You are on page 1of 8

2ª semana

Narrativa reflexiva

Rute Isabel da Silva Pestana


3º ano, nº 20226
 2ª semana de observação

As atividades da semana, tiveram a continuidade da semana da alimentação


saudável onde o corpo humano teve continuação. Observei alguma curiosidade
por parte de algumas crianças neste assunto abordando a educadora com algumas
perguntas que foram posteriormente colocadas num cartaz e expostas na sala.
Durante a manhã foi pedido que terminassem o desenho do corpo humano,
dando continuidade à atividade da semana anterior, nesta atividade observei com
algum cuidado o tipo de desenho que cada um ia fazendo e como o esperado, o
grupo está em fases de desenvolvimento da motricidade fina diferentes.
A educadora não tem o hábito de andar pela sala e observar o que as crianças
fazem, eu por outro lado, considero importante circular pela sala e observar. Nesse
sentido, considero o desenho uma forma de comunicação muito eficaz, abordei
algumas crianças durante a prática da atividade para perceber o que estavam a
desenhar e porquê pois é através do desenho que as crianças conseguem se
expressar e criar habilidades motoras, passando por fases que contribuem para o
amadurecimento dos desenhos infantis. É de extrema importância que nesta fase
o educador/a não olhe para o desenho na expectativa de obter o resultado que é
expectável para o adulto, pois isso pode destruir a pureza e beleza do desenho
infantil. Nunca se deve nem elogiar demais pois trás um peso adicional á criança
onde ela irá querer repetir o feito para obter o elogio, nem desmotivar a criança,
fazendo comparações com outros desenhos de colegas, deve sim estimular a
continuidade da expressão artística dando espaço á criança para que ela se
manifeste.
Segundo Piaget, é na fase pré operatória (2-7 anos) que as crianças
demonstram extremo prazer pelo desenho, onde o desenho se denomina de pré
esquematismo. Aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e
realidade e a figura humana torna-se um conceito que depende do seu
conhecimento.
Quanto á utilização de cores, pode usar, mas dependerá do interesse emocional
da criança como se pode verificar nos desenhos aqui representados.
Representação da figura humana

Figura 5- o F desenhou o colega M


Figura 1- a L desenhou a família

Figura 2- o R fez um auto retrato monocromático


Figura 6- desenho monocromático preto

Figura 3- dimensões deproporcionais

Figura 7- desenho de grande dimensão

Figura 4- desenho de dimensão reduzida


Interpretação do desenho aos olhos da Psicologia

O desenho infantil e a sua interpretação, é um conceito extremamente abstrato


que requer cuidado na sua avaliação. Assim, gostaria de salientar que apenas os
profissionais da área da psicologia infantil, estão habilitados a interpretar os
desenhos infantis ao promenor. Posto isto, a minha contribuição tem como principal
objetivo, desmistificar o que o desenho da criança pode transmitir de acordo com
a psicologia e retirando alguns aspetos importantes que os psicológos consideram
como traços de personalidade da criança de acordo com o que desenham.
É habitual os adultos ao olharem para o desenho da criança, fazerem alguns pré
julgamentos como por exemplo: em relação ao traço (garatujas demasiado infantis
para a idade); as cores usadas (quando pintam com cores que não correspondem
ao mundo real ou quando usam uma só cor), ou mesmo em relação às dimensão
do desenho (demasiado grandes ou pequenos ou figuras desproporcionais).
De acordo com alguns psicólogos como Freud e Piaget, a criança passa por
processos de desenvolvimento e é importante respeitar a fase de maturidade
cognitiva e motora da criança. O psicólogo quando vai interpretar o desenho da
criança tem em consideração alguns elementos usados tais como: as cores, o
posicionamento, o tamanho e o traço.
O uso de uma só cor, pode representar falta de criatividade ou preguiça (fig. 2);
a dimensão do desenho varia se é grande ou pequeno. Uma criança que faz um
desenho grande (fig. 5) é uma criança que se sente segura e confortável, desenho
pequeno (fig. 4) representa crianças com pouca confiança, muito reflexiva e
insegura, que necessita de pouco espaço para se expressar; em relação à pressão
e ao traço exercido no papel, há crianças que ao desenhar formas ou mesmo a
pintar, tendem a furar a folha, isto demonstra que a criança precisa de gastar
energia ou que se encontra em stress se o desenho tiver um traço ténue, resulta
de falta de vontade ou fadiga.
Apesar de ser algo simples que todas as crianças gostam, o desenho revela
muito mais do que cores ou traços, revela uma forma de comunicação e de
expressão. (Informações retiradas do site : http://ibpc.net.br/ autor conhecido)
 Atividade de Música

