Professional Documents
Culture Documents
Amp, 206-16
Amp, 206-16
RESUMO
SUMMARY
Prevalence of measles, rubeila, mumps and variceila antibodies in a
population of health care workers
We present an epidemiological and serological study in 409 health care workers randomly selected
from the 4.103 workers of the University Hospital of Coimbra. A low level of susceptibility for
measles (1,2° o; 9500 confidence interval (95° o CI): 0,15-2,23° o), rubelia (2,4° o; 95° o CI: 0,9-3,9) and
varicella (3,2°o; 95°o CI: 1,5-4,7°o) and a very high one for mumps (17,3°o; 95°o CI: 13,7_21,10o),
Projecto subsidiado
pela Comissão de were found. Ineffectiveness of historical information in predicting immune status to ali of these
Fomento da Investi diseases was found. An economic analysis of preventive measures was done. A mumps vaccination
gação em cuidados
de Saúde, do Minis
policy for health care workers is recommended and the opportunity of measles and rubelia vaccination
tério da Saúde pelo is discussed, facing the results of this study. Continuous monitoring of these diseases is needed
P.l. n.’ 5/92 anticipating the changes in epidemiology that are expected to occur with childhood vaccination.
208
JOAQUIM OLIVEIRA et ai
Dos 409 participantes, 241 eram do sexo feminino Quadro 2 Resultados serológicos do sarampo, rubéola, papei
(58,9°o) e 168 (41,1%) do sexo masculino. Não se regis ra e varicela
taram diferenças significativas no que se refere à adesão
por sexos: masculino-50,6°o (168 332) feminino- 5O,S0o POSITIVOS NEGATIVOS
(241 477). n % n % Intervalos de
A idade média foi de 40,9±9,7 anos com um mínimo confiança(95%)
de 24 e máximo de 68 anos. A distribuição por grupos
etários pode apreciar-se na Fig. 6. SARAMPO 404 98,8 5 1,2 0,15 2,3
RUBÉOLA 399 97,6 10 2,4 0,9 3,9
PAPEIRA 338 82,7 71 17,3 13,7 21,1
VARICELA 396 96,8 13 3,2 1,5 4,7
134 D Sexo Feminino
126 D Sexo Masculino
HISTÓRIA SEROLOGIA
POS NEG TOTAL
11
Positiva 297 4 301
Negativa 82 1 83
Total 379 5 384
Grupos etários (anos
Prevalência 98,8° o; Sensibilidade 78,4° o; Especificidade 2000
Fig. 6 Distribuição dos participantes por sexo e grupos etários Valor preditivo positivo 98,70 o; Valor preditivo negativo 1,2°
RUBÉOLA
Dos 409 trabalhadores, 267 (65,3° o) tinham contacto
directo com doentes, 139 (34,O°o) não lidavam com HISTÓRIA SEROLOGIA
doentes e em 3 (0,7° o) não foi possível obter dados. No POS NEG TOTAL
grupo em contacto com doentes o tempo médio de dura Positiva 68 0 68
ção desse contacto era de 16,1±9,6 anos, com um míni Negativa 272 9 281
mo de 1 e máximo de 48 anos. Total 340 9 349
Em relação à história de doenças anteriores os resultados
obtidos podem ser observados na Fig. 7. Os resultados sero Prevalência 97,6° o; Sensibilidade 20° o; Especificidade 100° o
Valor preditivo positivo 100°o; Valor preditivo negativo 3,2°o
lógicos apresentam-se no Quadro 2. No Quadro 3 expõem-
se as relações entre os antecedentes e os resultados serológi PAPEIRA
cos obtidos para o sarampo, rubéola, papeira e varicela.
