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A liderança e o processo decisório

ANALISAR ALGUNS ESTILOS DE LIDERANÇA E SUA INFLUÊNCIA NOS PROCESSOS DECISÓRIOS.

AUTOR(A): PROF. AUGUSTO PAULO CARRERA BRAUN

O primeiro conceito a analisarmos é o de liderança.

Nossos pensamentos vagueiam então por conceitos de que liderar é mandar e ser obedecido, ou que é

convencer pessoas a fazerem o que queremos, ou talvez, acompanhar pessoas que sabem o que fazem. Ainda

podemos passar pelos conceitos de atingir resultados, estar ao lado das pessoas ou de amizade.

Evidentemente, liderar é a influência que temos sobre outras pessoas e que as faz atingir objetivos, tanto os

seus quanto os da organização que atendem, constituindo-se na habilidade de inspirar confiança e apoio

entre as pessoas de cuja competência e compromisso depende o desempenho (DUBRIN, 2006).

LIDERANçA E GERENCIAMENTO
Liderar é gerenciar, mas gerenciar não é, necessariamente, liderar. (Robbins, 2005)
Legenda: LíDER

Os estilos básicos de liderança, foram, em determinado momento, classificados como autocráticos,


democráticos ou liberais, caracterizando o líder que determina, decide sozinho e é obedecido; aquele que

conversa e discute com seus subordinados antes de decidir; o que apenas acompanha o desenvolvimento
dos trabalhos e não interfere no seu desenvolvimento.

De maneira simplista já podemos deduzir que esses diferentes estilos de liderança determinam diferentes
processos decisórios, com todas as consequências e limitações que cada um deles pode apresentar.

Quando executamos melhor uma atividade? Quando alguém determina o que, exatamente, devemos fazer?
Quando alguém conversa conosco e definimos, juntos, a melhor forma de executá-la? Ou quando, sozinhos,

definimos como ela deve ser executada e entregue?


Percebam que, no parágrafo anterior, aparecem os três estilos de liderança antes definidos e conceituados.

Mas o que muda, em cada uma das situações? O que determina que o líder aja de uma forma ou de outra,
sendo autocrático às vezes, democrático ou liberal em outras? Não seria a nossa competência em executar

essa tarefa ou atividade? Em síntese, não seria o nosso grau de maturidade, ou disposição para executar o
trabalho?

Estas são, especificamente, as premissas da liderança situacional, em que o estilo do líder é uma reação ao
grau de competência apresentado pelo liderado. Se este ainda não a tem, precisa ser conduzido a executá-la

e, aí, o líder é autocrático, determinando, de forma clara e específica, como a tarefa deve ser feita e estando
ao lado do subordinado, acompanhando o desenvolvimento de sua atividade.
Relembre sua primeira oportunidade de trabalho: provavelmente você ainda não tinha os conhecimentos

necessários para fazer suas tarefas; daí alguém ficou ao seu lado, explicando-lhe o que fazer e como
proceder, corrigindo-o e orientando-o a todo momento. À medida em que você foi aprendendo suas tarefas,

seu líder foi-se afastando e eventualmente perguntando sobre o andamento do trabalho, fornecendo
orientações adicionais. Aqui, se você ainda não apresentava toda a capacidade para executar o trabalho, ele

deve ter oferecido muita orientação para a tarefa e alguma sobre relacionamento; se, ao invés disso, você já
demonstrou ser capaz, mas estava um pouco desmotivado, ele utilizou um estilo apoiador e participativo

(ROBBINS, 2005).
Legenda: LIDERANçA SITUACIONAL

Nesse instante, você está percebendo, seu gestor está alterando um pouco seu estilo, tornando-se um pouco

mais democrático e ele até ouve alguma eventual sugestão sobre o trabalho executado. Você está
adquirindo maior maturidade sobre o seu trabalho.
À medida em que você adquire mais e mais experiência nas suas atividades profissionais, executando-as
corretamente e nos prazos solicitados, a tendência de seu gestor é não lhe perguntar, a todo instante, como

está o trabalho, pois sabe que você adquiriu disposição e maturidade suficientes para a sua execução,
estando capacitado e motivado. Aí, ele atua como um líder liberal.
Observe que um profissional é liberal no seu estilo de liderar apenas com os subordinados que apresentem
maturidade na execução de determinada tarefa; ele não é liberal com todos, indistintamente, ou com o

mesmo funcionário em todas as situações.


