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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA


COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL BRAGANÇA
DISCIPLINA: CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
DOCENTE: ELZELIS MULLER DA SILVA
DISCENTES:
FÁBIO MATEUS DA SILVA E SILVA
LUCAS CORREA DA SILVA
MARCOS WILLIAM ROMÃO PEREIRA
MAYSE DE JESUS BORGES
NAELISON SOUSA FURTADO
PAULO TARCISIO DA SILVA PINHEIRO

MATERIAIS AVANÇADOS

BRAGANÇA-PA
2023
MATERIAIS AVANÇADOS

Trabalho apresentado à disciplina de


CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS
MATERIAIS como requisito parcial para
obtenção de nota no 3º semestre do curso
de Engenharia Civil.

Prof. Elzelis Muller da Silva

BRAGANÇA-PA
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. REFERENCIAL TEÓRICO 5
2.1. MATERIAIS AVANÇADOS 5
2.1.1. SEMICONDUTORES 5
2.1.1.1. A CRISE DOS SEMICONDUTORES 5
2.1.1.2. TIPOS DE SEMICONDUTORES 6
2.1.1.3. EXEMPLOS DE SEMICONDUTORES (APLICAÇÕES) 7
2.1.2. BIOMATERIAIS 8
2.1.2.1. TIPOS DE BIOMATERIAIS 9
• Bambu 9
2.1.3. MATERIAIS INTELIGENTES 11
2.1.4. NANOMATERIAIS 13
2.1.5. APLICAÇÕES 14

3. CONCLUSÃO 17

REFERÊNCIAS: 18
1. INTRODUÇÃO
Os materiais avançados são aqueles que possuem propriedades
superiores aos materiais convencionais. Eles podem ser classificados em
várias categorias, como materiais semicodutores, biomateriais, materiais
inteligentes, nanomateriais, entre outros. A pesquisa e o desenvolvimento de
materiais avançados são importantes para aperfeiçoar as propriedades dos
materiais existentes e criar materiais para aplicações específicas. Alguns
exemplos de materiais avançados incluem nanomateriais, materiais
inteligentes, materiais com memória de forma e materiais biológicos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. MATERIAIS AVANÇADOS
Materiais avançados que são uma classe de materiais que possuem
propriedades únicas e desempenho superior em comparação com os materiais
convencionais. Eles podem ser fabricados com técnicas avançadas, como a
engenharia de nanomateriais e a síntese química, e possuem características
como alta resistência, condutividade térmica e elétrica, estabilidade a altas
temperaturas, entre outras.

2.1.1. SEMICONDUTORES
Um semicondutor é todo aquele material que, dependendo das
circunstâncias temperatura, pressão, radiação e campos magnéticos, pode
atuar como condutor, permitindo a passagem de corrente, ou como isolante,
impedindo que a mesmo passe. Os semicondutores, portanto, se diferenciam
dos condutores porque podem executar as duas funções ao mesmo tempo.
Atualmente, o semicondutor mais utilizado é o silício, especialmente na
indústria eletrônica e na informática, por ser o mais abundante na natureza e o
que se comporta melhor ao ser submetido a altas temperaturas.

2.1.1.1. A CRISE DOS SEMICONDUTORES

Segundo a empresa de consultoria IDC, durante o primeiro trimestre de


2021, as vendas mundiais de computadores registraram um aumento de 55 %
em comparação com o mesmo período de 2020. Essa espetacular subida,
evidentemente, ocorre devido ao aumento do teletrabalho, das aulas virtuais e
do lazer digital provocado pela pandemia. De acordo com as cifras, a demanda
por dispositivos eletrônicos em geral já tinha aumentado durante o
confinamento de 2020 e, desde então, não parou de crescer.

Contudo, vários setores que dependem dos microchips estão em alta, tal
como a produção de placas gráficas para a mineração de certas criptomoedas,
por exemplo, a bitcoin. Da mesma forma, muitas indústrias clássicas precisam
cada vez mais desses componentes eletrônicos, como a automobilística, para a
qual os microchips se tornaram imprescindíveis para fabricar veículos
convencionais e elétricos devido à melhoria nos níveis de segurança que
permitem.

