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Com a publicagéo da verséo 1.0 da Classifica- 40 Internacional para a Prética de Enferma- gem ~ CIPE, verificaram-se importantes alte- rages estruturais, que importa conhecer de modo a perspectivar as consequéncias para a implementagéo de sistemas de informacdo, orientados para os resultados de enferma- gem. Essas alteragdes traduzem uma preocupacao central do International Council of Nurses ~ ICN em construir uma nova classificago de utilizago mais simples, que permita uma melhor articulacéo com os varios sistemas de Classificaggo utilizados em todo 0 mundo, assim como 0 desenvolvimento de novos ter~ mos a partir da CIPE, reduzindo simultanea- mente a redundancia e a ambiguidade de multos termos da anterior versio B2. Eixo FENOMENOS DE ENFERMAGEM Fig. 1- eixos ca CIPE g2 A grande alteraco estrutural da verséo 1.0, assenta na introdugso do Modelo dos Sete Eixos, como forma de unificar os anteriores eixos dos Fenémenos e das Accées de Enfer- magem, cada um com oito eixos de termos (fig.1), Este modelo consiste num Unico eixo, consti- tuido como 0 préprio nome indica por sete categorias de eixos ramificaveis (fig. 2) Ee & MODELO ia | =| =| Fig 2- Modelos dos sete eixosca No Eixo FOCO podem ser encontrados termos que representam a drea de atencéo relevante para a prética de enfermagem e que corres- ponde ao anterior eixo Foco da Prética da 82. Com a verso 1.0, este eixo passou a ser onstituido por trés grandes categorias de ter- mos. Por um lado, os termos que traduzem os focos relacionados com entidades (e que inclui termos de substéncias corporais como a expectoracdo, o sangue e a urina; de sistemas corporais tals como os sistemas gastrointesti- nal e tegumentar; de entidades ambientais tals como a agua e 0 pé; de organismos varios como microrganismos e estruturas psicosso- Giais, como comissao de satide e politica e de resultados como resultados laboratoriais e de testes). Por outro, inclui também os focos relacionados com os varios processos iden- tificdveis. na prestagio de cuidados (processos comportamentais, como a vincu- lado, 0 auto-cuidado ou o padrdo de inges- 20 de liquidos, os processos corporais como a bradicérdia, a incontinéncia urindria ou 0 expectorar, processos comunitérios como a participaco comunitéria, processos ambien- tals como 0 ruido ou a seca, processos fami- liares como crise familiar e 0 planeamento familiar, os processos psicolégicos como a Imagem corporal € a atitude face 8 dor, os Servicos como os servicos de emprego e reli- gioso, 0s processos sociais como o vandalis- mo e os actos criminosos € os processos espirituais, como a meditacdo e o culto). Por Ultimo, © eixo FOCO integra ainda termos que dizem respeito 20 status ou & condico da pessoa e que inclui termos de variadas sub-categorias (figs. 3 4) Fig. 3- categoria de status Intolerancia & Pemreces pers Perey ener Pa Tarte) © eixo JUfZO mantém-se da B2 para a 1.0, aparecendo configurado com poucos termos e sem os anteriores graus reduzi- do, moderado, elevado e muito elevado. Servem para representar a opinigo clinica ou o estado em que se encontra um determinado foco da prética de enferma- gem e 05 seus termos encontram-se cate- gorizados em dols niveis: 1) os termos que traduzem juizos positives ou nega- tivas (do tipo methorado ou comprometi- do) e 2) 0s juizos que expressam 0 esta- do do foco da prética, como elevado ou diminuido, dependente ou independente. A possibilidade de um determinado foco da prética se manifestar associado & expresso “risco de” ~ anteriormente liga~ do a0 eixo da probabilidade da versao 82, surge agora como um termo do eixo do juizo da 1.0, associado & nogio de poten- Cialidade da categoria estado. om eee cerry Actividade nee eeeeeees eeeerery oie? Human