HISTÓRIA SEROLOGIA
SARAMPO RUBÉOLA
POS NEG TOTAL
6,11% 14 6
20,29% Positiva 165 33 198
Negativa 155 33 188
Total 320 66 386
Tal como outros AA já haviam constatado29’45 os pro noção de tudo puderem controlar, inclusive as eventuali
fissionais da saúde e, em particular os médicos, aderem dades desagradáveis que podem decorrer da sua activida
deficientemente a campanhas de medicina preventiva. de profisssional, como seja, a ocorrência de infecções
Talvez que uma certa sensação de omnisciência lhes dê a ocupacionais. De facto (Quadro 1), excluindo os grupos
210
JOAQUIM OLIVEIRA et ai
Dos 409 participantes, 24.1 eram do sexo feminino Quadro 2 Resultados serológicos do sarampo, rubéoia, papei
(58,9°o) e 168 (41,1°o) do sexo masculino. Não se regis ra e varicela
taram diferenças significativas no que se refere à adesão
por sexos: masculino-50,6°o (168 332) feminino- 5O,S°o POSITIVOS NEGATIVOS
(241 477). n % n % Intervalos de
A idade média foi de 40,9±9,7 anos com um mínimo confiança(95%)
de 24 e máximo de 68 anos. A distribuição por grupos
etários pode apreciar-se na Fig. 6. SARAMPO 404 98,8 5 1,2 0,15 2,3
RUBÉOLA 399 97,6 10 2,4 0,9 3,9
PAPEIRA 338 82,7 71 17,3 13,7 21,1
VARICELA 396 96,8 13 3,2 1,5 4,7
134 D Seoo Feminino
126
O Seoo Masculino
Quadro 3 Relação entre os antecedentes de doença e os resul
II tados serológicos
75
SARAMPO
HISTÓRIA SEROLOGIA
POS NEG TOTAL
11
Positiva 297 4 301
1-30 31-40 41-50 51-60 61-70
Negativa 82 1 83
Total 379 5 384
Grupos etários (anos)
Prevalência 98,80 o; Sensibilidade 78,4° o; Especificidade 20°
Fig. 6 Distribuição dos participantes por sexo e grupos etários Valor preditivo positivo 98,7° o; Valor preditivo negativo 1,2° o
RLJBÉOLA
Dos 409 trabaihadores, 267 (65,30 o) tinham contacto
directo com doentes, 139 (34,O°o) não lidavam com HISTÓRIA SEROLOGIA
POS NEG TOTAL
doentes e em 3 (0,7° o) não foi possível obter dados. No
grupo em contacto com doentes o tempo médio de dura Positiva 68 O 68
ção desse contacto era de 16,1±9,6 anos, com um míni Negativa 272 9 281
mo de 1 e máximo de 48 anos. Total 340 9 349
Em relação à história de doenças anteriores os resultados
Prevalência 97,6° o; Sensibilidade 200 o; Especificidade 100° o
obtidos podem ser observados na Fig. 7. Os resultados sero Valor preditivo positivo 100° o; Valor preditivo negativo 3,2° o
lógicos apresentam-se no Quadro 2. No Quadro 3 expõem-
se as relações entre os antecedentes e os resultados serológi PAPEIRA
cos obtidos para o sarampo, rubéola, papeira e varicela.
HISTÓRIA SEROLOGIA
POS NEG TOTAL
SARAMPO RUBÉOLA
6,11% 14 16,63%
20,29%
Positiva 165 33 198
Negativa 155 33 188
Total 320 66 386
Tal como outros AA já haviam constatado29’45 os pro noção de tudo puderem controlar, inclusive as eventuali
fissionais da saúde e, em particular os médicos, aderem dades desagradáveis que podem decorrer da sua activida
deficientemente a campanhas de medicina preventiva. de profisssional, como seja, a ocorrência de infecções
Talvez que uma certa sensação de omnisciência lhes dê a ocupacionais. De facto (Quadro 1), excluindo os grupos
210
PREVALÊNCIA DOS ANTICORPOS ANTI-SARAMPO, RUBÉOLA, PAPEIRA E VARICELA
profissionais com fraca expressão numérica, parece exis A taxa de susceptíveis por nós obtida é a mais baixa de
tir uma correlação inversa entre o grau de formação e todos os estudos consultados (Quadro 4), com excepção
responsabilidade na prestação de cuidados aos doentes e da referida por Chou49, autor que submeteu os soros a
a taxa de participação neste inquérito. uma série de técnicas serológicas progressivamente mais
Conforme se pode constatar na Fig. 7, 73,6% dos específicas. Não é possível fazer comparações com o
inquiridos refere uma história positiva de sarampp, em estudo de Figueiredo4t, realizado em Portugal e publica
concordância com a elevada prevalência desta infecção do em 1983, uma vez que as técnicas utilizadas não tem
na inf~ncia e também com a noção de que o povo conhe o mesmo significado, sendo a fixação do complemento
ce o sarampo. Esta percentagem está também correlacio uma técnica de diagnóstico (detecta fundamentalmente
nada com os resultados serológicos obtidos neste estudo IgM), imprópria para os rastreios serológicos, como aliás
(Quadro 2), com apenas 1,2% de indivíduos sem evidên é alertado pelos próprios autores.
