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CONTABILIDADE

NA ESCOLA

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CONTABILIDADE NA ESCOLA

CAPÍTULO 1

NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

A Contabilidade

Sua história se inicia em tempos muito antigos da humanidade. É considerada um


dos conhecimentos mais antigos. Pesquisas arqueológicas apresentam achados na
Síria, Israel e no Iraque (antiga Mesopotâmia) semelhante a fichas de barro que
possivelmente foram usadas para controle de estoque e que remontam a
aproximadamente 8.000 a.C..Daí se conclui que, já naqueles tempos, o homem se
preocupava em ter o controle dos estoques dos seus bens. Com o passar do tempo,
à medida que o homem passou a acumular fortuna e esta a se transformar em
patrimônio, a contabilidade apareceu como a técnica para o controle do seu
patrimônio. A necessidade prática do gestor do patrimônio, normalmente o seu
proprietário, foi à incitação inicial para se criar rudimentos de escrituração quando o
mesmo se preocupava em elaborar um instrumento para conhecer, controlar e medir
resultados de seu patrimônio.

Fichas de Barro
Sendo assim, o controle Rudimentar tinha as seguintes características: o homem
controlava seus estoques com pedras, ossos de animais, folhas de árvores ou
desenhos. Logo após esse controle evoluiu, o homem passou a utilizar fichas de
barro para controlar seus estoques com sinais pictográficos. Com o que sobrava de
sua produção, o homem passou a efetuar trocas, a fim se suprir outras
necessidades. Mediante essas ações surgiu o que hoje denominamos comércio.
Consolidou-se como uma atividade mercantil e com ele, a contabilidade se fazia
presente, registrando as operações e controlando as variações que estavam
ocorrendo nos patrimônios das pessoas. Um detalhe deve ser destacado nesta
evolução. Os registros contábeis foram evoluindo de acordo com as necessidades
de controle dos registros das operações. Quanto mais intensificado ficou o comércio
entre as pessoas, maior ficou a necessidade de os comerciantes controlarem suas
operações de forma eficiente. Os registros eram feitos de forma empírica (sem
técnica) não existindo uma uniformidade. Não havia uma preocupação em se criar
normas para uniformizar tais registros. Cada comerciante registrava de acordo com
o seu conhecimento e conveniência.

Controle de Estoque por Desenhos Fichas de Barro


Evolução da Tecnologia Contábil

Evolução da Tecnologia Contábil

A Evolução do Pensamento Contábil


A Itália, no século XV era praticamente o maior e único centro de comércio europeu.
Em diversas cidades deste país o comércio se desenvolvia ardentemente,
negociações de grande vulto eram realizadas entre os diversos comerciantes
surgindo aí uma nova preocupação com os registros das operações. Nesse contexto
os registros eram feitos através das partidas simples, um método vulnerável para as
operações de vendas a prazo. Surge então a preocupação com a sistematização
dos registros das operações. Neste mesmo século, finalmente, surgiu o registro das
partidas dobradas, que tem em sua essência a ideia de que, para cada débito(s),
haverá um crédito(s) correspondente. Este método ficou conhecido na época como
método de Veneza. Na verdade, ele foi um dos primeiros divulgadores, pois, sua
obra, La Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Porportionalitá, datada de
10 de novembro de 1494 trata de assuntos diversos, tais como aritmética, álgebra,
geometria e comércio.

Conceito de Contabilidade
A Contabilidade é a ferramenta que fornece o máximo de informações úteis para a
tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela pode ser considerada a ciência
que aborda o controle do patrimônio, objetivando representá-lo de forma matemática
e graficamente, evidenciando suas variações e estabelecendo normas para sua
interpretação, análise e auditagem. Definindo-a de forma clara, a contabilidade é a
ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio
das entidades com fins lucrativos ou não.

Com isso, a contabilidade básica vai servir como instrumento para a tomada de
decisões dentro de todos os setores envolvidos com a empresa. Todas as
movimentações que houver no patrimônio de uma empresa são registradas pela
Contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de
relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa. Esses
dados são importantes para: análise e interpretação de dados financeiros;
planejamento e controle do patrimônio (pessoal ou empresarial); cooperação,
coordenação e comunicação com outras áreas da empresa.

A Prática da Contabilidade e seus Usuários


A Contabilidade Geral pode ser aplicada a diversos ramos de atividade, entre elas:
- Atividades Comerciais
- Contabilidade Comercial
- Atividades Industriais
- Contabilidade Industrial
- Atividades Públicas
- Contabilidade Pública
- Atividades Bancárias
- Contabilidade Bancária
- Atividades Hospitalares
- Contabilidade Hospitalar
- Atividades Agropecuárias
- Contabilidade Rural
- Atividades de Seguro
- Contabilidade Securitária, etc.
Ela atua nos campos de aplicações das entidades econômico-administrativas sejam
de fins lucrativos ou não.

A contabilidade é a base não só para aqueles que exercem a função de gerentes


e/ou administradores, os investidores, aqueles que aplicam dinheiro na empresa,
estão interessados em obter lucro, por isso se utilizam dos relatórios contábeis,
analisando se a empresa é rentável; os fornecedores de mercadorias querem saber
se a empresa tem condições de pagar suas dívidas; os bancos emprestam dinheiro
desde que a empresa tenha condições de pagamento; o governo quer saber quanto
de impostos foi gerado para os cofres públicos; existem ainda outros interessados
como os empregados, os concorrentes, os clientes, os analistas, entre outros.

Classificamos como Usuários da contabilidade:

– Sócios, acionistas, proprietários;


– Diretores, administradores, executivos;
– Instituições financeiras;
– Empregados;
– Sindicatos e associações;
– Institutos de pesquisas;
– Fornecedores;
– Clientes;
– Órgãos governamentais;
– Fisco.

Seu objeto de estudo é o patrimônio das entidades.


Conceito de Patrimônio

É comum acharmos que uma estável empresa, por ter prédios grandiosos, uma frota
de veículos expressiva, centros de distribuição lotados e tantos outros materiais que
nem precisamos elencar, é sempre lucrativa, rentável, e sendo assim logo
idealizamos que o patrimônio daquela empresa é imensurável. Outro exemplo ocorre
quando olhamos uma pessoa que tem um bom veículo nacional e um ou mais
veículos importados, talvez, um imóvel residencial bem localizado e um segundo ou
até mesmo terceiro imóvel para veraneio situado na região de praia e/ou na região
de montanha, rápido arquitetamos que esta pessoa tem um tremendo patrimônio é
muito rica. Nas duas situações acima apresentadas nossas conclusões podem estar
coerentes ou completamente incoerentes.

Patrimônio

O termo Patrimônio significa, a princípio, o conjunto de Bens pertencentes a uma


pessoa ou a uma empresa. Compõe-se de valores a receber. Para a Contabilidade
esses valores a receber são denominados de Direitos. Podemos dizer também que
para a Contabilidade patrimônio se regula de outra forma. Definimos de forma coesa
patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade
econômico administrativa.

