You are on page 1of 95
ae TESES DE DEFESA Livro Eletrénico mo | say CURSOS DIREITO PENAL IE Teses de Defesa — SumARIO Teses de Defesa . aA ‘L. Como Idemtificar as Teses nett ‘1.1. Sistema de Identificagdo das Teses.. 2. POGAS PATICRS nnn DS 2.1. Relaxamenta da Prisdo Em flagrante ec 2.2, Queirca Crime nee 2.3, Resposta 8 Acusag3o (Rito COMUM) nn 2.4, Memoriais (Rito Comum)... 25. Apelaggo. 2.6. ContrarrazGes de Apelacao ... 2.7. Recurso em Sentido Estrito (Rito do Jorie demais Ritos) 2.8. AgTaVO OM EXCCUGSO neni SB 2.9. Revisdo Crimimat ee BF 3. Pegas Inéditas 3.1. Defesa Prévia (Lei de Drogas) e Defesa preliminar (Crimes Funcionais) ..... 3.2. ContrarrazOes de Recurso em Sentido EStrito. 3.3. Recurso Ordindrio Constitucional.... 3.4, ContrarrazOes de Agravo em Execugao. 4. Outras Pegaso 4.1. Representagao 8 autoridade policial eS 4.2. Requerimento de Restituigao de Coisas Apreendidas.... 4.3. Requerimento para Instaura¢do de Inquérito Policial_.. 4.4, Requerimento de Sequestro de BenS nnn SD 45, Excegdo de Incompetén 4.6, EXCEGHO C2 SUSPEICSO ne 4.7. Excecdo de llegitimidade de Parte nT 4.8, Excecao de Coisa Julgada.. 0 contest desta fro aletrGnico 6 icenciado para Larysea Lima - 47610580671, vedada, por quaisquer mains @ a qualquer thle, 3 sum repradupéa, copia. divulgacSo ou distibuigSo, suleiando-se aos indaiores &resporsabiizapio chile creninal veww.grancursosoniine.com.br 2de95 say CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE: Tesesde Defesa Geew tate 4.9. Requarimanto de Habilitagdo como Assistente de Acusago_ 4.10. Embargos Infringentes e de Nulidade ene TB 4.11, Embargos de Declaragao nen TD 4.12. Carta TestemUunna vel ene need 4.13, Recurso Especial 88 © conte cesta Hero eletrOnico @cenciado para Larysss Lima - 4761858007, vedaca, por quaiaquer meson e 2 qusiquer titulo 3 sum repradupéa, copia. divulgacSo ou distibuigSo, suleiando-se aos indaiores &resporsabiizapio chile creninal veww.grancursosoniine.com.br 3de95 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese TESES DE DEFESA ‘1. Como IDENTIFICAR AS TESES Para a 2° fase, 0 grande desafio é aprender a identificar as teses de defesa ou de acusa- 40. No entanto, é possivel facilitar essa tarefa com a andlise das teses cobradas nas provas passadas, pois a FGV € muito repetitive no que pede, conforme levantamento a seguir. Fiz 0 estudo de tras para a frente, do ultimo Exame de Ordem para 0 primeiro. Isso porque, nas pri- meiras provas, percebe-se uma prova semelhante ao Exame de Ordem elaborado pelo Cespe (Cebraspe), a banca que anteriormente aplicava a prova, Provavelmente, nas primeiras provas, a FGV quis manter 0 padrao da banca anterior. No entanto, com o tempo, a FGV criou um perfil préprio de prova, com foco no CP no CPP ~ o Cespe cobrava com frequéncia a legislacao penal especial. 35° Exame de Ordem Pega: apelagSo. Nulidade: nouve nulidade na oitiva das vitimas, tendo em vista que o mera decurso de tem- bo nao éfundamento idéneo para produ¢do antecipada de provas. Falta de justa causa: excludente da culpabilidade em raze de embriaguez completa ¢ pro- veniente de caso fortuito ou forga maior (CP. art. 28, § 1°) Exeesso na punigdo: (a) pena-base no minimo legal; (b) atastamento da agravante do ar- tigo 61, Il, “b” ou “d* do CP; (c) reconhecimento da atenuante do artigo 65, Ill, "d", do CP; (d) regime inicial aberto, na forma do artigo 33, § 2°, “c’, CP; (e) substituicdo da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do artigo 44 do CP. XXXIV - Exame de Ordem Pega: recurso em sentido estrito Nulidade: houve a invers8o da ordem de citiva das testemunhas, em violagSo 40 artigo 411 do CPP. Falta de justa causa: excludente da culpabilidade em razo de embriaguez complete e pro- veniente de caso fortuito ou forga maior (CP. art. 28, § 1°) Excesso na punig&o: (a) desclassificagaio para crime nlc doloso contra a vida; (b) afasta- mento da causa de aumento de pena imputada na deniincia XXXII - Exame de Ordem Pega: apelacao. Nulidade: houve a inversdo na ordem da realizacao das perguntas para as testemunhas. Falta de justa causa: erro de tipo (CP, art. 20, caput). Exeesso na punigdo: (a) pena-base no minime legal, com fundamento na Simula 440 do STU; (b) reconhecimento da stenuante da menoridade relativa; (c) redueao do quantum de su- mento de peng na terceira fase da dosimetria; (0) reconhecimento da tentativa; (2) aplicacao de regime inicial mais benéfico. www. grancursosonline.com.br 4d095 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 3OKKII - Exame de Ordem Pega: memorials. Nulidade: o réu no foi intimado para comparecer em juizo. Extingdo da punibilidade: prescrigao. Falta de justa causa: desisténcia voluntaria (CP. art. 15) e consequent desclassificago (CPP, art. 419), de homicidio para les&o corporal. Excesso na punig&o: afastamento da qualificadora prevista no art. 121, § 2°, VI, do CR XXX - Exame de Ordem Pega: apelacao. Nulidade: o réu no foi intimado para comparecer em juizo. ExtingSo da punibilidade: pres Falta de justa causa: desisténcia voluntéria (CP. art. 15) e consequente desclassificago (CPP art. 419), de homicidio para les&o corporal. Exeesso na puni¢do: afastamento da qualificadora prevista no art. 121, § 2%, VI, do CP. 200 - Exame de Ordem Pega: apelag3o. Nulidade: (2) auséncia de representaca; (b) violacdo ae principio da correlaco. Extingo da punibilidade: decadéncia. Falta de justa causa: auséncia de impericia (0 crime do problema era culposo). Excesso na punigo: (3) afastamento da agravante em razSo da idade da vitima; (b) afasta- mento do concurso material de crime; (¢) afastamento do regime inicial fechado; (0) substitu cdo da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. XXIX — Exame de Ordem Pega: agravo em execucao. Nulidade: invalidade no procedimento para a apuracdo de falta grave. Excesso na punigdo: direito 4 progressdo de regime e ao livramento condicional. Foram exigidas as Stimulas 441 e 535 do STJ XXVIII — Exame de Ordem Pega: recurso em sentido estrito. Nulidade: (3) cerceamento de defesa porque as partes ndo foram ouvidas apés juntada de um documento; (b) nulidade por auséncia de oferecimento de proposta de suspens&o condi- cional do processo, do art. 89 da Lein. 9.099/95. Exting&o da punibilidade: prescrigo_ Falta de justa causa: crime impossivel XVII ~ Exame de Ordem contrarraz6es de apelacdo. Nulidade: interrogatério como ditimo ato da audiéncia, mesmo no rito da Lei de Drogas www. grancursosonline.com.br 5295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese Falta de justa causa: inexisténcia de associaco criminosa (Lei n. 11.243/2006, art. 35) por falta de permanéncia e/ou estabilidade entre os envolvidos. Excesso na punic&o: (a) pena-base no minimo legal por ndo ser a gravidade em abstrato motivagdo idénea para a exaspera¢do; (b) atenuante da confissdo espontanea (Simula 545 do STJ); (c) reconhecimento do trafico privilegiado (Lei n. 11.343/2006, art. 33, § 42, Simula 444 do STJ ¢ art. 5°, LVII, da CF); (d) inconstitucionalidade do art. 2°, § 1°, da Lei n. 8.072/90; (e) substituico da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos e inconstitucionalidade de parte do art. 33, § 4°, da Lei n. 11.343/2006 (Res. n. 5 do Senado) XXVI— Exame de Ordem Pega: memoriais. Nulidade: auséncia de intimago do réu. 0 seu advogado renunciou ao mandato e 0 juiz nomeou a Defensoria PUblica, sem que o réu fosse ouvido. A banca exigiu menco & violagdo do principio da ampla defesa, com fundamento no art. 5°, LV, da CF ouno art. 564, IV; do. CPP. Falta de justa causa: atipicidade em raze de 0 acusado no ter iniciade os ates executé- tios do delito de estupro. A sua conduta foi até a preparaco. A tese exigia do examinando 0 conhecimento do iter eriminis. Excesso na unico: (a) efastamento da aualificadora do art. 213, § 1°, do CP: (b) pena-ba- seno minime legal, com fundamento no art. 59 do CP; (c) afastamento da agravante do art. 61, ||, £.do CP; (@) reconhecimento da atenuante da confissdo esponténes, do art. 65, Ill, d, do CP; (e) reduc&a da diminuicdo de pena da tentativa ao maximo (CP. art. 14, pardgrafo Gnico), em razSo deo réu ter ficado distante da consumagao, (f) fixagdo de regime semiaberto ou aberto, com fundamento no art. 33, § 2°, do CP; (g) aplica¢ao da suspensao condicional da pena, do art. 77 do CP. XXV — Exame de Ordem (reaplicacdo em Porto Alegre/RS) Pega: apelagdo. Nulidade: 0 ru ndo foi interrogado e nda participou da produce de provas, em violacio a0 principio da ampla defesa, nos termos do art. 5°, LY, da CF Falta de justa causa: absolvi¢do pelo crime de falsifica¢Zo de documento por ser absorvido pelo delito de estelionato, conforme Simula 17 do STJ. A banca exigiu a men¢o expressa 20 principio da consun¢Zo. Excesso na punigdo: (a) reducdo da pens-base ao minimo legal, por ser 0 dolo inerente 20 tipo penal; (b) reconhecimento da atenuante do art. 65, |, do CP, em razdo da idade avancada do réu; (c) reconhecimento da tentativa, por ser o estelionato crime material, endo foi obtida a vantagem ilicita; (d) substituic4o da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, com fundamento no art. 44, II, do CP; (¢) suspenso condicional da pena, com fulcro no art. 77, § 28, do CP XXV — Exame de Ordem (nacional) Pega: respasta & acusago. www. grancursosonline.com.br 6d 95 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese Nulidade: 8 citaeao por hora certs foi feita de forma errada pelo oficial de