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PONTO 138/3 Pags. EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDARIO 12° Ano de Escolaridade (Decreto-Lel n.° 286/89, de 29 de Agosto) Curso Geral — Agrupamento 4 Duragdo da prove: 120 minutos 1 FASE 1998 2." CHAMADA PROVA ESCRITA DE PORTUGUES A Esta prove € constitulda por dole: grupos de resposta obrigatéria. ‘GRUPO I Leia atentamente © sequinte texto: 1 Uns, com 08 olhos postos no passado, Véem 0 que no véer; outros, fitos Qs mesmos olhos no futuro, véem © que ndo pode ver-se, 5 Porque to lange ir por o que esta perio — ‘A seguranga nossa? Este & o dia, Esta é a hora, este o momento, isto E-quem somos, e 6 tudo. Perene flui a intermindvel hora 40 Que nos confessa nulos. No mesmo hausto! Em que vivemos, morreremos. Cothe © dia, porque és ele. [Ricardo Reis, Qos, Lisboa, Ata, 1961 " nauntor serve; aapiaglo (neste context, mettiora da vaio tempora). Elabora um comentario do poema que integre o tratamento des seguintes tépicos: = relagSo do sujeito podtica com cuns» @ «outros; ~ importincia do tema do tempo; = proposia de uma flosofia de vida; ~ recursos estillsticas relevantes; = tragos da pottica de Ricardo Reis ¢ sua integrapso no contexto da heteronimia pessoana 1398/2 10. % GRUPO II Resuma o excerto @ seguir Wranserito, consttulde por duzentas e sessenta e uma palavras, num texto de setenta @ cinco a cem palavras, ‘Antes de iniciar © seu resumo, jel atentamente as instrugSes dactas em final de pagina. A visao aniitética' pela qual, geralmente, se definem os dois grandes criadores de ficgao do nosso século XIX concede a Camilo a parte da inspiragao e do casticismo” e a Ega a parte da observacio, da técnica renovadora, do europeismo, da modernidade aliciante. Este juizo, fundamentalmente exacto, s6 tem 08 deteftos de toda © qualquer definigdo suméria de realidades complexas: precisa de ser matizado, submetido a conlraprova de perguntas © objecedes que tragam a luz o merios aparente. Assim, aproximam-nos da compreensdio mais Justa as tentativas para descobrir em Eca 0 romantismo temperamental combatido pela ironia, 0 poder de narrago dramatica, 0 portuguesismo de intengdes e de pracessos, De igual modo, nao sera indtil averiguar se em Camilo no houve o propésito de escrever novelas de feigdo modema; se a obra que deixou, em vez de se apresentar como isolada ‘explosio de génio, nfo se insere numa linha de continuidade, aproveitando a experiéncia novelistica de Garrett e de Herculano para a superar, abrindo novas amplas perspectivas & nossa prosa de ficeo; @ ainda se tals aspectos de novidade nao abrangem sectores de que parece arredada a «imagem feitas de Camilo, por exemplo, a observapso de tipo balzaquiano, 0 realisme rustico, © denso humorismo refiexivo, a classica sobriedade de expresso, aliada ao mais subjugante vigor draméltico, Estd, alias, por fazer o estudo da influencia de Camilo na novelistica portuguesa, maior talvez do que se cr, @, pelo menos, de coincidéncias da fice dos nossos dias (de Carlos de Oliveira a Agustina Bessa Luis) com a experiéncia humana e estética de Camilo. Jacinto do Prada Goethe, «0 lupar da novela camiiana na Histéra Lierdrias, im Estreq Large, Port, Porto Eistors, 3.4, 5 ontiatica: em que hs oporicto, ? caaticiamo: quadade do que # caste (vemécuta, nacional gentina). Ha uma lolerdincia de quince palavras relativemente 90 fotel pretendido (sessenta palavras como limite minima, © cento © quinza como limite. maximo). Um desvio maior implica a desvalodizapso parcial do texio produzive, Note que, para eleitas de contagem, se considera uma palavra qualquer sequéncla delimiteda por espanos. ‘em bance, mesmo quando hifenizads. De acordo com este ertério, o tropmento a naguir transect 4 consttuldo: (por quinze palavras: «Assim aproximam-nos/ dav compreensto/ mais jusia’ ae/ tentativas/ paral descobrin! em Ega/ of remantismod temperamental, FIM MS. 1398/9

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