You are on page 1of 197
COLETAO-ANTROPOLOGIA . CoLEeGAO ANTROPOLO Construindo sobre os alicerces da sua obra cléssica, The Perception of the Environment (A percepcao do ambiente), Tim Ingold se prope aqui a recolocar a vida no lugar ao, qual ela deveria pertencer, 0 coragio da preocupacao antropolégica. A partir da ideia da vida como um processo de peregrinagio, Estar vivo - Ensaios sobre movimento, conhecimento e descri¢do apresenta uma compreensdo radicalmente nova do movimento, do conhecimento e da descrigdo como dimensdes nao apenas do estar no mundo, ‘mas do estar vivo para 0 que nele acontece. y EDITORA VOZES. Une via pal om ers ison orate HI Vessszlesuse8 ‘vevdsevoes com be www.vores.com.br sl et ‘Bx = [ Ingold, Tim, 1948 ~ Estar vivo ensaios sobre movimento, conhecimento e | descrisio /"Tim Ingold ; tradugio de Fabio Creder.~ Petropolis, RJ | ores 2015." (Colegio Antopologa) Titulo do original: Being alive : essays on movement, knowledge and description Bibliografia ISBN 978-85-326:5052-8 1, Antropologia ~ Filosofia 2. Ecologia humana - Filosofia 3. Prcepsio googrfica 4. Seres humanos ~ Efeito do ambiente 1. Titulo. Il. Sée. 15-08527, cpp-301.01 Indices para logo sstemitico 1. Antropologia: Filosofia 301,01 Tim Ingold Estar vivo Ensaios sobre movimento, conhecimento ¢ descrigdo Tradugio de Fabio Creder y EDITORA VOZES Potrépolis © 2011 Tim Ingold m lingua inglesa, publicaca pela Routledge 20 Grupo Taylor & Francis, Tradugio aucorizada da ediio pertencer Titulo do original inglés: Being Aline — Exays on Movement, Knowledge and Description Ditcitos de publicagio em lingua portuguesa ~ Brasil: 2015, Editora Vores Leda Rua Frei Luis, 100 25689.900 Petrdpolis, RJ ‘woww.vozes,com.br Brasil ‘Todos os direitos reservados, Nenfhuma parte desta obra poderd ser reproduzida ‘ou transmitida por qualquer forma c/ou quaisquer meios (eletrénico out mecinico, incluindo forocépia ¢ gravagio) ow arquivada em qualquer sistema ou bbanco de dados sem permissio eserta da editora, Diretor editorial Frei Ant6nio Moser Editores Aline dos Santos Carneiro José Maria da Silva Lidio Peretti Matilac Loraine Oleniki Secretirio executive Joio Batista Kreuch Eitorngao: Maria da Conceigéo B. de Sousa Diagramagdo: Alex M. da Silva (Capa: Felipe Souza | Aspectos Iustragao de capa: feita sobre foto de Zes | Dreamstime ISBN 978-85-326-5052-8 (Brasil) ISBN 978-0-415-57684-0 (Estados Unidos) ditado conforme 0 novo acordo ortogrifico, Este lio foi composto e impresso pela Editora Vozes Lada, E a minha vide. Zack Ingold (3 anos de idade), para quem, com carinho, ste livro ¢ dedicado. Lista de figuras, 9 Proficio eagradecimentes, V1 Prélogo, 23 1 A antropologia ganha vida, Parte I~ spando o terreno, 43 2 Materiais contra materialidade, 49 3 Acaltura no chio: 0 mundo percebido através dos pés, 70, 4 Andando na prancha: meditages sobre um processo de habilidade, 9 Parte I= A malha, 111 5. Repensando o animado, reanimando o pensamento, 115 6 Ponto, linha, contraponto: do meio ambiente ao espago fluido, 127 7 Quando a formiga se encontra com a aranha: teoria social para artrépodes, 144 Parte IIT - Terra e céu, 153 8 A forma da Terra, 157 9 Terra, céu, vento ¢ tempo, 179 10 Paisagem ou mundo-tempo?, 193 11. Quatro objegdes ao conceito de paisagem sonora, 206 Parte IV ~ Um mundo narrado, 211 12 Contra o espago: lugar, movimento, conhecimento, 215 13 Hist6rias contra a clssificagio: transporte, peregrinacio e a integragio do ‘conhecimento, 230 14 Nomear como contar histras:falando de animais entre os Koyukon do Alaska, 243 Parte V~ Desenho fazendo escrita, 259 18 Sete variagBes sobre a letra A, 263 16 Modes de caminhada mental letura,escria, pintura, 283 17 A tenilidade do fazer, 301 18 Desenhando juntos: faze, observas, descrever, 315, Epilogo, 325 19 Antropologia ndo € ctnografia, 327 Referéncias, 349 Indice, 373 Figuras 2.1 Pedra molhada, 49 2.2 Escada, 60 2.3 Pedra seca, 68 3.1. Esqucletos de gibio, orangotango,chimpanzé, gorila e homem, 72 3.2. Mio (a) e pé (b) de chimpanzé; mio (c)e pé (d) de homem, 75, 4,1 A maneira correta de segurar uma serra ¢ como usar 0 polegar e a mio esquerda como guia 20 iniciar 0 corte, 96 5.1 Irradiando vida: uma acicia no Parque Nacional de avo, no Quénia, 120 6.1 Uma linha de devir, em relagio 3 conexio localizivel de A e B (distancia), ou cm relagio a sua contiguidade, 137 6.2 Tecdo de ligamento “soto” do rato, 142 7.1 Formig, a constutora de monticoos, 145 7.2 Arana, a tecelé de tess, 145 7.3. A maha (aranhaytcia/gatho) e «rede de rages entre aan, tise galho, 149 8.1 Os modelos mentas da Terra, 159 8.2 (a) O desenho de Ethan da Terra esférica cercada pelo “eéu”; (b) O desenho de Darey do c&0, do solo (com casas) da Terra estérica, 162 8,3. Exemplos de cartes de imagem utilizados no experimento de Nobes, Martin e Panagioraki, 167 84 Desenhos da Terra feitos por adultos, 168 9.1. © mundo trazido para dentro de casa: Vineno (1939), de René Magritte, 183 9.2. © exo-habitante da Terra (a) ¢ 0s endo-habitantes do mundo-tempo (b), 186 9.3 Um esboco a lipis de Vincent van Gogh datado do verio de 1889, de um campo de trigo com ciprestes, 189 9.4 Gramineas murchas na neve congelada. Goodnews Bay, Distrito de Lower Kuskokwim, Alaska, 190 95, Fungos ierompendio no aso, 191 13.1 © modelo de dupla sucesso de transmissio genetic e cultural, 283, 13.2 Narraivae vida, 237 13.3 Peregrinagio (em cima) c transporte (embuixo), 239 15.1 “Iso nio é um A”: carto, pape, tnt ecorante cosméico vermelho, 265 15.2 Asem plistico, a patr de um alfabet defini para riangas ca pré-escola, 268 18.3 A cabesa de boi c uma cena pintada na pared da capela de Djar, na cidade de “Tebas, 270 15.4 A gético ¢ eixo oco, demonstrando © modo adequado de empunhar a pena, 272 15.5. Uma linha de escrita: dailogeafada e manuscrita em papel pautado, 274 15.6 O som do A: nota musical, artculasio fonética ¢ diapasio, 278 15.7 Um A bordado com linha e agulha em tecido, 280 16.1 Palavras em imagens ¢ imagens em palavras: uma pagina do Bestidrio de Aberdeen, 290 16.2. Motivos figuratives e geométricos na arte Yolngu, 292 17.1 Linhas de visio como filaments: duas gravuras de Abraham Bosse, 314 Preficio ¢ agradecimentos Sou um antropélogo: no um antropélogo social ou cultural; no um antro- pélogo biolégico ou arqueolégico; apenas um antropélogo. E neste liv apre- sento uma visio muito pessoal do que, para mim, é a antropologia. Nao preten- do que seja de modo algum representativo; a0 contrério, os antropélogos que lerem este livro podem sentir que ele antes divaga longe das suas preocupagoes suas, e que 0 seu centro de gravidade esté mais perto de outras reas, tais como ‘arte ou a arquitecura. Tem sido de fato parte do meu propésito guinar a antro- pologia nesta direséo, um propésito fundado na conviegio de que ¢ insustentivel 4 convengio segundo a qual a antropologia se empenha em observar e descrever 2 vida tal como a encontramos, mas no em muda, 20 passo que a arte €@ar-

You might also like