You are on page 1of 52
O museu ea vida DANIBLE GIRAUDY HENRI BOUILHE UM TEXTO_ COMENTAD( > TDUSTRADG) OM CINQUENTA DESEN O museu ea vida DANIELE GIRAUDY HENRI BOUILHET UM TEXTO COMENTADO E ILUSTRADO COM CINQUENTA DESENHOS ORIGINAIS TRADUCAO: JEANNE FRANCE FILIATRE FERREIRA DA SILVA PORTO DO LIVRO LIVROS NACIONAIS E ESTRANGEIROS FONE: 228-1633 R. 3553 i MING SPHANIPRO-MEMORIA in tan HEE REA epee cemaen a Smeaton Paterften ene Cre Fee eae er cin Edita: Sain aria de Mel Quirr President) ee een NN spin Reamer iscrimt Meares HSS ne eet ee Govern do Estado do Rip Grande do Sul Soreime do Ext Pero Simo Sereio Execunvo do Combo Estadual de Desenvolvimento Cultural: sto Jorge Appel Dirtiors dB Tato Estadual do Livro: Regina Zilberman ee icaciicani fee eect Semen Fetes dg Pe ia on a ee : une ' Bee es el: ( 80 Biblioteca Uni sitaria ee C.P.D.:.5M 0000 45034 Patrimonio Ficha Catalogritica Este livro nao é um compéndio de museologia um estudo hist6rico um manual de museografia uma sondagem sécio-cultural um tratado de arquitetura museal a maioria dessas obras encontram-se na bibliografia citada em anexo Ele gostaria de ser achave de um dominio, nem reservado, nem misterioso, nem moribundo destinado aqueles que jé gostam dos museus ¢ 0s freqitentam, e aos que deles ainda néo gostam ara que venham a eles Para Carline Apresentagii de Priscila Feit Preficio de Georges-Henri Rividr Definigéo de museu © pREDIO As origens do museu (Os gabinetes de curiosidades As galerias (Os grandes museus do século XIX século XX As galeria de vizinhanga (Os parques naturais e os parque O ACERVO E SEUS ESPACOS As escavagies as coletas, os museus de siti Inventirioe Manutengao do acervo A sus MARIO O circuito e os espagos anexos As galerias secundatias A leitura do objeto As exposigdes itinerantes A apresentagio em vitrines As condicoes ambientais da exposicio O clima do muse Poluigio e degradagio A seguranga A iluminagao 0 PESSOAL © Consetho Internacional dos Museus CO pessoal cientifico Os servigos pedagogicos A coils tical 0 PUBLICO As sociedades de amigos dos museus O Museu APRESENTAGAO Nasce © Museion na Grécia. Aparece no Egito dos Ptolomeus. Re duz sua pretensio enciclopédica. Livra-se da antiga estrutura, torna- se compéndio sobre metais, lista de especiarias, livro de cangdes & poemas Em meio a violéncia dos saques, os troféus desfilam a gloria e 0 ilhagem, espalham-se pe inetes, galerias de apara- 108, curiosidades, cabecas eservadas de palicios fina os objetos em b coroadas sucedem-se, escondi Abrem-se .s. Nao mais o privilégio de alguns, mas patrimo- povos. O museu retém o tempo. As musas, donas ‘continuam estrelas-guias de um passeio sideral. Nostal do que foi ‘0 que © progresso humano Peredes “forrx haa’ de quadiers Quadrado do Museu do Louvre emprestou seu nom Sal fe emprestou seu nome aos “Saldes” de pintura anuais fundados em Paris a partir de 1900. hers ji encaminhado pelo Ministro Celso Furta acessiveis, didaticos, a Foi pensando nos que trabalham dentro dos museus, para os que esti fora dos museus, que o fizemos traduzir. Obtivemos do Go: verno Francés o direito de o publicar, na certeza de que O Museu e a Vida sera ail As mudangas que pretendemos, tanto na area indivi dual quanto na que estabelece o nosso didlogo com o mundo, Priscila Freire Coordenadora do Sistema Nacional de Muse MINC. SPHAN/Pré-Mem: PREFACIO © museu ¢ a vida: 0 titulo da obra de imediato afasta a imagem tradicional do museu; sugere uma imagem nova atendendo as exi géncias do mundo atual Provido de definigdes substanciosas, ilustrado por engenhoso dia grama, a introdugdo abre o caminho. Dissipam-se preconceitos, desfecham-se marretadas, mas com a espontaneidade que se pode esperar dos autores. Os quatro capitulos tratam, respectivamente, do prédio, do acervo do pessoal, do pablico. Os autores, com modéstia, recusam-se a apresentar uma hist6ria ou um tratado. Entretanto introduzem, em poucas paginas, matérias tedricas e praticas formuladas em termos simples e claros. Atingem, assim, seu objetivo, que nao € somente informar, mas tocar o fundo das coisas, e favorecer a compreensio e, se assim podemos dizé-lo, 0 amor por uma instituigdo rejuvenes- ida, com mil flores desabrochando. Que Daniéle Giraudy, em sua obra, e na parte que Ihe toca, coloque a crianga em destaque, no surpreenderd os numerosos musedlogos conhecedores e apreciadores de seu trabalho em Marselha e em Pa- ris e de sua ago internacional no ICOM. Mas até entio, quem sa bia, além de seu circulo de relagées, que ela e Henri Bouilhet fos- sem a tal ponto capazes de dizer, em poucas figuras, expressivas ¢ vivazes. 0 que tantos musedlogos experientes tentaram, mesmo mu- nidos de pesado instrumental de fotografias e textos Esta obra, em definitivo, além de constituir um instrumento de trabalho, propée um conceito eficiente, ou melhor, uma filosofia sorridente do museu. Possa ela trazer-Ihe novos adeptos e, com eles, So os votos, é a conviegio de um “veterano’ Georges-Henri Riviere PRosrana¢4o ADM nisTRACAD 1 No prédio é definido o programa, orientada a pesquisa ¢ administrado o museu sob a responsabilidade de sua equipe técnica 2 A museografia é a técnica de expor 0 acervo. 