Professional Documents
Culture Documents
Áreas de Actuação Do Orientador Profissional No Contexto Moçambicano 2
Áreas de Actuação Do Orientador Profissional No Contexto Moçambicano 2
4o Ano
Universidade Rovuma
Nampula
2022
1
Universidade Rovuma
Nampula
2022
2
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................................3
3. Conclusão .......................................................................................................................................10
1. Introdução
Diversos autores sustentam a ideia de que toda Psicologia surge da Psicologia Social,
ou seja, através do condicionamento – processo de resposta ao estímulo, objecto ou contexto, o
comportamento humano vê-se geralmente influenciado pela convivência em grupo ou em
sociedade.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
✓ Analisar as áreas de actuação do orientador profissional no contexto moçambicano.
2. Fundamentação teórica
Não há como negar que desde a existência humana, apenas nos períodos actuais surge
um enorme esforço das pessoas em acompanhar as mudanças tecnológicas, ligadas a economia,
entre outras descobertas, exigindo uma busca desesperada para a compreensão dos porquês da
busca da felicidade e motivação que surgem como ajuda aos impasses enfrentados nos
momentos actuais.
Vários estudos virados a área de psicologia organizacional dão base a uma série de
técnicas, metodologias e práticas no apoio à gestão de pessoas, que surge junto a outros
segmentos tradicionais da psicologia, desde o momento que se percebe que o trabalho não só
modifica o ambiente, mas também o próprio ser humano.
Para Carrara (2018), este processo surge em meio a realização de um diagnóstico das
características pessoais – com o auxílio de testes, observação ou entrevistas – para analisar quais
são as ocupações que melhor se adequam ao orientando. Em geral, se trata da filosofia de
“pessoa certa para o lugar certo”. Contudo, a vocação diz respeito a algo a ser descoberto e que
já estaria com a pessoa
Por sua vez, refere-se orientação profissional (OP), o processo de ajudar uma pessoa a
desenvolver e aceitar uma imagem adequada e integrada de si mesmo/a e a transformar essa
imagem numa realidade, retirando daí satisfação para si e para a sociedade. Ou seja, este
processo vai além da vocação, é um processo que visa a autonomia e o aprender a escolher para
resolver problemas e tomar decisões na carreira. Neste sentido, não se trata apenas de ajustar o
orientando a uma ocupação, mas também a auxiliá-lo na escolha e no desenvolvimento de um
projecto profissional e de vida através do autoconhecimento, informações sobre profissões e
mercado de trabalho (Carrara, 2018).
Em geral, tanto a OP quanto a OV, visam capacitar, orientar e avaliar a pessoa com
intenção de realizar melhores decisões relacionados com o seu percurso académico ou
profissional. Ou seja, estes processos têm por objectivos, prover o orientando de habilidades
pessoais que o permitam enfrentar as demandas ambientais no momento de transição entre a
escolha e o mundo do trabalho; promover comportamentos adaptativos orientados a profissão;
e ajudar o indivíduo a conhecer melhor o seu perfil e entender quais são as suas áreas de
interesse, isto é, focar nos detalhes. Neste sentido, a orientação vocacional e profissional
referem-se aos processos vitais que podem ser solicitados em qualquer altura da vida. Por esse
motivo é importante compreender as suas vantagens para o futuro do mesmo tanto ao nível
pessoal como familiar e social.
ou ainda, quando alguém que actua na área em que se formou, mas se sente frustrado porque
não gosta do que faz.
De acordo com Vieira, Bezerra, & Fernandes (2016 in Wanessa, 2021), escolher uma
profissão é algo que deve ser bem planeado e pensado e que, na maioria dos casos, acarreta uma
decisão influenciada por diferentes gostos e escolhas, tanto no caso de quem tem de decidir o
seu futuro como no caso de quem, já estando a exercer uma profissão, decide mudar. Entretanto,
o cerne da questão é ajudar a pessoa a perceber aquilo para que tem mais habilidade de modo a
obter bons resultados de carreira.
Como acordam diversos autores, para um jovem, por exemplo, definir o futuro não é
somente definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir quem quer ser e ao mesmo tempo,
quem não quer ser. Neste sentido, a escolha correcta da profissão pode proporcionar realização
pessoal, satisfação profissional, conquistas, identidade profissional e segurança.
Tal como afirmam Noronha & Ambiel (2006 cit Fontes, 2016), a capacidade para
orientar da forma mais adequada, é dada por um psicólogo que tem os instrumentos necessários
para avaliar o indivíduo utilizando técnicas como trabalhar o seu autoconhecimento com a
orientação vocacional onde se enquadram os inventários de interesses profissionais. E, no que
concerne à orientação vocacional e profissional de adolescentes, a par dos inventários, o
psicólogo tem à sua disposição outras técnicas e estratégias como a comparação entre a aptidão
intelectual e as discrepâncias entre as aspirações do adolescente e as expectativas profissionais
deste e dos pais, de acordo com testes necessários para esse efeito.
