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Unidade 1

Ato de Comunicação

Introdução

Nesta unidade, trataremos de uma parte bastante teórica sobre a disciplina de


Língua Portuguesa. Iniciaremos com uma breve, objetiva e clara explicação acerca
do significado e da importância dessa matéria para o(a) acadêmico(a), a fim de
esclarecer que todos devem se dedicar aos estudos de tão significativa disciplina.

Em seguida, é importante que você, estudante, compreenda o que é comunicação,


quais seus objetivos e suas finalidades, pois esse é um princípio fundamental para
se compreender a disciplina como um todo. Outro passo que consideramos
importante é a compreensão do que é expressão, suas acepções, seus significados
e suas formas de entendimento. Essa é uma parte fundamental, uma vez que um
dos objetivos da disciplina é formar um(a) usuário(a) competente em relação a
uma comunicação coerente e coesa.

Após colocá-lo(a) em contato com essas definições, passaremos à parte da


definição de qual é o papel do texto verbal e do texto escrito. A intenção é explicar
cada um desses textos, determinando a diferença e as relações de semelhança
entre eles. Consideramos pertinente discorrer sobre a distinção entre as três
tipologias textuais: narrativa, descritiva e argumentativa; pois muitas pessoas não
entendem que esses são textos diferentes, com funções e finalidades específicas.
Não podemos, também, deixar de falar sobre a estrutura de cada um desses
textos, com suas próprias regras.

Caro(a) estudante, esperamos que você consiga se deleitar durante os estudos


desta unidade e, para incentivá-lo(a), encerramos esta etapa com uma frase
instigadora, que está no livro Portos de Passagem, escrito pelo renomado linguista
João Wanderley Geraldi: “Um texto é uma sequência verbal escrita formando um
todo acabado, definitivo e publicado” (GERALDI, 2002, p. 101).

Bons estudos!

O Ato de Comunicação: o que é


A disciplina de Língua Portuguesa é bastante importante para a formação
acadêmica, pois tem o papel de ampliar seu conhecimento, como estudante,
acerca de vários assuntos. Nesta unidade, abordaremos questões relacionadas à
comunicação. Inicialmente, temos que entender o que significa a palavra
comunicação. Uma definição bastante clara é a que está no dicionário (HOUAISS;
VILLAR, 2004, p. 175): “[...] 1 transmissão de uma mensagem; 2 a informação
contida nesta mensagem [...]; 4 exposição, oral ou escrita, sobre determinado tema
[...]”.

A comunicação é um dos meios de expressão do homem e se trata da interação de


informação entre sujeitos e/ou objetos, pois é nesse processo que ocorre a troca
de informações. Em outras palavras, o ato comunicativo presume a existência de
dois sujeitos – locutor e alocutário/ emissor e receptor  –, aquele que emite e
aquele que recebe a mensagem. No entanto, os papéis que os sujeitos assumem no
ato comunicativo, por meio do veículo utilizado, é passível de troca.

Vale pontuar também que se trata de um ato próprio de atividade psíquica, que se
origina da linguagem, do pensamento e do desenvolvimento das capacidades
psicossociais (relação entre o convívio social).

Julgamos importante explicar, do ponto de vista linguístico, o que vem a ser


comunicação. Para isso, adentraremos a história. Um dos maiores estudiosos da
ciência linguística foi Ferdinand de Saussure, um linguista suíço que buscou definir
um objeto de estudo, fato que não havia sido preocupação de outros estudiosos da
área, acarretando, assim, no estabelecimento de uma ciência independente e
autônoma (BORNEMANN, 2011).

De acordo com Rodrigues (2008), todo o conhecimento sobre linguagem


produzido no século XX originou-se da obra Curso de Linguística Geral, publicada
em 1916, na França. A obra deu início aos estudos cientí cos da linguagem,
proporcionando aos estudiosos a de nição do objeto e do método. Trata-se de
uma obra póstuma, fruto da dedicação dos discípulos Charles Bally e Albert
Sechehaye, de Ferdinand de Saussure, que reuniram os cadernos de notas dos
colegas e desenvolveram o livro, propagando a teoria saussuriana para o mundo.

Para reforçar as contribuições de Saussure, consideramos pertinente explicar os


conceitos desenvolvidos na obra Curso de Linguística Geral, destacando as
dicotomias: língua X fala; signi cado X signi cante; sintagma X paradigma;
sincronia X diacronia.

Referente à primeira dicotomia, é importante sabermos que “[...] enquanto a


língua é concebida como um conjunto de valores que se opõem uns aos outros e
está inserida na mente humana com um produto social, a fala é considerada como
um ato individual, pertencendo a cada indivíduo que a utiliza” (DUARTE, s./d., on-
line, grifo nosso), por isso está sujeita a fatores extralinguísticos.

