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AULA-1 Data: 24-02-2017 SUMARIO: Breves consideragdes sobre os primérdios da consciéncia ambiental, Conceito de ambiente, Etimologia da palavra ambiente, Diteito do Ambiente - denominagées, conceitos & objecto, O Conceito normativo do ambiente Classificagao do Ambiente. 1. Breves consideragdes sobre os primérdios da consciéncia ambiental 1.1 Interacgio homem - natureza dos primordios da relago Homem ¢ Natureza toma. ssério um centendimento do conceito de “natureza”. Muitas vezes, tal conceito nao tem recebido a devida atengio, Para Michel Prier', 0 conceito de natureza € muito vago. Nao teriamos inclusive um conceito juridico do termo, 0 dicionério Webster's registra onze significados para o vocdbulo. Aurélio Buarque de Holanda presenta sete significados para ‘natureza “ A palavra natureza € otiginada do latim natura, de nato, nascido. Paulo Bessa Antunes’ (com o qual concordamos) escolheu como os mais importantes, os que definem a natureza como: 8) conjunto de todos os seres que formam o universo; b)esséncia e condigtio propria de um ser. N tureza, portanto, é uma totalidade, Nessa totalidade, o ser humano est incluido, A historia do homem na Terra tem sido uma grande aventura interactiva. Nao somente do ser hhumano com 0 seu semethante, mas principalmente com a natureza, Ao longo da historia da humanidade, trés grandes momentos so observados na relago homem ~ natureza, O primeiro ocorreu nos primérdios da histéria, onde encontramos um ser humano subjugado pela natureza, considerando-a omnipotente, imprevisivel e indomavel. * Paulo Bessa Antunes ~ Direito Ambiental ~ Ed, Lumen Jiris Elaborado por : Custédio Vique jossia Jinior ~ Mestre em Direito Page 1 O segundo momento comega com as sociedades ocidentais, a partir das Revolugdes Cientifica Industrial; neste contexto o ser humano considera-se superior ao mundo natural, objectivando domi-to e exploré-lo para encontrar todos os seus segredos. No terceiro, e mais complexo, momento ocorre a conexo da natureza & vida humana, nfo apenas no nivel biolégico mas também cultural e psicolégico. Este momento considera que devemos compreender as transformagies € as nossas limitagées perante a nossa existéncia enquanto espécie no planeta. Abaixo, apresent e a sintese das principais concepgdes da natureza concebidas pelo homem a0 longo da histéria, 1.2 Visio saeralizada As sociedades primitivas nao sentiam necessidade de explicar a natureza racionalmente, bastava-thes intuir que ela era dominada por um grande mistério todas as suas manifestagdes (panteismo), ou povoada por deuses (politeismo) ou habitada por espiritos (animismo). Conhecer a natureza nao era compreendé-la, mas adora-la, 1.3 Vistio semi: izada cr’ A invengio da agricultura e da pecuaria representou os primeiros passos no processo de dessacralizagtio do mundo, proceso que avangou com a revolugio urbana, por volta de 3500 a.C. © sagrado niio desapareceu, porém seu recuo frente ao profano eriow uma dicotomia angustiante aos scres humanos; isto justificou-se para propiciar maior intervengo na natureza, 1.4 Visto holistico-interrogativa Nos séculos VI e V ac. floresceu no mundo Grego um grupo de pensadores denominados fisic porque suas reflexdes concentravam-se em torno da origem dos elementos formadores e do significado da natureza, Adoptavam uma postura interrogativa contemplativa, mas no de culto & natureza. Para eles, a natureza englobava 0 mundo em sua totalidade: seres humanos, a natureza nao humana e os deuses, 1.5 Visto Judaico-Crista ‘Aos poucos, a sacralidade difusa no cosmo concentrou-se numa entidade pessoal que os judaistas chamam de Javeh e num processo denominada histéria. Se nfl de todo, parte do Elaborado por : Custédio Vique jossia inior ~ Mestre em Direito Page 2 mundo perdeu seu cardcter sacral. A histéria do povo hebreu-judeu, e posteriormente os cristdos, separou-se da histéria do cosmo, 1.6 Visio Mecanicista, Originada no seio da cristandade ocidental, a concepgio mecanicista da natureza leva as liltima consequéncias os postulados do judaismo - cristianismo sobre o mundo: dessacralizagio radical do cosmo. O corpo humano, os animais, bem como o resto do universo, no funcionam de modo diferente de qualquer maquinaria construida pelo homem, que se acham senhores ¢ possuidores da natureza, 1.6 Visio organicista contempornea Na primeira metade do século XIX, a concepedo mecanicista comega a desmoronar-se. O absolutismo e a certeza so fortemente contestados por teorias como as da evolugo das espécies (Darwin), da relatividade (Einstein) entre outras descobertas da ciéneia, como a biologia molecular ¢ 0 fato de que o ser