justi¢a, com fur damento nos arts. 362 do CPP & 564, Ill, ¢, também do CPP. Falta de justa causa: (a) crime impossivel, com fundamento no art. 17 do CP; (b) legitima defesa de terceiro, dos arts. 23, Il, e 25 do OR XXIV - Exame de Ordem Pega: agravo em execug’o. Exeesso na punigdo: (a) o delito de associacdo para 0 trafico nda é hediondo ou equipara- do, conforme a Lein. 8.072/90; (b) afastamento da reincid&ncia, com fundamento no art. 63 do CP; (c) 0 requisito objetivo para a progressdo de regime é o cumprimento de um sexto da pena; (d) 0 exame criminolégico nao é obrigatério, com fundamento na Simula 439-STJ e na SV-26. XXIII - Exame de Ordem Pega: memoriais. Nulidade: nao foi oferecida a suspensdo condicional do processo, do art. 89 da Lei n. 9,099/95. O gabarito exigiu a men¢ao ao art. 28 do CPP. Falta de justa causa: erro de tipo, com fundamento no art. 20 do CR Exeesso na puni¢do: (3) pen-base no minimo legal (CP. art. 59); (b) reconhecimento da atenuante da menoridade relativa, do art. 65, I, do CP; (¢) reconhecimento da atenuante da confisséo espontanes, do art. 65, Ill, d, do CP; (d) reconhecimento da causa de diminuic&o do arrependimento posterior, do art. 16 da CP; (e) aplicago do regime inicial aberto, conforme art. 33, § 2°, c, do CP; (f) substituigo da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP art. 44), XXII ~ Exame de Ordem Pega: apelacao. Nulidade: 0 juiz nomeou a Defensoria Publica para a defesa do réu, mas nao a intimou pre- viamente para ter a oportunidade de nomear um advogado de sua confianca. Falta de justa causa: absoivicdo do crime apontado na dentincia em razdo da desisténcia voluntaria, do art. 15 do CP. Extin¢ao da punibilidade: por existir tese de desclassificagao, ocorreu a decadéncia em relacdo ao delito menos gravoso, por isso sempre que for feita a desclassificagdo de um crime para outro, € importante fazer a andlise das teses em rela¢&e ao novo delito encontrado. Excesso na punicdo: (2) desclassificagSo; (b) pena-base no minimo legal, pois ates infra- cionais praticados na adolescéncia (e as medidas socioeducativas) do réu no podem ser utilizades como maus antecedentes; (c) reconhecimento da atenuante da menoridade relativa (CP art. 65, ); (9) reconhecimento da atenuante da confissdo espontnes (CP. art. 65, Ill, d); (2) afastamento da majorante do art. 157, § 2°-A, |, do CP. pois 0 simulacro no justifica o aumen- to de pena pele emprege de arma de fogo; (f) redugo da diminuigao de pena da tentativa ao maximo, (g) a suspense condicional da pena, do art. 77 do CP; (h) aplicag4o do regime inicial semiaberto ou aberto, com fundamento na Sumula 718-STF, na Simula 719-STF ou na Simu- la 440-87. www. grancursosonline.com.br 7de95 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese XX - Exame de Ordem Pega: resposta & acusacao Extingo da punibilidade: prescrig&o, com fundamento nos arts. 107, IV, 109, IV e 115, todos do CP. Falta de justa causa: (2) atipicidade material em razdo do principio da insignific&ncia; (b) estado de necessidade, conforme art. 24 do CP. XX - Exame de Ordem (reaplicagao em Porto Velho/RO) Pega: memorials. Falta de justa causa: (a) a coisa perdida nao pode ser objeta material do delito de furto; (b) ndo é possivel a desclassificaco do delito de furte para o de apropriacdo de coisa achada em raz’o da elementar (15 dias) exigida para a pratica deste delito; (c) atipicidade material e raz3o do principio da insignificancia. Excesso na punigdo: (a) pena-base no minimo legal, pois medidas sociceducativas por atos infracionais no podem ser consideradas como maus antecedentes; (b) reconhecimento da atenuante da menoridade relativa (CP. art. 65, I); (¢) reconhecimento da atenuante da confis- 0 espontanea (CP art. 65, Ill, d); (8) reconhecimento da causa de diminuigdo intitulada furto privilegiads, do art. 155, § 2°, do CP; (e) substitui¢o da pena privativa de liberdade por restriti- va de direitos (CP art. 44); (f) fixagao do regime aberto, com fundamento no art. 33, § 2°, ¢, do CP; (9) suspens&o condicional da pena (CP art. 77) XX - Exame de Ordem (nacional) Pega: memoriais. Falta de justa causa: a coa¢o moral irresistivel, com fundamenta no art. 22 do CPO enun- ciado exigiu do examinando a explicagdo de que se trata de hipdtese de inexigibilidade de conduta diversa, excludente da culpabilidade, fundarentacao doutrinaria da tese, por isso é importante que o exarmninando conhega a estrutura do crime, conforme a teoria tripartida_ Excesso na punigao: (a) pena-base no minimo legal, pois inquérito policial néo pode confi- gurar circunstancia judicial desfavoravel, em razao do principio da presungo de inacéncia; (b) reconhecimento da atenuante da idade avancada, conforme art. 65, I, do CP; (c) reconhecimen- to da atenuante da confissao espontanea (CP, art. 65, Ill, d); (d) reconhecimento da atenuante da coacdo irresistivel (CP, art. 65, Ill, c); (2) aplica¢o da causa de diminuigdio de pena do art. 33, § 4°, da Lei n. 11.343/2006; (f) aplica¢&o do regime inicial aberto, com fundamento na Inconstitucionalidade do art. 2°, § 1°, da Lei n. 8.072/90; (9) substitui¢do da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. XIX - Exame de Ordem Pega: contrarrazdes de apelacao. Nulidade: a apelacdo do MP ¢ intempestiva, com fundamento no art. 593 do CPP Excesso na punigdo: (a) pena-base no minimo legal, pois inquéritos e ages penais em tramite no justificam o reconhecimento de circunstancias judiciais desfavoraveis, sob pena de violagdo do principio da presun¢ao de inocéncia, com fundamento no art. 5°, LVII, da CF ou www. grancursosonline.com.br Bde95 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese na Sdmula 444.STJ; (b) afastamento da agravante da gravider da vitima em razdo de 0 recorri- do nfo saber dessa condigo no momento da pratica do delito; (c) afastamento da agravante da embriaguez preordenada, pois a bebida nao teria sido ingerida com o objetivo de cometer crime; (d) a fraco de aumento da majorante do roubo nao pode ser aumentada com base, ex- clusivemente, no niimero de causas de aumento, com fundamento na Simula 443-STJ; (6) ma- nutengSe do regime semiaberto, pois a gravidade em abstrato do delito nda justifica o regime mais severo, com fundamento na Sumula 718-STF, na Sdmula 719-STF ena Sumula 440-STJ. XVIII - Exame de Ordem Pega: apelagSo. Excesso na punig&o: (a) reconhecimento do crime tinico em substitui¢0 a0 concurso de crimes, visto que o crime do art. 213 do CP é um tipo penal misto alternativo; (b) aplicagao da pena-base no minimo legal, pois o juiz utilizou a violagao da liberdade sexual, que é inerente ao tipo penal de estupro, pars exasperar a peng acima do minimo; (c) aplicago ds pena-base no minimo legal, j& que agdes penais em tramite no configuram circunst&ncia judicial negativa, com fundamento na Stimula 444-STJ au no principio da presung&o de inac&ncia, (d) reconhe- cimento da atenuante da menoridade relativa (CP. art. 65, |); (e) reconhecimente da atenuante da confissao espontanea (CP art. 65, Ill, XVII — Exame de Ordem Pega: memoriais. Extingo da puni todos do CP. Falta de justa causa: atipicidade do furto de uso. Exeesso na punigao: (a) pena-base no minimo legal, pois agdes penais em tramite no justificam o reconhecimento de maus antecedentes, sob pena de violagSo do prinefpio da pre- sungao de inocéncia; (b) reconhecimento da atenuante da menoridade relativa ou a atenuante da confissde espontanea, do art. 65, | ¢ Ill, d, do CP, alternativamente; (c) regime inicial aberto (CP. art. 33, § 2°, c); (d) substitui¢o da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP art. 44), XVI - Exame de Ordem Pega: agravo em execucao_ Exeesso na punigo: (a) afastamento da hediondez do delito; (0) concesso de livramento condicional, pois presentes os requisites legais, conforme art. 83, I, do CP; (c) no obrigatorie- dade do exame criminolégico, conforme Stimula 439-STJ XV - Exame de Ordem Pega: queixa-crime. Justa causa: a pratica dos delitos de difamacao (CP, art. 129) e de injuiria (CR art. 140). Punigdo adequada: (2) incidéncia da majorante do art. 141, lll, do CP por ter sido o delito praticadio por meio que facilite a divulgacdo da ofensa; (b) incidéncia do concursa formal de delitos (CP art. 70). Cuidado: 0 crime contra a honra praticado em rede social, agora, é tratado em dispositive proprio (CP art. 141, § 2°) idade: prescri¢o, com fundamento nos arts. 107, IV, 109, Ve 115, www. grancursosonline.com.br 94295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese XIV - Exame de Ordem Pega: memoriais. Falta de justa causa: atipicidade da conduta por erro de tipo (CP art. 20, caput). Excesso na punigdo: (a) pena-base no minimo legal; (b) reconhecimento do crime tinico em substituig&o 40 concurso de delitos, por ser o estupro um tipo penal misto alternativo; (¢) afastamento da agravante da embriaguez preordenada; (d) reconhecimento da atenuante da menoridade relativa; (2) regime inicial aberto, pois a imposi¢ao de regime inicial obrigatoria- mente fechado aos delitos hediondos é inconstitucional. XIII - Exame de Ordem Pega: apelag3o. Falta de justa causa: sbsolvigg0 do delito de violacao de domi cipio da consun¢ao) pelo furto qualificado. Excesso na punigdo: (a) afastamento da agravante da reincid@ncia, conforme art. 63 do CP; (b) redugdo da pena pela aplicacSe do prineipic da censungao; (c) fixago de regime inicial aberto (CR art. 33, § 2°, c); (d) substitui¢ao da pena privativa de liberdade por restritiva de di- reitos (CP, art. 44) XII - Exame de Ordem Pega: apelacao. Falta de justa causa: atipicidade material em raz&o do principio da insignific&ncia Exeesso na punig&o: (a) reconhecimento da causa de diminui¢go do art. 155, § 2°, do CP, intitulada furto privilegiado; (b) pena-base no minimo legal, por ter o juiz considerado a reinci- déncia para eleva-la e também como circunstancia agravante, em hipdtese de bis in idem; (c) afastamento da agravante da reincidéncia, com fundamento no art. 63 do CP; (d) fixag3o de regime inicial aberto, com fulcro no art. 33, § 2°, c, do CP ou na Siimula 269-STJ; (e) substitui- 0 da pena privativa de liberdade por restritive de direitos (CP. art. 44) (f) desenvolvimento a respeito da aplicac3o epenas da pena de multa, conforme art. 155, § 2°, do CP. XI - Exame de Ordem Pega: recurso em sentido estrito. Excesso na punigdo: desclassificagSo do delito de homicidio dolose (CR art. 121) pars ode homicidio culposo em delites de transito (CTS, art. 302). 