You are on page 1of 23
noes -R TREC I e ROBERTO LYRA FitsHO i fetes Eiceice da bra) SQIBLIQTECE 26.11.84 (Cade bem deste livrol| Alcs ne fo pa oat ses, Henares a ils dim dtealAdreas empties SNowrues tia ecpaseaat pose ona vandal Nice goer tds doe es ‘ean promenade cdc eases page Niven cla diesrapoaiols fet opis ral Yo getsbacn inary cfs gi de ss seo tinsel rm agp acnanbeon se AbGliowsga onea.co™ Ly Big Colaboracdo naconsenaeso desta obva. ) i ae Prrviedo, Ce aw { Qraiad 2 glenn hs PROBLEMAS ATUAIS DO ENSINO JURIDICO Biblioteca Min. BUENO DE SOUZA editera ebraira brasilia - 1981 | Pepipos PARA A Carxa Postac070065 70,000 — Brastura-DF, 4! 798790 JUSTICA CONFERENCIA, LIDA A 14-U8=8h——o IV Encontno ‘Paragnse De Estubos Jy Rforcos (HoTEL MurUBIRA, ILHA Do Mosquerro, 13 & 14-08-81), sop oo paTRoctNro Da OeDeM Dos Apvosapos o BrastL-Segio Do Esravo Do Park, os ADVOGADOS PARAENSES, COM A MINHA GRATIDAO PELO FRATERNAL ACOLHIMENTO, "0 QUE EM NGS HOVE & PALAVRA No Povo VAI SER AGO” CTHIAGO DE MELLO, Rio, Crviuizagao Brastuztea — Nassac - Ohwo, 1981, p. 51.) NN ERRATA ‘Afora alguns ortos datilogralicos nao mencionados porque de menor importancia, o autor pede que sejam lidas, na forma correta, abaixo registrada, 28 linhas © paginas, que indica a seguit: 10, isha 14 - .. “participagao ativa do corpo discente, Quso. 10, nota 9 - “OAB..” 4, linha 22 - 12, nha 8 ~ .. "hd muito, a infecundidade da disputa”. 16, nota 14 ~ “ulm Maras.” 47, jinha 21 - .. “posigao neutral”. 28, linha 21 - ... “20s condicionamentos de um saber préprio classes © grupos sociais™. 7-33, linha 13 - .. “esforgo tesrico - ideolégico.” p. 33, linhas 20/21 - .. “mostrar somento as suas co-implicagdes fe, no momento, omito © reparo essencial do que, assim tratadas, esses, P- 34, linha 16 - .. “ou nao st p. 86, linha 21 - p. 37. lithe 27 p. 98, linha - .. “que se verte no.” . 89, linha 23 - .."que, por motives ébvios, ainda née aparece. P. °. p. P. P. eB. Pp. e. P. ncontram nunca” vai sumir, substituido.” . 40, linha 21 - .. “em sou perfil atual”. . 42, lithe 6 =. “0 quo thes eabe..” 7 ‘SUPERIOR TRIBUNAL OF JUSTICA | BIBLIOTECA M. OSCAR SARAIVA } i {ne pata posse [eo oo x Exno. Se, Dre dost Bernardo Cabral Byad, Sf. Presidense do Conselho Seccionai da Gna do Estado do Pard, Sr. Arnaldo Moraes Pilko Bano. Sr. ceordenador do IV Encontro Paraense de Estudos Juriaicos Dr. Paulo de Terso Dias Querideg colegas Juri Cinad{ssiner estudantes e D: 20 belén cono un forasteiro, mas como quem, por scsso, ainde nfo visitars, em sua terra, alguns velhos esa 0 prof. Paulo aniges. Klautau, que vert wa disto foi s palavra gen Jy nels up sentigento heréado, ALL se prow Longave a antige ¢ reeiprece afeigio, entre meu pai, Roberto Lyra, ¢ 0 venerando prof. Aldebaro Kis rondo, nes te nonento, as honenagens do meu respeito. au, 2 a Por outro lado, on 31 anos de nagistéric, tenho tide sites slunes, originrior de Pard. Dois deles, espectainen- Refire-ne conizo 05 mais vives 1agos de amizede. nente jurista, D cio Mirtires Coelho, tudes pOs-graduados tive o prazer de orientar, hé alguns ancs, eA destacada o & Diva Barata da Rocha Bastos, ainda agora cursanéo 0 mestrado en Direito na Universidade de ja. Estes enfveis discfpulos, na diversidade dos seus tenperamentos, idéias e yosi¢Ses, quiseram, ao entento, a5so~ ‘en, 205 conterrneos 3 nais Lisongeira @ amigo. entosa Nar: cier-se, para transmit: agen do yolho mestr Posso entrover, neste unio, 0 melhor fruto de ensi- alzente. No néu.sentir, 0 professor no a que me dedico is auténtico Lnlta-se a eqracioner os problemas energentes, of recer informagSes atualizadas © discutir as propostas que Ih © seu ponte de vista. Ae con feo, ajudande cada un 2 aos parecen cabiveis; mas ado bets seu préprio ruzo. En sintese, creio que a missio éidéti Frio, stimula o espirito ca Ga dun simples catalisador intelectual. be misha parte, continuo éinimico, heterodoxo, 1 clasts € solitéric. 4 solidée, contudo, nfo representa isola, lente, nas autenonia, rebelde 3 disciplina de escoles, fae (des ¢ partidos. Permeneso atente 32 rolvindicasSes persia Tes, so clanor dos oprinidos, i necessaria p: to Gos nés, come intelectuais nas transforaagies estrutureis exigidas, para o advo} sociedade plenanente denocrética. A solidio, em min, afo @ 0 estima do alienado; @ 0 brasio do pensador independente. Proneti falar-thes « respeito da problenitica etual ao ensino juridico. Isto me lenbra a observacio de Gilbert lande que, nos problenas pibiicos, aiguns Chesterton, mo Sex qurag que outres consideran doencas mais graves (+ Tix ‘tha razZo, neste ponto, o humorista inglés. 0 cabimento dos meios depends dos fins 6 a escolha des fins, en que se a2 elenco 5, demu, den os grupos ¢ 25 pessoas, gov indo as ilusdes pragndtices @ corriginde os desvios, na exe, cage dos projetos. fel, quan, juridteos Hoje en , manifesta-se um consenso Tazo! nos una crise éo ensine ese —— mudar ¢ que? © cono? — Logo to co fate de que en: no entanto, a0 pergu se inaugura um diss: ‘dio apsrentenente ‘rrenediavel. Ti)” GHRERT K, CHESTERTON, Wat's Seong with the World, Teipeie, fe riniees 1subqts Uae cea ceeararanened gu yeto meu emincnte colegs © amigo da Universidade de So Paulo, prof. José Eduardo Faria. Lenbre ele que aio prianence uns crise particul pro ae ensino juridico: a crise @ social. £ aduz que, nesta crise, o poder instituide procura evitar quo, ass antiga dogudtica, « preocypacie erftica, voltada para os vele es que invoca a estruturs egsente 2), De cutra parte, sen Givida o anbiente acadénico 3¢ encrespa, no confronto entre os novos juristas e aqueles que, lig 4a, se atropelen, na degesa duna hegenonia en dec}i \culdades, se desenvolva, en detrimento da Disto, por certo, vena decerrer 2 exacerbacio da controvérsia, que atinge 9 préprio nicleo, no momeato en que opde as concepgdes diversis do Direito, A metodologisees Pra blenas do ensine arman-se en conseqii@ncia do que se entenda pelo correto posicionanente do 2a conjuntura social. ste, ante a questdo maior © sockéloge polonés, Ades Podge Ki, hoje vivends na Inglaterra, admite; por sxonplo, que hi normas jurfdicas ndo proaulgades, nen garantidas, pelo aparelho estatal. = nfo estd s8, neste convice%o, que passa a denonstrar, com pesaui~ sa ompfrica, a exist@ncia duna pluralidade efetiva de fontes © ordenanentos. em contraposi¢ée, 0 jurista iugosievo, Radomir La kde, descarta aquelas normas ndo estatais, por ado se emus fere dar B palavra — Direito araren no sentido que piste resulta que Podgorecki, inspirade no seu comps eriots Petraiycki, defendo un ensinc de tinbre socioléeico, © Lnkie, ao revés, muito préxino de Kelsen, vai insistir no enc sino tradicional e dogndti ‘A attitude de Lukic @ ainda a predominante en quase todas as Faculdades de Direito. Mas, por isto esto, note ande Goxes, vivexos atados conde os institutes que florecen is suas aargens. ‘ssor baieno, combatendo as retinas sub- crinicos, desconhs oz eBaigos vai mais Longe © notavel pr ‘Argui, mesne, que o ensino sssin se converte na fei- fas instituigdes caducas, como s¢ Ihe na é¢ seguir docilnent Fosse dado fazer parar a Kistéria héo admiza, portanto, que se revigoren todos os ini= migas do Direito, ¢ repitan que este, os ur Tnsiaamentos ceninhan para a extingdo. & af que surge © # Guna sociedade, en que © nosso afazer 0 4 fungio social 8 que pepire e preencha parecen fadados a desaparecer~ Una aces Zoi dada, hi muitos anos, pelo ed~ spos vel Joo Mangabeiza; ¢ eu mesmo sduzi uas ergunentos no 7 G vos, em escrito recente Sacer Gy Wont FONOOREGRE, Lge nd Society, tendon, Hourretee 3 Teste Dest S EONTCEY, GGisias-w paswiag SaDONGR LOTTC, Tadoria ds Deol Bethy Beadle’ Faria, Datiozs 1974, p- At, 70¢ passiee pireite EconSnlco e Quezee Enusios, Sivas () ora GEES se CMS Bliori de Liveos Balvator, 1975, pe 65» (+) mayersco 3e ASSIS BARSOSA, ons. ~ 1gStes Pollategs de So8t Hon Selss, srasilia, Sexsdo Cie eR as pak, wom polete Bo, dazfos de Defesa do'Dirciso, Srasiiia, Grafica Eattore Obvetes, 1991, pass pate a: pele Dognieicn ¢ oasesegEs,0 bereits que, nfo se desxa mia, nunca eSteve tio forte agora; ¢, Vigoroso, aaa + empolga fare-0s!quelel tema secsaens ges jurfaicas + enbora por ne Gen cone teis. 9 cyror METS edufvoco,nemserpre as roconhe no pretendo reabriz, neste a cheia de reivindics spect mm esses adversirios, — ¢ a discussio. Afinat, es + 78 OAS, uns tend@ncie a0 auicidio Tudo depenae por Direita, pare eae ig muttiMe anitise, do que se ontonda oda antiga ou en 20,0, TOSeeRtE ou minguante, © ensin-lo 3 #0 04 en estilo diversa, see iniie & de toda sorte, azre ‘i que se conduza ‘dito no digiogo honesto, desde avés dua exene da vale dieioger Tene 1 Rantends pr