Para se medir a riqueza de uma pessoa, seja ela física ou jurídica, é imprescindível
que suas dívidas também sejam incluídas nesta avaliação. Então, aquela empresa
que vimos, primeiramente, com veículos, estoques e prédios imponentes, de repente
pode estar passando por dificuldades financeiras porque possui muitas dívidas, ou
ainda o pior, poderá estar a um passo da falência. A mesma coisa pode acontecer
com a pessoa do exemplo seguinte. Ela poderá estar endividada até o pescoço,
devendo até a alma para bancos, agiotas, lojas, e outros credores. Para a
Contabilidade, as dívidas também fazem parte do patrimônio.

Relacionando-se apenas os Bens e os Direitos, não se pode identificar a verdadeira


situação de uma pessoa ou empresa. Faz-se necessário evidenciar as Obrigações
(dívidas) referentes aos bens e direitos. Em Contabilidade a palavra Patrimônio tem
sentido amplo: de um lado temos o conjunto de Bens e Direitos de uma pessoa ou
empresa e de outro lado as Obrigações a serem pagas.

Finalidades da Contabilidade

Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a


composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades
econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser
lucrativos ou meramente ideais. De acordo com o parágrafo acima, observamos
duas funções básicas na contabilidade. Uma é a administrativa, e a outra é a
econômica.
Assim:
– Na Função Administrativa controlamos o patrimônio e na Função Econômica
devemos apurar o resultado.

Conceituando Bens, Direitos e Obrigações

Entende-se por Bens as coisas benévolas, capazes de satisfazer às precisões


humanas. São classificados como bens tangíveis, palpáveis: veículos, imóveis,
estoque de mercadoria, dinheiro, móveis e utensílios, ferramentas, entre outros e os
bens incorpóreos, não palpáveis, denominados de bens intangíveis: marcas,
patentes de invenção, ponto comercial, e algo semelhante.

Em Contabilidade abrange-se por Direitos o poder de exigir alguma coisa de


alguém. São conhecidos como de valores a receber, títulos a receber, contas a
receber e etc. No que tange a empresa, o direito a receber mais comum decorre das
vendas a prazo, quando a empresa vendedora emite uma duplicata como
documento comprobatório da transação. Esse direito denomina-se duplicatas a
receber. Como exemplos de outros direitos podemos destacar alugueis a receber,
promissórias a receber, impostos a recuperar, etc.

Obrigações são dívidas com outras pessoas. Em Contabilidade tais dívidas são
denominadas obrigações exigíveis, compromissos que deverão ser pagos nas datas
de vencimento. Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra
de mercadorias a prazo. Nesta operação a empresa compradora fica devendo ao
fornecedor da mercadoria; por essa razão, essa dívida é conhecida como
fornecedores, que também poderá ser chamada de duplicatas a pagar.

Outras obrigações exigíveis são com o governo; impostos a recolher -- com as


financeiras; financiamentos a pagar -- com o INSS e FGTS; encargos sociais a
recolher – com o locador do prédio; aluguéis a pagar.

Para elucidar um pouco o Patrimônio veja o quadro abaixo:

BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES


BENS Empréstimos
Fornecedores
Dinheiro Financiamentos a pagar
Estoques de Mercadorias Impostos a Recolher
Veículos Encargos Sociais a Recolher
Imóveis Aluguéis a Pagar
Máquinas Títulos a pagar
Ferramentas Promissórias a Pagar
Móveis e Utensílios Contas a Pagar
Marcas e Patentes
Obras de Arte

DIREITOS

Depósitos Bancários
Duplicatas a Receber
Títulos a Receber
Aluguéis a Receber
Impostos a Recuperar
Investimentos Bancários

No quadro acima, coloca-se no lado esquerdo os Bens e Direitos e no lado direito as


Obrigações. Isso ocorre por mera convenção. Na Inglaterra colocam-se
primeiramente as obrigações e depois os bens e os direitos.

Patrimônio Líquido = Situação Líquida

Para se conhecer a fortuna líquida de uma pessoa física ou jurídica, precisamos


somar os Bens com os Direitos e desse total, subtraem-se as Obrigações. O
resultado obtido será a fortuna líquida. Em alguns casos o somatório dos Bens mais
os Direitos superam o valor das Obrigações. Nestes casos o Patrimônio Líquido
destas empresas é positivo, ou seja, a verdadeira riqueza. Noutros, porém, quando
as Obrigações superam os Bens e Direitos, o Patrimônio Líquido será negativo, não
havendo riqueza.

Exemplo da Empresa Fictícia

BENS R$ 100.000,00
DIREITOS R$ 50.000,00
OBRIGAÇÕES R$ 90.000,00
Análise: Patrimônio Líquido = (Bens + Direitos) - Obrigações
Patrimônio Líquido = (100.000,00 + 50.000,00) - 90.000,00
Patrimônio Líquido = R$ 60.000,00 positivo

ANÁLISE: Neste caso significa que a empresa demonstra ter lastro para honrar seus
compromissos e ainda resta uma quantia positiva de R$ 60.000,00. É uma situação
confortável.
CAPÍTULO 2

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As Demonstrações Financeiras previstas na Lei 6404/76 são as seguintes:

1. Balanço Patrimonial
2. Demonstração do Resultado do Exercício
3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
4. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

O Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do Exercício e a


Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados devem ser transcritos no livro
diário.

Em substituição à Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, as empresas


poderão elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, para efeito
de publicação.

As sociedades anônimas de capital aberto (aquelas que negociam suas ações nas
bolsas de valores) são obrigadas a publicar nos jornais de maior circulação,
anualmente, os seus resultados. Assim, as demonstrações de cada exercício devem
ser publicadas com indicação dos valores correspondentes às demonstrações do
exercício anterior.

As demonstrações financeiras deverão ser complementadas por notas explicativas e


outros quadros analíticos, sendo necessárias ao bom esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados do exercício.

1. Balanço Patrimonial- É a demonstração destinada a evidenciar, resumidamente,


o patrimônio da entidade, quantitativa e qualitativamente. É a demonstração que
relata os Bens e Direitos (ATIVO), e as Obrigações (PASSIVO) e a participação dos
sócios (PATRIMONIO LÍQUIDO). Ela revela a posição patrimonial e financeira da
empresa.
Exemplo:

ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
ATIVO PERMANENTE RESULT. EXERC. FUTUROS
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIFERIDO
TOTAL TOTAL
No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da empresa.

Ativo
As contas do Ativo serão classificadas por ordem decrescente de liquidez.

Ativo Circulante

São classificados neste grupo os Bens e Direitos que se realizarão no exercício


social seguinte. Fazem parte deste grupo, os subgrupos abaixo discriminados:
DISPONÍVEL
Caixa
Banco Conta Corrente
Aplicações Financeiras de Curto Prazo
DUPLICATAS A RECEBER (clientes)
Cliente “A”
Cliente “B”
Cliente “C”
(-) Duplicatas Descontadas
(-) Provisão para Devedores Duvidosos
ESTOQUES
Produtos Acabados
Produtos em Processo
Matéria Prima
OUTRAS CONTAS A RECEBER
Adiantamento a Empregados
Impostos a Recuperar
Depósitos Compulsórios
Outras Contas de Curto Prazo

Direitos e Obrigações Realizáveis a Longo Prazo

São classificados neste grupo os Bens e Direitos que irão realizar-se após o
exercício social seguinte derivado de vendas, prestação de serviços, aplicações
financeiras e adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas, diretores,
acionistas, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da
empresa.

