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DNC) Uo ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA SUMARIO 1 INTRODUGAO INTRODUGAO AO ESTUDO DA ANATOMIA: CONCEITOS BASICOS... 2.1 NOMENCLATURA E ESTUDO DA ANATOMIA, 22 POSi¢Ao ANATOMICA. 2.3 PRINGIPIOS ANATOMICOS DE CONSTRUGAO DO CORPO HUMANO vrs inesssinsnnnnnnnn tO 3. CONSTITUIGAO GERAL DO CORPO HUMANO. 43 3.1 CAVIDADES 00 CORPO KUVANO, 13 3.2 TERMOS DE woviMENTos 14 4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELETIC! 4.1 ESTRUTURA DO ESQUELETO wnsmmnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnselT 4.2 O8S0S COMPACTOS E OSSOS ESPONJOSOS 24 4,3. CLASSIFICAGAO Dos ossos 22 4.4 ACIDENTES E FORMAGOES OssEOS. 5 ARTROLOGIA (ARTICULAGOES) 5.1 CLASSIFICAGAO DAS ARTICULAGOES 26 5.2 VASCULARIZAGAO E INERVAGAO DAS ARTICULAGOES. 29 6 SISTEMA MUSCULAR 6.1 TIPOS DE MUSCULO (TECIDO MUSCULAR). 31 62 MUSCULO ESauELETICo. 34 6.3 FUNCOES Dos MUscULos. 40 64 — CoNTRAGAO DOS MUSCULOS at 65 MUSCULO EsTAIADO CARDIACO 43 66 — MUscULOLISo. As 7 SISTEMA CIRCULATORIO. 7.1 VASOS SANGUINEOS. 46 7.2 CORAGAO .nnsnsntntttnttininnintninninnnnninnnnnnnnnnnnninnnnnnneneneeS 7.3 PRESSAO ARTERIAL. 51 8 SISTEMA LINFATICO.. 9 SISTEMA NERVOSO. 56 9.1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL 58 9.2 SISTEMA NERVOSO PERIFERICO 61 9.3 SISTEMA NERVOSO AUTONOMO. 64 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 10 SISTEMA RESPIRATORIO . 10.1. NARIZ OSSEO EXTERNO E SEIOS NASAIS. 66 10.2 FARINGE, 67 10.3 LARINGE snsnnnnnnnnnnntinnnnnninninnnnnnninnnnnnnnnnnnmnnnnnn 10.4 TRAQUEIA. 69 10.5 BRONaUIOs 69 10.6 PULMOES. 70 10.7 PLEURA 72 10.8 RESPIRAGAO. 72 10.9 QARINALADO 7 41 SISTEMA DIGESTORIO 11.1 FARINGE E ESOFAGO..rrrmnnnninnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnneT 8 11.2 Estowaco. 79 11.3. INTESTINO DELGADO. 80 14.4 INTESTINO GROSSO. 80 14.5 Ficavo. 81 11.6 PANCREAS 82 42. SISTEMA URINARIO. 12.1 OsRINS 83 12.2 OsuRETERES 84 12.3 BEXIGA URINARIA vsrnrnmnnninnnnnnnnnnnninnnnnnnnnnnntnnnnnnnin 124 URETRA sn ennui 85 12.5 _ REABSORGAO E SECREGAO TUBULAR wn 86 12.6 AGAO DO HORMONIO ALDOSTERONA. 87 12.7 SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA .sssnsnsssnnnnnntnnnnnnnnnnssnennnnnnen®T 12.8 AGAO DO HORMONIO ANTIDIURETICO .nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnenneneeeeBT 43. SISTEMA GENITAL FEMININO 13.1 VaciNa. 89 13.2 Vulva 90 13.3. OVARIOS... 90 13.4 TUBAS UTERINAS..... 21 13.5 Urero, 91 13.6 Mawas. 92 14 SISTEMA GENITAL MASCULINO. 14.1 Testicutos. 96 14.2 Epioioimo. 96 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 14.3. DucTODEFERENTE 14.4 DUCTOEJACULATORIO... 14.5 VESICULAS SEMINAIS 14.6 PROSTATA 14.7 Penis 14.8 Escroto 15 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA. 98 98 99 100 101 102 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 4 INTRODUGAO Prezado alunol O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro — quase improvavel - um aluno se levantar, interromper a exposigao, dirigir-se ao professor e fazer uma _pergunta, para que seja esclarecida uma duvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faga a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirdo a resposta. No espaco virtual, é a mesma coisa. Nao hesite em perguntar, as perguntas poderdo ser direciona- das ao protocolo de atendimento que serdo respondidas em tempo habil. Os cursos distancia exigem do aluno tempo e organizagao. No caso da nossa disciplina ¢ preciso ter um horario destinado a leitura do texto base e A execugao das avaliagées propostas. A vantagem € que podera reservar o dia da semana e a hora que Ihe convier para isso. A organizago é 0 quesito indispensavel, porque ha uma sequéncia a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 2 INTRODUGAO AO ESTUDO DA ANATOMIA: CONCEITOS BASICOS Fonte: biosphera.org Segundo QUEIROZ (2005), a Anatomia Humana é a ciéncia que envolve o estudo macroscépico das estruturas do corpo humane, considerando seus aspectos de norma- lidade, sendo importante quanto ao fornecimento de informagées para as diversas dreas da satide, Sua andlise pode ser feita por meio de diferentes tecnologias, que incluem a utili- zago de exames de imagens, como radiografias, ultrassonografia, tomografia computa- dorizada, dentre outras. Para isso, o ensino da anatomia humana também pode ser exer- cido com aulas teéricas e praticas que envolvem o estudo, dissecagao de pegas anaté- micas de cadaveres humanos, pratica esta capaz de desenvolver respeito, ética e valo- res (QUEIROZ, 2005). Assim, 0 estudo da anatomia baseado na utilizago de cadaveres humanos, por meio de metodologias tradicionais como a dissecagao, permite a aprendizagem em um contexto relevante, incentiva habilidades relacionadas ao trabalho clinico e pro- move uma pratica autodirigida (STRINI, 2020). Atualmente a anatomia pode ser subdividida em trés grandes grupos: anatomia macroscépica, anatomia microscépica e anatomia do desenvolvimento. Anatomia Macroscépica: é o estudo das estruturas observaveis a olho nu, utili zando ou ndo recursos tecnolégicos. Apresenta as seguintes divisdes: * Anatomia Regional: na qualos dados anatémicos macroscépicos humanos sao descritos segundo as grandes divisdes naturais do corpo 5 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA (membro inferior, membro superior, cabega e pescogo, térax, abdome e pelve) + Anatomia Sistémic na qual a abordagem é feita segundo os varios sistemas ( conjunto de érgéios com mesma fungao basica ). * Anatomia de Superficie: Estuda 0 contorno e a forma de érgdos e estruturas da superficie do corpo. E de grande importancia para a se- miologia clinica, pois viabiliza a interpretagdo correta dos sinais e sin- tomas observados no exame clinico de um paciente + Anatomia Radiolégica: Estuda as estruturas internas do corpo medi- ante raios X e, associada a anatomia de superficie, oferece os funda- mentos morfolégicos para o exame clinico. * Anatomia Funcional: Aborda segmentos funcionais do corpo, estabe- lecendo relagées funcionais entre as varias estruturas dos diferentes sistemas. * Anatomia Aplicada: Destaca a importancia dos conhecimentos ana- témicos para as atividades clinicas e/ou cirtirgicas, * Anatomia comparada: Estuda a anatomia de diferentes espécies de animais comparando 0 desenvolvimento filogenético e ontogenético dos diferentes érgaos. Anatomia Microscépica: é aquela relacionada com as estruturas corporais invi- siveis a olho nu e requer 0 uso de instrumental para ampliagao, como lupas, microscd- pios épticos e eletrénicos. Este grupo ¢ dividido em Citologia (estudo da célula) ¢ Histo- logia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formagao de érgaos) Anatomia do desenvolvimento: estuda o desenvolvimento do individuo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é 0 estudo do de- senvolvimento até o nascimento. ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 2.1. Nomenclatura e estudo da anatomia Fonte: PT Nextews.com ‘Como toda ciéncia a anatomia tem sua linguagem prépria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dé-se o nome de Nomenclatura Anatémica. Com o desenvolvimento e criagao de “escolas de anatomia’ no final do século passado, as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denomi- nagées diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razdo desta falta de me- todologia e de inevitaveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatémicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatémica interna- cional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisées e finalmente em 1955 em Paris foi aprovada oficialmente a Nomen- clatura Anatémica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina Anatémica). Revisdes tém sido feitas ao longo do tempo, ja que a nomenclatura anatémica tem carter dinamico podendo ser sempre criticada e modificada desde que haja razdes su- ficientes para as modificagées e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacio- nais de Anatomia. A ultima revisdo criou a Terminologia Anatémica, que esta atualmente em vigor. As linguas oficialmente adotadas so 0 latim (por ser “lingua morta’) ¢ o inglés (que se tornou a linguagem internacional das ciéncias), porém cada pais pode traduzi-la ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA para seu préprio idioma. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura pro- cura utilizar termos que nao sejam apenas sinais para a meméria, mas tragam também alguma informagao ou descrigdo sobre a referida estrutura. Dentro deste principio, foram abolidos: a) Os epénimos (nome de pessoas para designar coisas) b) Os termos indicam: + A forma (misculo trapézio); + Asua posigao ou situagao (nervo mediano); * Osseu trajeto (artéria circunflexa da escépula); ‘+ As suas conexées ou inter-relagdes (ligamento sacroiliaco); + Asua relago com 0 esqueleto (artéria radial); * Sua fungdo (m. levantador da escapula); * Critério misto (m. flexor superficial dos dedos — fungao e situagao). Entretanto, ha nomes impréprios ou ndo muito légicos que foram conservados, Porque esto consagrados pelo uso. «Normal e variagdo anatémica Normal para a anatomia ¢ o estatisticamente mais comum, ou seja, o que en- contrado na maioria dos casos. Variagao anatémica é qualquer fuga do padrao sem pre- juizo da fungéo, Como exemplo podemos citar a artéria braquial que mais comumente divide-se na fossa cubital. Esse é o padrdo. Entretanto, em alguns individuos esta divisao ocorre ao nivel da axila. Como ndo existe perda funcional essa é considerada uma vari- ago. Quando ocorre prejuizo funcional trata-se de uma anomalia e nao de uma varia- gao. * Diviséo do corpo humano corpo humano divide-se em cabega, pescogo, tronco e membros. A cabega cor- responde a extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porgao es- treitada, 0 pescogo. O tronco compreende o térax e o abdome com as respectivas cavi- dades toracica e abdominal; a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavi- dade pélvica. Dos membros, dois sao superiores ou tordcicos, e dois inferiores ou pélvi- cos. Cada membro apresenta uma raiz pela qual esta ligada ao tronco e uma parte livre. ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Fonte: ienciasmorfologicas.pt 2.2 Posigdo anatémica Para evitar 0 uso de termos diferentes nas descriges anatémicas considerando- se que a posicdo pode ser variavel, optou-se por uma posi¢ao padrao denominada posi- 0 de descrigao anatémica (posigao anatémica). Deste modo, os anatomistas quando escrevem seus textos referem-se ao objeto de descrigao considerando o individuo como se estivesse sempre na posi¢ao padronizada. A posigao anatémica corresponde a posigdo ereta, em pé, de frente para 0 obser- vador, com a face voltada para a frente e o olhar voltado para o horizonte, os membros superiores estendidos paralelamente ao tronco e as palmas das maos voltadas para a frente, os membros inferiores paralelos ¢ os calcanhares unidos, com os dedos dos pés voltados para a frente ak Fonte: ienciasmorfologicas.pt ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Planos de delimitacao e secgao do corpo humano As descrigdes baseiam-se em planos de delimitagéo que contornam 0 corpo hu- mano por planos tangentes a sua superficie e determinam um contorno com a forma de um paralelepipedo, Planos Seccionais: + Planos de secgao: sao planos imaginarios perpendiculares ao corpo na po- sigo anatémica. * Plano mediano: passa longitudinalmente através do corpo e 0 divide em metades direita e esquerda. * Plano sagital: & qualquer plano vertical paralelo ao plano mediano; embora muitas vezes util ado, o termo “parassagital’ é redundante. * Plano frontal ou coronal : € ortogonal ao plano mediano, ou seja, divide o corpo em anterior ou ventral e posterior ou dorsal. * Plano transversal ou horizontal: é ortogonal aos planos mediano e sagital PLANO SAGITAL we PLANO MEDIANO: al / Fiano RGRTAL PLANO TRANSVERSAL, Fonte: aulasdeanatomia.com 2.3. Principios anatémicos de construgdo do corpo humano + Antimeria: Divide 0 corpo em duas metades (dois antimeros), se for feito um corte no plano sagital mediano * Simetria: Divide 0 corpo em duas metades iguais 10 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA + Estratificagdo: Sobreposigao por estratos ou camadas. Os estratos podem ser de um mesmo tecido ou de tecidos diversos. + Metameria: Segmentagao craniocaudal em unidades ou metameros * Paquimeria: Divisdo pelo plano frontal médio em paquimeros ventral, com a grande cavidade que contém as visceras, e dorsal, com a cavidade que contém o neuroeixo. As partes do corpo também podem ser descritas pelos termos de posigdo que se baseiam em sua proximidade aos planos de delimitagao e seceao ou ao plano mediano. Tais termos indicam que uma estrutura 6, por exemplo, mais cranial que outra, pois ne- nhuma estrutura ou érgao é simplesmente cranial ou ventral, j4 que esses planos sdo tangentes ao corpo e sao usados como referéncia. situa mais préxima ao plano mediano