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PRIMEIROS

SOCORROS
BÁSICOS
OBJECTIVOS
• Reconhecer a importância dos primeiros
socorros em caso de acidente ou doença súbita
a bordo.
• Identificar genericamente a estrutura do corpo
humano.
• Proceder ao exame da vítima através dos sinais
e sintomas e de uma avaliação sistematizada.
• Definir as prioridades de socorro.
SUMÁRIO
• Princípios gerais de socorrismo
– Papel do socorrista
– Perfil do socorrista
– Activação do SEM
• Estrutura do corpo humano
• Exame da vítima
– Exame Primário
– Exame Secundário
• Exame Físico da Vítima
– Avaliação Continuada

• Sintoma e Sinal
• Interrogatório da Vítima e Mirones
PRIMEIROS SOCORROS

• São os cuidados imediatos prestados a


uma pessoa cujo estado físico coloca em
perigo a sua vida ou a sua saúde, com o
fim de manter as suas funções vitais e
evitar o deteriorar da sua condição, até
que receba assistência médica
especializada.
PRINCÍPIOS GERAIS DO
SOCORRISMO

• Os princípios gerais do
socorrismo assentam:
–Prevenir
–Alertar
–Socorrer
PREVENIR
• A primeira regra em primeiros socorros apela à prevenção
secundária e visa afastar o perigo da vítima ou vice-versa, de
forma a evitar o agravamento do acidente ou mesmo que o
próprio socorrista se torne, também ele, uma vítima. Para
isso há que:
– avaliar a segurança do local do sinistro: em primeiro lugar o
socorrista deve proteger-se do perigo sinalizando o acidente e
fazer uso de equipamento de protecção individual (luvas e
máscara de protecção facial e bata);
– avaliar o estado de saúde da(s) vítima(s), averiguando a
gravidade das lesões
– definir um plano de intervenção.
ALERTAR
• Um aviso rápido aos serviços que prestam socorro (Ligar 112) será
o mediador fundamental de uma assistência nutrida de meios mais
seguros e adequados ao tipo de situação.
• Alertar e pedir ajuda, aparentemente uma tarefa simples, pode não
se considerar assim se referirmos as informações que devem ser
dadas quando o mesmo se realiza:
– Localização exacta da ocorrência e contacto de onde se liga
– Tipo de ocorrência (doença aguda, acidente de viação, queda)
– Número de vítimas e seu estado
– Idade da(s) vítima(s)
– Factores agravantes (explosão, incêndio, acidentes eléctricos,...)
SOCORRER
• Socorrer inclui o estabelecimento de um plano de actuação e
socorrer a(s) vítima(s). As duas etapas principais são:
– Exame da vítima
– Prestação de primeiros socorros à(s) vítima(s) dependendo da
situação (socorro prioritário ou secundário).
• Estes dois aspectos apenas se concretizarão caso o
socorrista tenha algumas noções que orientem a sua acção.
• Será necessário manter a vigilância da vítima pois pode
alterar-se e levar a uma situação de socorro prioritário.
PAPEL DO SOCORRISTA

• Ser socorrista consiste antes de tudo, em saber prestar auxílio


eficazmente e evitar o agravamento da vítima, no local dos
acontecimentos até à chegada de ajuda especializada e, se
necessário, durante o transporte a uma unidade hospitalar.
• Ser socorrista traduz um papel primordial, limitado e temporal:
– Primordial porque deverá manter o “sangue frio”, desenvolver
atempadamente os Primeiros Socorros, estabilizando o estado da
vítima até à chegada de ajuda diferenciada, dar a necessária ajuda
psicológica e impedir qualquer comportamento nefasto de eventuais
mirones.
– Limitado e temporal porque o socorrista intervém graças aos seus
conhecimentos, à sua técnica e aos recursos que dispõe no local.
PERFIL DO SOCORRISTA

• O perfil do socorrista como pessoa assenta em 3


características:
1. Ser perspicaz
2. Ser neutro
3. Ter calma, paciência e cortesia
• Em termos profissionais deverá ter:
– Coordenação motora
– Destreza manual e física no transporte
– Habilidade para dar e receber instruções e orientações verbais
e não escrita.
10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA
1. Mantenha a calma.

2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando presta


socorro: Você é a prioridade (o socorrista). Depois a sua equipe
(incluindo os mirones). E por último e nem menos importante, a
vítima. Isso parece ser contraditório à primeira vista, mas tem o intuito
básico de não gerar novas vítimas.

3. Ao prestar socorro, é fundamental ligar à assistência pré-hospital de


imediato ao chegar ao local do acidente.

4. Verifique sempre se há riscos no local, para você e sua equipe, antes


de agir no acidente.

5. Mantenha sempre o bom senso.


10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA
6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os
curiosos.

7. Distribua tarefas, assim os mirones que poderiam atrapalhar ajudarão


e sentirão-se mais úteis.

8. Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, com


pressa).

9. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior


risco de vida como, por exemplo, vítimas em paragem cardio-
respiratória ou que estejam com hemorragias.

10. Seja socorrista e não herói (lembre-se do 2º mandamento).


ACTIVAÇÃO DOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA
MÉDICA – ESPECIFICIDADES NO MAR OU
ORLA MARÍTIMA

• Alerta local na embarcação (plano de emergência


interno)
• Ligar 112 (ou frequência de rádio) e alertar os
serviços portuários mais próximos
– Encaminhamento CODU–Mar
– Activação dos mecanismos de emergência necessário à
situação ou orientações telefónicas para o local
• Corveta da Marinha
• Helicóptero da Força Aérea
FASES DO SOCORRO

• Detecção – Acidente / Doença


• Alerta – 112
• Pré-Socorro – Actuação do socorrista
• Socorro – Actuação das equipas profissionais
• Transporte – Transporte da vítima para um
centro especializado
• Tratamento Hospitalar
Em caso de doença súbita ou acidente ligue 112.

A sua colaboração é fundamental:

Faculte toda a informação que lhe for solicitada, para permitir um rápido e
eficaz socorro às vítimas. Informe, de forma simples e clara:

-O tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.);

-O número de telefone do qual está a ligar;

-A localização exacta e, sempre que possível, com indicação pontos de referência;

-O número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro;

-As queixas principais e as alterações que observa;

-A existência de qualquer situação que exija outros meios para o local, por exemplo,
libertação de gases, perigo de incêndio, etc.

Desligue o telefone apenas quando o operador indicar.


ESTRUTURA DO CORPO
HUMANO
ESTRUTURA DO CORPO
HUMANO
Sistema Nervoso Sistema Cardiocirculatório Sistema Respiratório
ESTRUTURA DO CORPO
HUMANO
Sistema Muscular Sistema Esquelético Sistema Tegumentar
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO
• O socorrista quando não presenciou situações de
trauma ou problemas decorrentes de patologias clínicas
deve inteirar-se da situação através do conhecimento
de:
– Avaliação da situação através da observação ou das
informações da vítima ou testemunhas;
– Causas das lesões para descobrir a extensão dos danos físicos
possíveis;
– Antecedentes médicos da vítima.
• NOTAS:
– Movimente a vítima somente em caso de perigo e após avaliação completa.
– Qualquer movimento poderá agravar lesões.
EXAME PRIMÁRIO
Exame rapido á vitima á procura de lesões que compromentam a sua
vida

Obedece a uma sequencia padronizada:

A- Via aérea
B- Respiração e Ventilação
C- Circulação
D- Exame neurologico
E- Exposição da vítima
AVALIAR GRAU DE
CONSCIÊNCIA
• O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado
mais seguro na avaliação do sistema nervoso central.
• Normalmente, uma pessoa está alerta, orientada e
responde aos estímulos verbais e físicos. Qualquer
alteração deste estado pode ser indicativo de doença ou
trauma.
• Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão
mental por embriaguez, até coma profundo, como
resultado de uma lesão craniana ou envenenamento.
VERIFICAR RESPOSTA
• Depois de assegurar as condições de
segurança do local deve aproximar-se da vítima
e avaliar a resposta: “Está bem? Sente-se
bem?”, enquanto estimula suavemente os
ombros.
• Se a vítima responde, deixe-a na posição em
que a encontrou e avalie a ocorrência e a
vítima.
• Se a vítima não responde, grite por ajuda! Não
abandone a vítima e prossiga com a avaliação.
AVALIAR GRAU DE
CONSCIÊNCIA

• Abanar levemente a vítima,


ao nível dos ombros.
• Falar com a vítima,
questionando-a: “Está a
ouvir-me? Está a sentir-se
bem?”
Avaliar A Via Aérea
Relaciona-se com a avaliação do estado de consciência porque:

Se a vitima tem resposta verbal, então não tem a via aérea obstruída

Agitação, cainose e respiração ruidosa Sinais de via aérea obstruida

Principais causas de obstrução da via aérea

Queda da língua
Presença de corpos estranhos, sangue e restos alimentares
Fracturas da Face
Traumatismos cervicais
A – Desobstrução das vias aéreas
Pode ocorrer obstrução da via aérea por
Vitima inconsciente
relaxamento dos musculos da orofaringe

Permeabilização da via aérea


- Exponha o tórax da vítima desapertando a roupa;
– Verifique se existem corpos estranhos dentro da
boca (comida, próteses dentárias soltas,
secreções).
Deve removê-las se as visualizar;
– Efectue simultaneamente a extensão da cabeça e
a elevação do queixo colocando a palma da mão
na testa da vítima e os dedos indicador e médio
da outra mão no bordo do maxilar inferior.
A – Desobstrução das vias aéreas
Quando suspeitamos de lesões da coluna cervical:

Não fazemos a extensão da cabeça

Permeabilização das vias aéreas


com sub-luxação da mandibula
-Identifique o ângulo da mandíbula coloque os
dedos indicadores por trás do ângulo da
mandíbula e faça pressão para cima e para a
frente, de forma a provocar a deslocação do
maxilar inferior para a frente;

-Com os polegares desloque o queixo


ligeiramente para baixo de forma a manter a
boca aberta.
POSIÇÃO LATERAL DE
SEGURANÇA
• Se a vítima estiver inconsciente, mas respirar devemos
colocá-la em PLS para evitar a obstrução das vias
aéreas e promover a ventilação.
• No final da sua execução, deve garantir a estabilidade
da vítima, evitar a flexão lateral da região cervical,
permitir uma boa observação e acesso à via aérea,
manter uma boa drenagem de fluidos pela boca e uma
boa patência da via aérea, permitindo uma boa
distensibilidade pulmonar.
POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA
• Ajoelhar-se ao lado da vítima com um dos joelhos ao nível da linha inter-
mamilar e o outro ao nível da linha umbilical;
• Colocar a cabeça da vítima voltada para si e em hiperextensão;
• Colocar o braço mais próximo do socorrista afastado do corpo da vítima e
flectido a um ângulo de 90º. Colocar o outro braço também flectido com o
dorso da mão voltado para a face da vítima;
• Colocar as sua mãos ao nível do ombro e da face posterior do joelho mãos
afastado da vítima e após estabilizar o seu corpo deve puxar suavemente
nestes pontos até rodar a vítima para junto ao seu corpo;
• Verificar a posição da cabeça e apoiar o joelho superior no chão.
• Manter vigilância do estado da vítima.
B – Verificar a respiração
AVALIAR A FUNÇÃO VENTILATÓRIA

O que pode provocar alteração da ventilação?

1- Obstrução das vias aéreas

2- Alterações da mecânica ventilatória

3- Depressão do sistema nervoso central

Uma frequência respiratória elevada pode


indicar falta de ar
AVALIAR A FUNÇÃO
VENTILATÓRIA
• Aproxime-se para escutar a boca e o
nariz do acidentado, verificando
também os movimentos
característicos de tórax e abdómen.
– Ver – movimentos do tórax e
abdómen
– Ouvir – ar a entrar e sair das vias
aéreas
– Sentir – ar expirado da vítima
DURANTE 10 segundos
B – Verificar a respiração
• Aproxime-se para escutar a boca e o nariz do
acidentado, verificando também os
movimentos característicos de tórax e
abdómen durante 10 segundos.
• Se a vítima respirar deve ser colocada em
PLS.
• Se a vítima não respirar devemos pedir ajuda
e iniciar imediatamente manobras de SBV.
– Nas situações de afogamento, intoxicação e trauma
deve prosseguir durante 1 minuto com as manobras
de SBV e só depois pedir ajuda.
B – Verificar a respiração
Para executar a ventilação com ar expirado:
– Cabeça da vítima em extensão e o queixo elevado, a palma de
uma mão na testa da vítima e os dedos indicador e médio da
outra mão no bordo do maxilar inferior;
– Tape o nariz da vítima pinçando-o entre os dedos polegar e
indicador da mão que está na testa;
– Manter a extensão da cabeça e a elevação do queixo, sem
fechar a boca da vítima;
– Inspire profundamente e coloque os lábios à volta da boca da
vítima, certificando-se que não há fuga de ar;
– Sopre lentamente (durante 1 segundo) para o interior da boca
da vítima, observando simultaneamente a expansão do tórax;
– Afaste a sua boca da boca da vítima. Manter a posição da
cabeça da vítima, para permitir a saída do ar;
– Espere cerca de 4 segundos (expiração passiva) e repita o
procedimento de insuflação de ar.
B – Verificar a respiração
• Se não conseguir insuflar deve:
– Verificar novamente se não existem corpos estranhos visíveis
na boca e removê-los;
– Confirmar a correcta permeabilização da via aérea
reposicionando a cabeça se necessário;
– Tentar insuflar de novo;
– Fazer até 5 tentativas para conseguir 2 insuflações eficazes;
• Se após 5 tentativas não conseguir insuflações eficazes
passe ao passo seguinte: Pesquisa de sinais de
circulação C.
C- Verificar a função circulatória

O que é o pulso? Onda de sangue gerada pelo batimento


cardiaco e propagada ao longo das arterias

Valores normais de batimentos num adulto?