EMPRÉSTIMOS A COLIGADAS
Empresa “A "
Empresa” B "
Empresa” C ”
DUPLICATAS A RECEBER de LONGO PRAZO (clientes )
Cliente " A "
Cliente " B "
Cliente " C "
APLICAÇÕES FINANCEIRAS de LONGO PRAZO
Instituição “A "
Instituição” B "
Instituição” C "
OUTRAS CONTAS COM CARACTERISTICAS DE LONGO PRAZO

Ativo Permanente

Como o próprio nome diz, os itens que integram este grupo têm características
permanentes (fixas, de não-giro), mas nada impede que a administração venda-os
para oxigenar o capital de giro da empresa na falta do mesmo.
INVESTIMENTOS
Participações Societárias
Obras de Arte
Imóveis para Aluguel

IMOBILIZADO (destinados à manutenção das atividades da empresa)


Máquinas
Equipamentos
Prédios
Ferramentas
Móveis e Utensílios
Veículos
Marcas e Patentes
Direitos sobre Recursos Naturais
Florestamento e Reflorestamento
( - ) Depreciação Acumulada
( - ) Amortização Acumulada
( - ) Exaustão Acumulada
DIFERIDO (gastos que contribuirão para a formação de mais de um exercício social)
Gastos Pré-operacionais
Gastos com Pesquisas
Gastos com Reorganização
( - ) Amortização Acumulada

Passivo

As contas do passivo estão classificadas por ordem decrescente de exigibilidade.

Passivo Circulante

São classificadas nesse grupo as Obrigações que irão vencer no exercício social
seguinte.
FORNECEDORES
Fornecedor “A "
Fornecedor” B "
Fornecedor” C "
EMPRÉSTIMOS
Instituição “A "
Instituição” B "
Instituição” C "
IMPOSTOS A RECOLHER
Imposto de Renda PJ
Imposto de Renda PF
ICMS a Recolher
IPI a Recolher
PIS a Recolher
COFINS a Recolher
ENCARGOS SOCIAIS A RECOLHER
INSS a Recolher
FGTS a Recolher
DUPLICATAS A PAGAR
Empresa “A”
Empresa “B”
Empresa “C"

Exigível a Longo Prazo

São classificadas neste grupo as obrigações que irão vencer após o exercício social
seguinte.
FORNECEDORES de LONGO PRAZO
Fornecedor “A "
Fornecedor” B "
Fornecedor” C”
DUPLICATAS A PAGAR de LONGO PRAZO
Empresa “A "
Empresa” B "
Empresa” C"
EMPRÉSTIMOS de LONGO PRAZO
Instituição “A "
Instituição” B "
Instituição” C”

Resultados de Exercícios Futuros

São classificadas neste grupo as contas de receitas de exercícios futuros,


diminuídas dos custos e despesas a elas decorrentes. Não devem ser incluídas as
operações como Faturamento Antecipado, Adiantamento Recebido de Cliente e
Juros Ativos a serem Ganhos.
ALUGUEL RECEBIDO ANTECIPADAMENTE
Empresa “A "
Empresa” B "
( - ) Custo e Despesas correspondentes às Receitas

Patrimônio Líquido

No Balanço Patrimonial, a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo e


Resultados de Exercícios Futuros, representa o Patrimônio Líquido, que é o valor
contábil que pertence aos acionistas ou sócios.

CAPITAL SOCIAL
Sócio “A "
Sócio” B "
Sócio” C”
RESERVAS DE CAPITAL
CM do Capital Realizado
Ágio na Emissão de Ações
Doações
RESERVAS DE REAVALIAÇÕES
RESERVAS DE LUCROS
Reservas de Legal
Reservas de Lucros para Expansão
Reservas de Lucros a Realizar
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

2. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado


período. Através dessa demonstração, pode-se verificar o resultado que a empresa
obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um
determinado período, geralmente igual há um ano. Então primeiro apresentaremos
uma rápida consideração de Receitas e despesas.

Definimos Receitas e Despesas como: Termos de estudos da contabilidade e


finanças em geral, onde é ensinado que as despesas são gastos para direta ou
indiretamente gerarem receitas, seja para pessoas físicas ou jurídicas. O principal
conceito de receitas são os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de
uma prestação de serviços e despesas são todos os gastos que uma empresa
precisa ter para obter uma receita. Alguns exemplos de despesas são os salários,
água, luz, telefone, impostos e etc.

Conceito de Receita - Receitas são todos os recursos provenientes da venda de


mercadorias ou de uma prestação de serviços, porém nem todos são oriundos de
vendas ou prestação de serviços, como por exemplo: aluguéis, rendimentos de uma
aplicação financeira, juros e etc.
As receitas não necessariamente se limitam a empresas, existem também as
receitas do Governo, chamadas de receita pública. Receita Pública é o montante
total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, incorporado ao patrimônio do
Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de
investimentos públicos.

Conceito de Despesa - Despesa é todo o gasto que a empresa precisa ter para
obter uma receita, como por exemplo, os salários, água, luz, telefone, impostos,
aluguéis pagos e etc. Para a contabilidade, uma despesa representa uma diminuição
do ativo e aumento do passivo; e assim como as receitas provocam um aumento do
patrimônio líquido, as despesas, diminuem o valor do mesmo.

As despesas podem ser divididas em antecipadas e não operacionais. Despesa


antecipada são as despesas pagas antecipadamente e que serão consideradas
como custos ou despesas no decorrer do exercício seguinte, como seguros a
vencer. Despesas não operacionais são aquelas decorrentes de transações não
incluídas nas atividades principais ou acessórias que constituam objeto da empresa.

A comparação entre receitas e despesas ocorre na apuração do resultado do


exercício, que é o saldo do confronto entre elas, depois de um ciclo de operações
em uma empresa, se o resultado for positivo a empresa teve lucro, se o resultado
for negativo a empresa teve prejuízo.
Seguimos com as Demonstrações de Resultados do Exercício, que podem ser
simples ou Completas.

A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresas que não requeiram
dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares,
farmácias, mercearias, boutiques, e diferentes estabelecimentos.

A DRE completa, exigida pela Lei 6404/76, fornece maiores minúcias para a tomada
de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucros, destaque dos tributos, entre
outros.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
D R E (COMPLETA) LEI 6404 / 76

RECEITA BRUTA
( - ) DEDUÇÕES
= RECEITA LÍQUIDA
( - ) CUSTOS
= LUCRO BRUTO OPERACIONAL
( - ) DESPESAS OPERACIONAIS
= LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL
(+/-) RESULTADO NÃO OPERADIONAL
RESULTADO ANTES DA CSLL E IRPJ
( - ) CSLL E IRPJ
= RESULTADO APÓS CSLL E IRPJ
( - ) PARTICIPAÇÕES
= LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta

É o total bruto de vendas mais prestação de serviços realizada no período. Nela,


Receita Bruta, estão inclusos os impostos e contribuições sobre vendas, os quais
pertencem ao governo, às devoluções que são as vendas canceladas e que ainda
não foram subtraídas e os abatimentos ocorridos no período, que deverão ser
diminuídos também
.
Deduções

