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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DA VARA XX DO TRABALHO DE OSASCO-SP

ANTONIO JOSÉ DA SILVA, metalúrgico soldador, residente na cidade de Altos-PI, vem


respeitosamente, perante Vossa Excelência por intermédio de seu advogado adiante assinado,
com escritório profissional no endereço xxxxxxxx, onde recebe intimações e notificações,
com fulcro no art. 840, caput e §1º da CLT, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de METALÚRGICA SOLDA ELÉTRYCA LTDA, empresa com sede na cidade de


Osasco-SP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I. DA SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO

O autor foi contratado pela Reclamada em 11.10.2019 para exercer a função de soldador
metalúrgico, entretanto a empresa só assinou sua carteira de trabalho em 12.01.2020 e foi
despedido sem justa causa em 30.10.2020.

Percebia apenas 1 salário mínimo e uma gratificação “por fora “de 500,00 reais. Trabalhava
de segunda-feira à sexta feira, das 08h às 18 horas. Além disso trabalhava aos domingos a
cada 15 dias, das 14h às 00:00h, portanto só tinha folga 2 vezes no mês.

O autor trabalhava manuseando gases tóxicos, mas não recebia o adicional de insalubridade.
Além disso, suas verbas rescisórias foram pagas após 1 mês do término do contrato de
trabalho e as elas foram calculadas baseadas apenas no salário-mínimo.

II. DO DIREITO
1. REMUNERAÇÃO

O autor recebia apenas 1 salário-mínimo e uma gratificação “por fora” de 500,00 reais. Esta
medida adotada pela reclamada está equivocada, pois a gratificação deve compor a
remuneração do empregado.
Conforme o art.457, §1º, integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador.

Portanto, requer a integração do valor da gratificação na remuneração paga pelo empregador


mensalmente.

2. JORNADA DE TRABALHO

O autor trabalhava de segunda-feira à sexta feira, das 08h às 18 horas. Além disso trabalhava
aos domingos a cada 15 dias, das 14h às 00:00h, portanto só tinha folga 2 vezes no mês.

Diante do exposto, pode-se verificar que o reclamante trabalhava todo dia 1 hora a mais,
totalizando 9 horas diárias. Desta forma ele faz jus a horas extra.

Nos termos do art.58 da CLT, a duração normal de trabalho não pode exceder 8 horas diárias.

Outro ponto é o fato que ele laborava durante 2 domingos do mês, não recebendo folga
durante a semana e nem pagamento com valor dobrado. Portanto ele não possuía folga
semanal e folga aos domingos a cada 15 dias.

Conforme o art. 67 da CLT, o trabalhador tem direito a descanso semanal de 24 horas,


devendo coincidir com o domingo. E podendo ocorrer escala de revezamento quando houver
trabalho nos domingos, conforme o §1º do art. 67 da CLT.

Requer, o pagamento das horas extras diárias e ao pagamento de descanso semanal


remunerado.

3. HORAS EXTRAS

O reclamante trabalhava de segunda-feira à sexta feira, das 08h às 18 horas, possuindo apenas
1 hora de intervalo para realizar suas refeições e descanso. Portanto ele trabalhava todo dia 1
hora a mais, sem receber qualquer valor a mais.

O art. 49 da CLT, a duração diária do trabalho podendo ser acrescida de horas extras, não
podendo exceder 2 horas diárias, por acordo ou convenção coletiva. E conforme o art. 49, §1º
da CLT, a remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% superior à da hora normal.

Requer, a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras, assim consideradas da 8ª


diária e 44ª semanal, acrescidas do adicional de 50%, bem como dos seus reflexos nas verbas
contratuais e rescisórias.

4. ADICIONAL NOTURNO
O reclamante trabalhava durante aos domingos durante aos domingos, cumprindo a jornada
das 14h às 00:00 horas. Assim, ele tem direito ao adicional noturno correspondente a 2 horas
(22h às 00:00h).

Conforme disciplina o art.73, caput e §2º, da CLT, as horas trabalhadas das 22h às 5h devem
ser remuneradas com o acréscimo de 20%.

Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno, no


valor de 20% do valor da hora diurna, quanto as 2 horas que ele trabalhava após as 22 horas,
bem como dos seus reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.

5. MULTA POR ATRASO NA QUITAÇÃO

O reclamante foi dispensado sem justa causa no dia 30.10.2020, entretanto suas verbas
rescisórias somente foram pagas no dia 30.11.2020, ou seja, após 30 dias do encerramento do
contrato, desrespeitando o prazo de 10 dias estipulado pela CLT.

O art.477 da CLT, dispõe que o empregador possui prazo de 10 dias contados a partir do
término do contrato para efetuar o pagamento das verbas rescisórias.

A inobservância do prazo previsto em lei pelo empregador, motiva a concessão de multa por
atraso na quitação correspondente ao valor de uma remuneração (CLT, art.477, §8º), o que
logo se requer, já que o reclamado não cumpriu o prazo legal.

Portanto requer, a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no art.477, §8ª


da CLT.

6. ANOTAÇÕES NA CTPS

O reclamante foi admitido em 11.10.2019 e sua carteira foi assinada apenas em 12.01.2020,
ou seja, a CTPS foi assinada após quase 2 meses de trabalho.

O art. 29 da CLT, dispõe que o empregador tem o prazo de 48 horas para fazer anotações na
Carteira de Trabalho do empregado referentes a data de admissão, a remuneração e condições
especiais se houver. Em caso de descumprimento ele será condenado ao pagamento de multa
prevista no art. 52 da CLT.

Desta forma, requer a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no art.52 da


CLT

7. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O reclamante exercia a função de metalúrgico soldador, profissão que faz jus ao adicional de
insalubridade, porém ele não recebia esse benefício.

O art. 189, CLT disciplina que serão consideradas atividades insalubres, aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados e agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Portanto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade e


este deve ser incorporado na remuneração do empregado.

8. MULTA DO ART. 467 DA CLT

Dispõe o referido artigo que em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo


controvérsias sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado à pagar ao
trabalhador, a data do comparecimento a Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas
verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%. Assim postula-se a referida multa caso a
reclamada não pague em tempo hábil as verbas incontroversas.

9. JUSTIÇA GRATUITA

O reclamante não possui condições financeiras de ajuizar a ação, caso seja necessário adiantar
alguma quantia, nesse sentido faz jus aos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art.790,
§3º, da CLT, o que logo se requer.

10. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O art.791-A da CLT, possibilita a concessão de honorários advocatícios de sucumbência, em


percentual que deve ser arbitrado entre 5% a 15%, sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido, ou não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa. Assim, requer a concessão de honorários advocatícios de sucumbência no
valor de 15%, na forma da lei.

III. DOS PEDIDOS

Considerando os fatos e argumentos acima expostos, postula-se a Vossa Excelência o


seguinte:

a) O benefício da justiça gratuita, eis que o reclamante é pobre na forma da lei.


b) Requer a integração do valor da gratificação na remuneração paga pelo empregador
mensalmente.
c) O pagamento das horas extras diárias e ao pagamento de descanso semanal remunerado.
d) Requer a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras, assim consideradas da
8ª diária e 44ª semanal, acrescidas do adicional de 50%, bem como dos seus reflexos nas
verbas contratuais e rescisórias.
e) Requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno, no valor de 20%
do valor da hora diurna, quanto as 2 horas que ele trabalhava após as 22 horas, bem como
dos seus reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.
f) Requer, a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no art.477, §8ª da
CLT.
g) Requer a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no art.52 da CLT
h) Requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade e este deve
ser incorporado na remuneração do empregado.
i) Requer o pagamento da multa prevista no art.467 da CLT.
j) Requer o valor de honorários advocatícios de 15% sobre o valor de condenação.

Protesta pela possibilidade de produção de todas as provas admitidas em direito (CPC,


art.319, VI).

Dá-se à causa o valor de XXX

Nestes Termos.

Pede Deferimento.

Teresina, xx de xxxxx de xxxx

Advogada

OAB XXXX

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