cia de infecção anterior (o que já inclui 0,7% de resulta Em relação à rubéola, a situação é algo diferente daquela
dos duvidosos). No entanto, uma análise mais fina desta que anteriormente foi exposta para o sarampo. Apenas
relação, exposta no Quadro 3 (após exclusão das respos 16,6% dos inquiridos afirmaram ter tido a doença, tendo
tas duvidosas), mostra-nos que uma história positiva de 68,7% negado tal facto. Estes resultados contrastam com a
sarampo (valor preditivo positivo), representa uma pro elevada prevalência por nós encontrada (97,6%) o que tra
babilidade de o indivíduo estar imunizado de 98,7%, o duz a falta de sensibilidade e especificidade dos anteceden
que, nas nossas condições epidemiológicas, não é melhor tes (Quadro 3) para prever o estado imunitário. Neste ponto,
do que um resultado ao acaso (uma vez que a nossa taxa em virtude da reconhecida inespecificidade clínica desta
de prevalência é de 98,8%). Importa ainda salientar que doença, todos os AA são concordantes, não considerando
uma história negativa de sarampo não tem qualquer valor como prova de imunidade a história anterior de doença,
como indicador do estado imunitário do indivíduo (valor mesmo quando atestada por médico. Assim, apenas a evi
preditivo negativo-1,2%). Estes resultados estão de acor dência serológica de imunidade ou a documentação de vaci
do com os da literatura, havendo unanimidade em consi nação podem ser aceites como prova de imunidade’~’30.
derar apenas como válida a história de sarampo diagnos A taxa de indivíduos susceptíveis por nós encontrada
ticado por um médico1-3’46. Não registámos diferenças (2,4%) é a mais baixa de toda a literatura consultada
significativas entre as taxas observadas por sexos, por (Quadro 5). O estudo português efectuado por L. Ayres6’
idades, por actividade profissional e em relação ao con apresenta percentagens de seronegativos mais elevadas, o
tacto com doentes, talvez a significar a aquisição desta que não deixa de ser surpreendente: 8,66% no grupo
doença predominantemente fora do contexto ocupacional. etário dos 20-44 anos, de 7% no grupo etário dos 45-64 e
De facto a população abrangida por este inquérito (toda de 6,57% no grupo com idade superior a 45 anos (por ini
com idade superior a 24 anos) nasceu antes da introdução bição da hemaglutinação, portanto técnica com resultados
da vacinação anti-sarampo, em 1972, e teve portanto comparáveis ao da técnica ELISA por nós utilizada)62.
oportunidade de adquirir imunidade por doença natural, Do mesmo modo que para o sarampo também aqui não
numa época em que esta era universal na infância. encontrámos diferenças significativas entre as prevalên
Quadro 4 Prevalência da susceptibilidade ao sarampo
211
JOAQUIM OLIVEIRA et ai
HR: Hemólise radial; HP: 1-lemaglutinação passiva; ELISA: Teste de imuno-adsorção enzimático; IAHA: Hemaglutinação por imuno-aderência.
cias por sexos, grupos etários, actividade profissional Não registámos diferenças significativas entre as taxas
nem em relação com o contacto com doentes, o que terá, de seropositividade por sexos, actividade profissional ou
provavelmente, o mesmo significado já referido para o em relação ao contacto com doentes. Em relação à distri
sarampo. buição etária parece existir uma ligeira tendência para o
Em relação à parotidite epidémica, apenas 48,4% dos aumento da seropositividade até aos 60 anos, com inver
inquiridos afirmaram ter tido a doença (Fig. 7). Não são deste padrão após esta idade. Embora os valores obti
constituiu surpresa o facto de entre os que negam ter tido dos não atinjam significância estatística, poderão indicar
a doença (46%) haver uma elevada taxa de seropositivos um risco de infecção pequeno na idade adulta com ten
(82,4%, pouco diferente da encontrada para os que refe- dência à perda dos anticorpos a partir dos 60 anos (pelo
rem ter tido a doença-83,3%) uma vez que é conhecida a menos os detectados pelo teste por nós utilizado).
tendência à infecção subclínica, estimada por alguns A taxa de seronegativos de 17,3% registada nesta amos-
autores entre 20 a 30%42,43,63. Contudo, causa já alguma tragem, é surpreendente. Sabemos que a papeira é uma
estranheza que, entre os 198 que afirmam ter tido a doen- doença menos contagiosa que o sarampo e varicela30’66
ça, haja 33 (16,6%) que não têm evidência serológica de mas, atendendo a que a vacinação anti-papeira em Portugal
infecção anterior (Quadro 3), tendo em mente as mani- só teve início em 1987 e, por consequência, o vfrus circula
festações clínicas típicas da doença, de diagnóstico fácil va livremente no nosso país, havia até então, ampla oportu
mesmo para os leigos. Aquela discrepância justifica que nidade de infecção natural. Esta taxa contrasta ainda mais
diversos autores apenas aceitem como prova de imunida- com os diversos estudos publicados (Quadro 6) se tivermos
de o registo da vacinação em idade superior a um ano, em atenção que, nas doenças anteriormente referidas, as
evidência laboratorial de imunidade ou papeira diagnos- nossas taxas de susceptíveis são sempre mais baixas, acon
ticada por médicol,M,65. tecendo justamente o inverso com a parotidite. O estudo
212
PREVALÊNCIA DOS ANTICORPOS ANTI-SARAMPO, RUBÉULA, PAPEIRA E VARICELA
213
JOAQUIM OLIVEIRA et al
Convém, antes de analisar a problemática da varicela, papeira seja uma doença benigna, no adulto a taxa de
atentar nos pontos mais importantes duma política de complicações é mais elevada. E aliás a causa mais fre
controlo da infecção noso/ocupacional desta doença. A quente de meningite asséptica. Em face do custo relati
exposição de um doente à varicela implica avaliação da vo do teste e da vacina, o rastreio seguido de vacinação
importância dessa exposição e da susceptibilidade do parece a abordagem mais lógica e económica.