0 padr&o de resposta exigiu a explica- cao entre as modalidades de dolo e-de culpa, com fundamento no art. 18 do CP. X - Exame de Ordem Pega: reviso criminal. No entanto, por um equivoce do enunciado, a banca teve de aceitar a pega de justificac&o, procedimento do antigo CPC Exeesso na punigSo: (3) desclassificago do delito de furto qualificado pars o de furto sim- ples; (b) reconhecimento da causa de diminui¢ao do arrependimento posterior (CP, art. 16); (c) fixagao de regime inicial semiaberto, com fundamente na Stimula 269-STJ. 10 por ser absorvido (prin- www. grancureosonline.combr 10295, Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese IX - Exame de Ordem Pega: memorials Nulidade: inobservancis do rite da Lei n. 9099/95, com 8 anulaclo do processo desde 0 recebimento da dentincia. Extingdo da punibilidade: o reconhecimento da tese de nulidade, em raz&o do tempo decor- rido, dé causa a prescri¢ao. Falta de justa causa: falta de prova suficiente para a condenacao. Excesso na punigio: (3) afastamento da agravante da gravidez por se tratar de hipétese de erro sobre a pessoa (CP art. 20, § 3°); (b) afastamento da agravante da reincidéncia. Vill - Exame de Ordem Pega: resposta & acusagao Falta de justa causa: atipicidade da extors4o por auséncia da elementar vantagem indevida Extingdo da punibilidade: em razdo da tese de desclassificago de extorsdo para o exer- cicio arbitrério das préprias razées, de ac&o penal privada, ocorreu a decadéncia. Por esse motivo, é sempre importante, quande houver tese de desclassificacdo, a andlise das teses em Telacae do novo delito encontrado. Excesso na punigao: desclassificagao do crime de extorso para o delito de exercicio arbi- trario das proprias razdes (CP. art. 345). Vil - Exame de Ordem Pega: apelaco (na condicdo de assistente de acusacdo) Justa causa: a ré ndo poderia ter sido sumariamente absolvida por inimputabilidade, pois ndo era a Unica tese de defesa, conforme o art. 415, paragrafo Unico, do CPP. Por ter sido a inimputabilidade declarada em razo do estado puerperal, o gabarito exigiu que 0 examinando explicasse que essa condigSo elementer do delito de infanticidio, do art. 123 do CP VI- Exame de Ordem Pega: relaxamento da pris em flagrante. Nulidades: (2) violag&io do direito de comunicagdo entre o preso e o advagado € a familia, com fundamento no art. 5°, LXlll, da CF e art. 7°, Ill, do Estatuto da OAB; (b) ndo encaminna- mento do auto de prisdo em flagrante ao juiz competente e 8 Defensoria Publica, no prazo de vinte € quatro horas, como determina o art. 306, § 1°, do CPP (a bance também aceitou o art. 5°, LXIl, 3 CF). Falta de justa causa: a Unica prova contra o prese em flagrante foi obtida em violago ao direito de nao produzir prova contra si, conforme art. 5°, LXIll, da CF ¢ art. 8°, 2, d, do Decreto n. 678/92 (Pacto de San José da Costa Rica) V - Exame de Ordem Pega: apelagao. Em virtude da redag3o confusa do enunciado, a banca também aceitou quem fez embargos de declaragao. Nulidade: vedaco a reformatio in pejus, com fundamento no art. 617 do CPP www. grancureosonline.combr 11 de 95, DIREITO PENAL Tesesde Defese idade: prescric&o. Falta de justa causa: atipicidade material em razo do principio da insignificancia Excesso na punigdo: (2) afastamento da qualificadora da abuso de confianga oua desclas- sificago para o furto simples; (b) aplicagSo da causa de diminui¢o denominada furto privile- giado, do art. 155, § 2°, do CP; (c) substitui¢o da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos ou a suspense condicional da pena ou a diminui¢&o da pena por bis in idem (a banca trouxe as tees em um mesmo questo, alternativamente). Obs.: | Para quem fez embargos de declaracdo, as teses eram a obscuridade € a contradic#o da sentenga recorrida. IV - Exame de Ordem Pega: apelagao. Nulidade: (3) inobservancia do art. 226, I, do CPP; (b) auséncia de apreensSo da arma para a realizagdo da pericia, conforme art. 158 do CPP. Falta de justa causa: prova insuficiente (CFF art. 386, V ou Vil). Exeesso na punigo: (2) fixaco da pena-base no minimo legal (CF art. 59); (b) afastamen- to da majorante do emprego de arma de fogo (CP, art. 157, § 2°-A, I); (c) fixago de regime mais benéfico (CR art. 23, § 2°); Exame de Ordem 2010.3 Pega: recurso em sentido estrito. Nulidade: (a) ilegalidade na decretaco da interceptacdo telefénica, com fundamento no art. 2° da Lei n. 9.296/96; (0) ilicitude por derivaco da prova testemunhal (CPP. art. 157, § 1°); (©) vicio na mutatio tibeli por violagSo aos arts. 384 e 411, § 3°, do CPP. Falta de justa causa: insuficiéncis de prova por auséncia de prova pericial. Exame de Ordem 2010.2 Pega: resposta & acusacao. Nulidade: (2) incompeténcia da Justica Estadual (CF art. 109, V); (b) nulidade da decreta- 40 da interceptecao telefénica, com fundamento nos arts. 2° e 5° da Lein. 9.296/96 (a banca também exigiu o art. 93, IX, da CF); (c) ilegalidade da busca e apreenso por constar no man- dado informagées genéricas; (d) inépcia da dentincia, em violag&o aos arts. 8°, 2, b, do Decreto 678/92, 5°, LV, da CF e 41 do CPP Falta de justa causa: (2) ndo houve a pratica do delito do art. 239, paragrafo Unico, da Lein. 8.069/90 em virtude da auséncia de dolo. Portanto, conduta atipica; (b) no ficou configurada a justa causa para persecugao penal pela prética do delito do art. 317, § 1°, do. CP. www. grancureosonline.combr 12.4295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 1.1. SISTEMA DE IDENTIFICACAO DAS TESES Além de conhecer as teses j4 cobradas, 6 importante que o examinando adote um sistema para a identificagao das teses. No hé uma férmula ideal. Cada profissional tem o seu préprio método para localizar as teses de defesa ou de acusaco. Caso 0 leitor ainda nao tenha um sistema proprio, explicarei o meu, que funciona muito bem. Dividi as teses em quatro grupos: 2) Falta de justa causa — Na fase processual, enseja a absolvi¢So do acusado. Na pré-pro- cessual, impede o recebimento da peti¢&0 inicial (CPP, art. 395, III). O primeira passo é a and- lise do delite sob a dtica da teoria tripartida, que considera o crime composto por tipicidade, ilicitude e culpabilidade. Em tipicidade, podemos buscar a auséncia de conduta (ex.: erro de tipo essencial, do art. 20, caput, do CP), denexo causal (ex: art. 13, § 1°, do CP) ee atipicidade material (ex. principio da insignificdncia), entre outras teses. Em ilicitude, buscamos as exclu- dentes (as genéricas, do art. 23 de CP. eas especiais, a exemple do art. 128 do CP). Por fim, em culpabilidade, podemos sustentar a inimputabilidade (ex.: art. 28, § 1°, do CP), a auséncia de potencial consciéncia da ilicitude (ex.: por erro de proibi¢ao inevitavel, do art. 21 de CP) e.aine- xigibilidade de conduta diversa (ex: coagZo moral irresistivel, do art. 22 do CP). Também como falta de justa causa, podemos sustentar falta de provas suficientes em desfavor do acusado b) Extingo da punibilidade - As gerais esto previstas no art. 107 do CP. mas hd outras especiais, a exemplo do art. 312, § 3°. do CP. ¢) Nulidades — Identificado o procedimento descrito no enunciado (priséo em flagrante, ag80 em trdmite no rito do jiri ete.), fazemas a leitura, no CPP (ou em lei especial, s€ for 0 caso), de como a legislagao determina 8 sua realizacdo. d) Excesso na punig&io - Fazemos o passo a passo da aplicagSo da pena. Primeiro, 0 afas- tamento de qualificadoras ¢ 9 reconhecimento de privilégios (os verdadeires, como 0 previsto no art. 317, § 2°, do CP). Em sequida, a andlise da pena-base, para que seja fixada no minimo legal (CP, art. 59). 