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Agropecuária
Professor Ivã da Cruz de Araújo
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira
Diretor Administrativo
Eduardo Santini
UNIFATECIE Unidade 3
Web Designer Rua Pernambuco, 1.169,
Thiago Azenha Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102,
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
FICHA CATALOGRÁFICA (44) 3045 9898
FACULDADE DE TECNOLOGIA E
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância; www.fatecie.edu.br
ARAÚJO, Ivã da Cruz de.
Prezado(a) aluno(a), é com grande prazer que convido você a descobrir nesta
disciplina uma Contabilidade Linda, como gosto de chamá-la e sou apaixonado.
Como você já deve saber, a Ciência Contábil é uma ciência vasta, podendo ser
aplicada em todos os tipos de entidades. A partir de agora vamos caminhar juntos pela
disciplina de Contabilidade Agropecuária e descobrir um mundo contábil voltado para o
agronegócio.
Na Unidade I você aprenderá o conceito de agronegócio e as características das
propriedades e empresas rurais, ampliando seu conhecimento para que, na Unidade II,
possa entender como funcionam as culturas temporárias e culturas permanentes. Em se-
guida, ainda na Unidade II, trataremos dos redutores do ativo não circulante: depreciação,
exaustão e amortização.
Na Unidade III você verá que a pecuária possui características peculiares e conhe-
cerá os sistemas de produção e reprodução, tipos de pastoreio, atividade de cria, recria
e engorda do gado, a divisão dos rebanhos em categorias, forma de contabilização dos
custos e apuração do resultado.
Para finalizar, na Unidade IV você verá um modelo básico de plano de contas apli-
cado às empresas rurais e aprenderá sobre o Imposto Territorial Urbano (ITR).
Fica aqui o meu convite para que você amplie seus conhecimentos contábeis e
cresça pessoal e profissionalmente utilizando esta ciência fantástica.
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Conceitos Básicos do Agronegócio
UNIDADE II.................................................................................................... 22
Contabilidade Agrícola
UNIDADE III................................................................................................... 44
Contabilidade Pecuária
UNIDADE IV................................................................................................... 69
Contabilidade Gerencial e Declaração do Imposto Territorial Rural
UNIDADE I
Conceitos Básicos do Agronegócio
Professor Ivã da Cruz de Araújo
Plano de Estudo:
• Conceitos e Definições de Agronegócio.
• Caracterização de propriedades e empresas rurais.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar o agronegócio no Brasil.
• Compreender os tipos de propriedades e empresas rurais.
• Estabelecer a importância do agronegócio e sua relação com a Ciência Contábil.
6
INTRODUÇÃO
Olá!
Essa unidade foi planejada e preparada cuidadosamente para que você conhe-
ça os principais conceitos e definições da Ciência Contábil no campo da Contabilidade
Agrícola. Você verá também as principais características das propriedades e empresas
rurais, assunto de grande relevância para a compreensão desta área fantástica da Ciência
Contábil. Ressalto que conhecer tais conceitos e definições preparará você para que os
conteúdos seguintes, abordados nas demais unidades desta obra, fiquem mais claros e
sejam melhores compreendidos. Não deixe ler com atenção e se aprofundar no assunto.
Figura 1 - O Agronegócio
Fonte: o autor.
Como você pode notar a Contabilidade estudada de forma genérica possui diversas
nomenclaturas, dentre elas a contabilidade de Agronegócio, se o campo de estudo forem
as empresas rurais. Pode-se ainda encontrar denominações ainda mais específicas como:
● Contabilidade Agrícola;
● Contabilidade da Pecuária;
● Contabilidade da Zootécnica;
● Contabilidade Agroindustrial.
Talvez você viva em uma região cuja atividade rural não seja tão explorada como
em algumas regiões do Brasil, porém conhecer estas atividades, bem como as empresas
que as praticam funcionam, permitirá a você, além entender a contabilização no agronegó-
cio, compreender a ligação da área rural com a economia do País.
Convido você a ler com atenção os tópicos a seguir e conhecer os principais con-
ceitos ligados à Contabilidade de Agronegócio.
As empresas rurais são aquelas que exploram o cultivo da terra, criação de animais
e/ou a transformação de produtos agrícolas. Nesse momento você já deve ter entendido
que uma empresa rural explora a capacidade produtiva do solo a fim de satisfazer neces-
sidade humanas.
Aqui, vale ressaltar que o Brasil possui grande participação na pecuária mundial,
sendo que o país possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. Crepaldi (2017, p.3)
diz que “Pecuária é a arte de criar e tratar o gado”.
Já parou para pensar que muitos dos alimentos que você consome precisam de
vários processos e procedimentos até chegarem à sua casa, para, então, irem para sua
mesa? Veja o exemplo do café, antes de chegar a sua mesa, passa por vários processos,
dentre eles a colheita, secagem, torra, moagem e preparo. Esse processo de beneficiamen-
to ou transformação denomina-se atividade agroindustrial.
Nas empresas com atividades agrícolas, o exercício social segue o Ano Agrícola, ou
seja, o período em que se planta, colhe e comercializa a safra. Nas empresas com atividade
de pecuária, o nascimento do bezerro encerra o Exercício Social. Crepaldi (2017) sugere
que, neste caso, o bezerro é como se fosse o fruto na atividade agrícola. Há empresas,
por exemplo, que planejam o nascimento dos bezerros para um determinado mês, quando,
portanto, encerram seu Exercício Social.
