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"Flos | NMI aril ere | | : Chau > ideatismo? “Para quem stha pergun- 0 aescotha nas da rela } metafisica ledicedos & eau-Ponty ‘omo supe- ', que havia criou de uma s6 vez todas os animais, num lafisiea. 86 dia? vbre a dife- ‘A familia é uma realidade natural criada pela -stconscién- Nauureza para garantir a sobrevivencia huma- ieagdes nna para atender a afetividade natural dos hu- ‘onscincia O senso comum Q sol € menor do que a Terra. Quem duvi- daré disso se, diariamente, vemos um peque- 1 cfrculo avermelhado percorrer 0 céu, indo de leste para oeste? ‘O sol se move em tomo da Terra, que per~ ‘manece imével. Quem duvidard disso, se dia- riamente vemos 0 sol nascer, percorrer 0 cu se por? A aurora niio é o seu comeco e 0 crepasculo, seu fim? As cores existem em si mesmas, Quem du- vidaria disso, se passamos a Vida vendo rosas vermelhas, amarelas e brancas, 0 azul do céu, o verde das vores, 0 alaranjado da laranjae dda tangerina? Cada pénero e espécie de animal ja surgi- ram tais como os conhecemos. Alguém po- deria imaginar um peixe tomar-se réptil ou lum pssaro? Para os que so religiosos, os livros sagrados ndo ensinam que a divindade ‘manos, que sentem a necessidade de viver jun- tos. Quem duvidara disso, se vemos, no mun- do inteiro, no passado e no presente, a familia cexistindo naturalmente ¢ sendo a eélula pri- meira da sociedade? ‘A.raca & uma realidade natural ou biolégica produzida pela diferenga dos climas, da al entag20, da geografia e da reprodugdo se- xual. Quem duvidaré disso, se vemos que os afticanos so negros, 0s asidticos sie amare- los de olhos puxados, 0s indios sa0 verme- Ihos e 0s europeus, brancos? Se formes reli- Biosos, saberemos que os negros descendem de Caim, marcado por Deus, e de Cam, 0 fl- lho desobediente de Noé, Certezas como essas formam nossa vida ¢ 0 senso comum’de nossa sociedade, transmiti- do de gerago em geracio, e, muitas vezes, transformando-se em crenga religiosa, em doutrina inquestiondvel A astronomia, porém, demonstra que o sol € muitas vezes maior do que a Terra c, desde 247 (Conémico, ue é a Terra que se move em tor. Re dele. A fisica Sptica demonstra que as on. $40 social recentfsima — data do séculg ev a {Préptia da Europa ocidental,ndo exisem. Go na Antiguidade, nem nas sociedades ott me ultieas © americanas pré-colombia, lbém que nao é um fato na. on tts Uma ciagSo sociocultural, exigida Por condigdes histéticas determinadas gtiblog0s © antopclogos mostra que a {itis de raga também recente — data doage Gute XVIM —, senda usaéa por pensadercs AX Procuravam uma explicagio para as dif. bettas de continentes ultramarinos Ao due parece, hé uma grande diferencaen- In Rosas Certezas cotidianas eo conhechnen, ‘0 cientiico. Como e por que ela existe? Caracteristicas do senso comum Um breve exame de nossos saberes cotidia- Tene de senso comum de nossa sociedade ne. thes ite Possuem slgumas caacteristcas que lhes sao préprias $ Ske subietivos, iso é, exprimem sentimentos esbniOesindivicuais ede grupos, variando de qHatidade da madeira; se estiverpasseando sob oo rg otnbre para descansar; se for bith, gues due devo colher para ganhr o mat sat, S for hindu, uma vaca seré sagrnie pir mim: se for dona de um ftigorifieo, cea de ceutressada na qualidade e na quantidade de came que poderei vender: salen slitativos, isto 6, as coisas sto Apuadss Por nés como grandes ou pequerne sores 8 B2edas, pesadas ou leves moves a cls, bolas ou fas, uentes ou fan thane dos animais, das plantas, dos seres ‘humanos, Sos Astros, dos gatos, das mulheres, das an” S&S das esculturas, as pinturas, das bobidan dos remeédios, etc. can secoréncia das generalizagtes, tendem a Mabelecer relagses de causa e efeito ent an Toman Ol ee 0s fats: “onde ha fumaga, he ogo"; “quem tudo quer, tudo perde™ termina o destino das peso. ‘S:muller menstruada néo deve tomar banhg | | | fio; ing ara a p ‘uprada: 4 regular, das coisa espamto « Faculoso, dade, a pr ventand * pelo me, remoque identified