0 préximo passo é a andlise de agravantes (para efastamento) e de atenu- antes (para reconhecimento), com fundamento, em regra, nos arts. 61, 62, 65 € 66 do CP. Na terceira fase, a andlise das causas de aumento (para afastamento) e de diminuigio (para reco- nhecimento), a exemple da tentativa (CP, art. 14, paragrafo Unico) ou do intitulade furto privile- giado (que, em verdade, é causa de diminui¢do de pena, do art. 155, § 2°, do CP). Também deve ser avaliado o regime inicial de cumprimenta de pena, com fundamento no art. 33, § 2°, do CP Na sequéncia, é feita a andlise da substituicdo da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP. art. 44). Por fim, o estudo do sursis, do art. 77 do CP. Com esse passo 4 passo, a pesquisa é feita de forma sistematizada, sem que nada seja esquecide. Para o estudo da justa causa, além do estudo das provas passadas, é importante que o examinando estude teoria do crime. E possivel encontrar 0 assunto em qualquer livro de Direito Penal - mesma em sinopses para concursos. Como no 6 um tema novo, é possivel encontré-lo em livros mais antigos, nao sendo necessdria a aquisi¢ao de obras recém-publicadas. www. grancureosonline.combr 13.295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese Além disso, importante que o examinando leia o que diz 0 dispositivo legal. No furto, por exemplo, a conduta consiste em subtrair. Se o problema disser que o agente se apropriou, a tese de defesa sera a atipicidade do furto por nao ter havido a subtra¢ao. Em regra, é possivel elaborar as teses apenas com o que diz 0 vade-mécum. Para a nulidade, é importante a leitura das provas passadas, mas no hd motivo para um estudo exaustivo dos procedimentos do CPP e da legislacao especial. Isso porque, no dia, vocé terd o vade-mécum. Se o enunciado falar, por exemplo, em realizagao de acareagao, basta con- frontar os arts. 229 e 230 do CPP com o enunciado para identificar a nulidade. Em extingSo da punibilidade, as causas gerais so aquelas do art. 107 do CP. Geralmente, a banca cobra a prescricdo ¢ ¢ decadéncis (CP, art. 107, IV), mas pode ser tese alguma outra, a exemplo da retroatividade da lei que deixs de considerar o fato criminoso (abolitio criminis, do art. 107, Ill, do CP) ou de causas especiais da extin¢do da punibilidade, como ocorre no art. 312, § 3°, do CP. Por fim, em excesso na punico, deve ser buscado tudo o que for favoravel ao acusado em caso de condenacdo. Algumas atenuantes, como a menoridade relativa € a confisso espon- tanea, foram cobradas muitas vezes em provas passadas. Para assimilar todos os pedidos re- ferentes & pena - em memoriais, sdo muitos -, a melhor forma é a pratica. Depois de resolver umas cinco au seis pegas, os artigos referentes & pena ndo sairdo mais de sua cabera. Caso esteja na condi¢So de acusador (ex: queixa-crime), a ideia 6 a mesma, mas na vig inversa a) evite/rejeite nulidades; b) aponte nao ter havido a extin¢do da punibilidade; c) demonstre a justa causa; d) sustente ¢ adequada puni¢do ao criminoso (pena-base acima do minimo, agravantes, ragime mais gravoso etc). Para a correta identificaggo das teses, é imprescindivel a identificag3o das palavras-chave no enunciado. Se o problema fala em citagao, é bem provavel que tenha havido alguma nulida- de no procedimento. Para confirmar, basta ir a0 indice alfabético-remissivo do CPP e descobrir onde a citagao étratada no CPR. Sempre leia as remissdes abaixo dos dispositivos localizadas, pois 4 resposta pode estar em outro artigo, lei ou em Siimulas do STF ou do STI. Para saber onde iniciar a busca, veja se o enunciado menciona algum artigo. Se sim, come- ce por ele (ou por eles). Caso contrdrio, separe as palavras-chave do enunciado e as procure no indice alfabético-remissivo do CP ou do CPP - se a tese disser respeito ao crime ou & apli- cagdo da pena (tese de direito material), inicie pelo CP; caso trate de vicios na procedimento (tese de direito processual), comece pelo CPP. www. grancureosonline.combr 144295) Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2. Pecas PRéTicas Como jé falado em outros momentos, a FGV é uma banca bastante repetitiva no que pede na 2° fase do Exame de Ordem. Por esse motivo, nao posse tratar as pecas que jd cairam eas inéditas da mesma forma. E possivel um mandado se seguranga? Sim, mas a chance é muito pequena. Por outro lado, apelacdo, por exemplo, tem altissima probabilidade de voltar a cair Pensando nisso, as pecas inéditas serdo tratadas apés as que jé foram cobradas. 2.1. RELAXAMENTO DA Prisdo Em FLAGRANTE 2.11. Como Identificar a Pega O problema descreverd situacdo em que o individuo foi preso em flagrante pela prética de uma infra¢o penal, mas deixard claro que a priso se deu de forma ilegal 2.12. Fundamentacao Art. 5°, LXV, da CF ou art. 310, |, do CPP. 2.13. Nomenclaturas Nao confunda 0 relaxamento da prisdo, garantia constitucional, com o relaxamento da pri- so, pega da prética penal. Entenda: sempre que uma pris8o for ilegal, deverd ocorrer 0 Seu relaxamento (CF, art. 5°, LXV), Portanto, relaxar uma prisdo significa cassdia em razdo de algu- ma ilegalidade. Isso pade ocorrer em qualquer momento processual ¢ em todas #s pegas. Em um habeas corpus, por exemplo, por excesso de tempo na prisdo, busca-se 0 relaxamento da prise. corre que, na pratica penal, criou-se uma pega de mesma nomenclatura: o relaxamen- to da prisdo em flagrante, cabivel, como © prdprio nome jé diz, contra a prisdo em flagrante, e tem como objetivo 0 relaxamento de uma priso ilegal. A mesma situagSo ocore com a liber dade proviséria. Dizemos em liberdade provisdria a pessoa que aguarda, em liberdade, 0 jul gamento do seu processo. E possivel requeré1a em qualquer momento processual, em varias peas, desde que ausentes os requisites da priséo preventiva (CPP, art. 312). Na pratica penal, hd uma pega intitulada liberdade proviséria, cabivel contra a prisdo em flagrante, em que o que se busca é a concessdo da liberdade provisdria. Em resumo. + Relaxar a prisdo significa cassda em razdo de alguma ilegalidade. Ao impetrar um ha- beas corpus para pedir a soltura de alguém, vocé est pedinde a relaxamento. + No entanto, contra a pris&o em flagrante ilegal, foi criada a pega intitulada retaxamento da prisdo em flagrante, em que, é Igico, deve ser pedido o relaxamento da priséio www. grancureosonline.combr 15.295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.14. Prazo N&o hd prazo. 2.15. Teses Em relaxamento da prisdo em flagrante, no é 0 momento para sustentar a absolvigdo. Isso é assunto para pecas futuras. Por enquanto, tude o qué queremos é a soltura do nosso cliente. Por esse motivo, toda 4 sua energia deve ser direcionada & busca por alguma ilegalidade no flagrante, que pode ser formal ou material + llegalidade formal: muitos imaginam que priséo em flagrante se resume & voz de pri- so, aquele momento em que alguém é imobilizado pela pratica de uma infracdo penal. No entanto, a priséo em flagrante é mais do que isso. 0 CPP a regula como um procedi- mento, com um passo a passo ser seguido, a partir do art. 301. Por essa raziio, ao se fazer um relaxamento da priséo em flagrante na 2° fase do Exame de Ordem, 0 primeira passo é 4 identificago de violagdo a0 que prev o CPP. Alguns exemplos: a) falta de comunicagao imediata da prisdo autoridade judiciéria ou ao MP; b) ndo encaminhamento do auto de prisdo em flagrante a Defensoria Pablica, quando o autuada no estiver acompanhado por advogado, c) falta de entrega da nota de culpa ao preso; d) incomunicabilidade do preso ou falta de comunicagao da prisdo & familia do preso ou pessoa por ele indicada; 8) falta de representagdo na hipétese de ago penal pliblica condicionada; ) faite de requerimento da vitima, em caso de crime de aco penal privada; g) auséncia de laudo de constatagao da natureza da droga (Lein. 11.243/2006, art. 50,§ 1°). + Ilegalidade material: além das formalidades legais e constitucionais para a lavratura do auto de prisdo em flagrante, devem estar presentes situagdes autorizadoras da priséo em flagrante. Nesse sentido, se a prisdo realizada ndo se enquadra em nenhuma das hipéteses do art. 302 do CPP, a prisdo serd materialmente ilegal. Em outras palavras, 5 no estiver configurada nenhuma das hipsteses de flagrancia, a prisdo é ilegal. Assim, em tese, a ilegalidade da prisdio em flagrante, na forma material, ocorre invariavelmente antes do inicio da lavratura do auto de prisdo em flagrante. Alguns exemplos: a) inexisténcia de flagrante (CPP, art. 302), b) flagrante provocade (SUmula 145 do STF); ¢) flagrante tarjado; d) atipicidade da conduta. www. grancureosonline.combr 16-295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese + Como nao confundir com a liberdade proviséria: 0 relaxamento da priséo em flagrante 6a peca cabivel contra a prisdio em flagrante ilagal. E como chagar a tal concluso? A prisdo em flagrante é disciplinada nos arts. 301 a 310 do CPP. Se o enunciado contrariar algum dos dispositives mencionados, nao haverd diivida de que a prisdo em flagrante ilegal. Também pode ser indicada a ilegalidade em razo de falta de justa causa (ex: pri- so por fato atipico). Por outro lado, se o enunciado ndo mencionar qualquer ilegalidade, mas descrever que o preso tem residéncia fixa, trabalha, é primario ~ enfim, nao oferece qualquer risco ao que se tutela no art. 312 do CPP -, a pega serd a liberdade proviséria 2.16. Pedidos Além do pedido de relaxamento da prisdo em flagrante, de forma justificada (ex: atipicida- de), nfo se esqueca de requerer a expedi¢&o de alvard de soltura. 2.17. Modelo da peca Veja 0 tépico 8. Provas anteriores resolvidas. 2.2. QUEIXA-CRIME Situagdo n. 1: Situagdo n. 2 2.2.1 Como Identificar a peca O cabimento pode ser identificada em duas situagdes. A primeira, que jé caiu, quando aconteceu um crime de aco penal privada e ainda no foi oferecida peti¢&o inicial, e voc’ & advogado da vitima. A outra hipdtese € a do crime de aco publica, quando o MP se manteve inerte € no ofereceu dentincia no prazo legal, podendo a vitima dar inicio & aco penal priva- da subsididria da pUblica, a partir do oferecimento de uma queixa-crime, oferecida por vocg, advogado dela. + Quando um crime é de ago penal privada, ¢ lei diz, exoressamente, que se trata de delito que somente se procede mediante queixa (ex.: art. 167 do CP). 