Conforme dito anteriormente, estes impostos e contribuições pertencem aos


governos, União, Estado ou Município, e foram gerados no momento da operação,
variando proporcionalmente à venda ou prestação de serviços. Quanto maior for a
venda ou prestação de serviços, maior será o imposto. Na verdade, estes tributos
não pertencem à empresa, mas aos governos. A empresa é uma mera intermediária
que arrecada impostos junto ao consumidor e recolhe aos cofres públicos. Por isso,
não devem ser considerados como receita real da empresa.
Exemplos:

ICMS (pertence ao Estado e a alíquota varia de acordo com a mercadoria)


ISS (pertence ao Município e as alíquotas são de 6% para diversão pública e 5%
para os demais serviços)
PIS (pertence à União e as alíquotas são de 0,65% PIS-Cumulativo e de 1,65 %
PIS/Não-Cumulativo)
COFINS ( pertence à União e a alíquota é de 3 %)

Exemplo de uma NF comércio, com incidência do PIS não-cumulativo:


Preço do produto: R$ 10.000,00

IPI (30%): R$ 3.000,00

Preço Total R$ 13.000,00


ICMS incidente (17%)
Demonstração de Resultado da Empresa
Receita Bruta R$ 13.000,00

(-) Deduções IPI R$ 3.000,00

ICMS R$ 2.210,00

COFINS R$ 390,00

PIS R$ 214,50

Receita Líquida R$ 7.185,50

A inclusão ou não do IPI na DRE dependerá de quem estiver elaborando a DRE.


Como ele é um Imposto cobrado por fora, sua inclusão fica a critério de quem a
elaborar. Caso não fosse incluído na DRE em análise, o valor da Receita Bruta teria
que ser de R$ 10.000,00, com o IPI já diminuído.
No que diz respeito às Devoluções de Vendas, que é o mesmo que vendas
canceladas são mercadorias que estão em desacordo com o pedido e que o
comprador devolve parcial ou totalmente a mercadoria. Pode acontecer de, a
empresa vendedora, a fim de evitar a devolução das mercadorias, esta propõe um
Abatimento Concedido, no preço para compensar a perda do comprador. Tanto a
Devolução de Vendas como os Abatimentos Concedidos, aparecem como dedução
da Receita Bruta na DRE.
Portanto, as Devoluções de Vendas e os Abatimentos Concedidos são ajustes e não
despesas.

Lucro Bruto Operacional

É a diferença entra a Receita Líquida (Receita Bruta menos as Deduções) menos os


Custos das Mercadorias Vendidas ou dos Serviços Prestados, sem considerar as
Despesas Operacionais. Necessário se faz um breve entendimento sobre a
diferença entre Custos e Despesas. Os Custos são gastos variáveis, as Despesas
são gastos fixos. Os Custos variam de acordo com as vendas e as Despesas não.
Quanto maior for à venda, maior será o Custo da mercadoria vendida. Ele tem
crescimento proporcional.
Exemplo: Vamos imaginar uma empresa que vende uma cadeira por R$ 100,00 e
que lhe custou R$ 60,00. Se ela vender somente uma cadeira, o Custo será,
evidentemente, R$ 60,00, de apenas uma cadeira. Mas se ela vendesse 10
cadeiras, teria uma venda de R$ 1.000,00, mas o Custo também subiria para R$
600,00. Por isso que é um gasto variável. As Despesas são gastos fixos porque não
dependem das vendas para aumentarem ou diminuírem. Seguindo o exemplo
anterior, imaginemos que a empresa tenha um gasto com a folha de pagamento da
ordem de R$ 3.000,00. Tanto faz a empresa vender ou não vender, este
desembolso ela terá de arcar todo o mês. Por isso que as Despesas são gastos
fixos, não variam com as vendas.

Os Custos podem ser :

- Para empresas industriais: Custo do Produto Vendido


- Para empresas comerciais: Custo da Mercadoria Vendida.
- Para empresas prestadoras de serviços: Custo do Serviço Prestado.
Despesas Operacionais

De acordo com a teoria da contabilidade, despesas são gastos necessários para a


empresa e que têm função de gerar receita. Em outras palavras, são gastos
necessários para vender produtos, administrar a empresa e financiar as operações.
Estes gastos contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa.

Os principais grupos podem ser:

- Despesas com Vendas: são todos os gastos que estão arrolados às vendas.
Comissões sobre venda, propaganda e publicidade, marketing, hotéis, aluguéis de
veículos, provisão para devedores duvidosos, etc.

- Despesas Administrativas: são os gastos necessários para se administrar a


empresa. Folha de pagamento do pessoal administrativo, aluguéis de salas, material
de expediente, seguros, combustíveis, manutenção de veículos, assinatura de
jornais, depreciação, etc.
- Despesas Financeiras: são as remunerações aos capitais de terceiros, tais como
juros pagos, comissões bancárias, correção monetária pré-fixada, descontos
concedidos, juros de mora pagos, etc. As despesas financeiras devem ser
compensadas com as Receitas Financeiras, isto é, estas receitas serão deduzidas
daquelas despesas. As receitas financeiras são derivadas de aplicações financeiras,
juros de mora recebidos, descontos obtidos, etc. Se o montante da Receita
Financeira for maior que a Despesa Financeira, a Receita Financeira será deduzida
das Despesas Operacionais.

Exemplo de Despesas Financeiras


Desp. Financeira > Rec.
Desp. Financeira < Rec. Financeira
Financeira

Desp. Financeiras R$ 2.800,00 Desp. Financeiras R$ 2.800,00


Rec. Financeiras R$ 800,00 Rec. Financeiras R$ 3.900,00

Dif. Desp. Financeira R$ 2.000,00 Dif. Rec. R$ 1.100,00


Financeira

Despesas Operacionais Despesas Operacionais

De Vendas R$ 3.000,00 De Vendas R$ 3.000,00


Administrativas R$ 4.000,00 Administrativas R$ 4.000,00
Financeiras R$ 2.000,00 Financeiras (R$ 1.100,00)
Total R$ 9.000,00 Total R$ 5.900,00

Lembramos que dentro do grupo DESPESAS OPERACIONAIS existe ainda o


subgrupo das Outras Receitas e Despesas Operacionais, que são consideradas
como atividades acessórias do objeto da empresa. Dentro deste subgrupo
classificam-se os lucros ou prejuízos de participações societárias (resultado da
equivalência patrimonial, dividendos, deságio de investimento) e as vendas diversas
(vendas esporádicas de sucatas, sobras do estoque, e diversas outras).

Lucros antes da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Imposto


de Renda – Pessoa Jurídica (IRPJ)

Do Lucro Bruto Operacional, deduzem-se as Despesas Operacionais e se obtém o


Lucro ou Prejuízo Operacional. Deste, serão deduzidos ou acrescentados os
Resultados não-Operacionais que são os resultados obtidos pela empresa que não
tem nada a ver com o objeto da empresa, tais como os ganhos ou perdas de capital
(quando da alienação de algum bem do imobilizado ou participação em outras
sociedades) e o resultado da correção monetária.