em relagao a uma outra Termo Descrigao Exemplo Lateral Faz referéncia a uma estrutura situada | A orelha é lateral em rela- mais afastada do plano mediano e nao | go ao olho préximas ao plano lateral, A referéncia sempre é 0 plano mediano Medial Faz referéncia a uma estrutura que se | 0 olho é medial em rela- 40 a orelha Posterior ou dorsal Faz referéncia a uma estrutura que se situa mais préxima ao plano dorsal em relagdo a outra ‘A coluna vertebral & pos- terior em relagéo ao cora- so Posterior ou dorsal Faz referéncia a uma estrutura que se situa mais préxima ao plano dorsal em relagdo a outra ‘A coluna vertebral & pos- terior em relagdo ao cora- so ‘Anterior ou ven- tral Faz referéncia a uma estrutura que se situa mais préxima ao plano ventral em relagao a outra © coragao @ anterior em relago a coluna vertebral Inferior ou po- da Faz referéncia a uma estrutura que se situa mais préxima ao plano podalico em relagao a outra © osso hioideo é inferior em relagao a mandibula " ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ‘Superior ou era- | Faz referéncia a uma estrutura que se |A mandibula & superior nial situa mais préxima ao plano cranial | em relaco ao osso hicide em relagao a outra Fonte: adaptado de Introdugao ao estudo da anatomia. CARIA, PHF. Termos de posigao e direcao + Em relagao ao Plano Mediano: 1. Met no: toda e qualquer estrutura posicionada sob o plano mediano. Ex.: na- riz, osso esterno, cicatriz umbilical, sinfise pubica, coluna vertebral, laringe etc. 2, Medial: para estruturas localizadas préximas ou voltadas ao plano mediano. Ex.: olhos, rins, mamas, extremidade esternal da clavicula etc. 3, Lateral: para a estrutura localizada mais afastada do plano mediano exemplo: orelhas em relagao aos olhos e ao plano mediano, extremidade acromial da clavicula 4, Intermédia: para estruturas localizadas entre uma estrutura medial e outra la- teral. + Em relagao ao Plano Cranial ou superior 1. Superior ou cranial: aquela que esta mais préxima do plano superior 2, Inferior ou caudal: aquela que esté mais distante do plano superior 3. Médio: aquela que esta entre uma superior e outra inferior + Em relagao a Raiz dos membros: 1. Proximal: aquela que esta mais préxima 2. 3. Médio: aquela que esta entre a proximal e a distal tal: aquela que estd mais distante 12 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Fonte: estudandoanatomia.com 3 CONSTITUIGAO GERAL DO CORPO HUMANO A célula é a unidade basica na constituigao dos seres vivos. Um agrupamento de células constitu um tecido. A reunido de varios tecidos constitui um érgao que se agru- pam para formar um aparelho ou sistema. Todas as células necessitam de oxigénio e nutrientes sem os quais entra em sofrimento podendo esse sofrimento resultar em morte. A morte das células segue-se morte dos tecidos, érgaos e do préprio ser vivo. Células + Tecidos > Orgao — Aparelho ou Sistema — Organismo. 3.1 Cavidades do corpo humano * Cavidade craniana: é o espago dentro do cranio e contém o encéfalo. + Cavidade espinhal: similar a um longo cilindro contém a medula espinhal. * Cavidade tordcica: contém a traqueia, os brénquios e os pulmées, o coragao, a aorta, e outros vasos sanguineos, 0 eséfago e nervos. * Cavidade abdominal: contém o estémago, o figado, a vesicula biliar, o intestino delgado, parte do intestino grosso (célon e cécum), 0 pancreas e o baco. Os dois rins estao na parte posterior da cavidade abdominal * Cavidade pélvica: contém os érgaos reprodutores, a bexiga e a parte inferior dos intestinos. 13 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 3.2 Termos de movimentos + Flexdo: curvatura ou diminuigao do Angulo entre os ossos ou partes do corpo, Ex: tensdo: endireitar ou aumentar o angulo entre os ossos ou partes do corpo. Fonte: questoesdefisiocomentadas.com Adugao: movimento na diregao do plano mediano em um plano coronal Abdugdo: afastar-se do plano mediano no plano coronal Rotagao Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano medi ano. Rotagao Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano. weer Fonte: hestudosbel.com 14 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Pronagao: movimento do antebrago e mo que gira o radio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mao olha posteriormente. Supinagdo: movimento do antebrago e mao que gira o radio lateralmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mao olha anteriormente. Supinagao \| Pronagao Fonte: estudosbel.com Retrusdo: movimento de retrago (para trés) ocorre da mandibula e no ombro, Protrusdo: movimento dianteiro (para frente) como ocorre na mandibula e no ombro. Elevagao: elevar ou mover uma parte para cima, elevar os ombros. Abaixamento: abaixar ou mover uma parte para baixo, baixar os ombros. Retroversao: posigao posteriorizagao da pelve. Anteroversao: posi¢ao anteriorizagao da pelve. Inversao: movimento da sola do pé em direcdo ao plano median, Eversao: movimento da sola do pé para longe do plano mediano. Eversio_Inversdo Fonte: estudosbel.com 15 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA * Dorsiflexdo (flexao dorsal): movimento de flexdo na articulagao do tornozelo (cal- c&neo no chao). « Plantiflexao (flexdo plantar): quando se fica em pé na ponta dos dedos (calcdneo no ar), Dorsiterio Ly Fx planar \\ Fonte: tacticalroom.com.br 4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELETICO Fonte: Musculacao.net O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabougo do corpo e desem- penhar varias funges, tais como: + Protegao (para érgaos como o coragao, pulmées e sistema nervoso cen- tral); 16 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ‘© Sustentago e conformagao do corpo; * Local de armazenamento de calcio e fésforo (durante a gravidez a calcifi- cago fetal se faz, em grande parte, pela reabsorgao destes elementos ar- mazenados no organismo materno); * Sistema de alavancas que movimentadas pelos musculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local de pro- dugao de varias células do sangue E uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja a principal caracteristica é a mineralizagao (calcio) de sua matriz dssea (fibras colgenas e proteoglicanas). Sao ér- gaos esbranquigados, muito duros, que se unem aos outros, através das articulagées constituindo 0 esqueleto. O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porgées: : é formado pelos ossos da cabega (cranio), pescogo (hioide e vértebras cervicais) e tronco (costelas, estero, vértebras e sacro) Esqueleto axial Esqueleto apendicular: é formado pelos ossos dos membros, inclusive aqueles que formam os cingulos dos membros superiores e dos membros inferiores. A unido entre estas duas porgées se faz por meio de cinturas: escapular (ou to- racica), constituida pela escépula e clavicula e péivica constituida pelos ossos do quadril. No adulto existem 206 ossos, este numero varia de acordo com a idade (do nas- cimento a senilidade ha uma redugdo do numero de ossos), fatores individuais e critérios de contagem. 4.1 Estrutura do esqueleto O esqueleto € constituido por cartilagens e ossos. A cartilagem é uma forma resili ente semirrigida de tecido conjuntivo que compée partes do esqueleto onde é necessdria mais flexibilidade — por exemplo, no local onde as cartilagens costais unem as costelas ao esterno. Além disso, as faces articulares dos ossos que participam de uma articulagao si- novial sao revestidas por cartilagens articulares que tém superficies de deslizamento lisas e com baixo atrito para permitir o livre movimento. 7 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Os vasos sanguineos nao penetram na cartilagem (ela é avascular), consequen- temente, suas células obtém oxigénio e nutrientes por difusdo. A proporgao de osso e cartilagem no esqueleto muda a medida que o corpo cresce: quanto mais jovem é uma pessoa, mais cartilagem ela tem. Os ossos de um recém-nascido sao macios e flexiveis Porque so compostos principalmente de cartilagem. osso, um tecido vivo, é uma forma rigida e altamente especializada de tecido conjuntivo que compée a maior parte do esqueleto. Os ossos do esqueleto adulto pro- porcionam: ‘+ Sustentagao para o corpo e suas cavidades vitais (é 0 principal tecido de sustentagao do corpo) * Protegao para estruturas vitais (exemplo: 0 coragao) * Base mecanica do movimento (alavanca) + Armazenamento de sais (exemplo: calcio) * Suprimento continuo de novas células sanguineas (produzidas pela me- dula éssea presente na cavidade medular de muitos ossos). Um revestimento de tecido conjuntivo fibroso circunda cada elemento do esque- leto como uma bainha, exceto nos locais de cartilagem articular. Aquele que circunda os ossos é 0 periésteo e 0 que circunda a cartilagem é o pericéndrio. O peridsteo e 0 peri- céndrio nutrem as faces externas do tecido esquelético. Séo capazes de depositar mais cartilagem ou osso (sobretudo durante a consolidagao de fraturas) e formam a interface para fixagao de tendées e ligamentos. Tecido Osseo Compacto: forma uma espécie de capa rigida Tecido Osseo Esponjoso: tem numerosas cavidades. Nos ossos curtos e cha- tos, este tecido esta na zona central. Nos ossos longos esta na epifise. Medula Ossea Vermelha: com células que fabricam glébulos vermelhos e bran- cos. Localiza-se na ponta dos ossos longos. Medula Ossea Amarela: também chamado de “tutano’, com células gordurosas, encontra-se dentro da diafise. Didfise: Corpo do osso. Epifise: extremidade do osso. Metafise: drea de tecido esponjoso ao lado da linha epifisaria (pouco calcificada). 18 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Placa de crescimento (placa epifisaria): 4rea na qual termina o osso esponjoso ena qual a epifise é remodelada a medida que se processa o crescimento ésseo desa- parecendo no adulto quando a epifise se funde com a metéfise. Disco Epifisério ~-{ Tecido ésseo ‘compacto | ceria Estrutura a, do osso Fonte: slideplayer.com.br No tecido ésseo destacam-se os seguintes tipos celulares: * Osteoblastos o as células responsaveis por sintetizar a parte organica do osso, ou seja, que produzem o novo osso. * Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorgao e remodelagao do tecido dsseo, ou seja, destroem o osso. © Osteécitos: tem um papel fundamental na manutengdo da integridade do osso. Periésteo No vivente e no cadaver o osso se encontra sempre revestido por delicada mem- brana conjuntiva, com excegao das superficies articulares. Esta membrana é denomi- nada periésteo e apresenta dois folhetos: um superficial e outro profundo, este em con- tato direto com a superficie dssea. A camada profunda é chamada osteogénica pelo fato de suas células se transformarem em células ésseas que s4o incorporadas a superficie do osso promovendo assim o seu espessamento. 19 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Os ossos sao altamente vascularizados. As artérias do periésteo penetram no osso irrigando-o e distribuindo-se na medula éssea. Por esta razao, desprovido do seu periés- teo 0 oso deixa de ser nutrido e morre. Cartilagem A cartilagem é uma forma de tecido de suporte firme e resistente, mas nao tanto como 0 osso. Nao tem vasos sanguineos nem linfaticos e nao recebe nervos. Trés tipos so conhecidos - cartilagem hialina, fibrocartilagem e cartilagem elastica A cartilagem hialina tem uma aparéncia translucida, branco-azulada. E 0 tipo de mais larga distribuigao e aparece no modelo cartilagineo dos ossos em desenvolvimento. Ela persiste na vida adulta como cartilagem articular, nas extremidades dos ossos; como cartilagens costais, da traqueia, do nariz, septo nasal dos brénquios e como as maiores cartilagens da laringe. Os representantes nao-articulares da cartilagem hialina tém ten- déncia a se ossificar mais tarde na vida. A fibrocartilagem consiste em colegées densas de fibras colagenas nas quais esta misturada uma matriz cartilaginea. Ela é menos homogénea que a cartilagem hialina, porém 6 mais resistente e mais flexivel. Ocorre nos discos intervertebrais e articulares nas orlas glenoidais de certas articulagdes. Esta presente na sinfise ptibica e cobre ten- dées onde estes tam relagao com ossos A cartilagem eléstica é atravessada por uma rica rede de fibras elasticas 0 que Ihe da, além de uma aparéncia amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a sua forma original quando tracionada ou torcida. A cartilagem elastica ocorre somente nas partes méveis do ouvido externo, no nariz e na epigiote. Ligamentos Um ligamento é uma faixa ou corda bem definida de tecido fibroso unindo dois ossos. A maioria dos ligamentos atua resistindo ao movimento de uma articulagéo em uma diregao especifica. Existem aqueles que so espessamentos localizados da capsula da articulagao (ligamentos capsulares), outros que séio completamente isolados da cép- sula da articulagao sobre a qual atuam (ligamentos extracapsulares) e outros, ainda, que estdo situados dentro da articulagao (ligamentos intracapsulares). Algumas estruturas, tais como o ligament inguinal ¢ o ligamento redondo do fi- gado, que recebem a denominagao de ligamentos nao o sao no sentido estrito do termo. Também distantes deste sentido estrito, recebem o nome de ligamentos, algumas pregas 20 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA do periténio, que contém vasos sanguineos e tecido conjuntivo e unem uma viscera a outra ou a parede do corpo. 