Fonte: o autor.
Porém nem tudo são flores e a empresa rural tem um outro problema para resolver.
Ela precisa cumprir obrigações fiscais, o que a obriga a elaborar demonstrações contábeis
coincidentes com o ano civil (01/01 a 31/12). Dessa forma, a empresa rural precisa cumprir
a legislação fiscal e, para fins gerenciais, elaborar um balanço com base no ano agrícola.
Veja que, por uma questão lógica e prática, muitos produtores optam pela atividade
como pessoa física. Vale lembrar que esta opção é para os empresários rurais de pequeno
e médio porte. Tal conceito é determinado com base na receita do produtor, cujo montante
é fixado pela legislação do imposto de renda.
O Código Civil define como empresário aquele que exerce profissionalmente ativi-
dade econômica organizada, o produtor rural, desta forma, também pode ser chamado de
empresário conforme as seguintes formas jurídicas:
● Autônomo: será assim chamado o produtor sem registro na Junta Comercial.
● Empresário Individual: se inscrito na Junta Comercial, o que não é obrigatório.
● Sociedade Empresária: Sociedade Limitada ou Sociedade por Ações, inscrita
na Junta Comercial.
Capital Fundiário é aquele que cuja possibilidade de retirar da terra não existe,
como, por exemplo: terra, edificações cultura permanente, pastos etc. Capital de Exercício
é o instrumento essencial para que o negócio funcione. Podem não se destinar à venda
(permanentes) ou serem recursos financeiros que serão transformados em dinheiro ou
SAIBA MAIS
REFLITA
Fonte: o autor.
No final desta unidade quero relembrá-lo(a) que você viu que a Contabilidade de
Agronegócio possui critérios e procedimentos muito peculiares às atividades rurais. O
exercício social, que dita o tempo em que as demonstrações contábeis são elaboradas,
precisa de atenção especial quando se trata de uma empresa rural, devido às dificuldades
em combinar exercício social com ano agrícola, principalmente nas empresas com mais de
um tipo de atividade econômica.
Agora que você já conhece os tipos de atividades, as formas como o empresário
pode exercer sua atividade rural, bem como as parcerias que ele pode firmar ao utilizar o
capital de exercício e/ou seu capital fundiário, está preparado(a) para novos conteúdos que
aprofundarão seus conhecimentos contábeis em Contabilidade de Agronegócio.
Vale lembrar sobre a amplitude de informações que a Ciência Contábil acumula e
deixar claro que as normas devem ser consultadas sempre que necessário.
Até a próxima unidade!
Agricultura Familiar
Agricultura Familiar é a principal responsável pela produção dos alimentos que
são disponibilizados para o consumo da população brasileira. É constituída de pequenos
produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, sil-
vicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores. O setor se destaca pela produção de
milho, raiz de mandioca, pecuária leiteira, gado de corte, ovinos, caprinos, olerícolas, feijão,
cana, arroz, suínos, aves, café, trigo, mamona, fruticulturas e hortaliças.
Na agricultura familiar a gestão da propriedade é compartilhada pela família e
a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Além disso, o
agricultor familiar tem uma relação particular com a terra, seu local de trabalho e moradia.
A diversidade produtiva também é uma característica marcante desse setor, pois muitas
vezes alia a produção de subsistência a uma produção destinada ao mercado.
A Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, define as diretrizes para formulação da Política
Nacional da Agricultura Familiar e os critérios para identificação desse público. Conforme
a legislação, é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que
pratica atividades no meio rural, possui área de até quatro módulos fiscais, mão de obra
da própria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do
estabelecimento ou empreendimento pela própria família.
O Censo Agropecuário de 2017, levantamento feito em mais de 5 milhões de pro-
priedades rurais de todo o Brasil, aponta que 77% dos estabelecimentos agrícolas do país
foram classificados como da agricultura familiar. Em extensão de área, a agricultura familiar
ocupava no período da pesquisa 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área
total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
De acordo com o levantamento, a agricultura familiar empregava mais de 10 milhões
de pessoas em setembro de 2017, o que representa 67% do total de pessoas ocupadas
na agropecuária. A agricultura familiar também foi responsável por 23% do valor total da
produção dos estabelecimentos agropecuários.
Conforme o censo, os agricultores familiares têm participação significativa na
produção dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros. Nas culturas permanentes,
o segmento responde por 48% do valor da produção de café e banana; nas culturas tem-
porárias, são responsáveis por 80% do valor de produção da mandioca, 69% do abacaxi e
42% da produção do feijão.
LIVRO
Título: Contabilidade Rural. Uma abordagem Decisorial
Autor: Sergio Aparecido Crepaldi
Editora: Atlas
Sinopse: Essa obra é destinada ao ensino da Contabilidade Rural.
Para atender a esse propósito, reúne pelo menos as características
básicas: é didática, no sentido de tornar facilmente assimiláveis
os fundamentos teóricos e as bases operacionais dos processos
descritos, dentro de uma abordagem atual, prática e objetiva.
Inicialmente, mostra que a Contabilidade Rural tem a responsa-
bilidade de fornecer informações que possibilitam o planejamento
e controle de futuras operações. Evidencia que para cada tipo de
exploração de atividade rural é preciso um sistema adequado de
custos, que, após coletados todos os dados necessários para cada
tipo de custo, são levados para os controles de produção. Traz os
cuidados que devem ser tomados nos registros de custos para
não distorcer os dados que irão servir de subsídios à tomada de
decisões e análise da eficiência das atividades.