Resultado após a CSLL e IRPJ

Depois de calculados os tributos federais e deduzidos do Lucro Antes da CSLL e


IRPJ, se obtém um resultado que, novamente, sofrerá uma nova dedução que é a
das participações nos lucros (debêntures, empregados, administradores, partes
beneficiárias e fundos de assistência) para, por fim, chegarmos ao LUCRO LÍQUIDO
DO EXERCÍCIO.
Análise das Demonstrações Financeiras

Constitui-se num processo que objetiva a avaliação da situação da empresa em


seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros, através de
índices que são calculados a partir das próprias demonstrações. Através destes
índices, os sócios, administradores, empregados, fornecedores, bancos, e outras
interessadas, poderão tomar ciência da situação da empresa e tomarem decisões.

Frequentemente escrevem-se livros que mais têm confundido do que elucidado o


leitor, afogando-o em centenas de índices sem uma ideia de relevância e,
principalmente, sem relacionar entre si todos os quocientes principais. É muito mais
útil calcular certo número selecionado de índices e quocientes, de forma consistente,
de período para período, e compara-los com padrões preestabelecidos e tentar, a
partir daí, tirar uma ideia de quais problemas merecem uma investigação maior, do
que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem
comparações e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais
índices e quocientes.

Para que se possa ter uma noção do que realmente está acontecendo com a
empresa que está em análise, é preciso pegar os índices referentes às suas
demonstrações e fazer uma comparabilidade com outros índices:

- Comparação com períodos passados;


- Comparação com períodos orçados;
- Comparação com padrões setoriais;
- Comparação com padrões internacionais;
- Comparação com padrões internos da empresa;
- Comparação com empresas concorrentes, etc.

As principais análises são a Vertical, Horizontal e Análise por Quocientes.

A ANÁLISE VERTICAL tem a função de nos mostrar a participação estrutural de um


determinado item, em um determinado grupo.
A ANÁLISE HORIZONTAL tem a função de mostrar o desempenho temporal de um
determinado item.

ANÁLISE POR QUOCIENTES tem a função de dissecar as demonstrações


fornecendo índices que vão espelhar a saúde financeira da empresa. Abaixo
destacaremos alguns índices que são usados para se fazer a análise das
demonstrações.

Índices de Liquidez

Esses índices servem para avaliar a capacidade financeira da empresa, para


satisfazer compromissos de pagamentos com terceiros.

a) Índice de Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo Circulante < /P >


Este índice identifica o quanto a empresa dispõe, imediatamente, para honrar suas
dívidas de curto prazo.
Exemplo: R$ 10.000,00 / R$ 20.000,00 = R$ 0,50
Neste exemplo a empresa dispõe imediatamente de R$ 0,50 (Cinquenta Centavos
de Real) para cada R$ 1,00 (Hum Real) que deve no curto prazo.

b) Índice de Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante


Este índice identifica o quanto à empresa dispõe de recursos no curto prazo, para
honrar suas dívidas, também, de curto prazo.
Exemplo: R$ 30.000,00 / R$ 20.000,00 = R$ 1,50
Considerando as disponibilidades que a empresa dispõe, mais os estoques,
duplicatas a receber e outros valores a receber de terceiros, a empresa dispõe de
R$ 1,50 (Hum Real e Cinquenta Centavos) para honrar seus compromissos de curto
prazo. O ideal é que este índice fique acima de R$ 1,00 (Hum Real), pois, significará
sobra.

c) Índice de Liquidez Seca = (Ativo Circulante - Estoques) / Passivo Circulante


Eliminando-se os estoques, elimina-se uma incerteza no que diz respeito à
conversão do estoque em recursos monetários. Este índice nos mostra que se
eliminarmos os estoques, quanto a empresa disporá para honrar suas dívidas de
curto prazo.
Exemplo: (R$ 30.000,00 – R$ 20.000,00) / R$ 20.000,00 = R$ 0,50
Com a eliminação dos estoques, que é uma incerteza, a empresa disporá de R$
0,50 (Cinquenta Centavos de Real) para honrar suas dívidas de curto prazo.

d) Índice de Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) /


(Passivo Circulante + Exigível a longo Prazo)
Este índice faz um comparativo do que a empresa dispõe no curto e longo prazo,
contra suas dívidas, igualmente de curto e longo prazo.
Exemplo: (R$ 30.000,00 + R$ 50.000,00) / (R$ 20.000,00 + R$ 20.000,00) = R$
2,00
Neste caso a empresa dispõe de R$ 2,00 (Dois Reais) no curto e longo prazo, para
Real que deve no curto e longo prazo.

Índice de Endividamento

a) Endividamento Total = (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) / Ativo total


Este índice determina a proporção de ativos totais fornecida pelos credores da
empresa. Quanto maior for este índice, maior será o montante de dinheiro de
terceiros que está sendo empregado para gerar lucros.
Exemplo: (R$ 20.000,00 + R$ 20.000,00) / R$ 100.000,00 = 0,40 ou 40%
Significa que 40% dos ativos da empresa são financiados por terceiros. O ideal é
que este percentual seja baixo e bem administrado pela direção da empresa.

Índices de Rentabilidade

Estes índices servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto é,


evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital investido na empresa.

a) Rentabilidade do Capital Próprio = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido


Este índice quer mostrar o quanto representa o lucro líquido obtido através das
operações que a empresa realizou no exercício, em comparação ao investimento
feito na empresa.
Rentabilidade do Capital Próprio = R$ 25.000,00 / R$ 50.000,00 = 50%
Significa que o retorno do capital investido na empresa foi de 50%.

b) Rentabilidade do Ativo Total = Lucro Líquido / Ativo Total


Este índice faz um comparativo do resultado obtido pela empresa, o lucro, através
de suas operações, com os ativos que estão disponíveis à administração para
conseguir tal êxito.
Rentabilidade do Ativo Total = R$ 25.000,00 / R$ 100.000,00 = 25%
Significa que o lucro representou 25% dos ativos totais disponíveis.

Etapas para Realização da Análise de Balanço

As etapas a seguir devem ser seguidas na realização da análise de balanços.

Primeira Etapa - EXAME E PADRONIZAÇÃO


Esta etapa consiste em verificar se as Demonstrações Financeiras foram elaboradas
de acordo com a Lei 6404 / 76, com a observância na composição de cada grupo de
contas e de cada conta que compõe o Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado do Exercício.

Segunda Etapa - COLETA DOS DADOS


Esta etapa consiste na extração de dados das Demonstrações Financeiras. Esses
dados serão utilizados para cálculos dos quocientes para a análise da situação
econômico-financeira da empresa.

Terceira Etapa - CÁLCULO DOS INDICADORES


Elaboração de um quadro com todos os quocientes calculados. Isso facilitará a
analise dos mesmos.

Quarta Etapa - INTERPRETAÇÃO DOS QUOCIENTES


Neste momento o analista interpretará os quocientes, um a um. Num primeiro
momento, serão analisados os Quocientes Financeiros para após, serem analisados
os quocientes econômicos.
Quocientes Financeiros (Participação dos Capitais de Terceiros / Capitais de
Terceiros / Recursos Próprios / Índice de Liquidez Geral / Índice de Liquidez
Corrente / Índice de Liquidez Seca / Índice de Liquidez Imediata).

Quocientes Econômicos (Margem Líquida / Rentabilidade do Ativo / Rentabilidade


do Patrimônio Líquido).

Quinta Etapa - ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL


É a análise realizada na Demonstração do Resultado do Exercício. Para cada grupo
de contas, o analista deverá realizar o calculo vertical e o horizontal, observando os
desempenhos e, a partir daí, começar a tecer comentários.