peters Bes eee een Esperanca rete nc Sea Eiatl tus Een Bi Perr Peery eee becca io Ea iperen Tendéncia co Fig. - Categorias de Status A forma de implementar uma determinada intervencdo de enfermagem pode ser descrita recorrendo 20 eixo RECURSOS, que na CIPE 1.0 integra seis categorias: 1) os artefactos ou dispositives e instrumentos de diversa natureza (como séo exemplo o resguardo, a prétese ocular, a roupa da cama, o campo cirirgico, compressas, ligaduras, pente, gra- des da cama, brinquedo, humidificador, agu- Ia, dreno, catéter, protocolo e regime medi camentoso); 2) os recursos humanos ou prestadores de cuidados, como enfermeiro, médico ou cirurgio; 3) os servicos do tipo servico de planeamento familiar ou servico de fisioterapia; 4) os materials ou produtos uti- lizados na prestagao de cuidados, como cre- me, medicamento ou solucdo; 5) as técnicas realizadas, como por exemplo a técnica de -22- marcha ou a técnica de treino da meméria e 6) as terapias ou formas de tratamento, como a cinesioterapia respiratéria ou a musi- coterapia, O eixo ACCAO corresponde ao anterior eixo do tipo de accéo da B2 e integra todo 0 conjunto de termos que pretendem expressar, quer as actividades dirigidas & pessoa/cliente, quer as que séo por si desempenhadas, E constituido or cinco categorias de acces: 1) accdes do Ambito do atendimento, como assistir, elo~ gir, medidas de seguranca ou aliviar; 2) accées de determinacdo precisa de diversos fenémeno de enfermagem, como vigiar, supervisionar, medir ou calcular; 3) acces de informacie que incluem por exemplo descre- ver, orientar, explicar ou ensinar; 4) accées de gestdo, tais como aumentar, diminuir, manter, planear ou assegurar e 5) accdes do Ambito da execuc&o, tais como cateterizar, cuidar da higiene ou transferir. Os anteriores eixos da duracéo, da frequéncia @ do tempo da 62, foram todos reunidos na 1.0 num nico eixo, designado de eixo TEMPO © que & composto por termos que permitem estipular 0 ponto, 0 periodo, o instante, o intervalo ou a duracdo de uma determinada ocorréncia. Integra cerca de seis categorias: 1) os termos relacionados com a duracéo, Por exemplo duracgo da cirurgia; 2) 0s rela- cionados com o numero de ocorréncias duran- te um dado periodo de tempo ou freauéncia, com termos do tipo sempre, frequente, as vezes, raramente e nunca; 3) os termos que traduzem 0 inicio da ocorréncia ou periodo de tempo, como agudo ou crénico; 4) os que expressam situaces, por exemplo a adoles- céncia, a menopausa, a admissio ou a alta; 5) aqueles que se encontram relacionados com 0 momento da ocorréncia ou intervalo de tem= Re, como dia, noite, semana ou més e 6) os termos que traduzem a ordem de sucesséo ou sequéncia do tempo, tal como continua ou intermitente. © eixo LOCALIZACAO da 1.0 compreende os eixos localizac3o anatémica, localizagéo @ topologia, parte do corpo do eixo alvo e infra-estruturas do eixo foco da prética da 82. Possui termos que podem ser utilizados para explicitar a orientago anatémica ou espacial de um ciagnéstico ou intervencdo de enfer- magem, agrupados em trés categorias: 1) da construcéo, tais como edificio ou estrada; 2) posicia, como posicéo de litotomia, lado da cirurgia ou pronacao e 3) relacionados com a estrutura (estrutura corporal, como colostomia, regigo axilar, coto de amputacéo ou via intramuscular, com 0 sistema corpo- ral, tais como pélos, pele, articulacées ou vagina e com as estruturas socials, tipo cen- tro de dia, centro de fisioterapia, bloco ope- ratério, domicilio, priséo ou lar. elxo CLIENTE é composto por temos dos anteriores eixos portador e beneficidrio pessoa do eixo alvo. Designa o sujeito a quem é enunciado o diagnéstico, beneficidrio da intervencao de enfermagem. E composto por trés categorias de clientes: 1) fete, 2) grupo com termos relacionados com a comunidade ou com a familia, do género casal ou familia monoparental e 3) indivi- duo, com termos que incluem o prestador de cuidados, o idoso ou 0 recém-nascido. O Modelo dos Sete Eixos & utilizado 3 seme- lhanga dos eixos de classificaggo da versio B2, para descrever os Diagnésticos de Enfermagem, as Intervencées de Enfermagem e os Resultados de Enfermagem. A sua grande finalidade consiste em tornar visivel a pratica de enfermagem nos sistemas de informagao em sade, de forma a forne- cer dados para a melhoria da pratica de enfermagem, para 0 desenvolvimento da investigacdo com base na evidéncia, para a educagéo em enfermagem, para a administrago e gestio de cuidados e para 0 desenvolvimento de politicas em culdados de satide. © Diagnéstico de Enfermagem fora definido pela 62, como toda a designac3o atribuida pelos enfermeiros a deciséo sobre um fenémeno considerado relevan- te para a pratica de enfermagem, repre- sentando necessariamente um foco das suas intervengées e que a verséo1.0 especifica como sendo um estado do cliente, um problema, uma necessidade ou uma potencialidade. © conceito de Intervengées de Enfer- magem e de Resultados de Enferma- gem da 82 mantém-se com a 1.0, ou seja as intervengées so as acgées que resultam de diagnésticos de enfermagem e que possuem a intencao de produzirem Enfermagem resultados de enfermagem no cliente e os resultados, os diagnésticos de enfermagem que séo formulados em determinados interva- los de tempo e apés a implementacdo de intervengées de enfermagem. ‘As orientacdes do ICN para formulacso de diagnésticos/resultados e intervencdes de enfermagem sofreram também algumas alte- racées. Para a formulacao de Diagnésticos ou de Resultados de Enfermagem é aplicada mesma regra € que consiste na associacdo de um termo do eixo foco com um termo do eixo juizo e, se necessério inclul a possibilidade de digo termos de todos os eixos, incluindo os eixos foco e juizo. Para a construgo de inter vencdes de enfermagem é necessario associar um termo do eixo acco com um termo de qualquer eixo, excepcionande os termos do eixo juizo e podem ser associados termos adicionais de qualquer outro eixo, inclusivé do eixo accdo, caso seja necessério (Diagrama 1). Paralelamente a estas orientacées, 0 ICN incentiva a comunidade de enfermagem a validar as regras de formulacso de diagnésti- cos/resultados e intervencées de enfermagem com vista & obtengo de enunciados simples objectivos e a desenvolver novos vocabulérios com base na CIPE, submetendo-os a proces- sos de investigac3o de forma a serem propos- tos para a inclus3o em futuras versées. Para além disso, incentiva também os enfermeiros a descreveram e a investigarem sobre os diagnésticos, as intervengées e os resultados direccionados para as diversas dreas da prati- ca de enfermagem, de forma a constituir Catélogos CIPE, que a serem aceites poderao ser disponibilizados no futuro pelo ICN, com vista a uma maior uniformizacéo da lingua gem e consequente comparagio de dados de enfermagem. Todas estas alteragdes permitirso utilizar 2 CIPE de uma forma mais simples e sisteméti- ca e, mais dirigida para a producao de resul- tados. Para isso, s6 & necessério compreender a sua estrutura e ter presente as principais categorias e subcategorias que constituem os seus sete eixos, Investigagao Referencias Bibliogréficas ‘ASSOCIACAO PORTUGUESA DE ENFERMEIROS. - CClassificagao Internacional para a Pratica de Enfer- magem = Versio Beta 2. 2° Edicso. Edigg0 do ‘Autor: Lisboa, 2003, ISBN 972-98149-5-3 INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES. - Classifica ‘cdo Internacional para a Pratica de Enfermagem — Versio 1.0. EdigS0 do Autor: Geneva, 2005. ISBN 92-95040-36-8.

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