doente (história positiva significa imunidade, história As taxas de susceptíveis para o sarampo e rubéola são
negativa há necessidade de teste serológico para deter muito baixas na população em estudo, o que, face aos
minação da susceptibilidade). Os doentes expostos e sus custos envolvidos numa política de controlo (seja vaci
ceptíveis serão postos em isolamento estrito entre o 7° e nação sistemática, seja rastreio seguido de vacinação)
21° dias e receberão imunoglobulina anti-varicela-zoster poderá levar os responsáveis a vacilar na sua imple
(VZIG) se forem doentes de risco, de acordo com as mentação. Convém contudo não esquecer que a sus
indicações aceites72. Em relação aos profissionais de saú ceptibilidade conjunta para estas infecções é somatória
de expostos, será feita também avaliação da exposição e o que poderá dar outra dimensão ao problema (saram
da susceptibilidade. No caso de terem estado expostos e po, rubéola e papeira 20,29%; sarampo e rubéola
= =
sendo susceptíveis deverão ser afastados do local de tra 3,6%). Além disso, um só caso de sarampo num profis
balho entre o 7° e 21° dias7’9. sional de saúde (como o seguido por um dos autores)
Há, desde logo,um ponto importante a realçar e que representa um custo importantíssimo, em dias de
deriva dos resultados deste estudo: a impossibilidade de absentismo, meios de diagnóstico, (por ter sido atípico)
utilizar a história de doença prévia como prova de imuni e ainda pelo contágio dos familiares. A implementação
dade, tal como preconizado por vários autores7’9. Assim e de uma política de vacinação para todos os profissio
tendo em conta os enormes gastos necessários para o nais já em exercício, poderá ser discutível do ponto de
controlo dum surto de varicela no hospital, parece que o vista económico. Em contrapartida parece indiscutível
rastreio sistemático é o único meio eficaz de determinar o a necessidade de rastreio sistemático de todos os novos
estado imunitário dos trabalhadores face a esta doença. contratados, com vacinação dos susceptíveis, face à
Há diversos estudos que comprovam a eficácia da vaci tendência que se verifica para o aumento dos casos nos
nação anti-varicela em crianças normais73’74 imunocom escalões etários correspondentes aos profissionais
prometidas75 e adultos76. Neste último grupo os profissi recém-formados. De salientar que segundo Davis21, os
onais da saúde poderão sem dúvida ser um dos médicos internos tem um risco relativo de infecção por
candidatos a esta vacina77. Esperemos que brevemente sarampo 12,6 vezes superior ao da população em geral.
ela esteja disponível entre nós, pois será uma arma Parece de todo pertinente a exigência de documento de
importante no controlo desta infecção no ambiente hospi vacinação VASPR e/ou prova de imunidade (com
talar. Uma vez que ela não está ainda comercializada em exclusão de história anterior, excepto a documentada
Portugal foi impossível obter o seu custo real. Num estu por médico) para admissão às escolas formadoras de
do recentemente publicado da análise do custo-beneficio profissionais de saúde (universidades, escolas de enfer
desta vacina nas crianças, concluiu-se por uma poupança magem, escolas técnicas de saúde...) para que estes
de cerca de cinco dólares por cada um investido78. O pre estudantes estejam imunizados, quando entrarem em
ço da vacina utilizada (obtido por estimativa) foi de 35 contacto com os doentes, altura em que correm maio
dólares o que ao câmbio actual corresponde a cerca de res riscos. Eventualmente estas normas deveriam ser
5.600$00. Não foi feita ainda análise custo/beneficio no extensíveis a outras escolas para evitar a ocorrência de
que respeita à vacinação nos adultos. O custo do teste é surtos como os verificados nos EUA.
