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Geologia aplicada à engenharia

Crosta terrestre:

A superfície terrestre apresenta duas características topográficas dominantes: os continentes e as


bacias oceânicas. As rochas que se encontram sob os continentes diferem das rochas das bacias
oceânicas. Ao contrário da crosta oceânica, que tem uma composição química relativamente
homogênea, a crosta continental é composta por diversos tipos de rochas. As rochas continentais
possuem densidade média de 2,7 g/m³ e apesar de variar consideravelmente dependendo da
localização, possuem a composição média de uma rocha granítica.

As rochas são massas naturais de minerais, estes são substâncias naturais geralmente são sólidos,
cristalinos, estáveis à temperatura ambiente e inorgânicos.

Minerais formadores da rocha;

Existem diversas espécies minerais conhecidas, mas a grande maioria das rochas é formada a partir de
combinações de alguns minerais comuns, chamados de “minerais formadores de rocha”. Os minerais
formadores de rochas são: feldspatos, quartzo, anfibólios, micas, olivina, granada, calcita, piroxênios.

Os minerais que ocorrem dentro de uma rocha em pequenas quantidades são chamados de “minerais
acessórios”. Embora os minerais acessórios estejam presentes apenas em pequenas quantidades, eles
podem fornecer informações valiosas sobre a história geológica de uma rocha e são frequentemente
usados para determinar a idade de uma rocha. Minerais acessórios comuns são: zircão, monazita,
apatita, titanita, turmalina, pirita e outros opacos.

A abundância e diversidade de minerais dependem da abundância na crosta terrestre dos elementos


que os compõem. Oito elementos compõem 98% da crosta terrestre: oxigênio, silício, alumínio, ferro,
magnésio, cálcio, sódio e potássio. A composição dos minerais formados por processos ígneos é
controlada diretamente pela química do corpo de origem. Por exemplo, um magma rico em ferro e
magnésio formará minerais como olivina e piroxênio (como encontrado no basalto). O magma mais rico
em silício formará mais minerais ricos em sílica, como feldspato e quartzo (como encontrado no
granito). É improvável que um mineral seja encontrado em uma rocha com química de massa diferente
da sua; assim, é improvável que a andaluzita (Al2SiO5) seja encontrada em uma rocha pobre em
alumínio, como um quartzito.

Os minerais encontrados nos solos podem ser primários ou secundários. Os PRIMÁRIOS, são os mesmos
da rocha de origem, e os SECUNDÁRIOS são formados quando ocorre a decomposição química.

3.3.2 MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS GROSSOS E SILTES

Os solos grossos são constituídos basicamente de SILICATOS apresentam também na sua composição
ÓXIDOS, CARBONATOS E SULFATOS.

3.3.2.1 SILICATO

Silicato é um composto salino resultante do óxido silício, são abundantes na natureza e formam os
FELDSPATOS, MICAS e QUARTZO e SERPENTINA.

FELDSPATO: São silicatos duplos de AL e de metal alcalino ou alcalino terroso “k”, “Na” ou Ca, sofrem
decomposição acentuada pela ação da água carregada de CO2 , produzindo argila branca (CAULIM).

MICA: Ortossilicatos de Al, Mg, K, Na ou Li e raramente Mn e Cr apresenta-se em forma de lâminas


flexíveis, e de fácil clivagem. tem-se a muscovita (mica branca e a biotita (mica preta)

QUARTZO: é o mais importante do grupo dos silicatos. Sua composição é SIO2. São identificados
macroscopicamente e é o mineral mais abundante na crosta terrestre.(SiO2) sílica cristalina pura,
clorita e o talco.
3.3.2.2 ÓXIDOS

Composto de metalóide e oxigênio, não se une com a água. Hematita (Fe2O3), Magnetita (Fe2O4) e
Limonita (Fe2O3. H2O).