2.1.1.2. TIPOS DE SEMICONDUTORES

Dependendo de sua pureza, os semicondutores são classificados em dois


tipos:

• Condução intrínseca: são puros, pois sua estrutura molecular é


formada por um único tipo de átomo, tais como o silício, germânio,
estanho, selênio ou telúrio.

• Condução extrínseca: são aqueles aos quais são adicionadas


impurezas em um processo conhecido como dopagem, cujo objetivo é
aumentar a condutividade dos materiais.
Ao dopar um semicondutor intrínseco com impurezas é possível obter dois
tipos de semicondutores extrínsecos:

• Tipo P: ao dopar um átomo tetravalente (como o silício) com outro


trivalente (como o alumínio, o boro ou o gálio), há três elétrons para
quatro ligações covalentes, produzindo um buraco (lacunas ou
vacâncias) através do qual ocorre o fluxo de elétrons que propicia a
corrente elétrica. Devido à carga positiva do buraco, são conhecidos
pela letra P.

• Tipo N: são formados ao dopar um átomo tetravalente (como o silício)


com outro pentavalente (como o fósforo, o antimônio ou o arsênio). Ao
haver cinco elétrons e quatro ligações covalentes, um elétron com carga
negativa, por isso se usa a letra N, fica livre para se deslocar através da
rede cristalina, aumentando a condutividade do semicondutor intrínseco.

2.1.1.3. EXEMPLOS DE SEMICONDUTORES (APLICAÇÕES)

Entre as principais aplicações dos semicondutores cabe destacar:

• Transistores: são dispositivos eletrônicos capazes de modificar um


sinal elétrico de saída como resposta a um de entrada, servindo como
amplificadores, comutadores, osciladores ou retificadores do
mesmo. São habituais em aparelhos de rádio, relógios ou lâmpadas,
entre outros.

• Circuitos: também conhecidos como chips ou microchips, são circuitos


eletrônicos cujos componentes estão dispostos em uma lâmina de
material semicondutor, sendo hoje uma peça essencial em aparelhos
como computadores, tablets e celulares etc.

• Diodos: têm várias aplicações, sendo a mais óbvia a conversão de


corrente alternada para contínua. Por isso, são utilizados em placas
fotovoltaicas uma vez que convertem a energia solar em energia
elétrica, assim como os diodos emissores de luz (LED)
2.1.2. BIOMATERIAIS
Segundo o Greenpeace (2016), o aumento da população e procura por
melhores condições de vida, são responsáveis pelo aumento do consumo de
energia, e consequentemente pelo aumento da emissão de energia para o
espaço. Com isso, a procura por fontes alternativas para a inserção e
substituição de materiais comumente utilizados na indústria da construção civil,
vem se intensificando ao longo dos anos, fomentando assim, as pesquisas na
área.

Com a grande abrangência da construção civil em todo mundo, se tornou cada


vez mais indispensável a avaliação do ciclo de vida dos materiais utilizados
comumente, assim como toda estrutura de qualidade de recursos sustentáveis
à engenharia civil, tais como a eliminação de compostos tóxicos, à proteção da
natureza, da redução do consumo de recursos, à reutilização destes recursos.

Biomaterias são definidos como aqueles materiais não vivos utilizados na área
médica ou biomédica, voltados para a interação com o sistema biológico
(WILLIAMS, 2009). A maioria desses materiais são alternativas efetivas para a
substituição de tecidos, inclusive do tecido ósseo, pois não devem apresentar
riscos de transmissão de doenças ou rejeição imunológica (MARCANTONIO;
MARCANTONIO-JUNIOR, 2008; ORÉFICE; PEREIRA; MANSUR, 2006). E
também podem ter como definição os produtos de origem biológica, e que são
aplicados na construção civil e arquitetura, tais como: madeira, micélio de
fungos, bambu, ou outras fibras naturais como sisal, cânhamo (Cannabis
sativa) e linho.