Em relação à segunda dicotomia, Saussure (1996) explica que o signo linguístico é


formado, simultaneamente, pelo signi cado, que se refere ao conceito, e pelo signi
cante, relativo à manifestação material do conceito, à imagem acústica. Podemos
ilustrar essa dicotomia no quadro a seguir:
Essa relação pode ser explicada considerando um objeto como a caneta: o
significado é o mesmo (imagem de caneta), mas, em cada país, há um significante:
pen (inglês), stylo (francês) e penna (italiano), ou seja, existe a arbitrariedade do
signo linguístico, pois ele não é único.

O signo linguístico resulta de uma convenção entre os membros de uma certa


comunidade para determinar significado e significante. Portanto, se um som existe
dentro de uma língua, ele passa a ter significado, algo que não aconteceria se ele
fosse somente um som em si. Então, “[...] afirmar que o signo linguístico é
arbitrário, como fez Saussure, significa reconhecer que não existe uma reação
necessária, natural, entre a sua imagem acústica (seu significante) e o sentido a
que ela nos remete (seu significante)” (COSTA, 2008, p.119).

A respeito da terceira dicotomia,

[...] o sintagma é a combinação de formas mínimas numa unidade


linguística superior, ou seja, a sequência de fonemas se desenvolve numa
cadeia, em que um sucede ao outro, e dois fonemas não podem ocupar o
mesmo lugar nessa cadeia. Enquanto que o paradigma para ele se constitui
de um conjunto de elementos similares, os quais se associam na memória,
formando conjuntos relacionados ao significado (campo semântico)
(DUARTE, s./d., on-line, grifo nosso).

O sintagma é a combinação de palavras que podem ser associadas; portanto, as


palavras podem ser comparadas ao paradigma.

No discurso, os termos estabelecem entre si, em virtude de seu


encadeamento, relações baseadas no caráter linear da língua, que exclui a
possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo. Estes se
alinham um após outro na cadeia da fala. Tais combinações, que se apóiam
na extensão, podem ser chamadas de sintagmas (SAUSSURE, 1995, p.
142).

As relações paradigmáticas se caracterizam pela associação entre um termo de


um contexto sintático. Por exemplo, gato e gado. Quando se juntam as partes
paradigmáticas, ocorre o sintagma. Em geral, as línguas apresentam relações
paradigmáticas ou associativas que dizem respeito à associação mental que se dá
entre a unidade linguística que ocupa um determinado contexto (uma
determinada posição na frase) e todas as outras unidades ausentes que, por
pertencerem à mesma classe daquela que está presente poderiam substituí-la
nesse mesmo contexto (COSTA, 2008, p.121).
Por fim, em relação à sincronia e à diacronia, Saussure apresenta a ideia de um
estudo descritivo e de um estudo histórico, respectivamente, ou ainda, “[...] trata-
se de um estudo da linguagem a partir de um dado ponto do tempo (visão
sincrônica), levando-se em consideração as transformações decorridas mediante
as sucessões históricas (visão diacrônica), como é o caso da palavra vosmecê, você,
ocê, cê, vc” (DUARTE, s./d., on-line).

Para Saussure, “[...] é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático
da nossa ciência, diacrônico tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo modo,
sincronia e diacronia designarão respectivamente um estado de língua e uma fase
de evolução” (SAUSSURE, 1995, p. 96).

Nas palavras de Rodrigues (2008), o linguista Ferdinand de Saussure, ao


desenvolver e organizar essa abstração teórica, suscita um método capaz de
imprimir rigor aos estudos linguísticos, os quais, até então, eram conduzidos pela
subjetividade e/ou pela inadequação metodológica advinda das ciências naturais.

Para finalizar essa parte da unidade, esperamos que você, acadêmico(a), tenha
conseguido compreender que comunicação é algo mais complexo do que se
imagina, pois depende de uma competência profunda dos interlocutores em saber
organizar e codificar, de forma coerente, todas as dicotomias de Saussure.

Contribuindo com essas ideias, vejamos o que diz a autora Schuler (2004, p.11):
“[...] a comunicação está presente em todas as formas de organização conhecidas
na natureza, tanto que se pode afirmar que a única maneira de haver organização
é através da comunicação”.

Uma vez explicado o que é comunicação, passaremos à definição de expressão.


Segundo o dicionário (HOUAISS; VILLAR, 2004, p. 330), expressão é a “[...]
manifestação do pensamento, sentimentos por meio da palavra, gesto, fisionomia,
arte [...]”. Assim sendo, expressão é comunicação, de uma forma mais elaborada,
pois depende de “ferramentas” para complementar sua função diante do que se
quer transmitir.