humano ndo pode ser compreendido fora do contexto bioldgico e ecolégico, e que muitos tragos e caracteristicas antes atribuidas exclusivamente a eles, sto comuns na natureza, 2. A crise ambiental global Desde que surgiu, o homem sempre precisou desmatar para sobreviver. E por menor que seja a are ainda & um tipo de alteragao ou impacto, Evoluindo, 0 homem deixou de ser parte integrante da natureza € passou a ser um grande interventor no ambiente natural. Suas necessidades passaram a set mais diversificadas e o homem toma maior contacto com a natureza, causando desequilibrios ambientais; devido a este fato, a crise ambiental nfo deve ser entendida como causa isolada do contexto social, mas sim como fato historico da humanidade. Inicialmente, na sociedade primitiva, quando o homem utilizava ferramentas ainda rudimentares para se defender e sobreviver, nao havia uma interferéncia muito directa com o ambiente, Nao havia problemas de degradagdo nem divisio social de trabalho, A partir do momento em que comega a surgir conflitos entre si, surge a propriedade privada ¢ 0 uso miiltiplo dos recursos naturais, ocorrendo um aumento dos meios de produgdo: machado, serra, enxada e 0 uso generalizado dos metais: cobre, estanho e bronze. ne Elaborado por : Custédio Vique jossia Junior ~ Mestre em Direito Page 3 Na sequéncia, surge a sociedade esclavagista, cujo impacto sobre os recursos naturais & ‘maior; a explorago da natureza passa a exi ir independente de suas vantagens. Cria-se 0 Estado, ¢ com ele o ‘poder do Estado’. Esta ideia prevé a produgtio de bens em excesso para ser vendido & transformado em riqueza — CAPITAL. Como sequéncia légica, da visio anterior do lucro, surge 0 feudalismo. Neste tipo de sociedade existem os feudos comandados pelos senhores feudais que obrigam os colonos a trabalharem em prol do feudo. Comegam, ent, as disputas e lutas pela posse de terra e uma maior intervengdo & exploragio dos recursos naturais; pois deveriam sustentar comunidades jé estabelecidas. Por causa das constantes disputas, surge um outro tipo de sociedade, 0 Capitalismo. © homem sai do ambiente rural e forma cidades e novos oficios. Estes oficios se tornam mais eficientes e passam a exigir novas técnicas. As tecnologias que vio surgindo garantem o aciimulo de riqueza nas mos de quem antes nfo tinha nada, fazendo surgir classes sociais estratificadas, novamente existe a concentragio da riqueza nas mos de poucos, apenas mudando de nome: burguesia (antes senhores feudais) Desde a adopgao desta forma de desenvolvimento, existe um ciclo vicioso: aumento de produgo requer milo-de-obra, que ocasiona crescimento populacional, que aumenta a necessidade de recursos naturais, que aumenta a produgo de dejectos, que intensifica os impactos ambientais. Em. sintese, a sociedade capitalista & justamente a acumulagdo de produgdo, de forma desorganizada nao planejada. Entretanto, os grandes problemas ambientais, inexistentes nos primeiros tipos de sociedades humanas, nfo podem ser atribuidos a0 avanco da tecnologia e aos efeitos que ela ocasiona. Na realidade, os factores determinantes da crise actual forma de Ambito politicos e econémicos que objectivam manter a riqueza e 0 poder nas maos de poucos. 3A Evolugo da consciéncia ambiental no século XX 3.10 despertar da conseiéneia ‘A consciéncia ambiental conheceu ao longo do século XX uma grande expansio. Os efeitos devastadores das duas grandes guerras mundiais foram decisivos para que houvesse um impulso na consciencializagio dos seres humanos a respeito dos problemas ambi ntais, E, se desde a Revolugilo Industrial os efeitos da degradaciio ambiental se fizeram notar, esta degradagdo encontra seu apice com 0 poder destruidor da Segunda Guerra, culminando com langamento das bombas atémicas. ee es Elaborado por : Custédio Vique jossia junior ~ Mestre em Direito Page 4 No contexto deste pés-guerra surge uma grande mudanga de valores, inspirando uma série de iniciativas sociais concretas no sentido de reagir e apresentar alternativas aos problemas ambientai causados pela degradagio ambiental - a Revolugio Ambiental, Num primeiro momento as mudangas ocorrem de forma indiferenciada nos paises desenvolvidos e, aos poucos aleanga 0 restante do mundo ao longo do século XX constituindo um novo momento social: 0 ambientalismo, ccologismo ou movimento ecolégico. As primeiras ocorréncias significativas dese novo momento localizam-se no émbito cientifico, na década de 50. Porém, alguns eventos ambientalistas ja haviam ocorrido: 0 caso muito eitado pelos cultores do direito interenacional e dircito internacional do ambiente foi o conhecido como O Caso da Fundigdo Trail (Trail Smelter