Os biomateriais tendem a ter uma menor pegada de carbono, e, assim menor


emissão de GEE durante a sua produção (PBMC, 2018). Por um lado, podem
ser utilizados produtos menos industrializados, como madeiras maciças,
roladas e colmos de bambu, que possuem pouco processamento. Por outro,
quando são empregados produtos em grande escala, como madeira e bambu
laminados, chapas e painéis, etc. são produtos normalmente com uso de
processos mais modernos quando comparados à indústria de cimento, aço e
cerâmica, que normalmente são processos de alta intensidade energética e
majoritariamente de origem fóssil.
2.1.2.1. TIPOS DE BIOMATERIAIS
O acabamento com alguns biomateriais, como a madeira e bambu são
esteticamente bastante agradáveis, ainda mais em projetos biofílicos, que está
se tornando uma prática cada vez mais procurada no mercado. Nessa ótica, o
uso desses materiais de forma aparente, sem o uso de revestimentos (a não
ser aqueles de proteção contra a umidade e fogo, que vai depender onde o
material será utilizado) tende a gerar economia e redução do consumo e
produção dos materiais que iriam no revestimento.

• Bambu
A madeira e o bambu conseguem armazenar em média de 1,5 a 2,0 kg
de CO2 por kg de material. Mas para que esse CO2 fique armazenado e
contribua para a mitigação do aquecimento global é preciso atentar para o fim
de vida que será dado ao biomaterial. Por exemplo, se ele for queimado (o que
acontece em muitos dos casos), todo o CO2 absorvido retornará à atmosfera.
Portanto, o processo de extensão da vida útil, reutilização e reciclagem no fim
de vida devem ser incentivados, indo ao encontro do que prega o modelo de
Economia Circular.

• Fibras Naturais (Sisal e Cânhamo)

Pesquisas sobre obtenção de compósitos de gesso e fibras naturais


estão surgindo devido às características gerais dessas fibras como alta relação
resistência-peso, baixo custo, e também a possibilidade de reciclá-las (RIDHA
et al., 2021). Contudo, no âmbito de desvantagens relativas ao seu uso como
reforço em materiais de construção, apresenta-se como principal malefício a
fraca interação entre matriz e fibra. Porém, diversos tipos de tratamentos,
químicos e biológicos, são testados para melhorar a rugosidade da superfície
da fibra a fim de potencializar o uso desses materiais (IUCOLANO et al., 2018).
Diversas pesquisas estudam os efeitos nas propriedades mecânicas após a
adição de fibras naturais para a conformação de compósitos de gesso.
Algumas dessas fibras são: de sisal, cânhamo, erva marinha Possidonia
oceânica, madeira de pinho, lignina, palhas de linho, coco e lã de ovelha.
As fibras de sisal apresentam alta resistência à tração, baixo peso,
resistência à corrosão, baixo custo, menos riscos à saúde e são obtidas a partir
de recursos renováveis (CHEN et al., 2011; HO et al., 2012, citados por RIDHA
et al., 2021). Elas são retiradas das folhas da planta Agave Sisalana, originária
da América Central. Suas propriedades mecânicas dependem da idade da
planta, tipo de processamento para retirada das fibras e sua microestrutura. Em
relação às fibras de cânhamo, elas foram estudadas como substitutos das
fibras de vidro em placas de gesso, por apresentarem uma série de vantagens
em relação a esse material: menor custo, sua adição não altera o processo de
reciclagem das placas de gesso, e sua moagem nesse procedimento não gera
um pó residual prejudicial à saúde, diferentemente do que ocorre com as fibras
de vidro (IUCOLANO et al., 2019). Ademais, o cânhamo (Cannabis Sativa L.)
apresenta fácil cultivo em regiões do mundo todo, capacidade de extrair metais
pesados do solo, alto potencial de armazenamento de carbono e baixa
eutrofização (PRADE, 2011; LINGER, 2002; SAIN, 2003; ZAMPORI, 2013,
citados por LUCOLANO et al., 2019).