60 a 100 batimentos por minuto


AVALIAR FUNÇÃO
CIRCULATÓRIA
• Em situações de emergência
pesquisa-se preferencialmente o
pulso carotídeo, que é mais fiável por
ser uma artéria mais central.
• Colocar-se num dos lados da vítima
encontrar a cartilagem cricóide
(“maçã de Adão”) na região anterior
do pescoço e colocar 2 dedos no
lado proximal e sentir nos dedos o
pulsar do sangue.
C – Verificar sinais de circulação

• A pesquisa de pulso fornece importantes informações


sobre a vítima. Se o pulso está fraco e a pele pálida, por
exemplo, com os lábios arroxeados, pode ser sinal de
estado de choque, se não houver pulso, provavelmente
pode ser um sinal de paragem cardio-respiratória.

• O pulso pode ser pesquisado na carótida ou na


artéria radial
C – Verificar sinais de circulação

• Para pesquisar sinais que traduzem a presença


de circulação deve, em simultâneo:
– Manter a permeabilidade da via aérea;
– Pesquisar se a vítima respira normalmente
efectuando o VOS;
– Procurar a existência de movimentos;
– Observar se a vítima tosse.
Durante 10 segundos
C – Verificar sinais de circulação
• Se a vítima não ventila, mas tem sinais de circulação é
necessário manter a ventilação com ar expirado
efectuando 10 insuflações/minuto.
• Pesquisar novamente a existência de sinais de
circulação a cada 2 minutos.
• Se em alguma altura detectar respiração espontânea
mas a vítima se mantiver inconsciente, deverá colocá-la
em posição lateral de segurança.
C – Verificar sinais de circulação
• Se a vítima não apresenta qualquer sinal de circulação deve
iniciar-se imediatamente as compressões torácicas
externas.
• A vítima deve estar em decúbito dorsal sobre uma
superfície rígida com a cabeça no mesmo plano do resto do
corpo e deve ajoelhe-se lateralmente junto da vítima
fazendo os seguintes passos:
– Colocar palma da mão no meio do tórax
– Colocar a outra mão por cima da primeira
– Entrecruzar os dedos e elevá-los
– Comprimir o tórax a um ritmo de 100/minuto e provocando uma
depressão do tórax de 4-5 cm
– Alternar com outro socorrista ao final de 5 ciclos.
• Deve contar-se em voz alta de forma a conseguir manter
um ritmo adequado
D – Verificar o estado de consciência
Uma rapida avaliação do estado neurólogico deve determinar:

Nivel de consciência e reactividade das pupilas

Utiliza-se o método AVDI A- Alerta


V- Resposta ao estimulo verbal
D- Resposta a estimulo doloroso
I- Não responde a estimulos
E- Exposição da Vítima

Para facilitar o exame completo e a determinação de lesões


que podem comprometer a vida da vítima, esta deve estar
despida ou exposta

As roupas devem ser cortadas antes de serem retiradas


para evitar movimentos bruscos e mobilização de fracturas

Providênciar
Hipotermia aquecimento
EXAME SECUNDÁRIO
• Após a avaliação primária, que deve ser feita rapidamente e repetidas
vezes para manter os sinais vitais, um exame secundário irá informar-nos
sobre a extensão dos ferimentos, a perda de sangue, as fracturas e outras
lesões.
• Compreende:
– Observação da face
• Pele
• Pupilas
• Pesquisa de hemorragias nos orifício naturais
– Observação do corpo ( cabeça  pés )
• Feridas, fracturas, outros traumatismos
• Reacção a estímulos, capacidade de movimento
• Pontos de deformidade e/ou dor
COLORAÇÃO DA PELE
Coloração da pele Tem a ver com a presença de sangue circulante nos vasos
subcutâneos

Podemos encontrar:

Pele palida, branca, Cor avermelhada, em vitimas de


Cor azulada em insolação, alergias, hipertensão
sinal de choque ou vitimas de obstrução
enfarte agudo do arterial e envenenamento por
da via aérea e monoxido de carbono
miocardio insuficiência cardiaca
PUPILAS
• As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem
contornos regulares.
• Pupilas contraídas (mióticas) podem ser encontradas nas vítimas
viciadas em drogas. As pupilas dilatadas (midríacas) indicam um
estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação
ocorre rapidamente após uma paragem cardíaca.
• As pupilas desiguais (anisocóricas) são geralmente encontradas
nas vítimas com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral.
Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem
à luz.
ORIFÍCIOS NATURAIS
• Os orifícios naturais que se encontram na
face são as narinas, boca e canal auditivo.
• A observação destes locais quanto à
existência de sangue ou líquido incolor são
importantes indicadores de lesões locais ou
do sistema nervoso central (cérebro).
CAPACIDADE DE
MOVIMENTAÇÃO
• A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é
conhecida como paralisia e pode ser o resultado de uma doença ou
traumatismo.
• A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após
um acidente, pode ser indicativo de uma lesão da medula espinhal,
na altura do pescoço (coluna cervical).
• A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores,
pode indicar uma lesão medular abaixo do pescoço.
• A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer
como resultado de uma hemorragia ou coágulo intra-encefálico
(acidente vascular cerebral).
REACÇÃO À DOR
• A reacção à dor só deve ser utilizada para ver o nível de
consciência se o socorrista dominar a Escala de Glasgow.
• Caso contrário deve ser utilizada para detectar a perda do
movimento voluntário das extremidades, após uma lesão,
geralmente é acompanhada também de perda da
sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é
mantido, e a vítima queixa-se apenas de perda da
sensibilidade ou dormência nas extremidades. É
extremamente importante que este facto seja reconhecido
como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de
forma que a manipulação do acidentado não agrave o trauma
inicial.
EXAME FÍSICO DA VÍTIMA
• A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser
realizada pelo socorrista em cerca de 2 a 3 minutos. O exame
completo não necessita de ser realizado em todas as vítimas.
Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que
sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências
médicas evidentes.
• Regras a atender na realização do exame da vítima:
– Mover o mínimo possível a vítima
– Começar o exame pela cabeça
– Comparar sempre os dois lados do corpo da vítima
– Usar todos os sentidos
EXAME FÍSICO DA VÍTIMA

• A colheita dos dados deve assentar em 3 fontes


de informação:
– História – Narração de como o acidente aconteceu;
– Sintomas – São as sensações que o sinistrado
experimenta e descreve (ex. dor);
– Sinais – São os pormenores que o socorrista terá de
detectar através dos seus sentidos (ex.
hemorragias).
COMO REALIZAR UM EXAME

• CABEÇA

Procura de corpos estranhos

Verificação da ventilação
COMO REALIZAR UM EXAME

• CABEÇA
Exame dos olhos
Exame do nariz

Verificação do crânio
Verificação dos ouvidos
COMO REALIZAR UM EXAME

Exame do pescoço

Exame da coluna
COMO REALIZAR UM EXAME

Exame das clavículas

Exame das costelas


COMO REALIZAR UM EXAME

Verificação das ancas

Verificação dos
Tornozelos
Exame dos joelhos
SINTOMAS

• Dor • Fraqueza
• Tonturas • Perda temporária de
• Desmaio consciência
• Frio • Perda de memória
• Calor • Sensação de osso partido
• Sede • Perda de movimento normal
• Náusea • Perda de sensibilidade
SINAIS

• VISÃO • VISÃO
– Ventilação – Deformidade
– Hemorragia (tipo e – Hematomas
volume) – Reflexos
– Feridas – Reacções ao toque e ao
– Corpos estranhos som
– Coloração da face – Incontinência
– Edema – Marcas de picada de
agulha
SINAIS
• TACTO • OLFACTO
– Sensação de – Combustão (fumo)
humidade – Gás
– Temperatura – Álcool
– Pulsação
• AUDIÇÃO
– Edema
– Respiração
– Deformidade
– Gemidos
– Irregularidade
– Crepitação
– Dorido
PISTAS EXTERNAS

• VÍTIMA INCONSCIENTE
– Devem ser inspeccionados (se possível em presença
de uma testemunha):
• Os bolsos
• A carteira
• A pasta

Por vezes a sua situação


vem descrita num pequeno
papel, medalhão, etc...
INTERROGATÓRIO DA VÍTIMA E
AOS MIRONES
• O interrogatório da vítima e aos mirones
podem complementar a informação obtida
pelo exame físico à vítima. Este deve
contemplar a resposta às seguintes
questões:
– O quê?
– Como?
– Quando?
AVALIAÇÃO CONTINUADA

• A avaliação continuada é realizada periodicamente


até chegada de ajuda diferenciada ou durante o
transporte da vítima, devendo o socorrista reavaliar
constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do
paciente.
• Quando a vítima deixar de estar sob os seus
cuidados, deve transmitir todos os cuidados
prestados e sinais e sintomas observados assim
como a história.
TIPOLOGIA DO SOCORRO
• Socorro prioritário ou essencial são aquelas situações
que colocam em risco a vida da vítima e que necessitam
de uma assistência imediata para manutenção das
funções vitais.
• Socorro secundário são situações que carecem de
socorro, mas que no imediato não colocam em risco de
vida a vítima. Contudo, não podem ser menosprezadas
porque a qualquer momento podem tornar-se numa
situação de socorro prioritário.
TIPOLOGIA DO SOCORRO
• Socorro prioritário ao • Socorro secundário
essencial – Feridas
– Obstrução da VA – Queimaduras
– Paragem cardio-respiratória – Insolação/Golpe de calor
– Estado de choque – Hipotermia
– Hemorragia – Lesões das articulações,
– Enfarte agudo do miocárdio músculos e ossos
– Intoxicação – Epilepsia
– Afogamento – Coma hiperglicémico
– Acidente vascular cerebral
– Outras situações
ALGORITMO DE SUPORTE IMEDIATO DE VIDA

Localização e ocorrência
Idade e estado da vítima
VÍTIMA / SITUAÇÃO
Factores agravantes
SEGURANÇA
CONSCIENTE?

SIM NÃO 1º PEDIDO DE AJUDA


Inteira-se da situação RESPIRA?
Exame Físico da vítima

SIM NÃO 2º PEDIDO DE AJUDA

PLS VOS
10 segundos

ABC
A Permeabilizar a via aérea (abrir a boca e extensão da
cabeça e elevação do queixo)

B Assegurar respiração (2 ventilações eficazes)


C Avaliar sinais de circulação (respiração normal, tosse
ou movimentos e pesquise pulso durante 10 segundos)

SIM NÃO
Manter ventilação ao ritmo de 10 Iniciar compressões torácicas ao ritmo de
insuflações/minuto 100/minuto (30:2)

Reavaliar sinais de circulação a cada 5


ciclos (2 minutos)

