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MEDIAÇÃO SANITÁRIA

João Victor Ribeiro Benício

Direito - UFCG

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2
METODOLOGIA ...................................................................................................................... 3
RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................. 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO

De início, é importante conceituar do que se trata a mediação, sendo um processo


voluntário para partes que estão vivenciando uma situação de conflito, tendo a oportunidade e
o espaço adequados para conseguir buscar uma solução que atenda a todos os envolvidos.
Assim, a mediação é um procedimento estruturado, não tem um prazo definido e pode terminar
ou não em acordo, pois as partes têm autonomia para buscar soluções que compatibilizem seus
interesses e necessidades.
Teve seu início em tempos remotos, sendo disposto por diversos autores que seu início
foi identificado na Bíblia, contudo é viável cogitar que existia antes mesmo da história escrita.
Foi utilizada há centenas de anos na China e no Japão como forma primária de resolução de
conflitos, tendo como elemento comum a busca pela paz e harmonia em meio ao conflito.
No Brasil a tradição legislativa contempla diversas previsões sobre conciliação desde
tempos remotos; a partir da década de 90, porém, regras esparsas passaram a mencionar a
mediação especialmente na área trabalhista. Apesar de sua baixa aplicabilidade, a sensibilização
sobre a pertinência da mediação começou a ser sentida por força de diversas contribuições
doutrinarias.
Embora tenha havido movimentos em torno de projetos de lei, como sua promulgação
não logrou êxito, o plano normativo existente é pautado pela Resolução n. 125 do Conselho
Nacional de Justiça, que data de 2010. Há experiências concretas na seara privada e no plano
judicial, já que alguns Tribunais instalaram programas de mediação.
Atualmente, no Brasil, o Poder Judiciário tem sido extremamente demandando por
diversas vezes com o objetivo de dirimir as lides ocorridas no tocante a saúde, levando ao
excesso de ações demandadas. Assim, a mediação sanitária vem sendo utilizada para dirimir
essas lides apresentadas ao Poder Judiciário, diminuindo o lapso temporal para resolução da
questão e vem como uma opção mais econômica tanto para as partes, quanto para o Estado.
Diante disso, a mediação sanitária vem como uma perspectiva de desjudialização, de
tais problemáticas relacionado ao direito fundamental a saúde. Portanto, buscou-se reunir
fontes bibliográficas com o prpósito de responder ao seguinte problema de pesquisa: Como a
mediação sanitária pode contribuir para a desjudicialização?
Esse resumo tem como objetivo desenvolver e demostrar uma ideia de
desjudicialização, encontrando alternativas para a resoluções dos conflitos, sem a necessidade
de demandar judicialmente, empacando ainda mais o poder judiciário, que é tão defasado
materialmente. Efetivando ainda mais o direito a saúde da qual é direito pleno do indivíduo
disposto na Constituição Federal.
Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre esse novo instituto jurídico da mediação.
Para tanto foram consultados bancos de dados disponíveis na internet, como artigos científicos
e algumas obras disponibilizadas. Foi utilizado também dois diplomas legais, a Lei 13.105/2015
(Novo Código de Processo Civil) e a Lei 13.140/2015 (Lei da Mediação), para um maior
embasamento teórico.
METODOLOGIA

De acordo com Demo (2000), a pesquisa é a fabricação de conhecimento, sendo assim,