3 Entre 0 acervo ¢ o piblico, o pessoal é responsavel pelo estudo e conservacao dos objetos, pela informagao e educacao dos visitantes. 4 Oespaco dedicado ao pubblico é essencial. A abertura do museu estabelece-se através de técnicas de animacao. ‘a servico do puiblico DEFINICAO DE MUSEU Georges-Henri Riviere, primeiro diretor do Conselho Internacional dos Museus, define 0 museu como “uma instituicio a servico da sociedade que adquire, conser. va, comunica e expde com a finalidade de aumentar o saber, salvaguardar e desen- volver o patriménio, a educagao ¢ a cultura, bens representativos da natureza e do homem © museu, prédio aberto ou fechado, conserva, portanto, 0 acervo gracas a seu pessoal especializado, para educagio e deleite do publica. Dessa forma, os quatro capitulos desta obra constituem, segundo o esquema aci- ma, 0 conteddo da museologia*, a ciéncia do museu, sendo a muscografia sua aplicagio pratica O museu é um servico piiblico a servico do piiblico A transformagio radical dos museus, ao longo dos diltimos quinze anos, deveria também acarretar a dos seus visitantes e do pessoal cientifico que nele trabalha, Feline, conserva e expde as colegdes destinadas ao estudo, deleite ou educagao, Dessa transformacdo, entretanto, muitos dos visitantes do museu ainda nao se aperceberam. Cercado de respeito ou contestado, é tio mal conhecido quanto mal utilizado. Quais as falsas idéias do grande publico em relacdo aos museus? Freqientemente assimilada a uma obrigacio cultural tediosa, a visita-ao-museu. num-domingo-de-chuva, em familia, assim como a visita guiada de turmas de estu: dantes em filas bagunceiras, tornam essa instituigio uma espécie de igreja. Nela io expostas obras-primas indiscutiveis, cuidadosamente resguardadas por vitrines ou cordées vermelhos, protegidas por molduras douradas, dissimuladas atts dos reflexos ou da poeira. Etiquetadas de maneira pouco legivel, as obras so acompa nhadas de informagdes herméticas, retiradas de catalogos racionais de autoria de velhos conservadores de museu, calvos ¢ reumaticos, que dedicaram suas apagadas Vidas ao estudo das estelas ptinicas ou da pintura a témpera ‘I ged U GA Sil ae vitrines dd Supmimidad 0 visifeate & @beado em antxto direto con a vida animal Museu Zooldgico da Universidade de Copenhagen: um diorama aberto. Durante 0 percurso do circuito da exposigio, cada visitante reconhece os nomes Proprios que significam “obras-primas” — Rubens, Delacroix, Miguel Angelo — sem saber a que relacionar esses artistas, a vida que levaram, a sociedade, os habitos ¢ as rupturas que provocaram 0 nascimento dessa obra Gnica e, as vezes, escandalosa que atravessou séculos ¢ hoje nos diz respeito. De tempos em tempos, uma exposicéo excepcional, divulgada com 0 reforgo de wes, mostra esse mesmo piblico comprimido em longas filas de espera na a das “Santas Reliquias” expostas por um curto periodo, modificando a roti- neira atmosfera da missa dominical. Os “profanos” devem ter visto as exposigbes de Ramsés, Picasso, Matisse ¢ Van Gogh, nem que seja por cima da cabeca dos outros peregrinos, e malgrado a pre- senga de guardas as vezes sonolentos em seus banquinhos. E proibido tocar, ¢ proibido fumar, é proibido aproximar-se, é proibido fotografar, € proibido rir, € proibido comer, é proibido corter, é proibido falar alto, € proibido sentar no chio, Finda a exposigio, as autoridades oficiais procedem a troca solene de seus respecti Vos tesouros, a Gioconda e a Vénus de Milo, que, no Japao, darao direito a visitas de apenas 15 segundos por visitante, contra o sarcéfago de jade de uma princesa chinesa da alta Antiguidade ou 0 Ouro dos Sitas. Quando as obras-primas retornam a seus penates, recebem muito menos visitas: a instalagao permanente das colegdes egipcias no Louvre excita téo menos as multi does que a dispendiosa e espetacular exposicio temporaria no Petit-Palais, que somos levados a nos perguntar se um dos remédios para a crise dos museus no seria deslocar os menos visitados, transportando-os momentaneamente para esses locais de grande circulacao — aeroportos da arte. Assim, citando unicamente Pa. ris, o Museu Gustave-Moreau poderia ser deslocado para 0 Orangerie, a Doagio Jacquemard-André para 0 Grand-Palais, ¢ algumas salas mal-amadas do Louvre seriam transferidas para 0 Museu das Artes Decorativas, em frente, na Rua de Rivoli Atualmente, os conservadores de museu sio igualmente apaixonados, porém mais dinimicos, os prédios mais abertos, as salas mais claras, o piblico mais diversifica do ¢ mais numeroso, as legendas mais legiveis, os catalogos mai 5 € 0S guardas mais atentos Esses comportamentos classicos e ritos culturais comuns, bem como os locais que 6s fazem nascer, geram também outra falsa idéia comumente admitida a respeito dos museus: museu = museu de arte Existem, na verdade, varios tipos de museus: museus de hist6ria natural, palacio da descoberta, museus de ciéncias, jardins zool6gicos, instituiges que conservam. indumentérias, maquinas, fosseis, esqueletos, plantas, instrumentos agricola, in