de 392$70, donde, uma política de rastreio prévio será Em relação à varicela, embora a taxa de susceptíveis
altamente vantajosa, tendo em atenção o custo estimado seja também muito baixa, em face dos custos envolvi
da vacinação e a baixa taxa de não imunes nesta popula dos no controlo de um surto a nível hospitalar, afigura-
ção. De qualquer modo, a vacinação será muito mais se-nos mais económico identificar os poucos que estão
económica que o controle até agora preconizado para os de facto susceptíveis, para lhes oferecer ou a colocação
surtos de varicela, em virtude do elevadíssimo custo da num serviço com baixa prevalência destas infecções,
VZIG e ainda pelo absentismo a que obriga os trabalha ou eventualmente, num futuro próximo, a vacinação.
dores susceptíveis, com perda de 14 dias de trabalho por De qualquer modo, é extremamente importante, numa
trabalhador e por surto. política de controlo da varicela, o conhecimento do
estado imunitário do profissional da saúde. Esta políti
CONCLUSÕES ca é recomendável em todos os serviços mas é impres
cindível naqueles onde haja doentes de risco para esta
Como conclusões fundamentais deste estudo gostaría patologia, como sejam, as unidades de obstetrícia, neo
mos de salientar: natologia, oncologia, hematologia e unidades de doen
A incapacidade, para todas as infecções estudadas, da tes transplantados e/ou imunodeprimidos.
história anterior doença em prever o estado da imunitá Seria pertinente complementar este estudo com outros
rio dos trabalhadores. em escalões etários mais jovens, para verificar das alte
A elevada percentagem de susceptíveis à papeira nesta rações que vão sendo introduzidas pela vacinação.
população, a merecer a atenção cuidada dos responsá Embora este facto não esteja ainda totalmente traduzido
veis pelos Serviços de Saúde Ocupacional. Embora a nas estatísticas, os autores tem visto, nos últimos anos,
214
PREVALÊNCIA DOS ANTICORPOS ANTI-SARAMPO, RUBÉOLA, PAPEIRA E VARICELA
cada vez mais casos destas doenças em grupos etários 17. SCHWARCZ S, MCCAW B, FUKUSHIMA P: Prevalence of
mais avançados. Acresce que os estudantes de medicina measies susceptibiiity in hospital staff. Evidence to support expanding
thc recommendations of the Immunization Practiccs Advisory Commit
têm, cada vez mais, probabilidade de terminar a sua pre tee. Arch Intern Mcd 1992;152: 1481-3
parção sem observar esta patologia e em consequência 18. ADCOCK LM, BISSEY JD, FEIGIN RD: A new look at measles.
terão menor probabilidade de a reconhecer quando com Infect Dis Clin N Am 1992; 6: 133-48
19. FARIZO KM, STEHR-GREEN PA, SIMPSON DM, MARKO
ela contactarem e portanto não tomarão as precauções WITZ LE: Pcdiatric Emcrgency room visit: a risk factor for acquinng
necessárias para evitar serem infectados. measles. Pediatrics 1991; 87: 74-9
Por último, embora este estudo seja circunscrito a uma 20. ISTRE GR, MCKEE PA, WEST GR, et ai: Measles sprcad in medi
unidade de saúde da zona centro, a amostragem envol cal scttings: Ao important focus of disease transmission?. Pediatrics
1987; 79: 356-8
vida permite suspeitar que a realidade epidemiológica 21. DAVIS RM, ORENSTEIN WA, FRANK JÁ, et ai: Transmission of
das restantes unidades do país não deverá ser muito measles in medical settings. 1980 through 1984. JAMA 1986; 255: 1295-8
diferente daquela que acabámos de expor e, por conse 22. WASSILAK SGF, ORENSTEIN WA, STRICKLAND P1,
BUTLER CA, BART KJ: Continuing measles transmission in students
quência, até melhor orientação, as conclusões por nós despite a school based-outbreak contrai program. Am J Epidemiol
formuladas poderão, com alguma aproximação, ser 1985; 122: 208-17
extrapoladas para outros locais. 23. CHEN RT, MARKOWITZ LE, ALBRECHT P, et ai: Measles anti
body: reevaluation ofprotectivc titers. J Infect Dis 1990; 162: 1036-42