Sexta Etapa - COMPARAÇÃO COM INDICES PADRÕES


Nesta etapa do processo de análise, o analista deve comparar os quocientes
encontrados com os Quocientes-padrão. Uma das preocupações do analista nesta
fase do processo de análise é como encontrar o Quocientes-padrão.

Sétima Etapa - ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO Neste momento, após analise


minuciosa dos quocientes, o analista deverá elaborar um relatório.

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Definimos como demonstração de lucros ou prejuízos acumulados a demonstração


contábil destinada a evidenciar, num determinado período, as mutações nos
resultados acumulados da Entidade. Ela discriminará:

a) o saldo no início do período;


b) os ajustes de exercícios anteriores;
c) as reversões de reservas;
d) a parcela correspondente à realização de reavaliação, líquida do efeito dos
impostos correspondentes;
e) o resultado líquido do período;
f) as compensações de prejuízos;
g) as destinações do lucro líquido do período;
h) os lucros distribuídos;
i) as parcelas de lucros incorporadas ao capital;
j) o saldo no final do período.

Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da


mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado
exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. A
Entidade que elaborar a demonstração das mutações do patrimônio líquido, nela
incluirá a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória para


as companhias abertas e para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na
data do balanço patrimonial, superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela
Lei nº 9.457/97). A DOAR indica as modificações na posição financeira da
companhia, mas teve sua validade até 31.12.2007. Os financiamentos estão
representados pelas origens de recursos, e os investimentos pelas aplicações de
recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é simplesmente o de
dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito mais amplo; representa
capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital Circulante
Líquido. A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007,
sendo obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas
somente até 31.12.2007.

Forma de Apresentação

A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia,


discriminando:

1 - as origens dos recursos, agrupadas em:

a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado


pela variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo,
da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e
direitos do ativo imobilizado;

2 - as aplicações de recursos agrupadas em:


a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;

3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,


representando aumento ou redução do capital circulante líquido;

4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o


montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o
exercício.
CAPÍTULO 3

ORIGENS DE RECURSOS

As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante


Líquido, e as mais comuns são:

a) das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital


circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas, ou seja, resultam do
lucro líquido apurado exclusivamente das operações regulares da empresa.

Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo,


teremos uma aplicação de recursos;

b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no


exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e,
consequentemente, seu capital circulante líquido;

c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem
como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou
de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.

Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem
de recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante
Líquido. Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do
Passivo Circulante.

A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de


fundos, devem ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de
elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos.
Aplicações de Recursos

As aplicações de recursos são representadas pela redução do Capital Circulante


Líquido entre o início e o término de determinado período. As aplicações de recursos
mais comuns que implicam na variação do Capital Circulante Líquido são as
seguintes:

1) Imobilizações

Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado, investimentos permanentes


ou aplicação de recursos no Ativo Diferido, tais fatos representam aplicação de
recursos e, consequentemente, refletem numa variação líquida negativa do Capital
Circulante Líquido.

2) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo

A amortização de empréstimos a longo prazo significa, em princípio, uma redução


do passivo exigível a longo prazo e representa uma aplicação de recursos. Por outro
lado, a obtenção de um novo financiamento representa uma origem de recursos.

Tendo em vista que o conceito de recursos é o de Capital Circulante Líquido, a mera


transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo
Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos,
pois reduziu o Capital Circulante Líquido.

Capital Circulante Líquido

O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o ativo circulante (disponível, contas


a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente) e o passivo circulante
(fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte) em
determinada data.
Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital
Circulante Líquido próprio e quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo
Circulante tem-se um Capital Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

Transações que não Afetam o Capital Circulante Líquido

Além das origens e aplicações relacionadas anteriormente, há inúmeros tipos de


transações efetuadas que não afetam o Capital Circulante Líquido, mas são
representadas como origens e aplicações simultaneamente, como por exemplo:

a) aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) pagáveis


a Longo Prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Permanente
e, ao mesmo tempo, uma origem pelo financiamento obtido pelo acréscimo no
Exigível a Longo Prazo no exercício, como se houvesse entrado um recurso que
fosse imediatamente aplicado;

b) conversão de empréstimos de longo prazo em capital, caso em que há uma


origem pelo aumento do capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do
Exigível a Longo Prazo, como se houvesse ingresso de recurso de capital aplicado
na liquidação da dívida;

c) integralização de Capital em bens do Ativo Permanente, situação também sem


efeito sobre o Capital Circulante Líquido, mas representada na origem (aumento de
capital) e na aplicação (bens do Ativo Permanente recebido), como se houvesse
essa circulação do recurso;

d) venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que


também deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda
e, na aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a
longo prazo;

e) depreciação, amortização e exaustão. Tais valores, lançados como despesa do


exercício, diminuem o resultado, mas não reduzem o capital circulante líquido;
representam redução no Ativo Permanente e redução no Patrimônio Líquido, mas
não alteram os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Desta forma, o valor desses
itens registrados no ano deve ser adicionado ao Lucro Líquido para apuração do
valor efetivo dos recursos gerados pelas próprias operações;

f) variação nos resultados de exercícios futuros representa lucros que, pelo regime
de competência, pertencem a exercícios futuros, porém, já afetaram o Capital
Circulante Líquido, ou seja, se o saldo de Resultados de Exercícios Futuros tem um
aumento no exercício, significa que a empresa já o recebeu, aumentando o Capital
Circulante Líquido, mas sem que o tenha registrado como receita, não fazendo parte
do lucro do ano. Assim, como se trata de recebimento originário pelas operações da
empresa, deve ser agregado ao resultado do exercício. Se houver redução do saldo
desse grupo, deve ser diminuído do Lucro Líquido;

g) lucro ou prejuízo registrado pelo método da equivalência patrimonial para


investimentos em coligadas ou controladas, esse resultado, que afeta o lucro da
investidora, não afeta o seu Capital Circulante Líquido. Por isso, na apuração da
origem de recursos das operações, esse valor deve ser diminuído do Lucro Líquido,
se for receita; ou a ele acrescentado, se for despesa;

h) ajustes de exercícios anteriores; esses ajustes são registrados diretamente na


conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, não afetando, portanto, o Lucro Líquido
do ano. Neste caso, os ajustes são efetuados nos saldos iniciais do balanço, nas
contas a que se refere, como se já houvesse sido registrado nos anos anteriores,
assim sendo, as origens e aplicações de recursos do ano já ficarão expurgadas
desse efeito;

i) variações monetárias de dívidas de longo prazo, essas despesas afetam o lucro,


mas, por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo,
não alteram o Capital Circulante Líquido. Devem, por isso, também ser adicionadas
ao Lucro Líquido do exercício.
Ocorrência de Prejuízo

Quando as operações consomem Capital Circulante Líquido, isso representa uma


aplicação e, como tal, deve ser apresentado na demonstração, no grupo de
aplicações, como o primeiro item do grupo. Isso ocorre quando a empresa está
operando com prejuízo. Entretanto, se a empresa está com prejuízo, mas em
decorrência dos ajustes citados, as operações próprias apresentam uma origem de
recursos (lucro), a apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no
agrupamento das origens.