Chegada de ajuda diferenciada


Transmissão de Informação

Transporte da vítima
TÉCNICAS DE PERMEABILIZAÇÃO
DA VA COM ADJUVANTES

• Os adjuvantes de permeabilização da VA são


úteis para manter a VA permeável, mas, no
entanto, não substituem a manutenção do
posicionamento da cabeça em extensão e
elevação do queixo.
• Via aérea orofaríngea conseguida através da
aplicação do Tubo de Mayo ou Guedel através
da boca.
Tubo Orofaríngeo
• Se o tubo nasofaríngeo não for
correctamente introduzido a língua pode
ser empurrada para trás, agravando a
obstrução em vez de a aliviar.
• Só deve ser utilizado em vítimas
inconscientes, pois se a vítima tiver
reflexos a nível da faringe a introdução do
tubo orofaríngeo pode induzir o vómito ou
provocar espasmo laríngeo, agravando a
via respiratória.
Técnica de Introdução do Tubo
Orofaríngeo
• Abrir a boca e verificar se não existem corpos
estranhos que possam ser empurrados para a
faringe durante a introdução do tubo;
• Se forem visíveis retirá-los previamente à
inserção do tubo;
• Introduzir o tubo de Guedell na cavidade oral
em posição invertida, isto é, com a curvatura
virada para o palato duro (“céu da boca”);
• Introduzir até passar o palato duro e então rodá-
lo 180º, de forma a que a curvatura fique virada
para a língua, continuar a empurrar em direcção
à faringe.
Técnica de Introdução do Tubo
Orofaríngeo
• Se a qualquer momento sentir que a
vítima reage à introdução do tubo, por
exemplo tossindo, deve retirá-lo.
• Após a colocação do Tubo de Guedell
deve ser confirmada de novo a
permeabilidade da VA, efectuando o VOS.
Aspiração de Secreções
• Nas situações de obstrução parcial da VA por fluído –
vómito, sangue ou secreções é necessário proceder à
aspiração da cavidade oral e da orofaringe, utilizando
para tal o aspirador de secreções, de forma a manter a
permeabilidade da VA.
• A aspiração da cavidade oral pode ser feita com uma
sonda rígida, geralmente de maior calibre que as sondas
flexíveis, essencial para aspirar conteúdo alimentar
espesso.
Aspiração de Secreções
• Quando a vítima já tem uma via orofaríngea colocada e
é necessário a aspiração, para além da aspiração da
cavidade oral pode ser necessário também aspirar o
seu interior e através dele até às vias respiratórias
inferiores, de forma a manter a permeabilidade da VA e
melhorar as trocas gasosas.
• A aspiração de secreções deve ser feita de forma
cuidada para não causar traumatismos da mucosa da
cavidade oral ou da faringe. A sonda deve ser
introduzida sem estar em aspiração e ser retirada em
aspiração activa efectuando movimentos circulares
suaves.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Máscara de Bolso
• Para executar a ventilação com ar expirado através de
máscara de bolso (posição cefálica):
– Coloque a máscara na face da vítima, colocando o bordo mais
estreito da máscara no sulco entre o queixo e o lábio inferior e o
vértice da mesma acima do nariz;
– Coloque os polegares e a base de ambas as mãos ao longo dos
bordos maiores da máscara e os indicadores e os restantes
dedos de ambas as mãos debaixo do ângulo da mandíbula;
– Pressione a máscara contra a face da vítima com as mãos
posicionadas como anteriormente e ao mesmo tempo eleve a
mandíbula de forma a não existirem fugas de ar;
– Se a situação da vítima também o permitir faça simultaneamente
a extensão da cabeça;
– Faça insuflações soprando pela válvula unidireccional,
observando simultaneamente a expansão do no tórax.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Máscara de Bolso
• Para executar a ventilação com ar expirado através de
máscara de bolso (posição lateral):
– Coloque-se ao lado da vítima de forma a que possa
efectuar ventilações e compressões;
– Aplique a máscara na face da vítima, tal como descrito
anteriormente;
– Pressione a máscara contra a face da vítima com o polegar
e indicador (da mão mais próxima da cabeça) sobre o
vértice da máscara e o polegar da outra mão no bordo da
máscara, junto ao queixo. Coloque os restantes dedos ao
longo do bordo da mandíbula de forma a fazer a elevação
do maxilar inferior;
– Faça simultaneamente a extensão da cabeça (se possível);
– Comprimir apenas na margem da máscara de forma a que
não existam fugas de ar;
– Faça insuflações como descrito anteriormente.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Oxigenoterapia
• A quantidade de oxigénio no ar atmosférico é de 21%. O
ar que expiramos contém apenas cerca de 16% de
oxigénio, pelo que sempre que possível deve ser
enriquecido o seu conteúdo em oxigénio.
• Na técnica de respiração boca-a-boca é fundamental
inspirar profundamente antes de cada insuflação para
melhorar a quantidade de oxigénio com que vamos
ventilar a vítima. Ou quando usada a máscara de bolso
como adjuvante deve conectar-se uma fonte de
oxigénio.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Insuflador Manual
• O insuflador manual é o dispositivo mais
frequentemente utilizado para ventilação dos
doentes em paragem respiratória.
• Vulgarmente conhecido apenas por AMBÚ é
composto por um balão de material de plástico
auto-insuflável, com uma válvula unidireccional,
acoplado a uma máscara, semelhante à máscara
facial. Do lado oposto pode ser acoplado um
reservatório de oxigénio e a fonte de oxigénio.
• A compressão do balão permite a insuflação de ar
na inspiração e a válvula unidireccional orienta o
ar expirado para a atmosfera.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Insuflador Manual
• Tem uma conexão para ligar uma fonte de oxigénio
e permite obter concentrações de oxigénio mais
elevadas, na ordem dos 50%.
• Se não for conectado oxigénio apenas se obtêm
concentrações de 21%.
• Se for utilizado um sistema de reservatório de
oxigénio, simultaneamente com um débito de
oxigénio > a 10 L/min pode atingir-se concentrações
próximas dos 90%.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Insuflador Manual
• O insuflador manual só deve ser utilizado quando se encontram
presentes 2 reanimadores profissionais de saúde, com treino na sua
utilização, um deles adapta a máscara à face da vítima com ambas
as mãos e o outro comprime lentamente o balão para efectuar a
insuflação de ar.
• No caso da vítima se encontrar em PCR, um reanimador apenas
adapta a máscara e mantém o posicionamento da cabeça,
enquanto o outro efectua alternadamente as compressões e as
insuflações. O reanimador que adapta a máscara deve estar em
posição cefálica e avaliar a eficácia da expansão torácica, dado que
se encontra melhor posicionado para esse efeito.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Insuflador Manual
• Quando da chegada do SAV e após ser efectuada a
entubação traqueal (outra via adjuvante da ventilação)
continua a usar-se o insuflador manual para efectuar a
ventilação, retirando a máscara e adaptando-o ao tubo
endotraqueal.
• Neste caso, como a via aérea está conseguida e numa
situação de PCR, as ventilação com efectuados ao ritmo
de 10/minuto contínua, sem alternar com as
compressões, que também se fazem de uma forma
contínua ao ritmo de 100/minuto.
VENTILAÇÃO COM ADJUVANTES DA
VIA AÉREA – Ventilador
• Após patente a via aérea através de
tubo endo ou orotraqueal e a
estabilidade da vítima se verificar para
proceder ao transporte para uma
unidade hospitalar pode ser acoplado
ao tubo endo ou orotraqueal um
ventilador com fonte de oxigénio que
assegura a ventilação da vítima sem
necessidade de insuflador manual.
OBSTRUÇÃO DA VA
• A obstrução da VA é uma emergência absoluta
que se não for reconhecida e resolvida leva à
morte em minutos.
– Dificuldade Respiratória – asfixia/obstrução parcial
– Paragem Respiratória – asfixia/obstrução total
OBSTRUÇÃO DA VA – CAUSAS

• Obstrução das vias aéreas superiores anatómica,


mecânica ou patológica;
• Doenças que provocam dificuldade respiratória: asma,
DPOC, Insuficiência Respiratória, Pneumonia, etc.;
• Intoxicação provocada por fumos, vernizes e diluentes;
• Acidentes de origem variada enforcamento,
engasgamento, garroteamento, estrangulamento,
soterragem;
• Paragem cardio-respiratória.
OBSTRUÇÃO DA VA
• Sinais e Sintomas • Sinais e Sintomas
– Respiração ruidosa – Palidez
– Tosse ou tentativa de – Cianose das
tossir extremidades
– Dificuldade respiratória – Pupilas dilatadas
– Movimentos – Consciente /
respiratórios ineficazes Inconsciente
– Dificuldade em falar
– Agitação e aflição
– “Engasgado”
OBSTRUÇÃO DA VA
• A obstrução da VA por corpo estranho pode ser
total ou parcial:
– Parcial – tosse, respira, ruídos e fala;
‒ tosse ineficaz, estridor (ruído agudo
durante a fase de inspiração), dificuldade
respiratória marcada e cianose.
– Total – não tosse, fala ou respira; grande aflição e
ansiedade agarrando-se ao pescoço com as duas
mãos; não há qualquer ruído respiratório.
Vítima com obstrução mecânica da
VA consciente
• Incentivar a vítima a tossir e se não
resultar iniciar técnicas de desobstrução
da VA:
– Pancadas interescapulares;
– Manobra de Heimlich:
– Compressões abdominais ou torácicas
Vítima com obstrução mecânica da
VA consciente
• Apresenta tosse ineficaz, incapacidade em falar ou
respirar proceda de imediato à aplicação de pancadas
interescapulares:
– Colocar-se ao lado e ligeiramente por detrás da vítima;
– Suportar o corpo da vítima a nível do tórax com uma mão,
mantendo-a inclinada para a frente numa posição tal que se
algum objecto for deslocado com as pancadas possa sair
livremente pela boca;
– Aplicar até 5 pancadas interescapulares, isto é, na parte
superior das costas no meio das omoplatas, com os bordos
da outra mão;
– Cada pancada deverá ser efectuada com a força adequada
tendo como objectivo resolver a obstrução;
– Após cada pancada deve verificar-se se a obstrução foi ou
não resolvida, aplicando até 5 pancadas no total.
Manobra de Heimlich
• Esta manobra causa uma elevação do diafragma e aumento
da pressão nas VA, com a qual se consegue uma espécie de
“tosse artificial”, forçando a saída do corpo estranho.
• Poderão ocorrer complicações como ruptura ou laceração de
órgãos torácicos ou abdominais, ou ainda regurgitação de
conteúdo gástrico e consequente aspiração.
• A ocorrência de complicações pode ser minimizada pela
correcta execução da manobra, isto é, nunca comprimir sobre
o apêndice xifóide ou na margem inferior da grade costal,
mas sim na linha média abdominal um pouco acima do
umbigo.
Manobra de Heimlich
• Colocar-se por trás da vítima;
• Colocar os braços à volta da vítima ao nível da cintura;
• Fechar uma das mãos, em punho, e colocar a mão com o polegar
encostado ap abdómen da vítima, na linha média um pouco acima
do umbigo e bem afastada do apêndice xifóide;
• Com a outra mão agarra o punho da mão colocada anteriormente e
puxar, com um movimento rápido e vigoroso, para dentro e para
cima na direcção do reanimador;
• Cada compressão deve ser um movimento claramente separado do
anterior e efectuado com a intenção de resolver a obstrução;
• Repetir as compressões abdominais até 5 vezes, vigiando sempre
se ocorre ou não resolução da obstrução e estado de consciência
da vítima.
Repetir alternadamente 5 pancadas interescapulares 5 compressões
abdominais até à desobstrução ou até a vítima ficar insconsciente.
Compressões Torácicas
• A manobra de Heimlich não deve ser aplicada a grávidas no final da
gravidez e a vítimas francamente obesas. Nestes casos deve
aplicar-se a técnica de compressões torácicas:
– Colocar-se por trás da vítima;
– Colocar os braços à volta do tórax da vítima imediatamente abaixo das
axilas;
– Colocar uma mão fechada, em punho, com o polegar encostado à
porção média do tórax, evitando o apêndice xifóide e a margem inferior
da grade costal;
– Agarrar o punho com a outra mão;
– Puxar para trás na direcção do reanimador com um movimento
vigoroso.
Compressões Torácicas
• Se não for possível rodear, com os braços, uma
vítima podem executar-se as compressões
torácicas com a vítima deitada no chão:
– Colocar a vítima em decúbito dorsal;
– Ajoelhar-se ao lado da vítima;
– Colocar as mãos exactamente na mesma posição
utilizada para efectuar compressões cardíacas no
SIV;
– Comprimir o tórax tal como descrito para o SIV.
Vítima com obstrução mecânica da
VA inconsciente
• O socorrista deve gritar por ajuda, se está sozinho;
• Abrir a boca e procurar algum objecto visível;
• Se visível removê-lo, mas nunca efectuar uma pesquisa cega
dentro da cavidade oral;
• Permeabilizar a VA efectuando a extensão da cabeça e
elevação da mandíbula;
• Avaliar se a vítima ventila efectuando o VOS durante 10
segundos;
• Se a vítima não respira, pedir ajuda de alguém que esteja
presente para ligar 112.
Vítima com obstrução mecânica da
VA inconsciente
• No caso de estar sozinho tente ventilar, isto é tente efectuar 2
insuflações eficazes, dispondo de 5 tentativas;
• Se for possível efectuar 2 insuflações eficazes passar à
avaliação de sinais de circulação e prosseguir com a
sequência normal do algoritmo de SBV;
• Se não for possível efectuar 2 insuflações eficazes iniciar de
imediato compressões torácicas, não pesquisando sinais de
circulação;
• Efectuar 30 compressões torácicas;
• Pesquisar a existência de algum objecto visível na cavidade
oral e remova-o;
Vítima com obstrução mecânica da
VA inconsciente
• Permeabilizar a VA e tentar efectuar 2 insuflações eficazes;
• Continuar os ciclos de 30 compressões/2 ventilações, tal
como no algoritmo de SBV, efectuando sempre pesquisa de
corpo estranho na boca antes da permeabilização da VA e
tentativa de ventilação;
• Se ao fim de 1 minuto ainda se encontrar sozinho deve pedir
ajuda, activando o SEM;
• Se no decurso destas manobras alguma vez for possível
efectuar insuflações eficazes deve proceder à pesquisa de
sinais de circulação e actuar de acordo com o algoritmo de
SBV.
Outras situações
• Obstrução anatómica com vítima inconsciente e
que não respira – ligar 112 e iniciar manobras
de SBV (permeabilizar a VA, iniciar ventilação
com ar expirado – 2 insuflações eficazes em 5
tentativas, pesquisar sinais de circulação)
• Obstrução patológica em vítima que respira –
suplementação da respiração com oxigénio; se
não respira e se encontra consciente colocar em
PLS.
AREJAMENTO DO LOCAL
• Nos casos de obstrução das VA por intoxicação
por inalação de fumos, vernizes ou diluentes ou
obstrução mecânica por corpos estranhos é
importante o arejamento do local ou retirar a
vítima para outro local.
• O arejamento do local melhora a concentração
de oxigénio no local facilitando assim a
ventilação da vítima e a actuação segura do
socorrista.
PARAGEM CARDIO-
RESPIRATÓRIA
• É a ausência das funções vitais, movimentos
respiratórios e batimentos cardíacos. A ocorrência
isolada de uma delas só existe num curto espaço de
tempo; a paragem de uma acarreta a parada da outra.
• A paragem cardio-respiratória leva à morte no período
de 3 a 5 minutos.
• Sinais e sintomas
– Inconsciência;
– Ausência de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos.
PARAGEM CARDIO-
RESPIRATÓRIA – CAUSAS
• Principal causa é o Enfarte agudo do miocárdio;
• Outras doenças cardíacas: arritmias, miocardiopatias,
anomalias das válvulas cardíacas e insuficiência
cardíaca;
• Doenças ou circunstâncias que provoquem um grande
défice de oxigenação do miocárdio, desde uma anemia
intensa a um choque, colapso vascular ou paragem
respiratória de qualquer natureza;
PARAGEM CARDIO-
RESPIRATÓRIA – CAUSAS
• Envenenamentos ou intoxicações podem provocar uma
paragem do funcionamento do coração, sobretudo com a
toma de medicamentos destinados ao tratamento de arritmias
e de insuficiência cardíaca, como os digitálicos ou os
barbitúricos;
• Desequilíbrio hidroelectrolítico, em especial devido à
diminuição da concentração sanguínea de potássio
(condiciona a contractilidade do músculo cardíaco);
• Acidentes de índole variada, desde um traumatismo torácico
grave, electrocussão, afogamento ou hipotermia.
REANIMAÇÃO CARDIO-
PULMONAR
• Compressões torácicas externas
• Desfibrilhador automático externo
• Suporte avançado de vida (SAV)
– Assegurar a VA
– Algoritmo de SAV
CHOQUE
• É uma reacção do organismo a uma condição onde o sistema circulatório
não fornece circulação suficiente para cada parte vital do organismo.
• Causas
– Cardíacas: Insuficiência cardíaca, o coração não consegue bombear suficiente
quantidade de sangue. Se o coração por algum motivo deixa de bombear
sangue adequadamente, ou se pára de funcionar (paragem cardíaca), o choque
desenvolver-se-á de imediato.
– Vasos sanguíneos: O sistema circulatório deve obrigatoriamente ser um
sistema fechado. Se os vasos (artérias, veias ou capilares) forem lesados e
perderem muito sangue, a vítima entrará em choque.
– Volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume de
sangue circulante ou se os vasos sanguíneos por algum motivo dilatarem,
impedindo que o sistema permaneça correctamente preenchido, a vítima entra
em choque.
TIPOS DE CHOQUE
• O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa
para ele. O socorrista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no
entanto, é fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem desenvolver
o choque .
– Choque hemorrágico: é o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda plasma.
Ex.: Sangramentos graves ou queimaduras.
– Choque cardiogénico: é o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do coração no
bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.
– Choque neurogénico: é o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre um
trauma o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sanguíneos.
O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos
sanguíneos dilatados.
– Choque anafilático: é o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar em
contacto com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo,
alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contacto com a pele. O choque
anafilático é o resultado de uma reacção alérgica severa e que ameaça a vida.
TIPOS DE CHOQUE
– Choque metabólico: é o choque da perda de fluidos corporais. Ex.: Vómito e
diarreia graves.
– Choque psicogénico: é o choque do desfalecimento. Ocorre quando por algum
factor, como, por exemplo, uma situação de stress ou medo, produz no sistema
nervoso uma reacção e, consequentemente, uma vasodilatação. O paciente
sofre uma perda temporária da consciência, provocada pela redução do sangue
circulante no cérebro. Também chamado de desmaio, o choque psicogénico é
uma forma de auto protecção utilizada para evitar anóxia. Essa é uma forma
mais leve de choque que não deve ser confundida com o choque neurogénico.
– Choque séptico: é o choque da infecção. Microorganismos lançam substâncias
prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de
sangue torna-se insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado. O
choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco
observado pelos profissionais socorristas que actuam no ambiente pré-
hospitalar.
Sinais e sintomas gerais do
choque
• Agitação e ansiedade/ • Face pálida e
Apatia; posteriormente cianótica;
• Respiração rápida e • Olhos estáveis, sem
superficial; brilho e pupilas dilatadas;
• Pulso Rápido e fraco • Sede;
(filiforme); • Náusea e vómitos;
• Pele fria e húmida; • Hipotensão;
• Sudorese; • Inconsciente (em muitas
• Diminuição da situações).
temperatura corporal;
Sinais e sintomas do choque
anafilático

• Prurido na pele.
• Edema generalizado.
• Dificuldade respiratória.
• Inconsciência.
PRIMEIROS SOCORROS

• Avaliar condições de segurança e nível de consciência da vítima.


• Colocar a vítima em decúbito dorsal.

• Se vítima consciente: • Se vítima inconsciente:


– Desaperte-lhe as roupas no – Pedir ajuda. LIGAR 112.
pescoço, peito e cintura; – Avaliar a permeabilidade da
– Mantê-la deitada com a VA, pesquisar sinais de
cabeça baixa e as pernas ventilação e circulação;
levantadas (posição de – Conforme avaliação
Terdelemburg) ou PLS; prosseguir algoritmo de SBV.
– Aquecer a vítima;
– Não dar nada a beber.
RECOLHA DE INFORMAÇÃO
• A recolha de informação nesta situação serve
para diagnosticar o tipo de choque que se
evidencia na vítima.
• Será importante:
– Coloração da pele e tocar a vítima;
– Procurar hemorragias;
– Avaliar respiração, pulso e tensão arterial;
– Etc.
ENFARTE AGUDO DO
MIOCÁRDIO
• Quando uma área do músculo cardíaco é privada de
fluxo sanguíneo e oxigénio por um período prolongado e
que provoca isquemia do músculo cardíaco e posterior
morte.
• Causas:
– Aterosesclorose das artérias coronárias;
– Arritmia cardíaca;
– Alterações da coagulação (trombos sanguíneos);
– Patologia cardíaca (angina de peito, insuficiência cardíaca,
cardiomiopatia).
ENFARTE AGUDO DO
MIOCÁRDIO
• Sinais e Sintomas:
– Dor ou sensação de opressão no peito podendo
irradiar para braços e mandíbula, com duração
superior a 30 minutos;
– Náuseas;
– Dificuldade respiratória;
– Sudorese;
– Fraqueza;
– Paragem cardíaca.
PRIMEIROS SOCORROS
• Avalie as condições de segurança e a resposta da vítima.
• Coloque a vítima em posição de repouso que permita uma
respiração mais confortável. Muitos sentem-se mais
confortáveis na posição semi-sentada.
• Administre oxigénio suplementar.
• Desaperte as roupas.
• Mantenha temperatura corporal.
• Monitorize os sinais vitais (respiração, pulso e tensão
arterial).
• Promova suporte emocional.
• Aguarde por ajuda diferenciada.
ANGINA DE PEITO
• Quando uma área do músculo cardíaco é parcialmente
privada de suprimento sanguíneo, ocorre Angina de peito,
onde os sinais, sintomas e tratamento pré-hospitalar são os
mesmos apresentados para o EAM.
• Neste caso, a dor é produzida ou agravada pelo exercício, e
aliviada pelo repouso (aproximadamente após 10 minutos) ou
medicamentos.
• A vítima consciente da sua condição, geralmente toma
medicamento para aliviar a dor. O socorrista deve orientá-la a
tomar a medicação conforme prescrição médica.
HEMORRAGIA
• É o extravasamento de sangue para fora dos
vasos ou do coração podendo ser traumático e/
ou patológico. As hemorragias podem ser
internas ou externas, espontâneas ou
provocadas (nos ferimentos).
• As causas das hemorragias podem encontrar-se
tanto em lesões da parede vascular de natureza
inflamatória, traumática ou tumoral.
Tipo de Hemorragia –
Classificação Anatómica

Arterial • Hemorragia com saída de


sangue em jacto pulsátil e de
cor vermelho vivo;
Venoso • Hemorragia onde o sangue sai
lento e contínuo, com cor
vermelho escuro;
Capilar • O sangue sai lentamente dos
vasos menores, na cor similar
ao sangue venoso.
Hemorragia Externa
• Ocorrem devido a ferimentos abertos. Este tipo de hemorragia é
sempre visível.
• Sinais e sintomas de hemorragias externas:
– Agitação;
– Palidez;
– Sudorese intensa;
– Pele fria;
– Pulso acelerado (acima de 100 bpm);
– Hipotensão;
– Sede;
– Fraqueza.
PRIMEIROS SOCORROS
• Na Hemorragia externa:
– Pedir ajuda. Ligar 112.
– Aplicar sobre a ferida um penso, comprimindo a zona com a
mão ou pedindo à vítima que, se possível, faça auto-
compressão;
– Se o penso repassar de sangue, não deve ser retirado. Colocar
outro por cima e fazer compressão manual mais forte;
– A compressão manual directa não deve ser aplicada quando no
local existir um corpo estranho encravado ou uma fractura. O
corpo estranho também nunca se deve remover no local do
acidente.
Hemorragia Interna
• A Hemorragia interna é quando a perda de
sangue se dá no interior do corpo. Este tipo de
hemorragia pode ser:
– Hemorragia interna invisível (quando o sangue fica
retido no corpo);
– Hemorragia interna visível (quando o sangue sai
por orifícios naturais do corpo, como por exemplo,
boca, nariz, ouvidos, ânus, etc.).
Hemorragia Interna
• Sinais e sintomas gerais da Hemorragia Interna:
– Idênticos a hemorragia externa;
– Saída de sangue ou fluidos pelo nariz e/ou pavilhão
auditivo externo;
– Vómito ou tosse com presença de sangue;
– Contusões;
– Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais;
– Dor abdominal;
– Sangramento pelos órgãos genitais.
Hemorragia Interna Invisível
• Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois
pode provocar choque e levar a vítima a morte.
• Sinais e sintomas de Hemorragia Interna Invisível:
– Dor local ou radiante;
– Sede;
– Zumbidos;
– Gradual dificuldade de visão;
– Pulso progressivamente rápido e fraco;
– Ventilação progressivamente mais rápida e superficial;
– Pupilas progressivamente dilatadas.
PRIMEIROS SOCORROS
• Pedir ajuda – Ligar 112;
• Desapertar as roupas no pescoço, tórax e
abdómen;
• Se consciente, instalar a vítima numa posição
de conforto, movimentando-a o menos possível;
• Se inconsciente, colocá-la em PLS;
• Manter a temperatura corporal;
• Não dar nada de beber;
• Promover a evacuação para o hospital.
Tipos de Hemorragia Interna
Visível
• A saída de sangue pelos orifícios naturais apresenta
denominação específicas e são sinais importantes para
avaliar:
– Epistaxe – Hemorragia nasal;
– Hemoptise – Hemorragia nos pulmões (na expectoração);
– Hematemese – Hemorragia do estômago (através do vómito);
– Metrorragia – Hemorragia vaginal;
– Melena – Hemorragia anal (digestiva superior ou inferior);
– Otorragia – Hemorragia pelo canal auditivo externo.
PRIMEIROS SOCORROS
• Hemoptise (vermelho vivo e espumoso):
1. Fazer tudo o indicado para Hemorragia Interna Invisível;
2. Se consciente, recomendar que a vítima respire pausadamente para
evitar tossir e que não deve deglutir o sangue.
• Hematemeses (de cor diversa e acompanhado de vómito e
dor abdominal) sai através da boca e provém do tubo
digestivo:
1. Fazer tudo o indicado para a Hemorragia Interna Invisível;
2. Se consciente, tentar evitar o vómito;
3. Colocar um saco de gelo sobre o abdómen (envolver o saco com um
pano).
PRIMEIROS SOCORROS
• Epistaxis (sangue vivo):
1. Colocar a vítima com a cabeça em posição intermédia no alinhamento
corporal (nem mais para a frente nem para trás);
2. Fazer compressão com os dedos polegar e indicador em pinça,
apertando as extremidades das narinas, durante cerca de 10 minutos;
3. Aplicar gelo local (saco também protegido com pano para não estar
em contacto directo com a pele).
• Melenas (sangue vivo ou escuro):
1. Fazer o indicado para Hemorragia interna Invisível;
2. Vigiar o estado de consciência da vítima;
3. Acompanhar a vítima ao WC e registar o n.º, características e
quantidade das dejecções.
Técnicas utilizadas no controle das
hemorragias
• Compressão manual directa (técnica mais simples e
eficiente e deve ser executada em primeiro lugar);
• Elevação do membro (se não houver contra-indicação
por imobilidade (rigidez articular ou factura) deve ser
sempre aplicada conjuntamente à 1ª técnica);
• Compressão manual indirecta (eficaz porque reduz o
fluxo sanguíneo para o local da ferida e deve ser
executada também a pressão directa local);
• Garrote (técnica em abandono devido às complicações
que origina);
Técnicas utilizadas no controle das
hemorragias
• Métodos neoadjuvantes:
– Imobilização – em situações de factura pode prevenir as
lacerações de outros tecidos e a hemorragia, assim como
minimizar a dor;
– Arrefecimento – esta técnica não é eficaz por si só, mas reduz a
dor e o edema.
• Em casos de amputação traumática, esmagamento de
membro e hemorragia em vaso arterial de grande calibre
devemos empregar a combinação das técnicas de
hemeostasia.
Hemorragia da palma da mão
• No caso particular de hemorragia da palma da
mão:
– A vítima deve fechar fortemente a mão sobre um rolo
de compressas esterilizadas ou, na sua falta, um rolo
de pano lavado, de modo a fazer compressão sobre
a ferida.
– Colocar em seguida uma ligadura ou pano dobrado à
volta da mão.
– Colocar o braço ao peito com a ajuda de um lenço
grande, mantendo a mão elevada.
INTOXICAÇÃO
• O envenenamento ou intoxicação resulta da penetração de substância
tóxica/nociva no organismo através da pele, aspiração e ingestão.
• Tóxico é toda a substância nociva para o organismo dependendo da sua
quantidade.

