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Trabalho
Trabalho
Os Direitos da Personalidade são aqueles inerentes ao ser humano, que o acompanham por
toda a vida, tendo como marco inicial a concepção, tornando-o capaz de adquirir direitos e
obrigações. Os direitos da personalidade podem ser considerados como uma conquista da
humanidade, sendo positivado e garantido na Constituição de 1988, em seu artigo 5º, caput e
incisos, e também no Código Civil de 2002, em seu artigo 11 e seguintes, além da legislação
esparsa e consagrado em diversos tratados internacionais.
Nascituro: Aquele que irá nascer que foi gerado e não nasceu ainda. É o ser já concebido e
que está pronto para nascer, mas que ainda está no ventre materno. O ente que está gerado
ou concebido, tem existência no ventre materno: está em vida intrauterina. Mas não nasceu
ainda, não ocorreu o nascimento dele, pelo que não se iniciou sua vida como pessoa. Embora
o nascituro, em realidade não se tenha como nascido, porque como tal se entende aquele que
se separou, para ter vida própria, do ventre materno, por uma ficção legal é tido como, para
que a ele se assegurem os direitos que lhe cabem, pela concepção.
Teoria
Existem várias teorias, que remetem sobre os nascituros e desde quando estes são
possuidores de direitos; algumas destas teorias são:
Concepcionista: Nascituro é aquele que está dentro do ventre materno e ainda não nasceu,
mas é considerado ser desde a concepção.
“Ser humano já concebido, em estado de feto, e que ainda, não veio à luz. Aquele que está
concebido e cujo nascimento se espera como fato futuro certo”.
José Naufel
“o direito de nascer, a proteção jurídica à vida do nascituro existe na sua plenitude, antes do
nascimento”.
“Não há como explicar que o nascituro possa ter o direito de estado de filho (artigos 337,
338,353 e 458 C.C.), direito a curatela (artigos 458 e 462 C.C.), à representação
(artigos 462 C.C, 383,V, e 385 C.C.) e, ainda, posse em seu nome (artigos 877 e 878 CPC),
entre outros, sem que seja considerado pessoa”.
“O nascituro é um ente já concebido que se distingue de todo aquele que não foi ainda
concebido e que poderá ser sujeito de direito no futuro, dependendo do nascimento, tratando-
se de uma prole eventual. Essa situação nos remete à noção de direito eventual, isto é, um
direito em mera situação de potencialidade, de formação, para quem nem ainda foi concebido.
É possível ser beneficiado em testamento o ainda não concebido. Por isso, entende-se que a
condição de nascituro extrapola a simples situação de expectativa de direito”.
Natalista: O nascituro não pode ser considerado pessoa, pois exige-se o nascimento com
vida, com isso, o nascituro não teria direitos, mas mera expectativa de direitos, condicionado
ao nascimento com vida.
No útero, a criança não é pessoa, se não nasce viva, nunca adquiriu direitos, nunca foi sujeito
de direitos, (...). Todavia, entre a concepção e o nascimento, o ser vivo pode achar-se em
situação tal que se tem de esperar o nascimento para se saber se tem algum direito,
pretensão, ação, ou exceção lhe deveria ter tido. Quando o nascimento se consuma, a
personalidade começa).
Pontes de Miranda:
(O nascituro é mera expectativa de pessoa, por isso, tem meras expectativas de direito, e só é
considerado como existente desde sua concepção para aquilo que lhe é juridicamente
proveitos).
Do ponto de vista prático, a teoria natalista nega ao nascituro até mesmo os seus direitos
fundamentais, relacionados com a sua personalidade, caso do direito à vida, à investigação
de paternidade, aos alimentos, ao nome e até à imagem. Com essa negativa, a teoria natalista
esbarra em dispositivos do Código Civil que consagram direitos àquele que foi concebido e
não nasceu. Essa negativa de direitos é mais um argumento forte para sustentar a total
superação dessa corrente doutrinária.