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Aula 28/09

Filosofia Política
Canónico- Traz algo importante que outros depois dele não
compreenderam
Via para entender o estado – Veritá effetuale do assunto. O
que ele, os historia
Para mostrar a realidade da política e para ensinar os
outros ---------- Manual de auto ajuda para políticos
Fortuna-------- Imponderável, o que não se pode dominar
Virtù------------- não confundir com a virtude cristâ mas sim a
excelência e capacidade de traze glória para si mesmo e
segurança para o estado
Alguém pode ter mais virtù e ser afetado por fortuna
Se a fortuna preponderasse assumiríamos uma posição da
determinismo radical
Se fosse a virtu, teríamos uma visão libertista
Contudo, a virtù pode contornar a fortuna
O político pode optar por uma animal
E, posto que é necessário a um príncipe saber usar do animal com
destreza, dentre todos ele deve escolher a raposa e o leão, pois o leão
não
pode defender-se de armadilhas, e a raposa é indefesa diante dos
lobos; é
preciso, pois, ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para
afugentar
os lobos.

O principe deve parecer um homem de palavra e honesto, porque dizer


a verdade pode muitas vezes ser prejudicial. Ao fim ao cabo deve
resguardar-se de dize coisas que o rebaixam. Ele controla a opinião
conforme for conveniente à sua imagem.
Aqueles que querem ter êxito na politica tem que jogar este jogo que
deixa de lado a moral cristã e outros valores.

Mais liberal ou parcimonioso ?


(Generoso ou não) (Gastar muito ou não)
Era conveniente ser tido como liberal, mas na medida certa. Para tal o
principe deve-se mostrar de forma magnifica. Se for excessivamente,
rapidamente pede os seus meios e empobrece.
E se tal acontecer tem de aumentar os impostos e colocar o povo contra si.
Deve ser liberal com o dinheiro dos outros.
Deve ser também parcimonioso

Mais vale ser amado ou temido ?


O maquiavel acha que é melhor ser amado se possível. Se conseguir ser
amado, tem o povo do seu lado e logo reforça o seu poder . Mas se não
conseguir, o principe tem de ser temido. Caso contrário a sua ação acabará
por ser prejudicial.
Quando o principe quer ser temido deve ser cruel ?
Tem razão de ser mas tem de ser aplicada de maneira cirúrgica. A
crueldade pode por o povo contra aquele que governa. Em certas
circunstâncias pode ser necessário: para servir de exemplo.
Não defende que o princípe deve ser cruel mas compassivo, contudo, não
pode ser excessivamente brando, então deve aplicar, em certas situações,
uma crueldade oculta.
Resposta: mais vale ser amado
Capítulo XVII- ninguém é de confiança. Procura ser amado e não
enganado. Ser cruel sem ter fama disso.

Capítulo XIX
As formas de conquistar a fama e a estima do povo ?
- Faz-se através de grandes obras e feitos e fazê-los perdurar na memória
do povo.
- Às vezes esses êxitos são fantasiados e engrandecidos (típico de regimes
não democráticos)
- Os ditadores enaltecem para além do ridículo.
Contudo o exagero pode levar à sua desgraça

O cuidado que o príncipe tem de ter com os seus


secretários – CAP. XXII
- Corre o risco dos seus secretários deixam-lhe de lhe dizer a verdade e
dizem o que ele quer ouvir, logo o político fica desconectado da realidade.
Mesmo quando a verdade é dura.
- Podem conspirar contra ele. Os que mais lisonjeiam o príncipe são os que
estão à espera de usurpar o poder.
- Logo, devem ter cuidado com os seus amigos (ministros e secretários).
Deve procurar informação e opiniões fora do seu governo. É essencial para
ter uma visão mais clara .

O esforço para manter uma imagem não deve impedir de fazer o que tem
de fazer.
Capítulo XV

Não se preocupe em privar essas qualidades, sem as quais não pode


conservar os seus estados. Ser vicioso ou virtuoso não importa, porque o
que importa é o fim. O sucesso do poder. Se nenhuma dessas qualidades,
ou a falta delas, interferir com a Virtù, não deve o principe preocupar-se.
A sua imagem pode não corresponder à verdade, é necessário manter
Ter o poder político no quadro do estado, é uma competição para alcançar e
manter o poder, custe o que custar. Como tal pode ser necessário austentar
uma imagem falsa. É um jogo de ser e parecer.

A gestão da imagem do polítco é fulcral ao seu sucesso, o ser e o parecer.

Questão da guerra
Nicolau teve a função de montar uma milícia para defender florença. Ou
seja, é necessário ter um exército capaz de proteger o Estado.
( O putin não diz a verdade para salvar a sua imagem)

Tipos de principes~
Principes hereditários
Principes que o alcançaram pela fortuna, ou pela virtu,
Se o alcança por sorte, dificilmente o mantem
Se alcança pela virtu, mais facilmente o mantem porque está treinada

O jogo da política é sempre o mesmo


Pode ser mais republicana ou principesca, mas o principal permanece. As
aparências mantem-se. Devido à natureza humana se manter igual. Se a
natureza se mantem igual, a sua ação também, logo a política também.

Todos os homens são ingratos, inimigos do perigo, dissimulados,


Quando os fazes bem eles estimam o principe – Visão pessimista do
caracter humano. O agente político tem que lidar com homens que se
mantem o mesmo.

As clivagens sociais (os discursos)


Os Grandes e os Pequenos, a aristocracia e o povo , os ricos e os pobres, os
grandes e os pobres. Reflete uma sociedade hierarquizada. Existe sempre
uma constante luta porque esses grupos tem interesses suficientes e os seus
conflitos podem destabilizar a sociedade até à ruína. Logo um político deve
procurar equilibrar os interesses, satisfazer uns e outros.
ALÉM DE MAIS, no fundo, o maquiavel tem uma visão da história como
um ciclo repetitivo. Aquilo que acontece na roma antiga, acontece na itália
renascentista. Visão pré crista da história, que é flechada, que há um
principio e que há um fim. A nossa visão em muitos campos é influenciado
por esta perspetiva.
Em algumas culturas, a história é vista como circular. Não há progresso
histórico

Alfa------------------------------------------------------------------- ómega

Segundo Machievelli a história política é circular,


está-se sempre a repetir ao longo dos templos.
Vários autores clássicos achavam que os regimes
repetiam-se. O principado e a República vai-se
alternando.

Sumário

Qual é o regime político que melhor poem freio na


desordem ???
Depende da situação na história ( Discursos de Tito Lívio)
Se o conjunto de cidadão tiver virtu, é possível a virtu, ou seja, todos tem
de ter preocupação em proteger o estado e conquistar glória para si, esteja
preocupado com o estado ( não é sempre)
As vezes não tem virtu, tipo como quando só se preocupam o seu próprio
umbigo, assim sendo um regime republicano não funciona.
Nos regimes republicanos, é necessário ter bons chefes, boas armas e uma
boa religião que os leve a ter virtude. Que faça o elogio da procura da
honra e da segurança. O cristianismo do novo testamento não, só o antigo.
Não dar a outra face.
Ás vezes mais vale o principado para manter a ordem.
Sujeito preocupado com a ordem política através do estado e da lei.
O que mantem a ordem é o Estado e a Lei

Nicolau Maquiavel sonha, já no século XVI, sonha com a Itália unificada.(


Em certas zonas o estado nunca se afirmou e há criminalidade – Mafia
O importante é o evitamento da ordem social. E cada político tem de
compreender as regras própias da política.

Maquiavel como republicano


É esfíngico, olha-se de uma forma diversificada, é enigmático
Queria avisar-nos ? mostrar a verdade da política ? queria ajudar a construir
a liberdade republicana ? era um oportunista ?

Ao ler escreve-se

Thomas More
Vice procurador de Londres em 1510
Lorde Chanceler
Durante o reinado de Henrique XVIII
As igrejas nacionais reivindicam maior autonomia em relação ao papa.
Com a igreja anglicana é independente em hierarquia religiosa
Thomas More era um papista e católico convicto e demite-se de Lorde
Chanceler por causa do cisma. E não assinou o reconhecimento do corte
com a igreja católica e o casamento de Henrique XVIII. Como
consequência, foi preso na torre de Londres. Não aceita fugir por lealdade
ao rei.
Há uma intriga, com um julgamento de testemunhas falsas, que acusaram
Thomas More de coisas que nunca disse. Foi acusado de traição e foi
decapitado.
Sócrates cristão e moderno- morrer e aceitar morrer por lealdade às suas
ideias e convicções.
Utopia – 1º parte da utopia ( descrição da Inglaterra e europa do seu tempo)
Amigo de Erasmo de Roterdão- crítico acervo da conduta dos sacerdotes
Elogio da Loucura crítica à igreja
Moria – Loucura – “ és o mais sabio deles todos”
Se a loucura está em todo o lado ? Onde está a sabedoria ? Musquama, ou
seja, em lado nenhum.

U- Topia – Não Lugar


Publicada em Latim
Parte I
Diálogo entre personagens
Parte II
Monólogo maioritariamente
Influência da literatura de viagens (Vespucci)

Começo
Personagens
 Thomas More (personagem, não autor)
 Pedro Giles (encontra à saída da missa)
 Rafael Hitlodeu (apresentado por Pedro Giles )
Conhecedor do latim e o grego e da filosofia. Nasceu em Portugal e ligou-
se a Américo Vespucci, mas não regressou ao país e ficou em Nova Castela
e viajou até encontrar uma embarcação portuguesa. Navega como ulisses e
pensa como Platão.
A Utopia está cheia de intenções e duplo sentidos.
Rafael = Anjo anunciador
Hitlodeu= aquele que fala muito

Será que vale a pena aconselhar o príncipe ?


Ele próprio foi conselheiro dum e logo não se limita á teoria. Como tal ele
descreve a conduta do principe, que não é muito diferente da descrita por
maquiavel
Que só se preocupam com o seu poder e o seu sucesso.
Os aristocratas e os sacerdotes da igreja assumem a mesma posição
Deprezo por quem está a baixo deles
Perdidos de vícios
Só que nesta obra, estas qualidades de degradação moral da sociedade,
desfavorecem a sua vivencia
Duvida se existe essa possibilidade de mudar o comportamento dos
príncipes e, logo, da sociedade em geral.

O que predomina na sociedade ?


 O JOGO
 A bebedeira
 Prostituição
 Imoralidade em geral
 Corrupção

Haverá alguma solução para queles que vivem em ociosidade e os que


vivem do trabalho
A origem da questão
Ler as últimas seis páginas da parte 1.

Rafael- onde há propriedade e dinheiro, nunca se poderá organizar a justiça


social. A imoralidade tem origem na forma como a própria justiça etá
estruturada. Enquanto houver dinheiro e propriedade privada haverá fome,
desigualdades
Nós só teremos uma sociedade livre de todos os males da sociedade inglesa
quando se acabar
Os problemas sociais e políticos são a propriedade privada e o dinheiro
Juristas e as leis complicadas
Advogados que vivem da exploração de brechas na lei.

Como criamos essa sociedade perfeita ?


Se sem a a propriedade privada e o dinheiro a sociedade seria pobre, como
poderíamos conseguir taal ?
Não é preciso imaginar uma sociedade comunista porque eu já vi, uma ilha
situada no sul ?
Conseguimos a sociedade como eu já vi. – Empirico imaginário
A justiça e a felecidae imperam, e o bem estar e a igualdade por falta de
propriedade privada.

Aula Filosofia Política


12/10
Thomas More e a propensão utópica
Génese e influências da Utopia; estrutura da obra e personagens; a
arte do diálogo; neologismos; do real distópico do Livro I à utopia
descrita no Livro II; a propensão utópica no pensamento ocidental;
realismo e idealismo em Moro e Maquiavel
Aula passada: como tinha surgido a Utopia surgiu no contexto da
amizade de More com Erasmo de Roterdão, que escreveu o Elogio
da Loucura. Praticaram uma reflexão conjunta, um lugar que existe
mas é inexistente, é um não-lugar. Utopia passa a ser uma palavra
um neologismo.
É uma obra que comunga de influencia das leituras de viagem, do
humanismo
Estrutura: Está dividida em duas partes, o Livro II foi escrito primeiro
que descreve a Utopia. O livro I faz uma introdução distópica, fala
do real distópico. É uma obra em diálogo entre More (da obra),
Peter Giles e Rafael Hitlodeu (Anjo da anunciação e o que fala
muito, respetiv.)

Discussão do livro primeiro:


Se vale ou não apena ser conselheiro de princípe. Surge a ideia
que domina na sociedade a miséria, o roubo e um sistem
penintenciário injusto. A causa de tal são os nobres e os seus
funcionários. É uma visão de uma sociedade sem moral. Ninguèm
se preocupa com questões de justiça, de igualdade, com o bem
comum e etc …
Os príncipes não agem sobre esses assuntos. Estão preocupados
com o seu poder. Isto não desvia muito da visão da Verità effetuale
de Machiavelli, os príncipes só se preocupam com o poder, bem
como os que o rodeiam

Personagem Hitlodeu- É taxativo, não vale a pena ser príncipe


Personagem More- Acredita que pode mitigar os efeitos do principe
Usa a personagem Hitlodeu para vociferar os seus próprios
pensamentos, mas para não correr o risco de ser punido. O Thomas
More do livro é apresentado como alguém mais moderado. É
possível que tenha falado pelos dois. Dois polos de diálogo:
Revolucionário e Conservador. Uma vez que ele é muito conhecido
na Inglaterra deseja não estragar a sua corrupção, publicando em
Latim e nos Países Baixos. (a arte do dialogo)
No final da primeira parte, Rafael Hitlodeu abre o coração e diz a
causa última da miséria e da corrupção: é o direito à propriedade
privada e a existência do dinheiro como forma de valorizar algo.
Onde há propriedade privada e dinheiro há miséria.
A única opção é criar uma sociedade onde não há dinheiro (antes
era fundamental uma economia monetária) e propriedade ( algo já
há muito tempo sagrado). A solução é o comunismo. Assim não há
ganância, miséria social, corrupção

Arte do diálogo no final do primeiro capítulo: Thomas More


apresenta-se céptico e acredita que há muitos problemas nesta
solução. Sem dinheiro não funcionaria a economia, não existia
incentivos para as pessoas trabalharem, predominaria a anarquia e
etc..
A SÁIDA DESTE IMPASSE É
Contra factos não há argumentos, uma vez que Rafael conhece
a utopia e já lá esteve, logo se existe uma comunidade sem
dinheiro e propriedade privada funcional, o ceticismo de More
é não fundamentado. Entramos assim no livro II. Só no final do
Livro II regressa o diálogo.

A vida da utopia assemelha-se a um convento. More passou por


um logo deve ter tido alguma inspiração. A Utopia não faz as
pessoas sentirem presas mas sim felizes.
Utopia = Eutopia= lugar feliz
Apesar de viverem uma vida
previsível e controlada, os
utopianos não se sentem
pressionados por isso.São felizes.
A utopia era uma Península mas o
rei Utopos foi capaz de transformá-
la numa ilha, isolando-se do continente e mantendo a pureza. É
uma possível referência à Grâ Bretanha, a blessed Island, separada
do continente e logo única. O ideal está sempre numa ilha e
separado do resto. A ilha é um arquétipo mental.
A própria configuração da ilha torna difícil de ser atacada pelos
inimigos.

A ilha segue um modelo único de planificação das cidades das


ilhas. Todas as cidades são iguais à capital, Amaurota,
banhada pelo rio Anidro e governadas.
Amaurota- Cidade miragem
Anidro- Rio sem água
Ademo- Príncipe sem povo
Toponímia e antroponímia imaginárias

Os utopianos não precisam de trabalhar muito uma vez que este


está bem organizado, basta trabalhar 6h por dia.

Vivem em famílias e cada família tem um chefe. Todas tem uma


rafeição em comum.
É muito gerontocrática, os mais velhos mandam sempre sobre os
mais novos.
Cada família vivem numa casa mas estas não são delas. O estado
fornece-lhes uma mas depois elas tem de mudar de 2 em 2 anos
para não se afeiçoarem. As portas estão sempre abertas.
O chefe da família traz aquilo que necessita do mercado, de acordo
com as necessidades.
Os utopianos após as refeições tem conversas, jogos, etc Divertem-
se em comum mas de uma forma simples.
Vestem-se todos da mesma forma e de uma forma simples, tanto
homens como mulheres.
Todos os aspetos ao longo da vida estão regulamentados: Quando
os rapazes eas raparigas casam, quando as raparigas mudam para
a casa do varão, quando casam são mostrados nus uns aos outros
para verem exatamente aquilo que vão levar para casa ( não há
relações antes do casamento).
Eutanásia- como morte feliz, quando as pessoas estão doentes ou
velhas, pedem para se afastar e fazem jejum para pouco a pouco ir
morrendo e recorrem a um veneno.
Os utopianos viajam quando fazem guerra mas é só mesmo se
necessário. E mesmo se fizerem são benevolentes, não os matam
apos vencidos. São moralmente bons.
São isolados, logo acham estranhos alguns hábitos dos
estrangeiros. Ao serem visitados por uma embaixada ricamente
vestida e atrás do cortejo pessoas fracamente vestidas. Abraçam os
pobres e ignoram os embaixadores ricamente vestidos. As pedra
preciosas e o ouro não tem valor, são brinquedos de criança e as
correntes dos prisioneiros. Não há importância aos sinais da riqueza
( cap das viagens dos utopianos)
Polítca utópica – Um príncipe eleito e magistrados eleitos
Thomas more diz que na utopia há muitas poucas leis e elas são
facilmente interpretadas. Quanto mais lei, mais dificilmente é
interpretada, não há advogados.
Religião
Na Utopia há religião, onde se toleram várias religiões. Não há
apenas uma religião mas uma variedade de religiões. Creem num
deus chamado Mitra. Até os materialistas (ateus) são tolerados. Os
funerais são momentos de alegria, choram os doentes porque
sofrem. Os mortos estão livres da dor. Os corpos são incinerados.
Acreditam em milagres mas não em ilusões. Não sacrificam
animais.

Todos estes pormenores confluem na ideia que tudo está bem


organizado na vida comunitária mas eles não se sentem oprimidos
mas felizes. Grande parte dos problemas atuais da sociedade tem a
ver com o isolamento contraditóriamente exacerbado pelas
tecnologias. A Utopia é uma vida em comunidade, de partiljha.
Se calhar estas ideias seriam opressoras da individualidade,
por exemplo, mas como este lugar é ideal, tal não acontece.

Efeito literário- Quantos mais pormenores mais real se parece, com


tantos pormenores parece real ou realizável. Esta realidade facilita
tal.

No final Hitlodeu conclui que esta é a verdadeira republica, o


verdadeiro estado ordenado, onde há igualdade, todos colaboram e
porque não há na base dinheiro e propriedade. Este é o melhor
regime para todos.
Depois Thomas More apercebeu-se que desconfia da estranheza
de uma comunidade baseada na riqueza. Destrói completamente a
nobreza. Louvai então as estruturas utopianas. Se por um lado não
posso concordar com o que ele diz, acha estranho a vida
comunitária, por outro lado confesso que há nos utopianos um
conjunto de instituições que desejaria ver estabelecidas nas nossa
nações.
~Sociedade ideal que não se realiza nas sociedades distópicas.

O que é interessante é o facto de com esta obra Thomas More


inaugura todo um género literário novo. Falamos de pensamentos
utópicos e de utopias, pessoas que estudam este género procuram
imaginar sociedades perfeitas, que residem no plano imaginário e
não na experiência.
Outras utopias:
Tomas Campanella, A cidade do Sol
Francis Bacon, A Nova Atlantida

Tentativas utópicos
Pensadores Socialista Utópicos: Passam pela imaginação de
sociedades utópicas sem exploração e procuraram mesmo realizar
essas sociedades. David Owen chegou a ser o maior industrial da
Inglaterra, e procurou criar uma sociedade perfeita nos EUA
Contra-Utopias- Imaginação de outros mundos que nos são
apresentados como reais mas que são realidades piores .
G.Orwell, 1984 e o Triunfo dos Porcos
Admirável Mundo Novo, a Reprodução Humana é controlada e in
vitru. Apuramento da raça
Em suma, Thomas More foi um enorme inspiração para diversos
autores. Todo o pensamento utópico tem uma propensão para
utopias, para imaginar realidades políticas perfeitas. Caminhamos
num sentido contrário ao sentido de Maquiavel e o seu pensamento
mais realista. Há uma comparação.