• Lã de ovelha

Dentre as fibras naturais, a lã de ovelha é uma das mais antigas fibras


têxteis utilizadas pela humanidade (ERDOGAN et al., 2020). Nos últimos anos,
diferentes tentativas de utilização de fibras de lã de baixa qualidade e resíduos
de lã foram estudados devido à grande disponibilidade deste recurso e ao seu
baixo custo. Além disso, essas fibras são conhecidas por suas propriedades de
isolamento, alta resistência à chama e capacidade de reter o calor (GUNA et
al., 2021). Uma das fibras naturais que chamam a atenção de pesquisadores
e indústrias é a fibra de coco por sua disponibilidade e boa resistência, baixa
absorção de água e durabilidade (HAMOUDA, 2021). Segundo Guna et al.
(2021), o alto teor de lignina (até 30%) presente neste material resulta em uma
resistência aprimorada das fibras, as quais, além disso, apresentam alto
alongamento e são conhecidas por ter baixo custo.
2.1.3. MATERIAIS INTELIGENTES
Os materiais inteligentes, também conhecidos como materiais auto
adaptativos ou materiais "smart", são aqueles que possuem capacidade de
responder a estímulos externos de forma autônoma. Eles podem mudar suas
propriedades mecânicas, térmicas ou elétricas de acordo com o ambiente em
que estão inseridos. Os materiais inteligentes são desenvolvidos com o objetivo
de melhorar o desempenho dos materiais convencionais, adaptando-se às
condições de trabalho e ambiente.
Existem vários tipos de materiais inteligentes, cada um com
características e aplicações específicas. Alguns exemplos incluem:

Materiais com memória de forma: São capazes de retornar a uma forma


original depois de sofrer deformação.
Materiais termo ativos: Alteram sua rigidez ou dureza em função da
temperatura.
Materiais piezoelétricos: Geram uma tensão elétrica quando submetidos a uma
tensão mecânica.
Materiais magnéticos: São utilizados em sensores e atuadores.
Materiais com memória elétrica: Capazes de armazenar e recuperar
informações elétricas.

Alguns campos de aplicação para os materiais inteligentes incluem


indústria aeroespacial, automotiva, médica, arquitetura, entre outros.
Alguns exemplos de materiais inteligentes incluem:
Polímeros termo reguláveis: esses materiais mudam de forma ou de
propriedade quando expostos a variações de temperatura.
Fotocélulas: esses materiais mudam de forma ou propriedade quando
expostos à luz.
Memórias de forma: esses materiais podem ser programados para
assumir uma forma específica e retornar a essa forma depois de ser
deformado.
Sensores de pressão: esses materiais podem medir a pressão aplicada
sobre eles e mudar de forma ou propriedade como resultado.
Sensores de umidade: esses materiais podem medir a umidade e mudar
de forma ou propriedade como resultado.
Polímeros piezoelétricos: Esses materiais geram corrente elétrica
quando sujeitos a pressão mecânica.
Materiais magnéticos inteligentes: que pode responder a campos
magnéticos externos, que pode ser usado para acionar um componente
mecânico.

Os materiais inteligentes têm uma ampla variedade de aplicações em


diferentes setores, algumas das quais incluem:
• Engenharia mecânica: os materiais inteligentes são usados em
dispositivos e equipamentos mecânicos para melhorar a eficiência e
a precisão. Por exemplo, os polímeros termorreguláveis são usados
em sistemas de refrigeração para controlar a temperatura.
• Medicina: os materiais inteligentes são usados em dispositivos
médicos como próteses, implantes e dispositivos de diagnóstico. Por
exemplo, os polímeros piezoelétricos são usados em sensores de
pressão para monitorar a pressão intracraniana.
• Indústria automotiva: os materiais inteligentes são usados em
automóveis para melhorar a segurança, o conforto e o desempenho.
Por exemplo, os sensores de pressão são usados em pneus para
medir a pressão e alertar o motorista quando ela está baixa.
• Construção: os materiais inteligentes são usados em estruturas para
melhorar a segurança, a durabilidade e a eficiência energética. Por
exemplo, os materiais fotocélulas são usados em janelas para
controlar a iluminação natural e reduzir o uso de iluminação artificial.
• Eletrônica: os materiais inteligentes são usados em dispositivos
eletrônicos como sensores, atuadores e dispositivos de
armazenamento de energia.