ambas li compreens rece num py Fantastico, 40s telespe ‘como se fos fossem cient sentimentos « desconhecid: 8s pessoas vic hoje, enxerga, © Por serem presses de de incompy Uifico, nossas| ccomun de nos social cristaliz, uais passamo que nos cerca vando sob boia-fria, aro meu 4 sagrada co, esta- rantidade sas so bequenas, as, eis, bis, colo- préximas, ce a fatos percebe ‘plo, um om agua 4a, ete.; qualita ou cada ou como 1 peda & Goce, 0 padeira & pois ten- s6 idéia falamos humanos, las crian- | bebidas, tendem a entre as fri; ingerir sal quando se tem tontura é bom para a pressio; mulher assanhada quer ser es- tuprada; menino de rua € delinquent, ete; ‘© nao se supreendem e nem se admiram com a regularidade, constancia, repeticao e diferenga das coisas, mas, a0 contririo, a admiragio © © cespanto se dirigem para 0 que & imaginado ‘como nico, extraordinsrio, maravilhoso ou mi- raculoso. Justamente por isso, em nossa socie- dade, a propaganda e a moda esto sempre in- vventando o “extraordindrio”, o “nunca visto” ‘pelo mesmo motivo e no por compreende- rem o que seja investigacdo cientifica, tendem a identificd-Ia coma magia, considerando que ambas lidam com o misterioso, 0 oculto, oin- compreensfvel. Essa imagem da ciencia como ‘magia aparece, por exemplo, no cinema, quati~ do 0s filmes mostram os laboratGrios cientifi- cos repletos de objetos incompreensiveis, com luzes que acendem e apayam, tubos de onde saem fumagas coloridas, exatamente como so ‘mostradas as cavernas ocultas dos magos. Essa ‘mesma identificago entre citncia e nagia apa- rece num programa da televisfo brasileira, 0 Fantéstico, que, como 0 nome indica, mostra aos telespectadores resultados cientificos como se fossem espantosa obra de magia, as- sim como exibem magos ocultistas como se fossem cientistas; ‘= costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angdstia e de medo diante do desconhecido. Assim, durante a Idade Média, as pessoas viam o deménio em toda a parte e, hoje, enxergam discos voadores no espaco; «© por serem subjetivos, generalizadores, ex- pressbes de sentimentos de medo e angéstia, de incompreenstio quanto ao trabalho cien- tifico, nossas certezas cotidianas e 0 senso comum de nossa sociedade ou de nosso grupo social cristalizam-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar toda a realidade {que nos cerca ¢ todos 0s acontecimentos. A atitude cientifica © que distingue a atitude cientifica da ati- tude costumeira ou do senso comam? Antes de mais nada, a cigneia desconfia da veraci- dade de nossas eertezas, de nossa edesdo ime , opera um. zamento do sagem forgas icionais que ‘onhecimen- », 0 homem tuma dou. fo slo dae sat experi- 2s pelo tra Esta é um 5. experi Fa base’ em objetivos fobjeto do vel, inter- ‘cortigido * demonstrar ¢ provar os resultados obtidos durante a investigacio, gragas ao rigor das re. lagies definidas entre 0s fatos estudados: a de- monstragdo deve ser feita nao s6 para verifi. cara validade dos resultados obtidos, mas tam. bém para prever racionalmente novos fatos como efeitos dos ja estudados; * relacionar com outros fatos um fato isolado, integrando-o numa explieacao racional lunificada, pois somente essa integracdo trans- forma o fendmeno em objeto cientifico, isto 6 em fato explicado por uma teoria, * formular uma teoria geral sobre 0 conjunto dos fendmenos observados e dos fatos investi- gados, isto &, formular um conjunto sistemati- 0 de conceitos que expliquem e interpretem 8 causas © 0s efeitos, as relagées de dependén- cia, identidade e diferenca entre todos os obj tos que constituem o campo investigado, Delimitar ow definir os fatos a investigar, separando-os de-outros semelhantes ou dife Fentes: estabelecer os provedimentos metodo- 16gicos para observacdo, experimentago ¢ verificago dos fatos; construir instrumentos Aéenicos e condigdes de laboratsrio especifi- a para a pesquisa; elaborar umm conjunto sis- tematico de conceitos que formem a teoria ge sal dos fendmenos estudados, que controlem © guiem o andamento da pesquisa, além de amplié-Ia com novas investigagdes, e permi- fam a previsto de fatos novos a partir dos ja conhecidos: esses so os pré-requisitos para a cconstituigao de uma ciéneia e as exigéncins da propria cigneia, A.cineia distingue-se do senso comum por que este & uma opinio baseada em hibitos, reconceitos, tradigoes cristalizadas, enquan. ‘oa primeira baseia-se em pesquisas, investi- gaeBes metddicas ¢ sisteméticas e na exigen- Gia de que as teorias sejam intemamente coe- Fentes e digam a verdade sobre a realidade. A cigncia éconhecimento que resulta de um tra balho racional © que é uma ieoria cientifica? E um sistema ordenado e coerente de pro- osig6es ou enunciados baseados em um pe- ueno niimero de prinefpios, cujafinalidade é descrever, explicar e prover do modo mais completo possivel um conjunto de fendmenos, oferecendo suas leis decessétias. A teoria ci, “entifica permite que uma multiplicidade empirica de fatos’aparentemente muito dife- ‘entes sejam compreendidos como semelhan- tes e submetidos as iesmas leis; ¢ viee-ver- 8, permite compregnder por que fatos apa- entemente semelhantes so diferentes e sub Ietdos a leis diferentes, Gravure do pintor Bill Sanderson, Mostrando Isaae Newton folheando seu livro Os principios matematicos da Filosofia naturel, uma des obras cientificas mais importantes de todos 0s tempos. 251 Aciéncia na Historia As trés principais concepgées de ciéncia Historicamente, rs tm sido as principals concepgdes de ciénia ou de denis de cent- Feidade: oracionalista,cujo modelo de obje- tividade éa matemstica;oempirsta, que toma 6 modelo de objesividade da medicina grega € dahistria natural do séeulo XVI; 0 cons trivia, cujo modelo de objeividade advém da iia de razdo como conhesimento aprox mativo ‘A concepefo raconalista — que se estende dos gregos até final co século XVI — afi mma que a cigncia€ um conheciment racional edutivo e demonsrativo como « matemit- 2, portant, capaz de prowar a verdade ne- cessériae universal de seus enunclados e sultados, sem deixar qualquer divida poss vol Uma citncia € a tnidade sisiematica de txiomas, posalads © definigtes, que detr- mninam a matureza © 28 propiedades de seu objeto, ede demonstragoes, que provam as re legcs de causalfade que tegem o objet ie vestigndo O objeto ciemtsfigo 6 uma representagdoin- tclectal universal, necessiriaeverdaeta das coisas representadase coresponde & propria realidade, porque esta é racional ¢ inteligivel em si mesma, As experiénciascienificas so redlizaas apenas para verifcare confirmar as demonstragdestericas e no para produ- Zio conhecimenio do objeto, pois este &co- nhecido exclusivamente pelo pensamento, 0 objeto cientifico¢ matemitico, porque a ea- Tidade possui ma estrutura matemtce, o como disse Galle, o grande lv da Nato- rera et escrito em caracteres matemiticos ‘A coneepgao empitista— que vai da medi 252 cina grea e Avisttcles até o final do século XIX—afirma que acigncia€ uma intepreta- 0 dos fatosbaseada em observagbes expe Fimentos que permitem estabelecer indugdes € que, ao serem competadss, oferecem a de- Finigio do objeto, suas propriedades e sus eis de funcionamento, A teoria cienifica resulta das observagdes ¢ dos experimentos, de modo «que a experiéncia nfo tem simplesmenteo pa- peldeverficare confirma conceitos, mas tem 2 fungo de prodzilos. is por que, nesta con- cepeio, sempre houve grande euidado para estabelecer métodos experimentaisrigorosos, pois deles dependia a formulagdo da teria ea ‘efinigdo da objtividade investigada, Essas duas coneepeses de cienificidade possum © mesmo pressuposto,emborao r- alizassem de maneiras diferentes. Ambas con- sideravam que a tcoria cientifica era uma ex- plicagio ¢ uma representagio verdadeica da propa realidade, tal como esta em si mes- mma. A ciéncia era uma-espécie de raio X da realidade. A concepgo racionalista era hipo- ico-dedutiva, ito, definia o objeto e suas leis disso deduria propriedades, efeitos pos- teriores, provsoes. A concepeio empirista era hipotetico-indutiva, sto, apresentava supo- sigBes sobre o objeto, realizava observagées experimentos © chegava & definigao dos fa tos, s suas les, suns propricdades, seus eft tos posteriores € a previsdes. ‘A concepeio construtivista — iniciada em 10sso séeulo — considera acigncia uma cons- tracéo de modelos explicativos para a reali= dade e nfo uma representagao da propria rea- lidade. © cientista combina dois procedimen- tos — um, vindo do racionalismo, © outro, vindo do empirismo—e a eles acrescenta um terceiro, vindo da dia de conhecimento apro imativo e corrigivel Como o racionalista,o cientista construt- vista exige que o método the permitae Ihe ga- rama estabelecer axiomss, postulados, deli- nigdes ¢ dedugSes sobze ¢ objeto cientitieo Como o empirista, 0 consnitivista exige que a experimentagio guie e mocifique axiomas, oo Gut ne postul entant trugao experi nio es dade mode! plican pera j lua e outa 1 qug contri 2. quel dos fe na obs 3. que ters alters fisico existe ga. da ae) do séeulo imterpreta- Ses e expe. + indugdes soem a de- suas leis Jca resulta s.de modo vente 0 pa: mas tem nesta con- dado para da. tificidade bora o re- bas con- uma ex: ladeira da im si mes- aio X da cra hipo- 108 suas tos pos- pirista era lava supo- orvagbes ¢ 10 dos fa- seus efei- iciada em a reali- prin rea- Jeedimen- centa um nto apro- -onstruti- lhe ga- Hos, defi- ‘ientfico, bxige que ostulados, definigdes © demonstrages. No centanto, porque considera o objeto uma cons- ‘rucdo l6gico-intelectual ¢ uma construcao experimental feita em laborat6rio, o cientista no espera que seu trabalho apresente a reali- dade em si mesma, mas oferega estruturas € ‘modelos de funcionamento da realidade, ex- Plicando os fendmenos observados. Nao es- Pera, portanto, apresentar uma yerdade abso- Jota e sim uma verdade aproximada que pode ser corrigida, modificada, abandonada por ‘outra mais adequada aos fenGmenos, Sao trés as exigéncias de seu ideal de cientificidade: 1. que haja coeréncia (isto & que no haja contradigdes) entre os principios que orien- tam a teoria; 2. que os modelos dos objetos (ou estruturas dos fendmenos) sejam construidos com base na observagio ¢ na experimentagio; 3. que os resultados obtidos possam no 36 alterar 0s modelgs construidos, mas também alterar os préprios prinetpios da teoria, cor- rigindo-a, Diferencas entre a ciéncia antiga e a moderna ‘Quando apresentamos os ideais de cientifi- cidade, dissemos que tanto o ideal racionalis- ta quanto o empirista se iniciaram com os gre- £08, Isso, porém, no significa que a concep- ‘slo antiga ca moderna (século XVII) de cién- cia sejam id2nticas. ‘Tomemos um exemplo que nos ajude a per ceber algumas das diferencas entre antigos & ‘modernos, Asisi6teles esereveu uma Fisica. O objeto fisico ou natural, diz Aristételes, possui duas caracteristicas principais: em primeiro lugar, existe e opera independentemente da presen- i, da vontade ¢ da aco humanas; em segun: 2 Mi ae ie deo lugar, ¢ um ser em movimento, isto 6 em devs, sofendo alterabes qulitatvan, quan ttatvase locas; ase, vive e morre ov dest parece. A Fisica estida, ponanto, os setes na turaissubmetidos A mudanga O mundo, escreve Aristtcles,dvide.se em duas grandes reites nauras, uja forma = € dada pelo tipo de substncia, de matinee de forma dos teres-de cain uma dela. A te. sido celeste, formal de Sete Céus ou Sete Esferas onde esto os astros, tom como subs- Hina © ter, matérig sul edidfana, for universal que nlo sofia modangasquiliivas nem quanitativas, mas apenas a muda ou movimento local, realjeando elemamentc 0 Imas prfeto dos movimentos,o ican A segunda reito 6a sublunar ou tenes, noe so mundo, constitu por quatro subténcas ow elementos — tera, gua are foge de cujascombinagessurgem todo os ston, S80 substinciasforemente mates e,poranto (como vimos no esto da metalic aso. télica), fortemente potenciais ou virtua, transformando-se sem cessar, A tepit6 sublunar é 0 mundo des mudanges de forms, ‘ou da passagem continua de um forma tou, ta, pa aulizaro que esté em potncia na maa Os sees fslcos nlo se movem da mesma maneia (ado se tansformam nem so deste ¢am da mesa marcia). Seusmovimenton& rmudangas dependem da qualidade de suas ma vias e da quanidade em que cada um dos quatro elementos materials existe combinado om 0 outros nam corpo. Deinemos de lado oss as modaldades de smovimenos estas por Ansttle ¢ ex. mnigemos apenas uma: 0 movimento lol Os corpos zo filbsofo,procuram aualza ss polncias mittias, aualzando-te em formas diferentes. Cada modalidade de mati eli za sua forma perf de mancra fren das oatas, No cato do movimento local a mtériade- fine lngaresnaturus isto € loeais onde ela se atuliza ou se reaiza melhor 30 que em ens Asin ron pas (a ai predomina element era em como Ihgar natural o conto da Tera e por isso 0 mv mento local natural dos pesados € 2 queda Os eorposleves (nos gusts predomina ole. reno fogo) tem como lugar natural epu€ por iso seu movimento local natural spi. 0 corpos no nteiament eves (n0 as predominao eletento a) buscam sev gar natura no espago raffeto © por isoiseu movimento loa! natural fuer Ein, ex onpos no totalmente pesados (no quai pre domino elemento gia) busctm seu igor natural no guido e por iso seu movimento Toa natural boar nas gu. ‘em dos movimentos natras, 0s compos Poem ser submetidos a movimentos wolen tes, isto 6 agueles que contradizem soa nat rez os impedem de leangr seu lugar nat Tal Porexemple, quando oanucirolnga uma flecks, impr ela umn movimento viol to ois forgaa a pormanecer no ar, embora scuhipa ssa seater sou movimenta natural ea a queda Exe pegueno retin da Fisica aristtica nos most gues caracteristicas marchies da cnc niga +. uma cincia bascada nas qualidades per- ccchidas nos corpos (leve, pesado, liquido, s6- lido, ete,); | * € uma ciéncia basaada em distingBes qusli- tativas do espaco (alto, baixo, longe, perto, ce- leste, sublunar); uma cigncia baseada na metafisica da iden- lidade © de mudanga (perfeigio imével, im- perfcigao mével); é uma ciéncia que estabelece leis diferentes para os compos segundo sua matéria e sua for- mma, ou segundo sua substincia; ‘* como conseqiiéncia das caracteristicas ante- ores, é uma ciéncia que concebe a realidade natural como um mundo hierdrquico no qual 6 seres possuem um lugar natural de acorda ‘com sua perfeigao, hierarquizando-se em graus que vao dos inferiores aos superiores. Quando comparamos a fisiea de Aristételes ‘com a moderna, isto €, a que foi elaborada por Gatiteu e Newton, podemos notar as grandes diferengas: + para fisica modema, o espago é aque de- finido pela gcomeria, portato, homogéneo, sem distingdes qualitativas entre alto, baixo, frente, aris, onge, perto. E um espago onde todos 0s pont Sf0 reversiveis ou equivalen- tes, de modo que nfo hi “lugares naturis” qualitativamente diferenciados; ‘ 08 objetos fisicos investigados pelo cientista ‘comegam por ser purificados de todas as quali dades sensoriais — cor, tamanho, odor, peso, matéria, forma, liquido, s6tido, leve, grande, pequeno, etc, —, isto &, de todas as qualidades sensiveis, porque estas sio meramente subjeti- vvas. O objeto € definido por propriedades ob- jetivas gerais, validas para todos os seres fis cos: massa, volume, figura, Toma-se irelevante ‘tipo de matéria, de forma ou de substéncia de lum corpo, pois todos se comportam fisicamen- te da mesma maneira. Toma-se initia distin- cdo entre um mundo celeste e um mundo sublunar, pois astros e corpos terrestres obede- ‘cem as mesmas leis universais da fisica: + a fisica estuda o movimento no como alte- ago qualitativa e quantitativa dos corpos, ‘mas como deslocamento espacial que altera a ‘massa, 0 volume e a velocidade dos corpos, O ‘movimento e 0 repouso so as propriedades fisicas objetivas de todos os corpos da Natu- reza e todos eles obedecem as mesmas leis — aquelas que Galileu formulou com base no principio da inércia (um corpo se mantém em ‘movimento indefinidamente, a menos que en- contre um outro que Ihe faca obstdculo ou que 0 desvie de seu trsjeto); © aquelas formuladas por Net da gra reagdo ferencal to viole obedec: a Nat dos por de repos feito, s de s6.ex tanto, er saeficie A fisica A fis experi nica (re efeitos) pendeni coisas. | leis nat pare e rarquias inferior! Ha ail entre ac templay, no qual acordo m graus siteles da por grandes rele de- geneo, baixo, igo onde sivalen- aturnis” ientista as quali- 2, peso, grande, alidades subjeti- xdes ob- fist Jevante Bncia de be distin. mundo obede~ mio alte- orpos, altera a nepos. 