Tanto um como o outro confluem numa certa visão desépiedada da


realidade política. Ambos parecem enverdar por um certo realismo.
Maquiavel parte do plano descritivo para o normativo é no sentido
de dar conselhos para o sucesso político, é um livro de autoajuda,
está muito próxima da verità effetuale.
Quando moro dá um salto normativo, é um salto normativo gigante,
para uma descrição completamente imaginário, um voo platónico
para o mundo das ideias. Há uma exigência muito maior, com uma
sociedade muito diferente da nossa. Há uma rutura com a verità
effetuale, moro quer ir muito além.
Problemas:
Tão longe do real distópico que é impossível orientar-nos em
caminho da Utopia. Não dá uma orientação. O imaginário
simplesmente existe, mostra como são más as sociedades
distópicas em que vivemos. É mais uma forma de pensar do que
agir politicamente. Está longe da realidade empírica.

A imagem de utopia, se dermos enfase à voz de Hitldeu, podemos


ver como um objetivo a alcançar.
Se dermos mais enfase a More, parece mais uma forma de
pensamento político.
-------------------------------------Parte 2-----------------------------------------

O Contrato Social – Hobbes


Surgiu no século XVII e veio contradiar a justificação vigente para a
estrutura política e a legitimizar o poder dos reis e a obediência do
povo a essa ordem política- O Direito Divino dos Reis, o Rei
representa Deus na Terra e logo o poder está justificado, logo se os
comuns obedecem a Deus, obedecem ao Rei
Dever natural de obediência aos monarcas
Visão alternativa – devemos obedecer aos monarcas na medida
que o seu poder depende do facto de nós autorizamos esse poder.
Existe uma espécie de contrato que faz com que a legitimidade do
poder político surja do povo e não de uma mandato divino.
Em vez de ordem política se justificar de cima para baixo, é de
baixo para cima, do povo para os líderes.

Primeiro autor- Thomas Hobbes (1588-1679)


Contexto
É um pensador inglês que faz a sua vida em Inglaterra e vive os
imensos acontecimentos importantes do século XVII. Acompanha a
dinastia Stuart e o seu início, Jaime I. Depois sucede-lhe o filho
Carlos I, que tem uma rivalidade com o parlamento. Uma disputa
política-religiosa.
Desde Henrique XVIII existe uma igreja anglicana, mas surgem ao
mesmo tempo correntes protestantes em Inglaterra influenciadas
pelo Calvino, chamados os puritanos. O parlamento está dividido
em duas camaras: estão em conflito com o rei. O Parlamento tende
a opor-se ao Rei, sobretudo porque a camara dos comuns tem uma
maioria puritana, contrário ao monarca anglicano.
Carlos I entra em conflito permanente que leva à guerra civil no
tempo de Hobbes. Põe em luta os nobres do rei contra os puritanos
(roundheads) do povo, partidários do parlamento.
Oliver Cromwell – Líder dos Roundheads
Começa a guerra civil, muito violenta. Ganham os roundheads.
Dá-se início ao período republicano, ou Commonwealth
Espera-se que haja monarquia mas Cromwell acumula poderes e
governa como um ditador. Isso leva à restauração da monarquia
após a sua morte, com um Stuart, Carlos II.

Como é que Hobbes se situa nestes acontecimentos politico-


religiosos ?
Hobbes é um intelectual e professor, é um stor de nobres.
Vive muito intensamente este conflito todo. Hobbes afirma que
sentiu muito medo durante a guerra civil, algo que lhe marcou
muito. Ele tomou mais o lado da monarquia do que propriamente do
parlamento. No período da Guerra Civil e o início da Républica ele
vai para a França com a corte e leciona Carlos II matemática.
Ainda regressa à Inglaterra e testemunha a restauração da
monarquia.

Obras relevantes da sua autoria :


- Os Elementos da Lei
- O Cidadão
- O Leviatã (1651)
Subtítulo – Matéria forma e poder de uma estado eclesiástico e civil

O leviatã é um monstro marinho gigante que aparece no livro de


Job 41, e aqui é uma metáfora de Estado.
Acha que o Estado é algo muito poderoso ( “Estado Leviatã”). Está
preocupado com o papel do estado como capaz de trazer a paz à
sociedade e trazer uma vida melhor.

Ideias centrais de Hobbes


Modo como vê a política
É possível ter uma visão cientifíca e rigorosa da política, de acordo
com a afirmação da ciência moderna no século XVII.
Obejtivo de atingir fundamentos rigorosos. É essa a inspiração
matemática.
Porque é que os teoremas são rigorosos ? porque não lidam com a
natureza em grupo mas figuras geométricas que são construídas e
a partir dessas propriedades.
Segundo Hobbes, o Estado e a Lei são construções humanas e
logo podem ser compreendidos como formas geométricas. Se os
compreendemos podemos criar uma verdadeira ciência Política.
Elementos básicos do Estado ? – Os seres humanos.
Logo, compreendendo a natureza humana é possível entender
porque o estado é necessário e porque surge nesta determinada
composição ---- O primeiro estudo é o da natureza humana
É materialista e mecanicista. Estuda os homens como seres
meramente materiais e que interagem com outros corpos
humanos, outros materiais. O conhecimento humano para ele
forma-se entre choques entre o mundo exterior e o corpo
humano, e através das quais se formam imagens mentais e tal
O que está fora do corpo humano prolonga-se e dá início a
movimentos voluntários, as paixões dos sentidos e da mente
O ser humano é um ser material e racional.
A racionalidade humana em Hobbs é colocada ao serviço das
paixões humanas, são guiados pela paixão e colocam a razão
ao serviço da paixão.
As paixões humanas levam o ser humano a procurar aquilo que
lhes convém, tem uma visão de egoísmo psicológico, e para usar a
razão ao serviço das suas conveniências. De evitar aquilo que não
querem e perseguir o que querem.
Hobbes tem a visão de uma vida humana de uma competição, em
que cada um quer ser e ser reconhecido como mais que os outros,
em permanente desconfiança dos outros.
Porque é que acham que os seres humanos não são de confiança ?
Fecham a porta à chave por medo e desconfiança dos humanos.
Cada um quer ser sempre cada vez mais que os outros
O ato de esmola é egoísta também, porque mostramos que
somos superiores ao outro mendigo.
Antes de um Estado Políticamente organizado está o estado da
natureza, a condição natural da humanidade . Capítulo XXIII
O Estado Natureza já existiu antes da organização política mas
pode existir a qualquer momento, como quando ocorreu a guerra
civil inglesa.
Existe também nos povos selvagens da américa. Nem todos os
povos encontrados nos descobrimentos tem uma estrutura política
organizada.
Qualquer sociedade politicamente organizada pode cair no Estado
Natural.

Estado de Igualdade
Autores antigos defendem que uns nasceram para governar e
outros para ser governados. Hobbes, em contrapartida, acredita que
não há diferenças suficientes num homem que lhe permite vencer
alguém mais forte. Elas existem mas não são grandes, logo são
todos basicamente iguais .
Em Estado de Natureza, os homens vivem orientados
pelas paixões dos sentidos e da mente, em permanente
competição com outros, que leva à rivalidade e à
inimizade.
No estado de natureza existe uma guerra todos os homens
contra todos os homens. O estado da natureza, o homem é o
lobo do homem.
O estado de natureza pode surgir através de desgraças naturais,
tipo terramoto ou epidemia- Salve-se quem puder. Mas hobbes
pensa mais em fenómenos políticos
Qual o problema ?
 Não há atividade económica porque isso exige cooperação
 Não há justiça
 Nem bem ou mal (valores que podem apenas valer para cada
um de nós mas não na prática e no exterior
A vida em estado de natureza é difícil e curta
Como passamos ao estado civil ?
Fazer com que os humanos cumpram a lei e a respeitam e
cooperem com os outros.

Aula 19/10 – Filosofia Política

Thomas Hobbes: questões de metodologia natureza


humana e estado de natureza; direito natural e lei
natural; génese contratual do Estado Civil; direitos do
soberano e liberdades dos súbditos; metáforas do
Estado

Contratualismo -> Contrato Social: A legitimidade do poder do


estado depende da autorização do povo.
A proposta de Thomas Hobbes mas que assenta em permissas
específicas -> Quer desenvolver uma ciência política que procura
analisar como o Estado surge e porquê. Começa pelo elemento
central que são os seres humanos -> visão mecanicista e
materialista. A conclusão é que os seres humanos são egoístas,
maximizadores do interesse próprio -> tese do egoísmo psicológico
Naturalmente os homens procuram evitar o desagradável
A razão é submetida ao interesse próprio do homem.

Recorre, após a analise da natureza humana, observa a ideia de


um estado sem poder político ou leis ou juízes -> Estado de
Natureza. A base empírica:
- Antes de serem politicamente organizadas todas as sociedade
viveram em estado de natureza
- Os “selvagens da américa”
- Alguma clivagem política ou guerra pode fazer com que
desapareça a ordem. Durante períodos assim, a lei e o poder
autoritário deixam de reinar e sociedade cai em desordem.
Objetivo de Hobbes: tentar evitar que as sociedades caiam em
Estado de Natureza, em caos
Em estado de natureza, não é possível o desenvolvimento
económico nem cientifico.

Como é possível sair do Estado de Natureza ?


Sendo o homem racional e com paixões mais fortes, oque os leva a
fugir deste estado ? (Cap.XIII
Duas paixões fundamentais:
 O medo da Morte -> paixão que nos impele para fora do
estado de natureza. Ninguém gosta de estar em perigo de
vida como no estado de natureza.
 Desejo de ter uma vida melhor, que é impossível no Estado
de Natureza

A razão consegue por ela mesma formar as leis naturais sobre


como sair do estado de natureza:
Lei Natural e Direito Natural: O Direito Natural é o poder de se fazer
tudo aquilo que se quer. É o direito que cada um tem para usar para
alcançar os seus próprios fins. É uma libertinagem. A lei natural são
os preceitos da razão que nos obrigam a fazer ou não algo.
A lei natural diz que não devemos matar os outros.
1ª lei da natureza – Todo o homem deve-se esforçar pela paz, mas
na medida que tem esperança de consegui-la.
2ª lei da natureza – Todos os homens devem concordar, na medida
que os outros também o fazem, em renunciar ao seu direito a todas
as coisas.
Conclusão, podemos alcançar a paz se renunciamos o direito a
todas as coisas, salvo se os restantes também o fizerem. Caso
contrário, somos ultrapassados.

- Como podemos garantir que toda a gente vai respeitar este


pacto ?
Os pactos sem espada não passam de palavras.
O problema do Estado de Natureza é que não há ninguém a
obrigar-nos a cumprir estes pactos. É necessário alguém que nos
obrigue.
A única forma é entregar a um homem ou a uma assembleia de
homens todo o seu poder para que possa reduzir as várias vontade
em uma só -> Entrega-se ao soberano, o poder mais alto do
Estado, tanto um rei ou uma assembleia.
Hobbes acha que o Soberano tem de ser um só, uma coisa una,
não que este seja o povo. (Cap XVII)
Fórmula do contrato social
Cedo e transfiro o meu direito de governar-me a mim mesmo a este
homem ou assembleia de homens, com a condição de transfeirires
a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas
ações.
Estado- Multidão unida a uma pessoa só.
Assim, é possível a paz e a defesa comum.
O pacto é feito entre os indivíduos mas não com o soberano e
nesses pactos o poder é concedido ao soberano. Ele recebe os
poderes de todos e passa a exercê-los.
Único aspeto do direito natural que não pode ser entregue: o
direito a proteger a vida. Não fazia sentido porque foi com este
mesmo propósito que foi erguido o Estado, para proteger a vida e
devido ao medo da morte.
Pactos entre os membros para garantir a reciprocidade ao renunciar
os seus poderes e depois estes poderes são concedidos ao
soberano.
Isto não é algo real ou concreto, fazemos um pacto com os
outros para que exista um soberano e um estado.

 Quais os limites do soberano/ seus direitos ?


Tanto aceita um governo republicano como principesco, desde que
este representante concentre as forças e os recursos de todos.
Não há nenhuma entidade que esteja acima do soberano, salvo as
entidade divinas. O povo, não pode atentar contra o seu poder,
porque seria o povo a atentar contra si próprio ou renunciar à
sua sujeição.
Imaginem que há uma guerra e somos conquistados, devemos
aceitar o novo soberano. As ideias são outras mas a soberania
mantém-se.
O soberano não é acusado de injustiças porque, supostamente,
tudo que ele faz é verdadeiro. É de acordo com a sua vontade.
O soberano é o juiz das opiniões, inclusivamente as religiosas, que
na sua época geraram instabilidade e o potencialidade de trazer
conflitos.
O soberano fala através da lei, ele é a fonte dela. A lei civil é a voz
do soberano, diz o que foi feito e o que não pode ser feito. Tem
poder legislativo, bem como o executivo e o judicial.
Tem deveres também, defender os seus direitos, manter a
integridade do estado e a paz, contudo ninguém o obriga ou castiga
por não cumprir tal.
Liberdade para os súbitos
O silêncio da lei é a liberdade dos súbditos.
Os súbditos podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.
- Liberdade económica
- Liberdade de escolha de profissão
Temos mais ou menos liberdades na modernidade ?
Menos talvez, porque todos os aspetos da nossa vida são
legislados.
E se o soberano me querer matar ?
Fugir. Porque assim o meu direito à vida não é violado nem a
vontade do soberano é contrariada.
Apesar do autoritarismo todo, existe liberdade para os
súbditos.
É preciso um estado absoluto para impedir que as sociedades
políticas caiam na desordem, ou seja, no estado da natureza.
Contudo, ele é absoluto por consentimento do povo, os
cidadãos do estado. Justificação democrática do estado
absoluto.
Sobre a terra não há poder que seja maior sobre a terra – O
estado e o soberano.
Gravura- Espado, poder civil, e o Báculo, símbolo do poder sobre a
igreja.
De um lado símbolos da igreja e do poder civil.
O povo está no corpo do gigante com a cabeça do soberano.
Reveste o seu corpo como escamas. O povo é um elemento
fundamental do estado e fundamento do poder do soberano.

Todos os Estados tem de ter um fundamento


democrático.

Ler a introdução, cap XIII e Cap VI

Contexto histórico da obra de John Locke – A Revolução Gloriosa: a


crítica à monarquia absoluta- Os Dois Tratados do Governo Civil I
parte: contra o patriarcalismo de Robert Filmer- II parte: Lei natural
e razão- Uma concepção de natureza humana- Direitos Naturais e
estado de natureza.

16-11-2022
1. Maquiavel
2. Moore
3. Hobbes,Locke Rousseau
4. Marx
Exames de Recurso
Época Normal
1-02-2023
Época especial
17-07-2023
1.Contexto Histórico
Rei Jaime II, que se aproxima da França e do Catolicismo e do
Absolutismo.
Suspensa o Parlamento
Causa conflitos internos devido a níveis políticos e religiosos:
Políticos:
 Oposição dos mais liberais
 Medo de Inglaterra perder a sua soberania e
Constituição:
Whigs (?) vs Radicals
John Locke alinha com Lord Ashley, sendo o farmacêutico do seu
tio.
A sua vertente cientifica, vai influenciar a sua ideia da política,
sobretudo com o seu empirismo.

Os Whigs aproximam-se de Guilherme III durante a Revolução


Gloriosa.
Pensamento de Locke para o fim do absolutismo
 Ensaio sobre o entendimento humano
 Dois tratados do governo civil
 Carta sobre a tolerância
Capaz de influenciar a Declaração dos Direitos de 1689, que
influenciou a dos Founding Fathers.
Principais ideias :
- Ideias de limitação de poder
- Direito de propriedade
- Influencia no pensamento de outro autores

2. Os dois tratados do governo Civil


A obra dividida em duas partes e vamos trabalhar a segunda.
O que está na primeira ?
 Trata sobre o Patriarcalismo de Robert Filmere e crítica esta
ideia:
- Poder político decorre do poder familiar, mantendo ambos
uma relação de interdependência.
- Direito é fundamentado sobre o jusdivinismo
- Legitimação do absolutismo – legitimado pelo jusdivinismo
- Indivíduos não tem direito natural à liberdade ( não tem
direitos naturais, se existe direitos, estes são limitados pelo
rei)

Críticas:
- Má leitura das escrituras – elas não dizem que existe uma
delegação do poder absoluto no rei
- Poder público é diferente do poder privado (familiar) – oque
se passa no reino é diferente da família
- A filosofia política não é um derivação da teologia, uma coisa
é uma coisa.
- o fundamento da filosofia política não é autoridade (definição
lata, autoridade como dominação) mas razão.
- A razão permite alcançar o conhecimento

Leitura essencial-
Capítulo I, II, III, V,VII, VIII, IX, X, XI, XII e XIX (se quisermos)
Lei Natural – Conjunto de deveres que são vinculativos do
individuo. São anteriores à razão e só a razão permite-lhes
conhecê-los.

Não há nenhuma revelação divina, mas estas leis escondidas na


natureza, podem ser acessadas pela razão.
A lei natural inibe os desejos
Deus é a fonte da lei, o primeiro legislador e a sua vontade é que o
individuo se preserve e garanta a paz;
A lei natural é universal e imparcial
Natureza Humana de Locke
- A essência do individuo só pode ser conhecido num Estado
de Natureza, ou seja, num estado onde ainda não existiu uma
mediação pela comunidade política – é governado por leis
naturais e não civis

Estado de Natureza -> Contrato Social -> Estado Civil


- A razão permite conhecer as leis naturais, na qual se enuncia,
à partida, a igualdade entre todos os indivíduos.
Há diferenças também, entre Locke e Hobbes.
- Tem que existir um árbitro imparcial que imponha a ordem.

Diferenças:
- Hobbes tinha a certeza que num estado de natureza perdura
necessariamente a desordem- Existem as leis naturais que
impedem tal. Existe razão que as permite conhecer em Estado da
Natureza
- Direitos naturais invioláveis garantidos pela
- Estado de paz que prevalece no estado da natureza, mas é
necessário alguém que arbitre o estado civil.
- Ele não considera que a natureza humana é boa ou má, mas
existe sempre alguém que transgride a lei natural
Quem é criminoso não tem direitos. – Regra de Punição
Proporcional

No Estado de Natureza reside, então, uma possibilidade, uma


potência, de que se possa não alcançar um estado de paz, mas um
estado de guerra;
Num estado absoluto, a vontade de um impõe-se aos outros, e ele
pode não agir de acordo com as leis naturais.

Filosofia Política
Aula – 26/10
Locke vs Filmer

Sumário
Direito individual à vida e à liberdade são importantes em Locke,
mas o essencial é o direito à propriedade. Locke é o primeiro a
conceber esta ideia de propriedade privada.
Vamos falar de Pacto Originário em Locke e não Pacto Social.

Os indivíduos largam parte da sua vontade num estado de natureza


para um soberano que respeita os seus direitos.
Direitos positivo de Locke
Não é tão complexo como Kelsen no século XIX.