• Sinais e sintomas
– Dor e sensação de “queimar” nas vias de penetração e sistemas
correspondentes;
– Hálito com odor estranho;
– Sonolência, confusão mental, alucinações e delírios, estado de coma;
– Lesões cutâneas;
– Náuseas e vómitos;
– Alterações da respiração e do pulso.
PREVENÇÃO
• Manter as substâncias tóxicas para o organismo
armazenadas em locais diferentes das outras substâncias e
de difícil acesso;
• Manter produtos nas suas embalagens de origem;
• A medicação deve ser armazenada em local que seja
possível fechar à chave;
• Manter a vigilância necessária relativa às crianças e a adultos
de risco (doente depressivo com ideação suicida);
• Usar vestuário adequado na execução de determinadas
tarefas (aplicação de pesticidas).
PREVENÇÃO
• Não adquirir aparelhos que não respeitem as normas de segurança.
• Proceder à manutenção regular dos aparelhos que utilizem combustíveis,
recorrendo aos serviços de entidades reconhecidas pela Direcção Geral de
Geologia e Energia (DGGE).
• Proceder à limpeza regular dos queimadores dos fogões a gás: se eles
estiverem obstruídos, a mistura ar-gás não se efectua nas melhores
condições, originando maior produção de CO (e o queimador pode auto
extinguir-se, nomeadamente quando estiver colocado na posição de
“chama mínima”).
• Não manter em funcionamento o motor do automóvel dentro de uma
garagem fechada, porque a quantidade de monóxido de carbono libertada
pode tornar-se perigosa.
INTOXICAÇÃO POR CO
• Penetrando no organismo através da respiração, o monóxido de carbono
(CO) entra com facilidade nos pulmões e no sangue, combinando-se com a
hemoglobina e dificultando o transporte de oxigénio para os tecidos.
Existem dois tipos de intoxicação:
– a intoxicação crónica, cujos sintomas são dores de cabeça, náuseas, vómitos
e cansaço, a qual se poderá desenvolver de forma lenta e afecta pessoas
habitualmente expostas à concentrações elevadas de CO. Frequentemente os
sintomas não são atribuídos de imediato ao CO, mas à ingestão de produtos
alimentares ou outras causas e assim, só tardiamente, quando a mobilidade já é
afectada e surgem problemas neurológicos, é que as causas são identificadas
pelo médico. Sempre que houver suspeitas de intoxicação crónica, deve
recorrer-se aos serviços de saúde e contactar as entidades qualificadas para
inspeccionar a instalação;
INTOXICAÇÃO POR CO
– a intoxicação aguda, que provoca vertigens,
fraqueza muscular, distúrbios visuais, taquicardia,
perturbações de comportamento, desmaios e, no
limite, o coma e mesmo a morte. Este tipo de
intoxicação pode afectar vários membros da mesma
família, ou mesmo todo um grupo de pessoas
presentes na mesma sala de reunião ou de festa,
pois as vitimas não chegam a aperceber-se do risco
em que incorreram.
ALCOOLISMO E DROGAS
• Estas duas situações de intoxicação ocorrem através da
via digestiva ou no caso das drogas pode ser ainda por
via inalatória ou endovenosa.
• Provocam alterações ao nível do SNC com sonolência e
depressão respiratória e até inconsciência, alterações
visuais, desequilíbrio, etc.
• Conhecida a substância e a quantidade é possível
administrar o antídoto por via endovenosa.
RECOLHA DE INFORMAÇÃO
• Colheita de informações
- O Quê? - Qual o tóxico
- Como? - Qual a via
- Quanto? - Qual a quantidade
- Quando? - Há quanto tempo
- Quem? - Idade, peso, sexo,

PRIMEIROS SOCORROS
• Certificar-se das condições de segurança, colocando equipamento
de protecção individual (luvas, máscara, etc.) importantes na
protecção do socorrista nas situações de risco de contacto com o
tóxico (organosfosforados – paraquat).
• Pedir ajuda – Ligar 112;
• Identificar o tóxico (embalagens vazias, equipamentos utilizados,
vómito, etc.) e cessar a sua fonte, se for caso disso;
• Encaminhamento da ligação telefónica para Centro de Informação
Anti-Venenos – CIAV (808 250 143) dar informações sobre a
situação e receber as orientações para actuar.
PRIMEIROS SOCORROS
• Via cutânea:
1. Retirar as roupas contaminadas;
2. Lavar abundantemente com água corrente e sabão cerca de
20-30 minutos;
3. Substâncias sólidas devem ser retiradas antes de lavar com
água;
4. Aquecer a vítima.
• Via ocular:
1. Lavar abundantemente com água corrente ou soro fisiológico
do canto interno para o externo.
PRIMEIROS SOCORROS
• Via Inalatória:
1. Levar a vítima para um local mais arejado;
2. Avaliar o ABC;
a.Se consciente e respira colocá-la numa posição confortável;
b.Se inconsciente e respira colocá-la em PLS;
c. Se inconsciente e não respira – Iniciar manobras de SBV
com recurso a máscara facial com filtro unidireccional e com
recurso a oxigénio suplementar (excepto na suspeita de
intoxicação por paraquat – via digestiva).
PRIMEIROS SOCORROS
• Via Digestiva:
– Identificar o tipo de veneno ingerido;
– Provocar vómito somente quando a vítima se
apresentar consciente;
– Não provocar vómitos nos casos de inconsciência,
ingestão de soda cáustica, ácidos ou produtos
derivados de petróleo;
– Não oferecer qualquer outra substância porque pode
alterar a anterior ou promover a sua absorção.
AFOGAMENTO
• Das situações de afogamento resultam muitas vezes vítimas em
paragem cardio-respiratória, porque existe primariamente uma
paragem respiratória causada pela impossibilidade de respirar pela
submersão da vítima num fluído.
• A situação de hipotermia também está muitas vezes associada a esta
ocorrência e algumas recomendações são comuns.
• O choque térmico é uma síncope desencadeada pela exposição
súbita à água com uma temperatura 5°C abaixo da temperatura
corporal, provocada por uma arritmia, bradi ou taquiarritmia. Pode
ocorrer em temperaturas de água tão quentes quanto 31°C. Quanto
maior for a diferença de temperatura, maior a possibilidade de
ocorrência de choque térmico.
AFOGAMENTO
• A fisiopatologia do afogamento é complexa. A gravidade da hipoxemia, a
resposta fisiológica do organismo ao stress, o dano aos pulmões causado
pela aspiração de líquido, os factores ambientais assim como a capacidade
individual de se adaptar à submersão determinarão a extensão das lesões
orgânicas.
• Apesar de existirem algumas diferenças fisiopatológicas entre o
afogamento em água doce e salgada, para a reanimação elas não são
mais consideradas, pois estudos mostraram que, independente da
tonicidade do fluido “inalado”, o processo fisiopatológico predominante é a
hipoxemia, causada por diminuição ou disfunção do surfactante, pelo
colapso alveolar, atelectasias, e “shunt” intrapulmonar. As alterações
fisiopatológicas mais importantes são a hipóxia com a resultante acidose
metabólica e respiratória pela hipercapnia.
AFOGAMENTO
• As vítimas de afogamento em geral apresentam uma
fase inicial de pânico, com luta para se manter na
superfície. Apnéia voluntária ocorre durante a
submersão, geralmente seguida de deglutição de
grandes quantidades de líquido, com subsequentes
vómitos, laringoespasmo e aspiração de líquido. Por fim,
a hipoxemia leva à inconsciência, à perda de reflexos
das vias aéreas e mais água chega ao pulmão.
AFOGAMENTO
• Sinais e Sintomas
– Nervosismo
– Taquicardia
– Tremores
– Palidez
– Náuseas e vómitos
– Cianose
– Midríase
– Paragem cardíaca e/ou respiratória.
PRIMEIROS SOCORROS
• O socorrista deve estar sempre atento à sua segurança pessoal,
diminuindo os riscos para ele e para a vítima.
• Deve abordar a vítima através de um meio de salvamento conveniente
(barco, canoa, prancha ou outro dispositivo de flutuação). Sempre que
possível tentar salvar a vítima sem entrar na água. Se for essencial entrar,
usar uma bóia ou outro dispositivo de flutuação.
• Retirar as vítimas de afogamento da água na posição horizontal,
considerando sempre a possibilidade de trauma, quando existir história de
mergulho ou acidentes em desportos aquáticos. Nestas situações é
necessário manter sempre o alinhamento da cabeça, pescoço e tronco, e
se for preciso rodar sempre a vítima em bloco.
• Deve adequar-se sempre as manobras de permeabilização da via aérea à
suspeita de trauma (sub-luxação da mandíbula).
PRIMEIROS SOCORROS
• Iniciar manobras de SBV, na posição dorsal e rodar a
cabeça ou o corpo (se possível) após cada ciclo para
permitir a saída de fluidos pela boca. Não devem ser
efectuadas manobras de desobstrução da via aérea, na
tentativa de expulsar água das vias aéreas, dado que
atrasarão o início de SBV e podem causar
complicações.
• Um socorrista experiente pode iniciar manobras de SBV
ainda dentro de água.
ELETROCUSSÃO
• São acidentes causados por contacto com electricidade
que podem levar a vítima a uma paragem cardíaca e/ou
respiratória, respectivamente por alteração da condução
eléctrica do coração e contracção dos músculos
responsáveis pela mesma, ocasionando queimaduras
locais de limites bem definidos ou de grande extensão.
• A gravidade de um acidente vai depender da
intensidade da corrente, do caminho percorrido no
corpo, e da resistência do mesmo.
PRIMEIROS SOCORROS
• Procurar saber a tensão da rede e garantir as condições de
segurança;
• Desligar a rede eléctrica;
• Retirar a vítima do local, usando equipamento necessário;
• Avaliar as condições da vítima:
– Resposta
– Verificar permeabilidade da via aérea
– Verificar sinais de respiração
– Verificar sinais de circulação
– Avaliar alterações ao estado de consciência
– Observar a pele (queimaduras) e deformidades no corpo (resultante da
contracção dos músculos ou da projecção do corpo).
SOCORRO SECUNDÁRIO
SOCORRO SECUNDÁRIO
• Situações que provocam lesões no organismo,
mas que não colocam em risco a vida da vítima:
– Lesões da pele (feridas e queimaduras);
– Efeitos dos ambientes quentes (insolação e golpe de
calor);
– Efeitos dos ambientes frios (hipotermia);
– Efeitos dos traumatismos no sistema músculo-
esquelético (entorses, luxações, cãibras e facturas);
– Efeitos de doenças (epilepsia, diabetes, AVC).
PELE
• A pele é o maior órgão do corpo humano,
responsável principalmente pela protecção do
organismo.
• É constituída por 3 camadas: epiderme, derme
e hipoderme e ainda pelos órgãos anexos
como, os folículos pilosos, glândulas
sudoríparas e sebáceas.
• As suas funções são variadas: protecção física
e imunológica, regulação da temperatura
corporal, interfere no metabolismo do cálcio
(produção de vitamina D) e sensibilidade táctil.
FERIDA
• Uma ferida é uma ruptura da pele, uma solução de continuidade, quase
sempre de origem traumática, que além da pele (ferida superficial) pode
atingir o tecido sub-cutâneo e muscular (ferida profunda).
• Superficial
– Simples – não necessita de tratamento médico ou diferenciado;
– Complicada – necessita de tratamento médico ou diferenciado;