4.2 Ossos compactos e ossos esponjosos Fonte: lapa.ufscar.br Os dois tipos de ossos so: 0 osso compacto e 0 osso esponjoso (trabecular). Séo distinguidos pela quantidade relativa de material sdlido e pelo ntimero e tamanho dos espagos que contém. Todos os ossos tém uma camada fina superficial de osso compacto ao redor de uma massa central de osso esponjoso, exceto nas partes em que 0 osso esponjoso € substituido por uma cavidade medular. Na cavidade medular dos ossos de adultos e entre as espiculas (trabéculas) do osso esponjoso ha medula éssea amarela (gordurosa) ou vermelha (que produz células do sangue e plaquetas) ou ainda uma associagao de ambas. A arquitetura e a proporgao de osso compacto e esponjoso variam de acordo com a fungao. © osso compacto proporciona resisténcia para sustentagao de peso. Nos os- sos longos que sao rigidos e locais de fixagao dos misculos e ligamentos a quantidade de osso compacto é mais préximo da parte média da didfise onde os ossos tendem a se curvar. Além disso, os ossos longos tém elevacées (por exemplo: tiberes, cristas ¢ tu- bérculos) que servem como contrafortes (suportes) onde se fixam os grandes misculos. Os ossos vivos tém alguma elasticidade (flexibilidade) e grande rigidez. 21 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 4.3. Classificagao dos ossos Os ossos so clasificados de acordo com o formato. Os ossos longos sao tubu- lares (por exemplo: 0 mero no brago). Os ossos curtos sao cuboides e encontrados apenas no tarso (tornozelo) e no carpo (punho), entre outros. Os ossos sao classificados em * Osso longo: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e a espessura. Consiste em um corpo ou didfise e duas extremidades ou epifises. A didfise apresenta em seu interior uma cavidade, o canal medular, que aloja a medula éssea. Exemplos tipicos sao os ossos do esqueleto apendicular: fémur, Gmero, radio, ulna, tibia, fibula, falanges. * Osso laminar (ou planos): seu comprimento e sua largura sao equivalents, predominando sobre a espessura. Ossos do cranio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escapula e 0 osso do quadril, so exemplos bem de- monstrativos. Sdo também chamados (impropriamente) de ossos planos + Osso curto: apresenta equivaléncia das trés dimensdes. Os ossos do carpo edo tarso so excelentes exemplos. * Oso irregular: apresenta uma morfologia complexa nao encontrando cor- respondéncia em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso tem- poral so exemplos marcantes. Essas quatro categorias so as categorias principais de se classificar um osso quanto a sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras: + Osso pneumatico: apresenta uma ou mais cavidades de volume variavel revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumaticos estao situados no cranio: frontal, ma- xilar, temporal, etméide e esfendide + Osso sesaméide: que se desenvolve na substancia de certos tendées ou da cépsula fibrosa que envolve certas articulagdes. Os primeiros sao cha- mados intratendineos e os segundos periarticulares. A patela é um exem- plo tipico de osso sesaméide intratendineo. 22 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: 0 osso frontal, por exemplo, é um osso laminar, mas também pneumatico; 0 maxilar é irregular, mas tam- bém pneumiatico, a patela é um osso curto, mas é, também um sesaméide (por sinal, 0 maior sesaméide do corpo). Classificago dos Ossos Ossostongos Oss cures Oss05aminares (anes) « O OssosAlongados Ossos Preumticos_Ossos regulars — we Osos Sesameides ons “@ Fonte: enfermagembio.com.br 4.4 Acidentes e formagées ésseos Os acidentes ésseos surgem em qualquer lugar onde haja insergao de tendées, ligamentos e fascias ou onde haja artérias que penetrem nos ossos ou situem-se adja- centes a eles. Outras formagées dsseas ocorrem relacionadas com a passagem de um tendo (muitas vezes para direcionar o tendo ou melhorar sua ago de alavanca) ou para controlar 0 tipo de movimento em uma articulagdo. Alguns dos varios acidentes estruturas dos ossos sdo: Capitulo: cabega articular pequena e redonda (por exemplo: capitulo do mero) Céndil rea articular arredondada, que geralmente acorre em pares (por exem- plo: c6ndilos lateral e medial do fémur). 23 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Cahega Fonte: sites. google.com Crista: crista do osso (por exemplo: crista iliaca); Epicéndilo: proeminéncia superior ou adjacente a um céndilo (por exemplo: epi- céndilo lateral do mero); Févea: area plana lisa, geralmente coberta por cartilagem, onde um osso articula- se com outro (por exemplo: févea costal superior no corpo de uma vértebra para articu- lagao com uma costela); Forame: passagem através de um osso (por exemplo: forame obturado); Fossa: area oca ou deprimida (por exemplo: fossa infraespinal da escépula); Sulco: depresséo ou escavagao alongada (por exemplo: sulco do nervo radial do timero); Cabega: extremidade articular grande e redonda (por exemplo: cabega do imero); Linha: elevagao linear (por exemplo: linha para o musculo soleo na tibia); Maléolo: processo arredondado (por exemplo: maléolo lateral da fibula); Incisura: entalhe na margem de um osso (por exemplo: incisura isquiatica maior); Protuberancia: projegao do osso (por exemplo: protuberancia occipital externa); Espinha: processo semelhante a um espinho (por exemplo: espinha da esca- pula); Processo espinhoso: parte que se projeta semelhante a um espinho (por exem- plo: proceso espinhoso de uma vértebra); Trocanter: elevacao arredondada grande (por exemplo: trocanter maior do fé- mur); 24 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Troclea: processo articular semelhante a uma roda ou processo que atua como roldana (por exemplo: troclea do mero); Tubérculo: proeminéncia pequena e elevada (por exemplo: tubérculo maior do timero); Tubero: quidtico, tuberosidade iliaca). jade ou tuber: grande elevagao arredondada (por exemplo: tuber is- RADIO cies sa @ pe Fonte: sites. google.com 5 ARTROLOGIA (ARTICULAGOES) As articulagdes sao unides ou jungées entre dois ou mais ossos ou partes rigidas do esqueleto. As articulagées exibem varias formas e fungées. Algumas articulagdes nao tém movimento como as laminas epifisiais entre a epifise e a didfise de um osso longo em crescimento; outras permitem apenas pequeno movimento como os dentes em seus alvéolos; e outras tm mobilidade livre como a articulagao do ombro. Embora apresentem consideraveis variagdes entre elas, as articulagdes possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificd-las em trés grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta diviséo é o da natureza do elemento que se interpde as pegas que se articulam 25 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 5.1. Classificagao das articulagdes Trés classes de articulagées so descritas de acordo com a forma ou 0 tipo de material pelo qual os ossos sao unidos. Articulagées fibrosas: os ossos so unidos por tecido fibroso. Na maioria dos casos 0 grau de movimento em uma articulagao fibrosa depende do comprimento das fibras que unem os ossos. As suturas do cranio so exemplos de articulagées fibrosas. Esses ossos estao bem préximos encaixando-se ao longo de uma linha ondulada ou superpostos. A sindesmose, um tipo de articulagao fibrosa, une os ossos com uma lamina de tecido fibroso que pode ser um ligamento ou uma membrana fibrosa. Conse- quentemente, esse tipo de articulagao tem mobilidade parcial ‘A membrana interéssea no antebraco é uma lamina de tecido fibroso que une o radio e a ulna em uma sindesmose. A sindesmose dento alveolar (gonfose) 6 uma arti- culagdo fibrosa na qual um processo semelhante a um pino encaixa-se em uma cavidade entre a raiz do dente e o processo alveolar da maxila A mobilidade dessa articulagao (um dente mole) indica disturbio dos tecidos de sustentagdo do dente. No entanto, movimentos locais microscépicos nos informam (gra- gas a propriocepgao) sobre a forga da mordida ou do cerrar de dentes, e sobre a exis- téncia de uma particula presa entre os dentes. @. §> | a Cn essa eet Fonte: researchgate.net Articulagées cartilaginosas (cartilagineas): as estruturas sao unidas por carti- lagem hialina ou fibrocartilagem. Nas sincondroses ou articulagées cartilaginosas prima- rias 0s ossos so unidos por cartilagem hialina o que permite leve curvatura no inicio da vida 26 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA As articulagées cartilagineas primarias geralmente sao unides tempordrias como as existentes durante o desenvolvimento de um osso longo nas quais a epifise e a didfise so unidas por uma lamina epifisial. As sincondroses permitem o crescimento do osso no comprimento. Quando é atingido crescimento completo, a lamina epifisial converte-se em osso e as epifises fun- dem-se com a diafise. JUNTURA CARTILAGINOSA: SINCONDROSE Fonte: fisioterapia.com As sinfises ou articulagées cartilagineas secundérias so articulacées fortes, ligei- ramente méveis unidos por fibrocartilagem. Os discos intervertebrais fibrocartilagineos existentes entre as vértebras sao formados por tecido conjuntivo que une as vértebras. Essas articulagdes proporcionam a coluna vertebral resisténcia e absorgao de choque, além de consideravel flexibilidade. Articulagées sinoviais: os ossos sao unidos por uma capsula articular (formada por uma camada fibrosa externa revestida por uma membrana sinovial serosa) que trans- poe e reveste a cavidade articular. A cavidade articular de uma articulagao sinovial, como © joelho, é um espago potencial que contém um pequeno volume de liquido sinovial lu- brificante secretado pela membrana sinovial. No interior da cépsula a cartilage articular cobre as faces articulares dos ossos; todas as outras faces internas sao revestidas por membrana sinovial. As articulagées sinoviais, 0 tipo mais comum de articulagao, permitem livre movi- mento entre os ossos que unem. Sao articulagdes de locomogao, tipicas de quase todas as articulages dos membros. As articulagées sinoviais geralmente so reforgadas por 27 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ligamentos acessérios separados (extrinsecos) ou sao um espessamento de parte da cépsula articular (intrinsecos) Algumas articulagées sinoviais tm caracteristicas diferentes como discos articu- lares fibrocartilagineos ou meniscos encontrados quando as faces articulares dos ossos so desiguais. Os seis principais tipos de articulagées sinoviais sao clasificados de acordo com 0 formato das faces articulares e/ou o tipo de movimento que permitem: Articulagées planas: permitem movimentos de deslizamento no plano das faces articulares. As superficies opostas dos ossos sao planas ou quase planas com movi- mento limitado por suas cépsulas articulares firmes. As articulagdes planas sao muitas e quase sempre pequenas. Um exemplo é a articulagao acromioclavicular situada entre o acrémio da escapula e a clavicula Ginglimos: permitem apenas flexdo e extensdo, movimentos que ocorrem em um plano (sagital) ao redor de um Unico eixo transversal; assim, os ginglimos so articu- lagdes uniaxiais. A capsula dessas articulagdes é fina e frouxa nas partes anterior e pos- terior onde ha movimento; entretanto, os ossos so unidos lateralmente por ligamentos colaterais fortes. A articulagao do cotovelo é um exemplo de ginglimo. Articulagées selares: permitem abdugdo e adugdo, além de flexdo e extensao, movimentos que ocorrem ao redor de dois eixos perpendiculares; sendo assim, sao arti- culagées biaxiais que permitem movimento em dois planos, sagital e frontal. Também é Possivel fazer esses movimentos em uma sequéncia circular (circundugao). As faces articulares opostas tém o formato semelhante a uma sela (isto so reciprocamente céncavas e convexas). A articulagao carpometacarpal na base do polegar (1° dedo) é uma articulagao selar. Articulagées elipséideas: permitem flexao e extensdo, além de abducdo e adu- 40; sendo assim, também sao biaxiais. No entanto, o movimento em um plano (sagital) geralmente é maior (mais livre) do que no outro. Também ¢ possivel realizar circundugao, mais restrita do que nas articulagdes selares. As articulagdes metacarpofalangicas s4o elipsdideas Articulagées esferéideas: permitem movimento em varios eixos e panos: flexdo e extensdo, abdugao e adugdo, rotagao medial e lateral, ¢ circundugao; sendo assim, so articulagées multiaxiais. Nessas articulagdes altamente méveis, a superficie esferéi- 28 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA dea de um osso move-se na cavidade de outro. A articulagao do quadril é uma articula- ¢40 esferdidea na qual a cabega do fémur, que é esférica, gira na cavidade formada pelo acetabulo do quadril Articulagées trocoideas: permitem rotagdo em toro de um eixo central; sao, Portanto, uniaxiais. Nessas articulagées um processo arredondado de osso gira dentro de uma bainha ou anel. Um exemplo é a articulagao atlantoaxial mediana, na qual o atlas (vértebra C I) gira ao redor de um processo digitiforme, o dente do axis (vértebra C II), durante a rotagao da cabega. Fonte: anatomiaemfoco.com 5.2 Vascularizagao e inervagao das articulagées As articulagSes sao irrigadas por artérias articulares originadas nos vasos ao redor da articulagao. Com frequéncia ha anastomose (comunicagao) das artérias para formar redes (anastomoses arteriais periarticulares) e assegurar a irrigagdo sanguinea da arti- culagdo e através dela nas varias posigdes assumidas. 