Podemos afirmar, também, que tanto a comunicação como a expressão são


responsáveis pela organização das ideias do mundo e de sua evolução, uma vez
que uma ideia é o complemento da outra e, juntas, as ideias estruturam o
pensamento e a manifestação linguística.
Novamente, zemos menção à palavra “linguística”, a qual estuda, além dos
conceitos já comentados, o que são os conceitos de língua, linguagem e fala.
Continuando com os pressupostos teóricos saussurianos, veri caremos que são
meios que possibilitam a nós, falantes, a comunicação e a interação com nossos
iguais. Tais pressupostos possibilitam, também, a expressão, o compartilhamento,
a exposição de ideias, de pensamentos e opiniões. Vejamos as de nições a seguir:
Agora que você já sabe o que é comunicação, expressão, língua, linguagem e fala,
vamos à definição do que seja o ato de comunicação. Para isso, você deve
entender o aspecto de comunicação como um processo comunicativo, que age
sobre a sociedade, estabelecendo uma relação entre as pessoas. Talvez seja mais
fácil compreender essa ideia observando o que foi explicado por Greimas e
Courtés (2008, p. 81):

[...] as ações humanas são divididas em dois blocos: o eixo da produção,


quer dizer, a ação dos homens sobre as coisas; e o eixo da comunicação – a
ação do homem sobre os próprios homens, criadora das relações
intersubjetivas e fundadoras da sociedade.

O ato de comunicação é, assim, elaboração, com a intenção de transmitir algo para


alguém; e esse alguém deve ter a capacidade de agir sobre esse algo e de
compreender as relações estabelecidas entre a língua e a linguagem utilizadas. Em
outras palavras, quando se quer comunicação, é preciso observar todos os
elementos que envolvem a transmissão da informação, que possam ser elaborados
em um sistema, todo organizado, para que se tenha sucesso no ato comunicativo.
A partir disso, no próximo tópico, trataremos da diferença entre texto verbal e
texto escrito.
O Texto: o que é?
Neste momento de estudo, trataremos do que é texto. A nal, toda comunicação
precisa de uma elaboração das ideias, que se dá por meio de um texto. Desse
modo, orientados pelos estudos da linguística textual, é imprescindível que
façamos, caro(a) aluno(a), algumas considerações sobre texto e gênero textual.
A respeito dos textos, podemos defini-los, de forma leiga, como o conjunto de
frases e orações que apresentam sentido e estão interligados. No entanto, para o
linguista Marcuschi (2008, p. 72), o texto é, basicamente, “[...] um evento
comunicativo em que convergem ações lingüísticas, sociais e cognitivas”, as quais
são dependentes de fatores extralinguísticos para se fazerem compreender
(NEGRÃO, 2011).

Na mesma esteira, Koch (2003, p. 3) respalda-se na noção defendida por Antos e


Tietz (1997), de que “[...] os textos, como formas de cognição social, permitem ao
homem organizar cognitivamente o mundo”, isto é, trata-se de um elemento que
permite a interação comunicativa entre os receptores (falante/ouvinte – escritor e
leitor), considerando os fatores linguísticos e sociais (NEGRÃO, 2011).

Corroborando a discussão, Dutra e Roman (2009, p. 10) pontuam que existe uma
“[...] complexidade de fatores que estão envolvidos no fenômeno comunicativo

que o texto representa, e que facilmente transcende o nível puramente lexical e


sintático”. Esse pensamento reforça a ideia de que:

[...] o texto não é apenas um emaranhado de termos linguísticos, que estão


dotados de coesão e coerência, mas sim um conjunto de elementos
linguísticos (palavras de diferentes classes gramaticais, elementos de
pontuação etc.) e extralinguísticos (conhecimento social tanto do autor
quanto do leitor do texto) que são essenciais na elaboração e na
interpretação das informações apresentadas (NEGRÃO, 2011, p. 27-28).
Em contrapartida, para Bakhtin (1992), os textos podem dividir-se em gêneros
textuais, os quais são compreendidos como o uso particular do discurso em função
das mais diversas situações de interação social e comunicativa. Em outras
palavras, os textos são produzidos prevendo uma determinada função.

A respeito disso, Marcuschi (2002 apud NEGRÃO, 2011, p. 27-28) expõe que os
gêneros textuais são “[...] composições funcionais, com objetivos enunciativos
realizáveis na interação de aspectos de ordem histórica, social, institucional, [...]
por esse caráter funcional, não constituem uma lista específica, mas sim inúmeras
possibilidades de gêneros textuais”.

Com essas breves definições, caro(a) estudante, ficou bastante claro que o texto é
algo muito mais profundo do que apenas um monte de palavras, pois sempre há
uma intenção no que se escreve e procura-se elaborar essas informações
pensando tanto nos fatores linguísticos (palavras, termos etc.) como nos
extralinguísticos (pessoas, local de veiculação etc.). Em relação a esses fatores, é
preciso estudarmos os chamados “elementos da comunicação”.

Os elementos da comunicação são utilizados para organizar os textos e são


responsáveis por uma comunicação eficaz, desde que sejam corretamente
pensados e estruturados. Uma pergunta, aluno(a): por que você gosta de utilizar
ferramentas de redes sociais para se comunicar? Provavelmente, você terá várias
respostas, que podem estar voltadas à questão da agilidade de comunicação e da
modernização dessa área. Tudo isso se volta para as funções que essas
ferramentas oferecem, mas você saberia responder quais são as escolhas que
você faz quando emite uma mensagem? Qual é a função dessa linguagem utilizada,
a todo o momento, em sua vida?