O que é um governo civil moderado e como se regulam os seus


poderes ? Poder Executivo e Federativo
Direito de prerrogativa e a excepção
Autoridade é moralmente legitima e dominação significa uma
autoridade autónoma e não limitada pela lei natural.
Direito à resistência, quando é permitida e um dever.
Leitura do V capítulo do Tratado II- para teste

Resumo aula anterior


- Locke critica o absolutismo e concentração de poderes e o
patriarcalismo;
- Lei natural: conjunto de deveres morais universais que vinculam o
individuo racional; São universais e inatas . A razão desoculta estas
lei natural. A única lei que vigora no estado de natureza.
- No estado natural cada individuo pode aplicar esta lei natural,
interpretada e aplicada de maneiras diferentes, o que pode gerar
conflitos. Apenas é conseguido através de um agente imparcial, que
não existe aqui. Cada um arbitra-se.
- Estado de natureza hobbes vs Locke:
Locke considera que irá vigorar a paz no estado de natureza. Em
Hobbes o estado de natureza degenera sempre num estado de
guerra. Em Locke existe uma possibilidade, e isso legitima o
surgimento de um pacto que os leve a um estado civil para
assegurar os direitos de cada individuo.
-Estado de natureza necessita de uma autoridade imparcial que
julgue os conflitos e garanta a segurança de todos e a proteção dos
seus direitos naturais ( de propriedade, de liberdade e de vida)

Slide 2. Direito Natural à propriedade


Hobbes vs Locke
Hobbes nega a existência de um direito natural à propriedade:
No estado de natureza de hobbes não existe direito de propriedade
sobre as coisas e sobre os corpos (autopropriedade). O conceito de
propriedade apenas é convencionada (só emerge através da
convenção, não é inato, o estado determina) na sociedade civil
O instinto de auto-preservação (vai querer preservar a sua vida) é o
mais semelhante a um direito natural, mas é antes um instinto inato.
O pacto-originário garante a segurança e imparcialidade. Monopólio
de violência)
Os argumentos de hobbes rejeitam estas permissas.
Para Locke é preciso a razão para desocultar a lei natural. No
individuo reside toda a capacidade no Estado de Natureza. A vida é
mais complexa para Locke, ou seja, há coisas para além da auto
preservação como, colher os frutos do seu trabalho, querer ser livre,
possuir propriedade, …

Para Locke o que é a natureza ?


- A natureza não tem valor intrínseco, pode ser usada à vontade;
- A natureza só ganha valor quando o individuo mistura o seu
trabalho com os recursos naturais e os transforma;
- Os recursos naturais são escassos;
- Por serem escassos, a grande ameaça no Estado de Natureza é a
fome, ou seja, a falta de recursos, ao contrário de Hobbes onde o
perigo é o Homem e o seu egoísmo.
II . 28

Dois tipos de propriedade – Direito Natural à propriedade


Auto-propriedade: o individuo é proprietário do seu corpo e
proprietário dos frutos de trabalho;
Propriedade sobre as coisas: é moralmente legítimo que o
individuo se apropie de parte dos recursos naturais, que
encontrariam num estado de propriedade comum. Se necessitar
para sobreviver, o individuo tem o direito de se apropiar
É neste preciso momento que se constrói uma fundamentação
moral para a propriedade privada.

Quando o trabalho sobre um determinado recurso natural o


transforma, o produto dessa transformação torna-se
propriedade legítima do individuo. O trabalho é essencial
segundo Locke para legitimar a propriedade privada.

Competência ?
Livro II . 27

Cláusulas para uma apropriação legitima:


- Não é necessário o consentimento de todos para legitimar a
propriedade privada, mas existem limites à apropriação, ditados
pela lei natural;
1. Suficiência de recursos:
 Cada individuo deve deixar o suficiente de um recurso no
estado comum, para que os outros indivíduos possam aplicar
o seu trabalho sobre esse mesmo recurso;
 Não existe um direito à monopolização de um recurso; -
Mercado livre
2. Proibição do desperdício de recursos:
 As coisas apropriadas devem ser utilizadas para beneficiar a
vida dos indivíduos; - Não apenas por ganancia
 A lei natural não permite que uma coisa ou bem seja
apropriado caso possa ser desperdiçado ou sofra algum tipo
de deterioração por não ser usufruído;
 O individuo também não pode acumular bens ou coisas que
não o beneficiem utilitariamente;
Contudo estas clausulas não impedem a acumulação de riqueza

Porque os individuo inventaram o dinheiro:


- Um acordo entre os que criam o dinheiro e os que atribuem um
valor;
- Locke não está a desactivar as duas claúsulas anteriores sobre a
propriação justa. Está apenas a referir que a acumulação ilimitada
de recursos é moralmente ilegítima, mas a acumulação de dinheiro,
pelo contrário respeita a lei natural, pois:
- Permite o nascimento do comercio que faz prosperar a
comunidade
- A p´rporia acumulação é um incentivo ao trabalho e é o trabalho
que permite que o individuo floresça.

I) Se o dinheiro está moralmente justficiado pela lei


II) Se uma das características do dinheiro é que pode ser
acumulado de forma irrestrita
III) Se esta acumulação está legitimada pela lei natural, então
IV) A desigualdade entre os indivíduos está igualmente
legitimada pelos ditames morais da lei natural

Existe um acordo neste caso e não na propriedade

Os homens nascem livres, mas ainda no estado de naturaz tornam-


se materialmente desiguais entre si
A igualdade de direitos é conciliável com a desigualdade de
possessões.
- a desigualdade material pode provocar riscos para quem detem
mais bens;

Existe sempre o risco de esta propriedade ser roubada. Os


individuos procuram segurança da sua propriedade: de si e das
suas coisas
Esta é a raiz do nascimento da comunidade política. Não o desejo
de autopreservação.

II.124 A propriedade é o fim principal !!!!!!!!!!!!!!!!!!!


3. Sociedade Civil ( diferente de Governo Civil)
O nascimento da sociedade civil deve-se à instabilidade do
estado de natureza:
- A razão determina que o mais ajuizado é a constituir
sociedade
- Os indivíduos querem que os seus direitos naturais sejam
preservados;
- A sociedade é o produto do consentimento individual;
Num segundo momento surge o governo que tem um mandato
claro; garantir a segurança da propriedade da vida e da
liberdade dos indivíduos
 O governo está limitado a estas funções de proteção dos
direitos
 Os governos são os únicos que podem executar os
mandamentos da lei natural.
 Os direitos natural são o topo do direito, prevalecem
sobre o direito positivo, que é uma interpretação limitada
por eles.
II.95

Um governo justo é aquele que é limitado pelos direitos naturais


dos súbditos.

Dentro do governo pode existir uma regulação da acumulação de


riqueza.

Porque é que o estado de natureza instável ?


Porque não existe ninguém que desempenha a função de arbitrar
imparcialmente os conflitos potenciais que possam surgir entre os
indivíduos.
Os indivíduos tem de prescindir de dois direitos que tinham no
estado da natureza:
1. Direito a julgar pela lei natural;
2. Direito a executar pela lei natural;
(não totalmente, quase)

É necessário para nascer a autoridade política: ao poder


legislativo e no poder executivo e federativo, na mão de um só
soberano. Julgar a lei natural cabe ao legislativo e executar ao outro
II.128

A sociedade civil nasce da instabilidade do estado de


natureza:
Porque é racional abrir mão das liberdades ?
- Para proteger os indivíduos do perigo e da insegurança
- Para garantir o instinto primordial de auto preservação
- Para garantir o cumprimento do respeito pelos direitos
naturais( propriedade, liberdade e vida)

Sociedade civil corrige os erros e lacunas do estado de


natureza criando uma arbitragem imparcial de conflitos
- Lei civil é aplicada a todos;
- lei civil é executada por uma agente imparcial e não por todos
como nada natureza
- Visa preservar os direitos naturais e fundamentada pela lei
natural
No pacto originaro da socedade civil os indivíduos prescindem
de executar a lei natural:
Execução da lei deixa de ser privada, como até então acontecia
no estado de natureza e passa a ser publica
- O objetivo de preservar o individuo transforma-se na
preservação do coletivo
Duas etapas na saída do estado de natureza:
1. Constituição da sociedade cviil através do consentimento
de cada individuo refletido no pacto originário
2. Ciração do governo civil pelo consentimento da
sociedade civil

Locke diz-nos que são duas estapas cada uma delas


representativa de um tipo particular de consentimento:

1. A sociedade civil é instaurada pelo consentimento expresso


dos indivíduos ( acto politico ativo) – assembleia e
voluntariamente – expressamente abandonam os seus
poderes – leis possivelmente anteriores ao governo civil e
que o legitimam.
2. O governo civil é instaurado pelo consentimento tacito dos
indivíduos ( acto politico passivo)
Locke- Leis naturais como dever
Direito natural como direitos
Hobbes lei natural como garantia da autopreservação

5.Governo Civil

O governo civil é composto por três poderes.


1. Poder legislativo: a sociedade civil confia a poder de julgar a
uma assembleia- representante da vontade da maioria
2. Poder executivo: a sociedade civil confia o poder de executar
a um magistrado
3. Poder federativo: a sociedade civil confia o direito de fazer
guerra com outros governos ao mesmo magistrado que detém
o poder executivo;
II.143
6. O Governo civil: o poder legislativo
O supremo podes da comunidade politica
- os seus membros são escolhidos pela maioria
- Numa democracia perfeita, o consentimento é dado pelo povo
- A representação política do poder legislativo institucionaliza o
consentimento e é o consentimento que dá legitimidade ao governo
- Para Locke a soberania éstá no poder de legislar
- O poder legislativo resulta da necessidade de ter um juiz comum,
um bem comum
- Formular a lei natural em lei positiv, aplicando o bem à sociedade.
- O legislador é um representante da lei natural e do povo, se contra
a lei natural, a sociedade civil pode executar o direito natural e pode
depor racionalmente o poder.

7.Leis positivas

Lei natural ( geral e fundamental)

Leis positivas ou civis (aplicações particulares da lei natural)


II.12 – MEROS INTERPRETES DA LEI

8. Poderes executivos e federativo

Poder executivo -> exceuta as leis produzidas pelo legislativo->


herdeiro do direito natural de execução da lei batural
Poder federativo -> Relações exteriores da comunidade politica ->
Herdeiro da noção que as diferentes comundiades relacionam-se
entre si como os indivíduos se relacionam no estado da natureza:
sem um árbitro imparcial

Existe a separação entre os dois , apenas entre o legislativo


Os poderes executivo e federativo requerem e dependem do
mesmo da aplicação da força (coerção)
Locke abre a possibilidade de, em casos muito particulares, ser
necessário ao executivo ir além da lei para garantir o bem publico e
a conservação da comunidade política.
Ex. Revlução de minoria, o governo, agindo conforme as leis
naturais, tem o direito de prerrogativa

Direito de prerrogativa
- Nem tudo é previsto pela lei postiva e às vezes é necessário ir
além dela;
- Mas este poder excepcional do federativo é perigoso e precisa de
ser vigiado, pois pode tornar-se tirânico ou despótico . Quem pode
julgar e vigiar o executivo, quando este excede o seu mandato de
conservar a comunidade política ?

É o povo, na sociedade política, que pode julgar o executivo


que foi além da confiança depositada nele, quando age
arbitrariamente. Caso o tenha feito, o governo deixa de ser
legitimo aos olhos do povo e pode ser deposto. Na Tirania há
uma prerrogativa permanente.
Quem vigia este poder não é o legislativo, mas o povo. Na sua
perspetiva, povo é uma representação de todos os súbditos, ator
politico qualificado que habita e trabalha dentro de um território
sobre a jurisdição de um estado, e à partida tem um conjunto de
direitos que lhe tem desde do estado da natureza, e o estado deve
preservar esses direitos.
Nesta caso, falamos de um direito à rebelião.
Há sempre pontos cegos no direito positivo.
Cap.14 160
Ser arbitrário não deve ser uma norma, mas excepcional.
Apesar de Locke dizer que eles prescindem desses poderes,
mas guardam uma pequena reserva que é ativada sempre que
o governo se torna tirano. -> Legitima o golpe de Estado dos
Orange que disposeram os tudor, a absoluta que abusava o
poder delegado pelo povo e não respeitava os direitos naturais.

Revolução política que visa duas coisas:


- Estabelecer a ordem antiga justa
- Instaurar uma ordem novo porque a antiga era tirana.
Contudo… essa ordem deve respeitar a divisão dos poderes e os
direitos naturais

9. Resistência / Revolução
O governo legítimo é aquele que tem a sua ação dependente do
cumprimento das leis positivas decorrentes da lei natural, podendo
agir excepcionalemente para garantir com maior eficácia o
cumprimento dos direitos individuais. Quando tal não acontece, o
povo tem o poder de depor o o governo.
Trata-se de um direito de resistência que decorre do instinto natural
de auto-subsistência, que motiva o individuo a resistir a qualquer
acto que viole os seus direitos.
Locke fala de um direito a dissolver pela força o governo civil que
se torne ilegítimo.
II.149

Este direito significa que a sociedade civil não prescinde totalmente


do seu direito de execução, que encontrávamos no estado de
natureza.
A sociedade civil tem o direito a jugar se a ação do governo
respeita a lei natural e, por isso, é o arbítrio supremo
A revolução acontece quando a autoridade legitima se transformar
em dominação ilegítima, ou melhor, quando o Estado Civil se
degenera em estado de guerra.
II.243
O poder jurisdicional faz parte do executivo.
Jusnaturalismo lockeano- O dto positivo está vinculado ao direito
natural. Se o legislativo não respeita, deixa de ter esse poder e esse
é retomado ao povo.
Locke aceita que a lei positiva tem lacunas. O governo pode agir
fora da lei, mas tem de se conformar à lei natural.
O grande problema da rebelião, a vida e as pessoas são postas em
causa, mas a prerrogativa surge mesmo com a função de proteger
o direito natural.
A sociedade civil deve agir com a racionalidade.

Conclusão:
Não existe um estado liberal bem definido mas mostra os indícios
de uma teoria política liberal de checks and Balances
Cap XIV existe um pendor conselheiro

Rosseau
1ª do discurso sobre a origem da desigualdade dos homens (2º
discurso) e o último parágrafo do livro.

O Contrato Social
Natureza humana distinta da definição de Locke e Hobbes,
Rousseau apresenta uma imagem mais verdadeira do homem.

Qual o conceito de propriedade entre os dois ? A propriedade funda


a sociedade civil, mas esta é o fim do homem.

Rousseau e o Contrato Social


Teste 2 ensaio e cada um vale 10 pontos e
podemos escolher entre dois temas

O contrato social de Rousseau

O contrato social é um texto jurídico, que trata da organização da


sociedade e da política.

Discurso sobre a origem e os fundamentos da Desigualdade


entre os homens –

Século XVIII como tempo de revoluções e de preparação do


pensamento político para o futuro: ideias de bem comum,
constitucionalismos
3 vetores conceiteuais:
Vontade geral
- a virtude
- o legislador

Grande diferença a Locke:


Ao contrário de Locke e Hobbes, Rousseau vai estabelecer a
legitimidade do contrato social na ideia de vontade geral. O estado
surge da vontade geral.
É uma ideia complexa.

Duas tradições constitucionais:


- Radical, francesa
- Moderada, carta constitucional

Locke – monarquia constitucional


Hobbes – monarquia absoluta
Rousseau- República

Nasceu na republica dee genova, um território com cidades estado


com certa autonomia. Cresceu no modelo politico das pequenas
repúblicas.
Segundo Rousseau o estado deve ser pequeno de modo a garantir
o dialogo entre os gevernados e governos.´
Rousseau e o Direito Natural
Diderot – Dto natural existe no homem em natureza e pode usufrui-
la
Rousseau- o Dto natural é uma produção da sociedade
Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade
Acredita numa democracia não representativa, todas as
pessoas se reúnem e decidem acerca de todos os assuntos da
sociedade. Não é necessário representantes para legislar e
aplicar a lei.

Conceção de natureza humana distinta da de hobbes e Locke:


- Hobbes afirma que o homem no estado de natureza tem medo da
morte;
- Locke afirma que o homem no estado de natureza é industrioso e
que por isso se apropia de parte dos recursos

- Rousseau diz que nada disto é verdadeiro: o homem no estado de


natureza não tem nem capacidade de criar representações (de
ameaças, por exemplo), nem que está numa soicedade
suficientemente desenvolvida onde possa florescer uma ideia de
comércio, troca e aquisição – Bom selvagem, tão ignorante que não
consegue ser mau, não tem capacidade da linguagem e nem
visiona o perigo.
- Como afirma isso com tanta segurança ?

Rousseau propõe um novo método de análise: história,


etnologia e mitologia
- Ao contrário dos outros contratualista, Rousseau não usa uma
metodologia meramente hipotética para intuir a existência do
homem no estaod de natureza :
- Aplica um método pretensamente historiog´rafico, ou melhor,
etnográfico, para evidenciar o conhecimento
Dois instintos no homem natural:
- Gozar plenamente a vida
- Sentir a piedade pelos outros
Conceção antropológica muito distinta da hobbesiana e da
lockeana: nasce o mito do homem e o mito do bom selvagem.

Caracteristicas do estado de natureza em Rousseau .


- Os homens naturais vivem relativamente isolados e não tem laços
de sociabilidade . Só se juntam para alcançar as suas necessidades
-Partilham as carac. Dos animais não-humanos, excepto duas :
- Consciência de que são livres
- Perfectibilidade (capacidade de se melhorarem)

-Os homens naturais vivem sem peturbação. Até que o primeiro


deles decide apropiar-se .
Propriedade – posse legitimada pelo direito natural de algo que era
comum;
Posse- apropriação de algo em estado da natureza e sem uma
autoridade para o confirmar e proteger
A única desigualdade natural e física, a desigualdade física
Desigualdade

A apropriação originária, Rousseau diz que nasce a


desigualdade entre os homens e o estado de natureza
gradualmente transforma-se num estado de guerra.

O pacto social vai permitir que a sociedade corrija esta


anomalia, a desigualdade material (jurídica e moral)
Ao contrário de Locke, a propriedade é vista por Rousseau
como o elemento que origina a transformação do estado de
natureza em estado de guerra.

O acto fundamental da sociedade civil, nesta obra, é a violência


com que o homem natural se decide apropiar daquilo que ante
era comum.

Aqui tem o objetivo de criar uma ciência política

Se na I parte do segundo discurso, Rousseau discorre sobre o


homem natural, na II parte irá falar sobre a evolução da
organização social entre os homens. Divide-a em três épocas :
1. Os homens estabelecem relações muito rudimentares uns
com os outros, com o propósito de saciarem as suas
necessidades básicas;
2. Os homens estabelecem entre si vínculos permanentes e
instituem-se os princípios da propriedade privada;
3. A divisão do trabalho, o desenvolvimento da agricultura e a
difusão da propriedade privada instalaram definitivimamente a
desigualdade;

O contrato social visa corrigir esta anomalia.

Último paragrafo

A sociedade surge com este gesto de propriedade


Em Locke a sociedade surge para proteger o Direito Natural

O contrato social
Trecho de abertura do Contrato Social
O primeiro postulado de O Contrato Social:
- Principio antropológico: Liberdade originária ( o homem nasce
livre) O estado deve proteger os direitos se não é ilegítimo
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos

Segundo postulado de O contrato Social


Principio empirico: em toda a parte os indivíduos estão aprisionados
Rousseau não quer explicar como se deu essa transformação.
Quer, isso sim, mostrar como se libertar

A teoria do contrato social Rousseau: ganhos e perdas


Perde, ao abandonar o estado de natureza …
- Perde a liberdade natural para aplicar a sua força e tudo o que
considere necessário, sem limitações
- Abdica dos privilégios da liberdade natural que origina, também
ela, uma desigualdade natural
Ganha o individuo …
- Ganha a liberdade civil, limitada pela vontade geral e pelo direito
positivo. Liberdade protegida por direitos e que não é meramente
abstrata.
- Ganha a possibilidade de justiça, transposta na igualdade jurídica
Começa a desenhar-se uma doutrina moderna dos direitos
humanos.

Liberdade civil´
A liberdade civil está codificada no direito positivos – ela exige
obediência à lei
- São impostos limites jurídicos à propriedade (abandono da possse
ilimitada )´
-A justiça só pode emergir de um estado civil;
- É a lei que garante a proteção das liberdades dos indivíduos

No estado natural o individuo está constantemente ameaçado e a


liberdade é abstrata

Mas o direito positvo está dependente de um dispositivo abstrato de


onde provém toda a legitimidade da lei: o conceito de vontade geral.