29 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA As veias articulares so veias comunicantes que acompanham as artérias e, como as artérias estdo localizadas na cépsula articular, principalmente na membrana sinovial. As articulagdes tém rica inervagao propiciada por nerves articulares com termi- nagées nervosas sensitivas na cépsula articular. Nas partes distais dos membros (maos e pés), os nervos articulares séo ramos dos nervos cutaneos que suprem a pele sobrejacente. No entanto, a maioria dos nervos articulares consiste em ramos de nervos que suprem os misculos que cruzam e, por- tanto, movem a articulagao. A lei de Hilton afirma que os nervos que suprem uma articu- lagao também suprem os musculos que movem a articulagao e a pele que cobre suas insergdes distais. Os nervos articulares transmitem impulsos sensitivos da articulagao que contri- buem para a propriocepgao responsdvel pela percepoao do movimento e da posigao das partes do corpo. A membrana sinovial é relativamente insensivel. Hé muitas fibras de dor na camada fibrosa da cépsula articular e nos ligamentos acessérios, 0 que causa dor intensa em caso de lesdo articular. As terminagdes nervosas sensitivas respondem & rotago e ao estiramento que ocorre durante a pratica de atividades esportivas 6 SISTEMA MUSCULAR Fonte: drfisioterapia.com.br 30 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ‘As chamadas células musculares especializam-se para a contragao e o relaxa- mento. Estas células agrupam-se em feixes para formar massas macroscépicas chama- das mtisculos os quais acham-se fixados pelas suas extremidades. Assim, musculos so estruturas que movem os segmentos do corpo por encurtamento da distancia que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contragao. Dentro do aparelho locomotor constituido pelos ossos, articulagdes e musculos, estes tiltimos sdo os elementos ativos do movimento. Além de tornar possivel o movi- mento, a musculatura também mantém unidas as pegas do esqueleto determinando a posigdio e a postura do esqueleto. O sistema muscular é formado por todos os musculos do corpo. Os miisculos es- queléticos voluntarios constituem a grande maioria dos misculos. Todos os musculos esqueléticos sao formados por um tipo especifico de tecido muscular. No entanto, outros tipos de tecido muscular formam alguns musculos (p. ex., os musculos ciliar ¢ detrusor, além dos miisculos eretores dos pelos) e importantes componentes dos érgaos de outros sistemas, ai incluidos os sistemas circulatério, digestério, genital, urinario, tegumentar e visual 6.1. Tipos de musculo (tecide muscular) As células musculares que, frequentemente, so denominadas fibras musculares, Porque sao longas e estreitas quando relaxadas, sao células contréteis especializadas. Sao organizadas em tecidos que movimentam as partes do corpo ou causam a modifi- cagao temporaria do formato dos érgdios internos (reduzem a circunferéncia de todo o 6rgao ou de parte dele). O tecido conjuntive associado conduz fibras nervosas e capila- res para as células musculares e une-as em feixes ou fasciculos. 31 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA al Jeckiomusctar estriado cordaco Fi Tecido muscular ‘estado esqueletico J SS WW) Tacioe musoular nio-estriada Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br Trés tipos de misculo sao descritos tomando como base diferengas relacionadas a(o): * Controle normalmente pela vontade (voluntario versus involuntario) + Aparéncia estriada ou nao estriada ao exame microscépio (estriado versus liso ou nao estriado) = Localizagao na parede do corpo (soma) e nos membros ou formacao de érgaos ocos (visceras, por exemplo: o corago) das cavidades do corpo ou de vasos sanguineos (somatico versus visceral) Existem trés tipos de misculo: Masculo estriado esquelético: é o musculo somatico voluntario que forma os misculos esqueléticos que compéem o sistema muscular movendo ou estabilizando os- sos e outras estruturas (por exemplo: os bulbos dos olhos). 32 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA MOscuLo ESQUELETICO " wpe = Fonte: universiaenem.com.br Masculo estriado cardiaco: é um misculo visceral involuntario que forma a maior parte das paredes do coragao e partes adjacentes dos grandes vasos como a aorta, e bombeia o sangue. Masculo liso (musculo nao estriado): é 0 musculo visceral involuntario que forma parte das paredes da maioria dos vasos sanguineos e érgaos ocos (visceras), deslocando substancias através deles por meio de contragées sequenciais coordenadas (pulsagées ou contragées peristalticas). Masculo cardiaco Masculo estriado ‘Masculo liso Fonte: anatomiapapelecaneta.com 33 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 6.2 Musculo esquelético A célula muscular est4 normalmente sob o controle do sistema nervoso, Cada misculo possui o seu nervo motor qual divide-se em muitos ramos para poder controlar todas as células do musculo. As divisées mais delicadas, microscépicas, destes ramos terminam em cada cé- lula muscular num mecanismo especializado conhecido como placa motora. Quando o impulso nervoso passa através do nervo a placa motora transmite o impulso a célula muscular determinando a sua contragao. Se o impulso para a contragao resulta de um ato de vontade diz-se que o musculo é voluntario; se o impulso parte de uma porgaio do sistema nervoso sobre o qual o individuo nao tem controle consciente, diz-se que o mus- culo ¢ involuntario. Os misculos voluntarios distinguem-se histologicamente dos involuntarios por apresentar estriagSes transversais. Por esta raz4o sao estriados, enquanto os involunta- rios so lisos. © musculo cardiaco, por sua vez, assemelha-se ao miisculo estriado, his- tologicamente, mas atua como miisculo involuntario, além de se diferenciar dos dois por uma série de caracteristicas que Ihe sao préprias. ‘Também ¢ possivel distinguir os muisculos estriados dos lisos pela topografia: os pri- meiros so esqueléticos, isto é, esto fixados pelo menos por uma das extremidades, ao esqueleto; os ultimos sao viscerais, isto ¢, s40 encontrados na parede das visceras de diversos sistemas do organismo. Entretanto, musculos estriados so também encontra- dos em algumas visceras e musculos lisos podem estar, excepcionalmente, submetidos ao controle da vontade Um misculo esquelético tipico possui uma porgao média e extremidades. A por- 40 média é carnosa, vermelha no vivente e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominam as fibras musculares, sendo, portanto, a parte ativa do misculo, isto é, a parte contratil. Quando as extremidades sao cilindroides ou entdo tém forma de fita, cha- mam-se tendes; quando sao laminares recebem a denominagao de aponeuroses. 34 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA muscular aponewrosep vista anterior do beago vista posterior do dorso Fonte: plantandociencia.com Tanto tendées quanto aponeuroses sao esbranquigados e brilhantes, muito resis- tentes e praticamente inextensiveis, constituidos por tecido conjuntivo denso rico em fi- bras colagenas. De um modo geral, os musculos se prendem a duas areas do corpo, em geral no esqueleto, por seus tendées e aponeuroses enquanto o ventre muscular nao se prende para que possa contrair-se livremente. Na contragao muscular, uma delas per- manece fixa e a outra se move. A fixa é a origem e a mével € a insergao. Portanto, os conceitos de origem e insergao sao dindmicos, dependendo de que pega se move e de qual permanece fixa. Estes conceitos, que sdo genéricos, admitem algumas excegées tais como: os tenddes ou aponeuroses nem sempre se prendem ao esqueleto podendo fazé-lo em outros elementos (cartilage, cdpsulas articulares, septos intermusculares, derme, ten- dao de outro misculo entre outros). Em um grande ntimero de miisculos as fibras dos tendées tém dimensées téo reduzidas que se tem a impressao de que o ventre muscular se prende diretamente no osso. Em uns poucos musculos aparecem tendées interpostos aventres de um mesmo musculo e esses tenddes ndo servem para fixagao no esqueleto. Fascia Muscular 35 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Fonte: webefit.com A fascia muscular 6 uma lamina de tecido conjuntivo que envolve cada musculo. ‘A espessura da fascia muscular varia de musculo para mUsculo dependendo de sua fungao. As vezes a fascia muscular é muito espessada e pode contribuir para prender o musculo ao esqueleto. Para que os misculos possam exercer eficientemente um trabalho de tragao ao se contrair é necessario que eles estejam dentro de uma bainha eldstica de contengao, papel executado pela fascia muscular. Outra fungéo desempenhada pelas fascias per- mitir 0 facil deslizamento dos misculos entre si. Em algumas regides do corpo as fascias musculares vo além de serem somente envoltorios musculares. Assim, nos membros, além de cada miisculo ser envolvido por sua fascia todo o conjunto muscular também é envolto por uma fascia mais espessa da qual partem prolongamentos que vao se fixar nos ossos separando grupos musculares. Estes prolongamentos sao chamados de septos intermusculares. Mac Compartmerto =a posterior da coxa ‘Septos mtermusculaes Postonoe Comte transversal através da regio méca de Fonte: anatoinsitu.com 36 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Os musculos podem ser descritos ou classificados de acordo com seu formato, que também pode dar nome ao misculo: * Musculos planos: tém fibras paralelas, frequentemente com uma aponeurose — Por exemplo, M. obliquo externo do abdome (muisculo plano largo). O M. sartério é um misculo plano estreito com fibras paralelas. Fase Lata sanono Fonte: Teliga.net, * Musculos peniformes: sao semelhantes a penas na organizacao de seus fasciculos e podem ser semipeniformes, peniformes ou multipeniformes — por exemplo, M. ex- tensor longo dos dedos (semipeniforme), M. reto femoral (peniforme) e M. deltoide (multipeniforme). Extensor longo dos dedos Reto Femoral Fonte: br.depositphotos.com 37 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Fonte: auladeanatomia.com * Musculos fusiformes: tém formato de fuso com um ou mais ventres redondos e espessos de extremidades afiladas — por exemplo, M. biceps braquial. Fonte: krlavado.com + Musculos triangulares (convergentes): originam-se em uma érea larga e conver- gem para formar um tinico tendo — por exemplo, M. peitoral maior. Fonte: auladeanatomia.com 38 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA * Masculos quadrados: tm quatro lados iguais — por exemplo, M. reto do abdome entre suas intersegdes tendineas. Fonte: personalfatburn.com.br * Musculos circulares ou esfincterianos: circundam uma abertura ou orificio do corpo fechando-os quando se contraem — por exemplo, M. orbicular dos olhos (fe- cha as palpebras) Regie Orta Regi Paget Masculo Orbicular dos Olhos v Fonte: cosmeticaprofissional.net Os musculos que tém miltiplas cabegas ou miltiplos ventres, tém mais de uma cabega de insergao ou mais de um ventre contratil, respectivamente. Os misculos biceps tém duas cabegas de insergao (p. ex., M. biceps braquial), os musculos triceps tém trés cabegas de insergao (p. ex., M. triceps braquial) e os Mm. digastrico e gastrocnémio tem dois ventres (no primeiro, a organizagao 6 em série; no segundo, em paralelo). 39 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA scapula UUmero Ticeps Braquil(Cabeca Longa ‘Wceps Braqual Cabesa Lateral) ‘Tceps Braquial Cabeca Media) Fonte: fdmoficial.com.br 6.3 Fungées dos Musculos Os miisculos tém fungées especificas de movimento e posicionamento do corpo. Masculo agonista: © principal misculo responsavel pela produgdo de um mo- vimento especifico do corpo. Ele se contrai concentricamente para produzir 0 movimento desejado, fazendo a maior parte do trabalho (gastando a maior parte da energia) neces- sério, Na maioria dos movimentos ha apenas um misculo agonista, mas alguns movi- mentos empregam dois agonistas em igual medida. BICEPS BRAGINAL agonists) TRICEPS HRAQUIAL {antagonista) com.br Musculo antagonista: é um miisculo que se opde ago de outro. Um antago- nista primario se opée diretamente ao agonista, mas os sinergistas também podem ser opostos por antagonistas secundarios, Quando ha contragao concéntrica dos agonistas 40 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ativos para produzir um movimento, ha contragao excéntrica dos antagonistas, que rela- xam progressivamente, de forma coordenada, para produzir um movimento suave Musculo fixador: estabiliza as partes proximais de um membro mediante contra- 40 isométrica enquanto hé movimento nas partes distais. Masculo sinergista: complementa a ago de um agonista. Pode ser um auxiliar direto de um musculo agonista atuando como componente mais fraco ou mecanicamente menos favordvel do mesmo movimento, ou pode ser um auuxiliar indireto servindo como fixador de uma articulagdo interposta quando um agonista passa sobre mais de uma articulago, por exemplo. Nao é incomum que haja varios sinergistas auxiliando um ago- nista em determinado movimento. 