EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA

COMARCA DE RECIFE/PE

XXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileira, funcioná ria pú blica, inscrita no CPF de nú mero

062.002.XXX – 26, portadora do RG 7.XXX.020 SDS/PE e XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX,
brasileiro policial militar, inscrito no CPF de nú mero 031.714.764 – 10, portador do RG
4.XXXX PM/PE, ambos residem em regime de Uniã o Está vel, com endereço na Rua José
XXXX, 317, bairro Fragoso, Olinda/PE, CEP 53.XXX-070, vem, por meio de seu advogado
assinado e qualificado no instrumento procurató rio em anexo, mui respeitosamente,
perante Vossa Excelência, oferecer:
QUEIXA CRIME - AÇÃO PENAL PRIVADA
Em face de XXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileira, solteira, Atendente de Call Center,
portadora do RG 6.XXX.058 SDS/PE, residente e domiciliada na Rua Delta Cinco, XX,
XXXXXXXXX, Paulista/PE, CEP XX00-000.
DOS FATOS
A parte autora da presente demanda foi vítima das alegaçõ es proferidas pela parte ré,
conforme já demonstrado ao tempo do registro do Boletim de Ocorrência, identificado pelo
protocolo XXXXXXXXXX, prestado na delegacia XXXXXXXXXXX.
De início, esclareço que o autor tem como fonte de renda a disponibilizaçã o, através de
contraprestaçã o financeira, de có modos para pessoas que estã o em tratamento médico na
cidade do Recife mas que nã o sã o residentes da localidade, necessitando de tal serviço de
hospedagem, posto que em sua maioria vêm do interior do estado para os atendimento
médicos devidos.
Conforme se observa no documento supracitado, boletim de ocorrência, o autor da
presente demanda vem sofrendo graves acusaçõ es. Através de um grupo no aplicativo de
mensagens instantâ neas, “Whatsapp”, é disseminada a informaçã o falsa de que estaria a
parte autora se relacionando com uma pessoa do sexo feminino, menor de idade, com
objetivo de obter vantagem financeira. Segundo as mensagens passadas, tal relacionamento
teria o intuito de obter vantagens financeiras, através desta pessoa menor de idade, que
teria contatos para captaçã o de possíveis clientes para o serviço de hospedagem do autor.
Nã o suficiente, o conteú do das mensagens alega ainda que tal comportamento seria atitude
recorrente do autor, e que a avó da menor de idade teria conhecimento deste fato, atuando
de forma a compactuar com os fatos alegados.
Conforme se observa da narraçã o dos fatos, tais declaraçõ es afetam de forma extrema a
honra da parte autora, atribuindo fatos antiéticos à sua imagem e reputaçã o.
DA DIFAMAÇÃO
Com base em todo o exposto acima, se demonstra extremamente importante trazer ao
debate o fato de que a Difamaçã o é o termo jurídico utilizado nos casos em que se efetua a
atribuiçã o de um fato ofensivo à reputaçã o de uma determinada pessoa, atingindo a sua
honra.
De logo, vejamos o disposto no artigo 139 do có digo penal:
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Aponto que tal crime tem sua consumaçã o efetivada quando um terceiro toma
conhecimento do fato, sendo a presente hipó tese dos autos. Isto porque, as alegaçõ es feitas
contra o autor da presente demanda foram proferidas através de mídia de comunicaçã o
com fá cil e rá pido compartilhamento de mensagens, o que tornou tais alegaçõ es pú blicas
dentro do ciclo social da parte requerente. Com isso, temos que o autor, vítima de
difamaçã o, teve seu cotidiano afetado pelos fatos apontados na descriçã o dos fatos,
trazendo transtorno extremo.
Visto que oportuno, esclareço que nenhuma das alegaçõ es se demonstram verdadeiras nã o
tendo, inclusive, qualquer prova que corrobore para a veracidade e atribuiçã o de
credibilidade aos fatos narrados no referido grupo. Assim, temos que inexistem provas que
realizem a associaçã o das alegaçõ es à pessoa do autor. Desta forma, levando em
consideraçã o também o conteú do do BO XXXXXXXXX, entende-se por configurado o Crime
de Difamaçã o, conforme preceitua o art. 139 do CP.
Inconformado com toda a situação que está passando, o Sr. XXXXXXXXX registrou na
mesma delegacia acima citada, o BO XXXXXXXXX (anexo), onde narra todos os fatos
circundantes da presente queixa.

DOS PEDIDOS
1) Citar a Querelada para que apresente resposta escrita no prazo há bil;
2) Que seja expedido oficio para a Delegacia de Polícia XXXXXXXXXXx, para que seja
juntados aos presentes autos, na íntegra, o BO XXXXXXXXXXXXXX;
3) Condenar XXXXXXXXXX nos termos do art. 139 do Có digo Penal;
4) Condenar XXXXXXXXX ao pagamento de uma verba indenizató ria no valor de R$
10.000,00 (dez mil reais) para efeitos de reparaçã o dos danos causados pela prá tica
criminosa, nos termos do artigo 378, IV, do Có digo de Processo Penal, além da condenaçã o
ao pagamento das custas processuais e demais despesas processuais.
5) Aplicar a sucumbência e arbitrar o valor dos honorá rios advocatícios;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial
pela juntada posterior de documentos, oitiva de testemunhas, perícia, depoimento pessoal
da parte ré, tudo desde já requerido.
Dá -se à causa o valor meramente fiscal de R$ XX.000,00 (dez mil reais).
Termos em que
Pede e espera deferimento.
Recife, 30 de novembro de 2020.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
ADVOGADO OAB/PE XXXXXXXXXX
ROL DE TESTEMUNHAS:
1) XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
2) XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX