4 Estudo Dirigido

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Universidade de Brasília

Instituto de Ciências Humanas


Departamento de História
História do Brasil II - Semestre: 2021.1
Professor: Kelerson Semerene Costa
Aluno: Evelyn Gonçalves da Silva Lopes / 190086904

4° Estudo Dirigido

1ª parte: Leitura de jornais - A abolição na imprensa brasileira


A matéria é um noticiário do jornal “Gazeta da Tarde”, do Rio de Janeiro.
Publicada no dia 11 de setembro de 1880. O nome da matéria é “Frutos da
Emancipação”, a edição é 00055 e o número é 55. O noticiário é de caráter favorável a
abolição da escravatura. Durante a manchete, o autor compara a abolição nas
colônias inglesas e afirma que após 4 anos da abolição, seu resultado foi vigoroso.
Segundo ele, a indústria progrediu, os ex-escravos se “entregaram” ao trabalho, a
criminalidade diminuiu e os casamentos aumentaram. Ele conclui que a abolição seria
algo a favor do trabalho, da produção, da riqueza e da prosperidade nacional, sendo
os “frutos da emancipação” para o autor, o crescimento da economia e prosperidade
do país. O autor da matéria ainda finaliza fazendo uma crítica ao governo da época,
pedindo a amenização de exigências feitas a população.

A segunda matéria é uma notícia do jornal “Diário de Minas”, de Minas Gerais.


Publicada no dia 12 de junho de 1888. O nome da matéria é “O Abolicionismo em
Minas”, a edição é 00012, página 2, escrito por João Ribeiro Mendes. Segundo o
autor, o senhor de escravos no Brasil era uma pessoa tolerante e caridosa com os
escravizados. Ele afirma que no Brasil a antipatia pelos africanos era bem menor do
que na Europa e nos Estados Unidos, e que os senhores de escravos eram o que
mais tinham a perder com a abolição, porém mesmo assim, jamais resistiram a ela e
pelo contrário, lutaram pela emancipação dos escravizados. Entretanto, lutaram por
uma emancipação que o autor afirma ser sensata e que respeitava as leis.
Finalizando, João Ribeiro Mendes cita figuras políticas que lutaram pela abolição de
forma claramente parcial.

2ª Parte – O Abolicionismo
Joaquim Nabuco foi uma figura que teve uma participação de extrema
importância no movimento abolicionista brasileiro, que resultou na assinatura da Lei
Áurea em 1888. Ele atribuía à escravidão a responsabilidade por grande parte dos
problemas enfrentados pela sociedade brasileira, defendendo que o trabalho servil
fosse suprimido antes de qualquer mudança no âmbito político. Para Nabuco, a
escravidão impediu o desenvolvimento dos municípios, devastou regiões pela ordem
institucional que a suportava e suprimiu tudo aquilo que o homem livre reconhecia. O
escritor era um dos grandes responsáveis pelo movimento abolicionista. O
abolicionismo foi visto por Nabuco de forma a transcender o aspecto humanitário da
exploração da raça negra, mas também como uma necessidade de desenvolvimento
moral e econômico para o país. O abolicionismo por sua vez, foi um movimento
político que visou à abolição da escravatura e do comércio de africanos. De acordo
com ele, o sistema da época estava estagnado e não era necessário sofrer por mais
tempo a ação prolongada da escravidão, visto isso, o movimento abolicionista significa
uma reação necessária e emergente. A escravidão para Nabuco é tratada num
sentido abrangente, indo além da relação do escravo com o senhor. Significa também
a soma do poderio, a influência, o capital e a clientela dos senhores todos, além do
feudalismo estabelecido no interior. Segundo o escritor, o povo brasileiro é na sua
maior parte descendentes de escravos, sendo o principal efeito da escravidão sobre a
população. É seguindo essa lógica que Nabuco defende a raça negra enquanto
portadora de grande relevância nacional, como parte integrante e efetiva do povo
brasileiro. O reconhecimento da escravidão seria o primeiro passo para se pensar
numa proposta eficientemente de cunho abolicionista. Para ele, na época o movimento
abolicionista passava por um momento de abrangência, crescendo por todo o país.
Nesse sentido, o abolicionismo configura-se como um movimento político, visando o
bem do escravo e a sua libertação, mas também a reconstrução nacional sobre o
trabalho livre e a união das raças na liberdade.

Referências Bibliográficas
NABUCO, Joaquim. O abolicionismo. Rio de Janeiro: Fundação Darcy Ribeiro, 2013
(Coleção biblioteca básica brasileira, 1).
MACHADO, Maria Helena P. Toledo. "'Teremos grandes desastres se não houver
providências enérgicas e imediatas': a rebeldia dos escravos e a abolição da
escravidão". In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo (org.). O Brasil imperial, Volume
III (1870-1889). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 367-400.

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