6.4 Contragao dos musculos Os miisculos esqueléticos atuam por meio da contragao; eles puxam e nunca em- purram. No entanto, alguns fenémenos — como o “estalido nas orelhas” para igualar a presséo e a bomba musculovenosa —tiram vantagem da expansdo dos ventres muscu- lares durante a contragao. Quando um musculo contrai encurta uma de suas insergdes geralmente perma- nece fixa, enquanto a outra insergéo (mais mével) é puxada em diregdo a ele, muitas vezes, resultando em movimento. As fixagdes dos miisculos sao descritas como origem e insergao. A origem geral- mente € a extremidade proximal do misculo que permanece fixa durante a contragao muscular e a insergao geralmente é a extremidade distal do miisculo que é mével. No entanto, isso nem sempre ocorre. Alguns musculos conseguem agir nas duas diregdes em circunstancias diferentes. Por exemplo, no exercicio de flexo de bragos no solo- a extremidade distal do membro superior (a mao) esta fixa (no solo) e a extremidade pro- ximal do membro e o tronco (do corpo) esto se movimentando Contragao Reflexa: Embora os miisculos esqueléticos também sejam denomi- nados misculos voluntarios, alguns aspectos da sua atividade sdo automaticos (refle- x08) €, portanto, no sao controlados pela vontade, Os exemplos séo os movimentos respiratérios do diafragma controlados, na maioria das vezes, por reflexos estimulados pelos niveis sanguineos de oxigénio e diéxido de carbono (embora possa haver controle 41 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA voluntario dentro de limites), e 0 reflexo miotatico, que resulta em movimento, apés alon- gamento muscular produzido pela percussdo de um tendao com um martelo de reflexo. a a ? inaledo —_ Costelas ‘runculos intercostals ot janes Datages cone (eset para pane) Fonte: sobiologia.com.br Contragao ténica: Mesmo quando estao “relaxados” os musculos de um indivi- duo consciente esto quase sempre levemente contraidos. Essa leve contragao, deno- minada ténus muscular, nao produz movimento nem resisténcia ativa (como o faz a con- tragao fasica), mas confere ao musculo certa firmeza, ajudando na estabilidade das arti- culagdes e na manutengdo da postura, enquanto mantém o musculo pronto para respon- der a estimulos apropriados. Geralmente o ténus muscular sé est ausente quando a pessoa esta inconsciente (como durante o sono profundo ou sob anestesia geral) ou apds uma leso nervosa que acarrete paralisia. Contragao fasica: Existem dois tipos principais de contragées musculares fasicas (ativas) Contragées isoténicas: nas quais 0 misculo muda de comprimento em relagao a produgao de movimento. om Nonmeste CContragse isoténica Contracao icométrica Fonte: museuescola.br 42 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA * Contragées isométricas: nas quais 0 comprimento do missculo perma- nece igual — no hd movimento, mas a forga (tensdo muscular) aumenta acima dos niveis ténicos para resistir 4 gravidade ou a outra forga antago- nica. O segundo tipo de contragao ¢ importante para manter a postura vertical e quando os misculos atuam como fixadores ou sustentadores. Existem dois tipos de contragdes isoténicas. * Contragao concéntr : Na qual 0 movimento decorre do encurtamento muscular—por exemplo, ao levantar uma xicara, empurrar uma porta. Nor- malmente ¢ a capacidade de aplicar forga excepcional por meio da contra- 40 concéntrica que distingue um atleta de um amador. * Contragao excéntrica: na qual um musculo se alonga ao contrair — isto 6, sofre relaxamento controlado e gradual enquanto exerce forga (reduzida) continua como ao desenrolar uma corda. Embora nao sejam tao conheci: das as contragées excéntricas sao téo importantes quanto as contragdes concéntricas para os movimentos coordenados e funcionais como cami- nhar, correr e depositar objetos no chao ou sentar-se. Fonte: aneste.org 6.5 Musculo estriado cardiaco O masculo estriado cardiaco forma a parede muscular do coragao, 0 miocdrdio. Também ha um pouco de misculo cardiaco nas paredes da aorta, veias pulmonares e veia cava superior. As contragdes do miisculo estriado cardiaco nao sao controladas voluntariamente. 43 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Fonte: sobiologia.com.br A frequéncia cardiaca ¢ controlada intrinsecamente por um marca-passo, um sis- tema condutor de impulso formado por fibras musculares cardiacas especializadas que, por sua vez, sao influenciadas pela divisdo auténoma do sistema nervoso (DASN) © misculo estriado cardiaco tem aparéncia estriada nitida ao exame microscé- pico. Os dois tipos de musculo estriado — esquelético e cardiaco — sao ainda caracte- rizados pelo carater imediato, rapidez e forga de suas contragées. Embora a caracteristica se aplique tanto ao misculo estriado esquelético quanto ao cardiaco, no uso comum o termo estriado ¢ usado para designar o musculo estriado esquelético voluntario. O missculo estriado cardiaco € diferente do miisculo estriado esquelético em sua localizagao, aparéncia, tipo de atividade e meios de estimulagao. Para manter o nivel continuo de elevada atividade, a irrigagéo sanguinea do misculo estriado cardiaco é duas vezes maior que a do misculo estriado esquelético. 6.6 Mdsculo liso O masculo liso, assim denominado pela auséncia de estriagdes das fibras mus- culares ao exame microscépico, forma uma grande parte da camada intermediaria (tu- nica média) das paredes dos vasos sanguineos (acima do nivel de capilares). Conse- quentemente, ocorre em todo 0 tecido vascularizado. Também constitui a parte muscular das paredes do sistema digestério e dos ductos. 44 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA © masculo liso é encontrado na pele, formando o musculo eretor do pelo associ- ado aos foliculos pilosos, ¢ no bulbo do olho, onde controla a espessura da lente e 0 tamanho da pupila. Como 0 misculo estriado cardiaco, 0 missculo liso é um miisculo involuntario, entretanto, é diretamente inervado pela DASN. Sua contrago também pode ser iniciada por estimulagao hormonal ou por esti mulos locais como 0 estiramento. O misculo liso responde mais devagar do que o mus- culo estriado e com uma contragdo tardia e mais suave. Pode sofrer contragao parcial durante longos periodos e tem capacidade muito maior do que o musculo estriado de alongar sem sofrer lesdo paralisante. Esses dois fatores sdo importantes no controle do tamanho dos esfincteres e do calibre do limen (espago interior) das estruturas tubulares (p. ex., vasos sanguineos ou intestinos). Nas paredes do sistema digestério, das tubas uterinas e dos ureteres as células, musculares lisas sdo responsaveis pela peristalse, conjunto de contragées ritmicas que impulsionam o contetido ao longo dessas estruturas tubulares. 7 SISTEMA CIRCULATORIO ZN Fonte: estudopratico.com.br O Sistema Circulatério 6 composto por dois outros Sistemas: Vascular Sanguineo e Vascular Linfatico, O Sistema Vascular Sanguineo (SVS) é um sistema fechado com vasos que possuem o sangue (plasma e células sanguineas) e um érgao central que 45 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA bombeia esse sangue para todo o resto do corpo chamado Coragdo. Os vasos que trans- portam sangue rico em oxigénio que seré distribuido pelo corpo séo denominados arté- rias, 4 os vasos que fazem recolhimento do sangue rico em CO? apés 0 metabolismo celular séo denominados de veias (com algumas excegées, como a artéria pulmonar que transporta CO? e a veia pulmonar que transporta oxigénio) (JUNQUEIRA, 2018). A fungao do SVS ¢ basicamente fazer ao sangue circular levando oxigénio e nu- trientes para as diversas areas do corpo e recolher o gas carbénico que resulta dos me- tabélitos celulares, Consequentemente o SVS contribui para a homeostase e um bom funcionamento dos mecanismos fisiolégicos. 7.4 Vasos sanguineos Sao clasificados em veias ou artérias e capilares. As veias e artérias sao com- postas por tiinicas (intima, média e adventicia) e dependendo de sua localizacao sera 0 seu calibre, que influenciara na quantidade de camadas que cada tunica apresentara e consequentemente sua fungaéo (JUNQUEIRA, 2018). A maioria dos vasos sanguineos do sistema circulatorio tem trés camadas ou ti- nicas: * Tunica intima: formada por endotélio mais camada subendotelial (T.C frouxo). Nas artérias aparece a Limitante elastica interna (LEI) - localizada entre a média ea intima; «Tunica média: formada de tecido muscular liso disposto em fibras muscu- lares circulares, fibras eldsticas, proteoglicanas e também podendo conter a Limitante elastica externa (LEE) - entre a média e adventicia ‘+ Tunica externa: é composta por Tecido conjuntivo denso nao modelado € tecido conjuntivo frouxo mais fibras colagenas e elasticas (sintetizadas pelos fibroblastos) mais vasa vasorum (em caso de artérias de grande ca- libre) (JUNQUEIRA, 2018). 46 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA arta nea fina ‘i Tica Adventicia inca Meda Fonte: auladeanatomia.com Artéria de grande calibre | elasticas | condutoras: possuem téinica intima ricas em fibras elAsticas, a tunica média ¢ a mais desenvolvida e apresenta de 40 a 70 cama- das de laminas elasticas, possui LEE e tunica adventicia com vasa vasorum; Artéria de médio calibre | musculares | distribuidoras: possuem tunica intima (0 endotélio ¢ dificilmente observado), tunica média com cerca de 40 camadas muscula- res, possui LEE e tUnica adventicia; Veias de grande calibre: intimo endotélio, subendotélio (dificilmente observado), tunica média bastante delgada, musculo liso, pouco desenvolvida, tunica adventicia — espessa e desenvolvida, formado de TCD nao modelado mais muisculo, sendo o unico vaso que tem miisculo da adventicia; Veia de médio calibre: possui tunica intima possui valvulas (dobras da intima), tUnica média formada por misculo liso fibras colagenas e eldsticas e tunica adventicia formada por TC Denso nao modelado variando para TC Frouxo; Veia de pequeno calibre (vénulas): possui tunica intima formada apenas de en- dotélio, ténica média é geralmente ausente, tunica adventicia é em delgada e possui TC. Observagao: Todas as veias possuem LEE ausente (JUNQUEIRA, 2018) 47 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Vasos capilares Arteria ‘yenula Adéris Capone calias nae ee tacida Fonte: anatomiaemfoco.com.br Capilares sanguineos: Sao vasos compostos de uma Unica camada de células endoteliais, Essas células endoteliais prendem-se umas nas outras e possuem de z6nu- las de oclusdo, importante mecanismo no SVS ja que permite a permeabilidade variével a macromoléculas. Os capilares podem ser de diferentes tipos: fenestrados (presenga de orificios nas paredes das células endoteliais) (JUNQUEIRA, 2018). Artéria Fonte: bioblogcuriosidades.com Esse tipo de capilar é encontrado em tecidos onde acontece o intercdmbio de substancias entre 0 tecido e o sangue, como nos tins e intestino. Capilares continuos (auséncia de fenestras em sua parede endotelial) esse tipo de capilar é encontrado em todos 0s tipos de tecido muscular, conjuntivo, glandulas exécrinas e tecido nervoso. Ca- pilares sinus¢ides (tem trajeto tortuoso e calibre aumentado além de amplos espagos entre as células endoteliais, |mina basal continua, apresenta macréfagos em torn da parede) esta localizado no figado e em érgaos hematopoiéticos (JUNQUEIRA, 2018). 