0 base no uémem que en- ou que por Newton, com base no principio universal da gravitacio (a toda acto corresponde uma reagio que Ihe ¢ igual e contréria), No ha di- ferenga entre movimento natural ¢ movimen- to violento, pois todo € qualquer movimento obedece as mesmas leis; © a Natureza é um complexo de corpos forma- dos por proporees diferentes de movimento e de repouso, anticulados por relagdes de causa e feito, sem finalidade, pois a idéia de finalida- de 6 existe para os seres humanos dotados de azo e vontade. Os cozpos nao se move, por- tanto, em busca de perfeicdo, mas porque cat sa.eiciente do movimento os faz moverem-se. ‘A fisica é uma mecanica universal. A fisica da Natureza se torna geométrica, experimental, quantitativa, causal ou mec nica (relagdes entre a causa eficiente e seus cfeitos) e suas leis ttm valor universal, inde- endentemente das qualidades sensfveis das coisas. Terra, mar ¢ ar obedecem As mesmas leis naturais. A Natureza € a mesma em toda parte e para todos os seres, nfo existindo hie- arquias ou graus de imperfeicio-perfeiczo, inferioridade-superioridade. Hi, ainda, uma outra diferenca profunda centre a ciéncia antiga e a moderna. A primeira cera uma ciéncia teorética, isto €, apenas con- templava os seres naturais, sem jamais ima Dois ciclistas em acdo. Para a fisica moderna, um complexo sistema de forcas atuantes, que resultam no movimento. capiTuLo 2A ciENetA Wa misToRiA ginar intervir neles ou sobre'eles. A técnica era um saber empirico, ligado a pritica cessérias a vida e nada Cinha a oferecer &cién- cia nem a receber dela. Numa sociedade escravista, que deixava tarefas, trabalhos & servigos aos escravos, a técnicaera vista como ‘uma forma menor de conhecimento, ~ Duas afirmag6es mosiram a diferenga dos modemos em relago aos antigos: a afirma- ‘gio do filésofo inglts, Francis Bacon, para ‘quem “saber & poder’, a afirmagdo de Des cartes, para quem “a cjéncia deve tomar-nos senhores da Natureza”.*A ciéncia moderna nasce vinculada & idéia de intervir na Nature za, de conhecé-1a para ajropriar-se dela, para ccontrolé-la ¢ dominétla. A cincia nfo é ape- nas contemplacio da verdade, mas é sobreta do 0 exerefcio do poderio humano sobre a ‘Natureza. Numa sociedade em que o capita- lismo esté surgindo e, para acumular o capi- tal, deve ampliar a capacidade do trabalho hu- ‘mano para modificar e explorar a Natureza, a nova ciéncia seri inseparivel da técnica Na verdade, & mais correto falar em tecnologia do que em téeniea, De fato, a téc- nica € um conhecimento empitico, que, gra {ga8 & observacdo, elabora um conjunto de re- ceitas e préticas para agir sobre as coisas. A. tecnologia, porém, é um saber teérico gue se aplica praticamente. Por exemplo, um relégio de sol é um abjeto ‘écnico que serve para marear horas seguindo © movimento solar no céu. Um cronémetr, porém, € um objeto tecnol6gico: por um lado, sua construso pressupde conhecimentos 1e6- ricos sobre as leis do movimento (as leis do péndulo} e, por outro lado, seu uso altera a percepedo empiricac comum dos objetos, pois serve para medir aquilo que nossa percepeiio ‘do consegue perceber, Uma lente de aumen- to € um objeto t6cnico, mas o telesedpi microsc6pio sio objetos tecnolégicos, pois sua 0 pressupbe o conhecimento des leis cientificas definidas pela éptica. Em outras palavras, um objeto é tecnoligico quando sua uum saber cientfico e 255 ‘quando seu uso interfere nos resultados das 1 Pesquisas cientificas. A ciéncia moderna tor. \Viewns até aqui duas grandes mudangas na

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