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A2/PS1
RESUMO
Este artigo apresenta a experiência da equipe de manutenção da UHE Jirau na realização de ensaios
elétricos em transformadores elevadores de potência sem a desconexão da Subestação Isolada a Gás
SF6 (GIS). Para isso, são utilizadas as chaves de aterramento da GIS para acesso aos os terminais de
alta (525kV) e os barramentos isolados de 13.8kV para conexão com os terminais de baixa tensão do
transformador elevador. Permitindo assim, a realização de ensaios de relação de transformação (TTR),
medição da corrente de excitação, medição de resistência de enrolamento, ensaio do isolamento AC e
DC e medição de capacitância das buchas. Desta maneira, a metodologia utilizada para a realização
dos ensaios elétricos nos transformadores da UHE Jirau apresenta resultados próximos aos valores de
fábrica ou de referência, além disso o tempo de realização destes ensaios é reduzido de 36 horas para 8
horas de trabalho em relação aos ensaios com os terminais desconectados do transformador.
PALAVRAS CHAVE
Subestação Isolada a Gás, ensaios elétricos, transformadores, UHE Jirau, chaves de aterramento.
Figura 1 - Diagrama unifilar da UHE Jirau 3.750MW - 50 unidades geradoras de 75MW e 13 transformadores elevadores.
Tipicamente 04 unidades geradoras são conectados a 01 transformadores elevador.
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Os ensaios tradicionais de transformadores utilizam das conexões diretas aos terminais
primários e secundários das buchas dos transformadores. Para realização dos ensaios da maneira
tradicional na UHE Jirau são necessárias a desconexão dos barramentos da GIS e de barramentos de
baixa tensão. A montagem e desmontagem da SIG demandam até 36 horas de atividades, pois são
necessários a retirada do gás SF6, desconexão elétrica da buchas e barramentos, a remontagem, vácuo
por no mínimo de 12 horas, enchimento de gás SF6 e ensaio de estanqueidade.
A alternativa encontrada pela equipe de manutenção da UHE Jirau para reduzir o tempo de
indisponibilidade do transformador foi de realizar os ensaios elétricos de relação de transformação
(TTR), medição da resistência ôhmica dos enrolamentos, ensaio do isolamento AC e DC e fator de
potência de bucha, utilizando os circuitos elétricos da própria GIS e barramentos isolados (baixa
tensão). Para isso, são utilizados os caminhos elétricos das chaves de aterramento isoladas a gás, nas
quais são desconectados os seus pontos de aterramento e utilizados estes para aplicação de potencial e
injeção de corrente, ver FIGURA 2.
Figura 2 - Ligação de aterramento removida da chave de terra da Subestação Isolada a Gás para realização de ensaios do
transformador elevador sem a desconexão com a Subestação Isolada a Gás.
Para que a realização dos ensaios elétricos do transformador pelas chaves de terra da GIS é
necessária que no projeto da GIS as chaves de aterramento permitam a desconexão da barra de ligação
a terra sem que sejam necessários a retirada do gás SF6 do compartimento e/ou a desmontagem do
invólucro. Também, há a necessidade de esquemas de baypass de intertravamento que permitam
fechar a chave de aterramento e seccionadoras ao mesmo tempo para acesso as buchas dos
transformadores [1].
2. ENSAIO DE RELÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
2.1. Procedimento:
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FIGURA 3 - Manobras e ligações típicas para ensaio de relação de transformação (TTR) de um transformador elevador da
UHE Jirau.
5. Conectar o cabo primário (H) no ponto de conexão da chave 57T-3, ver Figura 2, e
cabo secundário (X) no ponto de conexão com o Reator Limitador de Curto Circuito,
ver FIGURA 4 de acordo diagrama,
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FIGURA 4 – Ligação cabo secundário (X) para o ensaio de relação de transformação (TTR) no ponto de conexão com o
Reator Limitador de Curto Circuito. Este é ponto acessível ao terminal de baixa do trafo elevador.
FIGURA 5 - Manobras e ligações típicas para ensaio de corrente de excitação do transformador elevador da UHE Jirau.
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4. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIA ÔHMICA DOS ENROLAMENTOS
Este ensaio mede a resistência ôhmica dos enrolamentos do transformador. A medição é efetuada em
corrente contínua O ensaio é capaz de verificar a condição ôhmica dos enrolamentos, contatos de
comutadores e conexões internas, através da injeção de corrente contínua e medição da diferença de
potêncial entre os pontos de injeção de corrente. Para este ensaio espera-se com valores normais
direfenças de até 1% das medidas em fábrica ou comissionamente ou diferenças de 2-3% quando são
comparadas medições entre fases. Os valores de resistência devem ser corrigidos a 75°C.
FIGURA 6 - Manobras e ligações típicas para ensaio de medição de resitência de enrolamento de alta (ligação em estrela
aterrado) do transformador elevador da UHE Jirau.
5. MEDIÇÃO DE ISOLAMENTO DC
Estes ensaios verificam a condição da isolação entre os enrolamentos, e destes para a terra [3].
