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ML atdceks Autores Filipe Ferreira da Silveira Bidlogo e Professor, Mestre em Botanica - Departamento de Botanica - UFRGS Rafaella Migliavacca Marchioretto Bidloga, Mestranda em Botanica, ilustradora - Departamento de Botanica - UFRGS Maria Joao Veloso da Costa de Ramos Pereira Professora do Departamento de Zoologia, UFRGS. Membro dos Programas de Pdés-Graduagéo em Biologia Animal e Ecologia (UFRGS) e Ecologia e Conservacaéo (UFMS). Organizagao: Filipe Ferreira da Silveira Desing: Sheron Ferreira da Silveira Esta é uma iniciativa derivada do projeto de extensado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), intitulado "Fauna Digital do Rio Grande do Sul". Para mais informagées visite nosso site: www.ufrgs.br/faunadigitalrs ~ Ye COMO DEVO UTILIZAR ESTE MATERIAL » Este material foi elaborado para ser utilizado por pessoas interessadas em conhecer a biodiversidade do Rio Grande do Sul, tendo como possivel pUblico alvo a comunidade escolar. Nas préximas paginas vocé encontrar sete ambientes do Estado onde animais e plantas ocorrem. Na primeira pagina de cada ambiente hd a descricdo deste, 0 seu mapa aproximado de ocorréncia no Estado e trés figurinhas que junto compéem o perfil da vegetacdo tipico deste ambiente, Nas paginas seguintes vocé encontraré seis animais de cada ambiente e sua descricdo quanto a habito, biologia e dieta. Mais informacées podem ser encontradas no Fauna Digital do RS (www.ufrgs.br/faunadigitalrs). Ao final de cada sessio, ha o perfil da vegetagdo em tamanho maior que pode ser usado para o publico pintar em atividades Idicas e reconhecer algumas espécies vegetais tipicas. Os homes das espécies vegetais encontram-se na base da pagina. Vocé também pode desenhar mais espécies animais e vegetais nesta pagina! Recomendamos, para que a dindmica da troca de figurinhas seja mantida, que © profissional utilizando este material destaque as paginas com as figurinhas (paginas 28 a 37) e realize dindmicas de aleatorizacdo na distribuigdo desta. Desta forma, todos terdo figurinhas repetidas que obrigatoriamente devem ser trocadas com outros participantes de interesse. As figurinhas apresentam o seu nUmero especifico onde devem ser coladas, izando cola branca. Este album pode também ter as paginas das figurinhas impressa em papel adesivo, descartando a utilizacdo de cola. Este material digital encontra-se integralmente gratuito no site do projeto na aba de "Divulgagao Cientifica”. CAMPOS DO PAMPA (sipca mative eens eaten en eit | 01 O02 03 we eee Lt O bioma Pampa compreende a metade sul do Rio Grande do Sul e inclui diversos tipos de fisionomias campestres. Apesar de passar a falsa ideia de um ambiente uniforme, os campos do Pampa possuem uma fantastica diversidade de fauna, flora e de paisagens. Espécies de plantas medicinais classicas, como a macela (Achyroclyne satureioides) © a carqueja (Baccharis trimera). Ornamentais como o capim-dos-Pampas (Cortoderia sellowana) e 0 capim-das-dunas (Panicum racemosum). Outras apenas que passam pelas nossas vidas sem nos darmos muita conta, como o pega-pega (Desmodium spp), a roseta (Soliva pterosperma) e o gravata (Eryngium spp.). Esses séo apenas alguns exemplos da biodiversidade que muitas vezes nao estamos disponiveis para enxergar. Apesar do ambiente pampeano ser majoritariamente campestre, também existem drvores no Pampa, tanto em matas ripdrias quanto inseridos no campo mesmo, como o butid (Butia odorata) e 0 espinilho (Vachellia caven), Com uma fauna riquissima de invertebrados (aranhas, fede-fedes, moscas e borboletas) e vertebrados (anfibios, aves, répteis e mamiferos) © Pampa é dotado de complexas relacées ecolégicas. Dentre os mamiferos temos como principais representantes os tuco-tucos, 0 tatu- galinha, 0 rato-da-taquara, os graxains, os veados, a capivara, o zorrilho, o furdo, entre outros. Infelizmente essa biodiversidade tem sido muito ameacada, principalmente pelo uso de agrotoxicos e pela conversdo dos campos nativos em florestas de pinheiros e eucaliptos exdticos, matéria prima para producao de papel © Para 2 ans ecquemético da regido de ocorréncia dos industria madeireira. Campos do Pampa no Rio Grande do Sul M4o-pelada - Procyon cancrivorus Este animal, semelhante a um Guaxinim, costuma lavar os alimentos antes de comer, vivendo proximos a cursos d’agua e mata ciliar, E um animal noturno. Possui uma dieta onivora, alimentando-se de frutos (¢ um bom dispersor de sementes), pequenos roedores, aves, anfibios, peixes, moluscos, crustaceos € insetos, sendo os dois Ultimos os principais itens da sua dieta. Veado-campeiro - Ozotoceros bezoarticus Também chamado de veado-branco. Possui orelhas curtas e pontiagudas, e os chifres ramificados, geralmente de trés pontas, que caem anualmente. Os machos sdo territorialistas e usam suas galhadas na disputa pelas fémeas. & considerado pastador-podador que se alimenta de vegeta¢éo macia como folhas jovens, flores e sementes. Rato-do-mato - W/i/fredomys oenax Sua caracteristica mais marcante € a ponte do focinho alaranjada, além da regido em torno das orelhas. Pesa aproximadamente 25g e possui cauda § longa alcangando o dobro do comprimento da cabega e corpo. Encontrado em dreas de campo, borda de mata, capoeiras e restingas e até mesmo plantagdo de arroz. Gato-palheiro-pampeano - Leopardus munoai Animal considerado relativamente raro, mas sdo ainda poucos os estudos sobre sua ocorréncia e distribuigéo no estado, sendo que ocorre predominantemente no Pampa. Essa espécie é conhecida mundialmente como “gato-dos- Pampas". Sendo um predador, alimenta-se de pequenos mamiferos, aves e répteis. Furao - Galictis cuja O Furao costuma ser solitario, mas também pode ser visto em casais, as vezes com filhotes. Acredita- se que sejam monogamicos, ou seja, mantenham apenas um parceiro durante o periodo reprodutivo. Alimenta-se principalmente de pequenos vertebrados, como roedores, lagartos, serpentes e aves. Tamandué-bandeira - Myrmecophago tridactyla E um animal grande, com cauda comprida e peluda, que da origem ao seu nome popular por lembrar uma bandeira hasteada. Quando dorme, cobre-se com a cauda. Ndo ha registros da espécie no Rio Grande do Sul hd muitos anos, onde esté criticamente ameagado de extingdo. Alimenta-se de cupins e formigas e possui garras fortes e afiadas para escavar cupinzeiros e formigueiros. 1) Aristida jubata, 2) Axonopus jesuiticos, 3) Trifolium riograndensis, 4) Waltheria douradinha, 5) Paspalum notatum, 6) Aristida murina, 7) , 11) Lippia coarctata, 12) Herbertia pulchella, 13) Convolvulus laciniatus, 8) Indigofera asperifc Adesmia latifolia, 14) Senecius cisplatinus, albescens, 20) Kelissa brasi 5) Cereus hidmannianus, 16) Parodia nsis, 21) Andropogon lateralis. 9) Paspalum notatum, 10) Baccharis cordifo tonis, ’) Panicum aquaticum, 18) Dyckya vicentensis, 19) Lupinus MATA DE ARAUCARIA TT o-. wa 0. -peettie | 10 11 Vee ee ee eh ee et 12 A Floresta Ombr6fila Densa, ou Mata de Araucdria, é um ecossistema caracteristico da regiao serrana do RS, com clima timido, chuvas abundantes ao longo do ano e perfodos de frio intenso. Os Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral abrigam as areas com maiores remanescentes desse tipo de vegetagao. A araucédria (Araucaria angustifolia) caracteriza a fisionomia dessa floresta e tem grande importncia comercial devido ao consumo do seu fruto, o pinh3o. Apesar de muitas vezes sua abundancia criar uma imagem de que essa floresta é composta apenas por araucaria, a vegetagao abaixo do dossel é muito diversa em seus diversos niveis de altura (estratos). A vegetago caracteristica da regido é muito fragmentada, formando um mosaico com espacos de vegetagao campestre e de areas cultivadas. Em diversos pontos de contato com vegetagaéo campestre é possivel notar 0 potencial de disperséo da araucéria, fogo pode ser um fator de restrigg0 ao avanco da floresta, definindo seus limites. Hoje, apenas 20% deste ecossistema se encontra preservado em algum estagio de sucessdo ecoldgica. Desde 0 inicio da colonizacao, esta vegetacdo foi muito explorada para a extragdo de madeira. Hoje, os principais impactos de desmatamento sdéo causados pela silvicultura (cultivo de Pinus sp.), pela pecuaria (criagéo de gado) e por atividades agricolas, The a, oo Wh abe y Ae aS Mapa esquematico da regio de ocorréncia da Mata de Araucéria no Rio Grande do Sul Bugio-ruivo - Alouatta guariba clamitans Emite vocalizag6es que podem alcancar longas distancias, usadas para afastar outros grupos de bugios ou para a propria comunicacéo do grupo. Utiliza a sua cauda preénsil para locomocdo na copa das arvores, e raramente é avistado no solo. Possui dieta rica em folhas e flores, sempre preferindo os ramos mais macios e novos. Cuica d’ agua - Chironectes minimus Possui numerosos pelos sensoriais no rosto, chamados vibrissas. E um mamifero marsupial semiaquatico e possui membrana interdigital nas patas traseiras para ajudar a natacéo e pelagem densa que garante a impermeabilidade. A sua dieta inclui pequenos mamiferos, aves, répteis, anfibios, peixes, insetos e frutos. Paca - Cuniculus paca Constréi tocas ou buracos em barrancos, sempre com safdas de emergéncia cobertas por folhas. As pacas podem ter até dois filhotes por ninhada, por ano. Vivem em florestas, préximas de cursos d'agua. Alimenta-se de tubérculos, brotos e frutas de plantas aquaticas e campestres. Cateto - Pecari tajacu Originalmente 0 cateto ocorria em todo o RS, mas atualmente esta restrito ao extremo noroeste do estado. Ocorre em grupos e frequenta barreiros, assim como as antas (Tapirus terrestris), para obter sais minerais. Quando ameacados, erigam os pelos e saem em disparada. Alimenta-se de frutas, sementes, raizes e insetos e pequenos animais. Gato-mourisco - Herpailurus yagouaroundi Esse felideo 6 geneticamente mais proximo do ledo-baio, puma ou ong¢a-parda (Puma concolor) apesar de ser apenas um pouco maior que um gato doméstico. Assim como outros felinos é dificilmente avistado por humanos. Alimenta-se de roedores, aves e tatus. Vive em areas abertas e de mata. Serelepe - Guerlinguetus henseli Possui cauda volumosa e comprida. Faz tocas nos ocos de drvores. Dificilmente visualizadas_na natureza, @ muito mais comum conseguir encontrar os seus vestigios, como sementes roidas, pelo solo das matas. Alimenta-se de pequenos frutos, invertebrados e sementes. scarabella, 19) Araucaria angustifolia, 20) Erythroxylum deciduum. CAMPOS DE CIMA DA SERRA (pcu ma taeass eure sea mae un aeons 19 20 Vee ee ee eh ee et 21 Os Campos de Cima da Serra so ambientes campestres do bioma Mata Atlantica, situados em regides de altitude na por¢ao norte do nosso estado. Esses campos ocorrem em mosaico ou manchas com florestas tipicas da Mata Atlantica como a Mata de Araucaria (Floresta Ombréfila Mista), por exemplo. Quando o campo nao é pastejado, ha ocorréncia de varias espécies de arbustos e as espécies de grama acabam sendo mais altas. Quando o campo é pastejado, as espécies de gramineas ficam mais restritas e préximas ao solo e os arbustos nao se conseguem desenvolver. Quando ha muito desse actimulo de palha/feno, oriundo das gramineas de maior altura, ndo é rara a aplicagaio da queima ao campo. Apesar de soar catastréfico, cabe ressaltar que esse ambiente evoluiu com a ocorréncia desses eventos, tanto fogo, quanto pastejo, e esta acostumado com eles. Quando feita de forma adequada e controlada, a queima elimina a grama seca e morta da vegetacdo e estimula 0 crescimento de brotos frescos para o gado. Mas atencao! A queima dos campos deve ser prescrita por especialista e s6 pode ser realizada com base em autorizaées autorizagdes ambientais e com a participagao de pessoal técnico capacitado. © objetivo é que o fogo auxilie na redug3o de matéria seca e no que se alastre para as florestas dos entornos que nao resistem a este disturbio. E na regigo dos Campos de Cima da Serra que, durante o inverno, ocorrem os minimos de temperatura de todo o Brasil. Apesar disso, esta regido alberga uma biodiversidade significativa, especialmente de mamiferos, incluindo felideos como o puma, canideos como o graxaim e, raramente até o lobo-guard, zorrilhos, cuicas € cervideos - um verdadeiro mundo de biodiversidade do planalto riograndense Mapa esquemético da regiéo de ocorréncia dos Campos de Cima da Serra no Rio Grande do sul Graxaim-do-campo - Lyca/lopex gymnocercus Os graxains sdo injustamente considerados predadores de animais domésticos e, devido a isso, séo frequentemente cacados. Em geral, durante o dia, escondem-se em tocas, fendas e ocos de arvores. Sendo mais ativos durante o anoitecer. £ um canideo onfvoro que se alimenta de pequenos vertebrados, invertebrados e frutos Lobo-guara - Chrysocyon brachyurus Possui como caracteristica mais marcante as pernas compridas, longas orelhas e pelagem marrom-avermelhada. E um importante dispersor de sementes. E um animal solitdrio, de comportamento muito esquivo, e dificilmente avistado. Alimenta-se de pequenos animais e frutos silvestres. Ledo-baio (Puma concolor) E 0 segundo maior felino do continente. Conhecido também como onga-parda, puma ou sucuarana Os filhotes nascem com pintas que tendem a desaparecer conforme crescem. Tem como dieta roedores, lebres , tatus, veados, capivaras, aves, lagartos e até mesmo serpentes. Tatu-mulita - Dasypus hybridus Esse animal possui uma densa carapaga para a sua protecao. E um animal que vive em tocas que ele mesmo escava e costuma sair dao entardecer. Suas orelhas assemelham-se as orelhas de uma mula, © que originou 0 seu nome popular. Alimenta-se de pequenos animais, tubérculos, frutos e fungos. Zorrilho - Conepatus chinga Qn Esse animal possui glandulas odoriferas anais que produzem uma mistura de quimicos com um cheiro altamente ofensivo, usado para afastar potenciais predadores. O zorrilho é, por vezes, confundido com um gamba... Mas 0 zorrilho é um carnivoro, com dieta diversificada, incluindo insetos, aves, e ovos de tartarugas, frutas e material vegetal, assim como cobras, lagartos, roedores. Jaguatirica - Leopardus pardalis Belo felideo amarelado com manchas escuras na pelagem. Entre os felideos brasileiros, maior que a jaguatirica s6 a onga-pintada e o ledo-baio. E um animal solitario e territorial. Habilidosa escaladora de arvores, salta e nada muito bem. Alimenta-se de tatus, gambas, bugios, pacas, capivaras e outros mamiferos de pequeno porte. 1) Andropogon macroth 1 peruviana, josa, 9) Adesmia rinensis, 6) Holocheilus, jippeastrum breviflorum, 'a, 10) Andropogon lateral 12) Eryngium pandanifolium, 13) Cortaderia selloana. CENTRO URBANO isiperag wesc stone Veratrine oe | ee ee | 28 29 30 Vee ee ee eh ee ee dt ee Os centros urbanos sdo regides com muitas pessoas e que, devido ao nosso modo de vida, sofrem grande modificago da paisagem. Mas, todos os centros urbanos, por mais prédios e ruas asfaltadas que tenham, fazem parte dos biomas e ecossistemas do RS. Por isso, também ocorrem nessas cidades espécies tipicas de cada bioma e formacdo vegetal (campo, floresta, etc.). Exatamente por isso, seria impossivel mostrar toda a diversidade das cidades gatichas, mas existem espécies mais comuns nas cidades, a maioria nativa do estado e, algumas que até properam com os recursos - abrigo ou alimento - associados 4 ocupacao humana, as chamadas espécies sinantropicas. Apesar de cada cidade apresentar espécies nativas dos ecossistemas onde se integra, as pessoas e 0 poder puiblico (prefeituras) também plantam espécies de plantas em parques, jardins e pomares que so recurso para varios animais Nossas cidades ndo parecem parar de crescer e a construgdo de prédios e areas com asfalto e cimento provavelmente nao deixarao de existir. Afinal, essas estruturas sé Uiteis para nds. Mas a presenca de vegetacao, de preferéncia nativa, nas cidades € importante para manter a qualidade do ar que respiramos, reduzir 0 ruide, diminuir a variagéo da temperatura das ae cidades (0 asfalto, que esquenta muito, fica mais . NG fresquinho sob a sombra de uma arvore), para criar i > reas de lazer e de descanso (parques, pracas e até a J sacada do apartamento), dentre outros beneficios. > y# Além disso, os animais silvestres que moram naturalmente nas cidades ou préximo delas também ee precisam muito dessa vegetacdo como abrigo ou alimento! A companhia desses seres nos centros urbanos nado é sé agradavel, mas também é muito importante para manter o equilibrio dos sistemas urbanos. Mapa esquemtico das regises de maior ocupagao humana no Rio Grande do Sul Morcego-de-cauda-grossa (Volossus molossus) O morcego-de-cauda-grossa é muito nas cidades do sul do Brasil, mas também ocorre em campos e florestas. Pode formar col6nias com centenas de individuos. Cada morcego, Por noite, consume mais de metade do seu peso em insetos, sendo por isso um importante controlador de pragas Ourigo - Coendou spinosus De orelhas curtas, olhos grandes e cauda aproximadamente do tamanho do corpo, 0 ouri¢o se faz presente nas copas das drvores do nosso estado. Utiliza sua cauda preénsil para se locomover entre os galhos. Durante o dia pode ser visto bem quietinho nos galhos das 4rvores. Alimenta-se de folhas, flores, frutas e até corti¢a. Prea - Cavia magna Roedor de dimensdo consideravel de até 1Kg de peso. As fémeas podem ter duas ninhadas por ano, e um a cinco filhotes por ninhada. Vive em bordas da Mata Atlantica em formacgdes arbustivas/herbdceas préximas de cursos d'égua Alimenta-se de grdos e folhas. Quati - Nasua nasua Os quatis viver em grupos de até 30 ou mais individuos. Quando andam no chéo da floresta mantém suas caudas para cima, aparentemente usada para comunicarem entre si. Habitam florestas da Mata Atlantica e do Pampa. Alimentam-se de pequenos animais e frutos. Gamba - Didelphis aurita Os gambas séo marsupiais comuns e relativamente adaptados aos ambientes urbanos, podendo utilizar forros das residéncias como tocas. As fémeas possuem marsupio onde as crias ficam até 4 meses. Apés esse perfodo, os filhotes andam agarrados no dorso da mde até ficarem completamente independentes. Possuem dieta onivora e sdéo polinizadores e dispersores de sementes. Macaco-prego - Sapajus nigritus Manipulam ferramentas, galhos e pedras, com extrema habilidade. E comum invadirem casas e areas agricolas em busca de alimento, pois muitas pessoas estimulam esse comportamento ao alimenta-los. Ndo faga isso! Esses alimentos podem ser prejudiciais 4 satide dos macacos. A sua dieta natural consiste basicamente de insetos e frutos. 1) Plantago sp., 2) Ligustrum lucidium, 3) Handroanthus chrysothrichus , 4) Lagestroemia indica, 5) Aehryocline satureoides, 6) Eugenia uniflora, eo 7) Jacaranda mimosifolia, 8) Yucca elephantipes, 9) Syagrus romanzoffiana, 10) Peltrophorum dubium, 11) Baccharis crispa, 12) Handroanthus Yo = avellanedae, 13) Ficus benjamina. MATA ATLANTICA (sipereseeaneners (terug pee ere Cl comme ercrreat otal 37 38 et 39 A Mata Atlantica ocupa cerca de metade do territério do Rio Grande do Sul. Este bioma & composto por diferentes ecossistemas e esto presentes no estado a Floresta Ombrofila Mista, os Campos de Altitude, a Floresta Ombréfila Densa, a Floresta Estacional Decidual e a Floresta Estacional Semidecidual, além da vegetacao de restinga e butiazais. Dentre esses diversos tipos de vegetacao, predominam as Florestas Estacionais e a Floresta Ombréfila Densa, que é © ecossistema que costumamos assoclar com mais rapidez ao que entendemos como Mata Atlantica. E com foco nestes ecossistemas que elaboramos este capitulo. A Floresta Ombréfila Mista tem hoje menos de 50% de sua cobertura original. No RS, as unidades de conservacdo que protegem este ecossistema sdo 0 Parque Estadual de Itapeva e a Reserva Biolégica da Mata Paludosa, a Reserva Bioldgica da Serra Geral, a Estado Ecoldgica Estadual Aratinga, a Floresta Nacional de Sao Francisco de Paula e a APA Rota do Sol As Florestas Estacionais também sofreram perdas, restando hoje apenas 20% de sua area original. Localizam-se em regides de relevo ondulado e vales bem marcados. No RS, as unidades de conservagaio que protegem este ecossistema sio o Parque Estadual do Turvo, 0 Parque Estadual da Quarta Colénia e a Reserva Biolégica do Ibicuf Mirim. A conectividade entre estas dreas, através de corredores ecolégicos, € fundamental para a conservagéo e protec3o da biodiversidade. A modificagio da paisagem aqui deve-se principalmente ao cultivo de hortaligas (olericultura), a criagéo de porcos (suinocultura), a extragdéo de madeira e a cultivos agricolas mecanizados de maior extensdo (principalmente soja, trigo, arroz, milho e feijao), Mapa esquemético das regides florestais da Mata Atlantica no Rio Grande do Sul Onga-pintada - Panthera onca E 0 maior felino das Américas. Pode apresentar pelagem amarela com manchas pretas ou ser totalmente escura (meldanica). A onca é uma excelentes escaladoras e nadadora. Atualmente ocorre apenas em um local do RS: 0 Parque Estadual do Turvo Alimenta-se de animais de médio a grande porte. Tamandua-mirim - Tamandua tetradactyla O Tamandud-mirim dorme dentro de tocas abandonadas, ocos de 4rvore, fendas ou no meio da vegetacao. Os filhotinhos andam agarrados ao dorso da mde. O tamanduad-mirim possui uma lingua fina e comprida, que serve para buscar alimento dentro de cupinzeiros ou formigueiros. Alimenta-se também de mel. Irara - Fira barbara A irara é muito agil e veloz, vivendo em cima das arvores. Constréi tocas em ocos de 4rvore. As principais ameagas a espécie sdo a degradacao e a fragmentagdo ambiental, incluindo ° desmatamento e as queimadas, a caga por retaliagdo e os atropelamentos. Alimenta-se de pequenos vertebrados, mel e frutos. -preto - Alouatta caraya Os bugios-pretos machos dessa espécies sdo pretos e fémeas sdo amareladas. Emitem vocalizag6es que podem alcangar longas distancias, usadas para demarcar o seu territério e para organizagdo do préprio grupo. Alimentam-se de folhas, sementes, frutos e flores. Veado-mateiro - Mazama americana Os veados-mateiros sdo cervos de chifres sem ramificagdes. Vivem em florestas densas, e sdo normalmente noturnos. Sdo dtimos nadadores. Pesam cerca de 40kg e medem aproximadamente 70cm de altura. Alimentam-se de frutos, folhas, flores e fungos. Anta - Tapirus terrestris E o maior mamifero terrestre do Brasil. Pode atingir 300 Kg e 2 m, e possui uma pequenina cauda. Possui patas curtas, cabeca grande e focinho em forma de tromba mével, curvada para baixo. Atualmente ocorre apenas em um local do RS: o Parque Estadual do Turvo Alimenta-se de plantas terrestres e aquaticas, brotos, cascas de arvore e frutos, realizando o importante papel ecolégico de dispersora de sementes 1, 16) Bauhinia fe BANHADOS i acre age (acer rere een eerie | 46 47 48 Lee Lt ee Os banhados sao territérios de areas imidas que permanecem inundados por perfodo suficiente para que espécies aquaticas consigam se estabelecer nestes solos encharcados. S30 ambientes de 4gua parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, pantanosos ou brejosos. Os banhados podem ainda ocorrer em mosaicos com outras paisagens, como campos Umidos e areas de mata de restinga por exemplo. Como geralmente essas areas timidas ocorrem em regides planas e baixas, a Agua vinda dos ambientes vizinhos, através da chuva ou de cérregos, acaba por se acumular aqui. Durante o verao o nivel da agua pode baixar bastante, mas mesmo assim esse ambiente é importantissimo para estocar gua durante a estiagem. Por ter a capacidade de absorver muita gua, o banhado funciona como uma esponja, acumulando agua durante o verao gaticho. Jé no inverno, como chove mais, 0 nivel da dgua sobe, aumentando os limites do banhado sobre outros ambientes. Nele, incriveis animais como a capivara e 0 cervo-do-Pantanal, encontram o lar ideal Infelizmente, muitas vezes 0 banhado é drenado, quase sempre para a produgdo de arroz. Sem gua 0 banhado vai morrendo aos poucos. O que faz a vida pulsar no banhado é a 4gua, que hidrata as plantas aquaticas, que alimentam os invertebrados e vertebrados, que vive em abundancia, Sem ela, o banhado desapareceré, Mapa esquemético de regides com banhados, lagoas e outras areas midas no Rio Grande do Sul Lontra - Lontra longicaudis As lontras sdo animais adaptados a vida aquatica, com cauda achatada e musculosa e membrana entre os dedos. Ocorrem em todo o Rio Grande do Sul, sempre associadas a cursos d’gua. Sao territorialistas 7 solitarias. Alimentam-se basicamente de pequenos animais. Cervo-do-Pantanal - Blastacerus dichotomus E o maior cervo do estado, pesando cerca de fj 130Kg. Possui orelhas grandes e chifres ramificados. De vez em quando seus chifres sdo perdidos e substituidos por novos; quando isso ocorre é chamado de “troca de galhada”. Alimenta- se de plantas aquaticas de folha larga e plantas campestres. Morcego-pescador - Noctilio leporinus Os pés dessa espécie de morcego sdo grandes e funcionam como garras curvadas para pescar. A sua coloracao € laranja vivo. E comum ver este animal pescando em noites de verdo. Com um pouco de atencdo também é possivel escutar os seus chamados de ecolocalizagdo. Alimenta-se de pelxes, insetos e crustaceos. Tapiti - Sylvilagus brasiliensis Os tapitis séo os Unicos coelhos nativos do RS. A introdugdo da lebre-europeia fez com que tenham que competir por alimento e habitat, o que tem causado problemas de conservagaéo ao tapiti. Alimentam-se de frutos, talos e brotos vegetais. Capivara - Hydrochoerus hydrochaeris E o maior roedor do mundo podendo pesar até 60Kg! Suas patas possuem uma membrana entre os dedos, que auxilia essa espécies na nata¢ao. Os machos tém uma glandula na cabeg¢a, que produz uma substancia utilizada para demarcar territdrio. Vive em grupos de até 20 individuos. Alimenta-se de vegetacgado campestre e aquatica. Ratdo-do-banhado - Myocastor coypus Por viver em ambiente aquatico apresenta pelagem adaptada a vida na agua, assim como uma membrana interdigital que auxilia na natagdo. As fémeas, por ninhada, podem ter de 4 a 6 filhotinhos. Esses animais constroem plataformas com palhas e juncos que usam para descansar, mas também podem cavar profundas tocas no solo. Alimenta-se de plantas aquaticas, grama, caramujos e pequeninos peixes. +4! 1% 17 )=«6 18 «19°20 21 1) 1) Gaylussacia brasiliensis, 2) Erythrina cristagalli, 3) Blechnum sp., 4) Scirpus giganteus, 5) Senecio bonariensis, 6) Hydrocotyle leucocephala, 7) Eichhornia crassipes, 8) Typha domingensis, 9) Salvinia auriculata, 10) Schoenoplectus californicus, 11) Pontederia lanceolata, 12) Typha domingensis, 13) Salvinia auriculata, 14) Schoenoplectus californicus, 15) Senecio bonariensis, 16) Salvinia auriculata, 17) Pistia stratiotes, 18) Myriophyllum brasiliense, 19) Butia sp., 20) Siphocamphylus fimbriantus, 21) Ludwigia tomentosa. 22) Mimosa bimucronata 22 LITORAL igi eaters eu sas mae a aaron A regiao fisiografica dos Campos Litoraneos corresponde a unidade geomorfolégica da Planicie Costeira. Esta formagao estende-se desde Torres (RS, Brasil) até La Coronilla (Uruguai). Os Campos Litoraneos apresentam altitudes inferiores a 50 m e sequéncias de ambientes fluvio-marinhos paralelos ao mar com corddo de dunas, banhados, lagoas, matas de restinga e campos arenosos. O solo é arenoso, tem alta salinidade, é pobre em nutrientes e muito encharcado. A vegetaco campestre & composta principalmente por gramineas e espécies herbaceas que cobrem densamente o solo. Devido a diversidade de condiges fisicas presente nessa regio, existem entre as formac6es campestres, manchas de vegetacdo arbustiva e arbérea (mata de restinga, mata paludosa, butiazal). As matas de restinga esto presentes ao longo