Às quintas feiras de manhã, as crianças têm a atividade de música com uma


professora contratada pela associação de pais.
A entrada da professora na sala não suscitou grande entusiasmo por parte das
crianças, ficando algumas a terminar o desenho que estavam a fazer, o que me
deixou um pouco apreensiva em relação á atividade musical.
Durante a atividade a professora manteve um discurso totalmente desadequado
para a faixa etária comunicando através de metáforas e ironias sempre com ar
sério para com as crianças, chegando até a retirar algumas crianças durante a
atividade, colocando-as de castigo por motivos ao qual as crianças estavam
alheias (observo que é uma prática recorrente dos adultos). Pude observar durante
a atividade de música que as crianças não têm qualquer liberdade para se
expressar nem expor as suas ideias, sendo obrigadas a estar sentadas, fazendo
movimentos ao som da música, como não têm a oportunidade de se expressar, ou
criar música em sala de aula, isto faz com que estas percam a oportunidade de
desenvolver o gosto e a compreensão da música e a criança é vista como não
tendo talento algum.
Não existe motivação por parte da professora nem esforço para que o grupo fique
motivado é tudo mecanizado. sem abertura para a criatividade.
Uma das problemáticas de hoje é que as aulas de música ficam muito aquém do
que é o ideal e expectável, os professores são muitas vezes obrigados a seguir os
programas estabelecidos para a disciplina em que apenas é ensinado o básico, ou
seja, algumas explicações superficiais e notas musicais. Os adultos apenas
ensinam ás crianças aquilo que consideram ser valioso (Gordon, E. Edwin., p.13).
 Reflexão da semana

Durante esta semana de estágio, observei que as crianças têm algum receio de
falar quando a educadora coloca uma questão, quando respondem é a medo,
talvez pelo facto de serem repreendidas quando dizem algo que não vai de
encontro ao que a educadora perguntou, ou não usam o vocabulário mais
adequado e a educadora não consegue retirar a informação necessária ao
solicitado.
De facto, é importante que as crianças sejam incentivadas ao uso da linguagem
oral de forma a adquirirem as competências de expressão e comunicação oral.
Deste modo, considero ter uma abordagem totalmente diferente da praticada pela
educadora, as crianças sentem-se mais confiantes nelas mesmas para se
expressarem, aliás, nas minhas observações relato que não existe afeto linguístico
nem fisico por parte dos outros adultos que convivem com o grupo e talvez por isso
me vejam como uma pessoa mais carinhosa, afável e aberta a ouvi-los.
É no meu ponto de vista, muito importante este contacto com as crianças para
que elas sintam que estão num lugar seguro e que podem ser elas mesmas sem
que alguém as critique por serem quem são, que lhes dêem voz para
demonstrarem o que sentem e o que gostam.
Tinha boas expectativas em relação á atividade de música por ser um momento
que as crianças por norma gostam muito. Momento para se libertarem,
expressarem, cantarem, dançarem, o que não aconteceu. Fiquei bastante
desiludida, não pela professora em questão, mas pelas crianças, a atividade é
demasiado robotizada, com esquemas e sequências repetitivos sem que aja
abertura para que as crianças usem a sua criatividade.
Outro aspeto que tenho observado nestes quatro dias de estágio, é o facto das
crianças serem colocadas muitas vezes de “castigo” por não cumprirem as regras
ou por fazerem algo que a educadora considera inadequado, assim, a técnica
usada pelos adultos, é isolar a criança em questão mandando-a sentar numa
cadeira sozinha, estar quieta a olhar para a frente. Na sala estão afixadas as regras
da sala, mas não são abordadas nem dialogadas ao longo do dia (durante os dias
de estágio não presenciei essa abordagem) Consegui ter a noção de que no geral,
as crianças têm consciência do que são regras e da sua importância do seu
cumprimento. Tal como contemplado nas OCEPE (2016), “a construção dessa
autonomia passa por uma organização social participada do grupo em que as
regras, elaboradas e negociadas entre todos, são compreendidas pelas crianças,
e em que cada uma se compromete a aceitá-las, conduzindo a uma autorregulação
do comportamento” (p.36). Segundo o que conversei com as crianças, a maioria
sabe o que são regras e que as têm de cumprir, mas não sabem quais são ou não
se lembram nem quais as consequências apesar de comentarem que se se
portarem mal, levam bola vermelha no quadro do comportamento. Perguntei a um
grupo o que significa para elas “portal mal” , ao qual as respostas variaram de:
“não sei”; “a educadora manda sentar”; ou “o M leva sempre bola vermelha porque
é mau”.
 Referências Bibliográficas

 Gordon, E. E. (s.d) Teoria de aprendizagem musical para recém-nascidos


e crianças em idade pré-escolar. (P. 13)

 pedagogia ao pé da letra (2013). fases do desenho infantil.


url: https://pedagogiaaopedaletra.com/fases-do-desenho-infantil/

 Psicanálise clinica.(2019). Interpretacão do desenho infantil em psicologia.


url: https://www.psicanaliseclinica.com/interpretacao-de-desenhos-
infantis/

You might also like