Analisemos a seguinte situação: uma mãe precisa entrar em contato com seu filho,
mas não consegue falar com ele pelo telefone. Tenta o celular, mas nada feito. Ela
opta pela mensagem nas redes sociais. Que tipo de mensagem ela colocaria em um
lugar como esse? Seria: “Meu filho, preciso falar com você”, se ela for uma pessoa
mais discreta, mais sensata. Caso contrário, ela poderia escrever “Filho, seu
desnaturado, onde foi parar o meu cartão de crédito? Está com você? Já tentei te
ligar, mas não me atende”.
Independentemente de qual seja a mensagem, há uma intenção e uma função em
cada uma das mensagens, considerando o que é pensado, para quem se escreve,
onde, como e com qual intenção se escreve essa mensagem. Isso é o que leva o
autor de determinado texto a fazer as escolhas por alguns elementos.

Sobre a temática abordada, os estudos de Jakobson (2005, p. 82), presentes na


obra Linguística e Comunicação, corroboram nosso estudo.

A linguagem deve ser estudada em toda a variedade de suas funções. Antes


de discutir a função poética, devemos definir-lhe o lugar entre as outras
funções da linguagem. Para se ter uma idéia geral dessas funções, é mister
uma perspectiva sumária dos fatores constitutivos de todo pro­cesso
lingüístico, de todo ato de comunicação verbal. O REMETENTE envia uma
MENSAGEM ao DESTINATÁRIO. Para ser eficaz, a mensagem requer um
CONTEXTO a que se refere (ou “referente”, em outra nomenclatura algo
ambíguo), apreen­sível pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível de
verbalização; um CÓDIGO total ou parcialmente comum ao remetente e ao
destinatário (ou, em outras palavras, ao codificador e ao decodificador da
mensagem); e, finalmente, um CONTATO, um canal físico e uma conexão
psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a entrarem e
permanecerem em comunicação.

Para facilitar o entendimento a respeito do que foi descrito, observe o Quadro 1.3,
a seguir. Toda mensagem, para ter sentido, precisa de um contexto. Além disso, o
contexto só fará sentido se o emissor e o receptor da mensagem tiverem
conhecimento sobre o que foi abordado, ou seja, a informação tem que ser comum
aos dois elementos. Outra observação importante é que o código precisa ser
decifrado por quem recebe a mensagem, no momento em que há o contato com o
texto elaborado, pois o texto só terá alguma função se existirem sujeitos que
interajam com ele; caso contrário, continuará sendo um “papel em branco”.

Você deve estar se perguntando: não existe uma melhor forma de entender esse
processo? Existe, sim! Veja o quadro a seguir:

Código (O que se usa para elaborar)

Receptor (Quem recebe e decodifica)


Canal (Onde se veicula)

(Elabora uma mensagem)


Emissor

(Apresenta o tema e o assunto)


Mensagem

Conseguiu compreender o que são os elementos da comunicação?


Cada um deles tem uma função: o emissor pode ser uma pessoa ou
mais (pode ser, também, um animal) e é responsável por transmitir
a mensagem. Já o receptor é para quem vai a mensagem, também
podendo ser uma ou mais pessoas (ou animais). Além disso, há o
código, que é o responsável por elaborar a mensagem, toda a sua
construção e formatação; é por ele que se escolhe o idioma
utilizado, as imagens etc. Outro elemento importante é a
mensagem, ou seja, exatamente o que se quer transmitir, o
conteúdo, a informação. Por m, há o referente, que é como a
mensagem, porém com uma diferença: diz respeito ao contexto em
si, à situação na qual a mensagem se insere, como se fosse o foco da
mensagem. Vale mencionar que quando a mensagem não é
decodi cada de forma correta pelo interlocutor, ocorre um ruído
na comunicação.

Nas situações de comunicação, alguns elementos são sempre


identi cados e imprescindíveis, isto é, sem eles, pode-se dizer que
não há comunicação. É o que diz a teoria da comunicação. Vejamos
a gura a seguir:
Funções da Linguagem
Agora que você já entende os conteúdos apresentados até aqui, vamos a mais um
assunto importantíssimo: as funções da linguagem, que foram definidas por
Jakobson. Essas funções estão intrinsecamente ligadas aos elementos da
comunicação e é preciso que o usuário da língua consiga identificar isso, para
chegar à interpretação correta da mensagem a ser transmitida.

A função emotiva
Quando falamos em função emotiva, também chamada de expressiva, temos que
nos ater à ideia de que o foco dela está no emissor, pois faz uma relação direta, que
pretende transmitir a emoção e a impressão, para que tal emissor compreenda os
sentimentos do eu-lírico. Um exemplo é o texto a seguir, que traz a letra de uma
música da cantora Ana Vilela.