Temos também várias outras teorias sobre liderança e, entre elas, podemos analisar a liderança
transformacional, altamente considerada na sua competência em efetuar mudanças positivas na forma
como as organizações conduzem suas atividades (DUBRIN, 2006). Esse líder, o transformacional, tem seu

papel focado, de maneira mais intensiva, no direcionamento inspirativo da empresa e nas suas estratégias,
baseado no carisma, no estímulo intelectual e na atenção personalizada e específica a cada pessoa.
Ao líder transformacional são atribuídas várias competências de um carismático, entre elas o fato de ter a
visão do que é correto para a organização, sua capacidade de correr riscos, sua sensibilidade ao que ocorre

no ambiente e às características dos liderados, além de ter comportamentos diferenciados (ROBBINS, 2005),
em especial, a maneira como inspira e comunica suas expectativas, como promove a inteligência e a razão,
a forma como trata e orienta cada funcionário, diretamente.   
Legenda: LíDER TRANSFORMACIONAL

Várias outras teorias de liderança fazem parte do mundo corporativo, mas iremos nos prender somente às
acima citadas, por entendermos que englobam as principais características decisórias, objeto de nossos
estudos.
O que esses estilos de liderança acima trazem até nós no processo de tomada de decisões?

Se considerarmos que a teoria da decisão é um conjunto de procedimentos e métodos de análise que


procuram assegurar a coerência, a eficácia e a eficiência das decisões tomadas em função das
informações disponíveis, antevendo cenários possíveis, (GOMES & GOMES, 2014), podemos definir que
determinados estilos de liderança nos permitirão desempenhar esse papel na busca de melhores resultados

para a organização onde atuamos.


Comparando as duas teorias acima, temos que o estilo situacional possibilitará decisões coerentes e
eficazes dentro de um quadro de maior ou menor preparação dos profissionais envolvidos, enquanto o estilo
transformacional pesquisará possíveis cenários e motivará o desenvolvimento de novas visões empresariais,

aglutinando os empregados ao redor delas no objetivo de alcançá-las (DUBRIN, 2006).


Vamos, agora, revisar nossos conceitos? Então, responda as questões a seguir.

ATIVIDADE
A liderança situacional define que um líder pode alterar sua forma de

líderança, conforme seja a maturidade (capacidade e motivação) do

subordinado. Assim,

I – Um líder é autocrático quando o subordinado não está capacitado

para executar uma tarefa, devendo fornecer orientações claras e

específicas.

II – O líder atua democraticamente se o subordinado ainda não está

capacitado, mas motivado a aprender, atuando como apoiador e

permitindo maior participação.

III – Atua democraticamente se o subordinado já está capacitado, mas

apresenta baixa motivação, transmitindo muita orientação sobre a

tarefa, compensando a falta de habilidade.

IV – Se o subordinado está capacitado e motivado, pouca coisa o líder

precisará fazer.

A. VVVV

B. VFFV

C. FVVF
D. FVFV

ATIVIDADE

Considerando as características de um líder transformacional,

podemos dizer que:

A – Ele apresenta altas competências para efetuar mudanças positivas


na forma de conduzir as organizações.
B - É inspirador na forma de conduzir seus liderados, mas não transmite
a eles sua visão do que é correto para a empresa.

C – Não apresenta características carismáticas, dada sua baixa


sensibilidade às ocorrências do ambiente e das características dos

subordinados. 

A. Correto.
B. Errado.

C. Errado.

ATIVIDADE

Sabendo que a teoria da decisão é "um conjunto de procedimentos e

métodos de análise que procuram assegurar a coerência, a eficácia e a

eficiência das decisões tomadas em função das informações

disponíveis, antevendo cenários possíveis", o que os estilos de

liderança vistos nesta aula trazem até nós quanto ao processo de

tomada de decisões?

A – Todos os estilos de liderança facilitam e possibilitam a tomada de

decisões na busca de melhores resultados pelas organizações.


B – O estilo transformacional leva em consideração a capacitação e a

motivação do empregado, ou seja, sua maturidade profissional, para a


tomada de decisões coerentes e eficazes.
C – O estilo situacional prospecta cenários futuros onde possa

desenvolver suas visões, atraindo os subordinados para elas,


objetivando alcançá-las.  

A. Correto.
B. Incorreto; esta é uma característica da  liderança situacional.
C. Incorreto; esta é uma característica da  liderança transformacional.

REFERÊNCIA
DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2006.

GOMES, Luiz Flávio Autran Monteiro; GOMES, Carlos Francisco Simões. Tomada de Decisão: enfoque

multicritério. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014.


ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

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