24. NKOWANE BM, BART SW, ORENSTEIN W, BALTIER M:
AGRADECIMENTO Mcasles outbrcak in a vaccinated schooi population: epidemiology,
chains of transmission and the role of vaccine failures. Am J Public
Queremos expressar o nosso reconhecimento ao corpo Helth 1987; 77: 434-8
25. SIENKO DG, FRIEDMAN C, MCGEE H, et ai: Á measles outbre
clínico, de enfermagem e administrativo do Serviço de ak at university medical settings involving health care providers. Am J
Saúde do Pessoal dos HUC, bem como aos técnicos do Publ Health 1987; 77: 1222-4
Sector de Serologia do Serviço de Patologia Clínica dos 26. STRASSBURG MA, STEPHENSON TG, HABEL LÁ, FANNIN
HUC, sem cuja valiosa colaboração não teria sido possí SL: Rubeila in hospital employees. Infcct Control 1983; 5: 123-6
27. MCLAUGHLIN ML, GOLD LH: The New York rubeila incident:
vel a realização deste trabalho. a case for changing hospital policy regarding rubella testing and immu
nization. Am J Pubi Health 1979; 69: 287-9
BIBLIOGRAFIA 28. HESELTINE, PNR, RIPPER M, WOHLFOLD P: Nosocomial
rubeila - consequences of an outbreak and cficacy of a mandatory
immunization program. Infect Controi 1985; 6: 37 1-4
1. ACP Task Force On Adult Immunization And Infectious Diseases 29. POLK BF, WHITE JÁ, DEGIROLAMI PC, MODLIN JF: Au outbre
Society Of Amenca: Immmunizations for special group of patients In ak ofrubelia among hospital personnei. N EngI J Mcd 1980; 303: 541-5
Guide for Aduit Immunization 2d cd. Philadelphia, Pa. American Coile 30. WHÁRTON M, COCHI SL, HUTCHESON RH, SCHAFFNER W:
ge Of Physicians 1990 Mumps transmission in Hospitais. Árch intem Mcd 1990; 150: 47-9
2. Update on adult Immunization. Recommendations of the lmmuniza 31. BRUNNEL PÁ, BRICKMAN A, O’HÁRE D, STEINI3ERG S: me
tion Practices Advisory Committee (ACIP). MMWR 1991;40 (No RR fectivcness ofisoiation ofpatients as a method ofpreventing the spread
12) of mumps. Failure of the mumps skin-tcst to predict immune status. N
3. WILLIAMS WW, PREBLUD SR, REICHELDERFER PS, Engi J Mcd 1968; 279: 1357-61
HADLER SC: Vaccines of importance in the hospital settings. Pro 32. WHÁRTON M, COCHI SL, HUTCHESON RH, I3ISTOWISH JM,
blems and developments Infect Dis Clin North Am 1990; 4: 70 1-722 SCHÁFFNER W: a large outbrcak of mumps in the postvaccinc era. J
4. MURRAY DL: Vaccine preventable diseases and medical personnel. Infcct Dis 1988; 158: 1253-60
Ensure the immunity to ali! Arch Intern Mcd 1990; 150: 25-6 33. SOSIN DM, COCHI SL, GUNN RÃ, JENNINGS CE, PREBLUD
5. Fedson DA: Immunizations for heaith care workers and patients in SR: Changing epidemioiogy of mumps and its impact on university
hospitais In Prevention and Contrai ofNosocomial Infections, Wenzel campuses. Pediatrics 1989; 84: 779-74
RP, cd. Wiliiams & Wilkins, Baltimorel987; 116-74 34. ANDERSON RM, MÁY RM: Modern vaccines. Immunization and
6. DECKER MD, SHAFFNER W: Immunization of hospital personnel herd immunity. Lancct 1990; 335: 641-5
and other health care workers. Infect Dis Clin N Am 1990; 4:211-21. 35. WILLIAMS WW, HTCKSON MÁ, KANE MÁ, KENDAL AP,
7. W1LLIAMS WW: Guideiines for infection control in hospital per SPIKA iS, HINMAN AR: Immunization policies and vaccinc coverage
sonnel. Infect Control 1983; 4: 326-48 among aduits. The risk for missed oportunities. Ann Intem Med 1988;
8. PREBLUD SR: Nosocomial varicella: Worth preventing, but how? 108: 6161-25
Am J Pubi Health 1988,78:13-15 36. KRAUSE PJ, CHERRY JD, DESEDA-TOUS, et ai: Epidemic
9. WEBER Di, RUTALA WA, PARHAM C: Impact and costs of vari Measles in young aduits. Ann Intem Mcd 1979; 90: 873-6
celia prevention in a university hospital. Am J PubI Health 1988,78: 9-23 37. RAND KH, EMMONS RW, MERIGAN TC: Measles in adults. Ao
10. WHITLEY Ri: Varicelia- zoster virus in Principies and practice of unforeseen consequcnce of Immunization? JÁMA 1976; 236: 1028-31