2.2.2. Fundamentagao No XV Exame de Ordem, a FGV aceitou os seguintes artigos: arts. 100, § 2°, do CR e30e 41 do CPP. + Se for hipdtese de acdo privada subsididria da piblica, o fundamento é 0 art. 100, § 3°, do CP eoart. 29 do CPP www. grancureosonline.combr 17 4295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.2.3. Prazos Em regra, seis meses, contados do dia em que a vitima descobre 0 autor da infragao — que pode ou no coincidir com a data da conduta (CP, art. 103, e CPP, art. 38). Por ser um prazo decadencial, confarme o art. 10 de CP computando-se 0 dia do comego e excluinda-se 0 dia final. Do mesmo modo, n&o se prorroga em raz4o de domingo, feriado e férias. Assim, se 0 termo final do prazo cair em sdbado, domingo ou feriado, o ofendido ou seu representante n3o poderé aquerdar o primeiro dia util para propor a aco penal, devendo fazé-lo no iiltimo dia Util antes do fim do prazo. No caso de morte ou auséncia do ofendido, 0 prazo decadencial de seis meses comecara a correr a partir da data em que qualquer dos sucessores elencados no art. 31 tomar conhe- cimento da autoria (CPP, art. 28), exceto se, quando a vitima morreu, jd tinha ocorrido a deca- dEncia, Tratancio-se de aco penal privada subsididria da pUblica, 0 prazo seré de seis meses, a partir do dia seguinte ao tiltimo dia de prazo do MP para 0 oferecimento da dentincia (CPP, art. 29, e CR art. 100, § 3°). + Dentre as excecdes de contagem do prazo deseis meses a partir da descaberta da auto- ria, uma que merece ser lembrada € a do crime do art. 236 do CP, que tem inicio de con- ‘tagem com o transit em julgade da sentenga que anulou o casamento na esfera civil 5.2.4. Teses + A maior dificuldade da queixa-crime é o fato de nes colocar na condi¢ao de acusador. Por mais que o leitor tenha sangue de Promotor de Justi¢a correndo em suas veias, 20 longo da preparacgo, so semanas e semanas aprendendo, principalmente, como defender 0 autor do crime. Ai, na queixa, temos de acusar ~ e iss0.dé um né na cabega: O primeiro passo é estabelecer qual foi o crime praticado pelo querelado. No existem muitos crimes de acdo penal privada, o que facilita, bastante, a descoberta da adequada tipificacdo da conduta. No XV Exame de Ordem, a FGV trouxe um caso de crime contra ahonra. Se a pega voltar a cair, nao ficarei surpreso com um nove caso de calunia, difa- maco ou injdria. + Sendo cair um crime contra a honra, no tem problema. Observe que 0 CP é dividido em titulos, e cada um corresponde a um bem juridico tutelado. Se o problema praposto disser que 0 criminoso destruiu patriménio do nosso cliente, é evidente que a tipificac3o nao estard, por exemplo, nos crimes contra a f€ publica. + Asitua¢do mais complicada que consigo imaginar é a de aco penal privada subsidiéria da piiblica, pois abriria o leque de possiveis crimes para todos os delitos de agdo penal pliplica - e quase todos 0 so. Se isso acontecer, faga a andlise de bem juridico ofendi- do, come comentei anteriormente. + Definido o crime (ou os crimes) praticado pelo queralado, o préximo passo 6 A busca pela adequada puni¢do. Veja se hd agravantes ou causas de aumento de pena que tém de ser pedidas. Se tiver sido praticado mais de um crime, vocé terd de fazer a andlise do concurso de-crimes, nos arts. 69, 70 ¢71 do CP. www. grancureosonline.combr 18.4295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.2.5. Pedidos De todas as pecas da pratica penal, a queixa-crime € a que tem mais pedidos que devern ser feitos. Por ter sido oferecida uma petice inicial, temos de pedir ao juiz que a receba, nos termos do art. 395 do CPP. Em seguida, tem de ser requerida a citagao da outra parte, para que tome conhecimento da aco contra ela Além disso, nao se pode esquecer 0 objetive principal da pega: a condenacao da outra Darte, que tem de ser pedida com todos os detalhes. Devem ser especificados os crimes pra- ticados, com a devida fundamentacao, e a imposicao de todos os maleficios possiveis, como agravantes e causas de aumento de pena. Por fim, em queixa-crime, tem de arrolar eventuais testemunhas ~ é certo. que a banca men- cionara os nomes delas no enunciado - e pedir a fixacdo de valor minimo de indenizacao, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 2.2.6. Peculiaridades O gabarito do XV Exame de Ordem trouxe alguns quesitos que fazem da queixa-crime uma peca diferente de todas as outras. Para que vocé nao passe por dificuldades em sua prova, veja quais sao eles: 1) Cabe a vocé indicar o juizo competente no endere¢amento, pois a informacao nao es- tard no enunciado. Tenha cuidado com a competéncia do Juizado Especial Criminal (Lei n. 9.099/95, art. 61). 2) Nao basta qualificar o querelante, seu cliente. Tem de qualificar também o querelado, contra quem esta sendo oferecida a queixa-crime. 2) Por exigéncia do art. 44 do CPP, tem de ser feita expressa men¢ao a pracuragdo com poderes especiais, ao qualificar 0 querelante. 4) Os diversos pedidos, j& mencionados. 2.2.7. Modelo da Pega Veja 0 tépico 8 Provas anteriores resolvidas. 2.3. Resposta A Acusacéo (Rito Comum) 2.3.1.Como Identificar a Peca ARA 6a primeira defesa do réu na acdio penal. 0 problema descraverd situa¢do em que a outra parte - geralmente, o MP - oferaceu dentincia ¢ o juiz 4 recebau. Também serd dito que © seu cliente foi citado, devendo ofrecer a medida cabivel. Se tiver ocorrido audiéncia ou 58 houver sentenca, dsconsidare a peca. www. grancureosonline.combr 194295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.3.2. Nomenclatura Quand estiver atuando em casos reais, chame a RA do que quiser. Defesa prévia, resposta preliminar, defesa preliminar etc. No Exame de Ordem, no entanto, diga resposta 4 acusagdo, sob pena de ver sua prova anulada 2.3.3. Fundamentagéo A FGV sempre aceita 0 art. 396-A do CPP. Se quiser fazer algo mais completo, diga arts. 396 e 396-4 do CPP. 2.3.4, Prazo 0 prazo é de 10 dias, contados da citacao. * Cuidado: o prazo é contado da citac&o. Pouco importa a dia em que o mandado de ci- taco fol juntado aos autos. Em uma das primeiras provas, a banca fez essa pegadinha + Citagiio por edital: se tiver ocorrido a citag&o por edital, 0 prazo comega a correr do dia em que 6 acusado, pessoalmente, se apresenta, ou de quando ele se faz apresentar por acvogade por ele constituido. A apresentapdo de defensor puiblico que no teve contato algum com o réu nao faz 9 prazo correr. 235. Teses Em RA, voc tem como principal objetivo a absolvi¢go sumaria do acusado, nos termos do art. 397 do CPP Sem diivida, se for a pepa da sua prove, fique atento, pois haveré mais de um motivo para pedir a absolvicSe suméria. So quatra hipdteses: (2) Exclusdo da ilicitude: ha outras, mas as duas principais causas sao 0 estado de neces- sidade e a legitima detesa (CP arts. 24 € 25) (b) Exclusdo da culpabilidade: é 0 que ocorre com a cacao moral irresistivel (CP, art. 22), com a embriaguez (CP art. 28, § 1°) ¢ com 0 erro de proibi¢ao inevitavel (CP, art. 21). (c) Atipicidade da conduta: o crime impossivel (CP art. 17), a ausénciade dole e culpa, a ine- xisténcia de nexo causal entre a conduta € 0 resultado e a insignificancia so bons exemplos. (d) Extingo da punibilidade: as causas gerais estéio no art. 107 do CP mas-a prescrigdo e a decadéncia sdo as duas mais provaveis para uma RA de segunda fase do Exame de Ordem. + No art. 397, Il, do GPP. hd uma ressalva que exige aten¢do. 0 dispositive diz que o réu serd absolvido sumariamente se presente causa excludente da culpabilidade, salvo a inimputabilidade, Para compreender o artigo, temos de avallar as sequintes situagdes: (1) Se alguém pratica uma conduta tipica, mas ndo tem ideia do que estd fazendo em razio de doenca psiquidtrica (ex.: esquizofrenia paranoide), o juiz deve absolver essa pessoa, afinal, o seu lugar néo éna prisdo, mas em tratamento. Por conta dessa neces- sidade de cuidados médicos, o magistrado absolve 0 acusado, mas impée medida de seguranca - por exemplo, internagdo em unidade hospitalar. Por ser uma absolvicao que gera restri¢do ae direito de ire vir, dizemos que se trata de uma absolvigdo imprdpria www. grancureosonline.combr 20295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese (2) Agora, 0 pulo do gato: imagine que essa pessoa que sofre de esquizofrenia parenaide pratica uma conduts tipica no por causa do seu problema psiquiétrico, mas por lguma excludente - por exemplo, o estatlo de necessidade. Seria justo, nesse caso, internar o ind vidue em um manicémio? N&o, afinal, de certa forma, ele estaria sendo punido, ainda que ingiretamente, por algo pelo qual qualquer outra pessoa seria absolvida sem qualquer énus. Em resumo, quem sofre de algum problema mental jamais poderia se defender de alguma acusaco, pois o juiz sempre 0 absolveria (absolvicao imprépria) e aplicaria medida desegu- ranga. Nao existiria absolvicdo prépria para quem sofre desses transtomos psiquidtricos. Além da absolvicao sumaria, com base em entendimentos do STJ, é possivel sustentar a desclassificaco para outro delito menos gravoso que o da dentncia (emendatio libelli, do art. 383 do CPP) € a rejeicao da inicial, nos termos do art. 395 do CPP. Esta Ultima tese é confusa, afinal como pedir a rejei¢ao da inicial se ela ja foi recebida? Para o STJ, apds a reforma do CPP, em 2008, passamos a ter dois momentos de recebimento: logo apés 0 oferecimento da peti- do inicial e em resposta & acusagao. Por estar no comego de tudo, nBo tem muito o que falar em nulidade processual ainda Uma boa tese é algum vicio na citagSo do réu - por exemplo, citago por hora certa realizada em violago a0 que dispée a lei, Também podem ser sustentados vicios no recebimento da deniincia ou queixa, como jd mencionei em pardgrafos anteriores. ‘Sobre as teses de dosimetria de pena, nc 6 o momento para serem sustentadas. Nao é a hora para discutir a pena-base no minimo legal ou para sustentar alguma atenuante. Isso por- que, logo apés a RA, o juiz no condenard o réu. Na piar das hipéteses, nao absolverd sumaria- mente e designard audiéncia para ouvir tode mundo, oportunidade em que o acusado poderd sustentar suas teses para o caso de condenagao. + Hd uma situagdo curiosa que merece sua atencdo. Segundo o art. 396-A, § 1°, do CPP. a excecde serd processada em apartado. Ou seja, se houver tese presente no art. 95 do CPR ela devera ser sustentada em pega propria, paralela 4 RA, intitulada excegao. Um bom exemplo é a incompeténcia, que tem de ser sustentada em excepgo de incompe- téncia, e no no corpo da RA. No Exame de Ordem 2010.2, quem elaborou a prova no sabia disso, trouxe tese de incompeténcia para ser sustentada na prépria resposta & acusacdo. No final das contas, ¢ FGV se viu obrigad a aceitar as duas pecas, tanto a RA quanto 2 exceeSo. Deve ter descido amargo, pois a banca nunca mais pediu tese de incompeténcia. De qualquer forma, se, em sua prova, 0 réu tiver sido citado e houver tese de incompeténcia (ou outra do art. 95 do CPP), fara a seguinte andlise a) A chance de cair excego é muito pequena. Se houver teses de absolvi¢o suméria (que tém de ser sustentadas em RA) e alguma de excecdo, faca a resposta e, em seu corpo, sustente a tese. E errado? Sim. Mas melhor garantir a pontuaco, ainda que com base em um gabarito errado. Quem for prejudicado podera recorrer, mas vocé estaré acima do bem e do mal, distante da treta, pois teré recebido a pontuagao. www. grancureosonline.combr 21 d295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese b) Se no houver uma tinica tase de absolvicéo suméria ou testemunha a arrolar, mas apenas a tese com base no art. 95 do CPP, faca a excecdo. No entanto, friso: s6 faga a excecdo se ndo existir nenhuma tese de RA no enunciado. Todo 0 problema deveré girar em tora de uma daquelas situacdes do art. 95 do CPP. Acho muito pouco provavel (quase impossivel) que isso acontera. Se o cliente tiver acabado de ser citado, é quase zero a chance de nao ser uma RA 2.3.6. Pedidos Além do reconhecimento de alguma nulidade ou de motivo para a rejei¢do da peti¢do ini- cial, sempre teremos, em RA, pedidos de absolvigdo suméria, nos termos do art. 397 do CPP. Tenha cuidado, pois se esquecer de dizer suméria pode custar 0 quesito. Ademais, nunca, em hipétese alguma, fundamente a absolvic&io sumaria, em resposta & acusa¢do, nos arts. 386 & 415 do CPP. Use sempre 0 art. 397. Outro pedido certo em RA é a citiva das testemunhas - mas ndo se esqueca de trazer 6 rol ao final da peca. 2.3.7. Quadro de Teses e Pedidos. teses.de rejeigdo de inicia|. A lealtima defesa, por exemiplo, que enseja 8 absolviggo suméria (CPP art mbém motive a rejeico da: inicial por faite de sa (CPR art. 395, II). Nas provas passadas, & FGV no exigiu o pedido de releicdo ds iniciel por algum motive que motivasse @ absolviggo sumaéria Todas as teses. Asnulag8o do crocesso desde o ato vitisdo — quescebs Nulidade. sendo 4 do process todo, pois estamas no comeco de tudo. A fundementecde 6.0 art. 564.do CPP. a a AbsolvigZo suméris (CPP. art. 397. IV) Exclusao da ilicitude. Absolvicgo suméri (CPP. ert. 397, |). Exclusao da Absolvigde uméria (C?#. ert. 997. IL) culpabilidade. Atipicidade - teses ae an or Absolvicdo suméris (CP2 ert. 397, III) causal ea tipicidade. Desclassificacao. Desclessi www. grancureosonline.combr 22.4295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.3.8. Modelo da Pega ‘Veja 0 tépico 8. Frovas anteriores resolvidas. 2.4, Memorials (Rito Comum) Situago n. 1 (GPP art. 403, § 3°) Situagao n. 2 (CPP art. 404, paragrafo tinico) 2.4.1.Como Identificara Peca Até a entrada em vigor da Lei n. 11.719/2008, ao final da audiéncia, as partes tinham 3 dias de prazo para 0 oferecimenta das alegagées finais - a regra estava no art. 500 do CPP. Ou seja, as alegacées sempre tinham de ser oferecidas por escrito. Ne entanto, é uma regra que nao faz sentido. No dia 2 dia da pratica criminal, quase todos os casos $0 muito simples — 0 fulano que furtou um veiculo ¢ confessou a pratica de delito ou dois bébados que se estapearam apés uma cachagada. $40 situagdes em que 0 juiz tem até um modelo pronto de sentenga. Adefesa e a acusa¢do (em regra, MP) nao t&m muito o que falar em suas (iltimas alegagées. Por esse motivo, o legislador alterou o CPP para impor, como regra, as alegacdes finais orais, feitas na audiéncia. Ea atual regra. Todavia, hd situagdes excepcionais em que os casos so complexos ou que hé muitos réus, inviabilizando as alegagies orais. Para essas hipdteses, as alegacdes finais podem ser oterecidas por escrito... ou, melhor dizendo, por memoriais. 2.4.2 Nomenclatura Em boa parte dos manuais, voc encontrard apenas a expresso memoriais. No nd pro- blema algum em chamar ¢ pecs apenas de memoriais, ¢ nada mais. Entretanto, no padrlio de resposta, a FGV sempre fala em alegagées finals por memoriais. Como n&o quero confusdo com ninguém, prefiro a expressao que ela gosta de usar. De qualquer forma, fica a seu critério: memariais ou alegagées finais por memoriais. 2.4.3. Fundamentacao Coneluida a audiéncia, se houver muitos réus ou se 0 caso for complexo, as alegagdes fr nais #80 oferecidas por memoriais, como previsto no art, 403,9 3°, do CPP. No entanto, hd uma outra situaco que exige fundamentagao diversa. Entenda: concluida a audiéncia, descobre-se que alguma diligéncia tem de ser realizada. Ex: uma certiddo expedida por algum érggo, cujo teor pode influenciar diretamente na decisdo do juiz. N&o seria justo as partes oferecerem suas alegagdes finals oralmente-e, depois, mas antes de proferida a sentenca, ser juntado aos www. grancureosonline.combr 23.295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese autos algum documento que as partes no puderam se manifestar a respeito. O ideal é que a audiéncia saja concluida, a diligéncia seja realizada e, em sequida, as partes se manifestem, por memoriais, para o juiz, ento, proferir sentenga. E para isso que existe o art. 404, paragrafo Unico, do CPP. + Cuidado: nos ritos especiais, ndo hd previstio de memoriais (0 rito da Lei de Drogas), mas isso no significa que a pega ndo possa ser oferecida. Segundo o art. 394, § 5°, do. CPP. aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumario e sumarfssimo as disposi¢Ges do procedimento ordinario. Para esses casos, fundamente a sua pecano art. 403, § 3°, ouno art. 404, pardgrafo Unica, c/c 9 art. 394, § 5°, do CPR. 2.4.4. Prazo ‘So 5 dias de prazo, contados da intimacao. 2.4.5. Teses: Em memoriais, vocé tem a Ultima chance de convencer o juiz a aceitar suas teses. Depois disso, vem a sentenga e, no maximo, poder recorrer daquilo que for desfavoravel. Portanto, & o momenta de colocar todas as cartas na mesa € sustentar nulidades, causas de extingéio da punibilidade, teses de mérito ¢ teses subsididrias, se o réu for condenado. a) Nulidades: veja se o enunciado da a entender que algum procedimento no foi obser- vado. Geralmente, a FGV ndo € muito sutil. Teve uma prova em que foi dito que o advogado do réu renunciou aos poderes € 0 juiz, em vez de intimé-lo para constituir um nove advogado, simplesmente nomeou defensor pUblico. Em outra, foi realizada a audiéncia sem o réu, que no foi intimado para 0 ato. Por essa raz4o, quando fizer a leitura do enunciado, olhos atentos a esses ganchos b) Extingo da punibilidade: as principais causas 80 aquelas do art. 107 do CP. AFGVn8o é de inovar. A prescri¢do é sempre camped quando a tese é de extin¢do da punibilidede. Cuida- do com algumas hipéteses especiais. Por exemple, o art. 212, § 3°, doCR. c) Falta de justa causa: em vez de passar as préximas paginas falando em teoria do crime, assunto tratado em obras préprias, resumo os pedidos de mérite a um Unico artigo do CPP: 0 386. Em memoriais, as teses de mérito terdo, por consequéncia, a absolvicdo, e todas as hi- péteses esto no art. 386 do CPP. Vasculhe o enunciada da pegs em busca de uma daquelas situagdes d) Teses subsidiarias: so as teses que devem ser sustentadas para 0 caso de o réu ser condenado. 0 mais dificil é memorizé-las. Contudo, quando elas estiverem em sua cabera, se cairam memoriais em sua prova, conte com, pelo menos, dois pontos garantides em sua pega. Q assunte é 130 importante que serd tratado em tépice proprio, a seguir. www. grancureosonline.combr 24.4295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.4.5.1 Teses Subsit ianias em Memoriais Como dito anteriormente, em memoriais, temos de esgotar nossas teses. Pode parecer contraditério sustentar a inocéncia e, em seguida, pedir beneficios em caso de condenacao. Em um caso real, nem haveria motivo para sustentar a pena-base no minimo legal, por exem- plo, pois @ juiz faz, de oficio, a andlise do caso em confronto com o art. 59 do CP - e, se a pena for injusta, é 86 apelar. No entanto, lembre-se: no Exame de Ordem, 0 seu conhecimenta esta sendo testado. A OAB quer saber se vocé esta apto a advogar. Por essa razao, é exigida do examinando a demonstracdo de amplo conhecimento das possiveis teses de defesa Em memoriais, 0 passo a passo seré sempre o seguinte, quando sustentadas as teses subsidiarias: 1°) Qualificadoras e privilégios: qualificadora é a forma mais gravosa de pratica de um de- lito, com @ imposig&o de penas préprias. Ex. no homicidio simples, a pena é de 6 420 anos;no qualificado, de 12 a 30 anos. 0 privilégio € o oposto: uma figura menos gravosa, também com benas proprias. Ex. na corrup¢ao passiva, a pena é de 2 a 12 anos; na corrup¢ae privilegiada, de 3 meses a 1 ano. + A importancia desse primeiro passo: a pena-base parte da pena minima; por isso, é in- ‘teressante pare a defesa que seja afastadia a forma qualificada ou reconhecida a forma privilegiada. No exemplo da corrupeo, é muito melhor que o célculo inicie em 3 meses em vez de 2 anos, 2%) Pena-base: a banca sempre exige a demonstrac&o de que o réu faz jus & pena-base no minime legal. O principal artigo para sustentar a tese é 0 59 do CR. Ademais, o gabarito pode trazer 2 Siimula 444 do STJ. Se for um crime da Lei de Drogas, atencdo ao art. 42 da Lein 11.343/2006. + Em todas as edi¢des em que a FGV trouxe memoriais do rite comum, os examinandos tiveram de sustentar a pena-base no minimo legal. 3°) Agravantes e atenuantes: agravantes s&o as situagdes em que o agente deve ser pu- nido com mais rigor por causa da reprovabilidade da conduta; com as atenuantes, 0 oposto, e & condenagdo é mais branda em raz&o da menor reprovabilidade da conduta. As hipéteses genéricas esto nos arts. 61, 62, 65 e 66 do CP. Portanto, ¢ interessante pedir o afastamento de agravantes ¢ reconhecimento de atenuantes. + 0 que difere uma agravante ou atenuante de uma causa de aumento ou de diminuiglo? Nas agravantes e atenuantes, a lei diz que a pena tem de ser aumentada ou diminuida, masnéo diz em qual fragdo. Um sexto? Um quinto? Nao sei, a lei no diz. Cabe ao juiz de- cidir. até existem alguns parémetros na jurisprudéncia, mas a lei nada diz. As atenuan- tes da menoridade relativa e da confissdo espontanea so quase certas em memorials www. grancureosonline.combr 25.295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 4°) Causas de aumento e causas de diminuigao: funcionam como as agravantes e ate- nuantes, mas com a diferenga de que a lei diz em quanto a pena deve ser aumentada ou diminuida - na tentativa, causa de diminuig&o de pena (CP. art. 14, paragrafo nico), a pena deve ser diminuida de um a dois tercos. Se a lei no trouxesse essa fraco, seria uma ate- nuante. Por outro lado, s€ dissesse que, na tentativa, a pena seria de X a V anos, teriamos um privilégio. + Tem algumas situagdes em que temos causas de diminuigao de pena, mas que nos acostumamos a chamar de forma privilegiada. Trés exemplos: 0 homicidio privilegiado (CP, art. 121, § 1°), 0 furto privilegiado (CP art. 155, § 2°) 2 0 trafico privilegiado (Lei n. 11.343/2006, art. 33, § 4°). Curiosamente, ¢ lel fala, expressamente, em causa de olmi- nui¢éo de penal — em seu vade-mécum, veja 0 que est escrito acima do art. 121,§ 1° Embora a expresso esteja aplicada de forma equivocada nos exemplos dados, voce deve utilizélas no Exame de Ordem. 5°) Substituigao da pena: encerrado 0 cdlcullo da pena, veja so réu tem direito substitu cdo da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, do art. 44 do CR 6°) Sursis: em sequida, no sendo 0 caso de substitui¢go, busque a suspens&o condicional da pena, do art. 77 do CP. + Cuidado: nl confunda a suspense condicional da pena (CP, art. 77) com a suspens’io condicional de processo (Lei n. 9.099/95, art. 89). Na suspensdo da pena, o réu foi con- denado, mas 4 execucSo da pena é suspensa. Na suspenso do processo, a dentincia acabou de ser oferecida. Nao existe sentenca condenatdria. 0 objetivo é evitar 9 inicio de uma a¢do penal 7°) Regime: por fim, se nada der certo, pega ao juiz um regime mais brando de cumprimen- to da pena. Considerando a pena que vocé entende justa, veja qual regime deve ser imposto a0 réu, nos termos do art. 33, § 2°, da CP + AFGV nao € de inovar quando traz as teses de fixagdo de regime. Se o crime do réu € hediondo ou equiparade, diga que o art. 2°, § 1°, da Lefn. 8.072/90 é inconstitucional. A Siimula 440 do STJ ¢ as Siimulas 718 e 719 do STF também so muito cobradas, mas mais em apelacdo www. grancureosonline.combr 26.295 GRAN CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE: Tesesde Defesa 2.4.6. Pedidos ‘Sabe aquela promocao em que voce paga um e leva dois? Em memoriais, temos pontua- 40 duplicada para tudo. Sustentou a pene-base ne minimo legal? Repita no do pedido. Pediu a absolvi¢ao? Repita no do pedido, e tudo seré pontuado em dobro. Para melhor entender o que quero dizer, veja 0 gabarito do XXVI Exame de Ordem: 3) Preliminarmente, 18) Nulidade dos reconhecimento da nulidade Ms stosda instrugéo- dos atos da instruco. (0,05) 14) Absolviggo de Lauro. nos 5) Na mérito, absolvigao de 0,30 termos do ert. 0.80 Lauro. Ae i 84, inciso II do GPP. 7) Subsidiariamente, afastar a 141) qualificadora, pois nao ha prova Afestemento ds nos autos da idade da vitima, Qqualificadors do nos termos do art. 213, $ 1°, Eo do CP. 14.2) Aplicecto 8) Aplicacao da pena-base 2 pene-bese no ‘no minimo legal, ja que as 020 minimo legal ow es ircunstancias do art. 59 do CP = reconhecimento . a0 favoraveis. da stenuanteds confissf. 9) Afastamento da agravante do art. 61, inciso Il, f, do CP, 143) pois o crime nao foi praticado Afestemento da em situacao de violéncia agravante do art. doméstica, familiar ou de 64, 11f,doCP, coabitacao contra mulher. 10) Reconhecimento da atenuante da confiss30 espontanea, nos termos do art. 65, Ill, d, CP. 040 Vide item 14.2. www. grancureosonline.combr 27295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese a ee ee 14) Aplicago do quantum maximo de redugao de pena em razao da tentativa, tendo em 14.4) Red vista que o crime ficou longe da 025 = a consuma¢ao OU tendo em vista es que o critério.a ser observado é eNREtIVe. do iter criminis percorrido. 12) Aplicagao do regime aberto ou semiaberto, considerando a pena minima a ser aplicada, ar eco nos termos do art. 33, § 2°, b 0.30 Meee 0.05 ou c, do CP OU aplicacao da : suspensao condicional da pena, semistersa nos termos do art. 77 do CP. Total (do direito): 2,55. Total de pedido}: 0.20. Total (do direito e do pedido): 3,15. Conclusées: (2) As teses subsididrias totalizavam, sozinha: pega foi atribuida a pedidos referentes a imposi¢ao de pena. Nao houve nenhuma tese ‘subsididria inédita. Todas jé tinham eaido em provas anteriores. (b) Somados 05 2,35 pontos com outros quesites de praxe (enderegamento, data no Uitimo dig ete), teriamos 2,75 pontos (55% da note da pecs). Portanto, sem fazer uma tinica pesquisa no vade-mécum, apenas repetindo as teses que cairam em provas passadas, 0 35 pontos. Ou seja, 47% da nota da indo tudo em duplicidade, vocé garante 2,75 pontos. Bastaria um desempenho mediano nas questées para alcancar a aprovacao. + Absolvigdes: em memoriais, a banca exigira, pelo menos, uma tese absolutoria. No rito comum, pega a absolvicdo com fundamento no art. 386 do CPP. No rito do juri, pega a absolvigdo sumadria do art. 415 do CPP. E ado art. 397 do CPP? Nunca, jamais, utilize 0 art. 397 em memoriais. + Suméaria: alguns examinandos se empolgam e pedem a absolvi¢ao sumdéria com funda- mento no art. 286 do CPP. Nao seja louco! A absolvi¢ao sumédria é aquela dos arts. 397 e415 do CPR Se a absalvi¢aoé a do art. 286, diga apenas absolvicao. www. grancureosonline.combr 2e.d295 GRAN CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE: Tesesde Defesa lan 2.4.7. Quadro de Teses e Pedidos. Rito comum: Nulidade processual. AenulscBo do processo, desde o ato viciede. Extingao da punibilidade. Adeclaracéo ds extincao ds punibilidade. Falta de justa causa. Aabsolvigeo, nos termos do art. 386 do. CPP. Além dg cesclessificacio oars crime menos grave, sfestemente de quslifcecorse reconhecimente de privildgio, pene-beseno mirime legal, sfestemento ce agravantee Teses subsidiarias. reconhecimento de stenuante, sfastementoce ceusa de aumento de pene e reconhecimento de ceuss de diminuicdo, substituico cs pens (CP art. 44}, sursis (CP, art. 77} e regime inicial mais bengfico. + Cuidado: se estiver na posi¢o de acusador, as teses so as mesmas, mas em via inver- sa. Ou seja, em vez de absolver, peca para condenar. No lugar do pedido de atastamento de agravante, o seu reconhecimento. Entfim, tudo igual, mas do outro lado. Rito do jeri: Nulidade processual Asnulecdo do srocesse, desde pl 2 oetovicieds. _ = ‘O reconhecimento da extineso Extinggo da punibilidade. pecmense de punibilidade. (1) provada a inexisténeia de fato; (2) provado nao ser ele autor ou participe do fato; Absolvicgo suméria (CPP. art. (3) 0 fato no constituir infragao penal; 415) (4) demonstrada causa de isencao de pena ou de exclusao do crime. Falta de prova. Improndncia (CPP, ert. 414). Desciassificecgo (CPR art 419). a8 reprodupic, copia, divulgagin ou veww.grancursosoniine.com.br 294295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.4.8. Modelo da pega ‘Veja o tépico 8 Provas anteriores resolvidas. 2.5, APELACAO 2.5.1 Como Identificar a Peca O enunciado descreverd uma sentenca contréria aos interesses da pessoa para quem vocé esté advogando. + N&o tem como canfundir 0 cabimento da apelacdo eo do recurso em sentido estrito. A regra é simples: se 0 problema disser que existe uma decisde do juiz, veja se a situaco estd descrita no art. 581 do CPP. Se no estiver, faca apelacdo, que é uma pera residual ~ residuo, resto de outros recursos. 