setos, avides, tecidos, faiangas e conchas, e até experiéncias mecdnicas ou ativi SY [lls na Pe Bai Bree bes netul mam pequer: ¢ Pee pe cna BUee ed Cea did i a Peer ed Erg eRe H —beecia foram ims ot fesoueet dos Hemp sonst meen ee OMe ahd Sd vd Sica Bet ee Ace oon (ere cory cor Ne! E 0 mais anhyo mosey do mundo Ajes a mote do imheradee Shem, em $56, sua Vida enrinwcor ake aemazem de madeiea ,chamado Skashoim, Com todas os ksoreas peeknaertet Aquele pavnet pe As origens do museu | A construed’ , inkieamenk ged pessoal cientifico A formagio universtéria de base, freqientemente sancionada por um concurso para entrada nessa carreira quando se ¢ funcionério, acrescenta-se uma formagio continua — insubstituivel — na pratica (a propria experiéncia profissional que ndo se pode aprender nos livros) e uma reciclagem epis6dica em col6quios e seminrios nacionas ou internacionais, aos quas se acrescentam estgios pratios e intercAm- bios de pessoal de museu # muse Mas esse homem-orquestra deve desdobrar-se também em administrador capaz de gerir uma instituigéo bastante complexa, is vezes pobre e deficitéria... Deve saber Provar aos edis quando ele proprio é funcionério, como na maioria dos museus europeus, ou aos trustees, esses administradores de museus privados americanos, que sua instituigio pode ser um local de informagio, o centro de uma rede de comunicacéo. Que a cultura através do museu néo é um luxo, mas uma necessi- dade; pode voltar a ser, diante da degradacio da qualidade de vida na passividade dos usuarios, uma maneira de aprender, comunicar ser, melhorando a qualidade da Vida. Distancia-se, portanto, o tempo em que a colecio era constituida para 0 Prestigio de um principe ou de uma cidade, para deleite de um niimero reduzido de pessoas e comeca a época onde o museu, inserido em uma politica cultural de educagio, torna-se o ponto de encontro privilegiado do patriménio e da sociedade, a0 mesmo tempo que uma janela para o mundo, reflexo de um meio ambiente social, cultural e humano. Nio constituem “os objetos reais” insubstituiveis instrumentos de educacao do mu- seu, no tempo em que as palavras impressas e as imagens reproduzidas macica- mente entorpecem nossa vigildncia com seu matraquear efémero? Essas colegdes fazem com que 0 museu deixe de ser um reposit6rio para tornar-se modo de expresso de uma sociedade, a sociedade da qual conserva os vestigios e a nossa A qual ele as prope, dialogando finalmente em um intercimbio ativo, Essa atitude cria novas necessidades: —assegurar a formacdo das equipes de contato (guias, animadores) entre prédio € 0 visitante: nao se mostra um objeto qualquer, de qualquer maneira, a qualquer pessoa; — garantir a conservagio ¢ a exposigao do acervo, que deve ser, a0 mesmo tempo, bem protegido ¢ acessivel ao maior nimero possivel de pessoas, bem como aos pesquisadores; — desempenhar a fungio de educar e informar todas as categorias de piblico. Formado por conservadores de museus e seus assistentes, restauradores responsé- veis pela sade das obras, pedagogos ¢ animadores culturais responsiveis pelo contato direto com 0 piblico, o pessoal cientifico possui, em geral, formagio uni- versitéria completada por formagio museoldgica. A Escola do Louvre é uma das ‘mais antigas instituigdes de formagio profissional, aberta em 1852 no Ambito do ‘museu “para difundir junto ao pablico cultivado o gosto e a curiosidade artisticas”. O Onibus-museu di Museu as Criangas Orienta-se mais para 0 estudo histérico das obras, por vezes completado por esté- gios priticos A formagio ministrada nos centros de museologia de Leicester, na Gri-Bretanha, de Brno, na Tehecostoviquia, enfatiza a formacio técnica, pratica e tedrica dos futuros muse6logos especializados na propria Universidade. As cidades de Nova Torque, Boulder (Colorado), Baroda, na india, ¢ Rio de Janeiro abriram, elas tam- bem, centros de ensino de museologia. A essa formagdo universitiria, hist6rica, administrativa, as qualidades humanas, ao sentido de sua misso conservadora, aos objetos e servigo pablico que fazem desse funciondrio um chefe de equipe sobre- carregado, 0 conservador de museu deve, sobretudo, acrescentar uma verdadeira vocagio, Por mais belas e completas que sejam as colegdes, por mais adaptado que seja 0 prédio, a diferenca entre um bom ¢ um mau museu é freqientemente devida, no fim das contas, a qualidade humana da pessoa que o dirige e © orienta, & sua capacidade de estimular e coordenar sua equipe e deixar passar esse influxo para 0 piblico. Entusiasmo, confianga, rigor, desprendimento, abertura de espirito, senti- do pritico sao to importantes quanto titulos ou diplomas, as dimensdes do prédio € a qualidade de seus escritos. Os que amam seu museu transmitem aos outros 0 desejo ¢ as razdes de amé-lo; € sem amor nio hé trocas vivas no museu Nas assembléias gerais do Conselho dos Museus (ICOM) que congregam a cada quatro anos o conjunto da profissio museal durante jornadas de balango profissio- nal, encontros e debates, misturando conservadores de museu vestidos com bou- ous, jeans, saris, quimonos, terno completo ou tailleurs procedentes de todos