Eende, se neces sir aoe 0 de questdes abertas. De ng upastos, de que ninguéx pre~ : abrir aio. ofo teva e parte slguaas anice gig] SETS #0 floes poder autocritico © sus oposighe, ne © We 50, trave entre un cordeize; © 0 lobo ais; passo". Disnte diseo Ea entrevista de "ae men don lode io forte,nio arredo un Cordeiro s8 resta una alternativa a negociar: “notre assado de aluninio?” espeto ou morro cozide on panela A domitica, § ciara de, por exompl0, dineoegs er Om Bites aspectes. Ela po- f= gencratidades, ¢ cer on vi ‘ntegral, ou pensar que so ae = Rade se sresi equ Evia « prudente, om sivisses de : A1izagio nece trabalho © mantida a yisae an e onde situa o sey co ae bordinads 2 domicice, entrereste an acrescentar mais araves tnconv. to, para saber 0 que faz iT. A especiatizagio, sux to, dogndtica €, cheganéo 2 enientes., De un lado, & claro, zantém o seu yineiilo con © ordenanento Gnico, estatal, herné- fico © intreneponivel. De outro isn, ata nos afasta ainda mais do essencial; pois, na frente des antolhos coloca as bindeulos invertiges da microscopis. Ho, c bando de avestruses, que diligontenente se poen a engu tatoldtrico, a sua porgie de artigos, paré- ‘Tal como existes, na religie, os paya-decr; Lux, con fervor profes, incisos © elineas papa-hdstias, vonos, no Direito, = carolice dos tos. No entento, 38 advertia a iucidez de Heller que, mesno mun Estado de Direito, a legalidade nfo substitue, nen faz presunir, a legitinidade (©), Se 0 ensino do Direite ajustar seus pariaetros pele bitole estreite do statu que, toda pretensa renovagio de cur- sando sous tit strugo progranada. se atime rfoulo © programes continuaré tos. Neste mmpenho, nada melhor do que a PSe-se a ideologia em pflulas, ¢ o estudante aprende a dese- har un x, nalgum pont indicado peles gabaritos. 0 8 castrado; viowse r jurfdicos; perde-se e nocdo do impulso o Direite — tanbin © Divei, Ja se vé que; com isto, 0 Dir sotaligade & dev progressista; e de todo se evols to — de Libertacio; iste @, 0 que internanente reivindicem os grupos ¢ classes oprimides ¢ espoliados ©, no exterior, co fo anticolonialista dos poves, com impacto do manda © novines néstico, na luta contra o imperielisno. fn Argel se prociamou, na Carta 4 Direito dos Povos Oprimides, en Cong: 1977, 9 sernacional ©). gas que Gy GRAS EMER — deczia del Eeeado, Movies, Fondo de cultura, 1963, pe 238. (7) ENRIQUE GIL CALND, Logics de la Libertad, Barcelona, Anagrams, 1977, 2 2. 08 repercussdo teve isto nos cursos de Direito? Assim con 0 Di roito intorne continua a cor tratade apenas do pento do Estado, 9 Direito Internacional permanec mente redy verestatal, Dentzo ou fora, ad na nesma: os sists: nas harmonizen-se; © 05 seus conflites resultan, em Gitina se, contre ados, pele correlacie de forcas © freas ae & Fivéacia geopolitics, gececondnice interestruturel. # visi vel a nova linha éas Toréesithas... Reunides, hé pouce, em Colfnia, os presidentes das. seccionais da nossa OAB ¢ toda a diretoria de Conselho Fede~ yal atualizaran, com firmeza, as posigdes do advogado. se dou toda Eniase & protle: ‘Lamou pricridade mis tinagie de poder (, ica institucional e de no para as questdes atinentes 3 lagi- Une andlise das condigdes para a 7: Ge nenhun modo pode fazer caso omisse dessa tonada de posi~ so. 0 Direito hd de ser pensado, antes de tudo, zo nivel ma do casino hist@rico presente; e este nivel 6 0 zosno para todas as na~ gSes: varia apenas a intensidade do clamor, que se regionsli- za, segundo mais avancada ou mais strazeda se encontre = er- quitetura local das instituigbes desobstrui (0 objetive & Gnico; porén anais, para a maior participacio dos setores pro gressistas da sociedade civil, num modelo sScio-politico 0, Portanto, jurfdico, também, de alergenento des bases denocré- tieas, no contréle do poder. $8 assim se conduz 3 troca in maa estrutura po outra, vencendo as doninacées s3- cio-econduicas infques e produzindo 0 reordensnento pel Justica Social. exigide () GAR bE Cora, aaa, Os-07-81, Vor do Advogade, rele da see~ sat do-DF,” 22 981): 5. 09 © que espanta @ tonar este inpeto, © depois ver a x: ae seizanente B nargen dos aspectos culminantes ¢ fundanentais. Gasta-se fSiego, por oxcmplo, @ acertarse convém uaa auls-conferéacia ou una cula-senindrio. Dou por ambas, desde Loge, em dosagen prudente, coao bem assentou o parecer aprova ros. Ali, © insigne do pelo Institue dos Advogados Brasil prof, Sérgio Ferraz estabelece os pardmetres corretes: a pre- legis, diz ele, ndo é um nal en si, 2, com a funcie ordenado- ra, deve ser mantide, ao lado da pesquisa, do didiogo’e do 1a doretério jurfdice ‘ @ depois do debate e: tive © sistemstizadora exige a prelecis do mestre, gle 0 ng Nada msis certo, convenhanos: antes dantit, a funglo orientadora, informa turel acdorader da participagio ativa do corpe discent so até acrescentar que combino a prelecée ¢ o debate, inclu- sive em pés-graduagdo, pois as deficiéncias do bacharelade enezgen, no despreparo da xaioria dos mestrandos para 0 ine- disto ingresse nas trocas superiores. # preciso, antes de ty do, supriz lacunas, desenaranhar conhecimentos, ensini-i0s a sar, a expor, a enquadrar questdes ¢ a desenvolver un vengio Micids, metddica, nfo tumaltudria, sobre- mum, que produ: una espécie de in . € evidente, nanifesta— esc Ripe de inter tudo ante 2 ée: forzacio genuidade conovedora. se no bacharel, devide @ naturoza da formagio que recebeu, dognitica, acritica, sem panoramas lerges © profundos, a es- melhores qualidades d2 inteligéncis natural e coarg ta siruag: tar os impul 1s de questionanento. (a) Stcro FemRiz, Pazecer (sobre as indiessSes 38/9 © 31/80, TAB, ‘29-01-81 (Copia simecgrafads, p. 5) Nido escapou a0 prof, Sérgio Ferraz este aspects, pois ele rectana, de infcio, © ensine erfticn, = formagio do jurie ta caper de abordar os institutes i luz das reformulagies so- ais, Neda disto se acha no ensine corrente, dominedo pelo que 0 co! ga tustre @2 nactonai", e que € 0 positivisne juridico” (1). dou-the in- veira rade. fica de “proga univorsitiria Alids, queria acontuar a inportineia do parecer, aprovado i uneninidade pelo Institute des Advogades Brasiiei~ Fos, 0 que muito me alexte, pois nele descubro idéias que vi- aha sustentands en escr=tos © congerncias, diante da hostili dade @ indigerenca dos que se renden i zotina © % tradiclo. Afore este soberbo parecer, sé tivera a zeagio positiva. dos meus alunos, vitinas do en 10 retrdgrado, eo qual, con uns poucos colegas, vinha reagindo, na tentative de Ihe dar outre @inensie, mesno perante as limitacdes da estrutura. Para a esclarecida minoris docente © visando a atenuagia do mal os- tar dos estudantes, escrevi o opisculo — 0 Direito que se Ensina Errado, +2) que teve, om BrasSila e alhures, um certo sucesso de escindalo. Mas, no debate habi (1, nfo energen as nossas preo- cupagées. Tenho assistido com invencfcel tédie —nio © escos 40 — certas discussGes. No falso dilema da aula-conferéncie, x sula~seningrio, ji ouvi dizer tude, exceto se a tomaria 2 desfiar os dogns do Direite enasculada, 6s burrinhos de presépio, ov se os semindrios agitarian a p Tio) SERGIO FEM, Gasca, EE) p. 2-5 Gs) Bide. (12) HOBERTO tmx Primo, o Direice que o¢ Ensing Bevado, Beasilia, coo ‘#50 Aeadaaico de Direito di Wale T9E0- pitante questo do sexo dos anjos... Nao exagero, © eis a Hlustracie: 0 procedinento alicnante revele, em tais debe tes, una sugestiva predilegZo por temas como = “natureza" da norta juridice, para saber se é um jufze hipotético ou um jul zo disjuntive, com grande consumo de citages da estéril pole se, contudo, que até 0 po~ nica entre Kelsen @ Cossio. Onit sitivismo jurfdico menos dado 2 besteirinhas rococds j4 reve- lava, hi mite ainfocundidede do de disputa O*] De qual~ quer forma, terminado o seningvio, no estd salva a patria, nas 0 Direito ficou enterrado sob uma espécie de entuihe idi co-forms) Tanbém se fala muito ea especializagio. Ja scentuei de trabalho, que nio perde que & preciso distinguir divi: de vista © conjunte, es hiperespecializacio, que, om tais ecasifes, ven reconendada. Recentonente, acoupenhei 2 distancia, no meu retire heterodexo, una reunie do professores, que tratcu do mercado de trabatho © da qualificagio profissicnel. Um dos seus mais sceu-me da~ conclusdes, Micides participentes, 0 prof. Igor Tenério, forn dos sobre o que elise aventarae, 3 de esrile tradicional, pude at@ cothe pressivos. 0 primeira deles § que 2 Unido & o maior eaprega~ Gor de advogades, utilizando cerca de 6} da nlo-de-obra, na 4 Jas profissbes juridicas. 0 segundo @ a proclanacio, no certos elenentos ex- referide senindrio, de que o problena seria zais da qualifi gio profissiona? do que de mercado. Ea sintese, 0 apurado le you amaioria dos debatedores ¥ conclusdo de que o ensino tex de ajustar-so % clientela enpresarisl © aos enpreges en Sr- los piblices, tanto no apecto de assessoranento ¢ orienta (is) A propisito, SORERIO 2OHBI0, Studi per una Teoria Gonerale del Rese "tay Torino, Glappickolli, 1970, re cdo preventives, quanto ao da advocacia contencioss © propria monte forense. Por cutras palaveas. haveria farta colocacéo para advogados no que se considera une "evolucio” da fase 13 beral, con ¢ escritério indivicualista, de livre concorréneia efetiva para os conglomerados e concentracSes de verdedeiros polves profissionais, visando a grande clientele nacional ¢ nultinacional © — cole va sans dire — 2 mequindria estaval, Ben nftido 0 desanparo, neste passo, do pequenc cliente, o que se debate entre as gerras dos "grandes interesses” organi zados; e ainda se pede, con tal fim, una especializagio rigo- rosa, para melhor afeicocr o brain pover advecat{cio a0 merca ao. . Enxergo, nestes colecacSes, ux risco proeminente, ¢ ‘Tendo en vista 0 quadro pragniti- co, parece-ne que se mininiza tudo quanto pode fazer, © faz, © advogado para alterar < situaglo, assim canoniz: vende a dirigir 0 ensino, nfo para a insercdo do jurista nes- sas funcdes, 2 fim do elergd-las ¢ transformi-las, maz para que nelas desenvolva una atividade con mero alcance de refor- go téenico. 0 equilsoric entre a habilitagio técnica e Hbratura jurfdica superior depende sino que patenteasse os vicios da organizagio existente estinu- lasse, ado sé a critica: @ possibilidade de atuar, na empre~ 58, no servico pablico, ro Ambito profissional Livre, ma ma gistrats; clusive no assessoranente Legisia’ néo ne exino de aponti-10. no Ministéric Piblico, onde quer que seja — ine vo ou sindical — Ho progressista, © no conservadora. Ora, esta possibilida~ de existe, mas fice a deyender duna consciontizagae que o en~ sino tecnicista jamais erseja. aire A chanada “aodernizagio", cone observa Miaille, anes tesia as inquieragSes @ Sésserve o Direito, subordinande-0 a0 desvio tecnocratico. Os juristas, desta sancira, so levados a se agasaiharen 3 sonbra do stazu quo sdcic-politico © sécio 1 de que ae tornan servidores (2A), Sob tal aspecto, nfo se estimuls © que o parecer Fer raz denominct a "condiclo de produrir, eso no interior da escrutura assente, uma dindai~ ca especial. A prépria dognitica, reenquaérada, ministre, fare zeeriar"; ou, seja, de nos seus orificios doutrinécies e noruatives, un repertéric de vias a explorar, na execucio do projeto erftico ¢ progres~ sista: a condicio para supefi-ia @ domini-ia, iste 3, conhe cé-la, percorrer os sous meandios, Para isto, entretanto, hi de ter em vista 2 advogade que tal dogndtica refleto cutras digdes, do Direite estatal ¢ seus diplomas legis na tradicional esta cheia de suges- itica, levande a0 supralg latives. Nesno a dout Ses quoiviabilizan una abordagen c gslisno militante, Disto nos dic conta, alias, a jurisprudéx cia mais avancada, as assessorias plblicas e privadss que x30 se linitan ac encuadramento autongtico das pretensdes patro— neis, a atuagio advocaticia vanguardeira, a atividade sindi— cal e cozporativa do advogado © sua cons Grados reivindicstérios da sociedade civil. fa téenica € instrumental. 0 que 2 reforna do en- tenho, nfo é ajeitar as sino pode fazer, na visio que del: RBenicas ao sabor do statu quo, nas, ao contririo, mobilizé— -tes, em funce do Direlto, no mais alte © abrangedor sentido da palay (a) cost Eis wi SOURIOL ot at Droit, Paris, Maspare, 1978, Tal Poor une Critique de © mercado de trabalho aparece on foncGo dusa estruty, ra sGcio-econdmica, ¢ & dentro dele, sex divide, aue, como profissionais, havenos de exercor s nossa atividade. Nas dat, no se deriva que a profissionalizagio deva ser passiva, come se tornaria, fatalnente, no ensino tecnicista. Subtrair o en dereco das tdenices, torni-las aparentenente nevtras, para conjugé-las 2c interesse do poder econdnico politico alo xe parece una forma valida de reorganizar o ensino jurfdico. Is to importa on trecar o idealisno e sues palavras vis peles Programagées ainda mais danosas, porque funcionais, pragnati- cas, diretanente subordiméas i doninacio social, até satis— cas, dlante da subservigne: Bose ne pernitem 2 irreverénci: — cono se reconhecdssexos que to- da 2 progacdo ideslista do Rui Barbosa em nada slterou, salvo rica, © quadro brasileiro, ©, on seguida, desvidssencs 05 seus seguidores, para se tornaren eficlentes secretirios dum Hermes da Fonseca ou assessores ben pagos de empresas es~ trangeiras, que jd provocavaa a indignagio patrigcica de Ar~ Bernardes. sek Néo atribuo, @ clsro, sos ilusere debatedores, que tanto fslan no mercado de trabatho, uma IntengZo walévoli, mas cumpro o dever de assinslar quo favorecen, keerto i sotemente, os interesces que, om via dirsta, muitos ée- Jes talver se recusassem 4 servir, 0 daltonisme cua total coguciza ideoldgica ilude eases mestres respeitiveis. Desfei to 0 equiveeo subjetivo, pois néo estou aqui para atirar pe~ Gras no tethedo de ninguén, subsiste, objetivanente, ©, a acu rma clara, que ¢ tecnicisme a hiperespecializacio, vinewlades % estreitoza dos elexentos Zormais de un mercado de trabalho, 4% no ensine que representa 2 estrutura sécio— , sen examinar os vicios © ingilidades que nela se ver, de evidencian. Isto repugns 3 conscigncia do Jurista — © pis aqui un J maiiscuto, para distinguf-lo do legule: ‘ yy A netodologia, desde a raiz etixolégica, @ un terme e melo: 0 itinerizio (ods) corresponde a0 ebjetive e 6 deste que se derivan todos os proced se entende para onde segue tanto afa. 0 destino do prético cue se copie do sen visio tedrica é fazer 0 que manda o patrdo prepotente, riticos! © "eSenices" pur Daf a conseqiéncia: um ensino de " ros redunda en calibrar as armas pedagégicas para 0 tiro nor- , que visas Justica So- yorece © Esta~ tal no Saino de combate progres cial. Pois aquele tiro do ensino tecnicista doe, secundarianente, os setores reacionirios da sociedade civil, que com ele se articulaz, ava comunhio de interesses. Mas, cono jd exclanava Schiller, na Maria Stuart: "Guardai— vos, nobre Lord, do confundir/e interesse do Estado eo da Jastiga (152) Nem hi prética decento, sem uma teoria vélida, en que se arrime. Lembreva, hd muito, Ortega que toda teoria & teoria da prética e pritica nfo @ mais do que praxis da teo- cia [*), qualquer inpulgo tedrico, desautrido de praxis consciente, & nsmite os produtos da Adeologia; mas toda praxis bruta, sen refiexdo tedrica, 6 ce~ gueira pragntica, gerando marionetes, de conduta infrahuna moeira alienada e Mesmo no nguio sinplesneate util jd cairan no aior desprestigio. Nota Claude Dubar que as ca pacitades Gteis da forca de trabalho néo sio mais Ge) YANUEL RANDEIRA, Possis e Prose, Rio, THSE, vole typ. 985-386. i (cs) JULIAN MARES, Crops I+ Cixeunstancia y Vecaeiéa, Madeid, Re- mente, ou sequer principainente, técnicas. Mostra o autor francis que agora se requer a aptiddo para entender, situar « dominar conjunturas econdmicas ¢ scciais complexas. Desta neira, torne-se impossivel distinguir e opor a foraagio espe- cializada © puranente instrunestal e us ensine genérico © pu- (Gs)_ 4 prizciza @ obtusa ¢ nfo di conta do recado; ¢ segundo @ cerebrino © vive nas nuvens ranente abstrato 0 menor probiexa concrete pede una teorla que © enquadre, sen o quo no serd, nen conpreendido, nem so- Lucionads, ms teoria, por sua ver, enfrenta aporisnos que a pritica gerou, a esta Gitime reverte, © nela busea a valida— so do que sustenta. De outra parte, 0 curse breve, super—aspecializado, teenie: do no tenpo: sé erla pseude-especialistas do tipo subaltemno; 0, de técni- 2 § tio curto de visio, quante enc eas, ensina quanto baste ao aluno para tornar-se un profissio Rel bonsinho © ben nandaio. En suna, df tributo @ estrutura assente, que pede a mlo-le-obr2, sen cabec Nao vai nisto, porém, quslquer teoriciszo, Teoria New creic ne mize da posigic mental. Toda “neutras: Gade" @ filha do statu quo, pois The af campo Livre, enquente Se recusa @ tonar atitude. Creio, 20 revs, na forga dun en- gajanento que no reprosente o fecciosismo. Ea escolha en- tre @ certo eo errade, 2a xente, que tracprova, onde se enxerga o nocive © o denéfico, o atual eo m. ma praxis, 2 con ‘visea de caslaanes, 1960, 5, 158. fie) CLAUDE DURA, Zormation Zerzanente ex Con s, Faislese socisise, 1980, pr 2lle Pe oe anscrénico, 0 reaciondrio eo progressista. A verdadeira in parcialidade @ una eleigdo também, Ela vé as razSes do pré- prio compromise, © esti sempre disposta a discutir-Ihe os fundanentos Ha menos de um més, 0 insigne colega, Raymundo Fao~ ro, dizia, com apoio em Bobbio, que ser impacial no % proscar nse on transes do descompronetinento, "senfo que supde a inde pendéncia ao dopna, ao cego seatanento duma ordenacio institu cional", E 2 imparcialidade néo-neurra t+), Certo @ que, para nds, en profissie jurfdica, 0 que importa @ 0 Fanal do D: weretan to. se © popes, err: No hE como segui-1o, anente, longe do exato lugar onde se im planta, — @ preciso tenter, portanto — tentar de novo — una visdo globs Tanbén nfo ne jpressiona o argumento comun de que nunca se chega 3 sintose esperada. Existe una faldeia oculta na renfincis, quando os seus defensores apontan 0 cbsticulo das concepgées divergentes, que nio se concilian, Nisto, vio esquecendo que, passada adianze, 2 delimitacio do caapo juri~ Gico 8, nada obstante, Feize, numa opsic iaplicies. Dizendo que 0 Direito fica indefinigo, eles mesnos, depois, nalizan una dasconstrucdes, geralmente a pior, com a vantagen , ndo declarendo a escolha, se dispensan de Funda Partom logs para alguna das modalidades do na como um dado indiscutivel. esitivisno, De outra parte, até acho pitoresco osse jeite de ne gar, ‘cozo se fore inpossivel, un conetimento de todo inevi (10) RABONDG F408, Oracle ce Porsninto, Brasits Gita, sSpia’ dees ioqeeraaaye a, eB, 25-0781, (iad vel. Testo xe te a © freguds indeciso, cue ndo sabe o que pega, diante do cardipio variado; o como, 20 fia de tude. nao vad pass: fone, escorde-se na cozinha, onde se alinenta cox gen, para eleger § mesa a meihor iguaria e, se fatha o amenu, por-se en lugar do chef, ¢ cozinhar, sex medo 2 prépria re cio. Wao posse retracar o que 54 fiz, outrora, ¢ ainda ¥; ako fazendo em tais gestrononias. Entretanto, eis que tire = bete do cosinheivo, @ veuho oferecer 2 anostra da minha culi- Dou as linha mestres, reportendo-me 20s livros, en que as preone! Ea, sen ja, um risco, mas hé tanbin vantage no procedinento. De un ges, ¢ 14 se vio matize: do conforta-me a 18% do, ele engrossa os trae nada despreziveis; mas, por cutro 1a a de que o escuena d Geil, As mindcias, aio rar, desencanishan-se nos labirintos da pratica ¢ da teo mais do que nunca, entée, se torna indispensdvel que to- ence una bissola, procurende a melhor direco pelos Pics de noche de Ninerva. (9) noserco rea 110, A Fitosofia Jur ‘nivien, Porvo alegve; Fabre, 17 oa ase Hotadas alse de eWdade Fodgeal ay waraniaas 1 Tailan Jusfaicas, Filosofia Duetdteie Sectelogiatertsiea, Cs Binciogis, Direito Criminal), Srasfiia, Jab, 1991 (aineograf doa). pedidos para a Caixa Sostal 0) 6063, CEP 70 000, ars 18a, or. Defendo una ontologia dialética do Direito, cujas, facias no se encontraa, meu ver, preenchidas petne a tores hegeiianos e marcistas, que con a dialética séa un coa~ Pronisso Gbvio, Nao me tnctuc entre estes. Diente de Hopes, mantenho @ posicio do ser comun, en relagdo ao génio, e acmi- 0, con slegria, 4 infludncia deste pensador. Mas nZo ne pos s0 dizer un neohegeliano, muito par io professer o ideatisno, sparto-me da tea facia a que Hegel cedeu, por mites razSes conjunturais, de- vendo para o Estado. Quanto a Marx, jd disse, nowtros. es- erites, que temhs presente © contribuigao deste ft1és0so de grande influéncia e nio menor estatura; mas nfo ae posso i= ularmente om Fils: 2er ua neo-narxists, assin como o priprio M se define cone neo-hegelianol"), 7x de nenkun modo Alids, parece-me evidente que o marxisac ainda nfo ten, de prépria, uma Filosofia Juridica; isto 8, as sugest gue, a respeito nos aio Marx, Engels e seus cisefpulos ago chegam a situar tode o Direito, ne sua essGncia e transforma sSes. Isto, alias, & reconheciéo por muitos marxistas. 3as- 8, @ propdsito, lenbrar o ensaio de Phillipe Dujardin o Pier re Michea 4) . End! , Sou izrenediaveluento, Roberto Lyra Filho, , muta sintese, o perfil do Dizeite Ele ly— aie thes evocar H. Was, por Saver, nio tomen esta férmula sen un grec de (ro) Romeeto Lima 7mL80 — 0 Dizeice que se osina Eevadoy civ. Basses de Defess as Rirdligy Sits passa (3) PeCLIPE ouasony ¢ PremsE wacumr cits, pe ss. Pour one Grisique du _prote, a sal. Ela aqui representa mais a jovialidede que 0 compronis- Fe pomposo. Puts, afinai, tanbén, néo criei nada. 0 meu pro Jeto todo outro. 0 enpenho filosdfice e cientffico ndo berta. A Ghica coisa a por ali nosso, & 0 olke atento, para ver e interpretar o que vé. os fendmenos dio-se, as essGncias nanifestan-se: cabe 2 nds cap- ti-los, tio sonen 52 2 criagio, mas 2 de Ora, estd visto que eu ndo iaveate © Direite: apenas observi-1o, spds tents outros, completando ut 7 que, a0 agu © mostrava, por assim diver, de corpo ine teire, Muite ambicgGo? J se disse que © pigneu, trepado 3s costas do gigante, pode enxergar mais longe do que este. Re~ Passo & visio dos meus antecessores, tento alcangar 0 que falta, en sua apreseatasio de Direito. Un dos génios que mais influenciaran, no sentide new sative, o pensamento jurfdico foi Inganuel Kant. No ot Kant, culpado de levar 0 jurista ao campo de concentragao do Positivisno, sobretude no parecer concerne: Eacutiages (*), tanbén deixou una ligés, que nos incita a su perd-lo. £ dete a a1 mative de que © empirisne estreito con vidica, 2 puta de Fedro onbros una cabeca de pau, que infelizmente nfo ten cero- bro (a1). (Go) ee ee (+9) vice voter, regons ¢/aietoize de 12 Pastosophie du Droit, Pa His, Dallog, 1962, ¥. St s6y WOO TOUR. Matas cee cee aes ee Droit, Paris, L.6.0.2., 1965, pe 2-17 ¢ gE (or) 1 RMD ~ Meraptystsche snfanseamnde der Rechtsléiee, Ty 1, #1. You por dois caminhos, pots um controla o outro. Nin guén pode negar que o Direito se inscreve na Grbita dos fend- menos hunanos © sociais, ¢ assin logo se apresenta, quando o buscamos nas suas aanifestacBes enpiricas. A princira verten te &, portanto, secioldgica. Por outro lado, hi viva © longa tradico de pensar o Direito en sua esséncia, que os fendne— nos sociais apenas dinamizan ¢ patenteian. A segunda verten- te B, en consealéncia, ontolégica e filosStica, Durente muito tenpo, qufs-se afirnar que tode oxtole gis G, por natureza, un produto “netafisico” © idealist. Nao B verdsde; e basta, para dendnstri-lo, 0 exenplo de dois eni- nentes narxistas, que, com todo 0 seu vero asterialista, nada obstante se dedicaran aos estudos ontolégicos. De fate, 2 on tologia nio & “netafisic'" — fixista ou idealista-por defini Ho; no nixino, por desvio. Tex-se, deste node, a culninin— ela da obra de Lukécs nuna Ontologia do Ser Social. J afir- mei, doutra feita, que ali hd poderosas sugestées: a ontolo- gia jurfdica pode contrapor-se a todo idealismo, tonando os. dados eupiricos, a fim de reclabori-1os, en busca das "catego ries, cono formes do sor 0 doterminacées da existéncia"; isto @, num salto, on que o ser e a ess@ncia resultem "geneticanen te deducidos de suas formas de transigao" (**), seja qual for 2 crftice feica ontologia lukdcsiana, este projeto e in tengo abren perspectivas dialSticas ¢ ado se enquadran na perspectiva ideatistal?®), (Ga) GEORG LIKEKS, Sucologie, Darmstadt & Newwied, Lechteshand, 1972, ps ide passte. (2) nosrEro Lym YELHO, 0 Direito que se Ensina Brrado, cit., 7.26 @ passin. o22- Por outro ado, no que tange 3 ontologia Juridica, en contra-se on Inre SzabB, furisfildsofo e, vor coincidéacia, tanbén hingare, afirnagio categérice, alids com apoio on cits sBes de Nerx. Asin, quan:o 20 juridico, isportaria achar 2 essincia que "se oculta por erés da forma de aparico” (9) que @ to 6 aparZacia, fexineno (a "coisa que surge", cone vera a etinologia), Se, ao final, a concepgio que tenho des- sa ontologia difere da que SzabS extraiu duma leitura de Marx — eis af una outra histéria. Adenais, se analiso as id@ias juridicas, no confron- to histérico do que elas nos indicam, também nfo ignoro que so, en grande parte, nfo proprianente idSias, mas ideologias. Dialético ndo concluiz, 9or isse mesno, que tais ideclo- gias em nada nos interessan. Elas manipulan certas verdades Gistorcidas. Por tel razio, alids, 8 que ganhan verossini~ ihanga, transfornan-se em 'crengas" de tantos juristas, deter minan assim a "falsa consciacia” ¢ se institueionalizam, co- mo produtos saciais incutilos, por via da educagio - tradicio~ nal. A verdade, no entanto, de algun modo ali esté: 0 ideé- Ingo no € um parandico; limite-se a render-se, inconsciente- aente, aos condicionanento sociais de om “saber priprio BS classee grupos sociais. Minguém se pode livrar, alils, de un certo grau de ilusto ideoldgica, nen mesmo of que seo coren no ciontificioao, gus, em si, j2 constitui uma ideoto— gin, de sérias e danosas conseqiéncias. 0 que importa 8 cons cientizar, no possivel, e diminuir, no vidvel, aqueles condi- cionanentos, para avangar 10 rumo histérico da desideologiz cio. Esta, sen divida, se beneficia das contradigées e racha ‘DSL SLARD im BLAGDIEVIC gt aILL, Iotroduction sux Drelte _seckan Hiiapest, skaitatat wld, 1972, 7 20-21 23. duras que, na crise social, pressionan as "crensas", possibi~ Litando a superacdo. A isto chan Adan Schafi de “verdade proceso". Como na série matenitica, lenbra 0 £ilésofo polo~ nés, "tende-se pare um limite que munca vird 2 ser definitiva mente atingido"(*); se 0 fora, alias, a ciGncia acabaria ¢, no terreno filoséfico, atingirianos o “saber absoluto", com que Hegel scnhou. Wen nos desanine 2 madéstia de todo resul- tado: a cada etapa se firma, objetivanente, um delango do ad quiride, que nos permite avancar. De toda sorte, como dizia Benedetto Croce, a certeza de que as nossas choupanas vo ruir un dia nunca foi razZo vélida para morarnes 20 relento. Procuremos, assim, a construcdo mais resistente que se nos- trar acessivel no ponte histérico a que cheganos. Fizome, primeiro, no exane sociolégico. Desde as bases de toda estrutura social, encontra~ mos, vestings a conduta dos homens, uma orden de normas, que pretondem regé-la, Algumas, menos intonsas; outras, muito mais: @ ao fim da escala que se descobren as normas jurfai- cas, mais nitidanente heternomas do que as morais; duna bi- lateralidade mais vincada; assim, tambén, mais precisas no es tabelecinento das sangSes © dos Srgios © procedimentos de sua eventual aplicagio, Direito, sob este especto, $0 — setor mais firme do elenco dos sores, e existe em toda sociedade, mesmo a prinitiva, ainda sem classes oem commhZo indivisa da propriedade') (E*) ADAM SCHATP io SCUAFF-SCZEPAISKE, Sociologia e Ideclonia, Lisboa, Editorial Presenga, 1970, 9.69. (ae) A propisica, DOXALD PIERSON, Teoria © Pesquisa ex Sociologia, Sio Pesto, Nalhoraneatos, 1950, p: 2927 SHELION Ae DAVIS, fetrone~ Jopia' do Diveite, Rio, Zahir, 1973, p. 20. ata De outra parte, entretanto, 3 medida em que se transforma 0 prococee predutivs o onergen ar sociedades com classes definidas ©, inclusive, un Estado j& constitufdo, a posicio das classes @ dos grupos — aquelas, fundanentalmen— te; estes, om funcHo acesséria —, as normas se desdobram nu~ ma plurelidade de séries, oriusdas das classes © grupos, em que ficou cindida 2 estrutura; © di-se, entéo, uma pluralida~ de de ordenanentos conflitantes. Os grupos oprinidos — cono a3 minorias tnicas, roligiosas © sexusis, por exemplo — as classes espoliadas, tento quanto os grupos ¢ classes doni- nadores tm as suas nornas, sua conscidncia juridica, reivine dicen direitos © se apareihan, no seu ambito, com a institu— cionalizacio en ordenamentos que regen 2 conduta e estabele— com contrastes con a pretensio da orden Gnica, enucleada no aparetho estatal. As normas nio-estatais ndo so, entretan- to, menos jurfdicas, pois 6 inslusive a sua presonga que im- pulsiona a dialéticaespecifice edetermina as mutacées, com re, Flexo no poder central. A pretensa unificagio estatal & de todo ilusria (+4), Quande a maré histérica Zavorece uma das séries de nommas competitivas, elas sssunon 0 comando, por transposicio Aegalizadora ou vigdncia social contra legem, estabelecendo una hegenonia — parcial, se so trata de grupos: total, se se trata de classes, pois a reconposigio da estrutura classisti- ca atinge as préprias bases da organizagio social. Note-se que, no contexto, as normas estatais representan apen [A) Vela-se, por enewple, BOAVENTORA SOUSA SANTOS, The Lew of ehe percesed, in Lew and Society, IZ (1): 5-126” C97 Gnclurive, G= sezqalss de campo, no Braci parte ¢ incidente no processo jurfdico. 0 Direite completo estd na dialitien ampla # global da doninaglo-libertacie; bus ca uma orden eficaz e Justa; onaranhe-se ¢ se desnatura nos interesses estabelecidos que pretendem disciplinar o proces~ 50; € recupera o fSlego, para impulsionar os reordenenentos superiores © mais avangados. As visSet mesmas de Justica es~ to obvianente condicionadas pelo posicionazento das classes € grupo: fe meden-se, en eficdcia e legitinidade, pela sua 1L gagdo con o movimento ascondente ¢ progressista, apesar de to das as contradigdes que dele nie fazen une linha rete; antes, conpoem 0 progresso em espiral. Na prépria infra-estrutura, jf se encontran presen tes os dados jurfdicos, reletives 3 ciedo mesma, em que o es~ tabelecinento de propricdade © controle dos neios de producio delineia um certo modo produtivo, con Sbvio conflito das clas ses favorecidas e Aesanparadas. Entdo, 8 irrenediavel que as normas de propriedade dominantes © todas as que se polari- zan en toro deste nficles bisico acarreten o aparecimento de ordenagdes competizivas, correspondende aos direitos sacrifi- cados, que dinanizan classes e grupos espoliados ¢ oprinidos. © Direito conmaiiiscula, om totalidade @ devenir, nic se identifica janais con este cu aquele aspecto do proceso: a0 revés, de todo ele se compée, para energir, a cada etapa, como a sintese, apontando para o runo das superasies. A esta sintese dei o none de Direito IX, pois, do exame que fiz de todos os planos © escaldes contrapostos, oito deles ressalta yan, para integrar 0 conjunto(*7), em sua dialética, Nio pos (7) soWERTo Uta FILHO, 0 Direieo que a6 Ensine Erredo, cit., p. 13-20. =26- so reexaniné-le aqui, mas, de toda sorte, assinalo que Direi- to IX, en winks andiise, & apenas o veror, indicando © que se pode ver, na direcdo do progresso de Hunanidade; ¢ & este que se tenta exprimir nas sucessivas declarag’es de Direitos Hana nos, com a sangio de ilegitimidade para as ordens noraativas que 0s vulnoran, inclusive en produtos legislatives e eata~ tais. Direito IX é sempre @ resultante final, ndo no sentido de perene, nas de abrangedors, a cada momento, do proceso ju- ridico evolutive, om visio ecunénica. Por isto, ele s¢ rein~ sore. de imedisto, no devenir histérico, para novas aguisi- ges de Justice Social, que as ordens estabelecidas pretenden haver realizado, congelando-se e despertando 0 desafiopro- sressista. Adenais, as contradicdes de quelquer sisteaa tan- bén o dinamizan, na medida en que favorecen & inplosio dos sistezas de normas, que se completa con assGdic des forcas reestruturantes, de Inpeto Ubertirfo. 0 Direizo global azo &, assim, a ordem, mes o processo, gorendo ¢ superanda as or- dens que se instituex. Nenhuna estrutura social @ eterna, Se © poder ten a vocasio do maestro vaidoso, © acredita ser dono Go consenso implicizo da orquestra, que presune larganente, YB logo surgirom, c& e 14, os dissonsos de naipes, que estabe Jecen cacofonias. A desobedtancia crescente aos gestos ei batuta deixa o regente perplexo, pois vdo crescendo as desher moniss, até que, teimanéo on reger a pertitura antiga, ele, de sibito, percede que se toca outra misiea, e 85 Ihe cabe 7a tirar-se da plateforna, se possivel com elegincia, para aio sofrer a hunithagio duna queda estrepitosa. 0 fanal do Direito sera, sempre, a Justica, mas no 4 que se esclerosa, para justificar todo dominio assente, com 45 suas distorgdes © iniqiiidades, ©, sim, a que oxprine a 4i~ regdo do processo, ne conduta ¢ na vor dos elementos vanguar- deiros. Em sintese, o Direito no se consuna, nen se conso~ me: ele se coneretiza, historicanente, © perece, muna orden, Para renascer destas cinzas, buscando, de nove, as constantes oar poréa dximo, a cada etapa, da suctedade juss Da mesma for- superages. 0 Limite do progresso munca # alcangado, resulta sempre mais 7: ta, revestida por uma orden legitima e eficaz. na por que os nodos de produce avancam, e do escravisno Feud sociatisno, 0 Direito se vai recompondo, © avanga tant sno surge 2 orden capitalista e burguesa, no runo do conplexo sistema de nediagies, no qual ndo & apenas o reflexo de infra-estruturas econémicas, pois inclusive delineia, com © polo dos direitos dos oprimides ¢ espoliados, suas normas ¢ sua conscineia jurfdica Libertarie, os instrumentos jurféi- ‘cos superadores, na dialética de dominagio-libertaséo. E & 4s to que se reflete na histéria das idéias juridicas, Tanto as sin &, alids, que os grupos © classes, trocando de trocan tanbén de ideologia, isto @, rasgan do todo, da “verda de-processo", as fragSes defornadas © contraditérias de prin- posigio, adores, que ora buscam de um lado, ora de outro, Desta naneira, houve cipios ori conforme se posicionen, a cada momento. entéo vanguardeiza, se 0 instante on que a burgues com a5 teses do Direito Natural, de modelo racionslista, para reivindicar os novos direitos que ndc se encontravan na orden doninante. Diante desta, que ere aristocrdtico-feudal, a bur guesia fo implantendo, institucionalizando sistemes de nor mas contrastantes, logo resumidos em uma declaragio de direi- tos, que energiu na independéncia americana © ecoou na revoly gio francesa, Mas, td logo chegou Es conodidades do poder, aquela nesna classe tornou-se conservadora, deu-se 20 positi~ visno e, falando num Estado de Direito, impos o seu direito, através do Estado, atribuindo-se, inclusive, o monopéiio de Sen esta percepcio do proceso, & produzir nornas juridicas. impossivel, também, conprecnder a Histéria das 1déias © Ideo- logias Juridices. Maso que, disto, se ensina, em geral, nas Faculdades de Direito? Monta~se una colcha de retalhos, con ones @ doutrinss desligados do contexto e, depois, correla cionados com algo muito vago, 2 que se dé o none de “cultura” ou de “espirite do povo”, ¢ que 6, na realidede, a expressio -28- principiolégica de dominagées en cada Spoca e estrutura, oni- tide, accta aprosontasio. Assim tanbém ndo se acentua @ pier senga duma pluralidade ou dialStica contracultural, ue opée | Bs elites do poder ¢ seus psradignas cutras formages noraaci, vas, segundo os seus principios diversos, inconformistas ¢ 1i bertdrios. Usualzente, os nanuais ¢ tratades esconden essas, oposigdes ¢ a razio das freqlentes troce de bandeira — ox, seja, a presenca, a subsistincia, a efervescéncia de confli- tos baseados no antagonismo de grupos ¢ classes. E, 80 quando acenam para esta dia‘ética, supreendentemente (mas no inexplicavelnente) apresentan-na cono se, no instante atual, ela estivesse superada ¢ oxtinta... As ordens paszadas podem ser vistas como fugazes; a orden presente logo tende a imagi- nar-se definitive e s5 retoc propria estabeleceu. jel dentre dos limites que ela Bu Gitina andlise, e descontados subgrupos © modelos acessirios, a Histéria do Pensamento Juridico se organiza em polarizagdes que tendon, de un ledo, para o que se pode cha~ ar, en sentido amplo, de pesitivisno ¢, de outro, para as diversas modalidades do Direito Natural. Estou em que a diy: so precisa ser superada, nas antinomias que estabelece, mas também na corteza de que sorente o fSlego dialético é de realizar a tarefa. capa Pois a dialética & precisanente o esti Jo de pensanento que, refletindo o real, no suprime as con- tradigdes: absorve-as ¢ reorganiza-as, on sinteses de que sio, 20 nosno tempo, parte integrante ¢ elementos fundidos © transfigurados. Nas Faculdades de Mireito ainda predenina o positi— vismo, como herangz do monexto em que a ideologia abandonou 0 iurisnaturalisme originério. sim soja burguesa Nio edmira que as- todo poder institufdo tonde a exprinix-se como 0 Senhor, no Génesis: “viu o cue tinhe criado, © eis que estava tudo mito Ben” (I, 51). No para todds, evidentenente; ass, Por ieco moon, Mistéria nos denuastiw que nentun poder, ne nhuna estrutura social € perene. De un ou de outro modo, o positivisne se concreti: na visio do Direito cono orden e controle scciais; 6 estéti- co, en qualquer de suas formas, pois, com toda flexibilidade que se atribuan a hermendutica ¢ aplicacio das noraas, ou por mais que corra no encalso de novas ordens, capta-as, sempre, quando ja passaran 3 faso de estrutura implantade. 0 linite 2 0 nazco normative, que o Estado ou, diretamente, a orden so cial que ele representa, instituen ¢ refleten, no espirito dos aplicadores do Direivo. No positivismo 1égico, o limite & a 1ei; no positi- vismo sociologista @ 0 controle social, tomado como ponte de partids € chegads a0 mesmo tempo, © atribufde "sociedade” (isto é, as classes © grupos dominantes) ou a um evanescente "espirito do pov", em que este aparece, na realidade, como siieubo, sendo incubo (disfarcado) 0 poder social daquelas classes © grupos. Toda munca, quando aparece, é controle da, en Gitina instincia, pelas "regras do jogo", outorgados 0 sabor © conveniéncia dos doninadores. Hi tanbén um positi vismo psicologista, que parte em busca do Direito na "elma dos intérpretes © aplicadores, onde se ache intrasubjetivado © elenco dos mores doninantes. Esta captagde do Direito va~ le-se, entdo, de mais de um procedinento alternative. Podeele ser a busca interior duna "essincia", no sutil exercicio de Visio subjetiva da fenonenctogia jurfaica, ao fin da qual o que energe nao @ mais do quea introjegio dissimulada dos fates consunados ¢ exteriores. Mas tanbém pode ser a expresso dun “sentinento jurfdico" (tal como no chanado Diveito Livre), que no escapa 20 destino de proclamar, cono achade “interior”, a propria ideologia que 0 grupo ou classe inplantaran no “cora- go" do intérprete ou aplicader. Essas "conscigncies jurfdi~ -50- cas", assim individualizadas, no fund representan ecos da ‘conseifncia social”, sempre tonada cono se fora nonogtnea, para dar a0 controle social vigente — isto 8, 8 doninacio instituide — 0 timbre e cobertura netafSricos de un teor Sti, co € consensual, que mascara e, em substincia, “legitim” a dominagio. En todo esse joge de posizividades manhosas, entre- tanto, a argicia de Radbruch apontou um limite: “na verdade", acentua o pensador alenio, Yo positivisno jurfdico e politico pressupSe sempre, quando levado 3s suas Gitimas conseqii@n- cias, um preceito jurfdice de Direito Natural, na base de to~ das as suas construcdes" °"). tal preceito, evidentenen— te, & 0 oue deseja legitinar 0 poder e fundanentar 0 monopé- Lio jurtgeno que ele se arrogs. Sé em tai nivel, aliés, & que se poderia pensar, ao limite, no Direite de Resisténcia a0 poder usurpado e de cortestacio das normas que ele, de- pois, verte ex leis outorgadas, contendo, con limitagSes da préprie Constituigie que forjou, a livre expansio do poder pa pular constituinte ¢ soberano, que fica sob interdigzo Gueuee rotetores” autononeados. A este nf Ja criadas por seus também, corresponde = questo da seguranca. Pols hé que ind: gar: seguranga de quen? 0 poder que Se assegura ndo esta dispensado de provar sua legitimidade, nen, pelé simples fato de instituir-se, fica habilitado a impor a sua propria segu- Tanga ao povo, que ndo foi consultado sobre um presumido con- senso. Una orden, por ser ordem, ndo esta eo ipso - legitina- do, para andar e desmander, como se fora a concretizacio da Justice, Sustenta-se, por outro Lado, que hé seguranca, por~ que todos fican sabendo, com as preceituagdes legais, cono de (2) GUSTIN BADNRUGCE, Flicsodia de Dizele, Cofabea, Amiafo Anada, 1983) vol. iy Pr Bee vem pa t sua conduta, onitindo-se a fecalizagdo da suprena Snseguranga, que concicts om ver tonado como jurfdicw u que @ apenas legal, sendo certo que, na certeira observagdo de Heller, ja citado, a mera legslidade no satisfaz, cono prova de legitinagéo. Alias, se o fizesse, toda tirania eficar (mesmo, cone & fatal, passageiramente) se daria por "jurfai- ca", pondo no lugar da Justiga a seguranca de suas proprias conquistas opressoras, De outra parte, se argui que 2 order se legitima pela representatividade do poder, com a intinide- lo fazendo Es vezes do consenso ¢ regugando @ apuragio dire ta, na consults a0 corpo politico, Mais ainda: comum ver ~se un simlacro de consulta, peado pelas restriches vinéas do poder mesno, com expedientes enpacotados © deglutidos pe~ 10s Grgios cuja representatividede acessdria foi previaneate infestada pelos agentes bidnicos de garantie. Seguranca de quen? Salvaguarda de que? Afinsl, senpre cabe indager donde ven © poder institufdo, que o positivisne s6 focaliza, quando Jf se instituiu, operacionalizando-se con a invocagio de um sobredireito % sua Zeige ¢ recobrindo-se de superiois intocd veis. Donde ven esta pirdnide? Responde-se: duna Constitul slo (com 0 artiffcio de assin nio quslificar cons jurfgico 0 gue mais 0 8, 0 poder constituinte, e disfargar 0 fato de que no foi buscado na direta consults 3 soberania popular). as se aparece a Constitvicio, nfo em seguinento de outra, porn como rompinento desta, qual antecedente fundante? — Kelsen @iria con un "reslismo” que chega & beira da zeverdncia cini- cai ¢ antecedente , no caso, una revolugio. Mas, dando a este o poder "juridico” fundante, sai da Srbita do que se cha ma “direito positive” + que 8, para ele, 0 dnico Direito. Dai se depreende que, para o positivista, o Direito se cenverte, a0 Limite, em fato, e fato de una dominacio, supostanente ju~ rigens, porén nio jurfdica. panda, entéo, 0 fato por consuma do, extraicse dafo poder jurfgeno monopolista, que fica, dest: forma, carente de fundsmento, saivo o apelo a un princi pio que se ponha no terreno meta-jurfdico-positive, A faltar ost esse apoio, @ positivacio juridice prostitui-se a qualquer golpe, que empolgue o poder, pote, em Kelgen, como nee posits, vistas em geral, as “revolucdes" so consideradas, anti-sacio logicanente, no como troca de organizacio’ social, na raiz da estrutura, porén cone simples troca de titulares, Srgios e procedinentos de doxinaco. Daf o reparo de Radbruch, nos~ ‘trando, a nivel ideolégica, que opositivisno desagua no zero Jurfico, ou apela para algun parimetro que s6 pode ser de Di, reite Natural. Mas, acrescento eu, se as positivacSes terni~ ynan a bragos com 0 furisnaturalisno, este, por outro lado, fen que pesem os substratos inconformistas eventuais, tende, por sua vez, 2 converter-se no seu oposto — 0 positivisno, 0 seu esforco tedrico-iedolégico — tal como nos mostra a Histéria — costuna arma, com grande ponpa, um sobredireito, que & depois utitizade para mgir o poder estabelecido, ot en vias de estabelecer-se, con 2 invocagio da orden cészica, da ‘azo humana", tida cono veiculo de revela- lei divina ov da go do “justo” — abstrato e perene. Aqui, argunento, & claro, ¢ nivel des ideologias: vi so nostra sonente as suas co-implicagies ¢, no momento, onito © reparo essencial de que, assim tratadas, essa posicdes jurisnaturalista e positivista nao eprofundam, antes obseure~ com, 0 papel histérico-social que vém 2 desenpenhar © as rai- fo que, atras de fundanenta- zes da sua problenatica: isto gSes idealistas e positividades son fundanento, revela a ci- 380 de interesses, conforme se posicionan grupos ¢ classes dg minadores, gerando a pluralidade bisica dos direitos contra postos, enquanto, simetricanente, na dialética juridica, se desenhan ¢ inetituen, também, os direitos postergados das classes © grupos dominados. Nuns comunidede prinitiva, o Direite € Unico, mas, af ndo hd Estado, o infra-ostrunmahomoginea, falta a ci- so classistica ¢, no maximo, se esbocs uma contraposi¢zo de o33 grupos: fo hi oposigdo fundamental de doninadores © domina~ dos, como em todos os outros modos de producio até seara apa~ recidos, historicenente Ym resumo, 0 idolo positivista € a orden; a palavra wchave do iurisnaturalisno & Justica. Justisa, a, traz, pe- Jo menos ¢ mérito de enfrentar, sem anbages, una questio insu Priaivel — pois toda a ontologia do Direite esta na dialéti ca Orden — Justiga concretizados (nfo ideais) © doninagio— —libertacio, que correspondon 3 sua dinimica efetiva. No ca~ $0, © ontos se estabelece con o telos, na Teleologia do pro 4B essncia do Direito pertence 0 “para que?”, nao postuledo, idealnente, numa ordem ueteffsico-Fixista, nas “deduzido, dialeticanente, apartir de suas formas de transi- Sao", em totalidade ¢ devenir. Esta ado €, porée, a visio dos iurisnaturalisnos, que omiten © conflite social, amendo @ antinomis de dois direitos, que, ou aio se encontra nunca, ou, em desespero de causa, se conjugam, 40 limite, un deles, © “positive” recorrendo (seja enbora inplicitanente), ao “na. tural" ¢ 0 "natural" (construfdo com pressupostes abstratos © perenitados en formas inalteraveis) dando ao positivo 9 que ndo resulte en mais do que um aval ostensivo ou disfarcado, Fois, afinal, o que, no Direite Natural corrente, através dos seus exemplos histéricos, vai garantir 2 inversio 0 iustum quia iussus (justo, porque ordenado) positivista ou iussum quis justum (ordenado porque justo), en que se torna ais aguda a dialética de Orden e Justica? © Direito Natural faz trés apeles bésicos, todos eles de indole nitigamente idealista: © que confunde o Direi- to com o arranjo césmico, enquanto "natureza das coisas"; 0 que admite que todo Direito enana da lei divina: e 0 que bus- ca na razio hunana, abstrata ¢ perene, o sobredizeito que a todos os direitos concretos serviria, cono pardnetro e contro Je de vatidade. 0 mal & que erguendo esses véus solenes: das coisas identificada con a orden Aescobrinos a “natur estabelecida (2, assim, mediante ela, ja se “justificou", por exenplo, a escraviddc}). Quanto Js nornas divinas, —baixan elas & terra, por nediagies tdo tortuosas, que tudo acaba un- gindo as dominacdes con decretos da Providancia (nen de cutra forma se explicam os arrasjos tenporais entre Igreja e feuda— Lismo, por exenpio). 0 apele 3 razGo hunana e abstrata nie traz melhor solugio; conforne a posicdo histdrico-social que 2 invecam, 0 “natural” ali se transforma no ideo25gico, servindo de instrumento, ascendente enbora (cono, de fato, na origen, foi) para una classe privilegiada’ (é 0 caso, j@ len— do, da burguesia, que detinha es rédees, na substincia 3 clo-econdnica, e, identificando 0 seu projeto come "razdo" perene, invocou o préprio modelo de iurisnaturalisme, pare de safiar 0 poder polftico-social aristocrético, e aposser-se do aparelha estatal, pondo~o ao seu servigo). No casanento da burguesia como Estado, o Diveito Natural racionalista foi 0 celebrante ¢ o positivisno succssive, o preceptor de toda 8 prole de eédigas. Fica, porgn, go Limite, un dualisno, gorador de ent: nomia, que, nas horas de crise, reaparece, nas, na légice for zal das ideologias, nfo descobre solugio. B que, ali, blemas so focalizades no plano idealista, éesvinculango& da praxis; de proceso histérico-social; da dindnica de grupos ¢ classes, doninacBes © libertacSes, nor- mas estatais © pluralidade de ordenanentos conflitentes, muna 36 estrutura global ena interagio e interpenetracie ecundni- en, ca das estruturas Befesa do Dive (#0) ROBERTO LIRA FILED, -35- Uaa Filosofia jurféica dialética no pode, sem nais, reproduztr 0 esquena hegeliano, que tende para o Estado por Rotivos de conjunture, que ndo ven 20 caso analisar aqui. Mas tanbén nfo se ajusta no esquena do marxismo tradicional ou nas tentativas neo-marxistas & Bloch ou 2 Miaille. Porque es tas regriden ao iurisnaturalisno antindnico: e aguele identi- fica, E minoira do positivismo, Direito e Estado, para der- clhes apezas 0 adminfculo duna explicasio, mais ou menos fle xivel, através da infra-estrutura sécio-econdnica. Depois de engulir a viséo positivista, acaba adnitindo, com esta, que todo Diresto € estatal ou interestatal (0 que ji torna’ nanco © esquera, pois tem de construir 0 Direito Internacional nun nolde que Ihe subtrai a forga cogence superior); contra 2 evi, GSncia de antropologia (evidéncia, mesmo, no sentide porta guds © Forte), nega que houvesse Dizeito antes do Estado; ex- pulsa da drbita jurfdica o mais importante especto do Direi- £0, enquento propulsor da pluralidade de ordenanentos (no que deixa som fonento juridico 0 Direite de Resisténcia e 0 pré= Prio impeto revoluctonario, que @ essencial para a sua posi- so peculiar); © afirma, finalmente, que, muna sociedade sen Fatado 0 Direito vai sunir, substituindo por “normas organiza chonais",a que recusa caprichosanente onone de Direito, Isto, a1iés,gera noves exbaragos para os seus adeptos, levando-os a afirmagies pitorescas, em que segundo os projetosduma futura nitica (no sentide ée nio comprovada histérica e expiricanente) sociedade commista, desapareceria, junto con o Direito, 0 Es tao, "todos os cidsdios so tendo tornado ... Bstado e juris tas"... © toto & 0 Direito, para eles, desaparece por- que se inmentizou © consunou; @ nisto vai, con o Estado, 0 (27) MONIQUE & ROLAND WEYE, Bivolution oe Persyectives du Droits, Paria, Exitions Sociales, 1876, pe UB =36- Direito-e os juristas. a dialftics hietfeica também, No AE mais contradigdes bisicas; tudo 8 afinal retilfneo ... Mas, afinal, aqui se trata de uma futurologia, que néo se arrina os prova cientifica. £ questdo de £8; © creia quem quiser. Diante disto € que persigo a dialotizacio auténtica, 4 concopgdo que engloba, transforma e reenquadra os aspectos de positivacio © superacio das ordens deformadoras; ou, soja, © desprendimento da ordem, que o positivisne congela, para de volyé-la ao proceso histérico 3 dialética de dominacdo-ti bertacdo, que, por outro lado, concebe a Justiga, ndo como ranetro ideal © fixo, ¢, siz, cone produto Mst@rico, de in- cozporagéo de quotas sucessivas da Libertagio de povos, gru- Pos, classes, na direcHo (neta) nunca totsinente consunada, mas polarizadora, de una sociedade em que a orden seja juste © sparelhsda con normas a0 mesno tempo iegftimas © eficazes. Por outras palavras, polo da Justica histérico-social, que © Direito Natural dissolve mum nevoeire idealista eeu vejo Amplantada no novinento libertéric ¢ progressista da Humani. de. Isto, alids, ndo est mito longe duma intuigdo de En- gels, sea tomarmos com un gréo de sal, pare seudd-12, cone fiz noutro escrito(?) , como una concesséo inportente, acine fe alén das teses correntes do narxisno, © a sua propositura de situacdo superestrutural do Direita. 