida do indivíduo, e que, se for prejudicada de alguma forma, irá resultar

11
em consequências no processo de aprendizagem do indivíduo, demonstrando um atraso
relativamente á maioria, prejudicando também a pessoa no domínio social, académico,
entre outros.

Dentro da ansiedade existem diversos transtornos, mas neste trabalho falamos


apenas de quatro (Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Ansiedade de
Separação, Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social e Agorafobia) por acharmos
que prejudicam mais a aprendizagem das crianças e adolescentes.

As técnicas de diminuição de ansiedade apresentadas no nosso trabalho tanto


podem ser aplicadas em adultos como em crianças e adolescentes.

6. Referências

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