3.3.2.3 CARBONATOS

Calcita (CaCO3), Dolomita [(CO3)2CaMg]. A calcita é o segundo mineral mais abundante na crosta
terrestre ().

3.3.2.4 SULFATOS

(CaSO4.2H2O) e Anidrita (CaSO4)

3.3.3 MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS ARGILOSOS

As argilas são constituídas basicamente por silicatos de alumínio hidratados, podendo apresentar
silicatos de magnésio, ferro ou outros metais. Os minerais que formam as frações finas pertencem a
três grupos: CAULINITA, ILITA e MONTMORILONITA.

3.3.3.1 CAULINITA

São formadas por unidades estruturais de silício e alumínio, que se unem alternadamente, conferindo-
lhes uma estrutura rígida. São relativamente estáveis em presença de água.

3.3.3.2 ILITAS

São estruturalmente semelhantes as Montmorilonitas. As substituições isomórficas (não alteram o


arranjo dos átomos) que ocorrem tornam ela menos expansiva.

3.3.3.3 MONTMORILONITAS

Unidades estruturais de alumínio entre duas unidades de silício, e entre as unidades existem n
moléculas de água. São instáveis em presença de água. Ex: BENTONITA.

Todos os processos da Terra dependem de alguma forma das propriedades desses materiais. Eventos
como erupções vulcânicas, construção de montanhas, intemperismo, erosão e até terremotos
envolvem rochas e minerais. Dessa forma, um conhecimento básico desses materiais é essencial para
entender a maioria dos fenômenos geológicos.

Classificação das rochas;

O ciclo de formação das rochas permite verificar as interações entre os processos do sistema terrestre
e entender as origens dos três tipos principais de rochas (ígneas, sedimentares e metamórficas) e como
elas estão conectadas.

No ciclo de formação das rochas têm-se o magma, este se forma pelo derretimento que ocorre
principalmente na crosta terrestre e no manto superior. Uma vez formado, um corpo de magma
geralmente sobe em direção à superfície porque é menos denso que a rocha circundante. Ao atingir a
superfície da Terra, o magma entra em erupção como lava. Eventualmente, o magma esfria e solidifica,
um processo chamado cristalização ou solidificação, formando as rochas ígneas.

Se as rochas ígneas forem expostas na superfície da terra sofrerão intemperismo em que os efeitos da
atmosfera se desintegram e decompõem lentamente as rochas. Os materiais resultantes serão
recolhidos, transportados e depositados por qualquer um dos vários agentes erosivos, gravidade, água
corrente, geleiras, vento ou ondas. Uma vez que essas partículas e substâncias dissolvidas chamadas
sedimentos são depositadas geralmente como leitos horizontais no oceano, elas sofrem litificação,
termo que significa conversão em rocha. O sedimento é litificado quando compactado pelo peso das
camadas sobrejacentes ou quando cimentado à medida que a água percolada preenche os poros com
matéria mineral. Se a rocha sedimentar resultante estiver enterrada nas profundezas da terra ou
envolvida na dinâmica da construção da montanha, ela será submetida a grande pressão e calor. A
rocha sedimentar reagirá ao ambiente em mudança e se transformará no terceiro tipo de rocha
metamórfica. Quando a rocha metamórfica é submetida a um calor e pressão ainda maiores, ela
derreterá, criando magma, que eventualmente se solidificará como rocha ígnea.

O ciclo completo nem sempre ocorre, por exemplo, a rocha ígnea, em vez de ser exposta ao
intemperismo e à erosão na superfície da terra, pode ser submetida ao calor e à pressão encontrados
muito abaixo e se transformar em rocha metamórfica. Por outro lado, rochas metamórficas e
sedimentares, assim como sedimentos, podem ficar expostos na superfície e transformados em novas
matérias-primas para rochas sedimentares.