Trem-bala
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre sabere em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir in nito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso daquele poema sobre acreditar Não é sobre chegar no
topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu pre ro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar

E sim sobre cada momento

Sorriso a se compartilhar

Também não é sobre correr

Contra o tempo pra ter sempre mais

Porque quando menos se espera

A vida já ficou pra trás

Segura teu filho no colo

Sorria e abraça teus pais

Enquanto estão aqui

Que a vida é trem-bala, parceiro

E a gente é só passageiro prestes a partir

Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá

Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá

Segura teu filho no colo

Sorria e abraça teus pais

Enquanto estão aqui

Que a vida é trem-bala, parceiro

E a gente é só passageiro prestes a partir

A função conativa
Outra função de linguagem é a conativa, também conhecida como apelativa.
Normalmente, ela é utilizada em textos publicitários, os quais possuem uma
linguagem dirigida a um determinado público-alvo e costumam conter ordens e
tentativas de convencimento ou sedução. Para Jakobson (2005, p. 125) “[...] a
função conativa, encontra sua expressão gramatical mais pura no vocativo e no
imperativo, que sintática, morfológica e amiúde até fonologicamente, se afastam
das outras categorias nominais e verbais”.

Um bom exemplo é o cartaz “We Can Do It”, cuja tradução signi ca “Nós Podemos
Fazer Isso!”, elaborado por J. Howard Miller, no ano de 1943, para a empresa

americana Westinghouse, com o intuito de elevar o moral dos seus funcionários


durante os esforços desempenhados na Segunda Guerra Mundial.
O objetivo do cartaz era convencer as mulheres a participarem da produção bélica
nas fábricas. A partir daí, essa imagem passou a ser associada à incorporação da
força de trabalho feminino na indústria.

A função fática
Uma das funções mais utilizadas no cotidiano é a fática. Vejamos o que ela signi ca
e, em seguida, um exemplo. A função fática é a troca de conversação entre os
interlocutores, que serve para prolongar o ato de comunicação e para veri car se

o interlocutor está compreendendo, participando da ação. Um exemplo bastante


característico são as conversas ao telefone e, atualmente, ao celular, em redes
sociais, em ferramentas de conversa e encontros, utilizadas pelos aparelhos
eletrônicos, uma vez que o emissor sempre espera uma resposta do receptor.
Vejamos:
A função fática é, então, responsável por manter a conversa entre os
interlocutores, como faz um professor em sala em aula quando pergunta se os
alunos entenderam, se está tudo bem, e os estudantes respondem com sim ou não.

A função metalinguística
A metalinguística pode ser entendida como a linguagem que fala dela própria, ou
seja, por meio da descrição do ato de falar e/ou escrever; por exemplo: as peças
teatrais que abordam o teatro, um verbete de dicionário sobre o signi cado de
dicionário etc. Assim, a linguagem torna-se objeto de análise do próprio texto. O
conto Sobre a escrita…, de Clarice Lispector, é um exemplo da função
metalinguística, pois trata do processo e da experiência de escrita.

Sobre a escrita…

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.

Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de
comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e
fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma ideia.
Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de
pensar o meu sentimento.

Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais no invólucro dos nossos
pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identi cável por uma extrema
simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo – é por esconderem outras palavras.

Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la?
Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser
pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é
exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi
em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a
eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida. As
palavras é que me impedem de dizer a verdade.

Simplesmente não há palavras.

O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo. Acho que o som da música é
imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música,
duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e
vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes.

Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e
que fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no
ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor
acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo
homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma
aurora.

Simplesmente as palavras do homem.

Nessa função, o foco da mensagem é o código, tanto linguístico (escrita e/ou


oralidade) quanto extralinguístico (música, cinema, pintura, fotogra a, dentre
outros). Quando o emissor preocupa-se com o código, acaba produzindo a
metalinguagem. A obra As Meninas, de Diego Velázquez, é um exemplo de
metalinguagem. Trata-se de uma pintura moderna muito intrigante e polêmica, em
decorrência da presença do pintor no quadro, como em um efeito de espelho.
Vejamos:
O pintor Diego Velázquez pinta a si próprio e seu ato de pintar uma tela,
constituindo, assim, uma metalinguagem.

A próxima função, explicada pelo próprio nome, no tópico a seguir, talvez seja a
mais fácil de se compreender, tendo em vista que a função poética se refere à
preocupação com a forma e com a estrutura de uma mensagem, tendo foco nas
palavras, nas rimas, em poemas, na utilização de imagens etc.

A função poética
Ao estudar a função poética, caro(a) acadêmico(a), é preciso pensar em uma ideia
artística, pois o que importa aqui é a situação “estética” da mensagem. Assim
sendo, importam as escolhas minuciosas da estrutura da mensagem, tanto da
linguagem verbal como da não verbal, bem como das cores, das formas, da
posição, da fonte, ou seja, de tudo o que serve para chamar a atenção do receptor.