Em resumo, o conteúdo desta obra é o seguinte: Agricultura - ne-
gócio, contratos rurais; Administração Rural Moderna - conceito,
estrutura da organização; Controle Gerencial; Importância da
Contabilidade Rural - finalidades; Operacionalização contábil na
empresa rural - custos, despesas, fases das culturas; Gastos
Pré-operacionais e Tratamento Contábil na Exploração Agrope-
cuária - aspectos fiscais; Depreciação, Exaustão e Amortização na
Agropecuária; Cálculo do custo de Produção na Empresa Rural;
Planejamento Contábil na Empresa Rural; Contabilidade da Pe-
cuária - método de custo, custo histórico; Custos e Resultados na
Avicultura; Fluxo de Caixa e Análise Econômico-financeira na Ativi-
dade Rural; Análise das Demonstrações Financeiras; A Informática
na Agropecuária.
Livro-texto para a disciplina CONTABILIDADE RURAL/CONTA-
BILIDADE AGROPECUÁRIA/CONTABILIDADE AGRÍCOLA do
curso de graduação em Ciências Contábeis e Engenharia Agro-
nômica. Por seu cunho atual, prático e objetivo, é recomendado
como manual de consulta para administradores e engenheiros
agrônomos bem como para empresários rurais, e principalmente
para os contadores envolvidos no processo de contabilização das
atividades agrícolas e pecuárias.
Plano de Estudo:
● Culturas Temporárias e Culturas Permanentes.
● Depreciação: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.
● Amortização: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.
● Exaustão: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.
● Contabilização e Apuração do Resultado: CPC 29.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar os tipos de culturas.
● Compreender os conceitos, métodos, cálculo e contabilização de depreciação,
amortização e exaustão.
● Apresentar a forma de contabilização e apuração do resultado das culturas
temporárias e permanentes.
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INTRODUÇÃO
Olá!
Essa unidade foi elaborada para você compreender os tipos de culturas existentes.
Após entender as particularidades contábeis que cada cultura exige você verá os conceitos,
métodos e a contabilização de depreciação, amortização e exaustão, itens importantíssi-
mos e que exigem atenção especial. Por fim, será apresentada a forma de contabilização
e apuração do resultado com base no pronunciamento do Comitê De Pronunciamentos
Contábeis (CPC 29).
Vale lembrar que na unidade anterior você aprendeu conceitos importantes do
agronegócio, principalmente a definição de Ano Agrícola e Exercício Social e já está prepa-
rado(a) para seguir se aprofundando em contabilidade de agronegócio.
Ou então:
Cota de Depreciação: 400.000,00 = 100.000,00 ao ano.
4 anos
O valor residual é o valor que o bem está valendo ao final dos 4 anos de utilização.
Caso o bem tenha o valor residual, basta reduzir do total e aplicar a taxa de depreciação
apenas na diferença.
O Comitê de Pronunciamento Contábeis, em seu pronunciamento CPC 27, define
valor residual de um ativo como “o valor estimado que a entidade obteria com a venda
do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e
condição esperadas para o fim de sua vida útil”.
Exemplo:
Custo do Bem – Valor Residual = valor depreciável
Exemplo: Imagine uma empresa que adquiriu um bem com vida útil de 5 anos por
R$ 90.000,00 e não possui valor residual.
Como são 5 anos: 1+2+3+4+5 = 15
Valor do
Ano Fator Bem Quota
1º 5/15 x R$ 90.000 = R$ 30.000,00
2º 4/15 x R$ 90.000 = R$ 24.000,00
3º 3/15 x R$ 90.000 =R$ 18.000,00
4º 2/15 x R$ 90.000 = R$ 12.000,00
5º 1/15 x R$ 90.000 = R$ 6.000,00
Fonte: o autor.
Balanço Patrimonial
Ativo Não Circulante
Bens Depreciáveis R$ 400.000,00
(-) Depreciação Acumulada (R$ 100.000,00)
40.000,00 = 10.000
4 anos
Exaurir quer dizer esgotar, portanto a exaustão está relacionada com a perda de va-
lor dos bens e direitos do Ativo pela exploração, sendo ela a extração ou o aproveitamento.
Exemplo:
Calcule o prazo de exploração de uma jazida (local com itens de exploração mine-
ral) adquirida por R$ 1.200.000, com mais R$ 800.000,00 gastos para viabilizar o início da
exploração, que será de 40 anos.
ou
Total a exaurir: 1.200.000 + 800.000 = 2.000.000
2.000.000 = 50.000,00
40 anos
De acordo com o art. 328 do RIR/99, poderá ser computada, como custo ou en-
cargo, em cada período, a importância correspondente à diminuição do valor de recursos
florestais resultante de sua exploração.
O cálculo para floresta plantada será, portanto, através da capacidade total, ou
seja, número de árvores extraídas dividido pelo número de árvores existentes no início do
período de apuração.
Para florestas naturais, o cálculo será pelo percentual entre os recursos florestais
extraídos no período e o volume dos recursos florestais existentes no início do mesmo
período.
D – Exaustão (CR)
C – Exaustão Acumulada (redutora do Ativo)
Fonte: o autor.