Vontade geral
É o contrato que fundamenta uma associação política legítima;
Cada individuo subordina a sua vontade, à sua força, os seus
talentos à vontade geral, que dá unidade ao corpo político;
É apartir da vontade geral que se funda o direito positivo;
A vontade geral é a expressão da soberania em Rousseau

O que mantem o corpo político unido é a vontade geral, o individuo


era egoísta e queria-se apropiar de tudo, mas apercebe-se que não
é benéfico, logo tem de se associar a outros e submeter à vontade
geral. Fim da vontade ilimitada e absoluta.
O soberano não age contra a vontade geral
Em Hobbes o ato soberano é arbitrário, é a vontade do soberano

O que é a vontade geral ?


1. Aquilo que permite a sobrevivência da sociedade politica
2. A vontade geral representa os interesses comuns a todos os
indivíduos que entrarem no pacto social;
3. O pacto social forma uma sociedade política, porque :
- Resolve o problema do extremo particularismo do estado de
natureza (infinitude de interesses particulares)
- Mas sem interesses comuns, nenhuma sociedade poderia
existir

Representa todos os interesses comuns dos indivíduos que


entraram em sociedade politica, ao contrário dos interesses
individuais do estado de natureza

Vontade geral é diferente a vontade da maioria


Vontade geral é diferente de vontade de todos
- Para Rousseau, a vontade de todos é meramente a soma das
vontades indivuais e dos interesses particulares
A vontade geral é o minimo denominador comum da vontade
de cada individuo. É composta pelos interesses comuns a
todos. Principios e interesses materiais que partilhamos.

Soberania popular em Hobbes e Locke e Rousseau – O povo


não delega soberania
Povo como agente politico unitário, corpo unido e colado por
órgãos dependentes da vontade geral

--------------------------------------------2ª parte---------------------------------

Soberania popular – Soberania que é consentida pelo povo, dada


por ele a alguém. Pode residir num monarca mas o povo foi o
primeiro detentor da soberania. O soberano só executa a lei.
Em Rousseau, o povo não é representado e executa a lei e legisla.
Como é possível esta idea de democracia direta ? O povo não
prescinde da soberania.
Coesão Total e absoluta
Unanimidade ---------------------------------Discordia absoluta e
dispersão total

Originam a Vontade Geral:


- permite o surgimento de uma sociedade coesa;
- É também neste intermezzo que se encontra a ação politica
- Meio entre a coesão total e absoluta e a discordia absoluta
- Combinação dos interesses comuns
- Um ato politico contra os interesses comuns é ilegítimo
Livro I cap 4

Rousseau e o contratualismo moderno


A proposta de Rousseau diverge das propostas jusnaturalistas dos
seus antecessores:
- O que legitima a ordem política é o contrato social
- O que legitima as leis é a vontade geral, que é o produto dos
interesses comuns dos associados;
- Inversão do sentido de depndencia contratualista moderno:
Ver notas no caderno
O estado é a personificação jurídica do povo
Livro I cap 6
A soberania reside não nas relações de poder mas na vontade geral
e os órgãos que representam os cidadão
Paradoxo: os indivíduos criam a sua própria prisão. A criação das
leis contudo, faz com que a sua liberdade é efetiva, está protegida
pela lei e pode viver a sua vida plenamente tranquila. O governo dá
garantias de proteção.

Liberdade positiva – Uma liberdade real não pode ser só garantida


pela condenação moral de qualquer corpo externo ao corpo do
individuo. Só sou livre se tiver as condições materiais necessárias.
Liberdade negativa – Não existe coerção externa ao individuo

Soberania popular
Os direitos políticos estão nas mãos dos cidadãos:
- o povo é o autor das leis a que se submete guardião da lei (autoria
jurídica)
- O povo regula as leis de associação que vigoram no estado civil
- A governação depende do cumprimento de vontade geral que é a
vontade dos governados
- A vontade geral depende do respeito pelos interesses dos
indivíduos, que são os interesses comunsd.
Desenho moderno de democracia assenta na ideia de
soberania popular.
Livro I cap 6

Legislador

O legislativo está nas mãos do povo:


Se a figura é o povo, como surge uma figura de legislador
- A lei legitima depende da vontade geral e desta é dependente
- Mas Rousseau diz que o comum dos homens, por mais bem
intencionado que seja, pode não ser capaz de interpretar a vontade
geral e transpô-la para a palavra de lei
Assim, cria uma figura a que chama de legislador: um
superhomem, um herói romântico, que transcende os limites
humanos e que não está contaminado pela sociedade. Só este
poderá descobrir o conteúdos mais adequado das leis. Está
para além do estado, é neutro, e como tal é apto a interpretar a
vontade geral.
Livro II cap 2

O legislador é uma figura execepcional. Paradoxo: o legislador


não legisla

- Quem legisla é o povo


- O legislador encaminha e persuade o povo a criar leis adequadas,
pois só o legislador consegue desvendar a natureza da vontade
geral: é um observador exterior ao corpo social;
- As leis que estão aqui em causa são apenas as fundamentais,
aquilo que podemos chamar hoje de direito constitucional
- a perspetiva rousseauniana assenta num minimalismo normativo
Livro II cap 2

Criticar fragilidades do autor

O estado bem proporcionado


A dimensão mais adequada para o Estado:
- Para que o corpo político seja saudável, é preferível um pequeno
estado a um grande estado
- A administração é mais eficiente numa extensão territorial mais
diminuta;
- No entanto, o Estado deve ter a possibilidade de se expandir, caso
isso seja o mais adequado para alcançar recursos que permitam a
conservação do bem comum.
Livro ii cap 3

O trabalho do político é manter o equilíbrio do Estado

A dimensão mais adequada para o Estado


- A extensão do Estado também é crucial para permitir que todos os
cidadãos que compõem o povo se possam reunir e deliberar sobre
as leis.

Rousseau rejeita a representatividade é o afastamento do


cidadão da comunicação e de deliberação política. Quando
existe poucos individuos é mais fácil chegar a um consenso. A
ameaça que a democracia representativa degenere em tirania,
assim é impossível agir despoticamente.
Cap 3

Aula Filosofia Política 9/11


Rousseau – Continuação

Estado de natureza como estado de igualdade, piedade natural e


amor próprio, estado civil e vontade geral, soberania inalienável e
indivisível, particularismo e universalismo, poder executivo e o
governo, natureza das leis, bem comum, tipologia legal, liberdade e
igualdade, religião civil, rousseaus na encruzilhada contratualista

Triade:
Vontade geral
Soberania popular
Bem comum
A ideia de laicidade e Rousseau- a ideia de religião do estado
Dia 14 de dezembro aula no Edifício 3 anfiteatro
Horário de atendimento – 14-16h

1. Revisitar o Estado de Natureza

Trata-se de um estado de igualdade porque é um estado


de mútua dependência entre os homens – Num primeiro
momento são iguais porque são mutuamente dependentes,
nenhum homem vale por si próprio, necessita de estabelecer
pequenos vínculos provisórios.
Igualdade que não é positiva mas negativa, são iguais porque
necessitam um dos outros

O homem natural não tem propiamente moralidade –


Nasce com a razão
-Faz o que satisfaz (se não há moralidade)
-Não causa dano (nasce o mito do “bom selvagem”) – O
homem é incapaz de conceber uma definição de vontade e de
prejudicar os outros
- Em potência tem todas as faculdades e pode aperfeiçoar-se.

Pode dominar o mundo porque tem essas capacidades, mas


elas estão ocultas

O homem natural é uma potência

Apropriação leva ao fim do estado de natureza, aqui falamos de posse, ou seja,


uma apropriação não efetivada pelas leis, surge de um acordo de bilateralidade
e por meio da força no estado de natureza.
Existe uma fricção entre piedade natural e o amor próprio -> Com amor próprio
os indivíduos começam a trabalhar para os seus próprios interesses
Descobre assim as suas potencialidades e vive agora insatisfeito e com medo
dos outros –
Para resolver a sua insatisfação e ao medo dos outros
- O homem natural edifica um estado civil, através de um consenso que se
estabelece sob o nome do contrato social – Cria um corpo político
- Criação de um novo sujeito político (não se sabe se Rousseau faz uma
diferença entre Estado e Povo), que terá o nome do estado
- O estado tem, também ele, uma vontade própria: trata-se da vontade geral e
é a partir dela que se formam as leis positivas. A justiça advem da vontade
geral
É necessário uma autoridade para garantir as liberdades

No estado de natureza cada um tinha a sua vontade privada e no Estado Civil


surge um conjunto de interesses comuns

3Soberania
1. Inalienável: o individuo não prescinde o seu potencial de criar leis, a
sua soberania
2. Indivisível: não existe uma separação de soberania, pois a força do
poder soberano depende da sua unidade; a Soberania não é dividida por
poderes, não há separação de poder, e essa unidade soberana existe
na legislação, o executivo é pouco importante, não tem atos soberanos
3. Única forma de legitimação: a lei depende da vontade do Estado que
é, ao mesmo tempo, a vontade do povo, ou seja a vontade geral;

4. Particularismo político
 A vontade geral depende de povo para povo, cada um tem a sua
vontade geral e cada um determina a melhor forma de constituir
governo.
 O contrato social não determina uma forma de governo específica, um
esquema legal ou um tipo de regime que funcione para qualquer povo
 Diferentes hábitos culturais podem produzir vontades gerais diferentes:
para cada vontade geral, o regime mais apropriado
 Rousseau: Corte importante com a tradição jusnaturalista, o positivismo
prevalece sobre qualquer direito natural.
O próprio povo redige lei

5. Poderes do Executivo – Livro III- cap 1


É responsável por cunhar moeda, declarar guerra, tratar das relações
exteriores, mas não interfere na produção normativa:
- Deve ser exterior ao povo e deve ter força para dominar as vontades
individuais
- Mas não pode ser excessivamente forte que domine e determine a
vontade geral. Se for muito forte é capaz de moldar a vontade do povo

Separação de poderes sem separação de soberania


O poder soberano reside exclusivamente no legislativo, que compõe
as leis.
Existe uma separação de poderes sem uma separação de soberania.
O executivo é um guarda noturno da vontade geral. Protege a
trespassagem das vontades indivuais da vontade geral.

6. Poder legislativo – Livro II cap 4

Natureza das leis:


O objeto da lei deve ser o bem comum: o povo legisla para si próprio sem
diferenciar os cidadãos.
Vontade geral -> Leis positivas -> Bem comum
Lei representa a universalidade da vontade geral, não das vontades gerais
mas de um povo específico
O bem comum depende da ideia da vontade geral e é sempre preservado
pela lei positiva.
O aparato normativo ganha legitimidade pela vontade geral.
7. Bem comum

É no bem comum, que é o propósito das leis positivas, que se encontra a


justiça
 É a lei que determina o que é justo
 A justiça não funda as leis: são as leis que determinam aquilo que é
justo

Com as outras teorias existiam conceções apriori de justiça


A vontade geral é sempre justa, logo outros que a transgridem são
punidos

Livro II Cap 4
Se os indivíduos querem ter liberdade civil, não devem eleger um tirano. Crítica
contra Hobbes.
8. Tipologia legal Livro II. Cap 5
Existem quatro tipos de leis:
1. Leis fundamentais ou políticas: Relação do povo com o estado
2. Leis civis: Leis particulares (se as vontades são particulares as leis
também) que regulam os deveres e os direitos do cidadão
3. Leis criminais: Direito Penal
4. Costumes: Hábitos culturais do povo e que não são codificados em
letra de lei - > Regras ou normas de comportamento

9. Igualdade – Cap.6 Livro II

As leis visam proteger a liberdade (transformada em liberdade civil) e a


igualdade. Mas qual a concepção de igualdade de Rousseau ?
Não estamos perante uma tese de redistribuição igualitária da riqueza ou dos
recursos:
- Os mais ricos deverão ter moderação de bens e crédito
- Os mais pobres deverão ter moderação de avareza e cobiça
A lei é responsável por garantir este equilíbrio.
Não deve existir nenhum individuo tão rico que possa escravizar os outros nem
um cidadão tão pobre que tenha de vender a sua força de trabalho. Mesmo o
poder não deve ser superior à vontade geral.
O povo com a lei deve impedir que exista ou riqueza extrema ou pobreza
extrema
10. A Religião Civil – Livro III cap 1
Rousseau introduz um motivo agregador do povo, que é a necessidade de
se constituir vinculado a uma religião
Apologia de uma religião do homem e do cidadão
Religião laica e secularizada
O que mantem o povo coeso é uma religião.
A ciência no centro desta religião ao invés de deus. Aquilo que deve ser
venerado é a ideia de contrato social.

- A religião civil surge como instrumento de unidade do povo


- Ensina uma ética do Estado: um conjunto de deveres morais, prescritios pela
lei positiva, que ensina a boa cidadania e a fidelidade à lei
- Pretende assegurar o respeito e a crença no contrato social
Tolerância por todas as religiões, desde que nenhuma delas possa contradizer
os deveres de cidadania . Qualquer religião é aceite desde que não seja
contrária à vontade do povo..

11. Rousseau na Encruzilhada Contratualista ( Livro I cap 2


O capítulo “Da sociedade geral do Género Humano” (excluído da versão o
Contrato Social publicada em 1762):
Diderot – Da Escola do Jusnaturalismo
- O homem tem, no estado de natureza, a capacidade para decidir sobre o que
é justo e injusto;
- Príncípios universais a toda a humanidade;
- Conformidade das ações do indíviduo àquilo que se espera ser a ação do
outro individuo
Rousseau
- Não existe uma sociedade natural – o homem vive sozinho, constitui alguns
laços por necessidade, mas não uma sociedade
- O desenvolvimento da sociabilidade do homem leva a que o individuo se
torne mais conflituoso. Voltaire defende que à medida que a sociedade
progride o individuo é menos conflituoso.
- Desenvolvem-se ideias do “Bom Selvagem”: o individuo que nãl tem a
capacidade destrutiva que conhecemos com o advento do progresso.

Hobbes e Rousseau
- Os homens tem vícios já no estado de natureza, tinham paixões.
Para hobbes o estado de natureza é um estado de guerra criado por
motivações de dominação, ambição, perfídia
Rousseau dirá que nenhuma destas características define o homem natural,
mas que se intensificam quando este começa a sociabilizar.
Como sair deste impasse ? Para Rousseau, o homem também é dotado de
razão, por isso pode escapar ao seu terrível destino, aperfeiçoando-se. A razão
permite aprimorar a sua moralidade. O contrato social permite proteger as
liberdades do individuo e este pode florescer
O Homem não quer fazer mal ninguém por causa da piedade mas quando
ganha amor próprio ao constituir sociedade, gera conflito
Hobbes:
- O homem é violento por natureza e é naturalmente hostil em relação aos
outros.
- O propósito do leviata é meramente garantir a sua preservação e a dos
seus súbditos
- Entendimento parcial da realidade política ( vida, mas sem felicidade)
- Interpretação meramente negativa da política
Rousseau:
- O homem quer preservar-se no estado de natureza, mas não é
suficientemente capaz para pensar em ameaçar activamente o outro
- O propósito da política moderna deve ser não só a preservação dos
cidadãos , mas também a criação de possibilidades para que estes
possam ter uma vida preenchida e feliz.
- Interpretação positiva da política
- São necessárias leis que garantam que o cidadão possa florescer, as
leis garantem o bem comum e faz parte do bem comum a felicidade.
(setas para baixo)

Com Rousseau, assistimos a uma cesura entre o estado de natureza e o


estado civil:
- A tradição jusnaturalista moderna fala de uma continuação entre o estado de
natureza e estado civil;
- Rousseau dirá que não e que o Estado Civil não é uma inevitabilidade: é,
antes, o produto da circunstância, da fortuna e do acaso
- A própria sociabilidade não existe num estado embrionário no estado de
Natureza
A questão antropológica: a crítica às conceções dw natureza humana
Rousseau face a Hobbes
Segundo Rousseau, Hobbes estaria a imputar ao homem natural um conjunto
de vícios que só se iniciam no início da sociabilidade
Rousseau face a Locke
- segundo Rousseau, Locke estaria errado ao atribuir a capacidade para o
individuo ser industrioso ao homem natural, pois isso é algo que apenas
se desenvolve com a sociabilidade

Questão antropológica: crítica às concepçoes de natureza humana

Hobbes
A natureza do homem é hostil
Rousseau dirá que Hobbes está errado: essa hostilidade é o produto da
gradual socialização entre indivíduos e é derivada do momento de primeira
apropriação
Locke
A propriedade é natural
Rousseau dirá que Locke está errado: nem a propriedade é natural, nem é
desigualdade dái decorrente é conforme a princípios de justiça.

Rousseau dirá que a justiça só pode ser alcançada pela lei positiva, isto é,
depois de lavrado o contrato social. A justiça deriva não do direito
natural, mas do direito positivo.
Citação da obra para comentar
5 temas, um tema por autor e escolhemos 2
Vai valorizar comparações com outros autores
Locke e Hobbes vem a transição como necessária, já existia antes no estado
de natureza
Rousseau -> Não é necessário, foi um acaso, foi a apropriação.

Thomas More – Uma ideia moderna de comunismo nasce em Thomas More,


mas sem a robustez teórica

Todos os contratualistas procuram uma fonte de legitimidade do estado, que


baseia-se nesta ideia que o estado surge de um contrato hipotético entre os
individuos.
Existe uma ideia de soberania popular porque o contrato baseia-se numa ideia
de delegar o poder a uma figura soberana.
Recomendação: ler os trechos
Locke: Ler Capitulo V
A natureza humana em Locke, agem racionalmente e de acordo com o direito
natural.
Direitos naturais vs instinto de autopreservação
Separação dos poderes
- Tanto um como outro acham que o poder soberano está no legislativo
- Poder executivo e federativo necessitam de coagir, usar a força e que estejas
na mão das mesma pessoa
- Em Rousseau o poder federativo está no executivo
Républica para Rousseau
Locke defende a monarquia constitucional
Hobbes- Monarquia Absoluta, porque
O povo em Maquiavel- um agente político a ter em conta
O soberano em Hobbes pode fazer o que lhe apetecer, salvo por em causa a
autopreservação da vida

Aula 16/11
Karl Marx e Engels – Manifesto do Partido Comunista

Marx apresenta uma teoria histórica revolucionária. O sujeito político que


foi edificado por Rousseau: o povo.
Aqui passa a ser o proletariado, que tem como inimigo a burguesia, que se
encontram num conflito eterno, na qual apenas uma classe sai vitoriosa- A
luta de classes.
Vamos estudar o manifesto do partido comunista, editado pela primeira
vez em 1848.
1848 o pensamento liberal é consolidado, mas consolida-se igualmente os
movimentos nacionalistas, os reacionários.
Movimentos unitários e nacionalistas.
Surge por encomenda pela liga dos operários alemã.
Foi um autor pouco lido, pelo menos no século XIX. Isaiah Berlin considera
que Marx nunca teve a capacidade de liderança ou o carisma de Herzen
ou Bakunin para se apresentar como um líder político.
2. O Manifesto Do Partido Comunista
 Programa teórico e prático encomendado pela “Liga dos
Comunistas” a Marx e Engels – Programa Político. Tem uma lista de
medidas para fazer uma revolução proletária com sucesso. Mas
também tem uma grande bagagem teórica, explica como a
sociedade chegou a este ponto
 Conhece várias edições, diversas traduções e é rapidamente
difundido pela europa
 Diversos prefácios distintos com relevância teórica
 Nova teoria da história: a verdadeira história é a história do conflito
entre dominantes e dominados

A essência da história só poder ser revelada através da chave da luta de


classes
Prefácios que permitem conhecer materialismos históricos e dialéticos
Marx cria também uma nova filosofia da história
Antes: estado de natureza, indivíduos prescindem dos seus direitos
naturais e formam uma sociedade civil e etc…
O sujeito político deve encabeçar uma revolução e estabelecer uma
ditadura do proletariado.
Conflito entre anarquistas e comunistas.
A história só pode ser entendida pela luta de classes, por etapas de crises
do sistema capitalista. Superadas todas as etapas, chega-se ao momento
que a classe dos explorados são o proletariado e

Proletariado – Novo sujeito político


- Vive do seu trabalho;
-Vive para trabalhar;
- Uma mercadoria transacionável
- Está sujeito às leis do mercado, como qualquer outro bem;
- Baixos salários;
- Horário de trabalho sobrecarregado

São sempre sujeitos e os que mais sofrem com as crises do capitalismo.