Aeronáutica e aeroespacial: os materiais inteligentes são usados em aviões e


foguetes para melhorar a segurança e o desempenho.
2.1.4. NANOMATERIAIS
2.1.5. APLICAÇÕES

EXEMPLO DE APLICAÇÃO: FIBRA DE CÂNHAMO

A fibra de cânhamo vem da mesma origem da canabis, só que ao


contrário do uso comum, as fibras de cânhamo criam concreto ou tijolos que
oferecem uma alternativa mais sustentável para a construção civil. Uma
argamassa feita de cânhamo foi descoberta em pilares de pontes construídas
no século VI, onde atualmente é a França. Há especulações de que os
romanos adicionavam as fibras de cânhamo para reforçar as argamassas de
suas construções.
O concreto de fibra de cânhamo vem se destacando, principalmente, por
promover uma ação mais sustentável, enquanto, o concreto tradicional chama
atenção de ambientalistas pelo agressivo processo de fabricação, visto que,
libera grandes quantidades de carbono na atmosfera. Dessa maneira, a fibra
de cânhamo destaca-se por proporcionar uma ação contrária.
Por ser mais sustentável, o cânhamo não passa por processos tóxico na
fase de fabricação, além do material absorver carbono e compensar as
emissões feitas pela produção de concreto tradicional. Embora haja muitas
contradições legais em diversos países a respeito da utilização do cânhamo
como um material da construção civil, as pesquisas evidenciam suas boas
características termoacústicas e sustentáveis, tornando assim, os resultados
animadores.
O cânhamo pode ser moldado como painéis fibrosos, chapas, tijolos,
além disso o material pode ser usado como isolante termoacústico, e ainda,
como revestimentos. Em um artigo intitulado “Reforço de um solo com
plasticidade elevada com fibras de cânhamo e estabilização química para
camadas de base e sub-base de pavimentos rodoviários”, os autores Martins,
Antunes e Crucho apresentam um estudo realizado acerca da estabilização de
uma areia argilosa que apresentava grande plasticidade e que se utilizou o
cimento e um reforço com fibras de cânhamo.
Segundo os estudiosos, foi possível verificar que após a aplicação das
fibras de cânhamo houve um aumento na resistência do solo estabilizado, de
maneira que, a introdução dessas fibras contribuiu consideravelmente. Ainda
de acordo com Martins, Antunes e Crucho, os solos que indicam plasticidade
elevada apresentam, de modo contínuo, propriedades inapropriadas para o
material de construção. Assim, a adição de fibras de cânhamo em solos
estabilizados como esse, é uma forma, também, de valorizar este bio-resíduo.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO: NANOTECNOLOGIA

Apresentamos aqui exemplos de algumas aplicações referentes aos


Materiais Avançados. Para isso, utilizamos como base o artigo “A
nanotecnologia na construção civil e suas influências”, apresentado no
Encontro Internacional de Produção Científica em 2017, por engenheiros civis e
de produção, da Universidade Estadual de Maringá.
O Artigo trata dos avanços da construção civil em relação à
nanotecnologia e sua influência nos aspectos e materiais da construção civil,
através de uma pesquisa de revisão com características sistemáticas,
destacando:
• Materiais com adição em produtos como cimento
• Sensores de monitoramento e inteligência,
• Revestimentos de proteção e manutenção,
• Novos aspectos de projetos e condições de infraestrutura,
• Estruturas inteligentes com condições de autorreparação e
reorganização para melhorar desempenho,