Note que a conta Cultura Temporária absorve todos os gastos até o final: a colheita.
Quando, então, o saldo desta conta será transferido para a conta Produtos Agrícolas que
receberá os custos que ocorrerem após a colheita, mas que são necessários para que o
Pela Venda
D – Caixa, Bancos, Clientes (Ativo Circulante)
C – Venda de Produtos Agrícolas (Conta de Resultado)
6º - Apuração do Resultado
Vale reforçar que gastos que acrescentam vida útil à cultura ou que beneficiam
mais de uma safra devem ser imobilizados para serem depreciados. No caso de empresas
com mais de uma atividade os custos indiretos devem ser rateados.
No caso da Cultura Permanente há produtos que não passam pelo estágio de cultura
em formação para cultura formada, uma vez que, no momento de considerar a cultura
como formada ela é ceifada como ocorre geralmente com as culturas de cana-de-açú-
car, palmito, eucalipto, pinho entre outras que são cortadas para brotarem novamente.
REFLITA
Você acha que a cultura permanente dá mais trabalho para sua contabilização ao ponto
de justificar o desinteresse por parte do empresário rural nesta área da Ciência Contá-
bil?
Fonte: o autor.
LIVRO
Título: Contabilidade Rural
Autor: José Carlos Marion
Editora: Atlas
Sinopse: Este texto, utilizando-se de uma abordagem atual, práti-
ca e objetiva, vem preencher uma lacuna na bibliografia de Conta-
bilidade Rural no Brasil, e atender a necessidade de um texto com
conteúdo programático adequado ao ensino e à prática profissio-
nal. Em primeiro lugar, trata da Contabilidade Agrícola, em que são
destacadas as diferenças básicas na contabilização das culturas
temporárias e permanentes, bem como é analisado o tratamento
contábil que deve ser dado ao desmatamento e preparo do solo
para o cultivo. Um dos pontos altos aqui abordados é o tratamento
da depreciação na agropecuária. Além disso, o autor introduz um
plano de contas para empresas agrícolas e faz comentários sobre
o funcionamento das principais contas. Em segundo lugar, discorre
sobre a Contabilidade de Pecuária e trata pormenorizadamente do
método de custo, do custo na pecuária, bem como do método do
valor de mercado. Em terceiro lugar, trata do Imposto de Renda
aplicado à atividade rural.
Em resumo, o conteúdo deste livro é o seguinte: conceitos bási-
cos da atividade rural: agrícola, zootécnica e agroindustrial; ano
agrícola X exercício social; forma jurídica de exploração na agro-
pecuária; fluxo contábil na atividade agrícola: culturas temporárias,
permanentes, correção monetária; novos projetos agropecuários
e gastos com melhorias; depreciação na agropecuária; casos de
exaustão e amortização; planificação contábil e operacionalização
do plano de contas; inventário periódico e permanente; sistema
auxiliar de contas; contabilidade da pecuária; classificação do
gado no balanço patrimonial; métodos do custo X método a valor
de mercado; Imposto de Renda - pessoa jurídica.
Livro-texto para a disciplina CONTABILIDADE RURAL/CON-
TABILIDADE AGROPECUÁRIA/CONTABILIDADE AGRÍCOLA
do curso de graduação em Ciências Contábeis. Pela atualidade
dos assuntos tratados, é recomendado como manual de consulta
para contadores, envolvidos na contabilização e preparação da
documentação para o Imposto de Renda, e outros profissionais
que exercem atividades agropecuárias.
Plano de Estudo:
● Sistemas de Produção;
● Pastagem;
● Tipos de Pastoreio;
● Alimentação Suplementar;
● Reprodução;
● Especialização das Propriedades Pecuárias;
● Divisão do Rebanho em Categorias;
● Cálculo do Custo do Bezerro;
● Contabilização e Apuração do Resultado: CPC 29.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar Pecuária;
● Compreender a pastagem, tipos de pastoreio, alimentação suplementar;
● Conhecer processos como reprodução, Divisão dos Rebanhos;
● Aprender a calcular o custo do bezerro;
● Entender a contabilização e apuração do resultado.
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INTRODUÇÃO
Olá!
Na unidade anterior você conheceu a Contabilidade Rural voltada para agricultura,
agora é hora conhecer como utilizar esta área da ciência contábil ligada à pecuária. Essa
unidade foi elaborada para que você entenda a pecuária e seus processos, tais como a
produção, a reprodução, os custos do bezerro e a apuração do resultado. Conhecer estes
processos, bem como entender como a contabilidade trabalha com a pecuária, ampliará
seus conhecimentos contábeis enriquecendo ainda mais sua formação acadêmica e pro-
fissional.
Ao ouvir a palavra gado você, se não trabalha nesta área, provavelmente deve
associar a boi ou vacas. Porém gado são animais criados em campo para serviços de
lavoura, consumo e para fins industriais e/ou comerciais, tais como:
● Bovinos: bois, vacas;
● Caprinos: bodes, cabras;
● Equinos: cavalos, asnos, zebras, pôneis;
● Ovinos: carneiros, ovelhas;
● Muares: burros, mula;
● Bubalinos: búfalos.
Marion e Segatti (2012) referem-se à pecuária como a arte de criar gado. Explicam
que os bovinos, também chamados Gado Vacum, servem às seguintes finalidades: traba-
lho, reprodução, corte e leite. Utilizaremos neste material os bovinos como exemplo.