A HISTÓRIA VIVE DE CONTRADIÇÕES, DE CONFLITOS, ENTRE A
BURGUESIA E O PROLETARIADO
O Proletariado é um produto da burguesia, do regime de exploração
capitalista

Como se constitui enquanto sujeito coletivo ? classe


1. A burguesia consolida o seu poder e as velhas classes que se
desvalorizam com o desenvolvimento da economia capitalista são
caputuradas pelo proletariado
2. Os operários iniciam a oposição à burguesia de forma isolada
3. Os oprários começam a associar-se nos seus espaços de trabalho,
nas suas fábricas
4. Os operários começam a associar-se com outros operários da
mesma indústria – não são sindicatos
5. Os operários intensificam a sua associação, organizando-se em
classe e, inevitavelmente, em partido político
6. À medida que a burguesia resiste, o proletariado reage e intensifica
o ataque – Luta de classes

Proletário está esvaziado de direitos económicos porque quem elabora as


leis são o estado, e esse é dominado pela burguesia. O partido político irá
ser uma forma de retirar o poder à burguesia, por meio de uma revolução
armada e violenta. Há sempre conflitos entre proletários e burgueses, mas
ainda que sejam falhados, a luta continua, mas é inevitável a vitória do
proletariado, o fim da história irá chegar.

Estratégia de guerra na luta de classes – guerra aberta, não pelo


reconhecimento. Existe a visão da política como combate.
1. Ataque aos instrumentos de produção
2. Ataque à relações de produção capitalista
3. Revoltas, greves, motins e sabotagens
4. Revolução final, orientada, dirigida e determinada pelo proletário
Proletariado pretende a tomada do poder político e o triunfo
derradeiro na luta de classes. Instaura-se como sujeito político
revolucionário. É necessário, contudo, um partido comunista que
lidere a revolução proletária, não pode ser conseguido, meramente,
por pequenas associações.

A LUTA DE CLASSES
Duas classes na sociedade que se opõe e contradizem: burguesia e
proletariado
- A tese de Marx e Engels é a de que a burguesia desenvolve
tecnologicamente as condições de produção
- As condições de produção da sociedade burguesa viram-se contra a -
própria burguesia
- Originam-se crises do sistema capitalista
- O operariado moderno, o proletariado, será o responsável por depor
a burguesia, que é responsável pela sua criação.
Otimismo histórico e determinismo- a vitória do proletariado é
inevitável, fim da história
Determinismo histórico
-Existe um fim da história, que é o triunfo do proletariado sobre a
burguesia
- Esse triunfo só pode ser alcançado através de uma revolução, que
instaura uma nova sociedade, a comunista

No que consiste ? Marx e Engels propõe um caderno de encargos


amplo para o sucesso da revolução, nas sociedades mais avançada:
- Expropriação da propriedade privada
- Abolição das heranças
- coletivizaçao do credito
- ….. dos meios de produção
- Obrigatoriedade do trabalho
- Nacionalização da indústria
- Ensino publico gratuito para as crianças
Alguns proletários que não tem consciência de classe

Comunismo
Comunismo como componente ideológica que transforma o
proletariado num sujeito político revolucionário. Características da
teoria comunista marxista:
- Abolição da propriedade privada
- Estatização dos meios de produção
- Transformação do proletariado: de classe dominada a classe
dominante
Esta transformação ocorre com o inevitável triunfo do proletariado
na luta de classes~

Concepção marxista da história


O texto e a sua circunstância:
- No prefácio à edição alemã de 1872, Marx e Engels referem que a
aplicação prática dos princípios explanados no Manifesto dependem de
circunstâncias historicamente existentes
Deve haver um particularismo em cada realidade política
Comunismo como reactualização constante das práticas à
circunstancia social e cultural de cada realidade política. Esqueçam as
medidas, mas agarrem-se às medidas gerais

Prefácio de 1883
A história só pode compreender-se pela chave da luta de classes. É ela
que determina os avanços e recuos das condições materiais de existência
Prefácio de 1888
- A luta de classes só poderá resultar num triunfo do proletariado, caso se
garanta a emancipação de toda a sociedade.
O proletário deve garantir a liberdade de todos

Socialismo vs comunismo
Prefácio à edição inglesa de 1888
Engels refer que comunismo é diferente do socialismo:
- socialistas estavam fora do movimento operário
- socialistas eram utópicos
- Socialismo era uma degeneração da burguesia
A revolução não pode ocorrer com uma discussão parlamentar
Bakunin traduziu em 60 o manifesto

Aula 23-11
Filosofia Política – Karl Marx

1. Concepção Teleológica da História


Marx e Engels afirmam que a vitória do proletariado é inevitável. Porquê?
1. Disfuncionalidade do capitalismo
2. Desenvolvimento da hegemonia do proletariado: à medida que o
capitalismo vai evoluindo, as condições de vida de grande parte da
população deterioram-se e esta é engolida pelo proletariado.

Paradoxo da burguesia: é o capitalismo que cria condições para a sua


própria derrota.
Porque a vitória do proletariado é inevitável ?
O capitalismo é disfuncional e cria as suas crises, eventualmente não vai
resolver.
O proletariado vai aumentar e as suas condições vão piorar
O progresso e a acumulação de bens da burguesia, leva à miséria do
proletariado.

Duas classes revolucionários: Burguesia e Revolucionário


Porque é a burguesia uma classe revolucionária ?
- A sobrevivência da burguesia depende da continua revolução dos meios
de produção, das relações de produção e de todas as relações na sociedade.
A burguesia causa um progresso sem freios e é responsável pelo
desenvolvimento tecnológico dos meios de produção: burguesia como
protagonista da revolução industrial.
Tese económica fundamental do Manifesto: o comunismo só poderá
emergir a partir de uma sociedade capitalista altamente avançada.
Alguns autores acreditam que o comunismo pode emergir de outro tipos de
sociedades, pouco desenvolvidas e rurais.

Porque é que o proletariado é uma classe revolucionária ?


- A burguesia prepara crises cada vez mais devastadoras e diminui os meios
de as prevenir, forjando, no processo, as armas com que o proletariado a
vai destruir.
Paradoxo da economia capitalista: quanto mais evolui o desenvolvimento
produtivo, mais rapidamente se detioram as condições materiais de
existência do proletariado.
1ª condição para o nascimento do proletariado como sujeito revolucionário:
Gradual empobrecimento da classe – razão material
2ª ccondição para o nascimento do proletariado como sujeito
revolucionário:
Capacidade do proletariado se organizar de forma cada vez mais efetiva
Final da primeira secção do Manifesto: o desenvolvimento industrial
transforma o isolamento dos trabalhadores na classe proletária.
É a burguesia que, involuntariamente, cria estas condições de possibilidade:
1. Cria melhores meios de comunicação: os trabalhadores podem
comunicar mais rapidamente e de forma mais eficaz- os comboios,
os correios -> forma eficaz para os trabalhadores organizarem a luta
operária.
2. Uniformiza, por baixo, as condições de vida dos trabalhadores.
Marx vê a revolução de 1789 como incompleta, precisamos de uma
revolução social.
3. Materialismo Histórico e dialético
Concepção analítica marxiana: a estrutura económica de uma sociedade
é determinante para compreender o alcance da sua transformação
Princípio da dependência condicional: condições económicas e sociais
criam os limites e possibilidades para a ação política e são fundamentais
para a transformação social.
As ideais dominantes de um tempo foram sempre apenas as ideais da classe
dominante, ou seja, da burguesia
O idealismo alemão -> engana as pessoas, a nossa analise materialista, por
outro lado, é uma análise verdadeira da história.

1º impulso dialético do Manifesto


A realidade capitalista assenta em duas contradições:
1. A produção da riqueza é feita por trabalhadores, mas a propriedade
reside nas mãos da burguesia
2. O aumento da produção reflete-se na diminuição de salários e das
condições de vida e dos salários.
Estas duas contradições reproduzem-se numa luta de classes e só pode ser
resolvidas pela apropriação coletiva dos meios de produção.
É necessária uma revolução global porque as contradições são também
globais: globalização do capitalismo. Previu a globalização das condutas e
comportamentos, conforme aquelas que a burguesia detem
2º Impulso dialético do Manifesto:
A burguesia cria os seus coveiros
- À medida que a burguesia vai utilizando o proletariado como arma para se
instituir como classe dominante, vai-lhe dando as ferramentas políticas para
que o proletariado se possa virar contra ela.
Trajetória dialética da afirmação do proletariado é marcada por três fases:
1. Consciencia económica-corporativa: conflito entre trabalhadores
e patrões
2. Igualdade político jurídica: exigência de reconhecimento igual
dos direitos do proletariado
3. Consciência universal: proletariado transforma-se numa classe e
num parido, procurando instalar-se hegemonicamente.

4. Cosnciência de classe: o partido e a vanguarda


Marx e Engels atribuem um papel fundamental aos comunistas: revelar o
movimento histórico, que se desenvolve por baixo dos nossos pés, ao
proletariado.
São comunistas que detém um olhar verdadeiro sobre a história e que
podem descodificar o seu enigma.
São os comunistas que mostram a verdade histórica ao proletariado e são
eles que devem fazer entender a missão histórica do próprio proletariado:
emancipar-se a si próprio e mancipar o mundo.
Os comunsitas devem ensinar o proletariado da seu objetivo, da situação da
história e devem também organizar o proletariado sobre um partido. Devem
revelar esta consciência da emancipação do proletariado. Apenas o
proletariado podia-se emancipar mas é necessário alguém que os guie. Os
comunistas convida-los a revolucionar

Princípio da auto-emancipação: a emancipação do proletariado será obra do


próprio proletariado.
A vitória do proletariado implica a sua supremacia enquanto classe.
- o triunfo só pode alcançar-se através da força: legitimação da violência
política para vergar a classe capitalista.
O manifesto procura revelar ao proletariado a sua missão histórica e
cria uma identidade política nova: uma identidade proletário-
revolucionária.

A luta de classes só emerge quando as lutas locais se unificam nua luta


nacional.
Cada luta de classes é uma luta política: emerge a necessidade de
transformação da classe em partido político.
Inicia-se a segunda secção do manifesto.

O papel do partido comunista: o carater revolucionário do partido


político depende da capacidade do partido político mobilizar esse
potencial
o partido político deve:
1. Garantir a unidade dos trabalhadores: transformar o proletário num
sujeito político unificado
2. Capaz de interpretar as circunstâncias históricas e económicas em
redor: estrutura um plano estratégico para a intervenção do
proletariado na luta de classes
3. Consciencializar a classe do seu devir histórico

Marx e Engels afirmam ter encontrado a verdade da história, a única no mundo, e existe
uma vanguarda de pessoas intelectuais capaz de revelar essa verdade aos restantes que
não a conseguem aceder.
Marx e Engels consideram que os trabalhadores estão sob a ameaça da
burguesia, não só ao nível económico, mas também cultural:
Que ameaças são essas ?
1. Competição e exclusão entre os próprios trabalhadores
(internalização da ideologia capitalista)
2. Passividade e resignação (alienação)
3. Desunião entre trabalhadores: impedem a estruturação de um sujeito
político.
O grande problema:
Vontades entram em conflito dentro do proletário. Para sobrepor a sua
vontade à outra, é necessária a força

4. Nascimento do Comunismo Moderno


Finais do séc.XVII (1796): Conspiração dos Iguais, de Babeuf
- A liberdade política é insuficiente
- Deve procurar-se igualdade económica
Início do séc.XIX: os primeiros socialismos, de Robert Owen, Charles
Fourier e Saint-Simon
- Introduzem definitivamente a ideia de igualitarismo no debate político
Liberdade política deve ser acompanhada de liberdade económica.
A revolução só conseguiu uma liberdade negativa, realtiva à interferência
do estado, mas a económica ficou por realizar

Nascimento do comunismo moderno

Até à década de 1840: o termo “comunismo” tinha uma conotação


negativa. Porquê ?
-A ideia de coletivização de propriedade não tinha forte acolhimento.
- Associações de emigrantes alemães começam a organizar-se e a moldar o
debate político, respondo o termo “comunismo” como algo desejável.
Tese: a liberdade política só pode ser conquistada com a apropriação
coletiva da propriedade
- As correntes socialistas que aceitavam uma apropriação moderada dos
meios de produção começam a radicalizar-se .
Começa a desenhar-se um socialismo revolucionário, um socialismo mais
intransigente e e radical: o comunismo
A Cultura não desaparece com a burguesia, unicamente a cultura burguesa.

Crítica à concepção de liberdade política:


- conceito vazio e abstrato, que não garante uma liberdade real aos
indivíduos.
Reivindicar liberdade política é insuficiente: é necessário reorganizar as
relações sociais para que se alcance uma verdadeira emancipação.
Liga dos Comunistas (1847): fundada com ajuda de Marx e Engels.
Qual o seu objetivo?
- Emancipação dos homens através da disseminação da teoria da
propriedade coletiva.
Nenhuma liberdade política efetiva pode ser conquistada sem uma
reorganização da distribuição da riqueza.
É neste contexto que é produzido o Manifesto.
5. Secção 3 do manifesto: literatura socialista e comunista
Secção muito importante, mas também muito ignorada. Qual a sua
relevância ?
1. Permite conhecer a diversidade de correntes socialistas
2. Permite conhecer a perspetiva de marx e Engels

Socialismo V. Comunismo
- os autores do séc.XIX utilizam os termos com alguma fluidez
-São termos recentes: “socialismo” teria surgido na década de 1820, como
referência ao owenismo, e na década de 1830, para se referir ao saint-
simonismo
- O termo “comunismo” só é reabilitado na década de 1840.

Semelhanças entre os dois


Partilham
1.aprovação do papel da comunidade, da cooperação e do associativismo
2. Rejeição do indivualismo, da competição e daquilo que carateriza a
sociedade burguesa moderna
Distanciam-se
1. C alegam que S não ameaça o capital e o lucro
2. C alegam que S é pouco exigente nas suas reivindicações

Três tipos de socialismo não-marxiano


1. Socialismo reacionário
A – Feudal
B – pequeno burgues
C – Alemão ou verdadeiro
2. Socialismo burgues ou conservador
3. Socialismo crítico-utópico

Socialismo reacionário: -> Criticam a sociedade moderna mas querem


voltar ao passado
- identifica a boa sociedade como uma parte do passado
- são literalmente reacionários, pois querem remar contra a maré da história
- Críticam a sociedade burguesa, mas pretendem restaurar a sociedade
feudal e patriarcal
Nostalgia pré moderna
Socialismo feudal:
- ligado à critica aristrocrática à sociedade burguesa, a partir da revolução
de julho de 1830 em frança e do movimento da reforma em Inglaterra:
legitimistas franceses e o movimento dos jovens ingleses
Caracteristicas idelógicas:
-Apresentam como válida a critica feita à sociedade burguesa
- romantizam os laços sociais constituídos no feudalismo
- procuram reconstruir um paraiso aristrocrático, onde não há lugar para os
operários modernos;
- São apologias de um regresso a uma época marcada pela regressão legal
dos trabalhadores.

Socialismo pequeno burguês


- Pequena burguesia identifica-se com uma classe que ganha a vida através
do seu trabalho, mas detém a propriedade dos meios de produção
(ferramentas, lojas etc.)
 Em frança, marx e Engels consideram que estes pequeno-
burgueses são os camponeses;
 Em Inglaterra, são artesãos auto-empregados que por causa da
competição laboral são arrastados para o proletariado
Característicias ideológicas:
- Aprsentam uma crítica válida da sociedade burguesa
- Fazem um diagnóstico adequado das devastadoras consequências sociais
provocadas pela industrialização, concentração de capital e superprodução
- Porém, marx e engels consideram que estes socialistas procuram restaurar
as relações de propriedade de uma época anterior
- Marx e Engels reclamam que as aspirações deste tipo de socialismo irão
reverter o processo histórico em marcha – a sociedade comunista
Os pequeno burgueses querem cortar com a evolução -> a superprodução e
etc
O comunismo quer uma igualdade que garante que qualquer individuo
possa usu fruir totalmente da sua vida. Ter uma renumeração justa
por exemplo.

Socialismo alemão ou “verdadeiro”


- Combinação da teoria socialista francesa com as circunstâncias históricas
alemãs
Características ideológicas
- apresentam uma crítica válida da sociedade burguesa, que, porém, ainda
não existe, nessa altura, nos Estados Alemães; É necessário uma economia
capitalista- Marx e Engels consideram que a crítica ao regime
representativo, à liberdade de imprensa, à liberdade buruguesa, servem os
interesses da elite política alemã pré-moderna
- Estes socialistas resistem àquilo que tornaria possível o comunismo
possível: o desenvolvimento de uma economia capitalista.
- Estão fora do proletariado, não querem saber, não desejam uma revolção
social
Socialismo burgues ou conservador
Personificado em Pierre-Joseph Proudhon. Marx e Engels atacam-no em
três frentes:
- A sua teoria do comércio livre, que provocaria desigualdades
- A rejeição do sindicalismo e do revolucionarismo
- A SUA IMCOMPREENSÃO Do hegelianismo
Caraterísticas ideológicas:
-não pretende regressar ao passado, mas conservar a sociedade burguesa,
com peque
nos ajustes;
-Não pretende uma alteração revolucionária das relações sociais
-Reformismo através da caridade e da filantropia, em vez de uma censura
com a relação entre capital e trabalho assalariado

Querem manter o regime de privilégios na sociedade


Socialismo crítico-utópico
- Surge no início do séc.XIX, quando a luta do proletariado e da burguesia
começa a ganhar forma.
- Princípais figuras: Owen, Fourier e Saint-Simon
Marx e Engels são considerados críticos ferozes do socialismo utópico,
mas uma leitura atenta do Manifesto mostra que isso não é
necessariamente verdadeiro:
- Aceitam a dimensão destru
+
-tiva (crítica), mas rejeitam a decisão construtiva dos socialismos utópicos,
pois consideram que a proposta política é a histórica e não tem relação com
a realidade política
O século XIX é um século de Utopias
O pos 45 são distópicas.
Características
Entendem o proletariado como classe dominada e não enquanto sujeito
revolucionário
- socialistas utópicos consideram-se exteriores ao proletariado e não parte
dele
- preferem ações de pequena escala, exemplo ético e passividade
Vai levar a uma alienação do proletariado, que fica à espera que lhe
caia nas mãos a sociedade socialista, representando um futuro que
pode nunca chegar.