No caso da empresa apresentar lucro, mas os ajustes evidenciarem uma aplicação


de recursos (prejuízo), a apresentação do lucro e seus ajustes devem ser no
agrupamento de aplicações.

Elaboração da DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos)

1º passo: obtenção do balanço final, depois de todos os ajustes, na data de


encerramento do exercício, bem como do balanço de encerramento do exercício
anterior.

2º passo: apurar as variações dos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida
entre os mesmos. Os grupos de Exigível a Longo Prazo, Resultados de Exercícios
Futuros e Patrimônio Líquido, por serem credores, devem ser indicados como
negativos.

3º passo: análise da composição das variações ocorridas em cada uma das contas.
CAPÍTULO 4

ORÇAMENTOS EMPRESARIAIS

Orçamento presume-se por cálculos realizados com antecipação tanto das receitas
como das despesas de uma empresa, uma entidade pública, um estado, ou
simplesmente da economia familiar. Destacamos que orçar significa acionar todos os
dados constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados
previstos para o próximo exercício.

O orçamento empresarial se destacou entre às décadas de 1950 e 1960, quando


empresas bem estruturadas no mercado começaram a utilizar o orçamento em suas
operações e com isso se expandiu mundialmente.

O Orçamento pode ser caracterizado através dos seguintes pontos de partida que
consideramos básicos:

a) Projeção para o Futuro – a preparação do orçamento determinará as novas


condições de trabalho como as estimativas: das vendas, dos custos de aquisição de
matérias-primas, das contratações de mão-de-obra, dos demais custos indiretos de
fabricação e das despesas operacionais da empresa. Desta forma, a projeção para o
futuro deverá especificar o quanto e quando as atividades deverão concretizar-se,
considerando, em parte, o presente para projetar o futuro;

b) Flexibilidade na Aplicação – o orçamento como instrumento de planejamento


financeiro deverá ser rapidamente adaptado as novas condições de trabalho e de
mercado da empresa; não poderá ser visto como peça estática e imutável no tempo,
pois mudanças ocorrerão na economia, com certeza e, por sua vez, irão exigir ágeis
adequações em relação ao que foi estabelecido no plano inicial;

c) Participação Direta dos Responsáveis – a técnica orçamental não é de


competência exclusiva da cúpula diretiva, mas, ao contrário, será de todos os níveis
da empresa, ou seja, todos deverão participar do processo e comprometer-se em
alcançar as metas fixadas no plano geral de operações, pois somente assim o
orçamento será uniforme, lógico e realista;

d) Global – no sentido de abarcar todas as unidades e atividades operacionais da


empresa, no período considerado;

e) Prático – a elaboração do orçamento deverá ser em tempo hábil, para que a sua
execução possa ocorrer no momento certo;

f) Critérios Uniformes - para elaborar-se o orçamento na empresa, princípios e


padrões terão que ser definidos, previamente, permitindo assim realizar-se a
avaliação do mesmo;

g) Quantificação – o orçamento deverá ser expresso, em valores físicos e


monetários;

h) Economicidade – deverá revelar, em termos econômicos, o que se terá de fazer e


o que se pretende fazer na empresa no período orçamentário.

Avançando, seguimos com as principais etapas para uma empresa elaborar o


orçamento empresarial são: orçamento de vendas, orçamento de produção ou
fabricação, orçamento dos custos de matéria-prima, orçamento dos custos de mão-
de-obra direta, orçamento dos custos indiretos de fabricação, despesas de vendas e
administrativas, projeção dos financeiros.

Os tipos de orçamentos, bem como suas origens, objetivos e aplicabilidade são:


Orçamento Estático (Budget), Orçamento Flexível, Rolling Budget Eforecast,
BeyondBudgeting, Orçamento Ajustado Forecast, Orçamento Base Zero e Controle
Matricial.

1. Orçamento Estático

Objetivo: É focada nos resultados de um único plano, uma única atividade, uma vez
que ele é elaborado ele não muda, fica estático, parado, permanece sem alterações
desde seu princípio. Esse tipo de orçamento não se ajusta a mudanças.
Aplicabilidade: Funções Administrativas

2. Orçamento Flexível

Origem: Inicialmente na década de 70, na Alemanha por Kilger e Plaut (GPK),


englobando dois princípios básicos: controle e cálculo de custo por produto e a
diversificação entre custos fixos e variáveis.

Objetivo: Serve para auxiliar a empresa a calcular sua capacidade e assim prever
seus custos para vários níveis de atividades. O orçamento flexível somente torna-se
eficaz quando a empresa consegue calcular o que cada empregado produz o que
cada máquina ou computador produz e o que cada metro quadrado a fábrica produz,
assim os gestores conseguem se preparar para o inesperado.

Aplicabilidade: Esse tipo de orçamento avalia e controla os custos de despesas


operacionais e de fabricação.

3. Orçamento Rolling ou Contínuo

Objetivo: Analisar naquele período que foi elaborado o orçamento, o que deu certo e
o que deu errado e assim projetar um novo orçamento a fim de diferenciar o que deu
errado, contudo analisar detalhadamente as receitas e as despesas para ter base
para a elaboração do período futuro. O orçamento contínuo cobre em torno de 12
meses, sendo que se pode revisá-lo mensalmente, trimestralmente e
semestralmente, resultando em um orçamento mais claro e detalhado.

Aplicabilidade: Empresas que trabalham com produtos com ciclo de vida reduzido e
processos que necessitam de rapidez nas mudanças.

4. Orçamento Beyond Budgeting

Origem: Criado por um grupo de 60 empresas, no ano de 1998, do qual os


empresários renunciaram o orçamento tradicional e apostaram na flexibilidade e
descentralização dos gestores.
Objetivo: Criar um ambiente de trabalho favorável, com autogerenciamento e uma
cultura organizacional vinculado com responsabilidade, fornecendo assim uma
cadeia de motivação, produtividade e melhor atendimento aos clientes da empresa,
isso requer liderança e visão. O orçamento é projetado a médio e longo prazo, em
torno de 18 meses.

Aplicabilidade: Fábricas e bancos.

5. Orçamento Ajustado

Objetivo: Seu objetivo é a organização obter uma saída, uma alternativa conforme o
planejamento da quantidade da fabricação e vendas ou de outras variáveis. O
orçamento fica modificado a partir do orçamento inicial.

6. Orçamento Base Zero (OBZ)

Origem: Chamada de orçamento baseada em riscos, a primeira formalização


ocorreu em 1960, no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, portanto
somente em 1970 ocorreu a implementação na Divisão de Assessoria e Pesquisa da
Texas Instruments, e a primeira publicação foi realizada nos meses de novembro e
dezembro do mesmo ano.

Objetivo: Seu objetivo é examinar o custo-benefício ou análise de evolução de todos


os processos, projetos e atividades, iniciando da estaca zero, foco nos objetivos e
metas dos gestores para uma estimativa de vendas, fabricação e outras peças
orçamentárias, sendo assim, o OBZ leva mais tempo para sua elaboração em
contrapartida conduz a um resultado acertado. Temos os tipos de perguntas que vão
elaborar o OBZ, devemos analisar: O que gastar? Quanto gastar? Como gastar?
Onde gastar? Por que gastar?