48 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 7.2 Coragéo coragao localizado no mediastino tordcico (porgdo mediana do térax), compre- endida entre as cavidades pulmonares é um érgao muscular oco que funciona como uma bomba contratil-propulsora. O tecido muscular que forma o coragao é de tipo especial, tecido muscular estri- ado cardiaco, e constitui sua camada média o miocardio. Este é revestido internamente Por endotélio, o qual é continuo com a camada intima dos vasos que chegam ou saem do coragao. Esta camada interna é o endocardio. Externamente ao miocardio hé uma serosa revestindo-o denominada epicardio. A cavidade do coragao é subdividida em quatro camaras: © Duas a direita, o atrio e 0 ventriculo direitos * Duas a esquerda, o atrio e o ventriculo esquerdos. Veia cava, superior Porta Anéia pulmonar Veia pulmonar Veia cava inferor —Venticulo_Musculo aireto” —cardiace Fonte: infoescola.com O Atrio direito se comunica com o ventriculo direito através do éstio atrioventricular direito, no qual existe um dispositive direcionador do fluxo, a valva trictispide. O mesmo ocorre a esquerda, através do éstio atrioventricular esquerdo, cujo dispositive direciona- dor de fluxo é a valva mitral. As cavidades direitas sao separadas das esquerdas pelos septos interatrial e interventricular. Ao atrio direito através das veias cavas inferior e superior chega 0 sangue venoso do corpo (com baixa pressdo de Qze alta pressdo de C02). Ele passa ao ventriculo reito através do éstio atrioventricular direito e deste vai ao tronco pulmonar e dai, através 49 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA das artérias pulmonares direita e esquerda, dirige-se aos pulmées onde ocorrerd a troca gasosa com CO> sendo liberado dos capilares pulmonares para o meio ambiente e com 2 sendo absorvido do meio ambiente para os capilares pulmonares. Estes capilares confluem e progressivamente se formam as veias pulmonares que levam sangue rico em Q2 para o trio esquerdo. Deste, o sangue passa ao ventriculo esquerdo através do éstio atrioventricular esquerdo e vai para a artéria aorta que inicia sua distribuigao pelo corpo. Grande circulagao ou circulagao sistémica: Ventriculo esquerdo + aorta > artérias de calibres progressivamente menores + capilares * veias de calibres progressivamente maiores *veias cavas superior e infe- rior * trio direito, Pequena circulagao ou circulagao pulmonar: Ventriculo direito + tronco pulmonar * artérias pulmonares direita e esquerda, com redugao progressiva de calibre * capilares pulmonares *veias pulmonares com aumento progressivo de calibre > Atrio esquerdo. Venice ois esquerde ~ Aor Fonte: jmarcosrs.com Tem como fungao bombear sangue e produzir horménio natriurético. E um érgao muscular composto por 3 tunicas Endocardio: endotélio apoiado em uma camada subendotelial de tecido conjun- tivo frouxo, abaixo do qual aparecem as fibras de Purkinje Epicardic : O epicdrdio (pericardio visceral) consiste em uma serosa: tecido con- juntivo frouxo coberto por epitélio simples pavimentoso, o mesotélio. O tecido conjuntivo 50 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA frouxo contém fibras eldsticas, vasos sanguineos e linfaticos e fibras nervosas e adipé- citos. cardio: musculo estriado cardiac, podendo ser diferenciado principalmente pelos discos intercalares. Fonte: licardio.com Pericardio: Envolvendo coragao, separando-o dos outros érgaos do térax e li- mitando sua distensao, existe um saco fibrosseroso, 0 pericdrdio. Ele & constituido por uma camada externa fibrosa, 0 pericardio fibroso e por uma camada interna serosa, 0 pericardio seroso. Este possui uma l4mina parietal aderente ao pericardio fibroso e uma lamina serosa aderente ao miocardio, ou seja, a mina serosa é 0 epicardio. 7.3 Pressio arte Pressdo arterial é a forga exercida pelo sangue contra a parede das artérias, por sua forga elastica, sobre o sangue (LOPEZ,2004). + Hipotensao arterial ortostatica Ahipotensao ortostatica é definida como uma redugao na PAS 2 20 mmHg ou na PAD 2 10 mmHg dentro do 3° minuto em pé e esta associada a um risco aumentado de mortalidade e eventos cardiovasculares (D.B.H.A, 2020) + Hipertensao arterial Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), hipertensao arterial (HA) é uma condigdo clinica patolégica de multiplos fatores que se caracteriza pela elevagdo e manutengao da pressao arterial (PA) a niveis iguais ou superiores a 140 (sistélica) e/ou 90(diastélica) mmHg (KUBOTANI, 2019) 51 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA O sistema vascular é composto por estruturas denominadas: artérias; arteriolas; veias e vénulas, todas formadas em sua esséncia por musculatura lisa, cuja contragao e relaxamento sao determinados por alguns mediadores locais, e horménios circulantes oriundos de nervosos simpaticos e endotélio vascular, como por exemplo, os Prostanéi- des (precursor de Prostaglandinas) e 0 éxido nitrico (NO), que, em conjunto atuam prin- cipalmente por intermédio da regulagao do ion Ca2+-. Assim, 0 processo de contrago e relaxamento dessa musculatura, determina a resisténcia vascular, consequentemente, a pressao arterial (KUBOTANI, 2019). APA é 0 resultado da multiplicagao entre o débito cardiaco e a resisténcia vascu- lar periférica. Nesse sentido, 0 débito cardiaco constitui 0 resultado da multiplicagao entre os valores da frequéncia cardiaca pelo volume sistélico. O sistema de veias e artérias funciona basicamente como camaras elasticas que amortece a descarga expelida pelo miisculo cardiaco. Durante a sistole ventricular a pressao aumenta até o dpice pressérico, determinando dessa forma, a pressdo sistdlica Por outro lado, ao passo que, o sangue vai sendo encaminhado aos capilares, a pressao declina de forma progressiva até atingir 0 valor minimo, determinando, dessa forma, a pressao diastélica (KUBOTANI, 2019). Nesse contexto, as descargas da bomba cardiaca e a elasticidade das artérias matem a irrigagdo aos érgaos e tecidos. Assim, o calibre e elasticidade dos vasos san- guineos arteriais determinam a pressdo arterial, e a redugdio de ambos os fatores acar- retaré o aumento da pressao arterial (DUARTE, 2014). Classificagao diagnéstica da hipertensao arterial (adultos com mais de 18 anos de idade). PAD (mmHg) ] PAS (mmHg) CLASSIFICAGAO <85 <130 Normal 85-89 130-139 Normal limitrofe 90-99 140-159 Hipertensdo leve (estagio 1) 700-109 160-179 Hipertensdo moderada (estagio 2) > 140 > 480 Hiperlensdo moderada (estagio 3) <90 > 140 Hipertensdo sistdlica isolada Fonte: departamentos.cardiolbr 52 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 8 SISTEMA LINFATICO O sistema linfatico 6 formado por vasos linfaticos e linfonodos situados ao longo do trajeto dos vasos. Estes atuam basicamente como um sistema auxiliar de drenagem, pois nem todas as moléculas do liquido tecidual passam para os capilares sanguineos, em especial as de grande tamanho que sao recolhidas em capilares especiais, os capi- lares linfaticos, de fundo cego, de onde a linfa segue para os vasos linfaticos e destes para os troncos linfaticos, os mais volumosos, que por sua vez langam a linfa em veias de médio ou grande calibre, Por serem capazes de absorver estruturas de maior calibre os capilares linfaticos podem captar também restos de células normais ou inflamatérias e bactérias. Para evitar que estas substancias estranhas ao organismo penetrem na circulagao sanguinea e se disseminem por todo o corpo existem ao longo dos vasos linfaticos es- truturas denominadas linfonodos que atuam como uma barreira ou filtro contra estes agentes agressores. s linfonodos so, portanto, elementos de defesa do organismo e para tanto pro- duzem glébulos brancos principalmente linfécitos. Os linfonodos variam muito em forma, tamanho e coloragao, ocorrendo geralmente em grupos, embora possam apresentar-se isolados. Como resposta a uma inflamagao o linfonodo pode intumescer-se e tornar-se doloroso, fenémeno conhecido tecnicamente como linfadenite ou popularmente como “ingua”. As tonsilas so érgaos linfoides situados na orofaringe compostos por linfonodos parcialmente encapsulados Assim o sistema linfatico constitui um tipo de sistema de “hiperfluxo” que permite a drenagem do excesso de liquido tecidual e das proteinas plasmaticas que extravasam para a corrente sanguinea e também a remocdo de residuos resultantes da decomposi- 40 celular e infecgao. Os componentes importantes do sistema linfatico sao: Plexos linféticos: redes de capilares linfaticos cegos que se originam nos espa- 0s extracelulares (intercelulares) da maioria dos tecidos. Como sao formados por um endotélio muito fino que nao tem membrana basal, proteinas plasmaticas, bactérias, re- siduos celulares, e até mesmo células inteiras (principalmente linfécitos), entram neles com facilidade junto com o excesso de liquido tecidual. 53 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Vasos linfaticos (linfaticos): uma rede presente em quase todo 0 corpo com vasos de paredes finas que tém muitas valvulas linféticas. Em individuos vivos ha sali- €ncias nos locais de cada uma das valvulas, que estéo bem préximas, o que deixa os vasos linfaticos com a aparéncia de um colar de contas. Os capilares e 08 vasos linfaticos esto presentes em quase todos os lugares onde ha capilares sanguineos, com excegao, por exemplo, dos dentes, ossos, medula dssea e todo o sistema nervoso central (0 ex- cesso de liquido tecidual drena para o liquido cerebrospinal) Linfa: 0 liquido tecidual que entra nos capilares linfaticos e 6 conduzido por vasos. linfaticos. Geralmente a linfa transparente, aquosa e ligeiramente amarela tem composi- ¢40 semelhante a do plasma sanguineo Linfonodos: pequenas massas de tecido linfatico encontradas ao longo do trajeto dos vasos linfaticos que filtram a linfa em seu trajeto até o sistema venoso. Linfécitos: células circulantes do sistema imune que reagem contra materiais es- tranhos. Orgaos linfoides: partes do corpo que produzem linfécitos como timo, medula éssea vermelha, bago, tonsilas e os nédulos linfaticos solitarios e agregados nas paredes do sistema digestério e no apéndice vermiforme. cing initiooe 5 intone popitoos Fonte: bylucianamarques.com Os vasos linfaticos superficiais, mais numerosos que as veias no tecido subcuta- neo e que se anastomosam livremente, acompanham a drenagem venosa e convergem 54 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA para ela. Esses vasos finalmente drenam nos vasos linfaticos profundos que acompa- nham as artérias e também recebem a drenagem de érgéos internos. Os vasos linfaticos superficiais e profundos atravessam os linfonodos (geralmente varios conjuntos) em seu trajeto no sentido proximal, tornando-se maiores & medida que se fundem com vasos que drenam regides adjacentes. Os grandes vasos linfaticos entram em grandes vasos coletores, denominados troncos linfaticos, que se unem para formar o ducto linfatico direito ou ducto toracico: © Ducto linfatico dire : drena a linfa do quadrante superior direito do corpo (lado direito da cabega, pescogo e térax, além do membro superior direito). Na raiz do pescogo entra na jungao das veias jugular interna direita e subclavia direita, 0 Angulo venoso direito. * Ducto tordcico: drena linfa do restante do corpo. Os troncos linfaticos que dre- nam a metade inferior do corpo unem-se no abdome algumas vezes formando um saco coletor dilatado, a cisterna do quilo. A partir desse saco (se presente), ou da unio dos troncos, 0 ducto tordcico ascende entrando no térax e atraves- sando-o para chegar ao angulo venoso esquerdo (jungao das veias jugular in- terna esquerda e subclavia esquerda) Embora esse seja o padrdo de drenagem tipico da maior parte da linfa, os vasos linfaticos comunicam-se livremente com as veias em muitas partes do corpo. Sendo as- sim, a ligadura de um tronco simpatico ou mesmo do préprio ducto tordcico pode ter apenas um efeito transitério enquanto se estabelece um novo padrao de drenagem por intermédio das anastomoses linfaticovenosas — e posteriormente interlinfaticas — peri- féricas. Outras fungées do sistema linfatico incluem: Absorgao e transporte da gordura dos alimentos: Capilares linfaticos especi- ais, denominados ldcteos, recebem todos os lipidios e vitaminas lipossoliveis absorvidos pelo intestino. Em seguida 0 uido leitoso, quilo, é conduzido pelos vasos linfaticos vis- cerais para o ducto tordcico e dai para o sistema venoso Formagao de um mecanismo de defesa do corpo: Quando ha drenagem de proteina estranha de uma area infectada, anticorpos especificos contra a proteina sdo produzidos por células imunologicamente competentes e/ou linfécitos e enviados para a rea infectada. 55 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 9 SISTEMA NERVOSO Fonte: cienciasresumos.com.br As fungées organicas bem como a integragao ao meio ambiente estdo na depen- déncia de um sistema especial denominado sistema nervoso, Isto significa que este sis- tema ndo sé controla e coordena as fungées de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os devidos estimulos, 6 capaz de interpretd-los e desencadear res- postas adequadas a eles. Desta forma, muitas fungdes do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por exemplo, é um ato voluntario) e muitas outras ocorrem sem que se tenha consciéncia delas (a secregao de saliva, por exemplo, ocorre independen- temente da vontade). O sistema nervoso é dividido em * Estruturalment : em sistema nervoso central* (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinal e sistema nervoso periférico* (SNP), 0 restante do sistema ner- voso que nao pertence ao SNC + Funcionalmente: em diviséo somatica do sistema nervoso (DSSN) e diviséo au- ténoma do sistema nervoso (DASN). 