Anarquismos:
Mikhail Bakunin- a separação entre socialismo utópico e cientifico é
estupido. Existe entre socialismo autoritários e os libertários. Marx propõe
que o proletariado tome conta do estado.
Emma Goldman-
Filosofia Política
Anarquismos: Antiautoritarismo, Liberdade e Violência

Falar de anarquismo como singular é errado, pois existem vários anarquismos. Nós
vamos estudar aqueles que advém do socialismo.
Marx e Engels – Emancipação
Anarquismos- Liberdade política e igualdade económica com conciliamento

1. Contexto histórico
An-archos
Sem um ser superior
Sem autoridade
Sem governo
Os anarquismos rejeitam a legitimidade política e moral da autoridade
Ao longo do tempo, o termo tem sido utilizado com conotação negativa pelos autores.
Para os contratualismos a sociedade ideal é aquela que nega a anarquia.
Apenas a partir do século XIX, surge este conceito de anarquismo.
Marx e Engels procura legitimar moralmente e politicamente a autoridade
Para um anarquista não há forma de legitimar o estado de qualquer maneira.
Os termos anarquia e anarquismos começam a ser utilizados num sentido político
durante a revolução francesa:
- Utilizados para denunciar as fações mais radicais dentro do espaço revolucionário;
- Utilizado pelo diretório (1795-1799) para caracterizar os excessos de alguns
revolucionários
Anarquismos ganha uma conotação negativa: torna-se sinónimo de violência política ou
perda de
1840: mudança de percepção em relação aos anarquismos
- Ano de publicação de O que é a Propriedade ? de jPierre Joseph Proudhon
- O autor responde dizendo que a propriedade é um roubo
- No mesmo livro, Proudhon é o primeiro a afirmar-se como anarquista

Proudhon passa a jogar com a abertura interpretativa do termo: anarquismos como


discursos críticos em relação à autoridade e não como proposta política assente na
desordem.
Existe uma grande diversidade teórica dos anarquismos: capitalismo, comunitaristas,
comunistas, etc
Segundo Proudhon, os anarquismos são discursos políticos fortemente críticos da
autoridade, e não sinónimos de instabilidade.

Primeiro dilema filosófico-político: pode uma sociedade ser justa sem autoridade
política?
Proudhon irá responder afirmativamente a esta questão:
- Autoridade não é sinónimo de justiça
- As leis criadas pelos homens não representam a justiça
- A justiça só pode ser encontrada num reencontro entre os indivíduos e a natureza;
Natureza com um mito onde o individuo reconhece a sua natureza
- A justiça não pode ser encontrada no direito positivo, que é apenas uma legitimação
jurídica e moral da lei natural do mais-forte.
Segundo Rousseau, a lei é a vontade do estado, que está legitimado na vontade geral,
logo a justiça é a obediência às leis. Os indivíduos prescindem de uma parte das suas
liberdades para alcançar um bem maior.
Segundo os anarquistas, as leis não garantem que os indivíduos vejam a sua soberania
respeitada. A ideia de justiça não se encontra com o direito. Como tal o homem tem de
voltar a habitar na natureza. A lei não garante a proteção dos indivíduos mas a
conservação do estado, que implica a conservação de relações de poder no estado.
2. Anarquismos: Principios fundamentais
Os anarquistas não são desordeiros. A desordem surge das injustiças do estado.
O estado visava resolver as injustiças do estado de natureza, mas segundo os
anarquistas tais innustiças não existiam naturalmente, foram criadas pelo estado
civil.
Proudhon inverte a crítica que era feita aos anarquistas: a desordem é criada pelo
principio da autoridade política e não pela sua inexistência

Uma ordem natural justa deve ser reafirmada, através da supressão da autoridade
política, da soberania e do Estado

Proposta política dos anarquistas: substituição do Estado por formas políticas de


cooperação livre entre indivíduos, onde não exista coerção legal.

Ressurgimento do Anarquismo – Protestos de Seattle – mas uma imagem


negativa do anarquismo

As correntes anarquistas convergem na crítica radical à autoridade política.


Porém, divergem quanto aos meios a usar e quanto ao projeto político a
criar:
- Tática política: violência, pacifismo ou não-violência
- Organização económica: o socialismo, coletivismo, comunismo ou até
mesmo capitalismo;
- Sujeito Político: indíviduo ou sociedade
- Estratégia política: revolucionarismo, reformismo, gradualismo ou
insurrecionalismo

Os anarquismos são variados e conhecem várias expressões políticas: é aqui


reside o seu interesse teórico, como críticos radicais da política como
reifação dos princípios da autoridade e da obediência.

Os anarquistas não olham para a forma como a comunidade exerce a força


entre o individuo
Locke: Individuo não se opõe à sociedade mas tem de se afirmar
Pressão dos pares:
Pressão no trabalho: entre patrão e trabalhador

Insurreição pretende um levantamento espontâneo e cirúrgico contra


determinada injustiça, querendo apenas a destruição

A originalidade dos anarquismos reside na rejeição da autoridade pol´tica:


O que surge no seu lugar ?
- Mistica da organização espontânea entre indivíduos
- Crença numa natural sociabilidade amigável entre os indivíduos, sem a
mediação de qualquer instituição política;
- A corrupção moral do individuo é produzida pelo estado e pelo
capitalismo

A partir dos finais do século XIX, os anarquismos hegemónicos fundem-se com


as teorias cientificas muito em voga:
- Surge uma ideia de uma evolução natural entre os indivíduos;
- A evolução da espécie não é só económica, como biológica e, principalmente,
- Estes anarquismos consideram necessário escutar a natureza para encontrar a
essência dos indivíduos, que se encontra habilmente escondida pelo Estado: o
Estado cultiva a legitimação da obediência para conservar a sua dominação
sobre todos.

 Princípio da justiça imanente


A Evolução da espécie é biológica e económica mas moral. A cada dia que passa o
individuo torna-se mais ético.

Anarquismos distanciam-se de Marx, mas também dos socialismos utópicos:


- Afastam-se dos socialismos utópicos, pois consideram que a perfetibilidade utópica
implica uma recusa do processo evolutivo e do continuo desenvolvimento e
melhoramento humano.
- Afastam-se de Marx, pois consideram que igualdade económica(1) sem liberdade
política (2) é criticada: segundo dilema filosófico-político
Burro com cenoura: individuo nunca alcança a perfectabilidade mas vai tentando e
assim melhora-se
Contratualistas: 2 sem 1
Comunistas: 1 sem 2
Anarquistas: sem o 1 e 2
Os comunistas parecem desejar apenas substituir a guarda. Substituir a burguesia pelos
partidários.

Também existe uma outra diferença fundamental entre os anarquismos e a


proposta de Marx e Engels:
- Anarquismos consideram que a sociedade política bem-ordenada emerge com a
combinação de diferentes características sociais encontradas um pouco por toda a
história:
- Anarquismos recuperam a espontaneidade das insurreições camponesas, como as
jacqueries; -> contra a luta organizada
- O sujeito plenamente moral depende do grau de aproximação à terra
- O progresso sem freios do marxismo dá lugar a uma combinação teórica de
evolucionarismo com as relações cordiais mantidas entre humanos e a natureza.
-> Anarquismos são permeáveis ao naturalismo enquanto discurso mitológico
Rejeitam o método analítico histórico e dialético
E propõe o método analítico naturalismo. Sec.XIX,

Anarquismos mantêm uma relação mais complexa com o mundo industrializado,


quando comparados com Marx e Engels:
- Destruição do Estado moderno e das relações de produção da sociedade burguesa
visam reconstruir o modelo social em torno das ideias de auto-gestão e descentralização
da soberania
- Recuperação da ideia da vida simples como forma de vida moral
 Ao contrário de Marx, que via a sociedade comunista como o corolário
de um economia capitalista hiper-produtiva, os anarquista no final do
século XIX dirão que a riqueza degrada moralmente o sujeito
 Principio do suficientarismo: ter o suficiente, e não mais que o
suficiente, é condição necessária para que o individuo se possa
aperfeiçoar moralmente

Os anarquistas, bakunin por exemplo, os indivíduos tem apenas e só o


suficientemente. Para os anarquistas, o problema não são os ricos, mas o
conceito de riqueza, que corrompe os indivíduos.
A ideia de progresso nos anarquismos é menos assente na questão
económica e natural, mas mais concretamente resumida no domínio da
moral
 O progresso moral do individuo depende da abolição da propriedade privada
do estado e da igreja e da exploração económica
A sociedade moral anarquista depende, assim, da destruição das amarras que
ocnstringem e negam a essência do individuo. Que instituições são essas ?
Estado – a nível politico
Propriedade privada
- Igreja a nível moral
A destruição desta tríade permite ao individuo moralizar-se e desenvolver o seu desejo
mais intimo e mais profundo, que vive adormecido em si, reprimido que está por estas
instituições: esse desejo essencial é o de realizar-se enquanto sujeito livre.
8

Qualquer tipo de ingerência externa ao individuo e à sociedade serve para


minimizar o potencial adormecido em cada individuo:
1. O estado, através do direito positivo, reprime o individuo e impede-o de
efetivar o seu sentimento de justiça, que a ciência moderna ajuda a revelar
2. A democracia através das eleições, força o individuo a prescindir da sua
vontade, delegando-a a representantes e cria um governo que impõe a sua
própria vontade sobra cada individuo

Terceiro dilema filósofo-político: a autoridade jurídico normativa das leis do Estado


não é conciliável com a essência justa do indivíduos
Duas ordens normativas criam conflitos: em Locke a dos indivíduos, a sua vontade
justa, deve se submeter. Nos anarquistas, prevalece a ordem do estado está

Em grande medida, o principal livro que sintetiza o grande postulados teóricos do


anarquismo dominante da primeira vaga chama-se Anarquismo e Outros Ensaios,
de Emma Goldman

Escrito em 1910, resume habilmente a dimensão politicamente radical da crítica


anarquista às várias formas de dominação política que se abatem sobre os sujeitos.

Emma Goldman: Contexto histórico


Nasceu num gueto. Passou pela Russia pouco depois do assassinato do Czar Alexandre
II
Viu o portestos de Haymarket e os célebres mártires de Chicago
- É a mulher mais perigosa da América
- Esteve presa e organizou manifestações e greves
Visitou a russia apos a revolução bolchevique e verificou que: aumento das burocracias,
institucionalização da violência e trabalhos forçados, que a deixaram desiludida
Principalmente após a repressão dos marinheiros de Cronstadt, em 1921
Morre em 1940 e com ela acaba a primeira vaga de anarquismos. 100 anos após
Proudhon ter inaugurado a primeira vaga de anarquismos. E só ressurge em maio de
1968.
O marxismo triunfa sobre o anarquismo.

3. Estado, Lei, Crime


Goldman considera que o fundamento do Estado é a violência:
- A lei penal não previne o crime: pelo contrário, contribui para que se
intensifique. Como?

- O Estado é o responsável por degradar moralmente os indivíduos por causa da


relação que mantém com o capitalismo, através da conservação da propriedade
privada a nível legal.

O estado perpetua ativamente a exclusão económica e um regime de


desigualdade social

Stor:
O Estado existe para fundamentar a violência politica. Através da
criminalização.
Surgiu a ideia de que certos indivíduos eram naturalmente criminosos no século
XIX e XX – Eugenia, mas reencarnou numa disciplina chamada genética.

A ciência não é neutral e pode ser usada para legitimar a violência do estado.
É um disparate que se possa entender a predisposição para a criminalidade por
genética. Segundo Goldman, a criminalidade é causa pelo estado, que é
responsável por degradar os indivíduos através desta relação com o capitalismo.
Ao proteger o direito a propriedade, tal causa uma desigualdade social, e como
tal criminaliza a pobreza.

A autoridade e a lei não servem para reduzir o crime.


O Estado cria guerra motivado pelos seus interesses, como tal, o melhor seria acabar
com o estado e com o capitalismo, ele não protege os seus súbditos, ele é o criminoso.

O crime é meramente uma produção do estado, logo não há crimes no estado de


natureza. Os indivíduos vão se relacionar bem entre eles. – Antropismo positivo
Nozick e Locke

Liberdade: entre o individuo e a sociedade


A liberdade da sociedade só pode ser alcançada através da emancipação de cada
individuo:
- Inversão do tema marxiano da emancipação de classe;
- Combinação das noções de Soberania do individuo e de harmonia social
- Constituição de uma organização que não é dependente da vontade da maioria,
mas de combinação solidária de interesses;
- Daqui também decorre a crítica de Goldman ao Estado, enquanto instuição que
procua dominar o individuo porque desconfia dele;

A fraternidade transforma-se em solidariedade


Proudhon fala de uma possível federação da Europa: Estados Unidos da Europa. Tipo
EU mas sem a soberania dos estados.
O homem tem uma disposição natural para a ajuda mútua, não querem apenas
destruir o mais fraco, e só com base nesta ideia é que a sociedade anarquista é
possível.

Goldman introduz uma nova categoria de dominação: o individuo não só é dominado


pela autoridade estatal, como também pela pressão da sociedade.
 O individuo encontra-se bloqueado e reprimido pelo Estado e ao mesmo
tempo sufocado pelo coletivo
 Porém, o individualismo de Goldman é conciliável com a dimensão
socialista e comunitária, dado que ela atribui grande valor às expressões de
ajuda mútua que se desenvolvem entre indivíduos.
 As relações de ajuda mútua não são impostas pela sociedade, estão na
natureza dos indivíduos.

Individuo e sociedade e o coração e o pulmão.

Goldman tem duas posições específicas:


1. Violência política é legitima: a grande fonte de violência é o estado, através dos
discursos militaristas e pratrióticos que produz
A) O estado e o capitalismo só podem ser destruídos por meio da
violência, pelo que uma estratégia de ação direta (atentado a chefes
de estado, greves violentas) é legitima e adequada para alcançar
esse fim

“É a violência organizada no topo que cria a violência individual em baixo.”


Se o capital e o Estado detem o monopólio da violência, então a única maneira de
acabar com esta situação é através da destruição violenta dos dois. É legitimo a
autodefesa.
Os indivíduos temem a ação direta por causa de sentiram a vulnerabilidade.

2 Institucionalização da violência política é ilegítima:


a) O argumento (1) de Goldman é revisto depois de esta visitar a Rússia
b) A violência politica como método de defesa é legitimo, mas a institucionalização
do terrorismo no Estado (aperfeiçoamento das técnicas de perseguição,
vigilância e controlo) é condenável
A violência politica é legitima se for, apenas e só, aplicada como resistência.

Tática e estratégia políticas: a violência


Depois de 1921, Goldman altera o seu argumento e defende que a estratégia política
válida deve continuar a ser revolucionária, mas a tática e os métodos utilizados devem
ser conformes aos fins procurados:
- A revolução social deve procurar uma transformação fundamental dos valores sociais;
- Se o Estado constrói e legitima relações de poder centradas na violência, entãp cabe
aos anarquistas elaborar uma estratégia que minimize ou aniquile o uso da violência

Feminista Anarquista
Goldman mostra-se contra a exploração do corpo feminino e utilização da mulher
enquanto objeto sexual: contra a cultura puritanista que reprime a sexualidade:
- A prostituição não é o único exemplo de exploração do corpo feminino: o trabalho
reprodutivo e os baixos salários também reveleam a cultura laboral repressiva.
A libertação da mulher não pode ser conseguida com acesso ao direto ao voto:
emancipação feminina só pode ser alcançada com a abolição da escravatura económica
e do capitalismo.
A mulher que está em casa simplesmente a procriar também é uma forma de
exploração.

Casamento e amor são antagónicos:


- O estado e Igreja servem-se do casamento para exercer dominação sobre assuntos
privados;
- Casamento é um pacto económico que contribui para conservar a subalternidade da
mulher em relação ao homem;
- A emancipação da mulher ao nível sexual só pode ser alcançada através do amor-livre.
Destruir o patriarcado implica destruir o Estado e o Capitalismo
O casamento como seguro.

O Estado infiltra-se em tudo o seu poder. E onde surge com mais precisão, é onde
ele não necessita de aparecer. Quando os indivíduos adotam este tipo de
comportamentos.

Kelsen e Schmitt

Kelsen vai repugnar a ideia de filosofia do direito mas quer sim uma
ciência do direito.
1. Contextualização Histórica
- Nasceu em Praga, império austro húngaro
- Lecionou filosofia do direito em Viena
- Conselheiro jurídico do ministro da guerra durante a primeira guerra
mundial
- membro do tribunal constitucional em 1921
- Sai da Alemanha em 1933 para a suiça e os EUA por causa do
antisemitismo nazi
- Publica em 1945 o General Theory of Law
- Preparou os aspetos legais e técnicos dos julgamentos de Nuremberga
2. Jusnaturalismo VS juspositivismo
Problema fundamental da modernidade política: Relação entre o Estado e Justiça
A partir da revolução francesa: oposição entre legitimidade e arbitrariedade
(revela-se na constituição característica de soberania)
- a evolução da sofisticação do Estado moderno vai gradualmente eliminando a
arbitrariedade;
- No seu lugar, emerge a legitimação legal;
Primado da lei
(Schmitt como Hobbes) (Kelsen procura eliminar a arbitrariedade)
….
Kelsen afasta-se do jusnaturalismo porque pretende criar uma ciência do direito que não
esteja relacionada com assuntos ideológicos ou morias:
 Direito natural: perante um delito, tem de haver uma sanção administrada pela
comunidade politica

Diferente de )
Direito Positivo: perante um delito, deve haver uma sanção. A sanção será administrada
independentemente de qualquer consideração política ou moral.
As conceções de justiça são subjetivas, logo não se ergue uma ciência do direito sobre
esses conceito. A justiça não é da competência do direito.
Os valores axiológicos não entram no direito, como a ideia de justiça, a
jurisprudência do direito positivo deve ser descritiva.
Valorez morais não entram na discussão do drietio positivo porque a justiça é um
elemento irracional que não tem lugar numa ciência legal

Jurisprudencia de direito positivo não pode ser descritiva

A teoria pura do direito rejeita considerações metafisícas da doutrina do direito


natural, o factualismo da sociologia legal ou o psicologismo jurídico.
Favorece uma jurispreudência do direito positivo.
….
O conceito de justiça é subejtivo:
- a única justiça que interessa é aquela que pode ser deduzida a partir da norma;
- Rejeição de uma fundamentação transcendental da justiça;
- É necessário transformar o direito numa cien cia objetiva:
- Dleimitação do objeto
- Construção de um sistema isento de contradições

A proposta de kelsen é a de criação de uma teoria pura do direito: o objeto deixa


de ser a justiça -> Rutura entre ética e direito

3 . Teoria pura do direito


Que espaço ocupa a teoria pura do direito de kelsen ?
 Território entre o idealismo da moralidade e a banalidade dos factos
Quais os objetivos de Kelsen?
1. Esvaziar o direito da contaminação subjetiva da moral e da subjetividade;
2. Excluir todas as ligações empíricas provenientes do estudo dos fenómenos
naturais.

Criação de uma jurisprudência unitária e objetiva, com um assunto (direito positivo) e


um método (racionalidade)

4 . Eficácia e validade
Qual o papel do jurista ?
- Não pode prever de que forma um dleito pode ser sancionado (se a sanção apropriada
será aplicada)
- Só pode dizer o que deve acontecer (qual a sanção apropriada)
-> o jurista deve estar preocupada com o significado dos factos
-> ao separar o que é do que deve ser, Kelsen rejeita a jurisprudência que atribui a
validade da lei à sua eficácia

….

A existência de uma ordem legal não depende da sua eficácia, mas da sua validade:
as normas legais devem ser aplicadas e obedecidas

Eficácia -> Domínio dos factos


Validade -> Dominio do dever
Se a validade de uma norma jurídica não depende da usa eficácia, então onde se
encontra a sua legitimidade.
Se uma norma é valida não depende do comportamento dos indivíduos, ela é valida

5. Norma Básica (Grundnorm) – Legitimidade das normas


O que é uma ordem legal ?
- Sistema de normas positivas com uma estrutura hierárquica.
A validade é adquirida porque cada norma depende de uma norma hierarquicamente
superior.
Piramide normativa:
A grundnorm legitima a constituição
…..
A norma básica é uma pressuposição formal, um postulado superior.
- Legitima a existência de um sistema legal: nada existe acima da grundnorm
-> Valida a constituição como poder de criação de normas fundamentais.