A pastagem é o local onde o animal pasta e come ervas não ceifadas. Divide-se
em:
● Pastagem natural;
● Pastagem artificial.
A especialização das atividades pecuárias possui três fases principais que são
executadas individualmente ou em combinações.
● Cria;
● Recria;
● Engorda.
A divisão do rebanho segue critérios como idade, peso e sexo e facilita a forma
como o rebanho deve ser manejado, bem como interfere no controle da pastagem.
Quanto ao Ativo Circulante, o parecer diz que devem ser classificados neste grupo
animais pequenos destinados à revenda ou para consumo e gados. Exemplos:
● Aves;
● Gado bovino;
● Suínos;
● Ovinos;
● Caprinos;
● Coelhos;
● Peixes.
Vale reforçar que na pecuária o período de curto e longo prazo é definido com
base no ciclo operacional da atividade. Desta forma, e seguindo a Lei 6.404/76 (Lei das
Sociedades Anônimas), o curto prazo leva em média três a quatro anos.
Para evitar o trânsito entre Ativo Circulante e Ativo Não Circulante desnecessariamente
deve-se confirmar a real capacidade de reprodução do animal para, só então, reclassificá-lo
como imobilizado. Até esta confirmação este permanece no Estoque - Ativo Circulante.
Prezado(a) aluno(a), como você sabe a Ciência Contábil tem como principal obje-
tivo fornecer informações para tomada de decisão, estudando e controlando o patrimônio
das entidades. Na empresa rural, os processos, embora um pouco diferentes, utilizam os
mesmos princípios contábeis aplicados nas empresas comerciais e industriais.
Como você viu no tópico anterior, esse método consiste em acumular os custos de
formação do rebanho na conta Estoque – Ativo Biológico – Ativo Circulante, que, por oca-
sião das vendas, é baixado e levado ao resultado como Custo do Gado Vendido, apurando
o lucro no momento da venda.
Considere que esses custos já estão registrados em contas específicas e que falta
apenas serem transferidos para a formação do rebanho.
Teríamos então:
Balanço Patrimonial
Ativo 31/12/x0 31/12/x1
Ativo Circulante
Ativo Biológico
Bezerro de 0 a 8 meses 0 6.000,00
Bezerra de 0 a 8 meses 0 6.000,00
Ativo Não Circulante
Imobilizado (Ativos Biológicos)
Reprodutores 4.800,00 4.800,00
(-) Depreciação Acumulada (600,00)
Matrizes 4.000,00 4.000,00
(-) Depreciação Acumulada (400,00)
Total de Ativos Biológicos 8800 19.800,00
Fonte: o autor.
A contabilização dos custos seria igual, porém teríamos um custo unitário calculado
considerando novos bezerros:
R$ 24.600,00 / 24 bezerros = R$ 1.025,00
C – Bezerras de 0 a 8 meses
D – Novilhos de 9 a 18 meses ....... R$ 12.000,00
Balanço Patrimonial
Ativo 31/12/x0 31/12/x1 31/12/x2
Ativo Circulante
Ativo Biológico
Bezerro de 0 a 8 meses 0 R$ 6.000,00 R$ 12.150,00
Bezerras de 0 a 8 meses 0 R$ 6.000,00 R$ 12.150,00
Novilhos de 9 a 18 meses 0 R$ 6.150,00
Novilhos de 9 a 18 meses 0 R$ 6.150,00
Ativo Não Circulante
Imobilizado (Ativos Biológicos)
Reprodutores R$ 4.800,00 R$ 4.800,00 R$ 4.800,00
(-) Depreciação Acumulada - R$ 600,00 (R$ 1.200,00)
Matrizes R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00
(-) Depreciação Acumulada - R$ 400,00 (R$ 800,00)
Total de Ativos Biológicos 8800 R$ 19.800,00 R$ 43.400,00
Fonte: o autor.
E assim sucessivamente.
9.3 Resultado
Considere um rebanho com custo unitário de R$ 14.000,00 e com preço de venda
da cabeça por R$ 20.000,00. A empresa vendeu um boi.
D – Caixa
C – Venda de gado ..... R$ 20.000.00
SAIBA MAIS
REFLITA
Você acha que o consumo de carne bovina causa problemas ao meio ambiente?
Fonte: o autor.
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade capítulo desta fasci-
nante busca por conhecimento em contabilidade rural. Nesta unidade você pôde conhecer
como funciona a pecuária e seus processos, entender as formas de reprodução dos ani-
mais na pecuária, bem como entender como a contabilidade registra estas informações. A
partir de agora, depois de conhecer a forma como os custos são calculados, bem como o
resultado é apurado, você está pronto(a) para seguir adiante e se aprofundar ainda mais
neste ramo da contabilidade.
Separação de dejetos
Antes de depositar os dejetos em qualquer sistema, no entanto, é preciso fazer a
separação física para garantir eficiência no processo de decomposição e até a vida útil do
mecanismo. A separação de fases permite que o processo de degradação dos efluentes se
torne mais eficiente, com mais produção de biogás, por exemplo, o que vai aumentar a pro-
dução de energia, mais rápido, com menor tempo de retenção hidráulica e mais econômico,
já que necessita de biodigestores com menor tamanho para um mesmo número de animais.