Infectious Diseases. Mandeli GL, Douglas RG, Bcnnett JB eds. 3rd cd. 38. PAULE CL, BEN JÁ, BURMEISTER LF, ISÁCSON P: Postvacci
New York, Churchill Livingstonc, 1990; 1153-9 -
ne era measles epidcmioiogy. JAMA 1979; 241: 1474-6
11. REMINGTON PL, HALL WN, DAVIS 1H, HERALD A, GUNN 39. CRÁWFORD GE, GREMILLION DH: Epidemic measlcs and
RÃ: Airborne transmission of measles in a physician office. JAMA rubeila in Áir Force Recruits: impact of immunization. J lnfect Dis
1985; 253: 1574-7 1981; 144: 403-10
12. I3LOCH AB, ORENSTEIN WA, EWING WM, et ai: Measles out 40. HAIDUVEN-GRIFFITHS, FECKO H: Varicelia in hospital person
break in a pediatric practice: airborne transmission in an office setting. nel: Á chailenge for the infection control practioner. Ám J Infect Con
Pediatrics 1985; 75: 676-683 trol 1987; 15:207-li
13. JOSEPHSON A, GOMBERT ME: Airbornc transmission of noso 41. Direcção Geral dos Cuidados de Saúde Priman . Serviço dc Informa
comial varicelia from localized zoster. J Infcct Dis 1988; 158: 238-41 ção da Saúde. Doenças de Declaração obrigatória 1987-1991 e 1988-1992
14. KAPLAN KM, MARDER DC, COCHI SL, PREBLUD SR: Mumps 42. BAUM SG, LITMAN N: Mumps virus in Principies and practice
in the workplace. Further evidence of the changing epidemioiogy of a oflnfeclious Diseases. Mandcll GL, Douglas RG, Bcnnett JB eds. 3rd
childhood vaccine-prcventabic discase. JAMA 1988; 260: 1434-38 cd. New York, Churchiii Livingstonc, 1990; 1260-5
15. HERSH BS, FINE PM, KENT WK et ai: Mumps outbrcak in a 43. COCHI SL, PREBLUD SR, ORENSTEIN WÁ: Perspectives on the
highly vaccinated population. J Pediatr 1991; 119:187-93 relative resurgence of mumps in the United States. Ám J Dis Chiid
16. WATKINS NM, SMITH RP, ST GERMAIN DL, MCKAY DN: 1988; 142: 1021-2
Measies (rubeola) infection in a hospital setting. Am J infect Control 44. ÁYRES L, OLIVEIRA JMS: Inquérito scrológico nacional, Portu
1987; 15: 201-206 gal Continental 179 80- Introdução: Arquivos do INSA 1983; 8: 1-7
215
JOAQUIM OLIVEIRA et ai
45. ORENSTEIN WA, HESELTINE PNR, LEGAGNOUX SJ, PORT 62. Departmcnt of Health and Human Services. Rubelia prevention.
NOY B: Rubelia vaccine and susceptible hospital employees. Poor Recommendation of the Immunization Practices Advisory Committee.
physician participation. JAMA 1981; 245: 711-13 Ann Intern Mcd 1984; 101: 505-13
46. MURRAY DL, LYNCH MA: Determination of immune status to 63. HARRIS RW, KEHER.ER AF, ISACSON P: Relationship of occu
measles, rubeila, and variceila among medical students: assessment of pation to risk of clinical mumps in aduits. Am J Epidemiol 1969; 89:
historical information: Am J PubI Health 1988; 78: 836-8 264-70
47. FAOGALI iL: An assessment of the need for vaccination amongst 64. WHARTON M, COCHI SL, WILLIAMS WW: Measles, mumps,
junior medical staff. N Z Mcd J 1976; 84: 147-50 and varicella vaccines. Infect Dis Clin N Am 1990; 4: 47-73
48. FIGUEIREDO, MVT, RIBEIRO MC: Inquérito serológico nacional, 65. WEBER Di, RUTALA WA, ORENSTEIN WA: Prevention of
Portugal Continental 179/80-Estudo da prevalência de anticorpos contra mumps, measles and rubeila among hospital personnel. J Pedriatr 1991;
os vírus parainfluenza tipos 1,2,3, parotidite epidémica, respiratório sinci 119: 322-325
cial, adenovírus e sarampo. Arquivos do INSA 1983; 8: 95-103 66. SIMPSON REH: Infectiousness of communicable diseases in the
49. CHOU T, WEIL D, ARNOW P: Prevalence of measles antibodies houschold (measles, chickcnpox, and mumps). Lancet 1952; ii: 549-54
in hospital personnel. Infect Control 1986; 7: 309-11 67. BRICKMAN A, BRUNELL PA: Susceptibility of medical studcnts
50. GUSTAFSON TL, LIEVENS AW, BRUNELL PA et ai: Measles to mumps: comparison of serum neutralizing antibody and skin test.
