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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PESSOA

IDOSA EM PÓS OPERATÓRIO DE HERNIORRAFIA UMBILICAL:


RELATO DE EXPERIÊNCIA

Charles Maurício Barros dos Santos¹; Chrisllayne Carla Cavalcante Nascimento²; Monteiro Pires
Bastos Júnior³; Andrielly Silva dos Santos4; Fabiani Tenório Xavier Póvoas5
¹Acadêmico de enfermagem pelo Centro Universitário Tiradentes (mauriciocharlles@gmail.com); ²Acadêmica de
enfermagem pelo Centro Universitário Tiradentes (chrisllaynenascimento@gmail.com); ³Acadêmico de enfermagem
pelo Centro Universitário Tiradentes (mpiresbastos@outlook.com); 4Acadêmica de enfermagem pelo Centro
Universitário Tiradentes (andri_silva03@hotmail.com); 5Orientadora e Enfermeira Mestre graduada pela Faculdade
Estácio de Alagoas (fabianitenorio@hotmail.com).

RESUMO

Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com abordagem qualitativa, do tipo relato de


experiência. O objetivo deste estudo é descrever conhecimentos acerca da pessoa idosa em pós-
operatório de herniorrafia umbilical e condutas de Enfermagem a serem tomadas utilizando a
Sistematização da assistência de Enfermagem. Desenvolveu-se, aqui, como objeto exploratório do
caso à construção de exemplos que estimulem a reflexão acerca da importância da assistência de
enfermagem sistematizada (SAE), um plano de cuidados utilizando-se os diagnósticos de
enfermagem propostos pela taxonomia da CIPE 2.0 (Classificação Internacional para prática de
Enfermagem). Os principais levantados foram: risco alto para aumento de pressão sanguínea,
autocuidado em estado deteriorado, status nutricional comprometido, processo vascular deteriorado
em membros inferiores, risco alto para infecção por curativo de ferida. O estudo demonstrou que
uma assistência com grau necessário de qualidade precisa atender aos critérios mínimos de
planejamento e sistematização, nesse sentindo a Sistematização da Assistência de Enfermagem se
oportuniza no contexto da saúde pública por proporcionar melhor padrão de reposta do cliente ao
tratamento.

Descritores: Enfermeiro; sistematização da assistência de enfermagem; idoso; herniorrafia.

INTRODUÇÃO
A hérnia é um abaulamento de uma parte do organismo, geralmente constituída por alças
intestinais, que se exterioriza através de um orifício fraco natural ou adquirido devido a uma má
formação ou relaxamento da musculatura protetora dos órgãos internos. Ocorre em diversos locais,
porém com mais frequência na região abdominal, podendo se manifestar em qualquer idade. A

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maior parte das hérnias, cerca de 75%, se desenvolvem na região inguinal, atingindo mais homens
que mulheres¹.

A hérnia pode ser redutível ou irredutível quando realizada a manobra de redução, a qual irá
reintroduzir seu conteúdo na cavidade abdominal. As hérnias irredutíveis são também conhecidas
como encarceradas. Estas, podem se tornar estranguladas, quando há um bloqueio da circulação
sanguínea na parte da saliência, sendo assim uma complicação grave, havendo necessidade de ser
tratado urgentemente. Quanto aos sintomas, o inchaço na região abdominal é uma característica da
hérnia e pode vir acompanhado ou não de dor. A dor pode ser contínua ou intermitente e sua
tendência é piorar com atividades que pressionem o abdome, como esforço para levantar peso,
evacuar, tossir. No caso das hérnias estranguladas, além da dor, podem surgir náuseas e vômitos. O
tratamento cirúrgico é o indicado para a correção da hérnia¹.

A cirurgia tradicional é realizada através de um corte na parede abdominal para correção o


defeito através da sutura da região enfraquecida, podendo ser utilizado uma tela, fechando o ponto
fraco por onde as vísceras anteriormente saíam. Esta técnica pode ser realizada com anestesia local
ou na espinha dorsal. A intervenção cirúrgica em que não é utilizada a tela possui 35% de chances
de recidiva, e quando é utilizada este risco cai para 0,1%. Alguns pacientes podem ter
complicações, como em qualquer procedimento cirúrgico, onde as mais comuns são o hematoma, o
seroma, a impossibilidade temporária de urinar e o risco anestésico, principalmente em pacientes
portadores de doenças graves associadas. Em qualquer tipo de cirurgia, na fase pós-operatória, o
paciente necessita de uma assistência de enfermagem humanizada de forma que qualifique o
cuidado, contribuindo para uma recuperação satisfatória².