No tratamento de dejetos de bovinos por meio de digestão anaeróbia, a etapa de separação
dos dejetos é imprescindível para o bom funcionamento do sistema.
Compostagem
A segunda tecnologia destacada pelo documento é a compostagem dos dejetos.
Trata-se da decomposição biológica aeróbia controlada da matéria orgânica que vai resultar
em um produto estável semelhante ao húmus.
Os benefícios e vantagens da compostagem dos dejetos incluem redução da matéria
seca, geralmente entre 50% e 75%, reduções do volume de dejetos de até 85%, transporte
mais fácil e barato do composto gerado em comparação aos dejetos brutos, formação de
um produto estável que pode ser utilizado como adubo, a diminuição de odores, moscas e
patógenos e o processo simples que não necessita de alta tecnologia.
Bi fertilizantes
O terceiro ponto levantado no material divulgado como técnica para reduzir o vo-
lume de dejetos e aumentar a produtividade e mitigar os GEE, é o uso dos biofertilizantes,
que são obtidos durante o processamento dos dejetos nos biodigestores e nos sistemas de
compostagem ou compostagem mecanizada. “Quando finalizado o processo de composta-
gem, seja ele mecanizado ou não, a substância produzida já estará pronta para ser utilizada
na propriedade como fertilizante orgânico para lavouras ou pastagens”, informa Cleandro
Pazinato Dias, consultor do Projeto e médico-veterinário. O biofertilizante resultante irá
reduzir os custos com adubos comprados. “Além disso, poderá ser vendido, tornando-se
uma outra fonte de renda para o produtor”, reforça Dias.
O biofertilizante apresenta alta qualidade para uso agrícola, sua matéria orgânica
contém teor reduzido de carbono (em decorrência de sua perda na forma de CH4 e CO 2) e
alto teor de fósforo. Outra vantagem é que apresenta maior grau de absorção de nutrientes
pelo solo devido ao seu avançado grau de decomposição.
LIVRO
Título: Contabilidade da Pecuária
Autor: José Carlos Marion e Sonia Segatti
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro uniformiza os procedimentos contábeis em
relação às operações efetuadas pelas empresas pecuárias, consi-
derando alguns princípios de contabilidade, de grande relevância
para a Contabilidade da Pecuária, bem como para as disposições
do Imposto sobre a Renda que lhe são pertinentes. Propõe um
modelo contábil atual, demonstrando a situação real das empresas
para os usuários da Contabilidade, sem ferir princípios contábeis e
fiscais, e apresenta um Plano de Contas com as particularidades
das operações realizadas pelas empresas pecuárias. O texto con-
juga três variáveis: fazer com que os relatórios contábeis sejam
úteis para as tomadas de decisão, desenvolver o processo con-
tábil alicerçado na moderna teoria da Contabilidade e considerar
as disposições fiscais relativas à pecuária. São propostos também
dois modelos de apuração de custos, considerando a correção
monetária dos custos históricos; bezerros a nascer; custo do
bezerro nascido; depreciação do touro, matriz e pastagens; custo
do gado no momento da venda; custo do gado morto ou desa-
parecido etc. Os aspectos fiscais são ressaltados e comentados.
Foram pesquisadas, por exemplo, as vantagens da constituição de
uma atividade agropecuária na forma de pessoa física em relação
à pessoa jurídica, e desenvolvidos exemplos de tributação em
ambas as formas de apuração (pessoa física e jurídica). Modelos
de coleta de dados são sugeridos, bem como mapas de planeja-
mento do rebanho em relação à pastagem e de movimentação do
rebanho nas diversas categorias.
Obra recomendada para a disciplina CONTABILIDADE AGROPE-
CUÁRIA dos cursos de Ciências Contábeis. Manual de consulta
para profissionais que exercem atividades pecuárias.
FILME/VÍDEO
Título: Cowspiracy
Ano: 2014
Sinopse: A pecuária pode ser considerada uma das indústrias
mais destrutivas do planeta. Ela é responsável pela emissão de
mais gases que causam o efeito estufa do que a indústria de
transportes e gera intensa destruição dos recursos naturais do
solo. O documentário mostra a descoberta das verdades sobre a
pecuária e o medo das organizações ambientais em falar sobre o
assunto.
Objetivos de Aprendizagem:
● Entender a importância do planejamento rural;
● Compreender formas de controles e geração de informações para tomada de decisão;
● Compreender as formas de tributação e suas particularidades rurais.
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INTRODUÇÃO
Olá!
ATIVO CIRCULANTE
1. Disponibilidades 6.1.4. Novilhas de 13 a 24 meses
1.1. Caixa Geral 6.2. Rebanho bovino para corte
1.2. Bancos c/ Movimento 6.2.1. Gado de engorda
2. Clientes 6.2.2. Touros descartados
2.1. Duplicatas a Receber 6.2.3. Matrizes descartadas
3. Créditos Diversos 6.3. Rebanho bovino em trânsito
3.1. Títulos a Receber 6.3.1. Reses em trânsito
3.2. Empréstimos a Receber 6.3.2. Reses a classificar
3.3. Adiantamentos 6.3.3. Reses em pastagens de terceiros
3.3.1. Adiantamento de Salários 6.3.4. Reses em confinamento
4. Impostos e Contribuições a Recuperar 6.4. Rebanho de equinos
4.1. ICMS a Recuperar 6.5. Rebanho de ovinos
5. Aplicações Financeiras 7. Estoques
5.1. Certificados de Depósitos Bancários 7.1. Estoques de produtos agrícolas
6. Rebanhos 7.1.1. Arroz
6.1. Rebanho bovino em formação 7.1.2. Soja
6.1.1. Bezerros de 0 a 12 meses 7.2. Estoques de sementes
6.1.2. Bezerras de 0 a 12 meses 7.3. Almoxarifado
6.1.3. Novilhos de 13 a 24 meses 7.4. Insumos para a pecuária
Fonte: o autor.