0 tecido nervoso tem dois tipos principais de células: Neurénios (células nervo- sas) e neurogiia (células gliais), que sustentam os neurénios. Neurénios: sao as unidades estruturais e funcionais do sistema nervoso especi- alizadas para comunicagao rapida. Um neurénio 6 formado por um corpo celular com prolongamentos denominados dendritos e um axénio, que conduzem os impulsos que 56 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA entram e saem do corpo celular, respectivamente. A mielina, camadas de lipidios e subs- tancias proteicas formam uma bainha de mielina ao redor de alguns axdnios, propiciando grande aumento da velocidade de condugao do impulso. Derdntor sicko Caller ~ Mala de sng ( Diregto Fmpatso te Snapse Fonte: todamateria.com.br A maioria dos neurénios do sistema nervoso (e do sistema nervoso periférico, em especial) pertence a dois tipos: Neurénios motores multipolares: tém dois ou mais dendritos e um axénio, que pode ter um ou mais ramos colaterais. So 0 tipo mais comum de neurénio no sistema nervoso (SNC e SNP). Todos os neurénios motores que controlam o miisculo esquelé- tico e aqueles que formam a DASN sao neurénios multipolares Neurénios sensitivos pseudounipolares: tm um prolongamento curto, aparen- temente Unico (mas, na verdade, duplo) que se estende a partir do corpo celular. Esse processo comum divide-se em um prolongamento periférico, que conduz impulsos do 6rgao receptor (tato, dor ou sensores térmicos na pele, por exemplo) em diregao ao corpo celular e um prolongamento central que vai do corpo celular até o SNC. Os corpos celu- lares dos neurénios pseudounipolares esto situados fora do SNC nos ganglios sensiti- vos e, portanto, fazem parte do SNP. A comunicago entre os neurénios é feita nos pontos de contato entre eles as sinapses. A comunicagao ocorre por meio de neurotransmissores, substancias quimicas liberadas ou secretadas por um neurénio, que podem excitar ou inibir outro neurénio, continuando ou interrompendo a transmissao de impulsos ou a resposta a eles 57 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Neuroglia (células gliais ou glia): aproximadamente cinco vezes mais abun- dante que os neurénios, é formada por células nao neuronais, ndo excitaveis, que for- mam um importante componente do tecido nervoso, sustentando, isolando e nutrindo os neurdnios, No SNC, a neurogiia inclui oligodendroglia, astrécitos, células ependimdrias e micréglia (pequenas células gliais). No SNP a neuroglia inclui células-satélite ao redor dos neurénios nos ganglios espinais (raiz posterior) e auténomos e as células do neuro- lema Células da Glia Oignenticios Mierégla Clune de Schwann Fonte: biologianet.com 9.1 Sistema nervoso central O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, pro- tegidos, respectivamente, pelo crdnio e pela coluna vertebral. Esta protegao é reforgada pela presenga de laminas de tecido conjuntivo, as meninges. Elas sao de fora para den- tro: dura-mater, aracnoide e pia-mater. Dura-mater: é a mais espessa delas, sendo que no cranio esta associada ao pe- riésteo da face interna dos ossos, enquanto entre ela e a coluna vertebral existe um espago, o espago extradural (ou epidural) Pia-mater: é a mais fina e esta intimamente aplicada ao encéfalo e a medula espinhal. Entre a dura e a pia-mater esta a aracnoide, da qual partem fibras delicadas que vao a pia-mater, formando uma rede semelhante a uma teia de aranha Aracnoide: é separada da dura-mater por um espago capilar, 0 espago subdural e da pia-mater pelo espago subaracndideo, onde circula o liquido cérebro-espinhal ou liquor, 0 qual funciona como absorvente de choques. 58 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Dueemater Aracnéide Pamdtes carebre Fonte: anatomiaemfoco.com.br O encéfalo é dividido em cérebro, cerebelo, mesencéfalo, ponte e bulbo, sendo estes trés titimos conhecidos em conjunto como tronco encefalico. A maior parte do en- céfalo corresponde ao cérebro, constituido por duas massas, os hemisférios cerebrais unidos por uma ponte de fibras nervosas, 0 corpo caloso e separados por uma lamina de dura-mater, a foice do cérebro Na superficie dos hemisférios existem depressées, os sulcos que delimitam giros. Os hemisférios podem ser divididos em lobos correspondendo cada um aos ossos do cranio com que guardam relagées existindo, portanto, os lobos frontal, occipital, temporal e parietal Vista Lateral vista Superior Hi ve oct quedo | "Shane Fonte: todamateria.com.br O cérebro responde pelas fun¢gGes nervosas mais elevadas, contendo centros para interpretagao de estimulos bem como centros que iniciam movimentos musculares. 59 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Ele armazena informagées e é responsavel também por processos psiquicos altamente elaborados, determinando a inteligéncia e a personalidade. © cerebelo atua, basicamente, como coordenador dos movimentos da muscula- tura esquelética e na manutengao do equilibrio. © tronco enceféliico, além de ser a origem de dez dos doze nervos cranianos, é sede de varias fungées ligadas ao controle das alividades involuntarias e das emogdes. A medula espinhal é formada por trinta e um segmentos, cada um dos quais da origem a um par de nervos espinhais. Ela alua como um caminho pelo qual passam impulsos que vao ou vem do encéfalo para varias partes do corpo. A observagao atenta de um corte de qualquer area do SNC permite reconhecer reas claras e escuras que representam, respectivamente, o que se chama de substan- cia branca e substéncia cinzenta. A primeira estd constituida, predominantemente, por fibras nervosas mielinicas e a segunda por corpos de neurénios. SUBSTANCIA SUESTANCIA ‘CINZENTA peiy NUCLEOS SUBSTANOA BRANCA Fonte: icb-usp.br No cérebro e no cerebelo a estrutura geral 6 a mesma: uma massa de substancia branca revestida externamente por uma fina camada de substancia cinzenta e tendo no centro massas de substancia cinzenta constituindo os nticleos (actimulos de corpos neu- ronais dentro do SNC). Na medula, a substancia cinzenta forma um eixo central continuo envolvido por substancia branca, enquanto no tronco encefalico a substancia cinzenta central nao é continua, apresentando-se fragmentada, formando nucleos. 60 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 9.2 Sistema nervoso periférico O sistema nervoso periférico ¢ composto por terminagdes nervosas, ganglios e nervos. Estes sdo cordées esbranquicados formados por fibras nervosas unidas por te- cido conjuntivo e que tém por fungdo levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. As fibras que levam impulsos ao SNC séo chamadas de aferentes ou sensitivas, enquanto que as que trazem impulsos do SNC sao as eferentes ou motoras. Os nervos so divididos em dois grupos: nervos cranianos e nervos espinhais. Nervos espinhais O nervo espinhal é formado pela fusdo de duas raizes: uma ventral e outra dorsal. R esto situados na coluna anterior da substancia cinzenta da medula. ventral: possui apenas fibras motoras (eferentes), cujos corpos celulares Raiz dorsal: possui fibras sensitivas (aferentes) cujos corpos celulares esta no ganglio sensitivo da raiz dorsal que se apresenta como uma porgao dilatada da propria raiz. Como o nervo espinhal é formado pela fusdo destas raizes, ele ¢ sempre misto, ou seja, tem fibras aferentes e eferentes. Logo apés sua formagao pela fusdo das raizes ventral e dorsal o nervo espinhal se divide em dois ramos: * Ramo dorsal: Possui menor calibre que inerva a pele e os musculos do dorso * Ramo ventral: Possui maior calibre e que inerva os membros e a porgéo anterolateral do tronco. Fonte: estrategiaconcursos.com.br 61 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Os ramos ventrais que inervam os membros se anastomosam amplamente for- mando os plexos, dos quais emergem nervos terminais, de tal forma que cada ramo ventral contribui para formar varios nervos e cada nervo contem fibras provenientes de diversos ramos ventrais, Ja no tronco nao ha a formagao dos plexos; cada ramo ventral segue seu curso isolado. Nervos cranianos Os nervos cranianos sao doze pares de nervos que fazem conexdo com o encé- falo. Os dois primeiros tem conexao com o cérebro e os demais com o tronco encefalico. Os nervos cranianos so mais complexos que os espinhais, havendo acentuada varia- 40 quanto aos seus componentes funcionais. Alguns possuem um ganglio, outros tem mais de um e outros, ainda, nao tem nenhum. Também nao sao obrigatoriamente mistos como os nervos espinhais. Os ner- vos cranianos recebem denominagées préprias, bem como também séo numerados em sequéncia craniocaudal juntamente com suas respectivas fungées. ASX PAA / TRY Fonte: todamateria.com.br De acordo com o Componente Funcional, os nervos cranianos podem ser classi- ficados em Motores, Sensitivos ¢ Mistos. Motores (puros): sao os que movimentam o olho, a lingua e acessoriamente os misoulos lateroposteriores do pescogo. Sao eles: Ill — Nervo Oculomotor 62 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 1V—Nervo Troclear VI- Nervo Abducente XI = Nervo Acessério XII — Nervo Hipoglosso Sensitivos (puros): destinam-se aos érgaos dos sentidos e por isso so chama- dos sensoriais e nao apenas sensitivos, que nao se referem a sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais sao: |—Nervo Olfatério Il-Nervo Optico VIll - Nervo Vestibulococlear Mistos (motores e sensitivos): so em numero de quatro: V —Triggmeo Vil — Nervo Facial IX—Nervo Glossofaringeo X=Nervo Vago Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas constituindo a parte cranica perifé- rica do sistema auténomo. So os seguintes: Ill -Nervo Oculomotor Vil — Nervo Facial IX—Nervo Glossofaringeo X—Nervo Vago XI—Nervo Acessério + Terminagées nervosas e ganglios As terminagGes nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. Nestas ultimas, o exemplo mais tipico é a placa motora. Nas primeiras, as terminagées nervosas so estruturas especializadas para receber estimulos fisicos ou quimicos na superficie ou no interior do corpo. Assim, os cones e bastonetes da retina sdo estimula- dos somente pelos raios luminosos; os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras; os gustatives por substancias quimicas capazes de determinar as sensagées de doce, azedo, amargo, etc.; na pele e nas mucosas existem receptores especializados para os agentes causadores de calor, frio, pressdo e tato, enquanto as sensagées dolorosas sao 63 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA captadas por terminagées nervosas livres, isto 6, no ha uma estrutura especializada para este tipo de estimulo. Enquanto actimulos de neurénios dentro do SNC séo chamados de niicleos, fora do SNC séo chamados de ganglios e se apresentam, em geral, como uma dilatagao. Do ponto de vista funcional pode-se dividir o sistema nervoso em SN somatico ¢ SN visceral. Este ¢ 0 conjunto de estruturas nervosas, centrais e periféricas, que se ocu- pam do controle do meio interno, enquanto o SN somatico, também formado por estru- turas centrais e periféricas, tem por fungao a interagao do organismo com 0 meio exteno. Assim, de uma forma geral, pode-se afirmar que o SN somatico cuida das atividades voluntarias enquanto o SN visceral o faz das involuntarias. 9.3 Sistema nervoso auténomo Tanto 0 SN somatico quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra eferente, Denomina-se sistema nervoso auténomo (SNA) a parte eferente do SN visce- ral O SNA, por sua vez, é dividido em duas partes: o sistema simpatico e o sistema parassimpatico. + Simpatico: estimula as atividades que ocorrem em situagdes de emergéncia ou tensao. + Parassimpatico: é mais ativo nas condigdes comuns da vida, estimulando ativi- dades que restauram e conservam a energia corporal. O simpatico tem origens nas regides tordcica e lombar da medula espinhal, en- quanto o parassimpatico as tem porgées no tronco encefalico e nos segmentos sacrais da medula espinhal. Ambos possuem fibras pré-ganglionares que fazem conexées com ganglios (acimulo de neurénios fora do SNC) e dos quais partem fibras pés-ganglionares que vao até os érgaos efetuadores; contudo as fibras pré-ganglionares simpaticas so curtas e as pés-ganglionares sao longas, enquanto no parassimpatico ocorre o contrario. 64 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 10 SISTEMA RESPIRATORIO Fonte: todamateria.com.br E 0 conjunto de drgdos responsaveis pela entrada, filtrag&o, aquecimento, umidificagao e safda de ar do nosso organismo. Faz as trocas gasosas do organismo com 0 meio ambiente oxigenando o sangue e possibilitando que ele possa suprir a demanda de oxigénio do individu para que seja realizada a respiragao celular. O processo de troca gasosa no pulmao — oxigénio por didxido de carbono — é conhecido como hematose pulmonar. Os érgaos do sistema respiratério, além de dois pulmées, sao: fossas nasais, boca, faringe (nasofaringe), laringe, traquéia, brénquios (e suas subdivisées), bronquiolos (e suas subdivisées), diafragma e os alvéolos pulmonares reunidos em sacos alveolares, Em condigées normais de respirago, o ar passa pelas fossas nasais onde é filtrado por pélos e muco e aquecido pelos capilares sanguineos do epitélio respiratério (tecido altamente vascularizado). Passa entao pela faringe, laringe, traquéia, brénquios, bronquiolos (lat. pequenos brénquios), depois alvéolos (onde ocorre a hematose). © mecanismo de respiragdo a participagéo dos musculos intercostais e do diafragma. Atividade regulada pelo centro respiratério situado no bulbo. Inspiragao: contragao dos intercostais e do diafragma, diminuigao da pressdo, aumento do volume. 