os recantos do mundo, destacam-se as personalidades desses homens ou mulhestes excepcionais e calorosos que fazem progredir os museus. aparecimento dos primeiros servigos de empréstimos externos implantados, ha cerca de um século, no Victoria and Albert Museum, e dos servigos educativos aumentou a importincia das equipes pedagdgicas e dos animadores. Nao se trata mais de trabalhar para mas com o pablico, gracas a esses mediadores responsiveis pelo favorecimento de um contato ativo entre as obras e os homens. A acio de difusio desse museu descentralizado na cidade integra-se assim na vida, a qual, por sua vez, repercute no museu. Modos de atuagio diversos criam outros tantos instrumentos novos, em novos lo- cais de trabalho. (os estandes de museus nas feiras de exposigies — pontos de encontro de um pblico muito vasto, aquele que ainda falta conquistar — os dnibus-museu nos mercados, nos grandes conjuntos habitacionais, jardins piiblicos, patios das escolas e hospitais que levam as colegdes ao pablico com um, equipamento leve como 0s de Marseille ou de Bordeaux; bed conuke uma sala ,eshe- ng gp ea a a A aaa pn se l Pao rn ees ees pa pe re tia sed pe On moe 5 Chee Bee AY i pie de Grand Palais em Paris, Ce es al ae ve Pe eee Mune it Os universifarins deve também see um as pias alvo do Muse. A toemsca festa nat Escola de Ante. y como 2 de duminy, em Marselha, -orma-of fotuent animadores privileytadrs Uma exposicdo para as criangas em Houston, Texas O PUBLICO © pablico, “conjunto de pessoas que Item, véem, escutam as obras” conforme a definigéo do diciondrio, é formado no museu por individuos de toda espécie, curio- S08, turistas ou amadores, ¢ grupos organizados, profissionais, sociais, culturais, educativos, escolares inclusos, escoteiros, pessoas de terceira idade, deficientes fisicos. Todos esses puiblicos compunham em Paris, no primeiro semestre de 1967, os 1.240.000 visitantes da exposicao Tutankhamon, batendo seu sucessor do verio de 1976, Ramsés (884.000), bem como, por ocasiio do Centendrio do Impressionis. mo, em 1974, 0s 505.000 bisnetos dos parisienses de 1874, entio escandalizados por esses pintores do efémero, ‘Ao lado dessas vedetes, Paul Klee, em 1970, recebeu apenas 101,000 amadores no Museu Nacional de Arte Moderna da mesma cidade. Entre esse grande publico que vai ao museu ¢ o piiblico potencial que a freqiienta (inadequadamente apelidado em 1968, “nao publico”, pelo pess teatro) quais os pontos ¢ os gostos comuns? Uma inica sondagem promovida, em 1965, pelo Comité Canadense do ICOM, Toronto, analisou 0 gosto dos que nao freqiientam o museu, e sua atitude fren arte moderna, a partir de uma amostragem de populagao cientificamente estabele- cida, conv lassificar 220 cartées-postais reproduzindo obras de arte. La Loge, de Renoir, recebeu a maioria dos sufragios, enquanto Paul Klee classificou. se nove vezes em diltimo lugar Malgrado a diversidade de niveis sécio-culturais, idades, sexos, as obras de arte desconhecidas eram descartadas ¢ nte rejeitadas (A Composigdo, 1913, de Mondrian — ou a Barba, de Dubuffet, em 78% dos casos) e sua classificagdo mos. trava como favoritas as mais conhecidas (Renoir, la Loge) ou as mais célebres (O. Angelus, de Millet, 51%) independente da formagio desse piblico canadense Mais proximo de nés, da descricdo estatistica do pablico dos cento e vinte museus franceses, tal como estabelecida por Pierre Bourdieu e Alain Darbel (cf. Bibliogra. fia) depreendem-se quatro fatores determinantes na freqiientagao dos museus 4@ categoria sécio-profissional: as classes superiores constituem quase sozinhas © Pablico dos museus franceses (um operério sobre cem vai uma vez por ano a0 83 as olead na CAIKA contend af Rar ale tahctime ermiteme ave divs re era fecilmente i Australian Museum de Sidney. Servico de empréstimo e 0s kits muse cem pessoas com nivel superior completo fornecem 77,6 visitas) Foe ilade’ a freqiiéncia ¢ maxima para as turmas de jovens estudantes, université- fos, (incrementada por novas leis que abrem, para © museu, espagos no hordirio escolar) cem pessoas com “menos de 25 anos” fornecem 258 visitas por ano, 8venee mais que 0s “mais de 65 anos’ vos Zenda gera o lazer € possibilita o turismo cultural, arrastando para os museus, Nos roteiros de férias, um piblico que os vista raramente em seus locais de trabs Iho; o nivel de instrugdo e o sexo, que resumem ¢ explicam os fatores anteriores: cem peririos com diploma de formagéo profissional nivel médio fornecem 21.3 visitas Por ano, enquanto que 100 pessoas com cargos de chefia mas de idéntico nivel Gaucacional fornecem apenas 12,3, as mulheres com diplomas de nivel superior vo es mais 40 museu do que os homens portadores do mesmo diploma (1). A obra de art icamente para os que detém os meios de decifré jonal; outros cédigos nas classes populares inte. ides expressivas, técnicas (“o métier”), a antigui + critérios decisivos que afastam totalmente esse piblico da arte moderna contemporinea Finalmente, a frequientacio assidua do museu associa-se amplamente a outras pr ticas culturais: tea e atura obre Les pratiques cultu- relles des