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Novas raz6es para amar os superpredadores De tempos em tempos, eles voltam a ser astros de livros e filmes. Despertam nas pessoas sentimentos de temor e admiragso. Estdo no topo da cadeia alimentar: eles so 0s superpredadores! Tigres, leGes, leopardos e lobos; tubardes de olhos frios e assassinos; estes sao alguns dos predadores que escritores e cineastas mais utilizam para estimular nossa imaginacao, apelando talvez para sentimentos ancestrais, da época em que os antepassados dos seres humanos viviam nas florestas e savanas povoadas por grandes carnivores. Agora, os grandes predadores esto de volta 4 cena, mas em artigos cientificos que apontam 0 impacto ambiental causado pela crescente reducao de suas populagoes. Um estudo internacional publicado recentemente pela revista cientifica Science* indicou o acentuado declinio nas populacées de grandes predadores. De acordo com o artigo, a perda de espécies no topo da cadeia alimentar, devido & aco humana, pode produzir grande impacto nos ecossistemas terrestres. O estudo mostra também que a diminuicdo das populacdes de predadores é muito maior que as estimativas anteriores indicavam e afeta diversos outros processos ecolégi- cos, num efeito que os cientistas chamam de “cascata trofica”, no qual asperdas ocorridas no topo das cadeias alimentares causam forte impacto em muitas outras espécies de animais e de plantas. De acordo com a Agéncia Fapesp’, William Ripple, da Universida- de Estadual do Oregon, um dos autores do estudo, afirmou: “Temos agora evidéncias. extensivas de que os grandes predadores so altamente importantes na funco da na- tureza, dos oceanos mais profundos as montanhas mais altas, dos trépicos ao Artic". Entre os exemplos citados no artigo, a remogo dos lobos no Parque Nacional Yellow- stone, nos Estados Unidos, levou a répida alteracao na populacao e no comportamento dos alces, que passaram a se alimentar em locais antes nao frequentados, onde podiam ser atacados por lobos. Com isso, 0 crescimento de certos arbustos e gramineas diminuiu, que resultou numa menor disponibilidade de alimentos para os castores, provocando reducao de sua populacao. A reintroducdo de lobos no parque, no entanto, possibilitou a recuperacao do ecossistema. ‘TIES TAcecais trophic Downgrading of Planet Earth. Scionce, 333, 6.040, p 301-306, 15)ul. 2011. (D0: 10.1126/ seionc1205106).O argo pode ser ido por assinartes da Sconce en . 2 Afalta dos grandes predadoresAgincia Fapesp, 19) 2011, Disponivel em: , Acoso Predadores, como ‘os lobos,sofreram perseguicao no passado suas populagoes foram quase extintas. Hoje, no entanto, os cientistas reconhecem ‘importante papel dos grandes predadores nas teias alimentares. [Na fotogratia, Lobos (Canis tupus) tentam atacarum alee (Aces alces)recém-nascido (Parque Nacional Denali, EUA, 2010). Olobo mede cerca de 15 mde comprimento eo alce 2m dealtura, ambos em fase adulta, O artigo afirma que o declinio dos superpredadores afeta os mais variados aspectos do ecos- sistema global, assim como o clima, o ntimero de habitats, a poluicdo, a fixacao de carbono e até mesmo a propagacao de doencas. Por muito tempo pensou-se que os grandes predadores, no topo da pirdmide tréfica, pouco influenciavam as espécies dos niveis tréficos inferiores. Os autores do estudo reiteram que essa 6 uma compreensao fundamentalmente equivocada da Ecologia. ((» Aimportancia do assunto ‘As comunidades de seres vivos séo constituidas por populagées de diferentes espé- ies, que se relacionam de diversas maneiras entre si e com o ambiente. Certas espécies alimentam-se de outras; algumas competem entre si; ha também aquelas que convivern harmoniosamente, trocando beneficios. A vida e a evolucao das espécies biolégicas, inclu- sive da nossa, dependem precisamente da variedade dessas relacoes, estabelecida passo a ;passo ao longo do proceso evolutivo. Neste capitulo trataremos dos variados tipos de relacao entre os seres vivos. Conhecer as relagdes que as populacdes de seres vivos mantém entre sie com o ambiente é dar um ;passo importante para preservé-las, em beneficio de toda a humanidade. 402 Habitat e nicho ecoldgico © local em que vive determinada espécie ou comunidade biol6gica, incluidas as condicées ambientais, constitui seu habitat. Por exemplo, quando dizemos que certa espécie de peixe vive ‘em riachos de gua fria e bem oxigenada, ou que uma espécie de macaco vive na copa das arvores de uma floresta tropical, estamos nos referindo aos habitats dessas espécies. Cada espécie de ser vivo apresenta um modo de vida tinico e peculiar no habitat, representado por atividades que vao desde os tipos de alimento que utiliza até as condicdes de reproducao, moradia, habitos, inimigos naturais, estratégias de sobrevivéncia etc. Esse conjunto de atividades que a espécie realiza no habitat constitui seu nicho ecologico. (Fig. 10.1) twamao Aots0n a0 Figura 10.1 O nicho ecolégico designa a posicdo funcional de um organismo fem seu ambiente, compreendendo seu habitat, suas atividades eos recursos ue ele obtém, ou seja, todas as acdes tipicas de uma espécie no ambiente fem que vive. Na fotografia, um mono- carvoeito (Brachyteles hypoxanthus), que pode chegar a 80cm de comprimento, desconsiderando o tamanho da cauda 0 principio da exclusao competitiva de Gause Imagine que duas espécies de uma comunidade executem atividades semethantes no habitat. Por exemplo, gafanhotos e roedores que vivem em um campo comem capim; ou plantas de dues cespécies que vivem préximas tém raizes na mesma regido do solo. O que se pode esperar nesses casos? apo pii, 1 d g Fea A conclusdo é que poder haver competicao entre essas espécies, principalmente se os recur- 05 disputados forem escassos. Em um experimento cléssico, o cientista russo Georgyi F. Gause (1910-1986) criou, em um mesmo tubo de cultivo, paramécios (protozoérios) de duas espécies: Paramecium aurelia e Paramecium caudatum. Gause verificou que a competicao entre as duas espécies era téo intensa que levava P. caudatum a extingéo. (Fig. 10.2) Gause notou, entretanto, que P caudatum po- dia conviver perfeitamente no mesmo tubo de cul- tivo com outra espécie de paramécio, Paramecium bursaria. Ele concluiu que os nichos ecolégicos esses paramécios eram distintos o suficiente para evitar uma competicao mais intensa, que poderia levar a extingdo de uma ou outra espécie. Segundo Gause, a convivéncia ¢ possivel porque as duas espécies exploram diferentes nichos ecolégicos, embora se encontrem no mesmo tubo de cultive: P caudatum vive livre no meio liquido, enquanto P bursaria vive aderido as paredes do tubo. Se duas especies tém nichos ecolégicos muito semelhantes, pensou Gause, elas nao conseguirao conviver em um mesmo habitat por causa da se vera competicao que se estabelecera entre elas: uma espécie tenderé a excluir a outra. Essa pre- missa ficou conhecida como principio da exclusao competitiva ou principio de Gause. Diversos estudos dao suporte as conclusdes de Gause. Por exemplo, os cientistas se perguntavam por que duas espécies de cormorées (cormorao- -negro e cormordo-de-poupa), avesmarinhas com cerca de 80 cm de comprimento que fazem ninhos nas mesmas regides da Inglaterra e se alimentam nas mesmas aguas, conviviam perfeitamente no mesmo hdbitat. Estudos mostraram que o cormo- rBo-negro (Phalacrocorax carbo) mergulha mais profundamente no mar, alimentando-se de pei- xes e camarées, enquanto 0 cormorgo-de-poupa (Phalacrocorax aristotelis) pesca em aguas mais superficiais, alimentando-se de pequenos orga- nnismos do plancton. Essas espécies conseguem compartilhar 0 mesmo habitat porque seus ni- chos ecoldgicos sao suficientemente distintos: no caso, elas no competem por alimento, um dos principais recursos que afetam o crescimento populacional o ‘Crescimento populacional em culturas separadas Pauralia . P.caudatun Bo. z 8 £ 20 . 9 6 @ 0 2 W Tarpo is) o Crescimento populacional em cultura mista Paurelia Ned invidios Terco is) Figura 10.2 Graficos de crescimento das espécies Paramecium ‘@udaturn ¢ Paramecium aurelia, A. Curvas obtidas quando as duas espécies foram cultivadas separadamente. B. Curvas obtidas quando as duas espécies foram cultivadas juntas, no mesmo frasco. Gause ‘concluiu que a diferenca mostrada nos graficos resulta da competigao entre as duas espécies.(Elaborado com base em Dajez, R., 1978.) 402 Relagdes ecoldgicas intraespecificas Em uma comunidade biolégica, cada organismo mantém relacées tanto com seres de sua propria espécie quanto com os de outras. Essas interagées, genericamente denominadas relagdes ecolégicas, podem ser classificadas em relacées intraespecificas, quando ocorrem entre individuos de mesma espécie, e relacoes interespecificas, quando ocorrem entre individuos de espécies diferentes. Organismos de mesma espécie, por terem as mesmas necessidades fundamentais, quase sempre disputam recursos do meio, fenémeno denominado competicao intraespecifica. Ha situa- Ges, entretanto, em que eles se auxiliam mutuamente, trocando beneficios, o que se denomina cooperagao intraespecitica i i i Figura 10.3 A competicao por agua entre plantas do cooperativas intraespecificas destace Competicao intraespecifica Competicéo intraespecifica é a disputa entre individuos de mesma espécie por um ou mais, recursos do ambiente. Dependendo da espécie, a competicao pode ser por égua, alimento, luz, locais para construir ninhos, parceiros para reproducao etc. ‘Além da luta fisica por alimento ou por parceiros de reproducao, a competicao também se manifesta de outras maneiras. Por exemplo, se um animal & muito eficiente na obtencao de alimento, ele tende a levar vantagem competitiva sobre outro menos eficiente, sobretudo se © alimento for escasso. Plantas com sistemas radicula- res desenvolvidos e eficientes, em determinado tipo de ambiente, podem levar vantagem sobre outras plantas nna competicao por gua, por nutrientes disponiveis no solo e por locais onde a luminosidade é mais adequada, (Fig. 10.3) 5 : : Cooperacdo intraespecifica Em certas espécies, 0s individuos apresentam uma relagio cooperativa denominada cooperacio intraespe- cifica. A cooperagio desempenha papel importante no sucesso evolutivo de muitas espécies. Entre as relagies se 0 cuidado com deserto leva a distribucBo espacada dos individuos da a prole ea formacio de grupos sociais. A cooperacao in- populagdo. Na fotografia, eserto com plantas esparsas traespecifica manifesta-se claramente nas colénias e nas (Nevada, EUs, 2074) sociedades, que estudaremos a seguir. Colénias Do ponto de vista biolégico, coldnias so grupos de individuos de mesma espécie, fisicamente unidos, que interagem de forma mutuamente vantajosa, dividindo funcdes ou tarefas. As colénias podem variar em niveis de complexidade e no grau de divisdo de tarefas entre os individuos. Algumas colénias s8o constituidas por individuos morfolégica e funcionalmente semelhantes, sendo por isso denominadas colénias isomorfas (do grego isos, igual, semelhante, e morpho, for- ma). Um exemplo desse tipo de colénia é encontrado na alga de agua doce Volvoxsp., que pode reunir mais de 1.000 individuos unicelulares e biflagelados dispostos lado a lado, formando uma esfera oca. Dentro da esfera podem formar-se colénias menores, que ficam contidas por certo tempo na “colénia-mae". (Fig. 10.4) Flemerta de goa ent oie Maris geletnosa Figura 10.4 Fotomicrografia de colOnias da alga verde Volvox aureus (Microscépio fotdnico; aumento = 12.) Ao lado, representacdo esquematica dos individuos biflagelados que formam a ‘porgio periférica da colonia, (Elementos fora de proporcdo de tamanho ene si; cores-fantasia.) Outro exemplo de colénia isomorfa é encontrado nos corais (cnidarios). As pequenas anémonas ‘que constituem o coral constroem um esqueleto calcério compartilhado por centenas, milhares ou milhdes de individuos muito semelhantes. Na Australia, as coldnias de corais formam um imenso recife chamado de Grande Barreira de Corais, com mais de 2.000 quilmetros de extenso. Em certos casos, 05 individuos de uma colénia diferenciam-se morfolégica e fisiologicamente, realizando funcées bem distintas; fala-se, ent&o, em colénia heteromorfa (do grego heteros, diferen- tte). Um exemplo é a colénia de cnidarios marinhos Physalia physalis, popularmente conhecida como caravela-portuguesa. Na coldnia, um dos individuos diferencia-se em flutuador, formando uma bolsa cheia de gés cuja funcdo é manter a colénia na superficie marinha, Outros individuos da colonia tém boca e cavidade digestéria, sendo responséveis pela alimentagao. Outros, por sua vez, sdo alongados ricos em células urticantes, formando longos tentéculos, que atuam na captura de presas e na protecéo da colénia; ha também individuos responséveis pela reproduc, os gonozoides. Na caravela-portuguesa, 65 individuos da colénia apresentam tal especializacdo e divisdo de funcdes que, em conjunto, acabam se comportando como 6rgaos f i H Qe H i H m Ino de um nico organismo. (Fig. 10.5) GOV, — nascar Sociedades Nivel de aqua Sociedades s80 agrupamentos de organismos de mesma espécie em que 0s individuos manifestam algum grau de cooperacao, de comunicagio e de divisso de trabalho, conservando, porém, relativa ton 4g _ independéncia e mobilidade. € isso o que distingue sociedade de co- aay | lénia, na qual os individuos sao fisicamente unidos. Diversas espécies, 5 {inclusive a nossa, vivem em sociedade. wea 5 i Fetes i # 403 Relacdes ecoldgicas Figura 105 Cridario colonial Pysatia physais, 5 ; Prat ue € constitldo por indviduos altamente interespecificas integrads, como mostra a lstarae Na i fotografia, animal que atua como futuador e Nas comunidades, ha grande variedade de relacdes ecolégicas made cerca de 10 am de comprimento. £ entre especies diferentes, desde interacoes em que individuos de uma _(Elementos fora de proporgio de tamanho a espécie alimentam-se dos de outra até a troca de beneficios entre —_ entre si; cores-fantasia.}. 3 individuos de espécies diferentes. = s especialistas costumam classificar as relacdes ecoldgicas interespecificas em alguns tipos i basicos: competicao, interacées tréficas, mutualismo, comensalismo e inquilinismo. Essas relacoes 2 sao tratadas a sequir e resumidas na Tabela 10.1, na pagina 237. 2 Competicdo interespecifica Como vimos, Gause observou que, quando duas espécies de uma comunidade disputam os mesmos recursos do ambiente, seus nichos ecolégicos se “sobrepdem” parcialmente e ocorre competicao interespecifica. Quanto mais os nichos ecoldgicos das espécies se assemelham, ou seja, quanto mais sobrepostos eles s8o, mais intensa é a competi¢ao; isso pode levar uma das espécies 2 extingSo ou forc4-la a migrar em busca de uma area disponivel, livre de espécies competidoras. Interacées tréficas Herbivoria Herbivoria € arelagdo que se estabelece entre plantas animais quese alimentam delas.Certos animais comem apenas partes das plantas, no chegando a maté-las. € 0 que ocorre, por exemplo, com mamiferos que se alimentam de grama e com larvas de insetos que comem folhas. Quando 68 animais se alimentam de sementes, porém, a planta é morta ainda na fase embrionaria. Em qualquer dessas situacées, do ponto de vista individual, ha prejuizo para as plantas e beneficio para 0s animais que as consomem. A herbivoria € uma das mais importantes relacdes ecoldgicas da natureza, uma vez que, 20 comer plantas, os animais assimilam a energia captada da luz solar, que pode entao ser transferida para outros niveis tréficos das cadeias alimentares (relembre no capitulo 8). Predacao Predacao ou predatismo é a relacao em que uma espécie predadora mata e come individuos de ‘outra espécie, sua presa. Do ponto de vista individual, a espécie predadora beneficia-se, enquanto a espécie predada ¢ prejudicada. Do ponto de vista ecolégico, entretanto, a predacso é um im- portante mecanismo regulador da densidade populacional, tanto de presas como de predadores. A estreita correlacao entre as flutuacdes no tamanho das populacdes de predadores e presas importante para a sobrevivencia de ambas (relembre o exemplo da flutuacdo populacional de lebres e linces do Artico, no capitulo 9). Ret eats Um exemplo do papel da predacéo: no equilibrio ambiental Aimportancia da predac&o como mecanismo | capacidade de suporte foi ultrapassada, os veados regulador das populagdes naturais foi bem obser- vada no inicio do século XX, quando se proibiu a caca ao veado Odocoileus hemtionus no Planalto de Kaibab, nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que se estimulou a perseguicao aos seus preda- dores naturais - pumas, lobos e coiotes. Como consequéncia dessas medidas, a populacéo de veados aumentou rapidamente: em apenas 21 anos, passou de 4 mil para 100 mil animais. Os campos de pastagem, porém, eram incapazes de suportar mais que 30 mil animais. Quando essa ‘crescimento populacionat 005000 ege veados (em mihares) 4 1005 810 180 10 1840 Tempo ane) comecaram a morrer de fome e doencas, e sua populacao diminuiu bruscamente. Quinze anos apés ter atingido o recorde de 100 mil individuos, a populacao de veados redu- ziu-se a menos de 10 mil animais. O que acon- teceu foi que os veados famintos comeram as plantas de capim até as raizes, além de pisotear excessivamente o solo, afetando a capacidade de recuperacio das pastagens. Por isso, o capim nao voltoua brotar como antes, mesmo depois da tedugio drastica da populacao de veados. No grafico, a linha azul mostra o crescimento da populagzo do vveado Odocolleus hemionus no Planalto de Kaibab, no Arizona, EUA, ads proibicdo da caca e campanha de combate a seus predadores. naturas, Se estes ndo tivessem sido eliminados, a expectativa era de que o tamanho da populacao de veados seguissea linha vvermetha. (Gaborado com base em Dajoz, R., 1978.) Vado (Odocoileus hemionus), que tem cerca de 1,5 mde comprimento, Labo (Canslupus), que possu cerca de 15m de comprimento Puma (Puma concolar) feline que tem aproximadamente 2,1 m de comprimento Coiote (Canislatrans), que chega a cerca de 80 emde comprimento. Parasitismo Parasitismo 6 uma relac8o ecologica em que uma espécie parasita associa-se a outra, a especie hospedeira, causando-Ihe prejuizos por se alimentar & sua custa. Em geral, as espécies parasitas @ hospedeiras estdo bem adaptadas umas as outras, de modo que a relacdo causa prejuizos rela tivamente pequenos ao parasitado. Basta pensar que, se um parasita matar seu hospedeiro, ele também morrerd; portanto, a tendéncia natural é que a relacdo parasitaria se tone equilibrada a0 longo do tempo, com o parasita adaptando-se ao hospedeiro e vice-versa, fenémeno deno- minado coadaptacdo. Organismos parasitas podem viver na superficie externa do hospedeiro, sendo chamados ectoparasitas (do grego ectos, fora), ou no interior do hospedeiro, sendo denominados endopa- rasitas (do grego endos, dentro). Exemplos de ectoparasitas s20 0s piolhos e 0s carrapatos, e, de endoparasitas, sao as lombrigas, as solitarias, certas bactérias e os virus. Parasitoidismo: parasitismo ou predacao de longo prazo? Um caso particular de parasitismo ¢ o parasitoidismo, ter mo utilizado para designar a relacdo em que um organismo vive boa parte de sua vida em um hospedeiro, parasitando-o. Em determinado momento, o hospedeiro € morto e consumi do, como na predacao. Um exempio bem conhecido de parasitoide s8o as vespas que péem os ovos dentro de hospedeiros como aranhas e larvas de insetos. Apés a eclosao dos ovos, as larvas da vespa passam a devorar lentamente os tecidos corporais vivos do hospedei- ro, até que ele seja consumido totalmente. Ao final do pro- e550, as larvas transformam-se em vespas adultas. (Fig. 10.6) B 2 2 8 e Figura 10.6 Exemplo de parastoidismo: pupas de vespa ‘se deservolvendo na superficie do corpo de ura lagarta ‘A lagarta apresenta cerca de 15 cm de comprimento, Plantas parasitas Ha plantas que parasitam outras plantas. Um exemplo é 0 cipé-chumbo, uma planta parasita de cor amarela, sem folhas nem clorofila e com aparéncia de fios de ovos, que cresce sobre outras plantas. Com raizes especializadas, o cipé-chumbo penetra no floema da planta hospedeira e dali extrai seiva orgénica. Outra planta parasita de plantas ¢ a erva-de-passarinho. Ela tem folhas clorofiladas e produz moléculas organicas por fotossintese, retirando da planta hospedeira apenas agua e sais minerals dos vasos lenhosos. Por extrair da hospedeira apenas substancias inorganicas, a erva-de-passarinho € considerada pelos botanicos uma hemiparasita (do grego hemi, metade). (Fig. 10.7) Figura 10.7 Exemplos de parasitism, A. Carrapato da espécie Dermacentor vaiabils, ectoparasita de animais Seu comprimento é de aproximadamente 4 mm. B. Solitaria (Taeria sp.) verme endoparasita da espécte humana que pode atingr alguns metros de comprimento. C. Cipé-chumbo (Cuscuta sp.) parasita de outras plantas, das quais extrat ‘seiva organica por meio de ralzes sugadoras, os haustorios. Essa planta pode atingir alguns metros de comprimento, D. Erva-de-passatinho (Struthanthus flevicauls), que pode ser Identificada na fotografiapor sua folhagem mais larga (suas folhas medem cerca de 10 cm de comprimento) ¢escura fem relagio & copa de umjacarandé-mimoso (Jacaranda ‘mimosaefolia), do qual extai a seiva mineral. Mutualismo Mutualismo é uma relacdo ecolégica em que ambas as espécies em interagao obtém beneficios. 0s bidlogos distinguem dois tipos de mutualismo: o facultativo e o obrigatério. (© mutualismo facultativo, também chamado de protocooperacao, é uma relacéo ecolégica ‘em que as espécies associadas trocam beneficios, mas também podem viver sozinhas. Um exemplo € a relacao entre crustaceos do género Pagurus, os caranguejos-eremitas, e alumas espécies de anémone-do-mar (cnidérios). Esses animais ndo vivem necessariamente juntos, mas ¢ frequente encontré-los em associacao, o que € vantajoso para ambos. © caranguejo-eremita ocupa conchas vazias de caramujos, nas quais protege seu abdome deli- «ado, pois, a0 contrario de outros caranguejos, o eremita nao tem carapaca rigida nessa regiao do corpo. Uma vez instalado em sua concha-moradia, o caranguejo-eremita a arrasta consigo aonde quer que va, abandonando-a apenas ao trocé-la por outra maior. Sobre as conchas ocupadas por certas espécies de eremita ¢ frequente encontrar uma ou mais anémonas-do-mar; esses cnidarios beneficiam-se da associacao com 0 eremita por ganharem mobilidade e aproveitarem suas eventuais sobras de alimento. Ja 0 caranguejo se beneficia da capacidade defensiva das anémonas-do-mar, cujos tentaculos tém células urticantes, capazes de provocar queimaduras em eventuais inimigos. Outro exemplo de protocooperacao é a relacdo entre alguns mamiferos - capivaras, bitfalos, rinocerontes etc. — e aves que comem os carrapatos que os infestam. Ha vantagens tanto para 0 mamifero, que se livra dos incomodos ectoparasitas, quanto para 0 passaro, que obtém alimento com relativa facilidade. Crocodilos também convivern cooperativamente com aves que entram em sua boca, removendo detritos e sanguessugas de suas gengivas. (Fig. 10.8) Figura 10.8 Exempios de protocooperaco. ‘A. Caranguejo-eremita (Carcanus cals) dentro daconchaquelheservede -_Sanauco | abvigo, sobre a qual vivem ‘anémonas-do-mar (Calliactis parasitica). earanguejo ‘eaanémona medem cerca de 12 me 10cm, respectivamente. A esquerda, representagao esquemitica de um eremita colocando uma anémona sobre a concha onde ‘mora, (Elementos fora de proporgao de tamanho entre si; cores-fantasia.) B. Capivara \(tydrochoerus hydrochaeris) ‘com a ave suiriri-cavaleiro (Machetornis rxisus), que sealimenta de carrapatos, ‘A capivara adulta pode chegar a 1,4 mde comprimento;o suirii-cavaleiro mede cerca de 18cm de comprimento, ‘Mutualismo obrigatério é um tipo de relagao permanente e indispensével a sobrevivéncia dos individuos associados. Um exemplo de mutualismo obrigatério é a interacao de certas espécies de cupim com microrganismos ~ bactérias e protozoarios ~ que habitam o intestino desses insetos. (Os cupins alimentam-se de madeira, mas so incapazes de digerir seu principal componente, a celulose. A digestio desse carboidrato é realizada pelos microrganismos que vivem exclusivamente 1no tubo digestivo dos cupins. Outro exemplo de mutualismo obrigatério sao os liquens, formados pela associagao de certas espécies de algas verdes ou de bactérias fotossintetizantes com determinadas espécies de fungos. Por meio da fotossintese, a alga ou a bactéria produz matéria organice, utilizada também pelo fungo; este, por sua vez, & capaz de absorver do ambiente agua e nutrientes, que seus parceiros fotossintetizantes aproveitam. O liquen sobrevive em locais onde nenhuma das duas espécies que © formam poderia sobreviver isoladamente. Um terceiro exemplo de mutualismo obrigatério ¢a micorriza (do grego, mycos, fungo, erhizos, riz), associagdo entre determinados fungos ¢ raizes de plantas. As hifas dos fungos penetram nas raizes, das quais obtém carboidratos como a glicose e a sacarose. A planta, por sua vez, beneficia- -se da grande capacidade do fungo de absorver Agua e nutrientes minerais do solo. (Fig. 10.9) y 4 E | Figura 10.9 Exemplos de mutualsmo. A, Certas espécies de cupim, como a da foto (Zootermopsis ‘angusticolis), cujos adultos medem cerca de 1 cm de comprimento, abrigam em seu tubo digestivo bactérias e protozoérios flagelados. Ao lado, representacao esquemtica de protozoario do nero Trichorympha, que vive no intestino do cupim-de-madeira B, Liquens da espécie Lobaria scrobiculata sobre o tronco de uma arvore. Esse liquen atinge cerca de 10 cm de diametro. Aolado, representagSo esquematica da relagSo entre aalga verde e 0 fungo no liquen.C. Fotomicrografia de raizes de soja (Glycine max) envoltas por fungos formando micorizas. (Microscépio eletrénico de vatredura; aumento = 75%; cores artificial.) Aolado, epresentagao esquemitica da associago de lum fungo com as razes de uma planta. Esta recebe Agua e sais minerais que o fungo extrai do solo; 10 fungo utiliza substincias orgénicas produzidas pela planta. (Nas ilustragdes, os elementos foram representados fora de proporgao de tamanho entre sie com cores-fantasia.) Comensalismo e inqui Comensalismo 6 0 tipo de relacdo em que uma das espécies associadas ¢ beneficiada, enquan- to a outra nao tem nem prejuizos nem beneficios. 0 principal recurso buscado pelo comensal, como o nome sugere, ¢ alimento. Um exemplo conhecido de comensalismo & a associagao entre a rémora (ou peixe-piloto) e 0 tubardo. A rémora possui uma estrutura dorsal aderente comparavel a uma ventosa, com a qual se prende ao corpo do tubarao. Este proporciona transporte e restos de alimento para a rémora e parece ndo se importar com sua presenca. Arelaco entre abutres e animais carnivoros é um tipo de comensalismo. Os abutres acompa- nham os carnivoros a distancia, servindo-se dos restos desprezados da caca. (Fig. 10.10) Figura 10.10 Exemplos de comensalismo. A. Rémoras (Remora remora) “pegam carona" em um tubardo-limao (Negaprion brevirosti). (© tubardo-limao pode chegar a3 mde comprimerto, eas, rémoras, a 90 em. B. Abutres- -de-costas-brancas (Gyps africanus) s30 comensais habituais de felinos como os _guepardos (Acinonyx jubatus) € outros camivoros africanos. Os abutres eos guepardos rmedem, respectivamente, cerca de 80. cme 1,3 mde comprimento, “B 3 E E Hl q Inquilinismo é a relagdo em que uma espécie “inquilina” vive sobre ou mesmo dentro de uma espécie hospedeira, sem prejudicé-la. O principal recurso buscado pelo inquilino, como © nome sugere, é abrigo e moradia. Vérias espécies de orquideas, bromélias e samambaias vivem sobre outras plantas maiores, que Ihes server de suporte. Nesses casos, as espécies inquilinas s0 deno- minadas epifitas (do grego epi, sobre, e phytos, planta). A vantagem das epifitas em crescer sobre plantas altas 6 obter maior suprimento de luz para a fotossintese, principalmente no ambiente pouco iluminado do interior das florestas. (Fig. 10.11) ano pi, At 1d Ce Pant 8. cdo Mar, Cunha, SP, 2014) Oconceito de simbiose Em 1879, 0 bidlogo alemao Heinrich Anton de Bary (1831-1888) criou 0 termo simbiose (do grego syn, juntos, ¢ bios, vida) para designar associacées entre individuos de espécies diferentes com consequéncias vantajosas ou desvantajosas para pelo menos uma das partes. Segundo a definicao original, relacdes como inquilinismo, comensalismo, mutualismo e para- sitismo seriam casos de simbiose. No entanto, o termo simbiose tem sido utilizado muitas vezes como sindnimo de mutualismo e nao raro refere-se exclusivamente a mutualismo obrigatério. Além disso, alguns autores definem simbiose como uma associacao entre individuos de espécies diferentes, em que um vive dentro do outro ou sobre o outro. Por isso, alertamos para essas uti- lizag6es pouco criteriosas do termo simbiose. Resumo das relacées ecolégicas interespecificas Na tabela a seguir resumimos as relacées interespecificas estudadas neste capitulo. Os efeitos, da relacao entre os individuos das espécies relacionadas sao representados pelo sinal (-+) quando ha ganho ou vantagem, pelo sinal (—) quando ha perda ou desvantagem e pelo numero (0) quan- do nao ha vantagem nem desvantagem. Lembre-se de que esse critério visa apenas caracterizar a relacao em termos de perdas ou ganhos individuais. Como enfatizamos no capitulo, relacoes como a predacao, a competicao e o parasitismo, em que hé prejuizos para os individuos, podem trazer beneficios para as populacées, as comunidades e os ecossistemas. (Tab. 10.1) TTABELA 10.1 TIPOS BASICOS DE RELACOES ECOLOGICAS INTERESPECIFICAS efeitos sobre os indiduoepartiipantes Tpos de relasto Zi a Espéced EspéieB Competiao Interagbes tries ' Mutualisno ' Comensalsmo + Inqulinismo : ° E importante esclarecer também que nem sempre é fécil caracterizar as relacbes entre os seres vivos. Na verdade, tentamos utilizar determinados critérios légicos para facilitar o estudo, mas eles nem sempre correspondem a diversidade da natureza. Por exemplo, em certos casos & dificil estabelecer a diferenca entre inquilinismo e comensalismo. Certas espécies de peixe-palhaco encon- ‘tram abrigo e protecdo entre os tentaculos de anémonas-dlo-mar. Essa relacao seria caracterizada, em principio, como inquilinismo. Entretanto, se 0s peixes-palhaco se aproveitarem de restos da alimentagio da anémona, além de utilizé-la como abrigo, nao seria mais apropriado classificar a relacSo como comensalismo? Figura 10.11 No inqulinismo das plantas epiftas sobre arvores hospedeiras, 85 primelras obtém vantagens, mas. {as arvores no s80 prejudicadas. ‘Crescer sobre lugares mais elevados, principalmente em florestasfechadas, permite obter maior luminosidade para a realizagio da fotossintese. Na fotografia, bromélias na Mata ‘Atlantica (Parque Estadual da Serra Aproventeo sxerpte porn ecclbrerar acs vv podem patnar Go diversas raayooe ‘igumas © projdicads (meen ee 1. As interagées de varios tipos que ocorrem entre os seres vivos de uma comunidade biologica so genericamente denominadas: +.< a) biomes, b) comunidades climax. 4g relagdes ecolégicas. 4d) sucesso ecol6gica Nicho ecol6gico & 2» a) a parte da comunidade biolégica representada por seres vivos. b) oconjunto derelagdes de uma espécie no habitat. 0 local do bidtopo em que vive a espécie. 4) o mesmo que biocenose. 6) omesmo que habitat. 0 principio da exchisao competitiva de Gause refere-se a que relacao ecoldgica? 3.» a) Comensalismo, 1b) Competicdo interespecifica. ) Competicao intraespecifica 4) Mutualismo, €) Protocooperacao. “um pequeno passaro, conhecido por paliteiro, entra sem medo na boca do crocodilo do Rio Ganges, removendo sanguessugas e detritos das, gengivas do réptil. O crocodilo nao come o pas- saro e parece abrir a boca propositalmente para aatuagio da ave” De acordo com a descri¢do anterior, a relacio ecolégica entre o passaro e 0 crocodilo pode ser classificada como: 4.0 a) comensalismo. 1b) competicao interespecifica. 9 inquilinismo. 4) mutualismo facultative (protocooperacao). ¢) mutualismo obrigatério. ‘Térmitas so organismos que vivem em grandes Cidadelas construidas de barro, chamadas popu- larmente de “cupinzeiros”, Os individuos de um cupinzeiro repartem fungdes e todos cooperam para obem-estar do grupo. Qual das relacoes eco- ogicas melhor se aplica a associago que ocorre entre as térmitas? 5.¢ a) Colénia, b) Nicho ecolégico. 4) Protocooperacao. 4) Mutualismo, ¢) Sociedade. (eee 6. Certos insetos, entre os quais se destacam abe- z Ihas e vespas, visitam flores coletando pélen e néctar, utilizados como alimento para as col- meias. Ao visitar diversas flores durante seu tra- balho, os insetos transportam pélen de uma flor ara outra, atuando como agentes polinizadores ‘que auxiliam na reprodugao das plantas. Certas espécies de planta sao altamente adaptadas a determinadas espécies de inseto polinizador e dependem exclusivamente delas para se re- produzir. Em outras plantas, a polinizagao pode ser feita por diversas espécies de inseto e até ‘mesmo pelo vento, Como vocé classificaria tipo de interacdo entre os insetos polinizadores e as plantas por eles polinizadas? Considere, em sua anélise, tanto 0s casos em que o agente poliniza- dor é altamente especifico para a espécie vegetal, com alta interdependéncia, como os casos em que nao hé essa especificidade. ‘As aves conhecidas como pica-paus tém a lin- gua alongada com um gancho na ponta. Para se alimentar, eles introduzem esse érgo nas cavi- dades de troncos de arvores (essas cavidades sao causadas por larvas de insetos brocas),retirando dali larvas que hes servem de alimento. Sabendo que as brocas sio extremamente prejudiciais & saiide das plantas, classifique 0 tipo de relacao que existe entre: a) as brocas eas érvores onde elas vivem; b) os pica-paus e as brocas; 08 pica-paus e as arvores. Certas espécies de formigas cortam folhas, levam- -nas para 03 formigueiros enelas cultivam fungos especificos, dos quais se alimentam. Arelacaoen- ‘tre essas formigas e fungos éaltamente especifica ¢ interdependente: no poderiam viver uns sem os outros. Pesquise sobre essa relacio e elabore ‘um resumo com as informacoes mais relevantes. Algumas espécies de formigas defendem pulgdes de seus predadores naturais. Esse comportamento aparentemente inusitado tem uma explicacao: se devidamente estimulados, os pulgdes produzem gpticulas ricas em acticares extraidos da seiva vegetal, que servern de alimento as formigas. ‘Alguns cientistas denominam essa telacdo de esclavagismo, argumentando que formigas trans- formam pulgées em seus “escravos". Analisando essa relacao pelo aspecto da reciprocidade, como ela poderia ser classificada? Pesquise a respeitoe escreva suas consideracées no caderno. i i i i | acti, 14d Cg Fal 951046 19 908 Nama de naivisise Name de indion 10, A linguagem matemética éiitil em diversos ramos, da ciéncia. Apresentar variaveis em forma de srfico, por exemplo, facilita a andlise e a inter- pretago de muitos fendmenos. A seguir, em cada ‘um dos quadros identificados por um algarismo ‘romano, hé dois graficos: o da esquerda (1) repre- senta as curvas de crescimento de duas espécies quando separadas, e 0 da direita (2), quando elas esto juntas, Em todos os casos, as condigdes do meio so étimas para as espécies. Tan Nimerede naivane > > Nimero dendviuon —_ TS i J» 2 = 7 iL | i = a : : a4 F a3 i LAs jz 2 B aT a Qual dos quadros ~ 1, 11,1 ou IV ~ corresponde a cada relagio ecolégica mencionada a seguir? Justifique as escolhas em frases curtas, a) Comensalisme. _¢) Competicao. ») Predacéo. 4) Protocooperacio. Penn ene Questées objetivas 1. (UFC-CE) Uma espécie de anfibio apresenta fase larval aquética e onivora e fase adulta terrestre carnivora, Nessa frase, encontramos os concei- tosde 1.6 a) teia alimentar e hébitat, b) biocenose e pirémide de energia ¢) teia alimentar e nicho ecolégico, 4) ecossistema e biocenose. €) habitat e nicho ecolégico. 2. (Unifesp) A raflésia 6 uma planta asidtica que nao possui clorofila e apresenta a maior flor conhecida, chegando a 1,5 metro de diametro. 0 caule e a raiz, no entanto, so muito pequenos ficam ocultos no interior de outra planta em que a raflésia seinstala, absorvendo a agua e os nutrien- tes de que necesita. Quando suas floresse abrem, ‘exalam um forte odor decane em decomposi¢ao, que atrai muitas moscas em busca de alimento. ‘As moscas, ao detectarem o engano, sae da flor, mas logo pousam em outra, transportando e depositando no estigma desta os graos de pélen trazidos da primeira flor. O texto descreve duas interagdes biolégicas e um processo, que podem ser identificados, respectivamente, como 2.6 4) inquilinismo, mutualismo e polinizacio. b) inquilinismo, comensatismo e fecundacao. ¢) parasitismo, mutualismo e polinizagao. 4) parasitismo, comensalismo e fecundacio, ¢) parasitismo, comenselismo e polinizacio. Questées discursivas 3. (Fuvest-SP) a) Apesar de o predatismo ser descrito como uma interacao positiva para o predador e negetiva paraa presa, pode-se afirmar que os predadores, tém um efeito positivo sobre a populagio de presas, Explique como uma populacdo de pre- sas pode ser beneficiada por seus predadores. ») Alguns ecologistas consideram os herbivoros comedores de sementes como predadores das populacées de plantas que lhes fornecem. alimento. J6 os herbivoros que se alimentam. apenas de folhas so considerados parasitas das plantas que comem. Justifique essas clas- sificagies. 4. (UFRR)) Muitas leguminosas apresentam, em suas Taizes, nédulos causados por bactérias fixadoras de nitrogénio em células vegetais. a) Como denominamos essa relacio ecologica? b) Descreva o que ocorre nessa relacdo ecolégica, destacando as vantagens para os organismos envolvidos.

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