Temos como bons exemplos os poemas, principalmente os sonetos, que têm uma
estrutura xa, ou seja, uma quantidade de versos e estrofes (2 quartetos e 2
tercetos), bem como rimas, ao nal de cada verso. Vejamos o exemplo:

Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dêle se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, m de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, pôsto que é chama

Mas que seja in nito enquanto dure.


Função referencial
A função referencial ou denotativa tem por intuito transmitir uma mensagem de
forma objetiva, sem dar juízo de valor, sem interpretações do autor,
preocupando-se, apenas, em relatar algo. Normalmente, essa função é
predominante em textos jornalísticos e cientí cos. Veja, a seguir, um exemplo
dessa função:

A função referencial, basicamente: faz uso de linguagem denotativa; o discurso na


terceira pessoa do singular ou do plural é o predominante; e o texto comunica de
forma objetiva e isento de subjetividade/emoção.

É importante destacar, a respeito das funções da linguagem, que todos os textos


possuem mais de uma função; porém, o importante é que você saiba identi car
qual é a função principal/predominante.

Todo o conteúdo que foi discorrido até aqui teve o propósito de preparar você
para aprender sobre noções de texto e escrita. Para dar continuidade a isso,
passaremos à explicação das três artes de tecer textos, que são as tipologias
textuais narrativas, descritivas e argumentativas (dissertativas).

Os Textos Narrativo, Argumentativo e


Descritivo
A arte de narrar nada mais é do que costurar uma sequência de fatos
(acontecimentos) em que as personagens se movimentam, combinando o tempo e
o espaço em que tudo acontece. A narração é um texto focado na ação, chamada
de con ito, que envolve as personagens. É preciso lembrar que esse tipo de texto
possui elementos bastante necessários para a estruturação, que são: narrador,
enredo, personagens, espaço e tempo. Tais elementos estão descritos no quadro a
seguir:
“O narrador cumpre a função de uma voz fundamental no texto narrativo
e que, além disso, é o agente de um processo de focalização que afeta a
história narrada” (FRANCO JR., 2003, p. 40). Quando o texto é narrado em
Narrador 1ª pessoa, trata-se de narrador-personagem, pois faz parte da história,
como uma das personagens. Narra-se em 3ª pessoa quando se trata de
alguém que narra a história que observa, mas não faz parte dela, o que
chamamos de narrador observador ou onisciente.

Enredo “É o modo como uma história é construída por meio de palavras e,


portanto, organizada sob a forma de texto” (FRANCO JR., 2003, p. 37).
Chamamos também de intriga, trama ou ação. O enredo compõe-se dos
acontecimentos que ocorrem em um determinado tempo e espaço e que
são vivenciados pelas personagens. As ações seguem-se umas às outras
por encadeamento, encaixe e alternância.

“A representação dos seres que movimentam a narrativa por meio de suas


ações e/ou estados” (FRANCO JR., 2003, p. 38). Há o protagonista, que é o
principal, em torno de quem toda a história gira, ou seja, o herói. O
Personagens
antagonista procura impedir a personagem principal de alcançar os seus
objetivos. Ainda, existem as personagens secundárias, que fazem parte da
história para darem a ela um sentido mais coerente.

“O espaço compreende o conjunto de referências de caráter geográ co e/


ou arquitetônico que identi cam o(s) lugar(es) onde se desenvolve a
Espaço história. Ele se caracteriza, portanto, como uma referência material
marcada pela tridimensionalidade que situa o lugar onde personagens,
situações e ações são realizadas” (FRANCO JR., 2003, p. 45).

Há o tempo cronológico e o tempo psicológico. O primeiro apresenta


dados sobre os acontecimentos em que os fatos ocorrem; e o segundo é
Tempo
uma espécie de tempo de memórias, de relembrar casos do passado, como
se fosse um feedback.

Podemos classi car a narrativa em gênero (épico, lírico e dramático) e em tipo


(romance, novela, conto, crônica, fábula etc.). Além disso, a narrativa possui os
elementos básicos de composição (enredo, personagens, tempo, espaço e
narrador), os quais só terão sentido quando conduzidos por um tema (ideia em
torno do qual se desenvolve a história – do que se trata a história?); um assunto
(concretização do tema – como o tema aparece desenvolvido no enredo?); e uma
mensagem (conclusão que se pode tirar da história) (GANCHO, 2002 apud ALVES;
BATTAIOLA; CEZAROTTO, 2016, p. 6-7).

Quanto à ordem das informações, é interessante que elas estejam dispostas da


seguinte forma:
Caro(a) acadêmico(a), temos certeza de que você gosta de conversar com as
pessoas, abordar temas do presente e do passado e trocar experiências. Isso nada
mais é do que contar uma história de forma narrativa, como ocorre no texto
exposto a seguir:

FÁBULA XXXVII

O rato da cidade e o do campo

Um rato que morava na cidade foi dar um passeio ao campo. Recebeu-o e agasalhou-o um
amigo que o levou para os seus palácios subterrâneos, e deu-lhe um banquete de ervas e
raízes. Maldizendo em presença de tais iguarias a louca lembrança do seu rústico passeio, o
rato da cidade, obrigado a jejuar, disse por m:

– Amigo, tenho dó de ti; como te podes resignar a semelhante passadio? vem comigo para a
cidade, verás o que é fartura, o que é viver”.

O outro aceitou. À noitinha estavam ambos em uma bela e rica residência, em bem provida
despensa; queijos, lombos, o perfumado toucinho, tudo os incitava; desforrando-se de sua
longa dieta, o rato do campo regalava-se. Súbito range a porta, entra o despenseiro: vem com
ele dois gatos. O rato da casa achou logo o seu buraco; o hóspede, sobressaltado, pulando de
prateleira em prateleira, mal escapou com a vida, e despedindo-se do amigo:

– “Adeus, camarada”, disse, “ cai-vos com as vossas farturas; mais vale magro e faminto no
mato, do que gordo na boca do gato”.

MORALIDADE: Sem sossego de espírito, de que valem os outros bens?

Lembre-se:

Quando dissertamos, estamos expondo e apresentando informações, bem como


informando. No entanto, não há defesa de opinião.
Quando argumentamos, estamos defendendo um ponto de vista, tentando
convencer o leitor, bem como tentando trazer credibilidade com as informações
apresentadas.

Normalmente, os textos argumentativos seguem uma estrutura bastante peculiar.


Eles são divididos em quatro partes, sintetizadas no quadro a seguir:

Para car mais claro, veja, na sequência, um exemplo de texto dissertativo-


argumentativo:
Alienação Comercial
Atualmente o mundo vem sofrendo uma profunda e vasta in uência por parte de grandes
corporações globais a m de persuadir as pessoas a consumirem diferentes produtos e isto, o
processo de persuasão, vem sendo mirado nas pessoas desde cedo, ainda criança, num forte
sistema de alienação comercial. A revista “Superinteressante” fez uma matéria mostrando o
quanto as pessoas estão consumindo produtos desnecessários, que além de prejudicar
gradativamente o meio-ambiente, estão conturbando a mente e formação das crianças devido
às massivas formas de publicidade infantil. Alguns países, como Noruega, já proíbem
publicidades infantis, visando assim um estilo de vida mais saudável para as pessoas. Em
outros lugares, ativistas e ONGs estão em um cabo de guerra com as empresas e agências de
publicidade para discutir os limites éticos da propaganda. As ONGs criticam o modo como a
publicidade chega às crianças. Fato é que as crianças estão sendo bombardeadas com
publicidade, a qual usa propagandas para afetar o psicológico infantil e criar adultos
consumidores compulsivos de suas marcas, trazendo também um prejuízo para o meio
ambiente. Nesse jogo, as crianças são como peças-chave para o comércio. O Brasil, seguindo
regras e acordos com empresas publicitárias, sociedade e governo, deve, pelo bem humano e
mundial, estabelecer leis claras, seguras e xas sobre a publicidade infantil, quebrando assim
essa alienação precoce de crianças.

É importante esclarecer que um texto argumentativo pode estar tanto na primeira


quanto na terceira pessoa, dependendo da intenção do emissor, relacionada à
função do texto que ele quer escrever.

O terceiro tipo de texto é o descritivo, que consiste em absorver as características


e os detalhes, as informações mais minuciosas do que se pretende descrever.
Raramente há um texto puramente descritivo, uma vez que, na maior parte das
vezes, ele está nas outras tipologias, compondo histórias e ideias.

Tente entender, caro(a) acadêmico(a), que essa construção é como se desenhasse a


cena para o leitor, descrevendo as características dos objetos, das personagens,
dos lugares etc. O texto descritivo apresenta algumas características:

Um exemplo de texto descritivo pode ser visualizado no excerto de Dom


Casmurro, de Machado de Assis. Veja, caro(a) aluno(a), que a descrição ocorreu em
um romance, um texto narrativo, para caracterização de uma personagem.
a) Descrição objetiva
- Aproximação com a realidade;
- Linguagem clara, objetiva, realista e denotativa;
- Descrição precisa do ser/objeto;Isenção de opiniões e sentido
duplo.

“[...] Todo eu era olhos e coração, um coração que desta vez ia sair, com certeza, pela boca fora.
Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta forte e cheia, apertada em um
vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas
atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e
grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de
alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de
toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as limpas e sem mácula. Calçava
sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos” [...].

Antes de iniciarmos a nova unidade, daremos uma breve explicação a respeito de


um ponto importantíssimo, que engloba as questões de coesão e de coerência
textual, as quais precisam estar presentes nos textos produzidos,
independentemente de qual esfera for utilizada na produção de tais textos.

A coesão é responsável pela organização textual, no sentido de unidade formal,


em que é preciso se preocupar com os elementos linguísticos que fazem a
articulação das ideias. Está diretamente relacionada ao uso dos elementos
gramaticais linguísticos, ou seja, à escolha das palavras.