Para transformadores de tensão maiores que 69 kV se espera que a resistência de isolação DC esteja
maior que 1GΩ a 20°C e para transformadores de tensão menores ou igual a 69kV uma resistência de
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isolação maior que 500MΩ a 20°C [2]. Da mesma maneira dos outros ensaios apresentados
anteriormente, as ligações sem a desconexão do transformador devem acessar a parte de alta pelas
chaves de terra 57T-3, o ponto de aterramento de neutro do transformador e o circuito do RLC, ver
FIGURA 4, para acessar os pontos de baixa do transformador.
A medição do isolamento AC mede o fator de potência que é a relação entre corrente alternada
que circula pela parte resistiva e a corrente capacitiva da isolação. Para medição nos enrolamentos
espera valores normais de fator de potência na ordem de 0,5%, valores maiores que 1% são
questionáveis e necessitam de uma investigação [2].
O ensaio de medição de isolamento AC pode identificar contaminação no óleo isolante ou
defeito em evolução na isolação.
6.1 Procedimento para medição das capacitâncias do primário contra secundário (CH-X), do
primário contra terciário (CH-Y) e do primário contra terra (CH-G).
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FIGURA 7 – Ligações para medição das capcitâncias do primário contra secundário(CH-X), do primário contra terciário
(CH-Y) e primário contra terra (CH-G).
6.2 Procedimento para medição das capacitâncias do secundário contra terciário (CX-Y) e do
secundário contra a terra (CX-G):
FIGURA 8 – Ligações para medição das capcitâncias do secundário contra terciário (CX-Y) e secundário contra a terra CX-
G).
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FIGURA 9- Ligações para medição da capcitância do terciário contra a terra (CY-G).
O teste de fator de dissipação e teste de capacitância sãos os testes mais conhecidos e eficazes
na detecção precoce de contaminação e deterioração de buchas. As capacitâncias das buchas
condesivas são divididas em capacitância C1, capacitância do condutor central para o tap capacitivo, e
capacitância C2, capacitância do tap capacitivo para a terra, ver FIGURA 10
.
As diretrizes para avaliar os ensaios de fator de dissipação (DF) de buchas condesivas estão
apresentadas na TABELA 3.
TABELA 3 - Diretrizes para avaliação dos ensaios de fator de dissipação das capacitâncias
C1 e C2 de buchas condesivas [5].
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7.1. Procedimento para medição da capacitância C1:
FIGURA 11 – Ligações para medição da capcitância e fator de dissipação C1 da bucha de alta do transformador.
FIGURA 12 - Ligações para medição da capcitância e fator de dissipação C2 da bucha de alta do transformador.
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TABELA 4 - Resultados dos enaios de relação de transformação sem a desconexão do trafo
elevador da GIS.
A interpretação dos ensaios de corrente de excitação se faz com valores de corrente obtidos
em cada fase que são comparados entre si. Ou seja, para as fases das extremidades (ex. fases A e C) os
valores normais esperados são na ordem de até 5% de diferença, já entre a fase do meio (fase B)
espera-se um valor até 30% mais baixo em relação as outras fases [2]. O ensaio do trafo sem a
desconexão demonstra que a GIS e o barramento isolado estão coerentes com os valores obtidos
durante os ensaios de fábrica.
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TABELA 7 - Resultados da medição de isolamento AC (Fator de Potência) sem a desconexão
do trafo elevador da GIS.
9. CONCLUSÃO
A metodologia utilizada para a realização dos ensaios elétricos nos transformadores da UHE
Jirau apresenta resultados próximos aos valores de fábrica ou de referência, principalmente nos
ensaios de relação de transformação e corrente excitação. Os ensaios de resistência ôhmica e
capacitância sofrem influência da resistência equivalente em série (barramento e seccionadoras) e
capacitâncias em paralelo, respectivamente, assim, ensaios sem desconexão deverão ser utilizados na
comparação de futuros ensaios.
A metodologia utilizada pela UHE Jirau mostrou-se uma alternativa excelente e confiável para
a tomada de decisão quando houver a necessidade de ensaios após um desligamento intempestivo ou
manutenção preventiva pela redução do tempo de indisponibilidade do transformador de 36 horas para
8 horas trabalho.
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10. BIBLIOGRAFIA
[1] Koch, Hermman. “GIS Gas-Insulated Substations”, IEE PRESS WILEY, page 154.
[2] Working Group A2.34 CIGRE. “Guide for Transformer Maintenance”, February 2011, pages 52-
59.
[3] Grupo de Trabalho A2.05. “Guia de manutenção para transformadores de potência”, novembro de
2013, páginas 91-93.
[4] Manual CPC-100/CPTD1, Artigo Número: VESD0606 Manual Version:
CPC100TD1.A5.5.OMICRON2010.
[5] Santos, A.C, Silva, “Análise de Ensaios Elétricos de Isolamento AC, em diferentes Metodologias,
em transformadores de potência de alta tensão”. ELETRONORTE.
[6]. Milasch, Milan. “Manutenção de Transformadores em Líquido Isolante”, Edgard Bulcher,1984.
[7]. IEE Power Energy Society, “IEE Guide for diagnostic Field Testing of Fluid-Filled Power
Transformers, Regulators, and Reactors”, IEE Std C57.152-2013.
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