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Relatorio iv-HSFBNTBHB0045
Relatorio iv-HSFBNTBHB0045
RA: F121IF-3
Data: 24/10/2021
Total de Horas: 5 Horas
Descrição:
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cavalo, usa tênis, calça jeans e acessórios de segurança.
Ela realiza diversas manobras com excelência até cair e
ceder sua vez para o próximo.
Não vejo nenhuma regra escrita ou falada, mas há uma
sequência bem clara - caiu, entra o próximo. O desta vez é
um menino, aparenta ser mais novo, cabelos lisos loiro, sem
camisa, calca jeans, tênis e acessórios de segurança.
Quando ele entra na pista noto que há um homem o
acompanhando com o olhar fixo, diria até que pude sentir
sua admiração observando daqui. Este menino, por sua vez,
realizou menos manobras que anterior, ao contrário da
menina caiu rapidamente com os joelhos no chão. Desvio
um pouco minha atenção e observo a deejay tocar, ela usa
uma camisa branca por baixo de um suéter, botas brancas,
alguns acessórios e cabelo solto. A música que ela toca me
agrada bastante. Em sua volta a algumas pessoas, observo
a roupa de todos eles. E em minha mente acho divertido
como em lugares que onde o gênero dos frequentadores é
alternativo há uma impressão que se tem liberdade para se
expressar como quiser. Seja na vestimenta ou no
comportamento. Daqui não consigo observar uma pessoa se
quer que porte o mesmo estilo, não há um padrão a ser
seguido – se bem que, talvez, haja um padrão.
Em meu canto não observo casais de todas as formas
e orientações. Duas meninas se beijam a minha esquerda,
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logo atrás há uma mulher e um homem a trocar caricias
enquanto ouve atentamente uma pessoa falar. Há cada
canto há alguém distribuindo amor, quase como se o
sentimento estivesse pairando no ar. Pessoas parecem se
expressar de maneira desprendida, mas ao mesmo tempo
não deixo de notar que alguns indivíduos carregam talvez
um olhar que procura aprovação. Como se a cada
movimento fosse conferido a sua volta, checando se alguém
estava olhando/notando.
Meus pensamentos são invadidos por duas vozes que
conversam logo atrás de mim. Algo sobre aceitação
corporal. Uma queixa para a outra, coisas em seu corpo que
gostaria de mudar. A outra por sua vez ouve e confidência
incômodos semelhantes. Por longos minutos elas ficam
citando características pessoais e de outros, como se fosse
uma lista a ser seguida. Neste momento me dou conta de
que talvez, exista sim um padrão quase que invisível sendo
importo a todos os humanos que habitam esta Terra.
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Qualquer que seja o vocabulário usado para articular a atual situação do homo sexualis,
e quer se vejam o autotreinamento e a autodescoberta ou as intervenções médicas e
genéticas como o caminho certo para se atingir a identidade sexual adequada/desejada,
o essencial continua sendo a "alterabilidade", a transitoriedade, a não-finalidade das
identidades sexuais assumidas, quaisquer que sejam. A vida do homo sexualis é, por
esse motivo, carregada de ansiedade. Há sempre a suspeita — mesmo que apaziguada
e inativa por algum tempo — de que se esteja vivendo uma mentira ou um equívoco; de
que algo de importância crucial foi esquecido, perdido, negligenciado, permanecendo
não-ensaiado e inexplorado; de que não se cumpriu uma obrigação vital para o eu
autêntico da própria pessoa, ou de que algumas oportunidades de felicidade de um tipo
desconhecido, completamente diferentes do que se vivenciou antes, ainda não foram
aproveitadas e tendem a se perder para sempre se continuarem desconsideradas .
(BAUMAN 2004, pág. 35)
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Referências Bibliográficas: