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MINISTERIO Ay oer REC CUCR ON Meme unert DY Ter mode a cee a ce cg aoe Cilia RECOMENDAGOES PARA 0 CONTROLE DA TUBERCULOSE eT PROFISSIONAIS Uae Ce ri] PA e Ane ‘Gy | \B\ J NG 2) ‘2 SUMARIO APRESENTACAO. ... 2.22.20. 000 0c cece eceee ee eee ec eceeeeeeeeeeeeeeeteteeeeaee 7 1 BUSCA ATIVA DE SINTOMATICO RESPIRATORIO (SR) . 1.1 Como fazer a busca ativa 2 PREVENCAO DA TUBERCULOSE . 2.1. Vacina BCG 2.2 Tratamento da Infecgado Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) 2.3 Quimioprofilaxia primaria 24 Controle de contatos .... 3 DIAGNOSTICO DA TUBERCULOSE 3.1 Baciloscopia 3.2 Teste Rapido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) . 3.3 Cultura, identificagao de espécies e teste de sensibilidade 3.4 Exames complementares .. 3.5 Diagnéstico de tuberculose em criangas . 4 TRATAMENTO DA TUBERCULOSE ........... 2.000... cece cece eee eee eee ee 29 4.1 Esquema de tratamento em adultos e adolescentes. 4.2 Esquema de tratamento para criangas. . . 4.3 Tratamento da tuberculose em gestante . 4.4 Tuberculose e HIV .. 4.5 Tuberculose e diabetes mellitus . 4.6 Tuberculose e hepatopatias 4.7 Tuberculose e nefropatias. . . EFEITOS ADVERSOS DOS MEDICAMENTOS DA TUBERCULOSE .................. 37 SEGUIMENTO DO TRATAMENTO TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO) : SISTEMA DE INFORMAGAO E NOTIFICAGAO ...........0.0seeeeeeeeeeeee need DEFINIGOES DE TERMOS .... 02.02.02... cee eeeeeceeeeeeeeeeeeeeeseeeneeed REFERENCIAS ... 02.22.0200. 0e cee cee cece ee eee eec eee ee eee ete ete etneteer eee’? AT waornan APRESENTACAO Este Guia Rapido foi elaborado especificamente para o profis- sional de satide que atende pessoas com suspeita de tubercu- lose (TB) ou com TB ativa, ou que trabalha na prevencao da TB, e tem como objetivo facilitar a assisténcia e o manejo clinico da tuberculose, de forma simples e objetiva. O Guia esta de acordo com 0 novo “Manual de Recomendagoes para o Controle da Tu- berculose no Brasil” (2? edigao atualizada), publicado em 2019. Detectar precocemente e tratar corretamente a TB, garantindo a qualidade do cuidado a pessoa, é um desafio para os servicos de satide. 0 facil acesso as informagdes que possam subsidiar a assisténcia e o manejo da TB fortalece a capacidade dos pro- fissionais de sade nas agGes para o enfrentamento da doenga. 1 BUSCA ATIVA DE SINTOMATICO RESPIRATORIO (SR) Atividade de satide publica orientada a identificar precocemente a pessoa com sintoma respiratorio. 0 Mycobacterium tuberculosis é transmitido por via aérea, quando a pes- soa com tuberculose, tanto pulmonar como laringea, tosse, fala ou espir- ra, eliminando bacilos no ambiente e infectando pessoas saudaveis. Sintomatico Respiratério (SR), na populagao geral, é a pessoa que apre- senta tosse por trés semanas ou mais. Em populagoes consideradas de alto risco, como pessoas vivendo com HIV, populagao privada de liberdade, populagado em situagdo de rua e povos indigenas, considerar tosse de qualquer tempo de duragao para a busca ativa. Fique atento! Tosse, febre ao entardecer, suor noturno, emagrecimento e cansago/fadi- ga, podem ser tuberculose. 1.1 Como fazer a busca ativa SS Cele ER eat RSTO SUC Se Clee R Ce ier RU ec oRe chem ie acne Cui te do motivo da procura. * Ofertar o exame de escarro e orientar os SR identificados quanto a coleta do TE Curl + Registrar as atividades nos instrumentos padronizados (Livro de Registro do Sintomatico Respiratério no Servigo de Satide). PSEC cna UO TERT CULY LUC RTO ek ere tex Cee LSS + Avaliar rotineiramente a atividade do servigo, por meio dos indicadores: pro- porgdo de SR examinados dentre os identificados; proporgao de bacilosco- ER TOM ieee comm cere OMe MUIR eric Observagao: para o controle de infeccao pelo M. tuberculosis nos servigos de satide, recomenda-se identificar a pessoa com tosse por tempo igual ou su- perior a duas semanas. Devem-se tomar medidas para organizar a consulta e exames laboratoriais, visando o rapido atendimento dessa pessoa e sua libera- gao do servico. 10 2 PREVENGAO DA TUBERCULOSE 2.1 Vacina BCG Avacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) previne especialmente as formas graves da doenga, como TB miliar e meningea. Esta indicada para criangas de 0 a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Recém-nascidos com peso 22 kg devem ser vacina- dos 0 mais precocemente possivel, logo apds o nascimento. Atengao: as criangas que nao apresentarem cicatriz vacinal nao devem ser revacinadas, independentemente do tempo transcorrido apés a vaci- nagao. Nao vacinar criangas com neoplasias malignas; em tratamento com corticos- teroides em dose elevada (equivalente a dose de prednisona de 2mg/kg/dia, para criangas até 10kg de peso, ou de 20mg/dia ou mais, para individuos acima de 10kg de peso) por periodo superior a duas semanas; ou em uso de outras terapias imunossupressoras. 2.2. Tratamento da Infec¢ao Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) Recomenda-se o tratamento da infeccao latente pelo M. tuberculosis (ILTB) para pessoas infectadas, identificadas por meio da prova tuberculinica (PT) ou Interfe- ron-Gamma Release Assays (IGRA), quando apresentam risco de desenvolver TB. Atengao: antes de efetuar o tratamento da ILTB deve-se: (a) afastar de- finitivamente a tuberculose ativa e (b) realizar a notificagao por meio da “Ficha de notificagao das pessoas em tratamento de ILTB”. 11 Sem PT e sem IGRA realizados 1. Recém-nascidos coabitantes de caso fonte confirmado por critério laboratorial Pessoas vivendo com HIV (PVHIV) contatos de TB pulmonar com confirmagao laboratorial PVHIV com contagem de células CD4+ menor ou igual a 350 cel/pL PVHIV com registro documental de ter tido PT 25mm ou IGRA positivo e nao submetidas ao tratamento da ILTB na ocasiao PVHIV com radiografia de térax com cicatriz radiolégica de TB, sem tratamento anterior para TB PT 25mm ou IGRA positivo 6. Contatos adultos e criangas, independentemente da vacinagao prévia com BCG PVHIV com CD4+ maior que 350 cel/L ou nao realizado Alteragoes radiolégicas fibroticas sugestivas de sequela de TB Individuos em uso de inibidores do TNF-a ou corticosteroides (>15mg de prednisona por mais de um més) . Individuos em pré-transplante de orgaos que farao terapia imunossupressora Fonte: Brasil, 2018. PT 210mm ou IGRA positivo 11. Silicose 12. Neoplasias de cabega e pescogo, linfomas e outras neoplasias hematoldgicas 13. Neoplasias em terapia imunossupressora 14. Insuficiéncia renal em didlise 15. Diabetes mellitus 16. Individuos com baixo peso (<85% do peso ideal) 17. Individuos tabagistas (>1 ma¢o/dia) 18. Individuos com calcificagao isolada (sem fibrose) na radiografia Conversao (2? PT com incremento de 10mm em relagao a 12 PT) 19. Individuos contatos de TB confirmada por critério laboratorial 20. Profissionais de satide 21. Trabalhadores de instituigdes de longa permanéncia Gestantes: postergar o tratamento da ILTB para depois do parto. Em gestante com infecgao pelo HIV, tratar a ILTB apés o terceiro més de gestagao. Proceder com radiografia de trax na gestante, com a devida protecao exigida para essa condigao, a fim de afastar sinais de TB ativa antes do inicio do tratamento. 2.2.1 Como tratar a ILTB 0 tratamento da ILTB reduz o risco de adoecimento por TB ativa, e é realizado, preferencialmente, com isoniazida, podendo ser indicado, em alguns casos, 0 uso de rifampicina ou rifapentina + isoniazida, conforme orientagao a seguir: Quadro 2 - Esquema de tratamento da ILTB Esquema de DO CL tratamento ELC ULC) a 270 doses | 9 meses’ + Esquema preferencial +5.a 10 mg/kg de peso até (exceto efeitos Isoniazida (H) | a dose maxima de 300 adversos graves mg/dia 180 doses | 6 meses’ com H, contatos de esistentes aH ou hepatopatas) *Individuos com Em adultos (210 anos): oe ce BY anos, . epatopatias, *10 mg/kg de peso, até contatos de a oe maxima de 600 pessoas com TB Rifampicina | mg/dia monorresistente 120 doses | 4meses? area ran (R) Em criangas (<10 anos): a i eitolerénca 7 aH. AResta +15 (10-20) mg/kg/dia de Ha peso até a dose maxima Sa de 600 mg por dia. nas VE Viern|uso) . de inibidores de protease ¢ integrase (continua) 13 Em adultos (>14 anos): *Isoniazida: 900 mg/ semana + Rifapentina: 900 mg/ semana Em criangas (s14 anos): *Todas as indicagoes Isoniazida: da ILTB, incluindo 10.15 kg, 300 mg/ PVHIV, sempre semana; sob tratamento Rifapentina | +16 a 23 kg, 500 mg/ diretamente + isoniazida® | semana; observado (TDO) (3HP) +24 a 30 kg, 600 mg/ em todas as doses. semana; Nao utilizar em +23 1kg, 700 mg/semana pessoas com Rifapentina: monorresistente a H 10.215 kg, 300 mg/ eintolerancia a H semana; +16 a 23 kg, 450 mg/ semana; +24 a 30 kg, 600 mg/ semana, +231 kg, 750 mg/semana Fonte: Adaptado de Brasil, 2019a; World Health Organization, 2020. Tee eC Pe Ronee ceo CO ses, de 6 a9 meses. 0 esquema de 270 doses protege mais do que o de 180 doses, por isso deve ser considerado, salvo em caso de problemas com a adesio ao tratamento. O mais importante & Oe sou CeO Ce Cuno Aree Oe ee rae a eee Cuca ee CEs Sine eee os 14 2.3 Quimioprofilaxia primaria Figura 1 - Fluxograma para prevengao da infeccao tuberculosa em recém-nascidos (RN) Recém-nascido coabitante de caso indice bacilifero' Iniciar QP primaria (H ou R) 3 meses depois, fazer PT mm PT <5bmm Suspender o tratamento e vacinar com BCG [ors Manter o tratamento por mais | trés meses (H) ou um més (R) e nao vacinar com BCG Fonte: Brasil, 2019a. ‘'Recém-nascido coabitante de caso fonte com baciloscopia positiva ou TRM-TB detectado. Atengao: caso o RN tenha sido inadvertidamente vacinado antes de ini- ciar a quimioprofilaxia (QP), recomenda-se o uso de H por seis meses, nao estando indicada a realizagao da PT. Deve-se avaliar individualmente a necessidade de revacinar 0 RN com BCG apds esse periodo, dado que aH é bactericida e pode interferir na resposta imune aos bacilos da BCG efetuada. 15 2.4 Controle de contatos Caso indice: é a pessoa inicialmente identificada com TB em um ambien- te em que outras pessoas possam ter sido expostas. E 0 individuo em torno do qual a avaliacao de contato é centrada, embora nem sempre cor- responda ao caso fonte (caso infectante). Caso fonte: é o caso infectante, nao necessariamente o primeiro caso identificado (caso indice). Contato: toda pessoa que foi exposta ao caso indice ou caso fonte, no mo- mento da descoberta do caso de tuberculose. Esse convivio pode ocorrer em casa, em ambientes de trabalho, em instituigdes de longa permanén- cia, em escolas, dentre outros. A avaliagdo do risco de infeccao deve ser individualizada, considerando a forma da doenga do caso indice, o am- biente e 0 tempo de exposigao (BRASIL, 2019a). Na avaliagao de contatos de casos indice com TB MDR (multidrogarre- sistente) ou TB XDR (extensivamente drogarresistente), comprovada ou suspeita, nao é recomendada a investigacao da ILTB; deve-se manter a avaliagao periddica por até dois anos, com atengao para o surgimento de sinais e sintomas de TB ativa. Figura 2 — Fluxograma para investigagao de contatos de TB em adultos e adolescentes — Crem ram) am ae niin | a prosseguir investigagao Com alteracao Sem alteragao Prosseguir com Tratar ILTB ainvestigagao Fonte: Brasil, 2019a. * Quando ha um incremento de pelo menos 10 mm em relacdo 4 PT anterior. Vale lembrar que a PT estimula a resposta imune a BCG realizada ao nascimento, por isso a necessidade desse ineremento na PT apés uma avaliagao inicial. 17 Figura 3 - Fluxograma para investigagao de contatos de TB em criangas (<10 anos) CaCO eee cs 2PT (prova tuberculinica) = 5 mm em criangas contato, independentemente da vacinago com BCG Quando ha um incremento de pelo menos 10 mm em relagao PT anterior. Vale lembrar que a PT esti- mula a resposta imune a BCG realizada ao nascimento, por isso a necessidade desse incremento na PT EEE On nar 3 DIAGNOSTICO DA TUBERCULOSE 3.1 Baciloscopia Indicagées: sintomatico respiratorio; suspeita clinica e/ou radiolégica de TB pulmonar ou laringea, independentemente do tempo da tosse; suspeita clinica de TB extrapulmonar; acompanhamento e controle mensal do tratamento. A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras: uma coleta- da no momento da identificagao da pessoa com sintoma respiratorio e outra amostra na manha do dia seguinte, preferencialmente ao despertar, indepen- dentemente do resultado da primeira amostra. Atencao: baciloscopia positiva e quadro clinico compativel com TB con- solidam o diagndéstico e fundamentam o inicio de tratamento da TB. 3.2 Teste Rapido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) Indicagées: diagnéstico de casos novos de TB pulmonar e extrapulmonar e na triagem de resisténcia a rifampicina nos casos de retratamento, de faléncia ao tratamento da TB ou de suspeita de resisténcia. Detecta o DNA do complexo M. tuberculosis (MTB) e de cepas resistentes a ri- fampicina. 0 teste apresenta o resultado em duas horas, necessitando somente de uma amostra de escarro. Atengao: o teste nado pode ser usado para acompanhamento dos casos, sendo necessaria a realizagao de baciloscopias de controle, exceto quan- do for utilizado para triagem da resisténcia a rifampicina em pessoas com suspeita de faléncia ao esquema basico. Amostras recomendadas: escarro; escarro induzido; lavado broncoalveolar; lavado gastrico; liquor; ganglios linfaticos (pungao ou macerado); macerados de tecido. 19 Todas “MTB nao detectado” Negativo PVHIV, criangas (<10 anos) @ pessoas com suspeita de TB extrapulmonar “MTB detectado tragos”, resisténcia a rifampicina nao avaliada Positivo para TB. Resisténcia a rifampicina nao avaliada por falta de material genético Populagao geral, profissionais de satide, populagao privada de liberdade, populagao em situagao de rua, populagao indigena e contatos de tuberculose drogarresistente (TB DR) “MTB detectado tragos”, resisténcia a rifampicina nao avaliada Inconclusivo, continuar a investigagao Todas MTB detectado, resisténcia a rifampicina indeterminada Positivo para TB. Resisténcia a rifampicina inconclusiva MTB detectado, resisténcia a rifampicina nao detectada Positivo para TB, sem resisténcia a rifampicina MTB detectado, resisténcia a rifampicina detectada Positivo para TB, com resisténcia a rifampicina CACC Sem resultado/ invalido/erro Inconclusivo Figura 4 - Algoritmo para o diagnéstico de casos novos' de tuberculose pulmonar e laringea em adultos e adolescentes, baseado no TRM-TB? Pessoa com suspeita de TB pulmonar Resultado: “MTB detectado”® Resultado: “MTB nao detectado” Pessoa cone | Mantém sintomas? Resistén Resisténcia a { Nao | Sit a rifampicina rifampicina nao detectada detectada Exeluir Continuar diagnéstico investigagao’ Realizar outro Realizar cultura + TS. de TB (cultura/TS) TRM-TB (com Iniciar tratamento nova amostra) + para TB com EB® cultura + TS‘ Encaminhar imediatamente para areferéncia terciaria® Fonte: CGDR/DCCI/SVS/MS. 'Casos novos na populagao geral, em profissionais de satide, em populacao privada de liberdade, em popula- go em situagao de rua, em populagdo indigena e em contatos de tuberculose drogarresistente. 2TRM-TB realizado no cartucho Xpert MTB/RIF Ultra. MTB detectado, exceto tragos. Para essa populagao especifica, o resultado tragos nao é confirmatério de TB e deve-se manter a investigagao, conforme avaliagao clinica. “TS: teste de sensibilidade as drogas em meio sélido ou liquido. Referéncia tercidria: ambulatério especializado em tratamento de tuberculose drogarresistente. A pessoa deve chegar & referéncia tercidria imediatamente. Nesse servigo, a avaliagao médica e a conduta ade- quada deverdo ser tomadas em até sete dias. 0 resultado da cultura com TS deverd ser encaminhado & referéncia tercidria S Iniciar o tratamento com esquema bésico: reavaliar o tratamento apés resultado da cultura com TS. *Continuar a investigagdo: investigar micobacteriose nao tuberculosa (MNT) e micoses sistémicas Legenda: EB = esquema basico; MTB = Mycobaterium tuberculosis, TB = tuberculose; TRM-TB = Teste Rapi- do Molecular para Tuberculose; TS = Teste de sensibilidade. 21 Figura 5 — Algoritmo para o diagnéstico de casos novos de tuberculose pulmonar e laringea em adultos e adolescentes vivendo com HIV, baseado no TRM-TB' Tae ae SUS BRR eC eRe Orie Ct LET amy TS: teste de sensibilidade as drogas em meio sdlido ou liquido, ® Referéncia tercidria: ambulatério especializado em tratamento de tuberculose drogarresistente, A pessoa deve chegar 8 referéncia tercidria imediatamente. Nesse servico, a avaliagao médica e a conduta adequada deverdo ser tomadas em até sete dias. 0 resultado da cultura com TS devera ser encaminhado & referéncia tercidria ‘Iniciar 0 tratamento com esquema bésico: reavaliaro tratamento apés resultado da cultura com TS. Seu R Neston mu ecres rater TU ucecseseues Legenda: EB = esquema basico; MTB = Mycobaterium tuberculosis, PVHIV = pessoa vivendo com HIV; TB = crn omnes CN Carat Nocera eit em Sener sialic ce Figura 6 - Algoritmo para avaliagao da resisténcia nos casos de retratamento de tuberculose, baseado no TRM-TB' Pessoa em retratamento Realizarbaciloscopia + TRM-TB + cultura + TS? Baciloscopia positiva” Baciloscopia positiva® Baciloscopia negativat Baciloscopia negativat +MTB detectado +MTB nio detectado +MTB ndo detectado + MTB detectado no TRM-TB_ no TRM-TB no TRM-TB no TRM-TB —— Pessoa Iniciar tratamento ‘Mantém sintomas? Resisténcia Resisténcia com TB para TB com EB a rifampicina Arifampicina Rever apés o resultado detectada nido detectada da cultura e TS (MNT) no TRM-TB_ ‘no TRM-TB Resisténcia TB improvavel. Continuar Encaminhar arifampicina a rifampicina Aguardar 0 investigagéo" imediatamente detectada no detectada resultado da Aguardar o resultado ‘no TRM-TB no TRM-TB cultura e TS da cultura e TS e-aguardar 0 resultado da cultura e TS Realizar outro TRM-TB (nova amostra). Encaminhar imediatamente para areferéncia tercidria’e aguardar ‘o resultado da cultura e TS Iniciar tratamento para TB com EBS. Rever otratamento apés resultado da cultura e TS Encaminhar para referéncia tercidriaimediatamente e aguardar o resultado da cultura e TS Fonte: CGDR/DCCI/SVS/MS 'TRM-TB realizado no cartucho Xpert MTB/RIF Ultra. ?TS: teste de sensibilidade as drogas em meio sdlido u Iiquido, ‘Baciloscopia positiva: pelo menos uma baciloscopia positiva, das duas realizadas. ‘Baciloscopia negativa: duas baciloscopias negativas. *Referéncia terciéria: ambulatério especializado em tratamento de tuberculose drogarresistente. A pessoa deve chegar & referéncia tercidria imediatamente. Nesse servico, a avaliagao médica e a conduta adequada deverdo ser tomadas em até sete dias. 0 resultado da cultura com TS deverd ser encaminhado & referéncia tercidria, “Iniciar 0 tratamento com esquema basico: reavaliar © tratamento apés resultado da cultura com TS. ‘Continuar a investigagao: investigar micobacteriose nao tuberculosa (MNT) e micoses sistémicas. ‘Referéncia secundaria: ambulatério com especialista em tuber- culose para casos especiais. A pessoa deve chegar & referéncia imediatamente. Nesse servico, a avaliagao médica e a conduta adequada deverdo ser tomadas em até sete dias. O resultado da cultura, a identificagao € 0 TS deverdo ser encaminhados ao servigo de referéncia Legenda: EB = esquema basico; MTB = Mycobaterium tuberculosis, TB = tuberculose; TRM-TB = Teste Rapido Molecular para Tuberculose; TS = Teste de sensibilidade. Observagao: as pessoas em retratamento possuem alto risco de resis- téncia, por isso um TRM-TB com resisténcia a rifampicina detectada é indicativo de TB resistente a rifampicina, nao havendo necessidade de repetigao do teste. 23 Pe tol + Locais com acesso ao TRM-TB: todo caso com diagnéstico de TB por meio CG deme (CM cre clMo Ue om RST (CUCM CC Cn CLM nao resisténcia a rifampicina; todo caso com suspeita de TB com TRM-TB nao detectado, com persisténcia do quadro clinico, deverd realizar cultura e TS. + Locais sem acesso ao TRM-TB: nessas situagées, o diagnéstico da doenca sera realizado por meio de baciloscopia. O resultado da cultura confirma o diagnéstico de infec« por micobactérias. 0 teste de sensibilidade (TS) detecta a resisténcia dos isolados de Myco- bacterium tuberculosis aos medicamentos utilizados no tratamento da TB. PEO CCR RCC he Deve ser solicitada para toda pessoa com suspeita clinica de TB pulmonar, de forma complementar aos exames laboratoriais. Diagnéstico histopatolégico E realizado para o diagnéstico das formas extrapulmonares ou nas formas pulmonares difusas de dificil diagnéstico. Lesao sugestiva de tuberculose é o granuloma com necrose caseosa. Nao se trata de uma lesdo patognoménica de tuberculose; porém, com clinica sugestiva, o tratamento pode ser indicado. a ETE ReneS EM Va aEEEVCUE ORME RTE CRU Sen (om Lele eo MUR RUE Le Ret Ie Teste para diagnéstico de HIV Realizar o teste para diagnéstico do HIV em todas as pessoas com tuberculose. Em caso de resultado positivo, encaminhar a pessoa para inicio oportuno da Pe eee) 1a 2 4 3.5 Diagnéstico de tuberculose em criangas 0 diagnéstico da TB pulmonar na infancia é baseado em uma combinagao de critérios clinicos e epidemioldgicos, associados a teste imunolégico nao espe- Cifico de infec¢ao pelo M. tuberculosis e a radiografia de torax. 0 exame radiografico do térax deve ser solicitado precocemente para to- das as criangas com presungao de TB e é de fundamental importancia no diagndstico da doenga. Pulmao saudavel Mycobocterum tuberculosis Pulmao com tuberculose (TB) 25 Febre ou sintomas como tosse, adinamia, expectoracao, emagrecimento e sudorese, por 2 ‘semanas ou mais 15 pontos Adenomegalia hilar ou padrao miliar e/ou Condensagao ou infiltrado (com ou sem escavacao) inalterado por 2 semanas ou mais e/ou Condensagao ou infiltrado (com ou sem escavacao) por 2 semanas ou mais, evoluindo com piora ou sem melhora com antibidticos para germes comuns, 15 pontos Proximo, nos Ultimos 2 anos 10 pontos PT entre 5-9mm 5 pontos PT 210mm 10 pontos Desnutrigdo grave (peso < percentil 10) 5 pontos (cor) 26 (coneluséo) Pere Laer) LET CTE PTO eT t or adulto com Pen eee tuberculose P Po Condensagao LaLa oe ou infiltrado de ha menos de Cee reod 2 semanas por menos de 2 semanas pont 5 pontos i Peso > Infecgao eesenalow PT<5mm . Tespiratoria era) 0 ponto percentil 10 com melhora 0 ponto Ee 0 ponto apés uso de Radiografia antibisticos normal para germes - 5 pontos comuns ou sem antibioticos - 10 pontos Interpretagao: 240 pontos (diagnéstico muito provavel) > recomenda- se iniciar o tratamento da tuberculose. 30 a 35 pontos (diagnéstico possivel) > indicativo de tuberculose; orienta-se iniciar o tratamento, a critério médico. $25 pontos (diagndéstico pouco provavel) > deve-se prosseguir com a investigagao na crianga. Devera ser feito diagndstico diferencial com outras doengas pulmonares, podendo ser empregados métodos complementares de diagnéstico, como baciloscopias e cultura de escarro induzido ou de lavado gastrico, broncoscopia, histopatolégico de pungées e outros exames de métodos rapidos. Fonte: Brasil, 2019a. Atengao: o resultado laboratorial no TRM-TB nao detectado em amostras clinicas de criangas nao descarta 0 diagnéstico de TB. 27 4 TRATAMENTO DA TUBERCULOSE A tuberculose é uma doenga curavel em praticamente todos os casos, obser- vando os principios basicos da terapia medicamentosa. Além disso, recomen- da-se a realizagao do tratamento diretamente observado (TDO) na Atengdo Primaria a Satide, Os medicamentos devem ser tomados em jejum, pela manha. Aguardar pelo menos uma hora antes de ingerir algum alimento. 4.1 Esquema de tratamento em adultos e adolescentes Quadro 5 - Esquema basico para o tratamento de tuberculose em adultos e adolescentes (>10 anos de idade) Esquema Faixa de peso Unidade/dose DTTETE Cy RHZE 20kg a 35kg 2 comprimidos 150/75/400/275mg |36kga50kg __|3 comprimidos fine (comprimido em dose |51kg a 70kg___|4 comprimidos intensiva) fixa combinada) Acima de 70kg_|5 comprimidos 1 comprimido de 300/150mg 20 a 35kg ‘ou 2 comprimidos de 150/75mg 1 comprimido de 300/1501 1 imid RH 36kg a50kg |e eee us 300/150mg comprimidos de 150/75mg__|4 meses ou 150/75mg omen ere (fase de imid de itengai Tea Se 51kga70kg ‘| 300/150mg ou 4 enue) comprimidos de150/75mg 2 comprimidos de . 300/150mg + 1 comprimido Acima de 70kg /4e 150/75mg ou 5 comprimidos de 150/75mg Fonte: Brasil, 2019a. Legenda: R = rifampicina; H = isoniazida; Z = pirazinamida; E = etambutol, Indicagées: casos novos de tuberculose ou retratamento (pessoas com recidiva e reingresso apés abandono, que apresentem doenga ativa) em adultos e adolescentes (210 anos de ida- de); e todas as apresentacdes clinicas (pulmonares e extrapulmonares), exceto a forma meningoencefalica e ostearticular. Quadro 6 - Esquema basico para o tratamento de TB meningoencefalica e osteoarticular em adultos e adolescentes (210 anos de idade) 20 kg a35 kg |2 comprimidos RHZE 36 kg a 50 kg |3 comprimidos 150/75/400/275 mg 2 meses (fase (comprimido em dose |51 kg a70kg |4 comprimidos intensiva) fixa combinada) acme 5 comprimidos 70 kg Pl 1 comprimido de 300/150 mg ook ou 2 comprimidos de 150/75 mg 1 comprimido de 300/150 mg + RH 36 kg a 50 kg |1 comprimido de 150/75 mg ou 300/150 mg 3 comprimidos de 150/75 mg | 10 meses ou 150/75 mg (fase de (comprimido em dose 51 kga70k 2 comprimidos de 300/150 mg | manutengao) fixa combinada) 9 3 \ou4 comprimidos de150/75 mg 2 comprimidos de 300/150 mg +1 comprimidos de 150/75 mg ou 5 comprimidos de 150/75 mg Acima de 70 kg 4.2 Esquema de tratamento para criangas Quadro 7 - Esquema basico para o tratamento de tuberculose pulmonar em criangas (<10 anos de idade) e com peso inferior a 25 kg Pay) Faixas de peso DEE Cale) Duragao do tratamento AaTkg 1 comprimido 8allkg 2 comprimidos . . RHZ 75/50/150 mg 2 meses (fase intensiva) 12a15kg 3 comprimidos 16a 24kg 4 comprimidos 4aTkg 1 comprimido Ball ke 2. comprimidos RH 75/50 mg g ip! a 4meses (fase de 12415 kg 3comprimidos —_| Manuten¢ao) 16a 24kg 4 comprimidos Fonte: Brasil, 2020. Legenda: R = rifampicina; H = isoniazida; Z = pirazinamida. 31 Quadro 8 - Esquema basico para o tratamento de tuberculose meningoencefalica ou osteoarticular em criangas (<10 anos de idade) e com peso inferior a 25 kg 4aTkg 8allkg 12a15kg 16.a24 kg AaTkg 8allkg 12a15kg 16.a24kg RHZ 75/50/150 mg RH 75/50 mg 1 comprimido 2 comprimidos 3 comprimidos 4 comprimidos 1 comprimido 2 comprimidos 3 comprimidos 4 comprimidos 2 meses (fase intensiva) 10 meses (fase de manutengao) Quadro 9 - Esquema basico para o tratamento de TB pulmonar em criangas (<10 anos de idade) e com peso igual ou superior a 25kg Peso da crianga 225kg 231kg 236kg 240 kg DTT tC) iu er mee mer mee Tae Re ee COTE CCM MIL Le aL) Rifampicina 450 500 600 600 600 Isoniazida 300, 300, 300| + 300/300) ~meses (fase intensiva) Pirazinamida’ 900 a 1.000 1.500} 1.500} 2.000 Rifampicina 450 500 600 600 600 | 4 meses _. (fase de lsoniazida 300 300 300 300 300 | manutengao) Fonte: Brasil, 2020. "Na faixa de peso de 25 a 35 kg, usar os comprimidos dispersiveis de pirazinamida 150 mg. Observagao: Para criangas com menos de 4kg, utilizar os medicamentos individualizados nas seguintes doses: R 15(10-20) mg/kg/dia, H 10 (7-15) mg/kg/dia e Z 35(30- 40) mg/kg/dia e 4 meses, R 15(10-20) mg/kg/dia, H 10(7-15) mg/kg/dia. 33 Quadro 10 - Esquema basico para o tratamento de tuberculose meningoencefalica ou osteoarticular em criangas (<10 anos de idade) e com peso igual ou superior a 25 kg Rifampicina lsoniazida Pirazinamida' Rifampicina lsoniazida 450 500 300 300 900 a 1.000 450 500 300 300 600 300 1.500 600 300 600 300 1.500 600 300 600 300 2.000 600 3 Ss S 2 meses (fase intensiva) 10 meses (fase de manutengao) 4.3 Tratamento da tuberculose em gestante O esquema basico da tuberculose pode ser administrado nas doses habituais para gestantes, associado a piridoxina (50mg/dia). Amamentagao: nao ha contraindicagdes 4 amamentagao. Recomenda-se que a mae faga uso de mascara cirdrgica ao amamentar e cuidar da crianga, enquanto apresentar baciloscopia positiva. 