0 equiveco de En- gels, parece-me, 8 que, depois de ter aproximade 0 Direito,co mo un todo,do processo histdrico global, desprendendo-o de superestrutura, acabou disolvendo o aspecto jurfdico deste Processo, por falta dura revisio do concerto restritivo © mu- tilador, con que se ligase oDireite ao Estado et nec plus uler: (0) KOBERTO LIRA PILND, Hazes oe Detsea do Dixeite, cit. os Na visio dielética, por mim defendida, as antinonias fundem-se, nas raizes do processo, como indices conceptuais Gas contradigGes necessirias para novizenté-lo. E neste im Pulso que busco, inclusive, os padres duma estinative jurfdi ca, resultante do nivel histdrico da condigdo energente que extral 0 vetor, resultando das correlagBes de forgas atualiza das. Assim & que se descobre © fio da neada e, a neu ver, isto que enseja o delineazento do Direito 1X, que se yerte esbose das sucessivas declarsjdes de Direitos Hunanos, caje rastro & preciso aconpanhar muito aquém das suas apresenta- ses 3 sltara da revolugio capitalista © burguesa: nos mais renotos prédronos da eterna dialética de doninagdo-1isertagao. AliGs, tal investigacdo j@ ten, a seu dispor, o admirivel # chdrio, organizado pela UNESCO, nuns das suas publicagSes mais importantes, estimulantes ¢ fecundantes dun pensanento no atade pelos preconceitos (*"), Con tal enquadranento, podenos, entio, reconhecer 0 Direito, em totelidade © devenir, concebide como processo, en que @ Orden se dinaniza e a Justia € Sociel ¢ medida pelo es, waldo do elenco atualizado de objetives e conquistas Liberta dores. For forga da dialética de dominagie-1iberacio, 0 Di- yeito Globai so vai manifestando, a partir das infra-estrutue Fas © en trocas ecunnicas, daf exerginds as séries miltiplas de nornas, que forma ordenacéee antitéticas: © estas nornas sociais so proprianente juridices, en sua forma, na medida em que 9 contéide da dialética apontads envolve preceituacdes do peculiar intensidade coercitive, polarizando-se, de un 1a 0, como aspiragio 2 constituir a orden justa e eficaz, que Se corrome, quando mascara doninagSes classisticas © gru- (a1) JUAN HRSCH, org. — Le Droit d*Beee un Home, Faris, nosco, 1988. -38- pais; donde, por outro lado, a irrupcio de propostas, instity chonslicagSes © sistemas au.uatives de grupos e classes opri- midos e espoliados, competindo coz, e contestando os, pardne- tros das positivagdes en que 2 denegacio da justiga & eviden te 2 conscientizacio dos que 2 ele se acham submetidos. Tal contraste pertence 3 dialétics do Direito, £4-1a avancar sex pre mais. De toda sorte, porém, nenhuna orden institufda oni, te a barretada ao privilégio ontolégico de Direito, pois tan bém nenhuna delas a si mesne qualifica, ou adnite que qualifi quen, cono injusta. Confessi-1o seria admitir que un ciclo de Legalidade resultou oposto, ¢ ndo conforne ao Direito. Afi Ral, @ injustiga, que em leis © outros tipos de norma jurféi- €2 se concretiza, resulta das oposigSes entre grupos, classes © povos dominadores, perance outros tantos, dominados ilegit’ manente: mas € nisto mesno que, toma impulse o processo jurf- dico, E, a cada momento, o Direite IX, indicendo 0 perfil das superagies in fierl, esbeca 2 praxis jurfdica e 0 seu fa nal condutor, atualizade e indeclinivel. Acentuei, noutra oportunidade, que, neste contexto, © jurista hi de explorar, inclusive, as contradicées do or- denanento jurfaico estatal, desentranhando, nele, os eles tos aque favorogan a prexis progressista, £ 0 filo explorado que, por motives Sbvios, ainda por Barcellona e seu grupo, apsrece no ensino ministrado on nossas Faculdades. A ele 36 se fizeran, entre nds, referincias de passage, como na obra 458 eftada do argute mestre, Orlando Gones,(") ou em certas Preocupasdes atusis do neu talentoso colega © amigo, prof. Jo sé Eéuardo Feria. (62) PIBTHO BARGHLZONA, L'teo Aleernative del Dizeiee, Bari, Latersa, 1967, (23) omanpo corms ~ pireite Eemésico # Outsos Bosaios, elt, pe 22, oe setae eer ee -39- Mas no se trata apenas do uso alternative do Direi~ to estatal; trata-se. a meu ver, de reanquadrar tudo isso com mo expediente pritico, beseado numa revisio global, socioldgi ca e filosifica, do que & Direito. E tal expreendinento @ 0 que me absorve, ex 51 anos de pesquisa, meditacio, tentativas, enendas © superagies, A isto, igualmente, se prende o fundamento ‘de toda reform valida do ensino juridico, em que tudo o mais & coro- Lério, opgio metodoldgica, spuro formal. Porém o onsino juri dico permanece bitolado, sob o impacto, de um lado, das rot. nas ineficazes ¢ da castracdo intelectual; e, de outro, en- quanto proliferem ao lado de instituigdes oficiais ou para~ voficisis, os estabelecimentos particulares, no acréscino du- ma conercializacio desbragade ¢ ciipida. Entre conformisno e faturanento, 0 Direito definha e se deforna. Nada se fard em repero porém, se no repensarmos, 0 Direito, para, an- tes de tudo, livré-io de teorias cerebrinas ¢ tecnicisms des pistaderes. E preciso comecar encarando 0 Direito en funcdo aa praxis sécio-politica atual, da luta pele Direito, nfo no sentido de bering, mas no da dialética de libertacao do nos S0 tenpo, em seu perfil local. No inicio, referi-ne 3 Carta de Goignia. Ela traduz Preocupagies que dimanan das perspectivas mais amplas. de De- claracio de Manaus. Porque a nossa Orden se ten destacado Precisanente por un trabalho vanguaréeiro de esclerecinento ¢ conscientizaso da sociodade civil mos seus setores progressis~ tas, & que pertence, perante o Estado. Nen mesmo faltou un posicionazento correto e firme, quanto a0 ensino jurfdico, de que exenplo irradiante 0 parecer do Instituto dos Advogados Brasileiros, co-irnio de pugnas avancadas, J4 destaquei, nes te sentido, @ importancia do parecer Ferraz. -40- No seio meso das Usiversidades, nbs, juristas-profes sorec, J constituimes grupos caclarceides, para.e defesa dus Addias progressistas, sob a fgide da nossa OAB e con amparo da liberdade de citedra, Progenos a reforma verdedeira do ensi- no, como direito de mestres ¢ dever de cidadios. Nos seus arts. 153, § 8% © 176, § 3°, VIL, a Carta Constitucion#] vigen te nfo nos fez nenhun favor; nic cria, nem outorga direito sub Jetivo: rende-se, até com restrigdes, ao Direste Maior, Huma- Nas condigdes preva‘ecentes, realizamas 0 possfvei, Para aproxinar o ensino jurflico do que compete acs advogados @ Bs denais profissies que ac Dizeito serven. Fazimo-lo, cons, cios da inspiragio que nos traz a OAB, a que tenho a honra © orguiho de pertencer, vendo-s engsjada na nethor direcio. assim batazhanos, como de xosso tenperanento, fungio © con- promisso, por meios pacificos © jurfdicos, pela orden que ndo obstrua o progresso e contra © falso progesso, que disferga @ perpe- tuagio de privilégios, nua camisa-de~forga anti-denocrtica. "Modernizar" 0 mesro vofculo scriticoé contribuir para reforco da doninacio. Mas ‘estamos nds. MG momentos altos da ma gistrature, culminincias de alguns Srgios do Ministério Pibli— co, altive: de assessorias piblicas e privadas, que so dosta— cam, fogen Js rotinas sonolentas © alionades © corfigen 0 enpenho comm. B assim persoguimos a utopia, nfo no sentido de nero devaneio ou fantasia inconsecuente, mas-naquele outro, podero- soe realista, de Ernst Bloch, que vé a utopia como a inagen das metas porseguidas, na corstrusio do futuro, guiande cada pelavra, cada gesto, cada atitude, na Minha coerente da Justi- 5a Social. Tudo isto, afinal, ce resune em trabather pela igual- dade; fazer descerom, das elites poderosas, para as russ © 0 nate pove, as formas de participack tino nacional; éar-1he, pelo Direito — com naiscula, os di~ Feitos que pertencen ao corpo politico brasileiro, sem tute Jas nanhosas ou violentas ¢ na plena soberapia popular; defen Ger aquele Direito, quando postergade ¢, 3. 3ualuz, influir para cue as leis devolvan aos desanparados 0 que the cabe, fim de que a riqueza no fique anealhada en bolsos poderosos, has seja distribufda entre os que mais Zazem para procucf-1a; pregar 2 igualdade juridica, om oposicio Gs discrininagSes de toda orden, sobretudo as que favorecen o gordo capital, enquanto minguan os salavios; ver, nessa igualdade jurfdica, a substin cia sdcio-econdnica para que o melhor aquinhoado ndo explore 8 geradores da sua prosperidade; j insistir na igualdade ¢ au- todeterminagio do nosso povo, de todos os povos, em seus pai- 505 © na comuiiidage internacional; no resguaréo da liberdade coletiva evna tutela dos direitos individuais, perante 9 po- der polftico e © poder econdnico, desacorrentando, na base, 0 poder juridico — para atender ao reclamo da legitinidade avangar nas conquistas da Justice Social. efetiva ne orientagio do des- 98 0 dizia bem Seume, em frase recolhida no Pequeng io Jurfdico de Radbruch; Gleichheit ist immer der Pro- S sempre & pedra de toque da Justiga ¢ am bas conpoem a esséncia da Liberdade! (as) SERE, spud COSTAL RIDERUCH, Kleines Rechtsbrevilex, Gottingen, Yan, deahoeck & Rupreehe, 1954, pe ces 34378,4(81) 1992p 31 aT

You might also like