Diante disso torna-se cada vez mais incisivo a compreensão da Sistematização da


Assistência de Enfermagem (SAE) como um dos meios que o enfermeiro dispõe para aplicar seus
conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência ao paciente de forma a proporcionar um
cuidado de enfermagem contínuo e humanizado, caracterizando assim sua prática profissional3.

A SAE permite detectar as prioridades de cada paciente quanto as suas necessidades,


fornecendo assim, uma direção para as possíveis intervenções. No que se refere às necessidades
humanas, a equipe de enfermagem deve ter sensibilidade para correlacioná-las com a realidade em
que atua. Para tanto, o enfermeiro deve ser estimulado a desenvolver seu pensamento crítico durante
sua formação, assim, irá tornar-se apto a elaborar e aplicar adequadamente modelos e teorias às
condições em que a equipe trabalha4.

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A implementação do plano de cuidados deve entrosar os elementos da equipe de
enfermagem envolvidos na prestação de assistência ao cliente, devendo o enfermeiro prever, prover,
controlar o uso adequado de artigos e de equipamentos proporcionando, assim, um ambiente seguro.
A assistência prestada deve ser avaliada, tendo como base os conceitos de fisiologia, anatomia,
humanização e a opinião manifestada pelo cliente e pela família, nesta avaliação permite-se à
correção, se necessária, de deficiência na assistência prestada no período pós operatório5.

Neste embasamento, este trabalho teve como objetivo descrever conhecimentos acerca da
pessoa idosa em pós-operatório de herniorrafia umbilical e condutas de Enfermagem a serem
tomadas utilizando a Sistematização da assistência de Enfermagem pela taxonomia CIPE
(Classificação Internacional para Prática De Enfermagem).

O estudo se torna relevante por justificar a importância da padronização da linguagem


diagnóstica como forma garantir uma assistência de qualidade a clientes idosos em pós-operatório
de herniorrafia umbilical, contribuindo assim ao meio acadêmico e assistencial.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de


caso único, que é uma investigação sobre uma única situação, em que se busca um aprofundamento
dos dados, sem preocupação sobre a frequência de sua ocorrência. Este método deve ser adotado
quando se quer estudar algo singular, que tenha valor em si mesmo. Foi utilizado a observação
sistemática, questionário estruturado, análise documental, anamnese e exame físico. A coleta de
dados foi realizada na Unidade Básica de Saúde José Tenório de Albuquerque Lins, localizada no
bairro da Serraria em Maceió, Alagoas., Alagoas, no período de 10 de outubro de 2017. Cabe
ressaltar que foram cumpridas todas as especificações da resolução 466/12, do Ministério da Saúde.

Os dados foram coletados durante a consulta de hiperdia com o paciente. Através de uma
entrevista compreensiva, foi coletado dados objetivos e subjetivos, incluindo, dados
sociodemográficos, profissionais, estilo de vida, moradia, história clínica, sinais vitais e exame
físico. Para subsidiar a pesquisa ainda foram utilizadas algumas informações contidas no prontuário
do cliente tais como resultados de exames realizados e intercorrências durante a hospitalização. Os
dados coletados foram armazenados, analisados qualitativamente e apresentados em forma de
quadro. Posteriormente, foram construídos os diagnósticos de enfermagem.

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Para se chegar aos diagnósticos foram utilizadas, como base, as características definidoras e
os fatores relacionados ou de risco determinados pela taxonomia da CIPE 2.0 (Classificação
Internacional para Prática de Enfermagem), bem como a utilização do pensamento crítico, tomada
de posição ética e julgamento clínicos dos pesquisadores, resultado na sistematização da assistência
de enfermagem. Este processo culminou no desenvolvimento do planejamento de enfermagem
seguido das respectivas propostas de intervenção.