um meio de aprendizagem, tendo o princípio científico e o educativo sendo parte integrante de
todo processo reconstrutivo de conhecimento.
A finalidade da pesquisa é “resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a
utilização de procedimentos científicos” (BARROS; LEHFELD, 2000a, p. 14) e a partir de
interrogações formuladas em relação a pontos ou fatos que permanecem obscuros e necessitam
de explicações plausíveis e respostas que venham a elucidá-las. Para isso, há vários tipos de
pesquisas que proporcionam a coleta de dados sobre o que desejamos investigar.
Devido o uso de uma revisão de literatura com base em fichamento de livros, foi
utilizado a abordagem qualitativa para tratamento dos dados devido à interpretação que se fará
acerca das fontes bibliográficas exploradas. A base da pesquisa é através de literatura, por meio
de obras e artigos disponibilizadas na internet.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este resumo teve como objetivo trazer a tona o instituto que ainda é pouco utilizado no
Brasil, a mediação sanitária, que possibilita transformações na qualidade de vida dos cidadãos,
sendo de grande valia para a mehoria da condição de vida em nível individual e social, sendo
um ideal de cidadania, conforme indica Luis Alberto Warat em sua obra, onde dispõe que é um
ato de cidadania e de Direitos Humanos a possibilidade de humanizar a relação uns com os
outros, principalmente com o instituto do Direito da mediação.
Reitere-se, por oportuno, que a ideia de desjudicialização não se trata de medida apenas
com vistas a desonerar o erário e contribuir ao desafogo do Judiciário, mas principalmente de
concretizar o direito à saúde como proposto na Constituição Federal de 1988 e nas normas
legais que se seguiram.
E para isso clareiam-se alguns caminhos, cuja premissa parece ser o necessário diálogo
de diversos atores, dentre eles sociedade civil, gestores públicos, médicos, defensores públicos,
juízes, promotores de justiça e advogados públicos, os quais devem se mostrar comprometidos
a impulsionar uma atuação estatal ampla e voltada à realização de um direito à saúde que
abarque especialmente a parcela mais desamparada da população.
Dessa forma, a prática da mediação sanitária consiste na atuação de órgãos como a
Defensoria Pública e o Ministério Público, principais responsáveis pelo acesso à justiça da
parcela mais carente da população (e que mais se utiliza da saúde pública em detrimento da
saúde suplementar), e os órgãos responsáveis pela promoção e distribuição dos mecanismos de
saúde no setor público, como as Secretarias de Saúde municipal e estadual, os gestores de saúde
e os representantes dos estados, municípios e da federação.
O instituto tem como finalidade promover o diálogo entre o indivíduo, ou, em alguns
casos, o coletivo, e os responsáveis pela distribuição do serviço ou medicamento a ser pleiteado,
primando-se pela construção da dialeticidade ainda no campo administrativo, evitando a
litigação
Foi inserido no ordenamento jurídico brasileiro o microssistema normativo de métodos
adequados de tratamento de conflitos composto pelas Leis nº. 13.105/2015 (Código de Processo
Civil), nº. 13.140/15 (Lei de Mediação), nº. 9.307/96 (Lei de Arbitragem), pela Resolução CNJ
nº. 125/2010, Resolução CNJ nº.326/20 e Recomendação nº. 100/2021, o qual prioriza a solução
consensual dos conflitos (CNJ, 2021).
Assim, a Mediação Sanitária trabalha na perspectiva da tríade: Direito, Saúde e
Cidadania, por acreditar que é possível a convergência do diálogo entre eles (Sistema de Saúde
x Sistema Judicial). (ASSIS, 2015, p.4)
A mediação sanitária responde a dados conflitos como aqueles ocorridos entre médico
e pacientes, o ‘SUS’ e seus usuários e os entes federados (municípios, estados e união) entre si.
Assim, possibilita um menor número de processos judiciais, sendo uma proposta reformadora,
moderna, democrática e solidária.
Dois exemplos do uso desse instituto, tem sido o Ministério Público de Minas Gerais e
na Defensoria Pública do Distrito Federal, na qual os dois órgãos dispõem de setores de
mediação sanitária, onde ocorrem mediação entre pacientes usuários do SUS e os gestores das
redes públicas, reuniões, conciliações com o intuito de dirimir os problemas.
Diante de tudo que já foi exposto fica claro e evidente o importantíssimo uso desse
instituto nas relações entre as partes, que além de minimizar as lides que chegam ao poder
judiciário, efetiva o direito a saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como a Mediação


Sanitária está sendo de muitíssima importância tanto para diminuir os processos ajuizados
perante o Poder Judiciário quando para efetivar o direito fundamental a saúde de forma célere.
De um modo geral, ficou claro que apesar da grande importância e de seus benefícios,
esse instituto ainda não tem sido utilizado em sua total completude. Apesar de ter estados
brasileiros que implementaram e tiveram grande resultados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Distrito Federal, sendo um programa multidisciplinar, abrangendo diversos
órgãos dos três poderes.
Desta forma, fica claro que o Poder Judiciário não pode ocorrer de forma solitária nas
questões da saúde, sendo imperioso a participação dos outros poderes e seus órgãos, e também
é importante salientar a importância da população ter a ciência de tal instituto e procura-lo para,
ao menos, tentar resolver suas lides.
O sistema múltiplas portas de solução de conflitos, que determina que os conflitos
podem ser solucionados por diversas formas igualmente eficazes, desponta como alternativa
em meio à crise a saúde que o Brasil enfrenta em sua atualidade, sendo a Mediação, uma das
soluções.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília: Senado Federal, 2022
Resolução de disputa (Direito) – Brasil. 2. Negociação – Brasil. 3. Mediação –
Brasil. 4. Arbitragem e sentença – Brasil. I. Lorencini, Marco Antônio Garcia Lopes.
II. Silva, Paulo Eduardo Alves da.
A Mediação Sanitária como alternativa viável à judicialização das políticas de
saúde no Brasil - Maria Célia Delduque, Eduardo Vazquez de Castro - SAÚDE
DEBATE | rio de Janeiro, v. 39, n. 105, p.506-513, ABR-JUN 2015
Fundamentos da metodologia científica / Marina de Andrade Marconi, Eva Maria
Lakatos. - 5 ed. - São Paulo: Atlas 2003
A CONTRIBUIÇÃO DA MEDIAÇÃO SANITÁRIA PARA A DESJUDICIALIZAÇÃO
DO DIREITO À SAÚDE - Marco Túlio Thomé da Cruz1,Brunna Agostini De Nez2 -
V Seminário Internacional de Direitos Humanos e Democracia.
Soares A, Guimarães Frota Cordeiro R. Mediação Sanitária: método alternativo de
solução de conflitos no SUS*. Bepa [Internet]. 28º de junho de 2022 [citado 28º de
novembro de 2022];15(171). Disponível
em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37780
DE ASSIS, Gilmar. Mediação Sanitária: direito, saúde e cidadania. Revista
Tendências em Direitos Fundamentais: Possibilidades de Atuação do Ministério
Público, volume 1 / Conselho Nacional do Ministério Público. - Brasília: CNMP,
2015.p. 29-36.

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