Quadro 4 - Receitas
RECEITAS
1. Receita de Vendas 4.1. Variações Monetárias Ativas
1.1. Pecuária e outros animais 5. Variações Cambiais Ativas
1.1.1. Venda de gado 5.1. Empréstimos
1.2. Produtos pecuários 6. Outras Receitas Financeiras
1.3. Produtos agrícolas 6.1. Juros de Aplicações Financeiras
1.3.1. Arroz 6.2. Aluguéis e Arrendamentos
1.3.2. Soja 6.3. Parcerias agrícolas
2. Deduções da Receita Bruta 6.4. Serviços veterinários prestados
2.1. Vendas Canceladas 7. Reversão de Provisões
2.2. Devolução de Produtos 8. Contas de Apuração
2.3. Devolução de Mercadorias 8.1. Exercício agrícola
3. Impostos e Contribuições s/ Vendas 8.2. Exercício pastoril
3.1. ICMS 8.3. Exercício
4. Receitas Financeiras 8.4. Lucro do Exercício
Fonte: o autor.
CUSTOS DESPESAS
1. Custos de rebanhos 4.3 Outros
1.1. Custo do rebanho bovino 3.1. Despesas de Pessoal
1.1.1. Aquisição de gado 3.1..1. Ordenados, Salários e Comissões
1.1.2. Transporte 3.1..2. Férias
1.1.3. Mão-de-obra na aquisição e marcação 4. Despesas c/ Fretes
1.1.4. Alimentação 4.1. Combustíveis
1.2. Custo do rebanho equino 4.2. Manutenção de Veículos
1.2.1. Aquisição 53. Outras Despesas
1.2.2. Transporte 5.1. Depreciações e Amortizações
1.2.3. Mão-de-obra na aquisição e marcação 6.4. Tributos e Contribuições Federais
1.2.4. Alimentação 6.5. Tributos e Contribuições Estaduais
2. Custos de culturas agrícolas 6.6. Tributos e Contribuições Municipais
Antes de verificar os casos de imunidade ao ITR você precisa saber a diferença en-
tre empresa imune e isenta. A imunidade é determinada pela Constituição Federal, que não
permite a tributação do que estiver relacionado. A isenção ocorre através de leis ordinárias.
Enquanto na imunidade o fato gerador não ocorre, na isenção há o fato gerador, porém o
ente competente dispensa a cobrança do tributo.
De acordo com Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002,
imóvel imune, ou seja, que não está sujeito ao recolhimento de ITR, é:
I - a pequena gleba rural, desde que o proprietário, titular do domínio útil ou
possuidor a qualquer título a explore só ou com sua família, e não possua
outro imóvel;
II - os imóveis rurais pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios;
III - os imóveis rurais pertencentes às autarquias e às fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes; e
IV - os imóveis rurais das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, desde que vinculados às suas finalidades essenciais.
§ 1º Pequena gleba rural é o imóvel com área igual ou inferior a:
I - cem hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia
Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - cinquenta hectares, se localizado em município compreendido no Polígo-
no das Secas ou na Amazônia Oriental;
III - trinta hectares, se localizado em qualquer outro município.
§ 2º As regiões e os municípios a que se refere o § 1º estão relacionados no
Anexo I a esta Instrução Normativa.
§ 3º Sujeita-se à incidência do imposto a pequena gleba rural que tenha área
explorada por contrato de arrendamento, comodato ou parceria.
§ 4º Para o gozo da imunidade, as instituições mencionadas no inciso IV do
caput devem prestar os serviços para os quais houverem sido instituídas e
A cada ano o sujeito passivo deve apresentar, conforme modelo aprovado pela
Receita Federal, a Declaração do Imposto Sobre Propriedade Territorial Rural (DITR) para
cada imóvel. Enquadra-se aqui o contribuinte isento ou imune.
A base de cálculo do ITR é o valor da terra nua tributável. Valor de terra nua é o
valor de mercado do solo bem como sua superfície, incluindo-se florestas naturais, matas
nativas e pastagens naturais
A base de cálculo do ITR é o valor de Terra Nua tributável (VTNt). Tal valor é obtido
pela multiplicação do VTNt pela alíquota correspondente, considerando a área total e o
grau de utilização. O grau de utilização é a relação percentual entre área efetivamente
utilizada e área aproveitável do imóvel rural.
SAIBA MAIS
REFLITA
Fonte: o autor.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim da última unidade deste material. Nele você
aprendeu que o plano de contas utilizado para empresas rurais segue o mesmo modelo
de planos de contas utilizados em empresa comerciais e industriais, porém com contas
diferentes e necessárias para registrar as atividades rurais. Viu também como funciona a
distribuição de terras, bem como pode aprender sobre o Imposto Territorial Urbano (ITR),
conhecendo suas características e exigências cobradas pelo fisco.