RESULTADOS

SUMÁRIO DE SITUAÇÃO

J.M.S, gênero masculino, 77 anos, casado, ensino fundamental incompleto, evangélico, trabalha,
boas condições financeiras, natural de Alagoas, município de Maceió, zona urbana. Reside em casa
de alvenaria, com três cômodos, saneamento básico e água tratada. Têm três irmãos, uma irmã
hipertensa e pais falecidos por Diabetes e Hipertensão Arterial Sistêmica. Afirma ser portador de
Diabetes Mellitus tipo 2 e Hipertensão Arterial Sistêmica, nega etilismo e tabagismo, desconhece
alergias medicamentosas. Refere ter cardiopatia, realização de cirurgia (herniorrafia umbilical) e há
quinze anos foi acometido por acidente vascular encefálico. Compareceu a Unidade Básica de
Saúde para retirar a sutura umbilical e consulta de Enfermagem. Relata sentir dores nos membros
inferiores e dieta inadequada as suas comorbidades, se alimenta de alimentos gordurosos e em
grande quantidade. Faz uso dos medicamentos: Captopril 25mg, Metformina 850mg, Sinvastatina
20mg, Prednisolona 20mg.Ao exame físico: orientado em tempo e espaço, cabelos ressecados, pele
sem anormalidades, conjuntivas normocoradas, nariz sem desvio de septo, narinas desobstruídas,
lábios normocorados, usando prótese dentária. Glândula tireoide indolor a palpação, pescoço com
mobilidade preservada, sem alterações. Tórax plano, simétrico, com boa expansibilidade pulmonar,
AP: MVU (+) em AH, SRA. FV: 25 ipm, ACV: RCI 2T, BHIPOF, FC: 101 bpm. Abdome
apendicular, dor a palpação, presença de deiscência de sutura de herniorrafia umbilical, hiperemiada
e em processo inflamatório. MMII com mobilidade preservada, com presença de edemas e
circulação sanguínea prejudicada. Aferido sinais vitais: Pressão Arterial: 130x80 mmHg, Pulso: 110
bpm. Glicemia: 300 mg/dL. Peso: 107 kg. Temperatura: 36,4 ºC.

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DISCUSSÃO

PLANO DE CUIDADOS

DIAGNÓSTICO INTERVENÇÃO DE RESULTADOS


ENFERMAGEM ESPERADOS

Risco alto para aumento de  Monitorar sinais Risco baixo para aumento
pressão sanguínea vitais; de pressão sanguínea

 Orientar quanto
alimentação
hipossódica;

 Orientar quanto ao
uso das medicações
prescritas.

Autocuidado em estado  Motivar e encorajar Autocuidado em estado


deteriorado quanto a aceitação melhorado
ao tratamento;

 Apoiar na aceitação
do estado de saúde;

 Participar no
processo do cuidar.

Status nutricional  Promover nutrição Status nutricional efetivo


comprometido adequada;

 Monitorar
alimentação;

 Encaminhar ao
serviço de nutrição,
se necessário.

Processo vascular  Orientar quanto Processo vascular

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deteriorado em membros hidratação e melhorado
inferiores massagem;

 Encaminhar aos
serviços médicos,
se necessário.

Risco alto para infecção  Explicar e orientar Risco baixo para infecção
por curativo de ferida quanto a higiene por curativo de ferida.
adequada;

 Avaliar ferida;

 Trocar curativo,
sempre que
necessário.

 Orientar sobre fazer


o próprio curativo.

CONCLUSÃO

Na assistência ao portador de hérnia, o cuidado de enfermagem deve ser prestado de forma


integral, visando as suas necessidades, oferecendo junto ao cliente meios para proporcionar melhor
qualidade de vida, aprimorando a assistência a partir da educação continuada do paciente, família e
cuidadores. A visão do enfermeiro deve ir além da patologia, devendo avaliar o paciente pediátrico
como um todo, de forma individualizada, lembrando que este não é apenas um portador de alguma
enfermidade, mas como um indivíduo com sentimentos e que deve participar de sua assistência. A
enfermagem deve exercitar a relação interpessoal, a relação do agir voltado para o outro, e o
enfermeiro é o sujeito desta ação para o outro, ele planeja e realiza a assistência o cuidar.

Nesse aspecto, conclui-se que a SAE é de suma importância para a assistência ao paciente
pós-operatório de hérnia inguinal, pois proporciona melhoria significativa da qualidade da
assistência humanizada prestada ao paciente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Minossi JG, Silva AL, Spadella CT. O uso da prótese na correção das hérnias da parede
abdominal é um avanço, mas o seu uso indiscriminado, um abuso. [Serial Online] Rev Col
Bras Cir. 2008. Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
.

2. Venturini DA, Marcon SS. Anotações de enfermagem em uma unidade cirúrgica de um


hospital escola. [Serial Online] Rev Bras Enfermagem. 2008. Acesso em:
http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n5/a07v61n5.pdf.

3. PARELKAR SV, OAK S, GUPTA R, et al. Laparoscopic inguinal hernia repair in the
pediatric age group--experience with 437 children. J Pediatr Surg 2010;

4. Conselho Federal de Enfermagem (Brasil) Resolução Nº 358, de 15 de outubro de 2009.


Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do
Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem, e dá outras providências. [citado em 26 set 2010].

5. Erdmann AL, Andrade SR, Mello ALSF, Meirelles BHS. Gestão das práticas de saúde
naperspectiva do Sistematização da assistência de enfermagem ao paciente crítico... - 622 –
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Out-Dez; 15(4): 617-28.

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