2.5.2. Fundamentacao Art 593 do CPP. Na primeira fase do rito do jai, 2 base legal estd no art. 416 do CPP. 253.Prazo Em regra, 5 dias para a interposi¢go e 8 dias para as razées. + Jd havia falado sobre os dois prazos em tépico proprio, mas nao custa repetir. Em algu- mas pegas, é possivel o oferecimento das razées diretamente ao tribunal, em momento posterior ao da interposi¢do. Portanto, temos as seguintes situagSes: a) Intimade da sentenca, a parte interpSe a apelaco e oferece as razGes, tudo de uma 86 vez, a0 mesmo tempo. Nesse caso, é légico, a interposigao e as razdes tém a mesma data, afinal voc ofereceu as duas ao mesmo tempo, no mesmo dia. Deve ser contado 0 prazo de 5 dias. Foi assim que sempre caiu ne Exame de Ordem. 0 examinando tinha de fazer uma pega de interpasicdo e outra de razBes. b) Intimada da sentenca, a parte interessada interpde a apelacdo, no prazo de 5 dias, mas deixa pare oferecer as rezées diretamente ao tribunal. Posteriormente, ag razies deverdo ser oferecidas no prazo de 8 dias. 0 prazo de 5 dias, da interposi¢4o, ndo deve ser mais utilizado. 0 examinando teré de fazer uma peticdo de juntada e as razées, ambas datadas no mesmo dia, pois foram oferecidas juntas. www. grancureosonline.combr 30295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.5.4. Teses Como em qualquer outro recurso, em apelacdo, a sua missao é dizer que o juiz errau, por isso considero a apelaco mais facil do que os memoriais. Nas alegagéies finais, estamos meio sem rumo. Exceto pelas teses subsididrias, de dosimetria de pena, que séo sempre iquais, n30 temos como saber, de certeza, quantas teses de nulidads, de extingo da punibilidade e de mé- rite tém de ser alegadas. Na apelacao, por outro lado, o limite esté na sentenga. As teses sao aquelas que o juiz negou na sentenga. 2) Nulidades: 0 enunciado aponta, sem muito segredo, algum vicio no trémite de proceso. AFGV costuma trazer nulidades ocorridas na audiéncia - por exemplo, realizagdo de audiéncia sem que o réu tenha sido intimado para tomar ciéncia. b) Extingdo da punibilidade: as causas gerais s8o aquelas do art. 107 do CP. As mais co- muns no Exame de Ordem so a prescri¢o © decadéncia c) Falta de justa causa: o juiz ndo quis absolver 0 apelante, nos termos do art. 386 do CPP. Vocé tem de demonstrar ao tribunal que © argumento utilizado pelo juiz para condenar esta errado. d) Teses subsidiarias: no Exame de Ordem, s&o as que vém em maior fartura. Algumas que podem cair em sua prova: 1) O juiz fixou a pena-base acima do minimo legal em razdo da gravidade em abstrato do crime ou por reconhecer maus antecedentes por causa de inquéritos ou agdes penais em tra mite - veja a Simula 444 do ST. 2) Ele negou alguma atenuante ou aplicou agravante que nao deveria, ou afastou causa de diminui¢So ou reconheceu causa de aumento de pena em violagSo ao que dispée a lei. 3) Ele negou a substituigao da pena privativa de liberdade ou a suspens&o condicional da Pena por motivo que viole o que esté na lei. Exemplo: negou a substitui¢do com base no art. 33, § 4°, da Lein. 11.343/2006, que teve parte do seu contetido declarada inconstitucional. 4) Ele fixou regime inicial mais gravoso por alguma previsdo inconstitucional, como a do art. 2°, § 1°, da Lein. 8.072/90, ou com base na gravidade em abstrato do delito - veja as Si- mulas 440 do STJ, 718 719 do STE. 2.5.5. Pedidos Em todas as tiltimas provas, a FGV exigiu apenas 0 conhecimento e a provimento da apela- ¢4o. No entanto, em provas mais antigas, ela pediu, também, a individualizacdo dos pedidos. Na diivida, faga 0 pedido completo - requer sefa conhecido e provide o recurso para que o réu seja absolvido |] www. grancureosonline.combr 31295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.5.6. Quadro de Teses e Pedidos SS ee Oréu tol absolvido.com fundamentonoart.886doGPP Conhecimento ¢ provimento do Art. 593, | e voc? éadvogedo do autor recurso, pers que seje condenado ds agS0 ce73| ou sssistente de oréu, BCUSBCEO. Conhecimento e provimento do recurso, paras reconhecimento PCN eonrioneaiteneec ental de nulidade, reconhecimento de Art. 593, | Say extingo da punibilidade, absolvicko & ‘teses subsidigries —desclesaificecto de delito ou melhores ne pena imposta. Hé ume decis8o definitive, te Conhecimente ¢ provimento do eee recurso, care reforms de sentence Art. 593, I condenatdria. e voceé : aia ea concessdo do que ¢ de interesse edvogedo de defess ou de : eee: da parte que estd spelendo. scusscic, Conhecimento e provimento do Ocorreu ums nulidede posterior e Art. 593, Il, a = recurso, para e enulac8o do processo, a prondncia. desdeo ato viciedo. Omagtracoerrcuem su Conheciments eprovirerto do Art. 593, III, b Sentence, em vidiacao & lel recurso, pers a correcéo do errons expresss ou a decisdo.dos ane juredos. “= ‘O magistradoerrouem sua Conhecimento € provimento do Art.593,IIl,c sentenceemrelacod eplicecdo recurso, pere a correcto doerrone de pene. sentence. ae Conhecimento e provimento do Art. 593, Ill, d L a recurso, nere que sejerreelizedo um julgemente. = novo jar Nea primeira fase do rite do juri, Conhecimenta € provimento da Art.416doCPP cecusedofoiimoronunciadoou recurso, para que c.scussde seis absolvido sumerimente. pronunciedo. 2.5.7.Modelo da Peca Veja 0 tépico 8. Provas anteriores resolvidas. www. grancureosonline.combr a2d295 Shan CURSOS DIREITO PENAL ‘ONLINE Tesesde Defese 2.6. CONTRARRAZOES DE APELACAO 2.6.1 Como Identificar a Pega O problema vai dizer que a outra parte recorreu contra a sentenca. No seré dito qual recur- 50 foi oferecido. Cabe a vocé descobrir qual foi. Considerando que 0 Unico recurso que pode ser confundide com a apelacdo é 0 RESE, ndo tem muita dificuldade. 2.6.2. Fundamentacdo Art. 600 do CPP. * N&o é correto fundamentar as contrarrazées de apela¢ao no art. 593 do CPP. que deve ser utilizado apenas quando estiver sendo feita a interposicdo do recurso. A FGV nao aceita tundamentacao diversa do art. 600 do CPP. Obs.: | Voc pode ter ouvide a histéria de um amigo (ou do amigo de um amigo) que funda- mentou no art. 593 do CPP e passou. E verdadel Alguns pouces sortudos tiveram suas provas corrigidas por alguém com coraco de ouro, que fez vista grossa e acaitou a pega. No entanto, no fol a posi¢do oficial da banca. Em regra, quem fundamentou no art, 593 reprovou 2.6.3. Nomenclatura No XIX Exame de Ordem, quando @ peca foi cobrada pela primeira vez, o.gabarito preliminar saiu apenas com a expresso contrarrazdes de apelapdo. Entretanto, durante a fase recursal, a FGV deve ter percebide que, em momento algum, o CPP fala em cantrarrazGes - é sério, n3o existe, pode procurar. 0 cédiga fala em razdes do apelado. No final das contas, foram aceitas as duas. Quem fez apelagdo ou recurso de apelagae reprovou. + 0 que falei a respeito do art. 593 vale para a nomenciatura. Alguns sortudos tiveram a prova cerrigida, mas nao foi a posi¢ao da banca. 2.6.4. Prazo Como sao apenas razées, 8 dias. Nao existe o prazo de 5 dias, afinal nao houve a interpo- sigdo de apelacao. 2.65. Teses, ‘Voc precisa fazer duas coisas em suas contrarrazées: 14) Veja se o recurso da outra parte preenche os requisitos da lei — por exemplo, se foi tempestivo wew grancurscsenline.com.br Shan CURSOS ONLINE DIREITO PENAL Tesesde Defese 2%) Contradiga tudo 0 que o recorrante disse. Se sla disser queo réu é reincidente, diga que no. Se alegar que houve nulidade, diga 0 oposto. Para conferir como é simples, veja 0 gabarito do XXVII Exame de Orden’ © QUE TINHA DE: DITO NAS a) Nulidade da instru¢ao, porque o interrogatério no foi o primeiro ato, como prevé a Lei n. 11.343/2006. b) Condenagao do réu pelo crime de associagao para o trafico, ja que ele estaria agindo em comunhao de acdes € designios como adolescente no momento da prisao, eo art. 35 da Lei n. 11.343/2006 fala em “reiteradamente ou nao”. c) Aumento da pena-base em relac&o ao crime de trafico diante das consequéncias graves que vem causando para a satide pil sociedade brasileira. d) Afastamento da atenuante da confissao, ja que ela teria sido parcial. e) Afastamento da causa de diminuigdo do art. 33, § 4°, da Lein. 11.343/2006, independentemente da condenacao pelo crime do art. 35 da Lei n. 11.343/2006, considerando que o réu seria portador de maus antecedentes, jd que responde a agao penal em que se imputa a pratica do crime de furto. wew grancurscsenline.com.br ac 1) Afestamento de nulidade requerida, considerando qué no fol arguida em momento adequado. 2) 0 interrogatério, como instrumento de defesa, poder ato da instru ser realizado como Ultimo s980 OU o procedimento de Lei 1. 17.343/2006 dave se adequar aquale previstone CPR. 3) Manutengo da absolvig&o em ralagdo ime de associagac para o tréfico, tendo ‘emvisia que ndo resiou provade situagéo de permangncia/establlidade entre 0 adolescente ¢0 acusado, 4) Menutengo da pena-base no minimo legal, uma vez que o argumento utiizado pelo Ministério Publico considera a gravidade em abstrato do dalito OU tendo em vista que haveria bis in idem no aumento da pena em razéo de violagéo 20 bem juridice protegido pela norma. 5) Manutengao do reconhecimento da atenuante da confissdo esponténes, considerando que foi a confissdo utilizeda como argumento/para formagac da convieg&o do juiz, nos termos da Simula 545 do ST,

You might also like