francais (As préticas culturais dos franceses. V. bibliografi.), ewea forma, a sociologia, evidenciando as desigualdades diante da cultura, revela a ily sio do “gosto artistico” como dom da natureza; 0 museu pblico e gratuito é ape nas uma aparéncia Taxa de freqiiéncia anual segundo as categorias Esperanga matemstica de vsita durante um ano, em percentagem 32 Sitar matemitica de vita durante um ano, em percentage gen diploma __ CEP BEPC" _BAC*** completo + conan teri aa rr Operon 3 aa Aresios, comersians 307, Emprepados vel mio Enpregados, vel supenor Professors, pare Conjunto Sexo mascalino Sexo feminno + Centficat Etudes Primates — Diploma de 5 Brevet d'Etudes du Premier Cycle — Diploma **" Baccalauréat — diploma de conclusto de ensin do 2 pau, Tara dose a ber devevce Hernoe her- Sianat de Amines, cortinas de enrelar & prinds verticais. da poder “SDNENE RESERINS TENICAS VITO Anpegs Teen Zen FLEX(BILDADE DE A transparéncia exagerada da ar Museu-Casa da Cultur construide om 136, ex frekenela actolece Sime todas ot delicados pro ‘ ja We > teenth aes ie os F flenibsbdade: ° oe ‘aes, des v9 uma xt inclusiv' [iberdede Be Bes vmere DEAUNSNID PROTERE 0 conToNTD om OBERTURA Ly Loctig Ten 10s 6 caseeoes Te edo FUACIOA NETO a qualidade da lve nah natural 3oie abondncin & dosaaem, sao elemen josagem, : tne Naren, do clima e vida de um mutt: Entretanto, o diretor do novo museu, equipado com servigos polivalentes, colegées melhor apresentadas, a frente de uma equipe especializada, estabelece contatos Novos com os grupos de visitantes: associagdes de usuirios, professores, comités de empresa, gracas aos animadores, esses mediadores especializados. O papel educa. tivo dos museus evidencia-se através da leitura dos objetos reais expostos: vesti- mentas, fosseis, maquinas, plantas, animais, documentos ou obras de arte, recor- endo a todos os meios de informagao suscetiveis de valorizé-los. Nessa perspectiva foi aberto, no final do século passado, em 1899, no Brooklyn, bairro negro de Nova lorque, 0 primeiro museu para criancas, e, em Londres como vimos, no Victoria and Albert Museum, 0 primeiro servigo de empréstimo, Mais de cem museus para criangas, a seu exemplo, sio criados, nos Estados Uni- dos, ¢ menos de uma dezena no resto do mundo, enquanto que, n ides museus, 0 Metropolitan Museum de Ne jioria dos jorque, os museus de Chicago, iladélfia, Sao Francisco, Washington, Los Angeles... desenvolvem servigos edu. cativos para os jovens.” Inicia-se uma nova etapa: nesse museu transformado em local de encontro de informagdo e intercimbio, as colegdes tornam-se 0 elo vivo entre as diferentes categorias de visitantes, expresso por diferentes formas de ex- pressio. As sociedades de amigos dos museus refletem essa evolugio. Do mecenato geral: mente orientado para as aquisigoes, passam, durante uma fase intermedisria, a ati Vidades ligadas & vida do museu: servigos de recepgio e visitas comentadas, por exemplo, em numerosos museus americanos (0s volunteers servem até o ché nas salas um pouco frias do Museu de Boston). Essas equipes de voluntarios, dando generosamente seu tempo, informam, guiam, colam selos com entusiasmo. Embora preciosa essa colaboracio, a tendéncia atwal dos museus publicos € dim Mas caberia as sociedades de amigos dos museus, agrupadas hd cerca de trés anos ‘em federacao internacional, reduzir a tarefa dos profissionais do museu e contri buir para a mutacdo do museu na sociedade contempordnea através de sua agao de difusio cultural: em vez de representar o museu no exterior, deveriam defender no seio do proprio museu a populagdo que se propde atingir em uma estrutura de participagio dos usuarios dos habitantes de uma cidad Se atualmente menos de 10 ativa freqlentam suas colegdes publicas é que as “pontes” funcionam mal. Torna-se necessétio criar pon. tos de transmissio (cartazes, ridio, televisio), orientar os voluntarios, organizar ‘uma aco educativa, trabalhando inicialmente in loco com as escolas, universi dades, centros sociais, comités de empresa, hospitais, mercados, feiras, grandes Novos espacos adaptados a piblicos especiais Em um musev © contat da ce‘anca com a obra de arte pode. dishensae falaven. Deleeminedos Jones estebelecen a Ligacds imediate © terbeeimentel” com a oben. puiblico especializado conjuntos habitacionais de subirbios. Gracas a visitas, exposigées itinerantes, em- Préstimo de filmes, colegdes portiteis ou circuitos de Onibus-museu (seis somente na Franca, entre 1971 e 1976) por meio de uma ago cultural “descentralizada” a0 redor do museu. A partir dos anos de 1968/69, uma evolugio animadora esboca-se com vistas & reducio da distancia entre escola e cultura, gracas a trés inovagées: nos estabeleci mentos do primeiro grau, 0 “tergo do tempo” pedagoico (instituido em 1969); nos estabelecimentos de segundo grau, 0s 10% de horério livre (instituidos em 1973); ¢ as Casas S6cio-Educativas (instituidas em 1968). A flexibilizagao trazida ao progi ma escolar pelo “terco do tempo” e os “10%” possibilitaram numerosas e interes. antes experiéncias, abrindo mais a escola para 0 mundo sensivel, a escola paralela © meio social, econdmico ¢ o quadro de vida. Essas experiéncias, levades a cake, freqiientemente com o apoio financeiro do Fundo de Intervengio Cultural (Fonds d'Intervention Culturel) © das coletividades locais, recorrem com freqiiéncia @ meios extra-escolares, especialmente 0 apoio das instituicbes culturais vinculadas & Secretaria de Estado da Cultura. Por seu lado, a Secretaria de Estado da Juventude € Esportes colabora com as atividades desenvolvidas nas Casas Sécio-Educativas (lubes diversos nesses estabelecimentos), ou as mantidas pelas associagdes paraes colares para os alunos do primeiro grau Dillon Ripley, em The Sacred Grove, nota que 0 museu deveria atrair estudantes em pedagogia, especialmente para um tema de pesquisa entre 0s mais apaixo- nantes “o estudo do despertar do interesse Na raiz de todos os problemas do ser humano encontra-se uma auséncia total de interesse que nao seja por nossa propria sobrevivéncia. De que servem todos os remédios propostos para conservar a hist6ria das civilizagdes ou para manter a cultura se © homem ¢ totalmente indiferente? Se 0 fato de educar nao forma pes: soas interessadas pelo que se passa em volta delas durante sua tinica vida, entao a educacao €, antes de tudo, um fracasso. Eu diria mesmo que os museus so 0s maiores laborat6rios disponiveis para estu dar a forma pela qual pode ser despertado 0 interesse e que esse problema é essen. cial a0 nosso desejo de sobreviver enquanto seres humanos, Local de informagio ¢ encontro, centro de educagio aberto aos métodos pluridisci plinares, 0 museu deve também permanecer esse local de deleite tio decantado. sera sempre necessério ser feliz em siléncio no interior de um museu, s6, a dois, em familia ou em grupo; para tanto, deve diversificar seus espagos e seus métodos de exposicio, deixar de separar os géneros, associando as ciéncias do Homem e as da Natureza, acentuar as “obras-guia” e, sobretudo, tornar-se um local onde se cultive a sensibilidade e ndo o gosto de tal ou tal pessoa, grupo ou sociedade Planta do Atelié das Criangas, Centro Georges P ompidou, em Paris, piiblico potencial “Esses critérios objetivos presidiriam, conforme o desejo de Hugues de Varine (Museum, 1976, n? 3), a reunido em todas as dreas da atividade humana, de cole- ses de objetos tridimensionais” em depésitos locais ou nacionais que, como ban- cos de objetos, agrupariam o patriménio cultural das sociedades (etnologia, antro- Pologia, tecnologia, museus de hist6ria e até museus de arte). “No nivel da anima. gio € da ago junto ao grande pablico, quer dizer da comunidade, os temas trata- dos deveriam estar ligados & vida real Quais so, portanto, os meios de animagao que possibilitam tal mutagéo? Visitas guiadas, certamente, mas que convidem o piblico & participacio ativa, Por meio de um pessoal que sabera captar sua atengio e solicitar sua sensibilidade; meios audiovisuais associados & exposicdo, ¢ no mais esse meio de orientagio individual excessivamente estereotipado, que transforma o visitante em marciano errante: — atividades diversas organizadas no Ambito do museu: concertos, conferéncias, Projegdes, dancas, programas de televisdo transmitidos em TVs educativas ou em horas de grande audiéncia (a grande lacuna de nossos trés canais!) Esses programas de animacao foram tentados pela Diregio dos Museus da Franca, em 1973 e 1974, em dez museus da provincia francesa. Em quinze dias, nas cidades de 7.000 a 75.000 habitantes, atrairam de 3.000 a 13.000 visitantes quase unica mente estudantes, que freqientemente voltaram ao museu alguns dias mais tarde com suas fami A renovacio parcial das colegdes expostas, a colaboragio de artistas € pesquisa- dores, a modernizagio da exposicao, a publicacio de catélogos, as exposigées tem- Pordrias, as associagdes nos museus so meios bem conhecidos para “ativar” o intercdmbio entre a instituicdo e seu publico — mas nio atingirao o pablico poten: cial a ser ainda conquistado Pois nessa série de progressos que se estio generalizando, © museu atende apenas 0 Seu patriménio, © no passou ao estigio no qual atende 0 seu pablico. Deve, para tanto, repensar sua politica e “multiplicar suas atividades, tornar as colegbes acessi veis segundo circuitos diferentes, associar 0s usuarios & definigao das atividades e & avaliacio dos resultados” (Hugues de Varine) como 0 ecomuseu, 0 museu escolar ou 0 museu de bairro estao tratando de fazé-lo. Servigos de empréstimo, servigos educativos @ la carte e-a domictlio, ateliés de expressio onde se aprende a ver, tocar, fazer, devem ser urgentemente criados, onde se poderia, por meio de circuitos de televisio por cabo ou relés video transmi tidos para os bairros de uma cidade, gravar as descobertas do olho e da mao feitas nos ateliés de expressio do museu, através de uma abordagem ndo verbal que estimularia a imaginacdo e as capacidades criadoras to raramente solicitadas na ago, no trabalho e nos lazeres automatizados 91 Rin POE Caer eclata or quadeo. uma mera em cada sala arn ete Snel anes Ce rare folh mimeo gzatada., 5 | Ne ea aE eee sem LOOT re cay Avignon — 1976. Ap oe ren eed Sa UP eT 7) ee