outbreak in a fully immunized secondary-scholl population. N EngI J Pediatries 1972; 48: 447-50
Mcd 1987; 316: 771-4 68. MORTIMER PP: Mumps profilaxy in thc light of a new test for
51. MORGAN-CAPNER P, WRIGHT J, MILLER CL, MILLER E: antibody. Br Mcd J 1978; 2: 1523-4
Surveiliance of antibody to measles, mumps, and rubelia by age. Br 69. GERSHON AA: Rubelia vírus (German measies) in PRINCIPLES
Mcd J 1988; 297: 770-2 AND PRACTICE OF INFECTIOUS DISEASES. Mandeil GL, Dou
52. KELLEY PW, PETRUCCELI BP, STEHR-GREEN P, ERICKSON glas RG, Bennett iB eds. 3rd cd. Ncw York, Chufthili Livingstonc,
RL, MASON CJ: The susceptibility ofyoung adult Americans to vacci 1990; 1242-7
ne preventable infections. A national serosurvey of US Army recruits. 70. LEWY R: Immunization status of cntering housestaff physicians. 1
JAMA 1991; 266: 2724-9 Occup Mcd 1988; 30: 822-3
53. BRAUNSTEIN H, THOMAS S, ITO R: lmmunity to measles in a 71. LONGFIELD iN, WINN RE, GIBSON RL, JUCHAU SV, HOFF
large population of varying age. Significance with respect to vaccinati MAN PV: Variceila outbrcak in army rccruits from Puerto Rico. Vari
on. Am J Dis Child 1990; 144: 296-298 cclla susceptibility in a population from thc tropics. Arch Intern Mcd
54. CONNOR DC, SHULKIN Di: Measles: an increasing occupational 1990; 150: 970-3
risk for physicians-in-training. JAMA 1991; 266: 220 72. WHITLEY Ri: Variceila- zoster virus infections in Principies of
55. HOUCK P, SCOTT-JOHNSON, KREBS L: Measles immunity Internal Medicine. Isselbacher Ki, Braunwald E, Wilson J, Martin 1,
among community hospital employees. lnfect Control Hosp Epidemiol Fauci A, Kaspcr DL, eds. 1 3th cd. Ncw York, McGraw-Hill, mc 1994;
1991; 12: 663-8 787-90
56. SUBBARAO EK, AMIN S, KUMAR ML: Prevaccination serolo 73. WEIBEL RE, NEFF Bi, KUTER BJ et aI: Live attenuatcd varicella
gic screcning for measles in health care workers. J Infect Dis 1991; virus vaccinc. N Engi J Mcd 1984; 3 10:1409-15
163: 876-8 74. ASANO Y, NAGAI T, MIYATA T, et ai: Long-term protective
57. SMITH E, WONG VK: Measles susceptibility of hospital person immunity of recipicnts of the OKA strain of live variceila vaccine.
nel. Arch Intern Mcd 1993; 153: 1011 Pcdiatrics 1985;75: 667-671
58. CHAPELL JA, TAYLOR MA: Implications of rubella susceptibi 75. GERSHON AA, STEINBERGH SP, GELB L, and Thc NIAID
lity in young adults. Am J PubI Hcalth 1979; 69: 279-81 Varicelia Vaccinc Coilaborative Study Group: Live attenuatcd variccila
59. PREBLUD SR, GROSS F, HALSEY NA, HINMAN AR, HERR vaccine use in immunocompromiscd children and adults. Pediatrics
MANN KL, KOPLAN JP: Assessment of susceptibility to measles and 1986; 78(Suppl): 757-762
rubelia. JAMA 1982; 247: 1134-7 76. GERSHON AA, STEINBERGH SP, LARUSSA, et ai: Immunizati
60. HARTSTEIN AI, QUAN MA, WILLIAMS ML, OSTERUD HT, on of hcaithy adulta with live attenuatcd~yaricciia vaccine. J Infect Dis
FOSTER LR: Rubçlla screening and immunization of heaith care per 1988; 158: 132-137
sonnel: initial appraisal of a voluntary program. Am J Infect Control 77. HARDY IRB, GERSHON AA: Prospccts for use of a varicelia vac
1983; 11: 1-9 cine in aduits. Infcct Dia Clin N Am 1990; 4: 159-73
61. AYRES L: Inquérito serológico nacional, Portugal Continental 78. LIEU TA, COCHI SL, BLACK SB, et ai: Cost-effectiveness of a
179/80- Pesquisa de anticorpos anti vírus da rubéola. Arquivos do routine variceila vaccination program for US children. JAMA 1994;
INSA 1983; 8: 85-93 271: 375-381
216