• Profunda ou penetrante
– Necessita sempre de tratamento médico ou diferenciado.
TIPOS DE FERIDAS
• Abrasão: escoriação superficial, geralmente causada
pela passagem da pele por uma superfície rígida, como
por exemplo, o asfalto.
• Incisão: lesão provocada por objecto cortante (faca ou
vidro). Dependo da profundidade poderá ocorrer
hemorragia.
• Laceração: ferimento irregular, dilacera a pele e outros
tecidos moles, que ocorre por acção de força externa
exercida sobre o corpo. A destruição tecidual pode ser
acentuada, favorecendo a necrose e infecção.
TIPOS DE FERIDAS
• Lesão puntiforme: decorre da penetração de um
objecto pontiagudo na pele (prego, projéctil de fogo). O
sangramento externo, geralmente é pequeno, porém o
dano interno pode ser grave.
• Mordedura ou picada: feridas provocadas por animais
ou insectos. Quando há envenenamento, não se deverá
usar técnicas de hemostase ou provocar perfuração nas
áreas próximas da picada nem sugar o veneno do local
da ferida.
COMPLICAÇÕES
• Dependendo da gravidade e duração de uma
ferida podem ocorrer complicações:
– Hemorragia local;
– Infecção da ferida ou tecidos adjacentes ou infecção
generalizada;
– Cicatrização difícil;
– Necrose dos tecidos;
– Amputação de uma extremidade ou membro.
PRIMEIROS SOCORROS
• Avaliar o tipo de ferida e estabelecer prioridades no socorro dependendo
dessa avaliação. Indagar o que aconteceu e se tem a vacina do tétano em
dia;
• Lavar a ferida com água e sabão ou soro fisiológico à temperatura
ambiente;
• Não remover corpos estranhos do local da ferida;
• Executar tratamento da ferida com anti-séptico local e compressas
esterilizadas e aplicação de penso apropriado;
• Nos casos de feridas superficiais complicadas ou feridas profundas ou
penetrantes não se deve fazer lavagem, devendo proteger a ferida com
compressas e deve-se providenciar transporte da vítima a cuidados
diferenciados (hemorragia, suturar a ferida, risco de infecção, etc.).
APLICAÇÃO DE PENSOS
• Todos estes procedimentos de primeiros socorros
deverão ter em conta a segurança do socorrista,
assim como promover o conforto da vítima, aliviar a
dor, minimizar ou prevenir uma hemorragia e
prevenir a contaminação da ferida.
• O propósito da colocação de pensos é proteger a
ferida de microorganismos e substâncias químicas e
ainda prevenir a libertação de sangue ou tecidos.
APLICAÇÃO DE PENSOS

• Para aplicar um penso ideal num caso de


primeiros socorros dever-se-á possuir:
– Luvas
– Soro fisiológico
– Anti-séptico
– Penso (escolher o mais adequado)
– Compressas, adesivo e ligadura para fixação/compressão.
EXECUÇÃO DO TRATAMENTO À
FERIDA
• Dever-se-á obedecer às seguintes etapas:
– Lavar as mãos
– Colocar luvas descartáveis
– Posicionar a vítima de forma adequada
– Limpar/lavar a ferida da região mais limpa para a
mais suja (evitar a contaminação)
– Colocar o penso de modo a que circunscreva toda a
ferida
– Fixar o penso com adesivo ou ligadura.
EXECUÇÃO DO TRATAMENTO À
FERIDA
• O que não se deve fazer:
– Tocar nas feridas sem luvas;
– Utilizar o material (luvas, compressas, etc.) em mais de uma
pessoa;
– Soprar, tossir ou espirrar para cima da ferida;
– Fazer compressão directa em locais onde haja suspeita de facturas
ou de corpos estranhos encravados, ou junto das articulações;
– Tentar tratar uma ferida grave, extensa ou profunda, com tecidos
esmagados ou infectados ou que contenha corpos estranhos;
– Utilizar produtos que possam agredir o tecido lesado (pasta
dentrífica, borra de café, água oxigenada, álcool, etc.).
COLOCAÇÃO DE LIGADURAS E
ADESIVOS
• Uma ligadura é uma tira de material que se utiliza para
envolver determinadas partes do corpo para diferentes
fins. Existem vários tipos de ligaduras com distintos
objectivos:
– Ortopédicas – almofadar e proteger o membro;
– Suporte – fixar penso ou ligadura, adaptando-se à articulação;
– Fixação – fixar penso ou outra ligadura;
– Compressão – aplicar compressão;
– Imobilização – imobilizar um membro/articulação.
COLOCAÇÃO DE LIGADURAS E
ADESIVOS
• Em casos de primeiros socorros, as ligaduras são úteis principalmente na
aplicação de pensos compressivos (feridas, hemorragias, etc.) e na
imobilização de membros/articulação (facturas, entorses, etc.).
• A aplicação de uma ligadura, de acordo com o respectivo objectivo, deve
obedecer a determinadas regras:
– Iniciar a ligadura da parte distal e continuar para a parte proximal (excepto
quando se pretende garrotar um membro);
– Efectuar duas circulares com o rolo de ligadura para fixar melhor no início e no
final da aplicação da ligadura;
– Efectuar menor ou maior pressão de acordo com a compressão pretendida (não
garrotar o membro em ligaduras de fixação);
– Deixar expostas as partes distais (dedos das mãos e pés);
– Evitar sobreposições desnecessárias e irregulares.
PRIMEIROS SOCORROS –
Picadas de abelha
• Retirar o ferrão com uma pinça;
• Aplicar anti-séptico local (betadine dérmico);
• Aplicar gelo local;
• Providenciar o transporte em caso de:
– Picadas múltiplas (enxame);
– Pessoas alérgicas (risco de choque anafilático);
– Picadas na boca ou na garganta (risco de obstrução
das vias aéreas).
PRIMEIROS SOCORROS – Picadas
de peixes venenosos/ouriços/alforrecas
• As picadas destes animais, por vezes
provocam dores intensas e deve-se:
– Aplicar no local cloreto de etilo (sensação de
frio) ou gelo;
– Administrar analgésico;
– Avaliar a situação e providenciar transporte
da vítima para unidade de cuidados
diferenciados.
QUEIMADURA
• Uma lesão em determinada parte do organismo desencadeada por agentes
térmico, químico ou eléctrico, provocando na maioria das vezes dor
intensa.
• Lesões na pele podem ser provocadas por diversos agentes:
– Fogo
– Atrito
– Fricção
– Líquidos ferventes
– Vapores
– Electricidade
– Radiações solares
– Frio
– Produtos químicos
QUEIMADURA
• A classificação depende da profundidade e da condição
da lesão.
– Grau I: atinge a epiderme e apresenta rubor (vermelhidão) e dor;
– Grau II: atinge a epiderme e a derme e apresenta edema, rubor,
dor e flictenas;
– Grau III: atinge a hipoderme e o tecido muscular e apresenta
coloração branca, castanha ou preta, necrose, não existem
flictenas e não há sensação de toque ou dor.
QUEIMADURA
• Avaliação da extensão – Regra dos 9:
aplicado nas queimaduras de 2º e 3º grau.
QUEIMADURA
• A gravidade de uma queimadura deve
sempre considerar os seguintes aspectos:
– Grau da queimadura (profundidade);
– Percentagem (extensão);
– Localização da queimadura;
– Idade e sexo da vítima;
– Antecedentes patológicos da vítima.
CONSEQUÊNCIAS DA
QUEIMADURA NO ORGANISMO
• Vias respiratórias: inspirar ar quente ou fumos pode
provocar lesão letal nas vias respiratórias;
• Choque hipovolémico: perda de fluidos (plasma) dos
tecidos, por evaporação por ausência de pele ou devido ao
metabolismo acelerado;
• Infecção: devido à destruição dos glóbulos brancos,
destruição da pele e morte dos tecidos;
• Redução de tecidos: queimaduras que circundem um braço
ou uma perna podem colocar em risco a irrigação sanguínea
desse membro por redução dos tecidos.
PRIMEIROS SOCORROS
• Os cuidados a queimadura devem ser realizados com o mínimo de
desconforto para a vítima.
• Verificar condições de segurança (incêndio, luvas, etc.).
• Interromper a fonte/causa da queimadura.
• Ponderar evacuação.
• Se a roupa da vítima tiver a arder, deve envolver a vítima numa toalha
molhada, cobertor ou manta de incêndio, deitando-a e rolando-a no chão
(cuidado com tecidos sintéticos).
• Se a vítima se queimou com líquido a ferver, despi-la de imediato (se
necessário cortar a roupa à volta da área lesada. Não arrancar a roupa!).
• Retirar anéis e pulseiras, para não provocar estrangulamento aquando do
edema.
PRIMEIROS SOCORROS
• Arrefecer a região lesada com água tépida ou soro
fisiológico abundante (entre 10ºC a 20 ºC).
• Lavar com anti-séptico (não utilizar álcool).
• Aplicar penso húmido e não aderente (compressa
embebida em soro fisiológico, gase gorda) ou emulsão
de óleo e água hidrossolúvel (Biafine ®).
• Analgesia do domicílio.
• Oxigenoterapia ou inaloterapia.
• Transportar a vítima para o Hospital.
QUEIMADURA
• O que não se deve fazer:
– Abrir as flictenas ou remover a pele das mesmas (risco de
infecção);
– Aplicar pastas dos dentes ou manteiga, etc.;
– Aplicar gelo;
– Induzir hipotermia na vítima (pela perda de pele e aplicação de
líquidos frios);
– Retirar qualquer partícula que tenha ficado aderente à
queimadura (risco de hemorragia);
– Aplicar produtos agressivos na queimadura.
PRIMEIROS SOCORROS – Casos
Especiais
• Nas queimaduras de 2º e 3º grau que
atinjam áreas do corpo importantes como
a face e as vias aéreas deve-se avaliar a
vítima e pedir ajuda diferenciada.
• Se a lesão for nos olhos, lavar bem
(mínimo 15 minutos) com água corrente e
depois cobrir com penso húmido estéril.
PRIMEIROS SOCORROS – Casos
Especiais
• Nas queimaduras químicas deve-se:
– Limpar e remover as substâncias químicas da pele da vítima e
das roupas antes de iniciar a lavagem;
– Lavar o local queimado com água limpa corrente durante 15
minutos. Usar EPIs apropriados;
– Se possível, conduzir amostra da substância em invólucro
plástico.
• Nas queimaduras por soda cáustica devemos limpar as áreas
atingidas com uma toalha ou pano antes da lavagem, pois o
contacto destas substância com a água cria uma reacção
química que produz enorme quantidade de calor.
QUEIMADURAS ELÉCTRICAS
• Os problemas mais graves produzidos por uma descarga eléctrica
são: paragem respiratória ou cárdio-respiratória, lesões no SNC e
lesões em órgãos internos. Perante uma situação de electrocussão
deve-se:
– Avaliar a situação e garantir as condições de segurança;
– Avaliar a vítima segundo o ABC e se necessário iniciar manobras de
SBV;
– Identificar o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de
entrada e um de saída da fonte de energia);
– Aplicar penso estéril sobre as áreas queimadas;
– Prevenir o choque e transportar a vítima ao hospital com a
monitorização necessária.
EFEITOS DOS AMBIENTES
QUENTES E FRIOS SOBRE O
ORGANISMO
INSOLAÇÃO
• Ocorre devido à exposição prolongada dos raios solares sobre o indivíduo.
Em tarefas físicas pesadas, em condições de calor extremo (exaustão pelo
calor), quando não há aclimatização e quando existem certas doenças
como o diabetes mellitus, cardiovasculares e cutânea ou obesidade.
• Sinais e sintomas
– Temperatura do corpo elevada;
– Pele quente, avermelhada e seca;
– Sudação escassa ou nula;
– Diferentes níveis de consciência (confusão ou desmaio);
– Falta de ar;
– Desidratação;
– Dor de cabeça, náuseas e tontura.
PRIMEIROS SOCORROS
• Remover a vítima para lugar fresco e arejado;
• Baixar a temperatura do corpo de modo progressivo,
envolvendo-a com toalhas humedecidas;
• Oferecer líquidos em pequenas quantidades e de forma
frequente;
• Mantê-la deitada;
• Avaliar nível de consciência, respiração e pulso;
• Avaliar lesões da pele (queimaduras);
• Encaminhar para atendimento hospitalar.
GOLPE DE CALOR
• Quando o sistema termorregulador é afectado pela sobrecarga térmica, a temperatura
interna aumenta continuamente, produzindo alteração da função cerebral, com
perturbação do mecanismo de dissipação do calor, cessando a sudorese.
• Ocorre devido à permanência por um período prolongado de tempo em ambientes
quentes e húmidos, em lugares fechados e não arejados (fundições, padarias,
caldeiras etc.) e na presença de intenso trabalho muscular, e quando a vítima não
repõe a água e sais minerais perdidos através da transpiração.
• Sinais e sintomas
– Temperatura do corpo elevada;
– Transpiração excessiva e palidez;
– Pele húmida e fria;
– Diferentes níveis de consciência (delírios, alucinações e coma);
– Ventilação rápida e superficial;
– Desidratação (apresentam cãibras devido à perda de iões);
– Dor de cabeça, náuseas e tontura.
PRIMEIROS SOCORROS
• Remover a vítima para lugar fresco e arejado;
• Baixar a temperatura do corpo de modo progressivo,
aplicando compressas de pano humedecido com água;
• Manter a vítima deitada e elevar as pernas;
• Avaliar nível de consciência, respiração e pulso e
efectuar a actuação adequada;
• Prevenir a situação de choque;
• Encaminhar para atendimento
hospitalar.
HIPOTERMIA
• A Hipotermia surge quando a temperatura do corpo baixa a
valores inferiores a 35ºC. Esta situação ocorre quando a
vítima fica exposta a temperaturas ambientes muito baixas,
especialmente se o frio é acompanhado por chuva, humidade
ou neve, ou por submersão em mares, lagos ou rios.
• A falta de preparação física, a fadiga, a fome e a
desidratação aumentam o risco de hipotermia.
• A hipotermia acontece porque o organismo não consegue
manter a temperatura interna constante levando a vítima à
inconsciência e à morte.
HIPOTERMIA
• As vítimas que ingeriram álcool ou drogas, ou as
que ficam inconscientes estão em particular risco de
sofrer hipotermia.
• A hipotermia confere algum grau de protecção aos
órgãos nobres, nomeadamente cérebro, pelo que é
frequente a recuperação total de vítimas que
estiveram longos períodos de tempo em paragem
cardio-respiratória, sobretudo as mais jovens.
HIPOTERMIA
• Sinais e Sintomas:
– pele fria, pálida e seca;
– temperatura corporal < 35ºC;
– alterações do comportamento e consciência;
– o pulso e a ventilação fracos;
• À medida que a vítima vai perdendo a consciência, as
funções vitais tornam-se cada vez mais difíceis de
detectar, levando mesmo a uma paragem cárdio-
respiratória (iniciar de imediato manobras de SBV).
PRIMEIROS SOCORROS
• Retirar vestuário molhado ou húmido;
• Aquecer a vítima com recurso a cobertores e a dispositivos térmicos
colocados nas axilas e virilhas para manutenção da temperatura
central. A sua colocação nas extremidades é contra-indicada pois o
aumento da circulação periférica ajuda a diminuir ainda mais a
temperatura central;
• Colocar a vítima em local abrigado e aquecido;
• Colocar a vítima de acordo com o seu grau de consciência;
• Avaliar as funções vitais (consciência, respiração e circulação) e
iniciar manobras de SBV;
• Promover o transporte para o hospital.
ENTORSE
• Ruptura ou torção dos ligamentos que
reforçam uma articulação, provocada por
um repuxamento violento ou movimento
forçado a esse nível.
• Sinais e Sintomas
– Dor forte no momento que aumenta
com o movimento.
– Edema (inchaço) na região articular.
– Equimose (nódoa negra) em alguns
casos.
PRIMEIROS SOCORROS
• Instalar a vítima em posição confortável.
• Fazer aplicações frias no local.
• Conferir apoio à articulação envolvendo-a em
camada de algodão que se fixa com ligadura.
• Em caso de dúvida imobilizar como se fosse
uma fractura.
LUXAÇÃO