da costa do RS, mas os butiazais costumam ser encontrados na regio norte do Estado e as matas paludosas, na regio sul Amata de restinga é formada principalmente por espécies que dispersaram para a regiao E eM costeira e que tem como caracteristica principal a ee a capacidade de estabelecimento em areas de Ta solos pobres, como as dunas. Essas formagées SL 5 criam barreiras de prote¢do contra o vento, que 6 muito importante na modificagdo do relevo e sb para o estabelecimento de espécies na regiao. ss Além disso, as matas de restinga tendem a — facilitar a drenagem do solo e sao importantes para a fauna endémica e migratéria. As principais atividades econdmicas nos campos litoraneos so a pecudria em pastagens naturais e a rizicultura. Atualmente, 0 cultivo de soja também cresce na regigo, Mapa esquematico da regido da Planicie Costeira do Rio Grande do Sul Morcego-das-palmeiras - Lasiurus ega S&o encontrados tanto solitérios quanto em grupos pequenos, geralmente do mesmo sexo. Abrigam-se em arvores e construgées humanas, mas tem preferéncia por folhas de palmeira. Esses morcegos cacam insetos a noite, sobrevoando a copa das 4rvores e corpos d’4gua em busca de alimento a. Tuco-tuco-das-dunas - Ctenomys flamarioni Roedor que ocorre apenas no RS, possui corpo adaptado e dentes especializado para escavar as dunas, Sua coloracao é clara como a areia, ficando camuflado no ambiente. Possui olhos e orelhas pequenos, patas e unhas fortes, podendo inclusive utilizar seus dentes para escavar e remover areia dos tUneis. As suas principais ameacas sio a reducdo, a fragmentacdo e a modificagdo do habitat e a predacdo por animais domésticos. Ledo-marinho-do-sul (Otaria flavescens) Popularmente conhecidos como ledes-marinhos, devido & juba de pelos que o macho apresenta ao redor do pescocgo sdo animais de grande porte, com machos de até 2,5 metros e pesando até 300 Kg. Sua dieta é baseada em peixes, crustaceos, polvos e lulas. Elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina) Popularmente conhecidos como _ elefantes- t marinhos devido ao seu tamanho - podem atingir * até 6 toneladas - e a presenca de uma tromba inflavel de aproximadamente 10 cm. Os machos so bem maiores que as fémeas. Sao avistados muito raramente, mas sao inconfundiveis devido a sua dimensao! Alimentam-se de peixes e lulas, mas ocasionalmente cagam focas e pinguins. Golfinho-rotador - Stenella /ongirostris Seu nome deriva do seu comportamento de saltar para fora d’dgua e girar até dez vezes sobre seu préprio eixo antes de cair novamente na agua. Os individuos podem medir até 2,4 metros e possuem 0 focinho muito longo e estreito, sendo escuro em cima e claro em baixo com a extremidade escurecida. Alimenta-se de lulas, peixes e camar6es. Orca - Orcinus orca £ a maior representante da familia dos golfinhos e possui uma coloracdo preta e branca. As orcas sdo muito afetadas pela degradacgdo de habitat, sobrepesca e poluigdo de mares. Sua dieta é baseada em peixes, aves marinhas, tartarugas, focas, lobos-marinhos, outros golfinhos e até mesmo baleias, quando cagam em grupos. 1) Cereus hildemannianus, 2) Syagrus romanzoffiana, 3) Bromelia antiacantha, 4) Ficus cestr californicus, 7) Lycopodium alopecuroides, 8) Drosera brevifolia, 9) Androtrichum trigynum, 12) Paspalum vaginatum. , 5) Cephalanthus glabratus, 6) Scirpus in ‘enecio crassiflorus, 11) Panicum racemosum, ‘00 rx! Sei ii 1g i 14 1 og 1 og 1 og 1 14 i] Wg 1 1g 1 ESS a FC rae n ng tl H § j to / tl 14 [ 1 to \ tl H § \ to ( t Hg q ae 38. Filipe Ferreira Rafaella Maria Jodo Veloso Sheron da Silveira da Costa de Ramos Ferreira da Marchioretto Pereira Silveira O Fauna Digital do RS € um projeto sem fins lucrativos que objetiva a divulgagdo e conscientizagdo a respeito da fauna local do estado do Rio Grande do Sul. A venda por terceiros deste material nao é autorizada e esta sujeita a sancées judici Quer nos ajudar? 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