4.4 Tuberculose e HIV O tratamento nas pessoas com coinfecgao TB-HIV segue as mesmas recomen- dagées para a populagao geral. Atentar para as interagdes medicamentosas entre os farmacos da tuberculose e os antirretrovirais. A terapia antiretroviral deve ser iniciada oportunamente, durante o tratamento da TB; o tratamento da TB devera acontecer no mesmo servigo de seguimento do HIV, de forma com- partilhada com o servigo de Atengao Primaria a Satide. 4.5 Tuberculose e diabetes me/litus 0 tratamento da tuberculose segue as recomendagGes gerais. Atentar para a resposta bacterioldgica, que pode ser lenta, com aumento de recidivas e resis- téncia. E importante o controle adequado da diabetes: observar que a rifampici- na tem interagao com hipoglicemiantes orais. Em caso de resposta inadequada, avaliar a utilizago de insulina, durante uso da rifampicina. 35 4.6 Tuberculose e hepatopatias Alguns dos medicamentos anti-TB apresentam hepatotoxicidade, que pode ser potencializada pelas interagdes medicamentosas e o uso de doses acima das preconizadas. Pode ocorrer elevagao assintomatica dos niveis séricos das enzi- mas hepaticas (TGO/TGP), seguida de normalizagao espontanea, sem qualquer manifestagao clinica e sem necessidade de interrupgao ou alteragao do esque- Mma terapéutico. Na presenga de nauseas e vomitos, com TGO e TGP trés vezes superior ao valor da normalidade ou com enzimas hepaticas cinco vezes 0 valor da normalidade, mesmo sem sintomas, o tratamento deve ser interrompido. Encaminhar a pessoa a uma unidade de referéncia secundaria para avaliagao. 4.7 Tuberculose e nefropatias Nas pessoas com nefropatias, é necessario conhecer a taxa de depuragao de creatinina (clearance) antes de iniciar o esquema terapéutico. Quando o clea- rance for menor que 30 mL/min, ha necessidade de ajuste da dose dos medica- mentos etambutol e pirazinamida; a rifampicina e a isoniazida nao necessitam de ajuste. Esses casos devem ser encaminhados ao servigo de referéncia para acompanhamento clinico e laboratorial. Para pessoas em hemodidlise, os medicamentos da TB deverado ser tomados apds 0 procedimento, no mesmo dia; por isso, a unidade devera acompanhar os dias em que a pessoa realizar o tratamento da TB, pactuando o hordrio para realizagao do TDO. 36 5 EFEITOS ADVERSOS DOS MEDICAMENTOS DA TUBERCULOSE Efeitos adversos menores: nao ha necessidade de suspensao do esquema basi- co em uso e os usuarios podem permanecer em acompanhamento na Atencao Primaria a Sade. Quadro 11 - Reagdes adversas menores aos medicamentos do esquema basico iS Intolerncia digestiva (nausea e vémito) e epigastralgia WT) + Etambutol *Isoniazida CTC Reformular o horario da administragao dos medicamentos (duas horas apés 0 café da manha). Considerar o uso de medicagao sintomatica. Avaliar a fungao hepatica. Bret ra ecal +Rifampicina Orientar. avermelhada Fi *Isoniazida A A eee Prurido e exantema leve | | Rifampicina Medicar com anti-histaminico. . +lsoniazida Medicar com analgésicos ou anti- Dor articular Sarina F oF Fi +Pirazinamida inflamatérios nao hormonais. + Etambutol (incomum) Medicar com piridoxina (vitamina Neuropatia periférica B6) na dosagem de 50mg/ + Isoniazida (comum) dia e avaliar a evolucao. Orientar dieta hipopurinica e iperuricemi : I ” . Hiperuricemia (com Etamb\ il medicar com alopurinol ou ‘ou sem sintomas) +Pirazinamida rar or colchicina, se necessério. Cefaleia e mudanca de comportamento (euforia, insénia, +Isoniazida Orientar. depressao leve, ansiedade e sonoléncia) *Isoniazida A 5 Pe Febre

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