6. Direito Ineternacional
Kelsen corta com as duas correntes de jurisptudencia de direito internacional

1. Direito estatal sobrepoese ao intern~


2. acional
3. Direito estatal e internacional tem naturezas diferentes
Kelsen propõe que o direito internacional é o único sistema legal objetivo e
determina todas as orden legais nacionais.
……
Reorganização conceptual da soberania
Igualdade entre estados só pode ser garantida se:
1. Estados não forem soberanos
2. Estados estiverem submetidos a uma autoridade superior
A soberania reside na ordem legal mais elevada, no direito internacional
….
Uma ordem jurídica é uma ordem coerciva
Uma norma legal implica a obediência a essa norma. Perante uma desobediência à
norma, deve existir uma sanção.
Dois tipos de sanções numa ordem internacional:
1. Retaliações
2. Guerra
A A guerra só pode ser uma sanção apropriada se for justa.

Negar a teoria da guerra justa é negar a natureza legal do direito internacional.

Groundnurm sem conteudo dá espaço para a subjetividade. Ele sentiu a necessidade de


uma norma assim.
Grundnorm pode legitimar estados injustos, então ela deve exprimir algum valor.

Os estados vivem em estado de guerra e Kelsen vai propor um “contrato social”


internacional para pacificar o estado de guerra. O primado de estado nação
mantem se inviolável. Ele tentou estrangular a soberania, pois é arbitrariedade que
estrangula a validade do direito.

7. Carl Schmitt
Responde que a ordem jurídica de Kelsen não é humano, é robótico e afastado dos
valores e expectativas humanas.
O estado exceção tornou-se a norma do estado.
- Nasceu em 1888 na Alemanha
- Formou-se em Direito com doutoramento em jurisprudência e
- Apos a ww1 aproximou-se da doutrina hobbesiana, defendendo que o Estado e a
autoridade são os únicos garantes de segurança: auctoritas, non veritas facit legem
- A noção central de obediência leva-o a afiliar-se ao partido nazista
- Presidente da Associação de Jurista Nacionais Socialistas
- Até 1945, foi professor de direito na universidade de Berlim
- Morre em 1985

A autoridade, não a verdade, fazem a lei.


Só vamos tratar da obra “a teologia política”
Nem toda a realidade politica pode ser capturada pela lei.

8. Teologia política
Publicado originalmente em 1922.
Problema central do livro: conceito de soberania.
 O soberano é aquele que decide:
- O que é a exceção ?
- Qual o conteudo da ação excecional
-> Decisionismo marca a soberania.
9. soberania´
Soberano é aquele que decide na exceção.
Conceito de crise: só através de crises (fractura na historia) do estado é que é possível
observar limitações da norma.
 A crise permite ver a vulnerabilidade do direito: revela a exceção, os limites da
lei
 Contra kelsen, que procurava criar uma ordem jurídica que afastasse a exceção:
uma teoria pura do direito conseguiria prever a totalidade fenómena.
 A essência do poder soberano impede-o de estar sujeito à lei, principalmente em
momentos excecionais.
(Ter em conta o contexto da República de Weimar e a sua instabilidade)
rNem toda a realidade social é do domínio do direito.
Separação entre direito e política. O politico não está limitado pela lei, principalmente
em crises
….
Obejtivo: localizar o estado de emergência (a exceção) numa teoria da soberania.
 Soberania reside no subjetivismo (contra kelsen)
10. teoria do estado
O estado schmittiano apresenta características hobbesianas:
- Ter o monopólio da violência legitima
- É a única entidade que pode distinguir amigo do inimigo – grau de subjetividade, cada
líder decide
- O estado pode dispor arbitrariamente da vida dos súbditos para garantir a sua própria
conservação
O principal propósito do Estado é manter a ordem e atingir a normalidade (conceito
complexo) O estado transcende os limites da lei para a sua autopreservação.
 Estabilidade: em casos excecionais, só pode ser garantida pelo decisionismo
….
A soberania do Estado é mais importante do que a validade da norma jurídica
 A Suspensão do direito, no caso da exceção, via precisamente garantir a auto-
conservação do Estado
 A decisão emerge como fundamento derradeiro da ordem política.
Ex. covid
O estado de exceção tornou-se norma na atualidade – segundo Schmitt
A lei só vigora na normalidade, e quem a define a normalidade é o soberano -> lei
conectada ao poder
11. Primado do Político
A vida humana não pode ser adequadamente não pode ser apreendida por um conjunto
de normas: há sempre algo que escapa à lei e que torna a vida capturável ao direito.
(kelsen cai numa utopia com uma lei capaz de prever todas as situações, aplicada a
todas as facetas da sociedade, inclusivo a privada.)
Ao contrário de Kelsen, Schmitt dirá que não existe primado da lei, mas primado do
politico.
->Se se prescindir do elemento humano, como deseja Kelsen, não será possível
responder à imprevisibilidade das circunstancias:
A lei deve estar sujeita à vontade do humano e não o seu inverso. Está submetida a um
homem em particular, o soberano.
….
Interpretação histórica de Schmitt: o legislador omnipresente desaparece no séc. XIX,
dando lugar à fragmentação do poder, divisão dos poderes e à ideia de que a soberania
da lei devia prevalecer sobre a soberania dos homens.
- > A legitimidade democrática e legitimidade constitucional
Schmitt propõe que a soberania volte a estar indivisível
….
A ação política e legal tem necessariamente uma qualidade humana.
 É a pessoa-soberano, perante a possibilidade de uma ordem jurídica entrar em
crise, que torna a decisão adequada para conservar e recuperar essa mesma
ordem jurídica.
Dois problemas com o primado da lei:
- Só é possível compreender a nteureza de uma ordem jurídica através de uma
compreensão da soberania, que por sua vez só é apreendida no território da excepção;
- Primado da lei conduz a um entendimento maquinal e burocrático do mundo, e a um
gradual esvaziamento do político.
….
Tarefa de Schmitt é recuperar o lado humano da governação: repolitização do mundo:
- Isto implica recuperar conceitos que a modernidade foi gradualmente sufocando nas
suas teorias políticas, através da mecanização do direito: em primeiro lugar, os
conceitos de soberania e da autoridade.
Emerge uma nova figura que decapita o monstro mecânico do estado como aparato
burocrático-normativo e reumaniza a política: o ditador
Rousseau- desubjetivação com a vontade geral
Locke- Subjetivação
A modernidade removeu a autoridade e a soberania com a emergência do estado
burocrático, o ditador
A ordem é reposta por alguém que governe unilateralmente porque o direito é incapaz
de prever tudo
….
A lei deve estar submetida ao politico
Para Kelsen, a arbitrariedade está esgotada pela lei, pela obediência à lei
Ligação com a esquerda: O poltico é aquele que vê a verdade efetiva das coisas. Como
o partido comunista.

O estado de Exceção tornou-se num instrumento normalizado do Estado Nação para


garantir a sua autopreservação.
A prerrogativa é definida pelo executivo e limitada pelos cidadãos.
Sistema português mais próximo de Kelsen

…………………………………………………………………………………………..

Aula 14/12
Rawls – Uma teoria da Justiça
Justiça, equidade e liberdades
Desigualdade natural não pode justificar moralmente a desigualdade na distribuição de
riqueza.
Em 1971 apresenta uma teoria da justiça, o que significa que não é a única mas uma de
várias a competir na filosofia.
………………………………………….
2 Conceção de Justiça Liberal-Igualitária

1. Igualdade de liberdades fundamentais


a. Direitos e liberdades civis
b. Direitos e liberdades políticas
2. Igualdade de oportunidades
- distribuição equitativa de recursos económicos

Fundamentos individualistas
(primazia de direitos individuais)
+
Fundamentos solidaristas
(noção de que os indivíduos devem partir do mesmo ponto de partida)
………………………………………………………………………………………
3. Uma teoria da Justiça (1971)
Sociedade como um sistema de cooperação
- Composta por cidadãos com igualdade de direitos e liberdades (propriedades morais
básicas)
-> Todos os individiuos detem dois poderes morais:
1. Capacidade para criarem uma concepção de bem (moralidade) embora isto é
subjetivo, cadum cria a sua
2. Capacidade para agirem justamente, segundo uma concepção de justiça
(razoabilidade)

4. Poderes Morais
Racionalidade- Criação de uma concepção de bem
- Funda-se na racionalidade de cada individuo:
Capacidade para definir os fins que pretende alcançar;
Capacidade para definir quais os meios mais adequados para atingir esses fins
Daqui decorre a efetivação da liberdade individual, isto é, a possibilidade de cada
indiivduo escolher o curso a dar à sua vida.
………………………………………………………………
Capacidade para discernir e agir de forma justa
-Além da racionalidade, os índividuos agem de forma razoável:
Os indivíduos estão naturalmente dotados de um sentido de justiça. (como as crianças
que tem essa ideia inata de justiça)
Daqui decorre a expressão de igualdade de cada individuo: todos lees são dotados não
de racionalidade mas de razoabilidade para aigrem justamente.
5. Sociedade como sistema de cooperação- qual a definição de sociedade
Apesar de a sociedade ser um sistema de cooperação, podem surgir conflitos entre os
cidadãos.
 Porque nascem esses conflitos ?
- Distribuição de encargos da vida social (deveres)
- Distribuição de benefícios da vida social (direitos)
Como os cidadãos preferem mais direitos que deveres, cabe à justiça encontrar os
mecanismos capazes de fazer uma distribuição mais adequada dos dois.
6. Concepção de justiça rawlsiana
Trata apenas da distribuição justa de bens sociais primários:
- Liberdades
- Oportunidades
- Rendimentoss
- Riqueza
Este cabaz de bens sociais primários é o que os cidadãos precisam para efetivarem
os seus dois poderes morais: para que possam agir de forma justa e razoável
7. BENS SOCIAIS PRIMÁRIOS
Não dependem da distribuição aleatória de capacidades naturais (luck egualitarianism) –
é necessário que todos partam do mesmo ponto de partida, sejam iguais.
 Dizem respeito à distribuição de encargos e benefícios (deveres e direitos)
Na vida social, regulada pela estrutura básica da sociedade.
 A estrutura básica da sociedade é o objeto da justiça de Rawls

8. Estrutura básica da sociedade – objeto da teoria rawlsiana


- Composta pelas principais instituições sociais;
- Composta pela relação entre essas instituições, que se reproduz na distribuição
de encargos e benefícios pelos cidadãos.
Que instituições são essas ?
- Constituição
- Conjunto de leis fiscais e de regulação da propriedade;
- Insituições que garantem direitos sociais (saúde, educação)

A esturutra da sociedade determina a vida de cada individuo e a


distribuição de direitos e deveres de cada individuo.
……………..

É o objeto da justiça. Mas qual o objetivo da justiça ?


Determinar os princípios a aplicar à estrutura básica da sociedade, tornando-a
bem ordenada.
A concepção de justiça de rawlsiana é procedimental: se a estrutura básica da
sociedade tiver bem arquitectada, de acordo com princípios de justiça, então a
sociedade é justa, independentemente dos resultos finais alcançados por cada
cidadão.
O que interessa ao filosofo de justiça é arquitetar os princípios basilares de uma
sociedade bem ordenada, não importa os fins, isso é a fortuna deles. A justiça está nos
meios e não nos fins.

9. Duas formulações da concepção da justiça Rawlsiana


Primeira formulação tem um carater geral e é composta por um único principio
A distribuição equitativa dos bens socias primários deve ser a prioridade, a não ser
que uma distribuição equitativa desses bens resulte em benefício de todos os
cidadãos.
Distribuição desigual a favor de 10% da turma sendo que estes podem beneficiar os
restantes.
Segunda formulação contempla dois princípios:
1. Cada cidadão tem direito a maximizar as suas liberdades, desde que isso não
entre em conflito com as liberdades dos outros cidadãos.
2. As desigualdades materiais entre cidadãos são moralmente justificáveis, se:
a. As desigualdades causarem uma melhoria de vida de todos os cidadãos
b. As desigualdades (materiais) tenham a sua origem numa igualdade de
oportunidades efetiva
Rawls opõe-se a uma igualdade absoluta:
a. Desigualdade cria um sistema de incentivos
b. Igualdade total origina anomia social (utopias)- é melhor ser desigual
10. Primeiro Principio
Liberdades como bens sociais primários:
- Rawls surge a tradição do constitucionalismo moderno, pluralizado liberdades;
- As liberdades são necessárias para que os cidadãos exerçam os seus dois poderes
morais (capacidade para criar uma concepção de bem + capacidade para agir
justicamente)
- As liberdades referidas por Rawls são civis e polóiticas (primeira geração de
direitos de cidadania
. liberdade de voto, ser eleitos, de opinião, expressão,reunião e associação

Fala-se de um sistema de liberdades como bens sociais primários.

11. Segundo Principio


Alínea b) As desigualdades (materiais) tenham a sua origem numa igualdade de
oportunidades efetiva
Pressupõe o princípio da não-discriminação perante a lei no acesso a empregos públicos
ou privadso (não discriminação com base no género)
- Implica também que todos os cidadãos tem as mesmas condições efetivas para aceder
a determinadas funções sociais, independentemente das condições económicas de
partida que lhes calharam em sorte. Isso exige:
. Igualitarização da distribuição de riqueza, através de um sistema de compensações
(tributação)
. Universalidade de acessos a serviçoos de educação.
Todos nascem desiguais mas são igualizados pela distribuição de riqueza. Qualquer
teoria de justiça deve corrigir as anomalidades do acaos
……………………………………………………………………
1. As desigualdades materiais entre cidadãos são moralmente justificáveis, se:
a. As desigualdades causarem uma melhoria de vida de todos os cidadãos
Regra de Justiça de Rawls: se alguém melhorar a sua condição económica, ninguém
pode sair prejudicado.
- Rawls propõe critérios de justiça que rejeitam:
1. Optimo de pareto : o óptimo de Pareto atinge-se quando transferências mutuamente
benéficas de recursos são impossíveis (haverá sempre alguém a sair prejudicadlo)
2.Principio da utilidade: é legitimo que laguém sais prejudicado, desde que a utilidade
méica ou total da sociedade aumente
A alínea A congrega o Principio da diferença
…………….
- Também pode ser interpretada como uma exposição de principio da diferenças. De que
se trata ? Um critério de distribuição para aferir a justiça, qualquer ganho não deve
prejudicar os indivíduos.
. O beneficio de todos não pode ser conseguido por princípios paretianos ou utilitaristas
. O benefício alcança-se por uma maximização das condições sociais dos cidadãos que
se encontram numa situação pior

Rawls introduz um critério distributivo à sua teoria da justiça: qualquer ganho (de
todos ou só de alguns) só pode justificar-se se garantir “ o maior benefício”, dos
mais desfavorecidos.
…………………………………………………………..
Igualdade democrática: rwal favorece uma interpretação dos princípios de justiça, que
consiste em:
Primeiro principio (liberades iguais para todos)
+
Primeira alínea do segundo princípios (principio da diferença)
+
Segunda alínea do segundo principio (igualdade equitativa de oportunidades)
 A igualdade equitativa de oportunidades exige modificar a estrutura básica da
sociedade: se os indivíduos são igualmente livres, do ponto de vista formal,
então é necessário corrigir os mecanismo redistributivos da riqueza, para que
essas liberdades se tornem, de facto, efetivas; a igualdade equitativa de
oportunidades corrige parcialmente a má sorte da lotaria social.
Taxação é necessária para minimizar as desigualdades.
A lotaria social
Os indivíduos não são moralmente responsáveis pelas circunstancias sociais do
nascimento.
 O principio da diferença, ao contrário de princípios paretianos ou
utilitaristas, permite corrigr a distribuição aleatória de talentos naturais à
nascença.
 Rawls diz que a igualdade equitativa de oportunidades consegue corrigir
parcialmente esse problema
…………………………………………
Rawls vai clarificar o principio de forma menos ambígua no seu ensaio justice and
fairness
- As desigualdades económicas e sociais só são moralmente aceitáveis, se:
a. forem resultado de uma igualdade de acesso a trabalho e funções (igualdade
equitativa de oportunidades) – entrevista de emprego que tem igualdade de acesso e
ganha o que tem melhor nota
b. beneficiarem os indivíduos mais desfavorecidos de uma sociedade

 A ordenação dos princípios respeita uma ordenação hirárquica: a melhoria


da posição dos mais favorecidos não pode ser conseguida à custa da
igualdade de oportunidades, que por sua vez não pode ser conseguida à
custa das liberdade políticas.

12. Equilíbrio Refletido


Reflexaão filosófica em que confrontamos os nossos juízos sobre a justiça com os
princípios que vão sendo enunciados
 É necessário comparar os princípios de justiça com outros princípios,
usualmente utilizados para justificar uma sociedade bem-ordenada
 É necessário a posição original

13. Posição Original


Rawls considera que é a melhor posição para encontrar os princípios de justiça
adequados. Qual o seu fundamento ?
Imaginário filosófico do contratualismo: - neo contratualista
a. Não se deve confundir com o contratualismo clássico, pois a posição orginal é
meramente hipotética
b. Não se trata de um acordo implícito ou tácito ebtre indicviduos
c. A posição original é um argumento meramente contrafactual (nunca aconteceu,
mas podia ter acontecido – hipotética)
- No entanto, o argumento da posição original segue uma tradição contratualista
específica de Locke. Em que sentido ?
. Todos os indivíduos têm uma capacidade inata de agir moralmente
. A moralidade não é produto da racionalização instrumental
……………………………………………………………………….
Qual o objetivo da posição original ?
 Impedir que a escolha dos princípios de justiça seja influenciado pelos interesses
próprios
 As pessoas que vão deliberar sobre os princípios de justiça que equiparão a
estrutura básica da sociedade não tem conhecimento sobre a circunstancia
histórica da sociedade não tem conhecimento sobre a circunstância histórica e
social das pessoas que prepresentam.
 Estão num véu de ignorância
…………………………………………..
Como podemos descrever as partes que vão deliberar sobre quais os princípios de
justiça mais adequados ?
- ppartes são racionais
- interessadas nos seus fins
- desinteressadas dos fins de outros
- sabem o que são os bens básicos primários
- sabem a teoria toda basicamente
………………………………………
Rawls considera, então, que é necessário comparar os princípios de justiça que
apresentou (dois princípios, sendo o segundo composto por duas alíneas, com uma
ordenação lexical e hierárquic) com os modelos alternativos, de raiz, teleológica:
1. Principio da utilidade: o justo consiste na realização do bem-estar
2. Principio da perfeição: o justo consiste na realização da perfeição
A concecpção de Rawls de justiça é deontológica, o justo tem prioridade sobre
qualquer conceito particular de bem. AAcredita que cada individuo tem o seu
conceito bem e não quer definir a correta.
……………………………………….
Rawls diz que há mais vantagens em aceitar princípios de justiça de base deontológica,
do que os de base teleológica. Porquê?
 Teoria da Escolha Social: numa situação de incerteza (como aquela que decorre
do véu de ignorância) as partes vão aplicar a regra maximin. O que é ?
 As partes vão agir de forma racional de modo a maximizar o mínimo que podem
obter, sendo esta a regra preterida sobre qualquer outra estratégia.
Se desconhecem tudo na posição original, racionalmente, não sabendo em que classe
vão ser inseridos, eles vão procurar maximizar o minimo.
A classe desfavorecida deve ter sempre
………………………………
Mas a proposta de Rawls não se aplica a sociedades concretas e está enquadrada
por outras 3 condições que reforçam a regra maximin:
1. Não há informações sobre probabilidades sob o véu da ignorância
2. As partes tem aversão ao risco
3. As partes aplicam esta regra para evitarem cair numa sociedade sujeita a
princípios de justiça nada razoáveis (como existência da escravatura)
……………………
Contra o principio da utilidade: o principio da utilidade pressupõe a maximização da
média daquilo que se pode obter
 Principio maximin: maximizar o mínimo que se pode obter
 Rejeita-se o utilitarismo porque os desfavorecidos ficariam sempre numa
posição pior do que se fosse aplicar a regra maximin

Principio da utilidade – mostra quer pode surgir sociedades injustas a partir da


maximazação do bem estar social.
……………….
A Sociedade justa de Rawls:
1. Gera apoio dos cidadãos e garante estabilidade.
Ao contrário de uma sociedade utilitarista, em que para garantir o bem-estar
médio, o bem-estar dos mais desfavorecidos pode ser ignorado, na sociedade
rawlsiana existe um respeito e apoio pelas instituições, uma cooperação mais
ativa e estável

2. Cada individuo pode desenvolver o seu plano de vida, em função da sua


concepção de bem.
3. Ao contrário de uma sociedade utilitarista, onde alguns indivíduos poderão não
ter acesso ao res crecursos necessários para perseguirem um determinado bem.
Rawls diz-nos que isso possibilita o crescimento do respeito próprio
Existe equidade de escolha na posição original e reciprocidade entre as partes. A
esta concepção de justiça, justiça como equidade.
14 Sociedade bem ordenada
Passar por estas etapas:
1. Posição Original: escolhem-se os princípios de justiça
2. Convenção constituinte: primeira parte da estrutura básica da sociedade.
A. Constitucionalização das liberdades básicas e das regras de participação
democrática
3. Assembleia legislativa ideal: segunda parte da estrutura básica da sociedade.
a. Legislação que garante a igualdade equitativa de oportunidades e o principio
da diferença
4. Aplicação de um sistema de regras à estrutura básica: define o modelo do
Estado.
a. Rawls poderá ter sugerido um socialismo liberal (meios de produção
socializados) ou uma democracia de proprietárias (meios de produção
privatizados)
Rejeita. No entanto, o modelo do socialismo real, porque anula o primeiro
principio da justiça, e modelos de capitalismo de laissez-faire, porque atentam
contra o segundo principio de justiça.
Democracia de proprietários: cada individuo tens iguais oportunidades
Hirarquização lexical
1 é superior ao 2
A é superior a B
Liberdades sem conteudo essencial
O estado autoritário não pode ser considerado justo, mesmo que tenha em conta a
distribuição igual dos bens.
Talvez seja melhor viver com desigualdades económicas do que sem liberdade.