Origem e formação dos solos;

O intemperismo responsável pela desintegração e decomposição das rochas é uma parte fundamental
do processo de formação do solo. O desenvolvimento de um solo reflete o processo de intemperismo
associado ao ambiente dinâmico em que se formou. O intemperismo pode ser um processo físico,
químico ou biológico:

intemperismo físico – quebra de rochas como resultado de uma ação mecânica. Mudanças de
temperatura, abrasão (quando as rochas colidem umas com as outras) ou geada podem causar a quebra
das rochas.

intemperismo químico – decomposição de rochas através de uma mudança em sua composição


química. Isso pode acontecer quando os minerais dentro das rochas reagem com água, ar ou outros
produtos químicos.

intemperismo biológico - a quebra de rochas por seres vivos. Animais escavadores ajudam a água e o
ar a entrar na rocha, e as raízes das plantas podem crescer em rachaduras na rocha, fazendo com que
ela se parta.

O acúmulo de material pela ação da água, do vento e da gravidade também contribui para a formação
do solo. Esses processos podem ser muito lentos, levando dezenas de milhares de anos. Cinco principais
fatores de interação afetam a formação do solo:

 material de origem - minerais que formam a base do solo


 organismos vivos - influenciando a formação do solo
 clima - afetando a taxa de intemperismo e decomposição orgânica
 topografia - grau de inclinação afetando drenagem, erosão e deposição
 tempo - influenciando as propriedades do solo.

As interações entre esses fatores produzem uma variedade infinita de solos em toda a superfície da
Terra.

Noções de pedologia;

À medida que os solos se desenvolvem ao longo do tempo, as camadas (ou horizontes) formam um
perfil do solo. A maioria dos perfis de solo cobre a terra como 2 camadas principais – solo superficial e
subsolo. Os horizontes do solo são as camadas no solo à medida que você se move para baixo no perfil
do solo. Um perfil de solo pode ter horizontes de solo fáceis ou difíceis de distinguir. A maioria dos solos
exibe 3 horizontes principais:

Horizonte A – solo rico em húmus onde os nutrientes, a matéria orgânica e a atividade biológica são
mais altos (ou seja, a maioria das raízes das plantas, minhocas, insetos e microrganismos são ativos). O
horizonte A é geralmente mais escuro do que outros horizontes por causa dos materiais orgânicos.

Horizonte B - subsolo rico em argila. Este horizonte é muitas vezes menos fértil que o solo superficial,
mas retém mais umidade. Geralmente tem uma cor mais clara e menos atividade biológica que o
horizonte A. A textura também pode ser mais pesada que o horizonte A.
Horizonte C – rocha intemperizada subjacente (a partir da qual os horizontes A e B se formam).

Alguns solos também têm um horizonte O consistindo principalmente de serapilheira que se acumulou
na superfície do solo.

As propriedades dos horizontes são usadas para distinguir os solos e determinar o potencial de uso da
terra.

Investigação do subsolo: generalidades;

Na engenharia a exploração das condições do solo e avaliação da adequação de um local é feita através
da investigação do subsolo. Uma investigação geralmente consiste em três etapas: um estudo
documental, um reconhecimento preliminar e uma exploração do local.
o objetivo de um estudo documental é examinar registros de arquivo disponíveis, literatura, mapas,
imagens e fotografias relevantes para a área ou local em questão para obter uma imagem geral das
condições geológicas existentes antes de uma investigação de campo. O estudo documental engloba
um estudo dos mapas e memórias topográficas e geológicas relevantes e, possivelmente, fotografias
aéreas do local.

O reconhecimento preliminar envolve uma caminhada sobre o local. Os fatores que devem ser levados
em consideração dependem da natureza do local e do projeto, mas, sempre que possível, pode-se
observar a distribuição dos tipos de solo e rocha presentes, o relevo da rodada, a drenagem superficial
e características associadas , quaisquer áreas de deslizamento de terra reais ou prováveis, cobertura do
solo e obstruções, usos anteriores do local, como tombamento ou evidência de trabalhos subterrâneos,
etc.