65 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Expiragao: relaxamento dos respectivos musculos, aumenta a pressdo interna e © volume diminui. 10.1 Nariz 6sseo externo e seios nasais Fonte: TAMURA, 2010 A parte éssea do nariz é constituida pelos ossos nasais ¢ pelas maxilas termi- nando anteriormente pela abertura piriforme. Os tecidos moles do nariz séo formados por arcabougo de cartilagem (média e lateral) que se liga 4 abertura piriforme por tecido fibroso, O démus é a jungao das cartilagens medial e lateral. O formato da ponta nasal depende dessas estruturas, e o seu suporte depende da pele, dos ligamentos e da car- tilagem como um todo. O limite superior dos orificios nasais é formado pelos ossos na- sais e, lateral e inferiormente, pelas maxilas (TAMURA, 2010). As cavidades nasais sao divididas pelo septo nasal. A porgao anterior do septo é formada por cartilagem, e a parte posterior, pelos ossos etmoide e vomer. Nas paredes laterais da cavidade nasal encontram-se trés ou quatro placas curvas de ossos denomi- nados conchas (ou turbinados), e os espagos abaixo de cada uma sao definidos como meatos nasais. Na regio mediana a borda inferior da abertura piriforme apresenta uma espinha nasal anterior. Os ossos nasais se articulam superiormente com o osso frontal, ¢ lateralmente com os processes frontais das maxilas, sendo que suas bordas inferiores se prendem as cartilagens nasais (TAMURA, 2010). * Seios nasais 66 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Os seios paranasais sao cavidades no interior de alguns ossos classificados como pneumaticos. Nos humanos, esses ossos restringem-se ao cranio e so eles: o frontal, o esfenoide, o etmoide e a maxila (BATISTA, 2011). Esses seios, cujos nomes sao os mesmos dos ossos nos quais estao inseridos, so em ntimero de oito, quatro do lado direito e quatro do lado esquerdo, Sua comuni- cagao com a cavidade nasal ¢ feita através de pequenas aberturas em sua parede late- ral, nos meatos nasais (BATISTA, 2011). Existem varias fungées atribuidas aos seios paranasais. Entre elas, estao as fun- gées estruturais que reduzem o peso do cranio, protegem as estruturas intra-orbitais intracranianas na eventualidade de traumas, absorvendo parte do impacto, e também participam do crescimento facial. Quanto ao aspecto funcional, os seios formam caixas de ressonancia da voz, condicionamento do ar inspirado, aquecendo-o e umedecendo- 0. Além disso, contribuem para a secregao de muco, promovem 0 isolamento térmico do encéfalo, equilibram a pressdo na cavidade nasal durante as variagées barométricas (espirros e mudangas bruscas de altitude) e so coadjuvantes no sentido do offato. Exis- tem ainda indicios de que os seios paranasais podem ter papel fisiolégico e estrutural na produgdo e armazenamento de éxido nitrico, fazendo parte dos mecanismos de defesa das vias aéreas. O seio maxilar, o maior dos seios paranasais, é 0 espago pneumatic contido no interior da maxila, osso par constituinte do tergo médio da face (BATISTA, 2011) O assoalho do seio maxilar encontra-se geralmente 0,5 a 1cm abaixo das cavi- dades nasais. Sua forma variével pode ser triangular, semilunar ou rotangular, apresentando elevagées produzidas pelas raizes do primeiro e segundo mola: res, Esta deiimitagao inferior do seio maxilar pode comumente se estender do primeiro pré-molar até o tiber da maxila. Com certa frequéncia, pode-se obser- Var a prosenga de septos ou cristas dentro da cavidade sinusal. (BATISTA, 2011, apud FERRIN, 2010), 10.2 Faringe A faringe consiste em um tubo muscular pertencente a dois sistemas: sistema digestivo e respiratorio, cujo objetivo comum é permitir a passagem do ar inspirado e do alimento ingerido. O érgao pode ser encontrado posteriormente a cavidade nasal (naso- faringe), bucal (orofaringe) e a laringe (laringofaringe) (BEZERRA, 2020). 67 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Anasofaringe é a parte da faringe que se comunica com a cavidade nasal através, das coanas e apresenta como limite lateral o ouvido médio, que se comunica através das tubas auditivas, local onde sao encontradas as tonsilas tubarias (tecido linfoide) (BE- ZERRA, 2020). A orofaringe é a regido da faringe conectada a cavidade oral, que se encontra entre a nasofaringe (limite superior) e laringofaringe (limite inferior). Sua localizagao per- mite que a mesma seja capaz de transportar tanto o alimento ingerido, quanto o ar ins- pirado. A laringofaringe, regiéo encontrada entre a orofaringe (limite superior) e 0 esd- fago (limite inferior), esta intimamente associada a obstrugao da passagem para o esé- fago durante a inspiragao do ar, encaminhando-o para a laringe (BEZERRA, 2020). 10.3 Laringe A laringe é um segmento cartilaginoso que integra o sistema respiratério e que esté localizada no tergo médio da face anterior do pescogo. A laringe pode alcangar um comprimento de 3,5 a 4,5 cm, apresenta um diametro transversal de aproximadamente 4.cmeum didmetro anteroposterior de 2,5 a 3,5cm. A laringe funciona como um esfincter cujas principais fungdes séo a fonagao, a protegdo da via aérea durante a respiragdo e a deglutigao (SARAN, 2018). Durante a degluti¢ao, as cordas vocais aproximam-se e a respiragao ¢ inibida por breves instantes. O esqueleto cartilagineo rigido, que constitui a laringe, possibilita a manutengdo da via aérea. A fonagao surge como um processo secundario, durante qual as cordas vocais também se aproximam (JARDIM, 2019). + Entrada da laringe A laringe estende-se desde a entrada da laringe até a traqueia. A entrada da la- ringe, ou aditus, é delimitada anterossuperiormente pela epiglote, péstero-inferiormente pela mucosa que reveste as cartilagens interaritendides e regido interaritenoideia, e ex- temamente pelas pregas aritenoepigléticas. Posteriormente, ao nivel das pregas, obser- vam-se 08 tubérculos cuneiformes e corniculados. Ao nivel da regido interaritenoideia forma-se um sulco, a chanfradura interaritendide. Lateraimente, em continuidade com a faringe, forma-se o seio piriforme (JARDIM, 2019). © Lumen laringeo 68 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ‘As pregas vocais e as pregas ventriculares dividem o men da laringe em dife- rentes compartimentos: vestibulo, ventriculo e espago subglético. Do ponto de vista cli- nico, a laringe divide-se em trés andares distintos denominados supraglote, glote e sub- glote. A supraglote refere-se a regido laringea acima da glote, do qual fazem parte os ventriculos laringeos, pregas vestibulares, face laringea da epiglote, cartilagens aritenoi- des e a parte laringea das pregas aritenoepigléticas. Entre a glote e o bordo inferior da cartilagem cricéide encontramos a subglote. Por fim, a glote, refere-se ao espago entre 0 bordo livre das cordas voeais (JARDIM, 2019). 10.4 Traqueia Pequenasartérias esos infticos Gr he Bainhe do teiso Fibra lasticas canjutivo vel cartlaginoso K Glanduls ‘Vasos linfaticos Pequenas artérias Traqueia: seccao transversal. Fonte: atlas interativo de anatomia humana A traqueia é um tubo constituido de anéis cartilaginosos em forma de C (em torno de 16 a 20 anéis) que une a laringe aos brénquios. A sua parede posterior nao possui cartilagem, sendo constituida por misculo liso. Ela possui uma drea de bifurcagao, a carina da traqueia, de onde surgem os brénquios direito e esquerdo (CORREA, 2011). 10.5 Brénquios Os brénquios direito e esquerdo sao estruturas ramificadas. Assemelham- -se a uma “copa de drvore” com os seus galhos, inicialmente, mais grossos na parte central da arvore, tornando-se mais finos na periferia. De forma andloga, os brénquios so mais 69 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA calibrosos nas suas partes centrais, mais préximas a carina, (nesta localizagao chama- dos brénquios principais direito e esquerdo), e progressivamente vao se ramificando em estruturas cada vez menos calibrosas (CORREA, 2011). brénquio principal direito é mais curto, mais largo e mais vertical que 0 brénquio principal esquerdo, desta forma, em caso de broncoaspiragdo de um objeto estranho, a dade é ade que ele se aloje a direita. Da porgao mais central em diregao a periferia, os brénquios principais se dividem em bronquios lobares e estes em bron- maior probal quios segmentares. Os brénquios lobares suprem os lobos pulmonares e os brénquios segmentares, 0s segmentos broncopulmonares. Os brénquios segmentares se ramifi- cam ainda mais, antes de alcangarem os alvéolos pulmonares (CORREA, 2011). 10.6 Pulmées Os pulmées sao os érgaios toracicos responsaveis pela respiragao e se localizam lateralmente ao mediastino, O pulmao direito, ligeiramente maior que o esquerdo, possui trés ldbulos livremente méveis e separados um do outro por duas fissuras. A fissura ho- ‘ontal separa o lobo superior do lobo médio e a fissura obliqua separa o lobo médio do lobo inferior. © pulmao esquerdo, menor que 0 direito, possui dois lobos que sao sepa- rados por uma fissura obliqua (WADA, 2019). Este possui na porgdo inferior de sua face mediastinal uma incisura devida a pro- jegéo do coragao. Sobre o abaulamento do coragao projeta-se uma extensao em forma de lingua - lingula do pulmo esquerdo (DRAKE, VOGL, MITCHELL, 2010). Basicamente, os pulmées sao divididos por fissuras que se dispée de maneira obliqua e transversal. As fissuras pulmonares servem como limites para os lobos e po- dem ser consideradas como barreiras contra a propagagao de processos patolégicos (RADHA, DURAI, 2015). Conhecer esta disposi¢o nos garante uma melhor apreciagao da anatomia lobar assim como a localizacdo dos segmentos broncopulmonares. © Pulméo Direito O pulmao direito possui 3 lobos: lobo superior (acima das fissuras obliqua e hori- zontal), lobo médio (entre a fissura horizontal e obliqua) e lobo inferior (abaixo da fissura obliqua) (WADA, 2019). + Pulmao Esquerdo 70 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA pulmao esquerdo possui dois lobos: lobo superior (acima da fissura obliqua) e lobo inferior (abaixo da fissura obliqua); ¢ a lingula (parte do lobo superior, equivalente ao lobo médio) (MULLER, 2016). Os dois pulmées possuem 10 segmentos anatémicos cada, porém a esquerda ha segmentos que compartilham o mesmo brénquio segmentar, desta maneira sendo des- critos em conjunto: segmento 1 + 2 (apicoposterior) e segmento 7 + 8 (anteromedial). A segmentacao pulmonar pode ser bem apreciada nas imagens de TC de térax. E é im- portante conhecer ainda, apesar de nao ter representagao radiogréfica, a estrutura do \ébulo pulmonar secundario. Este é periférico e delimitado pelos septos interlobulares, ¢ suprido pelo bronquiolo terminal, contém + 12 acinos e 30-50 Idbulos primérios (GRIF- FIN, 2001). Idbulo pulmonar secundério por vezes pode ser identificado na imagem de To- mografia computadorizada e seu conhecimento auxilia na caracterizagao das doengas que envolvem o intersticio pulmonar e as vias aéreas periféricas (WADA, 2019). © Vasculatura pulmonar A vasculatura pulmonar é composta pelas artérias pulmonares (sangue nao oxi: genado proveniente do ventriculo direito), veias pulmonares (sangue oxigenado levado ao atrio esquerdo) e artérias brénquicas (ramos da aorta descendente) (HALL, 2016). As artérias brénquicas irrigam as paredes dos brénquios e tecidos de sustentacao. As artérias e veias pulmonares sao identificadas nos hilos e regides peri-hilares, se es- tendendo até préximo a periferia dos pulmées, com calibres distalmente menores. As artérias se originam nos hilos pulmonares e se dividem em dois (dicotomizam), enquanto as veias confluem de duas em uma em diregao ao atrio esquerdo (LACEY, 2010) 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 10.7 Pleura Poco { N ome, ‘yf « & Fonte: anatomiaonline.com Entre os pulmées e a superficie interna da caixa tordcica existe um revestimento chamado pleura. A pleura se divide em pleura visceral, que reveste a superficie do pul- mao, e a pleura parietal, que reveste a face interna da parede toracica. Ha um espago virtual entre ambas, lubrificado pelo liquido pleural. Esta lubrificagao facilita o movimento pulmonar dentro da caixa tordcica durante a respiragdo (CORREA, 2011) 10.8 Respiragdo twinge = Ol a Fonte: atlas interativo de anatomia humana A troca gasosa que ocorre nos pulmées é fundamental para a manutengao da vida. A inspirago ocorre quando o ar entra no organismo, possibilitada pela expansdo 72

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