ee E se fosse proibido proibir. POSFACIO Leitor, aqui termina nosso passeio. Esteja & vontade para des cansar e escutar 0 canto das belas recordagées do caminho, io hé obrigagio de ler um postacio assim como nao ha de buscar a imagem do espelho atras da face estanhada. Se tiver essa sabedoria, serd unicamente para mim mesmo que direi o {que vejo atras do reflexo de um museu, de um museu francés, Vejo nele grandes belezas. Primeiro uma paixio, a paixio de mais de um milhar de homens e mulheres que concordam, pa ra satisfazé-la, em comecar sua vida profissional imediata mente acima da linha de flutuagio, se admitirmos que o salério ‘minimo € a linha de afogamento. Sua paixio, como toda ppaixio que exalta em vez de fazer definhar, chama-se amor fé, esperanca. E preciso esperar, erer no homem e amé-o para sagrar sua vida aos homens de sempre. Pois a vida de um conservador de museu é, através do objeto, tornar compreen homem de hoje o elo que 0 vincula ao homem de ‘ontem e os deveres que tem em relacio ao homem de amanha. Um conservador de museu ¢ 0 elo de uma continuidade dina mica. A no: dduas velhas tolas, o detestam. Assim como detestavam Noe uma delas porque ele apostava no futuro, a outra porque leva aa bordo a fidelidade sob todas as espécies. Nio toleram que algia friorenta e a raiva destrutora das raizes, esperemos nem que recordemos. Que se destripem! Constr remos nossas arcas, Um museu é uma arca. Deve sé-1o, Esti se transformando em arca, Os canteiros de arcas multiplicam se em toda fanga. Este ano, cinco foram langadas: as de Lyon, Bavai, Quimper, Agen, Avignon. A de Lyon, por cexemplo. E Nautilus dos Infernos. Talhado por Zehrfuss 1 ventre do morro de Fourviere, pleno de palavras gélidas dk vetho Lugdunum, olha, através de dois olhos abertos no flanco dda montanha, 0 que acontece no mundo da luz e so genio dos sobrinhos-netos vale o dos grandes ancestrais. Recebeu de Proserpina a missio de len brar aos vivos que € preciso viver do grandiosamente quanto os mortos: ele esta em vigilia. Esti Vigiando, Aarca de Avignon é um palicio, construido por e para prela dos, prelados tio refinados quanto austeros, um pouico guer reiros também. Terminadas as preces & gléria de Deus para a eloria dos papas? Nao, mas orientadas de outra forma. Apoia- das no tempo abengoado quando, tao simplesmente (tio sim- plesmente segundo 0 coragio, mas submetido aos maiores re- finamentos da maneira, da matéria), o visivel ai aparecia uni- camente para simbolizar o invsivel, as preces ainda se elevara, as preces das Madonas e dos Santos dirigidas ao Eterno, mas também suplicam com ternura ao homem de hoje indagar asi mesmo por que est comovide e por que esse siléncio repenti ‘no? O Petit Palais de Avignon faz as delicias dos historiadores, dos restauradores, dos téenicos. Eo festim dos contemplat vos, dos quais historiadores, restauradores e técnicos s30 0s cozinheiros Bavai? Quimper? Agen? Que partam! Esta noite, falo com ‘meus botdes. Para mim, constituem trés aventuras da intel géncia e do coragio. E nio tenho vontade de conté-las. Mas se esses contemplativos tiverem um pouco de inteligéncia cora- io, compreenderio, sentirio, na Galia, na Bélgica, na Armé: rica, na Aquitinia, a marca do amor. Que importa que saibam {quem os amou o bastante para Ihes fazer compartilhar de seu Por que unicamente essastrés provincias francesas? E alhures, € em toda parte na Franca que os museus estao se mexendo, ‘como deve ser dito, ao que parece. E em toda parte que No& festd construindo sua arca. E em toda parte que descobre 0 monte Ararat, Se as pessoas fassem tm pouco mais justas, um pouco mais esclarecidas! Se soubessem que Nog, nas areas da Franga provincial, embarcou, nesses cinco anos, vinte € oito milhdes de passageiros! Vocé bem sabe, minh’alma, que sempre haveria um para zombar-de sua embriaguez. FE. facil quando j4 passou 0 dilivio. © problema é que ele esta chegando. Nio importa, Nog: construa! Dominique Ponnau ” ALGUMAS DEFINICOES OFICIAIS DE MUSEU 1954, Moscou: Bolshaia Sovietska Enci- Klopedia (a 28, p. 493) “Os museus si0 instituigdes que reuinem, conservam expiem documentos histéricos, vestigios de uma cultura espiritual ou material obras de arte, colegées, amostras de ob- jetos naturais” (citado por J. Neustupny Museum and Research, Praga, 1968, p.l53) 1956. Paris, Unesco, Conselho Interna ional dos Museus, “Todo estabelecimento permanente, ad: ministrado no interesse geral, com vistas a conservar, estudar, valorizar pelos mais diversos meios e essencialmente ex: por para deleite do piblico um conjunto de elementos de valor cultural: colecoes de objetos artsticos, historic, cientifi 08 € técnicos, jardins botanicos e z00l6 sic0s, aquirios. Assimilam-se aos mu: seus as bibliotecas publicas ¢ os centros de arquivos que mantém em permanén: cia salas de exposicdo. (Estanutos do ICOM, 1,1). 