Tipos de investigação: Métodos diretos; semidiretos e indiretos de investigação;

A exploração do local envolve o reconhecimento da disposição, natureza e espessura de suas camadas.


Os métodos de exploração do subsolo classificam-se em: Métodos Diretos e Métodos Indiretos

 Métodos Diretos

Os métodos diretos consistem em qualquer conjunto de operações destinadas a observar diretamente


o solo ou obter amostras ao longo de uma perfuração. Podem ser feitas por:

o Sondagem SPT

Também conhecido como sondagem à percussão ou sondagem de simples reconhecimento, permite a


obtenção de informações como: A identificação das diferentes camadas de solo que compõem o
subsolo; A classificação dos solos de cada camada; O nível do Lençol freático; A capacidade de carga do
solo em várias profundidades.

O ensaio consiste na cravação vertical no solo, de um cilindro amostrador padrão – Barrilete, através
de golpes de um martelo com massa padronizada de 65 kg, solto em queda livre de uma altura de 75
cm. São anotados os números de golpes necessários à cravação do amostrador em três trechos
consecutivos de 15 cm sendo que o valor da resistência à penetração (NSPT) consiste no número de
golpes aplicados na cravação dos 30 cm finais. Após a realização de cada ensaio, o amostrador é retirado
do furo e a amostra é coletada, para posterior classificação que geralmente é feita pelo método Tátil-
visual onde se determina a cor, a textura, a plasticidade e a consistência ou compacidade do solo.

o Trados Manuais

Representam o meio mais simples, rápido e econômico para investigações preliminares das condições
geológicas superficiais. Constam, essencialmente, de uma broca de 2 ½, 4 ou 6 polegadas de diâmetro,
ligada a uma série de canos de 3/8 de polegadas de diâmetro e 2m de comprimento, e terminando em
forma de T (Figura 2.11). Utilizado em extração de amostras amolgadas, determinação do lençol
freático, mudança de camadas e avanço da perfuração para ensaio de penetração e pesquisas de jazidas
para aterros rodoviário, ferroviários e barragens de terra (Figura 2.12). Esse método não funciona em
zonas de materiais compactados ou endurecidos ou quando o lençol freático é atingido. Neste caso,
em camadas arenosas, ocorrem desabamentos das paredes do furo, e a broca pode ficar presa.

o Poço de Inspeção

São escavações feitas manual ou mecanicamente que atingem pequenas profundidades. Informações
obtidas: Classificação táctil-visual; Disposição dos horizontes (profundidade e espessura); Nível freático;
Amostras indeformadas. A vantagem desse método é que se pode ter uma boa visão das camadas de
solo escavada e diretamente retirar-se a amostras deformadas ou indeformadas. A desvantagem é que
não é possível atingir-se maiores profundidades sem construções auxiliares e/ou rebaixamento do
lençol freático.

 Métodos Indiretos

São aqueles que a determinação das propriedades das camadas do subsolo é feita indiretamente pela
medida, seja da sua resistividade elétrica ou da velocidade de propagação de ondas elásticas. Os índices
medidos mantêm correlações com a natureza geológica dos diversos horizontes, podendo-se ainda
conhecer as suas respectivas profundidades e espessuras. Incluem-se nessa categoria os métodos
geofísicos da refração sísmica e da resistividade elétrica:

o Método da Refração Sísmica

Através de um tremor artificial é formado um campo de ondas no solo, que são captadas por uma rede
de sismógrafos (geofones) e de acordo com os tipos e comportamento dessas ondas é possível se obter
a situação de camadas firmes e menos resistentes

o Método da Resistividade Elétrica

A condutividade elétrica do solo depende de suas características. O método geoelétrico consiste em


conduzir uma corrente elétrica de intensidade I no solo por meio de dois eletrodos e medir a resistência
elétrica do solo com duas sondas.

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