• Perda de contacto das superfícies articulares por deslocação dos


ossos que formam uma articulação, o que acontece quando esta sofre
uma violência directa ou indirecta.
• Sinais e Sintomas
– Dor violenta
– Impotência funcional
– Deformação
– Edema
• Primeiro Socorro
– Instalar a vítima em posição confortável
– Imobilizar sem reduzir
CÃIBRA
• Contracção sustentada, involuntária e dolorosa de um músculo ou de
um conjunto de músculos, provocada por situações de fadiga
muscular, sudação abundante ou qualquer outra situação que
provoque desidratação.
• Sinais e Sintomas
– Dor local
– Rigidez muscular
– Edema
• Primeiro Socorro
– Distender os músculos
– Massajar suavemente o local
– Aplicar calor de forma indirecta
DISTENSÃO
• Ruptura das fibras que compõem os músculos, resultante de um
esforço para além da sua resistência, como por exemplo levantar
pesos.
• Sinais e Sintomas
– Dor local de Instalação súbita
– Rigidez muscular
– Edema
• Primeiro Socorro
– Instalar a vítima em posição confortável
– Se o acidente é recente fazer aplicações frias
– Repouso absoluto do músculo
FRACTURA
• Fractura é o rompimento total ou parcial de
qualquer osso. Existem dois tipos de fractura:
– Fechadas ou simples: sem exposição óssea;
– Expostas ou composta: o osso está ou esteve
exposto.
FRACTURA

• Comparar o membro supostamente fracturado


com o correspondente não comprometido.

• Sinais e sintomas:
– Deformações; – Dor à manipulação;
– Edema; – Crepitação óssea;
– Encurtamento do membro; – Enchimento capilar lento;
– Impotência funcional ou – Diminuição da sensibilidade;
perda de função;
– Redução da temperatura.
– Mobilidade anormal;
COMPLICAÇÕES
• A gravidade da fractura depende:
– Estrutura óssea implicada;
– Tipo de fractura;
– Natureza da fractura
– Idade da vítima.
• As complicações decorrentes de facturas podem ser:
– Hemorragias e feridas complicadas;
– Infecção;
– Perda de função de um membro (actividade motora e sensitiva);
– Deformidades físicas (encurtamento do membro);
– Lesões articulares (rigidez articular, osteoartrose, etc.);
– Necrose avascular;
– Tromboembolismo e embolia gorda.
PRIMEIROS SOCORROS
• Expor o foco da fractura;
• Retirar roupa / adornos;
• Prevenir o choque;
• Controlar hemorragias (compressão manual
indirecta);
• Cobrir com compressas as feridas;
• Proteger topos ósseos visíveis como se fossem
corpos estranhos encravados.
PRIMEIROS SOCORROS
• Fracturas Fechadas • Fracturas Expostas
– Imobilizar com tala ou – Cobrir o ferimento com
material rígido compressa ou pano limpo;
– Minimizar a hemorragia;
– Prevenir o estado de
choque.

• Não movimentar a parte fracturada;


• Não dar nada de comer ou beber à vítima;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.
LIGADURAS DE IMOBILIZAÇÃO

• Poderá haver necessidade de imobilizar


um membro ou articulação em caso de
entorse/luxação ou factura.
LIGADURAS DE IMOBILIZAÇÃO
• Como proceder:
– Imobilizar o local da fractura e as articulações próximas,
acima e abaixo da fractura.
– Improvisar talas e ligaduras com o material que houver
próximo: tábuas, papelão, cabo de madeira, galhos de
árvore, roupa, cobertores, gravatas, meias, fios, toalhas,
etc.
– Proteger a pele que ficar em contacto com as talas.
– Não reduzir deformações.
– Verificar se imobilização não impede a circulação.
LIGADURAS DE IMOBILIZAÇÃO
EFEITOS DE DOENÇAS
SOBRE O ORGANISMO
Epilepsia, diabetes, AVC
EPILEPSIA
• Doença neurológica de causa variada (genética, traumática) relacionada
com uma alteração de condução dos estímulos/impulsos nervosos. Existem
dois tipos de epilepsia: Pequeno mal e Grande mal.
• Sinais e Sintomas
– Pequeno Mal
• Alterações do Comportamento;
• Ausências / Alheamento;
– Grande Mal
• Alterações do Comportamento (visões anormais, aura);
• Perda de consciência, aumento do tónus muscular e apneia;
• Fase convulsiva: movimentos convulsivos, ventilação difícil, salivação
abundante, perda de controlo dos esfíncteres;
• Relaxamento muscular e recuperação progressiva da consciência; confusão
mental e necessidade absoluta de descanso.
Convulsão
• Perda súbita da consciência acompanhada de contrações
musculares bruscas e involuntárias, conhecida popularmente
como “ataque”. Causas variadas: epilepsia, febre alta,
traumatismo craniano, etc.
• Sinais e sintomas:
– Inconsciência;
– Queda abrupta da vitima;
– Salivação abundante e vómito;
– Contracção brusca e involuntária dos músculos;
– Encerramento da mandíbula, travando os dentes;
– Relaxamento dos esfíncteres (urina e/ou fezes soltas);
– Amnésia do acontecimento.
PRIMEIROS SOCORROS
• Colocar a vítima em local arejado, calmo e seguro;
• Proteger a cabeça e o corpo de modo que os movimentos
involuntários não causem lesões;
• Afastar objectos existentes ao redor da vitima;
• Lateralizar a cabeça em caso de vómitos (desobstrução da via
aérea); Prevenir mordedura da língua colocando um pano limpo ou
compressas na boca ou utilizando um tubo de Guedel;
• Aliviar as roupas e deixar a vítima debater-se livremente;
• Nas convulsões por febre alta diminuir a temperatura do corpo,
envolvendo-o com pano embebido por água;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.
DESMAIO/LIPOTÍMIA
• É a perda súbita e temporária da consciência e da força muscular,
geralmente devido à diminuição de oxigénio ou nutrientes no cérebro, tendo
como causas: hipoglicemia, síncope, factor emocional, dor extrema,
ambiente fechado, etc.
• Sinais e sintomas
– Tontura;
– Sensação de mal estar;
– Pulso rápido e fraco;
– Respiração presente de ritmos variados;
– Tremor nas sobrancelhas;
– Pele fria, pálida e húmida;
– Inconsciência superficial.
PRIMEIROS SOCORROS
• Colocar a vítima em local arejado e afastar curiosos;
• Deitar a vítima se possível com a cabeça mais baixa
que o corpo;
• Aliviar as roupas;
• Avaliar a ocorrência e o estado da vítima
(consciência, respiração e circulação) e actuar
perante o observado;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.
DIABETES
• A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo
aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e que
resulta de uma deficiente capacidade de utilização pelo
nosso organismo da nossa principal fonte de energia – a
glicose.
• À quantidade de glucose no sangue, chama-se glicemia.
Ao aumento da glicemia, chama-se: hiperglicemia e
deve-se em alguns casos à insuficiente produção,
noutros à insuficiente acção da insulina e,
frequentemente, à combinação destes dois factores.
DIABETES
• Hipoglicemia – Insuficiência de glicose por:
– Jejum prolongado
– Esforços físicos
– Dose excessiva de insulina
• Hiperglicemia – Excesso de açúcar no sangue
por:
– Refeição muito rica em hidratos de carbono
(açúcares)
– Falta de insulina
HIPOGLICEMIA
• Sinais e Sintomas
– Sensação de fraqueza / fome
– Palidez
– Suores frios
– Pele pegajosa
– Pulso rápido e cheio
– Ventilação superficial e fraca
– Convulsões – coma.
PRIMEIROS SOCORROS
• Se consciente:
– Monitorizar glicemia capilar;
– Dar água com açúcar;
– Avaliar condições da situação.
• Se inconsciente:
– Pedir ajuda – Ligar 112;
– Colocar açúcar debaixo da língua.
• Manter temperatura corporal.
• Transporte para Hospital.
HIPERGLICEMIA
• Sinais e Sintomas
– Fadiga crescente
– Desidratação
– Ventilação rápida, fraca e irregular
– Pulso rápido e cheio
– Hálito adocicado a fruta ou a acetona (hálito cetónico)
– Fase rosada e aspecto congestionado
– Inconsciência – coma.
PRIMEIROS SOCORROS
• Avaliar o estado da vítima e actuar perante a
observação (efectuar uma pesquisa de glicemia
capilar);
• História clínica:
– É insulino-dependente?
– Já tomou dose de insulina diária?
– Faz anti-diabéticos orais?
• Manter via aérea permeável;
• Transporte para Hospital.
ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL
• Lesão do tecido encefálico produzido por falha na
irrigação sanguínea.
• Causas:
– Isquemia causada quando um trombo ou êmbolo obstrui uma
artéria encefálica, impedindo que o sangue oxigenado nutra a
porção correspondente do encéfalo.
– Hemorragia causada quando uma artéria se rompe deixando a
área do encéfalo sem nutrição. O sangue que sai do vaso
rompido aumenta a pressão intracraniana pressionando o
encéfalo e interferindo nas suas funções.
ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL
• Sinais e Sintomas
– Perda brusca de conhecimento
– Descoordenação / incapacidade motora
– Cefaleias
– Agitação e ansiedade
– Dificuldade na articulação das palavras
– Anisocória (pupilas com diâmetros diferentes)
– Repuxamento da comissura labial
– Incontinência de esfíncteres
– Insensibilidade a estímulos
– Palidez
PRIMEIROS SOCORROS
• Reduzir tenção emocional: manter ambiente tranquilo;
afastar familiares; incutir confiança;
• Avaliar resposta;
• Manter via aérea permeável;
• Desapertar a roupa no pescoço, peito e cintura;
• Avaliar a vítima e actuar de acordo com observação;
• Manter temperatura;
• Transporte para Hospital (sempre).
LESÕES DA COLUNA
VERTEBRAL
• A coluna vertebral é composta de 33 vértebras (7 cervicais,
12 torácicas, 5 lombares, 5 sagradas e 4 conccígeas)
sobrepostas, localizada do crânio ao cóccix, e no seu interior
há a medula espinhal, que realiza a condução dos impulsos
nervosos.
• As lesões da coluna vertebral mal socorridas podem produzir
lesões graves e irreversíveis de medula, com
comprometimento neurológico definitivo (tetraplegia ou
paraplegia).
• Todo o cuidado deverá ser tomado com estas vitimas para
não surgirem lesões adicionais.
LESÕES DA COLUNA
VERTEBRAL
• Sinais e sintomas
– Dor local intensa;
– Diminuição da sensibilidade, formigueiro ou dormência nos
membros inferiores e/ou superiores;
– Paralisia dos segmentos do corpo, que ocorrem abaixo da
lesão;
– Perda do controle esfincteriano (urina e/ou fezes soltas).