A pesquisa observou que no campo dos materiais, influenciados pela


adição de nano compostos desenvolviam um aumento em suas características
que poderiam ser de resistências mecânicas, ductilidade e durabilidade. Com
destaque para o aço, polímeros, concreto, vidro.
Em revestimentos, na proteção contra corrosão, desgaste e
revestimentos considerados autolimpante, aumentando a segurança e redução
dos custos de manutenção.
No campo dos Sensores, indicariam a necessidade que a estrutura
tem de se adaptar a novas condições climáticas, de ventos. Podendo ser
incorporado em rodovias ou revestido em pontes para monitoramento de
processos de deterioração e rachaduras e em alertar para danos estruturais.
Novos projetos despontam, com novos desempenhos e
características de influência nas construções, com novas possibilidades,
principalmente na hierarquização de prioridades de uso.
Novas ferramentas, apresentam uma nova compreensão da
propriedade dos materiais básicos, na utilização de materiais com
características suficientes de resistências, condições de peças mais esbeltas e
design mais útil.
Dentre os nanomateriais com capacidade de melhorar o desempenho
dos materiais da construção civil, destacamos os nanotubos de carbono (NTC)
que apresentam várias vantagens distintas como material de reforço para
compósitos de cimento de alta resistência e desempenho em comparação com
fibras mais tradicionais.
A nanocelulose (derivado do tratamento químico das fibras de celulose)
é outro nanomateria que tem ganhado destaque, devido às suas propriedades
físicas superiores (incluindo baixa densidade e alta relação de aspecto),
características químicas (como sendo funcionalizáveis na superfície) e módulo
de elasticidade axial elevado.
3. CONCLUSÃO
Os materiais inteligentes são materiais que possuem propriedades que
podem ser controladas e alteradas de maneira programável, para responder a
estímulos ambientais, como temperatura, luz, pressão e umidade. Eles têm
uma ampla variedade de aplicações em diferentes setores, como engenharia
mecânica, medicina, indústria automotiva, construção, eletrônica e
aeronáutica/aeroespacial, devido às suas propriedades únicas e capacidade de
adaptação. A pesquisa e o desenvolvimento de materiais inteligentes estão em
constante evolução, abrindo novas possibilidades e aplicações, e é esperado
que eles desempenharão um papel importante no futuro, como no
desenvolvimento de dispositivos inteligentes e sistemas inteligentes para
melhorar a eficiência, segurança e desempenho.
REFERÊNCIAS:

EVANGELISTA, Maria Clara Cavalcante Pinto. PROPRIEDADES MECÂNICAS


DE COMPÓSITOS DE FIBRAS NATURAIS E GESSO. Universidade Federal
do Vale do São Francisco. Engineering Sciences, v.9, n.2, p.146-162, 2021.
DOI: http://doi.org/10.6008/CBPC2318-3055.2021.002.0013 acessado em
09/01/2023, às 22:19h.

FERRAIS, Poliana Pereira. SÍNTESE DE UM COMPÓSITO DE GESSO COM


FIBRA OBTIDA DA Calotropis procera PARA O USO COMO
BIOMATERIAL. Universidade Federal do Vale do São Francisco. Juazeiro,
Bahia, Brasil. 2017.

MARTINS, Filipe. ANTUNES, Vitor. CRUCHO, João. REFORÇO DE UM SOLO


COM PLASTICIDADE ELEVADA COM FIBRAS DE CÂNHAMO E
ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA PARA CAMADAS DE BASE E SUB-BASE DE
PAVIMENTOS RODOVIÁRIOS. Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias. Lisboa, Portugal.

PIRES, Bruno Filipe Santos. DESENVOLVIMENTO DE BIOMATERIAL PARA


ISOLAMENTO TÉRMICO A PARTIR DE RESÍDUO AGROFLORESTAL E
MICÉLIO DE FUNGO. Universidade de Coimbra. Lisboa, Portugal. 2017.

SANTOS; Mariana Oliveira. O CÂNHAMO COMO MATERIAL DE


CONSTRUÇÃO:VIABILIDADE E OPORTUNIDADE. Universidade Fernando
Pessoa. Porto, Portugal. 2013.

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