Comunistas vs anarquistas
Kelsen e Schmitt
Rawls e Nozick

Introdução de Nozick
Almedina
Concepções de justiça de Rosas

……………………
Aula 4/01
Nozick e Revisões – Concepção de Justiça Libertarista, contrária à
liberal igualitária
Anarquia, Estado E Utopia: dividido em duas secções
Anarquia- Estado de Natureza
Estado- Que extensão o Estado deve ter
Utopia
Princípio da Diferença assentava na ideia de puxar os mais baixos para cima. Com
Nozick vai separar outra vez o conceito de liberdade e igualdade económica

História Social e Emancipação Humana: Marx, os marxismos e anarquismos


Do Positivismo Juridico ao debate Kelsen Schmitt
A prioridade da justiça igualitária: Rawls – Guerra Fria
Libertarismo e Minarquismo: Nozick – Discussão Guerra Fria
É necessária contextualização histórica para perceber o contexto que foi escrito uma
obra.
- Necessário entender conceitos
- Relacionar autores
……………………..
Tenta responder à teoria de justiça de Rawls e abre portas para uma nova forma de
entender a filosofia política contemporânea. Constroi uma defesa de princípios
libertaristas.

2COncepção de justiça libertarista


Uma concepção de justiça adversária da proposta de Rawls.
Concepção de justiça libertarista. Porquê libertarista ?
- o termo libertário está historicamente contaminado; -> Associado aos anarquistas
- Libertarista revela que estamos perante uma concepção de justiça que não vem da
tradição socialista e anarquista
-> Libertarismo descende do liberalismo clássico de Adam Smith em económico e
politicamente de Locke (ultra liberalismo/ neoliberalismo)e põe em causa os
modelos de justiça socialista ou igualitários
…….
Libertarismo: possibilidades de definição
- o conceito de liberdade como negativa (não interferência externa ou coerciva)
- Criação de uma esfera de direitos individuais inviolável
- Liberdade para que cada um faça o que quiser com o seu corpo e a sua propriedade
(como extensão do seu corpo – concepção proprietarista da ontologia liberal)
Dois tipos de libertarismo
- Libertarismo económico
- Libertarismo ético

4. Libertarismo Económico
Principal proponente é Friedrich Hayek:
- Liberdade como não interferência externa justifica-se por garantir o funcionamento
mais eficaz do mercado -> Ordem Espontanea
O mercado, como qualquer instituição social. É a consequência espontânea das relações
estabelecidas pelos indivíduos ao longo do tempo
 Os Antilibertaristas, que defendem um modelo construtivista, com ordens
fabricadas
Sociedade livre vs sociedade dirigida
Libertaristas argumentam que não existe qualquer entidade que centralize em si todo o
conhecimento necessário para uma intervenção eficaz no mercado ou na sociedade
 Na sociedade dirigida, o conhecimento está centralizado e é mais reduzido do
que numa socidedade livre, em que o conhecimento está disperso e é muito mais
vasto
…….
Definir liberdade como não-interferencia leva a que hayek argumente que uma ordem
social onde exista interferência do Estado nas relações sociais é um “caminho para a
servidão”
- > Qualque ordem social onde exista interferência estatal sob o guarda-chuva do
socialismo, mesmo as democracias liberais onde apenas existem alguns mecanismos de
redistribuição da riqueza
Estas ordens geram menor liberdade e, por isso menor prosperidade (empobrece), pois
atentam contra a ordem económica
5. Libertarismo Ético
Primado da ideia de liberdade como não interferência, mas, ao contrário do libertarismo
económico, não se trata de fzer a apologia do mercado-livre (apesar de este ser,
inevitavelmente, o seu corolário)
Anarquia, Estado e Utopia de Robert Nozick
Pilar teórico desta teoria libertarista: os direitos invioláveis de cada individuo e a
relaçãp que estes estabelecem com o Estado.
Objetivo da obra: averiguar sobre a legitimidade e adequada extensão do estado
…..
Direito Pré-Políticos ( direitos individuais e anteriores ao estado)
Apresentam semelhanças com os direitos naturais do individuo que encotrámos no
pensamento contratualista.
 Características dos direitos individuais
Negativos: restrições laterais aos outros indivíduos, para proteger a nossa esfera de
liberdades do estado
Absolutos: Não podem e momento algum ser violados
Influencia de Locke
Direitos individuais proprietaristas
Mnatem uma relação com a noção de auto-propriedade
-Cada individuo tem direitos individuais de propriedade sobre a sua pessoa, o seu corpo,
a sua vida, a sua liberdade e as suas posses
- Eses direitos são invioláveis: ninguém pode invadir a esfera jurídica de cada individuo
sem autorização
…..
É então uma interpretação neo-lockiana ( e neo kantiana) de Nozick tem o propósito de
garantir que cada individuo seja vist4o como um fim em si mesmo e não como um meio
para alcançar outro fim.
- > Conceção Deontológica Radical
Diferente de …
Rawls:
Conceção deontológica moderada (indivíduos podem ser utilizados como meios para
alcançar um outro fim, como a maximização das posição dos mais desfavorecidos,
através de uma aplicação do principio da diferença)
Utilitaristas:
Concepção consequencialista (indivíduos podem ser meios para alcançar um nível
superior de bem-estar médio) - oposta ao deontologismo de Kant e não tem validade
moral
………..
Que configuração e extensão deverá ter um Estado que respeite os direitos de cada
Individuo ?
Nozick responde que será o Estado Mínimo
Quais as suas funções ?
Proteger os direitos dos indivíduos (individuais)
Garantir o cumprimento de contratos
Punir fraude e roubo
Aplicar força

Primeira etapa: O estado de Natureza


Primeira questões: porque um estado minimo ? Não seria a melhor a sua ausencia ?
Nozick propõe que realizemos uma experiência mental, regressando a um estado pré-
político: a um estado de natureza lockeano
Quais as características deste estado de natureza ?
Individuos tem direitos naturais
Em caso de conflito não há quem decida imparcialmente
A instabilidade do estado de natureza surge porque o inidividuo tem o poder de julgar e
executar a lei natural de forma excessiva, causando um estado de guerra.
6. Segunda Etapa: Associações protetivas
O Estado de Natureza é inseguro e instável. Como vão os indivíduos garantir a
proteção dos seus direitos ?
Através de Associações Protetivas
Os indivíduos associam-se para tornarem mais eficaz a proteção da propriedade de
cada um. Mas membros das associações protetivas não podem dedicar-se
totalmente à sua proteção e à dos outros membros. Ainda estão num estado de
guerra. São como firmas de segurança privada e competem entre si num
mercado
Imaginem uma associação protetiva em cada cidade
…….
Terceira Étapa: Associação Protetiva Dominante
No estado de natureza, as associações protet4ivas competem entre si pela supremacia do
mercado securitário. Por isso, a instabilidade não se encontra ainda resolvida.
O funcionamento natural do mercado não-regulado leva a que algumas associações
protetivas pereçam: ou porque são ineficientes ou porque outras acabam por
alcançar uma maior quota de mercado através de fusões.
A tendência da economia securitária, segundo Nozick, é formar um monopólio: surge
uma associação protetiva dominante, que age solitariamente num determinado território,
pois é a mais eficaz e a que garante um melhor serviço aos seus clientes/ membros.

9. Quarta Etapa: Monopólio da Violencia Legitima


Apenas esta agencia protetiva pode exercer a violência num determinado território.
Garante apenas proteção aos seus membros , que pagam pelos serviços de segurança.
Todos aqueles que habitam num determinado território, mas não pagam pelo serviço,
não se encontram protegidos.
Estamos perante um estado ultra-minimo
Como se alcança ?
Para tal tem de dizer que não pode resolver os conflitos pelas suas prórpias mãos
10. Quinta Etapa: Estado Minímo
O estado ultra-minimo só se transforma num Estado Mínimo quando a associação
protetiva dominante garante os seus serviços a todos os indivíduos de um determinado
território, quer sejam clientes à partida ou não.
Compensação:
O estado mínimo ( o Estado Guarda Noturno da teoria liberal clássica) nasce quando a
agência protetiva dominante redistribui serviços de segurança por todos os indivíduos,
clientes ou não, para proteger os seus direitos individuais.
 Redistribuição de serviços de segurança que protegem os indivíduos do
incumprimento de contratos, de fraude ou de roubo, é a única forma de
redistribuição moralmente legítima, na perspetiva de Nozick
Tem de existir alguma forma de tributação, não se trata de um anarcocapitalismo, estes
vales friedmanianos são financiados pelos impostos mas só pode ser gasto em
segurança.
O estado minimo é equivalenete ao estado ultramínimo juntamente com um vale
friedmaniano
…..
A formação do Estado Mínimo, através da compensação aos indivíduos, por estes
perderem direito aos seus poderes naturais de executar e julgar segundo a lei natural,
implica a saída do estado de natureza.
Locke:
Ao contrário de Locke, o abandono do Estado de Natureza não se dá através de
um pacto originário
A passagem do estado de natureza para o Estado Minimo dá-se através de um
mecanismo de mão invisível: o mercado securitário é naturalmente monopolístico e
o monopólio é mais eficiente a garantir a proteção dos direitos individuais.
Num estado ultra minimo certos indivíduos podem não pagar pelos serviços a
agencia protetiva dominante e podem resolver conflitos pelas suas próprias mãos,
o arbitro.
Minimo ninguém pode aplicar privadamente a natureza.
Irá surgir uma agencia protetiva dominante porque é racional e mais eficaz,
competição de agencias cria insegurança
……

Segunda questão: Para alcançar o desígnio de justiça de Nozick


(preservação e proteção dos direitos individuais), não seria preferível um
estado mais extenso do que o mínimo ?
Nozick considera que um Estado-Mais-Do-Que-Mínimo atenta contra os direitos
individuais de cada um (porque atenta contra a liberdade como não-interferencia) e, por
isso, rejeita qualquer concepção de justiça igualitária e, necessariamente, redistributiva
(de recursos ou de bens sociais primários, como em Rawls)
Nozick propõe assim uma alternativa…
11.Teoria da Titularidade
Nozick propõe uma concepção de justiça assente numa teoria da titularidade, em
contraponto a uma teoria distributiva, como é o caso da Rawlsiana
Elemento central da teoria da titularidade: propriedade
Em que circunstâncias é que os indivíduos tem direitos de propriedade sobre os
seus bens ?
Nozcik desenvolve 3 principios
12. Primeiro Principio: Principio de Justiça na aquisição
Os INDIVIDUOS TEM DIREITOS legítimos de propriedade sobre algo, caso não
infrinjam os direitos individuais de outrem.
 A legitimidade da aquisição está, contudo, dependente de uma clausula a que
nozick chama de restrição lockeana
Locke e o principio da suficiência: deixar em quantidade e qualidade suficientes em
comum, para que os outros se possam apropiar desses recursos e misturar o trabalho
com eles
Nozick: ao contrário de Locke, não afirma que os recursos e a terra são originalmente
propriedade comum, mas que, pelo contrário, não pertencem originalmente a ninguém.
Nozick cria uma “restrição lockeana”, que determina que ninguém fique numa
posição pior do que aquela originada pela apropriação

Segundo principio; Principio de Justiça Na Transferência


Qualquer transferência de bens (contratos compra e venda ou doações, heranças) é
legitima se respeitar os direitos individuais, se for resultado de um acto voluntário entre
as diferentes partes.
Transferencias involuntárias, como roubo ou fraude, são, por esta razão, ilegítimas
Concepção histórica de justiça: se uma aquisição ou transferência ocorridas no
passado respeitarem os dois princípios da teoria da titularidade, então são justas.
E caso não tenham cumprido os requisitos dos dois princípios ?

Terceiro Principio: Principio de rectificação das injustiças


A propriedade de cada individuo só é moralmente legítima se decorrer de:
1) Uma justa aquisição
2) Uma justa transferência
Caso a aquisição ou transferência não cumpra os requisitos do primeiro e do segundo
princípio da teoria da titularidade, então é considerada injusta. Como rectificar essa
injustiça ?
- Se a injustiça tiver sido cometida recentemente, o sistema judiciário poderá dar
conta do recado;
- Se a injustiça tiver ocorrido há muito tempo (ex. apropriação colonial), Nozick
sugere uma rectificação (ex. restituições históricas)
Isto sugere que haja um critério de redistribuição
……
Problemas com o principio da rectificação das injustiças
1) A única forma de rectificar totalmente uma realidade social construída sob
inúmeras aquisições e transferências injustas seria através de uma tabula rasa do
presente político, restabelecendo uma sociedade de absoluta igualdade como
ponto de partida.
2) Uma rectificação que exija um ponto de partida igualitário necessitaria de uma
estado mais do que mínimo, como Nozick chega a admitir. Isso colocaria em
risco a sua proposta uma teoria da justiça libertarista.

Concepções de Justiça de Nozick

Assenta em princípios históricos: o facto de um distribuição ser ao não justa depende do


modo como surgiu.
Diferente de …
Perspetiva liberal-Igualitária de Rawls: princípios teleológicos ou de resultados-
finais
Concepção utilitarista-> Principios teleológicos ou de resultados-finais
…….
O que significam os princípios teleológicos
A justiça depende de uma estrutura de distribuição pré-definida, pouco maleável.
Exemplos:
o Principio da utilidade especifica um determinado fim para a distribuição de recursos
para aumentar o bem estar médio na sociedade.
Segundo Nozick, também o principio da diferença de Rawls projeta um fim último para
a distribuição de crecursos na sociedade: maximizar a posição dos mais desfavorecidos
Principios Padronizados:
Também podem ser princípios históricos, mas, ao contrário da concepção de Nozick,
definem que a justiça depende de um critério específico e excessivamente rígido.
Exemplo:
A cada um segundo X,
X pode traduzir-se em necessidades, mérito ou qualquer outra alegada virtude social ou
moral.

A aplicação de princípios padronizados impõe uma distribuição especifica e


independente das vontades maleáveis e diferentes de cada individuo
Defende princípios históricos, mas não-padronizados: de cada um segundo escolhem, a
cada um segundo são escolhidos. Assim, Nozick rejeita a meritocracia.

15 Argumento Wilt Chamberlain


1. Wilt Chamberlain é jogador
2. Muito popular
3. Equipa vai lhe dar 0,25 dolares por cada espetador
4. Tem Chamberlain direito ?
Segundo Nozick, é justo à luz do principio de titularidade.


Na realidade política que conhecemos, sabemmos que o Estado iria confiscar parte deste
rendimento a Chamberlain, sob a forma de impostos.

Para Nozick, esta taxação seria, literalmente, um roubo: O estado estaria a


interferir com os direitos da propriedade de Chamberlain limitando-os, apesar de
o seu rendimento ter sido condordado por ambas as partes.

Se aplicamos os princípios padronizados, este roubo seria jusitifcado moralmente, a
redistribuição depende da capacidade do Estado recorrer ao seu braço fiscal
 Segundo Nozick, princípios de justiça padronizados ou de resultado final
implicam uma interferência do Estado na esfera dos direitos individuais de cada
individuo e, por isso, limitam a liberdade de cada um.
Para manter um padrão, é necessário interferir nas liberdades das pessoas
16. Liberdade e igualdade económica
Para Nozick, o surgimento de desigualdade numa sociedade é natural e perfeitamente
aceitável do ponto de vista moral, pois:
D1: existe uma distribuição perfeitamente igualitária de bens e recursos
D2: devido às transferências livres e voluntárias entre indivíduos, assistir-se-á ao
nascimento de desigualdade
- Liberdade produz desigualdade
- Igualdade só pode ser garantida pela interferência do Estado, isto é, pela ingerência do
Estado na esfera dos direitos individuais
………
Para nozick, se o Estado intervisse no momento D2 para corrigir as desigualdades,
estaria a atentar contra al iberdade individual
A concepção de liberdade é muito circunscrita, é proprietarista e individualista
Rawls: a concepção de “justiça como equidade” procurava garantir um amplo sistema
de liberdades básicas, alavancado os mais desfavorecidos através do principio da
diferença.
Enquanto que para Rawls a redistribuição serve para maximizar a liberdade. Nozick vê
na redistribuição a causa para a minimalização da liberdade.
Nozick procura apenas a liberdade formal, enquanto Rawls defende que para ser
verdadeiramente livre, é necessário ter meios para realizar os seus objetivos.
Rawls procura maximizar a liberdade de cada um.
17 Um enquadramento para a Utopia
Argumento exposto na terceira e última parte da obra procura reinterpretar o
pensamento utópico.

Tradicionalmente, o pensamento utópico é comunitarista e muito critico da noção de


propriedade privada
Nozick procura explorar uma possibilidade de pensamento utópico que seja
individualista e contraste com o socialismo utópico.
…..
O Estado mínimo é um enquadramento para a utopia
Todas as utopias são possíveis, desde que os direitos dos indivíduos sejam protegidos.

O Estado Mínimo emerge como uma meta-utopia, um campo em aberto onde todas as
criações políticas são possíveis: sociedade liberais, comunas socialistas, mercados sem
regulação. Todos podem conviver na mesma arena internacional, desde que não atentem
contra os direitos de cada individuo.

Rawls VS Nozick
Rawls apresentou o principo da diferença para tentar superar os inconvenientes do
principio da utilidade.
Vs
Nozick, Rawls cai na mesma armadilha, não contemplam nas suas teorias a diferença
entre os indivíduos
- Nozick afirma que Rawls procura coletivizar as características naturais de cada
individuo

Para Rawls, a distribuição de talentos naturais é arbitrária: ninguém fez nada ativamente
por mais dotado que os outros e, por isso, ninguém deve ser recompensado por ser mais
criativo, habilidoso, talentoso ou atlético
Vs
Nozcik aceita que a distribuição de talentos naturais é moralmente arbitr+ártia, mas
esses talentos são, de qualquer modo, propriedade do individuo
Como cada um é justo proprietário de si e do seu corpo , qualquer ingerência do Estado
interfere com a auto-propriedade e com os direitos individuais de cada um: qualquer
ingerência do Estado é, por isso, injusta.
Quatro temas dos quais escolhemos dois. Um tema tem sempre dois autores e as
relações.
A melhorar

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