1968. Paris, Associagio Francesa dos Conservadores das Colecées Pablicas. ‘Museu: Estabelecimento a servigo do ppablico tendo por tarefa recolher, estu: dar, expor e transmitir os valores cultu rais que so as obras dos homens e da natureza, o museu desempenha, por esse fato, uma missio cultural original.” (Le 98 Monde, 17 de julho de 1968, p.9) Os ‘Conservadores de Museu pedem uma re forma de sua profissio) 1969. Paris, Unesco, Conselho Interna onal dos Museus ‘O ICOM reconhece a qualidade de mu seu a toda instituigio permanente que conserva e expde colegdes de objetos de cariter cultural ou cientifico com fins de estudo, educacio e deleite.” (Estattos 1,3), 1973. The American Association of Mu: An organized and permanent non pro- fit institution, essentially educational or aesthetic in purpose, with professional staff, which owns and utilizes tangible objects, cares for them, and exhibits them to the public on some regular sche dle” (Museum Accreditation, Washing ton, 1973, vol. VII) 973. Santiago do Chile. Papel dos Mu- seus na América Latina, “Uma instil ‘0 a servigo da sociedade, que ‘Comunica © expée, especialmente fins de estudo, conservacio, educagio ¢ cultura, testemunhos representativos da evolugio da natureza e do homem (Conferéncia da Unesco, maio de 19 1—ORGANIZACAO GERAL DOS MUSEUS Bazin, Germain, Le Temps des Musées. Bruxelas, Edig6es La Connaissance 1967, Benoist, Luc, Musées et Muséo Presses Universitaires de France (colegio Que sas-je?), 1960. La Préservation des Biens Culturel Unesco, Musées et Monuments, XI 1969, Les Expositions temporaires et itinérantes. Unesco, Musées et Monuments, X, 1965, L’Organisation des Musées, Conseils pratiques. Unesco, Musées et Monuments, IX, 1959 Musées et Recherches sur le Terrain Unesco, Musées et Monuments, XII 1970, Ripley, Dillon, The Sacred Grove Simon and Schuster, New York, 1968. Varine, Hugues de, Museum (definition om: the 15th Ed, of Encyclopaedia Britannica) H.H. Senton Public. (pp BIBLIOGRAFIA SUMARIA T.—O MUSEU E SEUS PUBLICOS Belleville, Pierte, Animation pour quelle vie sociale? Ed. Thema, Paris, 1974 Bourdieu, Pierre e Darbell, A L'Amour de Art, Les Musées et leur public. Editions de Minuit, Paris, 1966, Cameron, Ducan F., Are Art Galleries Obsolete? Report of Proceeding of Seminar 2, organized by the Art Gallery ‘of Ontario, 1969, Freire, Paulo, L’Education Pra (a Liberté. Ed. du Cert, Paris, 1975. Gazeau, M.T., L’Enfant et le Musée Ed, Ouvrieres, Paris, 1974 Gloton, Robert, L’Arta Ecole. Presses Universitaires de France, Paris, 1965, Harrisson, Molly, Changing Museum: Their Use and Misuse, Langsmans, London Wi, 1967 Les Problémes des musées d International Council of Museum, 1964, Manganel, E., Le Musée et’ Ecole Etudes Pédagogiques, Payot, Lausann 1962 Musées, Imagination et Education Unesco, Musées et Monuments, XV Pratiques Culturelles des Fran Secretariat Etat a la Culture, Service des Etudes et Recherches, Paris, 1976, Rebetez, P., Comment vister un Mus Conseil de Europe, Strasbourg, 1970 Rigaud, Jacques, La Culture pour Vivre N.RF. Gallimard, Paris, 1975, Riviere, Georges-Henri, Le Musée et ("Education des Adultes. Conferéncia Internacional da Unesco, Elseneur, ju snho de 1949, Situation Actuelle et Ten erche dans le Dom Spéciale. Unesco, Par Varine, Hugues de, La Cul Autres. Ed. du Seuil, Paris, 1976 Winstanley, B., Children and Museums. Basil Blackwell, Oxford, 1967 Wittlin, Alma A.., In search of a Usable Future. Museums, 1970 Salo Quadrado do Museu do Louvre “Museu Zooldgico da Universidade de Copenhague Castelo de Pibrac, préximo de Toulouse: 0 Gabinete de Damas Tesouro dos Atenienses, em Delfos O Shishoim, proxime a Quioto, no Japio Galeria de Stallburg — Kunsthstorisches Museum, de Viena Galeria das Antiguidades, Palazzo del Giardino Sabbioneta —proximo de Mantua Pensylvania Museum, na Fladélfia CCaustro da Abadia de Saint Michel-de-Cuxa Museu de Isracl em Jerusalém “Museu Guggenheim em Nova York Museu Winnipeg no Canads Museu de Louisiana, na Dinamarca Museu de Niamey, no Niger Museu de vizinhanca: a Casa del Museo: Méxic Ecomuseu da Grande Lande, em Marquéze Museus de Historia Natural do século XIX Sala das Cruzadas, no Museu de Versailles Sala dos Ialianos — Galeria de Dusseldorf Museu de Historia Natural de Nova York Reservas téenicas do Centro Georges Pompid ILUSTRAGOES Kunsthistorsches Museum, em Viena, em 1914 Kunsthistorisches Museum, em Viena, apés 1914 Museu de Arte Moderna, do Centro Georges Pompidou, em Paris Trés principios de disposiglo das pinturas Trés principios de apresentagio em vtrine Museu Nacional de Artes ¢ Tradigbes Populares, em Paris Museu de Wasa, em Estocolmo Fundacio Maeght, em Saint Paul-de-Vence Teja de Saint Pierre em Avallon Museu da Universidade de Berkeley — California Grande Galeria do Louvre no século XVIII omisch-Germanisches Museum de Coldnia Onibus-museu do Museu das Criangas, em Marseille Dentroe fora do museu, uma nova pedagogia © piblico do Grand- Palas, em Paris Uma exposigio para as criangas em Houston, Texas Australian Museum, de Sidnei Museu-Casa da Cultura do Havre Novos espagos adaptados a pblicos especiais Planta do Atelié das Criangas, Centro Georges Pompidou, em Paris Museu do Petit Palas, em Avignon E se fosseproibide proibir Museu Arqueoldgico de L Inpresso na oftinas da SEGRAC - Rua Caronti wf 161 Tet (081) 482-7857 iM

You might also like