A partir de agora você já conhece as principais características da Contabilidade
Agropecuária, porém há muito ainda a aprender. Por isso, continue se aprofundando neste
universo contábil e seja um(a) excelente profissional.
LIVRO
Título: Contabilidade Rural
Autor: Deyvison de Lima Oliveira e Gessy Dhein Oliveira
Editora: Juruá
Sinopse: A presente obra tem por objetivo discutir os procedimen-
tos para a mensuração de ativos biológicos e produtos agrícolas
pelo método a valor justo. Visa atender, principalmente, a gradua-
ção em Ciências Contábeis e Administração. Dado o processo
de convergência do Brasil às normas contábeis internacionais, a
discussão de procedimentos para elaboração de demonstrações
contábeis nas atividades agrícola e zootécnica com base no valor
justo é tema ainda não abordado nas principais obras de Contabi-
lidade Rural e Contabilidade do Agronegócio no Brasil.
Com a edição do CPC 29, o ativo biológico e o produto agrícola
passam a ser avaliados pelo valor justo menos despesa de ven-
da, em lugar do custo histórico de formação ou aquisição. Pelo
pronunciamento, o que era regra (mensuração pelo custo) agora
passa a ser exceção, sendo a mensuração pelo valor justo menos
despesa de venda a regra atual para aqueles ativos.
Acompanham a obra exercícios práticos que contribuem para a
fixação dos conteúdos exigidos pelos currículos das instituições de
ensino, bem como elucidam e exemplificam pontos das normativas
contábeis específicas – a exemplo do CPC 29. Na mesma linha,
o manual do professor (com respostas dos exercícios) facilita a
escolha de atividades a serem aplicadas em sala, em trabalhos
avaliativos etc., tendo em vista o grande número de exercícios dis-
poníveis. Por fim, os modelos de prova facilitam e reduzem o tem-
po utilizado pelos professores em cada etapa da(s) disciplina(s),
considerando que o manual apresenta inclusive as respostas das
provas.
Além dos cursos de graduação e especialização em Ciências
Contábeis e Administração, a obra também se aplica aos cursos
das áreas de Engenharia (de Produção, Florestal, Agronômica,
Ambiental, da Pesca etc.), Comércio Exterior, Agronegócio, dentre
outros. No campo profissional, a obra é referência para contadores
em empresas de contabilidade, contadores autônomos e contado-
res internos nas empresas rurais (fazendas etc.) e/ou agroindus-
triais.
BRASIL. Cadastro Rural. 190 – Qual a alíquota utilizada para cálculo do ITR? 2014. Disponível
em: http://www.cadastrorural.gov.br/perguntas-frequentes/itr/calculo-do-imposto/190-2014-qual-a-
-aliquota-utilizada-para-calculo-do-itr. Acesso em: 24 fev. 2020.
BRASIL. Decreto º 3.000, de 26 de março de 1999. RIR/99 - Regulamenta a tributação, fiscaliza-
ção, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/decreto3000.htm. Acesso em:
13 abri. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União:
seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.
BRASIL. Lei. nº 6.4040, de 15 d novembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 17 abr.2020.
BRASIL. Parecer Normativo CST nº 57 de 30 de julho de 1976. Para apuração dos resultados
anuais o rebanho existente na data do balanço deverá ser inventariado ao preço corrente do mer-
cado ou pelo preço real de custo quando a organização contábil da empresa tenha condições
de evidenciá-lo. 1976 Disponível em: https://www.normasbrasil.com.br/norma/parecer-normati-
vo-57-1976_92376.html. Acesso em: 23 fev. 2020.
CREPALDI, S. A. Contabilidade Rural: Uma Abordagem Decisorial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C.; SEGATTI, S. Contabilidade Rural. 10. ed. São Paulo. Atlas, 2012.
Prezado(a) aluno(a),
Chegamos ao fim da Disciplina de Contabilidade Agropecuária. Neste material bus-
quei apresentar para você informações importantes referentes à Ciência Contábil quando
aplicada à atividade rural.
Na Unidade I você pode ver o conceito de agronegócio e as características das pro-
priedades e empresas rurais, assunto importantíssimo e de muita relevância para introduzir
as unidades seguintes.
Na Unidade II você foi convidado a conhecer os tipos de culturas existentes nas
empresas rurais entendendo seu ciclo operacional e suas particularidades contábeis. Nesta
unidade também você aprendeu os conceitos, métodos, cálculos e a forma de contabiliza-
ção de depreciação, amortização e exaustão.
A pecuária foi apresentada na Unidade III, em que você conheceu os sistemas de
produção, tipos de pastoreio, formas de reprodução, atividade de cria, recria e engorda
do gado, bem como a divisão dos rebanhos em categorias e forma de contabilização dos
custos e apuração do resultado.
Para finalizar, na Unidade IV você conheceu um modelo básico de plano de contas
e entendeu as características do Imposto Territorial Urbano (ITR).
Como último recado, quero dizer a você que a Ciência Contábil é uma ciência vasta
e que requer muito estudo. Mesmo quando aplicada em áreas especificas, como a Contabi-
lidade Agropecuária, é importante manter a busca constante por conhecimento, sobretudo
por ser praticamente impossível abordar todas as suas particularidades em apenas uma
obra.
A partir de agora você está pronto para seguir adiante se aprofundando de forma
crítica e profissional nesta Ciência que é fantástica.