A coerência, por sua vez, é o que podemos chamar de lógica do texto, diretamente
relacionada à uniformidade de sentido. Também depende das palavras; porém,
para que um texto tenha coerência, os elementos de coesão devem ser
corretamente empregados.

Finalmente encerramos o assunto desta unidade com a exempli cação dos tipos
textuais, fazendo uma ligação com todo o conteúdo trabalhado e começando a
encaminhar o conteúdo que será estudado na próxima etapa.
Atividade
Leia o verbete a seguir:

“co·mu·ni·ca·ção
sf

1 Ato ou efeito de comunicar(-se).


2 LING Ato que envolve a transmissão e a recepção de mensagens entre o transmissor e o receptor,
através da linguagem oral, escrita ou gestual, por meio de sistemas convencionados de signos e
símbolos.

3 O conteúdo da mensagem transmitida.


4 Transmissão de uma mensagem a outrem [...]” (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2019, on-line).
A partir da leitura do verbete anterior, ca evidente que a comunicação é um processo de troca de
informações que envolve alguns elementos importantes. Assim e considerando os conteúdos
estudados no livro da disciplina, analise as a rmativas a seguir sobre os conceitos de comunicação:
I. O canal refere-se ao local onde/por onde a mensagem será transmitida, por exemplo, um celular.

II. A comunicação é constituída por cinco elementos inseparáveis: emissor, receptor, código, canal e
contexto.
III. A mensagem diz respeito às representações verbais e não verbais do conteúdo que será entregue
ao receptor.
IV. A comunicação ocorre a partir do momento em que o interlocutor compreende a mensagem
transmitida pelo locutor.
Está correto o que se a rma em:

I, apenas.

I e II, apenas.

II e III, apenas.

II e IV, apenas.

I, III e IV, apenas.


Atividade
Leia o trecho a seguir:

“A Teoria da Comunicação, proposta por Roman Jakobson, enuncia que, no ato de comunicação, há
um emissor que envia uma mensagem a um receptor, usando o código para efetuá-la. Esta, por sua
vez, refere-se a um contexto (ou um referente), até mesmo para ser e caz. A passagem da emissão
para a recepção faz-se através do suporte físico, que é o canal. Dessa forma, a linguagem
desempenha seis funções: emotiva, poética, conativa, metalinguística, referencial e fática”
(DORETTO; BELOTI, 2011, p. 92).

A teoria e o método de crítica literária para textos narrativos e poéticos, desenvolvidos por Roman
Jakobson, são conhecidos como formalismo. Porém, quando Jakobson debruçou-se nos estudos da
linguagem, corroborou para a criação do estruturalismo linguístico. Para o pensador russo, as
ferramentas para a compreensão da linguagem consistiam na separação da linguagem em elementos
e no estabelecimento de suas funções. Considerando essas informações e o conteúdo estudado,
analise as a rmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):

I. ( ) As notícias são exemplos de função referencial, as quais costumam ser objetivas e sem a
subjetividade do sujeito.
II. ( ) A função poética, também chamada de emotiva, tem por objetivo emocionar o receptor.
III. ( ) Presente em textos publicitários, a função conotativa tem por intuito convencer, aconselhar e
dar ordens ao leitor.
IV. (  ) A função expressiva foca no emissor e é portadora de subjetividade.

V. ( ) A função metalinguística costuma explicar um código utilizando o próprio código.


Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

V, V, F, V, V.

F, V, F, V, F.

F, F, V, V, F.

V, F, V, V, V.

V, V, F, V, F.
Atividade
Leia o trecho a seguir:

“Diversas categorias de texto podem ter características comuns. Este é o caso, por exemplo, de todas
as categorias de texto que têm o tipo narrativo como necessariamente presente em sua composição
e como dominante e entre as quais podemos citar: romance, conto, novela, fábula, parábola, apólogo,
mito, lenda [...]. Todos esses gêneros vão ter em comum características de narração, mesmo que
realizadas de diferentes formas. Sempre haverá, todavia, características que permitam distingui-los
entre si [...]” (TRAVAGLIA, 2007, p. 40-41).
O texto narrativo costuma contar uma história por meio de uma sequência de fatos. Ao narrar os
acontecimentos, apresentam-se ao leitor os envolvidos, o contexto, onde e quando os fatos
aconteceram etc. Assim, e considerando os conteúdos estudados no livro da disciplina, analise as
a rmativas a seguir sobre o texto narrativo:

I. Além do protagonista e do antagonista, há outra classe de personagens, chamados de secundários.


II. O narrador-observador é aquele que conhece a história, porém não participa.

III. Nos textos narrativos é predominante o uso do espaço físico e do tempo cronológico, extinguindo
o psicológico.
IV. Pode-se considerar o desfecho como uma solução do con ito produzido pelas ações das
personagens.
V. As personagens podem ser caracterizadas pelos seus atributos físicos, bem como por suas
características psicológicas.
Está correto o que se a rma em:

II e IV, apenas

I e II, apenas

I e IV, apenas

I, II, IV e V, apenas.

II, III e V.

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