Case) que teve inicio a partir de queixa apresentada pelo Governo dos Estados Unidos contra 0 Governo do Canad4’ a Comissio Mista Internacional, baseando-se nos termos do Tratado de Aguas de Fronteira (Boundary Waters Treaty ou, mais modernamente, podemos dizer Tratado de Aguas Fronteirigas), de 1909. A empresa Consolidated Mining And Smelting Co. of Canada* do ramo de zinco e chumbo® ~ era acusada de poluir, também, dreas em territério estadunidense ~ mais precisamente no estado de Washington ~ com emissdes de didxido de enxofre (ou anidrido sulfuroso). ‘Apés investigagdes, a Comissdo Mista Internacional finalizou relatério, datado em 28 de fevereiro de 1931, reconhecendo e recomendando a realizagio de acertos definitivos por parte da empresa canadense ¢ estipulando 0 valor de $350,000 como compensagao pelos danos causados ~ ai incluidos os prejuizos passados e os que viriam a ocorrer até o dia 1° de janeiro de 1932. ‘A decisto proferida em 11 Margo de 1941 pelo Tribunal Arbitral pronunciou a favor dos Estados, Unidos; prolatou-se que "o Estado tem sempre o dever de proteger outros Estados contra actos * Representado, in verbis, pelo Governo da Gri-Bretanha, Irlanda, dos Territérios Britanicos de além-mar, Imperador da india e em relagio ao Dominio do Canad. IN: UNITED NATIONS. Repors of International Avbital Awards: Trail Smelter Case (United States, Canad), 16 April 1938 And 11 March 1941, v Ill, pp. 1905-1982, * Situada em Trail, British Columbia, Canada. 5 Alguns livros também trazem 0 cobre como sendo matéria-prima utilizado na produgo da empresa, IN: ROBB, Cairo A R. (Org) Intemational Environmental Law Reports: Early Decisions, v1, p. 253 * Os Estados Unidos apresentaram outros dois itens a posteriori: uma indenizagio pelo “dano causado em relago & volagdo de sua soberinia; e a cobranga de juros sobre o valor extipulado de $350,000 que nto haviam sido pagos até o dia 2 de novembro de 1935. IN: UNITED NATIONS. Report of International Arbitral Awards! Trail Smelier Case (United State, Canada), 16 April 1938 And 11 March 1941, vp 1905-1982, p 1932 Elaborado por : Cust6dio Vique jossia Jinior ~ Mestre em Direito Page 5 injuriosos praticados por individuos dentro de sua jurisdigo", estabel ‘endo como prinefpio a prevencio do dano ambiental transfronteirigo, Mais ainda, o Tribunal preceituou que: [..] de acordo com os principios do direito internacional (..) nenhum Estado tem o direito de usar 0 seu territério ou de permitir o seu uso de maneira tal que fumos provoquem danos no territério de outro Estado ou nas propriedades de pessoas que ai se encontrem, tratando-se de consequéncias sérias e caso os danos sejam objeto de provas elaras e convincentes.* ‘Temos aqui a tomada no apenas de uma, mas de varias decisdes que deixaram marcas indeléveis na Historia; decisdes essas que em seus contextos vigentes jé cram de suma importincia, com visdes de mundo distintas das que conhecemos atualmente; e foi nese contexto — em um passado nfo tdo distante — que as mudangas mais radicais se tomaram realidade e que viriam beneficiar, além do objetivo origindrio, toda uma geragio (ou varias geragdes) que se seguiu, refletindo na maneira que pensamos, no modo como agimos e como vivemos. Segundo Pureza: [...] a argumentagio da sentenga arbitral (..) € tida como emblemética dos primeiros passos de um ireito que abandona a sacralizagio do exclusivismo soberano para se abrir as exigéncias quer da unidade fisica dos recursos quer & comunidade de interesses ¢ & interdependéncia por ela gerada. LP Podemos confrontar a decisa do tribunal Arbitral referente a0 Caso da Fundigdo Trail e afirmar que dela despertaram interesses maiores que aqueles até entio vislumbrados © "Canal de Corfu" foi decidido pela Corte Internacional de Justiga em abril de 1949. Em outubro de 1946, alguns navios de guerra briténicos receberam instrugi s de cruzar o canal de Corfu, situado entre a itha de Corfu © a costa da Albiinia. Ocorre que o canal estava minado e, na passagem, dois navios britanicos foram perdidos e tripulantes foram mortos. ‘A Corte Internacional de Justiga decidiu que a Albania violou o direito internacional ao no informar a Gi Bretanha sobre a presenga de minas no canal. Assim, estabeleceu-se o prineipio de ” NASCIMENTO E SILVA, Geraldo Eulilio do. Direito Ambiental Internacional: Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentavel e os Desafios da Nova Ordem Mundial, p. 15. * UNITED NATIONS. Coletinea das Sentengas Arbitrais. v. XII apud KISS, Alexandre. Direito Internacional do Ambiente, IN: Textos do Centro de Estudos Judiciérios, Ambiente ¢ Consumo, Tradugio de Maria Gabricla de Braganga. v. I. apud SCALASSARA, Lecit Matia. Conflitos Ambientais: O Acesso i Justiga © os Meios Alternativos de Solugio de Conflitos. Discurso Juridico. v. 2,n. 2. ° PUREZA, José Manuel, Globalizagio e Direito Internacional: da Boa Vizinhanga ao Patriménio Comum da Humanidade. Lua Nova, CEDEC, n. 30, p. 78. Elaborado por : Custédio Vique jossia Jiinior ~ Mestre em Direito Page 6 gue "nenhum Estado pode utilizar 0 seu territério para cometer atos contrarios avs direitos de outros Estados" "’, 0 qual foi acothido pelo Direito Ambiental Internacional o Caso do Lago Lanoux" também levantou a questo da poluigio transfronteiriga, embora ndo se tratasse, em principio, do assunto que teve inicio em 1917 e que foi julgedo pelo tribunal arbitral em 1957. Tratava-se de um acordo de arbitragem sobre a possibilidade de a Franga utilizar aguas do ago em obras localizadas em territério francés sem que com isso a qualidade e quantidade da agua das, que pass ria a ser recebida em territério espanhol fossem fee © Tribunal Arbitral Jevantou a questo ao alirmar que "se poderia alegar que os trabalhos poderiam provocar uma poluigdo definitiva nas aguas do rio Carol, ou que as dguas restituidas tivessem uma composigiio quimica ou uma temperatura ou outra caracteristica que pudessem prejudicar os interesses espanhdis" '' 0 que, no caso, caraeterizaria violaglio dos direitos do Estado Espanhol; tendo em vista que no havia qualquer ale; 10 nesse sentido, niio havia violagdo alguma ao direito da Espanha com a utilizagdo das guas da maneira proposta pelos franceses, Carta de Atenas (1933) que se preocupava com a qualidade de vida nas cidades. Em 1945 foi criada a ONU (Organizagdo das Nagdes Unidas) que, em 1948 cria um érgio interno especifico para tratar de temas ambientais — IUCN (Unio Internacional para a Conservagiio da Natureza). Em 1949 é realizada a Conferéncia Cientifica, da ONU, sobre conservagiio ¢ utilizago de recursos (considerado como o primeiro grande evento ambiental mundial). 3.2 Década de 60 Década que nao se preocupa tanto com aspectos cientificos, mas se volta para o papel que variéveis| sociais assumem na degradagao ambiental, isto é, 0 modo de produgio no era to importante, mas ‘0 modo ¢ a qualidade de vida das pessoxs. "Nesta época surgiram diversas entidades nio-govemamentais (ONG’s); em 1961 foi criada a WWF (World Wildlife Fund — fando para uma vida selvagem), primeira ONG internacional. Muita influéneia, no cenario mundial, teve o livro de Rachel Carlson (bidloga americana) chamado Silent Spring (Primavera Silenciosa) que faz deniincias dos estragos causados pelo uso de DDT e de ‘outros tipos de agros téxicos. O livro provocou uma grande comogao na opiniio americana, fazendo com que a Agéncia de Protecgio Ambiental (EPA) fosse criada bem como 0 uso do DDT proibido. ® SILVA, Geraldo Eulélio do Nascimento ¢, Direito ambiental internacional = meio ambiente desenvolvimento sustentivel € os desafios da nova ordem mundial. 2 ed. Rio de Janeivo: Thex Edivora, 2002.p.15 idem, p.6 SF uENE Un RIS ernerner caeeemeeeereereeeenier amvemmemeereeeniememememeneeeeemmememes Blaborado por : Custédio Vique jossia Jtinior - Mestre em Direito Page 7 Em 1968, em Roma, outra ONG mundial foi eriada: 0 Clube de Roma. Criada por 30 profissionais (economistas, pedagogos e cientistas) de 10 paises, objectivou discutir sobre a crise ¢ 0 futuro da humenidade, 3.3 Década de 70 Epoca marcada pela criag&o de diversas organizagées internacionais voltadas a protecgfio ambiental, que visavam discutir os problemas num ambito global. Também, época dos primeiros movimentos ambientalistas organizados ¢ 0 registo dos primeitos partidos politicos. Com a emergéncia e expansio das agéncias governamentais de meio ambiente, varias regulamentagdes foram editadas nos Estados Unidos: Lei do Ar Puro, Lei da Agua Pura, Estudo Prévio de Impactos Ambientais. Em 1971 surge a Greenpeace. Neste mesmo ano, faz-se @ preparago para o grande encontro mundial sobre meio ambiente; a preparagdo ocorreu na Suiga (na Cidade de Founeux) e promoveu um painel técnico sobre meio ambiente ¢ desenvolvimento. Em 1972 0 Clube de Roma edita um relatério, chamado de ‘Os Limites do seimento’ (The Limits to Growth) que, através de sinmulagdes mateméticas e projeegSes, coneluiram que mantides 0s padres de crescimento, o limite do planeta seria alcangado em 100 anos. 3.3.1 0 relatbrio sobre os Limites do Crescimento basicamente conclui que: a) Se as actuais tendéncias de crescimento da populagdo mundial ~ industrializagio, poluigao, produgio de alimentos ¢ diminuigio de recursos naturais — continuarem imutaveis, os limites do crescimento neste planeta serio aleangados algum dia dentro dos préximos cem anos. O resultado mais provavel seré um dectinio sibito e incontrolavel, tanto da populagio quanto da capacidade industrial. b)_ E possivel modificar estas tendéncias de crescimento e formar uma condigio de estabilidades ecoldgicas e econdmicas que se possamos manter até um futuro remoto, O estado de equilibrio global podera ser planejado de tal modo que as necessidades materiais basicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, © que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual, ©) Sea populagtio do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em vez de Iutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela comegar a trabalhar para alcangé-lo, maiores serio suas possibilidades de éxito, ——_—— Elaborado por : Custédio Vique jossia Jtinior - Mestre em Direito Page 8 Ainda em 1972, ocorreu a Conferéncia das Nagdes Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Neste encontro foi dada énfase aos aspecios técnicos da contaminagdo provocads pela industrializagaio acelerada, pela explostio demogrifica © pela expansiio do crescimento urbano. Participaram deste entcontro 113 paises. Os pafses subdesenvolvidos, ora representados pelo representante brasileiro, denunciaram que trés medidas bisicas estavam sendo propostas no detineamento de uma politica ambiental global: a) Explicitamente, o controle das populagdes dos patses subdesenvolvidos, b)_Implicitamente, a fixagio de um teto para o desenvolvimento dos patses subdesenvolvidos, ©) Explicitamente, a redugdo da emissio dos principais poluentes nos paises desenvolvidos. Com esta pressio, conseguiu-se incluir junto aos aspectos caracteristicos do. meio ambiente, problemas como a fome, as enfermidades © outros relativos ao subdesenvolvimento, 3 Como caracteristica geral da\tese KEEERERRRED paises subdesenvolvidos, tem-se que “a principal responsabilidade para com a protecgdio ambiental é dos paises desenvolvidos, ¢ a principal responsabilidade dos subdesenvolvidos ¢ atingir altos niveis de desenvolvimento”. Como resultado prético da conferéncia, foram descritos 26 principios norteadores da relacdo homem X meio ambiente, pode-se ressaltar, resumidamente, os seguintes: © homem tem 0 direito de destrutar de um meio de qualidade tal que permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar. 2. O AMBIENTE. 2.1 Conceito de ambiente 2.1.1 Btimologia da palavra ambiente ‘A palavra ambiente significa, meio, esfera, circulo, o ambito que nos cerca, o lugar em que femos (meio ambiente ~ é um termo redundante). - Por um lado, a denominagao juridica do termo tem a importincia de delimitar e esclarecer a extensio do conteiido que o compde, - Mas, no caso do ‘Ambiente, a questio é “mais formal do que de contetido” porque a expresso “meio ambiente” no 6 por se tratar de um vicio de linguagem denominado de pleonasmo. ee Elaborado por : Custédio Vique jossia Jnior ~ Mestre em Direito Page9 10 0 “ambiente” e “meio " so sindnimos e sua utilizago em conjunto representa uma repetigao de palavras e de ideias ocasionando uma redundiincia. A maioria dos juristas exclui a palavra “meio” do titulo de suas obras. Refira-se no entanto que a legislago mogambicana tem optado por usar a expresso ambiente ao tratar da matéria, posigéio respeitada pelos doutrinadores, principalmente porque é a nomenctatura encontrada na propria Constituigio da Repibl em 2004, primeiro em 90 e depois 2.2 O ambiente como bem juridico Antes de mais, & necessério definit 0 que & bem juridico, suas diversas classificagdes € sua importancia para o Direito assim como a essencialidade do Direito Ambiental para a existéncia dos seres humanos. Bem Jurfdico, para 0 Direito Civil, seria todo bem que possui utilidade material ou nio, valor econdmico ou ndo, que é objecto de uma relagio juridica e de um direito subjectivo, Nesse sentido, encontramos a doutrina do professor Cristiano Chaves, que afirma ser bens juridicos “aqueles susceptiveis de uma valoragdo jurfdica e que podem servir como objecto de relagées juridicas”. Além disso, afirma também o ilustre professor que, todo direito subjectivo tem como objecto um bem juridico, e que todas as relagdes juridicas so formadas por sujeitos, objecto e vinculo, sendo que 0 objecto dessa relago é um bem sobre 0 qual recairé o direito subjectivo do sujeito activo, para Luiz Regis Prado, 0 bem juridico une o individual e o social ¢ tem a importincia de manter a livre convivéncia social por ser um bem do direito. Segundo o autor, in idem juizos de valor do constituinte primeiro, e depois do legislador ordinério, sobre a realidade ou experiéncia social, ¢ é justamente nessa realidade que reside 0 conceito material de bem juridico, por tratar-se de um conceito relative ¢ valorado, ou seja, vilido para determinado sistema social em certo momento hist6rico-cultural, Para construir sua melhor definigao, o legislador ordindrio deveré sempre priorizar as diretrizes e valores constitucionais, porque a tutela penal possui um caréter limitativo. Afirma também o supra citado autor que, por conta disso é que localizam-se na norma constitucional as linhas substanciais prioritirias para a ineriminagdo ou no de condutas, de onde se conclu que o fundamento primeiro da ilicitude material encontra as suas raizes no texto magno. Por fim, destaca que apenas dessa forma a nogdo de bem juridico pode realizar uma fungi verdadeiramente restritiva. © mesmo autor divide as principais fungGes realizadas pelo bem juridico-penal da seguinte maneira: Elaborado por : Custédio Vique jossia JGnior ~ Mestre em Direito Page 10 uw 1) fungdo de garantia- 0 bem juridico é © conceito-limite na dimensio material da norma. Tal fungo tem por objetivo restringir o jus puniendi estatal e indica que nfo pode descurar da fungiio informadora desempenhada pelo bem juridico na elaboragdo dos tipos penais; 2) fungfo teleolégica- serve de critério no momento de interpretagdo dos tipos penais, 0 que condiciona seu sentido para a protedo de determinado bem juridico, como conceito central do tipo; 3)) fungi individualizadora- sera critério de medida da pena, no momento de sua fixago, levando- se em conta a leso ao bem juridico; 4 )fungdo sistemética- ¢ essencial para classificar os grupos de tipos da parte especial do Cédigo Penal, © bem juridico, tanto na esfera civil como na esfera penal, objeto de um direito subjetiv do individuo, direito este que é elencado pela Constituigao da Republica no momento em que define & protege todos os direitos fundamentais, pois so importantes para a sobrevivéneia e convivéncia pacifica de todos os cidadaos. ‘A tutela juridica do ambiente resulta de um vasto conjunto de problemas ambientais causados, em grande parte pelos sujeitos quer de forma colectiva ou individualizada, motivados pelo crescimento tecnolégico, 0 que torna necessério que a ordem juridica enquadre as questdes que assumem um. crescente interesse social, Neste contexto o ambiente surge como um bem juridico emergente tanto mais que facilmente se constata que algumas componentes ambientais naturais como a gua, a flora ea fauna outrora classificadas como res mullius (passiveis de uilizago sem obedigncia a quaisquer regras) surgem, actualmente, como bens comuns cuja utilizagdo implica o uso sustentvel dos recursos. 2.3 O Conceito normative de ambiente 0 Conceito normativo de ambiente encontra-se no Direito do Ambiente mocambicano no texto do art. 1°, n*l da Lei 20/97 de I de Outubro , conhecida como Lei do Ambiente, “ Ambiente: & 0 meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o préprio meio, ¢ inclui Elaborado por : Cust6dio Vique jossia Jiinior ~ Mestre em Direito Page 11 2 a) Oar, a luz, a terra ea dgua; 4) Os ecossistemas, a biodiversidade ¢ as relagdes ecoldgicas; ©) Toda a matéria orgdnica e inorgénica; @) Todas as condigdes sécio-culturais ¢ econdmicas que afectam a vida das comunidades”. A Constituigo da Repiblica de 2004 ampliou 0 conceito normative da Lei do Ambiente, remetendo além do art. 90, aos artigos 117, 45, tendo como sede de protec do direito a vida, & liberdade, a seguranga, a satide, et. > Direito ao ambiente est intrinsecamente ligado ao direito a vida — qualidade de vida, bem como a vida em todas as suas formas. ‘Numa perspectiva ampla ambiente seria a interaccdo do conjunto de elementos naturais, artficiais ¢ culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”. 2.4 Classificagio do Ambiente conceito trazido pela Lei do ambiente é uno e global, mas pedagogicamente deve ser dividido para efeito de melhor protecgfio de cada espécie de bem ambiental. Objectivo da classificagdo é buscar identificagao da actividade degradante e o bem imediatamente agredido. Assim é dividido em natural ou fisico, artificial, cultural: Natural ou Fisicos alinea a) do n° 2 do art, 1 da lei do ambiente, so todos os elementos responsiiveis pelo equilibrio dinamico entre os seres vivos e 0 meio em que eles vivem — solo, ar, gua, flora, fauna, 1 ursos naturais. Aqui temos 0 dever de protecgdo da biodiversidade plasmado no art, 12 da Lei do Ambiente e a protec¢do de Areas de conservagio no art. 13, também da Lei do Ambiente Histérico e Cultural — integrado pelo patriménio histérico, artistico, paisagistico, arqueolégico, turistico, cultural (crengas, mitos, arquétipos, tradigdes, et.). A alinea d) do n° 2 do art. 1 da Lei do Ambiente fala de “condigSes socioculturais e econémicas que afectam a vida das comunidades”, Este patriménio & formado por bens que traduzem a hist de um povo, a sua formagio, cultura e, portanto os préprios elementos formadores de sua cidadania, * cis Mere. Ditto do Ambiente: doutna, praia, ursprudénca, loss. ted. revatual. rm, S30 Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 63, Elaborado por : Custédio Vique jossia Jiinior ~ Mestre em Direito Page 12 B A. degradagé desse patriménio aniquila as raizes formadoras de uma nagio — identidade personificada ~ meio em que o povo vive. Vertita & que por ser bem juridico a sua protecgfo tal como de qualquer bem juridico deve ser assegurado, aliés a no jo de bem juridico, enquanto resultante das rel Ses sociais que os entre si estabelecem, abrange valores ou interesses que apresentem uma estreita conexio com os interesses gerais societirios pelo que o ambiente deverd ser visto como bem juridico da colectividade e no como de cariz individual ainda que possua esta dimensiio mais estrita Nesse sentido, a esfera de apreensio de direitos sobre 0 ambiente parte da fungio social da propriedade que impe uma nova classificagao para os bens, Assim, tem-se: a) bens piblicos (, especiais ¢ quase -piblicos); b) privados (de uso, de consenso € de produgdo); c) bens ambientais (bens de uso comum do povo ou difusos) a qual deve ser assegurada a sua protecgao!?, Nesta perspectiva, a Lei do Ambiente preconiza no art. 11 da lei do ambiente que governo deve assegurar que 0 pattiménio ambiental, especialmente o histérico e cultura, seja objecto de medidas permanentes de defesa ¢ valotizagao, com 0 envolvimento adequado das comunidades, em particular as associagdes. Artificial ~ espago urbano construido consubstanciado no conjunto de edificagtes (espago urbano fechado) dos equipamentos piiblicos (espagos urbanos abertos) - cidades. Vincula-se ao direito qualidade de vida e da prépria vida art. 117 da CRM . Art 40 da CRM. 3. DIREITO DO AMBEINTE 311 Direito do ambiente - enquanto ordem juridica - a ordem social 3.2.—Natureza social do homem A cadeira de direito do ambiente, dado o seu carcter abrangente e de estreita conexiio com outras cadeiras do curso, tender a abarcar nogdes gerais que deveriio ser, tanto quanto possivel, dissecadas de molde a que, didacticamente, seja perceptivel a compreensio desta nova disciplina, RODRIGUES, Marcelo Abelha. Processo Civil Ambiental 3. ed. $30 Paulo; Revista dos Tribunais, 2011, p46, Blaborado por : C st6dio Vique jossia Jénior ~ Mestre em Page 13 14 Assim, em termos de Introdugio ao Estudo do Direito, importa indagar se 0 direito nos surge como uma realidade palpavel ou se a sua existéncia decorre de uma realidade abstracta resultante do proceso de Hominizagio, isto & do privilégio do Homem escolher “livremente” cédigos para “viver em conjunto”. A realidade social implica pois que se assuma 0 conflito viabilizando a coesao do todo social, Neste sentido o direito &, logo & partida, um fenémeno humano ¢ social. a) Humano no sentido em que, desde as origens do Homem, a necessidade de coexistir implicou 0 estabelecimento de normas de conduta que favorecessem o relacionamento entre individuos bem como regulassem as inter-relagdes sociedade/individuo ¢ individuo/sociedade, Assim 0 diteito reporta-se unicamente a normas sobre condutas humanas ou seja a escala de refer cia tem como padrio o homem pelo que o direito é um fenémeno exchusivamente humano. b) Social no sentido em que o homem € a sociedade sao um binémio indissolivel que, desde tempos imemoriais, esta sujeito a um equilibrio. A relagio dialéctica homem/sociedade vai gerando 0 evoluir dos individuos ¢ das sociedades e 0 conjunto de normas estabelecidas viabilizam a ordem social global onde o direito desempenha um papel relevante. 3.1 Ordem social ¢ ordem da natureza Tendo em atengo uma linguagem comum importa, em primeiro lugar, atendermos ao que € a ordem, Em poucos dias constatamos que os dias se sucedem as noites e em poucos anos, nos climas temperados verificaremos as 4 estagdes do ano. No entanto s6 alguns milhares de anos nos permitem verificar a transformagio dos climas, uma centena de milhdes de anos para as primeiras plantas com flores € muitos milhares de milhGes de anos para o aparecimento das primeiras plantas microscépicas. Assim o termo ordem implica uma visdo dinfmica e ndo uma visto estitica e fixa Neste contexto a ordem ¢ 0 resultado das probabilidades (quer seja no infimo como € 0 caso dos quanta quer seja no imenso como ¢ 0 caso da relatividade) ¢ niio de certezas ou seja o equilibrio no desequilibrio. Mas este sentido de ordem & tanto aplicével a ordem da natureza como a ordem social. Mas sera que io idénticas? as duas ordens s Sinteticamente observando a historia do universo constataremos que do mais simples (étomo de hidrogénio) 20 mais complexo (sociedades humanas) as estruturas complexificam-se Elaborado por : Custédio Vique jossia Jtinior ~ Mestre em Direito Page 14 45 realgar patamares como 0 aparecimento de vida a partir de matéria inerte e a consciéneia a partir da matéria viva 3.2 A componente fictiea ¢ normativa da ordem social A sinergia entre a ordem da natureza e a ordem social, isto € a interacgflo entre as duas ordens, produz, um efeito especifico que ni seria produzido por cada um isoladamente dando origem a ordem juridica, isto € & especificidade da espécie humana que para além da matéria e da vida contempla 0 mundo do espirito, fruto da consciéneia adquirida, © homem individualmente considerado observa condutas que se encontram na generalidade das espécies ¢ pouco mudou desde os tempos do neolitico sendo que, em compensago, em termos societérios se verificaram alteragdes profuundas, ito do Ambiente - denominagies, conceltos e objecto iz Fernando Coelho" definiu 0 Direito Ambiental como um complexo de normas juridicas que, a0 limitar 0 direito de propriedade e o direito de exploragtio econdmica dos recursos ambientais, visam preservar 0 meio ambiente com o intuito de conseguir uma melhor qualidade de vida para o ser humano, Edis Milaré"* classifica o Direito Ambiental como 0 conjunto de prineipios e normas que tém o objectivo de regular aquelas actividades humanas capazes de afectar directa ou indirectamente a qualidade do meio ambiente globalmente considerado, tendo em vista a sustentabilidade das presentes e futuras geragbes. Rui Piva entende que “o Direito Ambiental ¢ 0 ramo do direito positive difuso que tutela a vida humana com qualidade através de normas juridicas protectoras do direito & qualidade do meio ambiente ¢ dos recursos ambientais necessarios ao seu equilibrio ecolégico”"®. "4 Apud FREITAS, Vladimir Passos de. Di 19. F MARE, Bais. Diteito do ambiente 3, io Paulo: Revista dos Tribus, 2004.14 "© PIVA, Rui. Bem ambiental. Sao Paulo: Max Limonad, 2000, p. 47 ito administrativo e meio ambiente, 3° ed. Curitiba: Jurué, 2003, Elaborado por : Cust6dio Vique jossia Jiinior - Mestre em Direito Page 15 16 Segundo Flavia de Paiva Medeiros de Oliveira ¢ Flavio Romero Guimaraes, o Direito Ambiental “regula toda actividade que, directa ou indirectamente, possa afectar a sanidade do meio ambiente em sua dimensio global, contando, para tanto, com um conjunto proprio de normas e prineipios de cardcter sancionador e preventivo. ido de Cristiane Derani'” 0 Direito Ambiental é um Na opi tema normativo que se propde a tratar da protecgio do meio ambiente, inclusive coordenando aquelas normas que protegiam isoladamente recursos ambientais como a agua, a fauna € @ flora por meio da edigdo de normas gerais que dispdem sobre holisticas e prinefpios, 5. Importancia Do Direito Do Ambiente A importancia do Direito Ambiental esta na certeza de que o direito a viver num ambiente ‘equilibrado ¢ um direito fundamental do homem. (n° 1 do art. 90 de CRM), 0 Direito do Ambiente em grande parte é fruto da luta dos cidadaos por uma nova forma de exigir a qualidade de vida, cuja participagao geta uma nova cidadania activa e participativa que busca politicas publicas ambientais viradas as necessidades das presentes e futuras geragdes. Este direito tem uma dimensao humana, uma dimensdo ecoldgica, ¢ uma dimenso econémica, que devem harmonizar 0 conceito de desenvolvimento sustentado Assim sendo, é inegével que tal denominago no corresponde a protecgao juridica compreendida pela legislagdo ambiental, uma vez. que esta se estende por horizontes mais vastos do que a natureza considerada em si prépria, A importincia do Direito do Ambiente se impde na certeza de que 0 direito a viver num ambiente equilibrado é um direito fundamental do homem. (n? | do art. 90 de CRM). © Direito do Ambiente em grande parte ¢ frulo da luta dos cidadios por uma nova forma ¢ qualidade de vida, cuja participagdo gerou uma nova cidadania activa e participativa na busca das politicas piblicas ambientais que atendam as necessidades das presentes e futuras geragées. Este direito tem uma dimensto humana, uma dimensdo ecolégica, e uma dimenso econémica, que devem harmonizar 0 conceito de desenvolvimento sustentado. " DERANI, Cristiane, Diteito ambiental econdmico, 2 ed. Sio Paulo: Max Limonad, 2001, p. 79. ann Rn EP eneneeeeeer ree meeeeeeeeeeeeeeee Elaborado por : Custédio Vique jossia Jinior ~ Mestre em Direito Page 16

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