Tal como afirmam Chibemo & Canastra (2017), a orientação vocacional e profissional
assume uma relevância significativa, considerando, por um lado, as incertezas e a mobilidade
permanente no campo da empregabilidade, devido, entre outras razões, à globalização de matriz
neoliberal; por outro lado, a competitividade, no mercado de trabalho, gera novas exigências e
necessidades, em termos de dinâmicas auto-formativas e da necessidade de aprendizagem ao
longo da vida.
A literatura apresenta vários modelos teóricos que apresentam propostas com enfoque
na realização da orientação profissional em relação à escolha da profissão. Essas diferenças
influenciam na compreensão do processo e nos instrumentos utilizados.
Ainda não é muito comum ouvir-se falar da orientação profissional enquanto processo
ou campo de intervenção, ou ainda, uma temática que reúne dados sistemáticos consistentes de
8
estudos no nosso contexto moçambicano. Tal como sustentam Ussene; Chibemo & Canastra
(2011; 2015 in Agibo & Melo-Silva, 2018) em relação ao contexto moçambicano, (d)enunciam
a ausência de programas sistematizados de Orientação Escolar e Profissional. Daí, eles sugerem
directrizes para a implantação de programas de intervenção sistematizados e da importância de
estudar e promover o comportamento vocacional por meio de intervenções que visem o
desenvolvimento vocacional, com o acompanhamento de jovens nas transições entre os
diferentes níveis de escolaridade, e também na transição do mundo escolar para o mercado de
emprego.
Como revela o estudo realizado por Chibemo e Canastra no ano de 2017, a intervenção
da orientação profissional começa a ganhar “terreno” em escolas secundárias e instituições de
ensino superior no contexto moçambicano, na cidade da Beira, em específico. Para os autores,
isto se deve ao facto de no contexto do ensino secundário e superior, a orientação vocacional e
profissional assumir uma relevância significativa, considerando, por um lado, as incertezas, a
precariedade, assim como, a mobilidade permanente no campo da empregabilidade, devido à
globalização de matriz neoliberal; e, por outro lado, a competitividade, no mercado de trabalho,
que gera novas exigências e necessidades, em termos de dinâmicas auto-formativas e da
necessidade de aprendizagem ao longo da vida.
Daí, neste sentido, a orientação vocacional e profissional surge como uma estratégia-
chave necessária no âmbito do ensino secundário e superior, para acompanhar os processos de
transição num contexto crucial da vida dos estudantes que tem que a ver com a sua transição
para o ensino superior ou para a sua inserção social e profissional. Ou seja,
mecanismos para acompanhar e mediar o percurso no quadro das trajectórias de vida formativa
e profissionais dos estudantes, tendo em conta as suas capacidades e habilidades vocacionais,
por um lado, assim como, as condições disponíveis nas instituições de ensino e as estratégias a
seguir, por outro lado.
Para o autor, já se sabe que os comportamentos sociais em geral, têm na sua base uma
atitude, e esta atitude pode ser definida como uma tendência psicológica. Contudo, as atitudes
têm três grandes formas de expressão – afectiva, cognitiva e comportamental. Neste sentido, no
domínio do activismo, a expressão afectiva passa pelos sentimentos de empatia ou insatisfação;
a expressão cognitiva, pela defesa de valores associados à justiça social e ao melhoramento
continuo do funcionamento das sociedades humanas; e a expressão comportamental reflecte o
activismo propriamente dito – ou seja, aos comportamentos realmente observáveis (Eagly &
Chaiken; Lima apud Costa & Pereira, 2006).
3. Conclusão
Em fases conclusivas, reflecte-se que as mudanças ocorridas nas formas de vida desde
o século passado e o impacto da globalização e das tecnologias de informação e comunicação
influenciaram sobremaneira a natureza do trabalho e das relações de emprego, trazendo novas
exigências para os trabalhadores já inseridos no mercado de trabalho e às gerações de jovens
que se preparam para o ingresso na força produtiva.
4. Referências bibliográficas
AGIBO, Maria Luisa Lopes Chicote & MELO-SILVA, Lucy Leal. Orientação
profissional e de carreira na perspectiva de adolescentes moçambicanos. SPAGESP -
Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo, 2018.
COSTA, Patrícia & PEREIRA, José Santana. Manual do Activista. 2006. Disponível
em: https://www.researchgate.net/publication/268513444.