• Nota: Todas as vitimas inconscientes deverão ser


consideradas e tratadas como portadoras de lesões na
coluna.
PRIMEIROS SOCORROS
• Cuidado especial com a vítima inconsciente;
• Imobilizar o pescoço antes do transporte, utilizando o colar
cervical;
• Movimentar a vítima em bloco, impedindo particularmente
movimentos bruscos do pescoço e do tronco;
• Colocar em plano duro;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.
TRANSPORTE DE VÍTIMAS
• O transporte de vítimas deve ser feito por
equipas especializadas (Bombeiros, etc.).
• O transporte realizado de forma imprópria
poderá agravar as lesões, provocando
sequelas irreversíveis à vítima.
• A vítima deverá ser sempre transportada
com técnicas e meios próprios.
PRIMEIROS SOCORROS

Farmácia de bordo e estojo de


primeiros socorros
MATERIAL CLÍNICO
• Todo o material necessário para prestar
cuidados a vítimas de vários acidentes.
• Esse material pode ser de uso único e
individualizado ou reutilizável.
• Nesta última situação, o material terá que sofrer
um processo de higienização, desinfecção ou
esterilização para a sua posterior utilização
noutra vítima.
CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL
CLÍNICO
• Classificação do material clínico segundo o tipo de
contaminação e risco de infecção:
– Não crítico – quando esteve em contacto com pele íntegra (mas
não mucosas) ou superfícies inanimadas.
• Exemplos: macas de transporte, estestoscópio, esfignomanómetro,
etc.
• Método: Higienização com água e sabão (remoção da sujidade
através da acção mecânica ou química; processo que procede a
desinfecção e facilita a acção do desinfectante) aplicação de álcool
a 70º (desinfectante potente na ausência de matéria orgânica,
exemplo, sangue e outros fluidos corporais).
CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL
CLÍNICO
– Semi-crítico – quando esteve em contacto com
mucosas ou pele não íntegra e em contacto com
fluidos corporais.
• Exemplos: laringoscópio, máscaras faciais, etc.
• Método: desinfecção (redução dos microorganismos para um
nível não prejudicial para a saúde; este termo é aplicado só
a objectos inanimados; só se deve recorrer à desinfecção
química quando o tratamento pelo calor não está indicado
para o material em questão), utilizando um desinfectante
(álcool a 70º, clorohexidina a 2%, etc.)
CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL
CLÍNICO
– Crítico – quando penetra tecidos, no sistema
vascular ou outros órgãos isentos de flora
microbiana própria.
• Exemplos: instrumentos cirúrgicos, etc.
• Método: esterilização (destruição de todos os
microorganismos por vários agentes como o calor
húmido ou seco, óxido de etileno, agentes
químicos (plasma) e radiação (gamma).
MALA DE PRIMEIROS
SOCORROS

O que conter a bordo de uma


embarcação?
CLASSIFICAÇÃO DAS
EMBARCAÇÕES
• Navegação Oceânica - Adequadas para navegar sem limite
de área (Tipo A);
• Navegação ao Largo - Adequadas para navegar ao largo até
200 milhas de um porto de abrigo (Tipo B);
• Navegação Costeira - Adequadas para navegação costeira
até 60 milhas de um porto de abrigo e 25 da costa (Tipo C2);
• Navegação Costeira Restrita - Adequadas para navegação
costeira até 20 milhas de um porto de abrigo e 6 da costa
(Tipo C1);
CLASSIFICAÇÃO DAS
EMBARCAÇÕES
• Navegação em Águas Abrigadas - Adequadas para navegar em
zonas de fraca agitação marítima, junto à costa e em águas
interiores num raio de 3 milhas de um porto de abrigo e em águas
interiores até (Tipo D):
– 3 milhas de um porto de abrigo se movidas à vela ou motor;
– 1 milha da costa se movidas exclusivamente a remos;
– 1 milha da linha de baixa mar, desde o nascer e até uma hora antes do por do Sol, para as
motas de água e jet-ski.

• As embarcações de recreio devem ser portadoras do equipamento


de primeiros socorros descritos a seguir consoante a classificação
da embarcação (Portaria 1464/2002 de 14 de Novembro).
TIPO DE EMBARCAÇÃO
MATERIAL OBSERVAÇÕES AeB C1 e C2 D
Pensos preparados sortidos (pensos rápidos) 1 caixa de 20 1 caixa de 20 1 caixa de 20
Pensos preparados 10 cm X 10 cm 1 caixa de 10

Ligadura de crepe ou gaze com alfinete-de-ama 7cm X 4m 2 1 1

Ligadura de crepe ou gaze com alfinete-de-ama 15cm X 4m 1 1


Ligadura de tronco 1
Compressas esterilizadas 10 cm X 10 cm 1 caixa 12 unid.
Dedeira 1 1
Algodão hidrófilo pacote de 25 g 1 1
Álcool puro 500 cm3 1 1
Água oxigenada 250 cm3 3 1
Pomada anti-séptica tipo cetrimide 1 tubo 1 tubo
Pomada analgésica e antipruriginosa tipo nupercainal 1 tubo
Analgésico e antipirético 20 compr. 20 compr.
Comprimidos para enjoo 20 compr. 20 compr.
Comprimidos antidiarreicos 1 emb.
Antibiótico de largo espectro 1 emb.
Antiespasmódico drageias, cápsulas ou supositórios 1 emb.
Adesivo bobina estreita 1 rolo
ESTOJO DE PRIMEIROS
SOCORROS
TIPOLOGIA DE FÁRMACOS
ESSENCIAIS
• Tópicos:
– Olhos [pomadas e colírios oculares com anti-inflamatório ou
antibiótico, lágrimas artificiais, gotas anestésicas (tetracaína),
tratamento de doenças oftalmológicas como o glaucoma
(pilocarpina)];
– Ouvidos (gotas anti-inflamatórias e antibióticas);
– Pele [protector solar, repelente de insectos, pomadas
antifungicas e antipruriginosas, tratamento de queimaduras
(bacitracina+neomicina, …), óxido de zinco, antiparasitário
(piolhos)].
TIPOLOGIA DE FÁRMACOS
ESSENCIAIS
• Orais:
– Antipsicóticos, antidepressivos
– Analgésicos e antipiréticos: e ansiolíticos: Amitriptilina 25
Aspirina, Paracetamol, mg, Fenobarbital,
Aspegic EV; Clopromazina 25 mg e por via
– Sais de re-hidratação oral; IM, diazepam;
– Anti-ácidos: hidróxido de – Anti-anginosos: dinitrato de
alumínio ou magnésio; isossorbido;
– Anti-heméticos: – Vitaminas: ácido ascórbico;
metoclopramida; – Anti-veneno: carvão activado,
– Antitússicos: sulfato de cálcio efervescente, etc.
codeína; – Prevenção e tratamento da
– Furosemida; malária: fosfato de cloroquina,
– Anti-parasitário intestinal; cloridrato de quinino.
TIPOLOGIA DE FÁRMACOS
ESSENCIAIS
• Via endovenosa:
– Antibióticos: Penincilina G benzatina e procaínica, Ampicilina,
Doxiciclina, Eritromicina, Metronidazol, Bactrim®;
– Soluções hidroelectrolíticas: SF, glicose a 5%;
– Hidrocortisona;
– Diazepam;
– Epinefrina, Sulfato de Atropina;
– Morfina e Naloxona;
– Lidocaína (SC ou IM).
• Vacina anti-tetânica.
INSTRUMENTOS E
EQUIPAMENTOS
• Instrumentos:
– Cuvete reniforme ou redonda;
– Copo graduado de vidro;
– Cabo de bisturi e lâminas nº 10 e 15;
– Pinças de dissecção tipo Adson, Halsted, Kelly;
– Pinças de roupa;
– Tesouras rectas e cirúrgicas curvas;
– Porta agulhas de Hegar-Mayo;
INSTRUMENTOS E
EQUIPAMENTOS
• Equipamentos: – Esterilização de pressão a
– Esfingnomanómetro e vapor para instrumentos;
estetoscópio; – Talas insufláveis para
– Termómetro; braço e perna;
– Frigorífico com – Talas de alumínio para
termómetro; dedos;
– Saco de aplicação de calor – Algemas;
e frio; – Almofada tipo coxim;
– Manta de aquecimento; – Bengala e muleta;
– Fonte de O2; – Arrastadeira e urinol;
– Lanterna; – Saco de cadáver.
MATERIAIS
• Luvas, avental ou bata, máscaras • Sondas de aspiração e aspirador portátil;
cirúrgicas; • Máscaras de oxigénio ou nebulização;
• Kit de pensos descartáveis; • Seringas e agulhas descartáveis,
• Fios de sutura: absorvíveis 2-0 e 3-0; catéteres endovenosos;
não absorvíveis (seda 3-0, Nylon 5-0); • Preservativos;
• Pele plástica; • Espátulas de madeira;
• Compressas esterilizadas; • Tubos orofaríngeos de plástico (tubo de
• Adesivos cirúrgicos; Guedel);
• Ligaduras de suporte, fixação e • Desinfectantes: hipoclorito de sódio,
ortopédicas; álcool, etc.;
• Pensos esterilizados; • Anti-sépticos: iodopovidona, cloroexidina
• Kit de algaliação descartável; 2 ou 4%;
• Tiras de teste para urina; • Gráficos de registo.
CONCLUSÕES
• As situações de socorro prioritário e secundário devem
ser abordadas tendo em conta o algoritmo de SBV.
Atendendo sempre primeiramente à segurança do
socorrista.
• O pedido de ajuda é essencial para um socorro eficaz e
eficiente à vítima.
• A existência de material se socorro adequado à situação
é uma mais valia para a actuação do socorrista. Este
deve conhecer o material existente dentro do estojo de
primeiros socorros a bordo.
BIBLIOGRAFIA
• CONSELHO PORTUGUÊS DE RESSUSCITAÇÃO – Manual de Suporte
Básico de Vida. Porto: CPR, 2008.
• CRUZ, José R.S – Ressuscitação no Afogamento. Medicina Peri-
operatória, Cap. 150, Brasil:SAJ, 2007.
• DIÁRIO DA REPÚBLICA – I SÉRIE-B – Portaria n.º 1464 – N.º 263 de 14
de Novembro de 2002.
• IRMC – Modo de actuar em caso de… – Cuidados Básicos de Saúde –
Casos de Urgência, 2008.
• VIEIRA, Sílvia R. R. [et al.] – ALTERAÇÕES NAS DIRETRIZES
INTERNACIONAIS DE RESSUSCITAÇÃO, 2005.
• WILKINSON, Douglas A. E SKINNER, Marcus W. – Manual de Abordagem
Primária ao Trauma. Edição Standard. Inglaterra: WFSA e Royal College of
Anaesthesiologists, 2000. [www.primarytraumacare.org].
DÚVIDAS?
REVISÕES
• Os primeiros socorros são os cuidados imediatos que se
prestam a uma vítima no local de acidente e que
asseguram a vigilância das funções vitais e a
manutenção do estado da vítima.
• Os princípios gerais dos primeiros socorros são:
prevenir, alertar e socorrer.
• A avaliação da situação e do estado da vítima são de
extrema importância para a actuação do socorrista e a
activação de ajuda diferenciada.
REVISÕES
• O algoritmo de SBV assenta numa avaliação sistemática, rigorosa e
sequencial da vítima e que pretende ir resolvendo os problemas que se
encontram.
• A sequência do algarismo corresponde ao significado do A B C, verificando
anteriormente sempre as condições de segurança e posteriormente a
resposta da vítima:
– Airway (vias aéreas) – procurar objectos estranhos na VA e permeabilizar a via
aérea (hiperextensão do pescoço e elevação do queixo ou sub-luxação da
mandíbula);
– Breathing (respiração) – pesquisar sinais de respiração através do
VerOuvirSentir a respiração;
– Circulation (circulação) – pesquisar sinais de circulação através da observação
de tosse, movimentos corporais e pesquisa de pulso carotídeo.
REVISÕES
• O algoritmo de SBV aplica-se a todas as situações em
que se encontre perante uma vítima.
• Existem 2 momentos em que o socorrista deve alertar
outras pessoas para o auxiliarem no socorro à vítima:
quando constata que a vítima está inconsciente e
quando constata que a vítima não responde.
• Deve atender-se sempre ao facto de a vítima ser vítima
de trauma para a abordagem da via aérea e o transporte
serem adequados.
REVISÕES
• Quando não se presenciou a situação deve
deixar-se a vítima na posição que se encontrou
e tentar averiguar o tipo de ocorrência.
• Quando a vítima está consciente e não sofreu
um trauma deve colocar-se numa posição
confortável.
• Se se encontra inconsciente, mas respira pode
ser colocada na PLS.

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