Aplicabilidade: Atividades industriais, comerciais e de serviço, com ou sem fins


lucrativos.
7. Controle Matricial

Objetivo: Serve para controlar os custos da organização, de tal forma como é


chamada, matricial, que são analisados o orçamento através de linhas e colunas,
para assim estar mais preparada para o mercado competitivo.

Aplicabilidade: Controle de todas as despesas de qualquer empresa, de qualquer


ramo.

Com os subsídios apresentados ao longo do texto, finalizamos afirmando que o


sucesso do empreendedor está projetar o processo orçamentário, e para isso é
indispensável à comunicação entre os gestores, entre a empresa. Ratificamos que
para elaborar um orçamento empresarial é preciso analisar o ramo de atividade da
empresa e assim buscar informações como um todo para elaborar o melhor
orçamento a fim de buscar a lucratividade e menos riscos.
CAPÍTULO 5

A CONTABILIDADE NA ESCOLA

A contabilidade está ligada aos princípios das manifestações humanas de


necessidade social, com o intuito de proteger a posse e perpetuar e interpretar os
fatos ocorridos com o objetivo material de que o homem sempre dispôs para
alcançar os fins propostos. A organização do homem e o acúmulo de valores
estimularam à necessidade de registrar suas posses e serviços.

A escola tem o papel não só de formar cidadãos, mas também fornecer aos alunos
os ensinamentos que eles precisam para viver e trabalhar, bem como guiá-los para
a vida sempre se atentando para a evolução do mundo.

Hoje em dia, com a facilidade de acesso à informação, cada vez mais cedo as
crianças dominam conteúdos que em outras épocas só seriam entendidos com
idade mais avançada. Historicamente, não há na grade curricular das escolas
brasileiras o ensino da contabilidade para alunos do ensino médio e fundamental.
Nesse contexto, o ensino de alguns conceitos de contabilidade nas salas de aula
das escolas poderia ser de grande valia para o desenvolvimento do senso de
controle, organização e análise dos alunos. Dessa forma, os estudantes poderiam,
desde cedo, ter contato com conteúdos relacionados a patrimônio, orçamento,
receita, despesa, tributos, impostos, entre outros.

Sabe-se ainda que a contabilidade é de extrema importância também para a gestão


escolar. Sem esse controle não se consegue avançar. Manter em dia a contabilidade
da escola não é tarefa fácil e/ou simplória, porém de extrema necessidade para
elaboração de demonstrações contábeis, evitando problemas, garantindo base
sustentável para os diversos setores da Instituição.

A Lei Complementar 123/2006 em seu Artigo 17º (incisos I e XVI do §1º) dispõe que:

§ 1o As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput deste artigo


não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às atividades
seguintes ou as exerçam em conjunto com outras atividades que não tenham sido
objeto de vedação no caput deste artigo:

I - creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental;

XVI - escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais;

As escolas que se encontram com características especificadas acima, podem


perfeitamente aderir à sistemática do Simples Nacional, no que diz respeito ao
recolhimento de Impostos. No entanto se fugir às características mencionadas
deverá optar pela tributação pelo Lucro Presumido ou Real.

Outra base para assegurar a contabilidade na escola e ou na rede escolar, encontra-


se na resposta da Solução de Consulta 387/2007 a Receita Federal, que editou seu
entendimento conceitual sobre escolas livres e cursos técnicos e gerenciais,
disponibilizando o seguinte material:

Solução de Consulta Nº 387, De 6 De Novembro de 2007

Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das


Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples
Ementa: Simples Nacional. Ensino Livre e Curso Técnico.

Ensino livre é o não regulamentado. Ou seja, em contraste com o sistema de ensino


regular, são cursos de duração variada, para atividades profissionais ou mero
aprimoramento pessoal, por exemplo: Auto-ajuda, beleza, moda, comportamento,
entre outros.

Já o curso técnico é espécie do gênero educação profissional, que conduz ao


desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, em articulação com o ensino
regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições
especializadas ou no ambiente de trabalho, mediante cursos regulares ou especiais.

Se as aulas da consulente são ministradas em regime de escola livre ou curso


técnico, é permitida a opção pelo Simples Nacional. Caso contrário, é vedada,
porque constituem serviço de instrutor e/ou atividade intelectual, de natureza técnica
ou científica.

Dispositivos Legais: Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 17, XI, § 1º, XVI; Lei nº
9.394, de 1996; Decreto nº 5.154, de 2004, art. 1º.
A "preferência" da sistemática de tributação entre Lucro Presumido, Lucro Real
Trimestral ou Lucro Real por Estimativa Mensal, deve se fundamentar em estudo
tributário com base nas expectativas de realização de receitas e despesas.

Nesse caso é bom lembrar que tendo em conta que a despeito de a pessoa jurídica
optante pelo Lucro Real estar submetida ao regime de incidência não-cumulativa, as
receitas constantes do art. 8º da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 10 da Lei nº
10.833, de 2003, observado o disposto no art. 15 desta última Lei, estão excluídas
desse regime. Isso denota que as empresas que obtêm receitas decorrentes da
prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e
educação superior, mesmo sendo optante pelo Lucro Real, deverão calcular o PIS e
a COFINS pelo regime cumulativo, ou seja, não tirarão proveito dos créditos
provenientes dos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas.
Lucro Presumido

Por ser esta a sistemática de tributação menos onerosa, principalmente para


empresas no início das atividades, que nesse caso é a escola, depois de orientada
considere a possibilidade de optar por esta ordenada forma do recolhimento dos
impostos.

Como Garantir uma Gestão Financeira Eficiente

Caprichar no planejamento e na organização ajuda a gerir os recursos da escola,


garantindo economia de tempo e bons resultados. Administrar o orçamento requer
organização, responsabilidade e transparência, e se tratando de gestão dos
recursos públicos, lembramos que a verba é regulada pelas leis federais de Direito
Financeiro (4.320/64) e de Licitações (8.666/93) e pela lei complementar de
Responsabilidade Fiscal (101/2000). O artigo 212 da Constituição diz que a União
deve aplicar no mínimo 18% (e os estados e municípios, 25%) de suas receitas em
Educação. A verba que vem do governo federal é distribuída pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) por canais como o Programa Dinheiro Direto
na Escola (PDDE) - depositado na conta bancária da entidade executora da escola e
ganhando rapidez para suprir necessidades básicas de manutenção, aquisição de
material didático e formação. Já os recursos dos estados e municípios são
administrados pelas Secretarias de Educação, que providenciam itens como:
estrutura física, carteiras e pagamento de funcionários. Existe ainda o montante
arrecadado em eventos ou em parcerias com o setor privado. Quanto mais você
estiver familiarizado com as etapas abaixo, menos tempo gastará com essa tarefa.

1. Definição de Prioridades

O que temos de emergencial não deve ganhar destaque em tempo integral na


Administração Escolar. Subestimando um panorama geral das necessidades da
escola, o diretor se dedica ao trabalho de forma efêmera e sem previsão. Esse olhar
global é obtido com a reunião de representantes de professores, funcionários,
equipe gestora, estudantes, pais e comunidade para definir prioridades, com a
participação ativa da APM e do Conselho Escolar. Para garantir a aprendizagem,
vale se perguntar o que é imprescindível para atingi-la. Materiais? Obras de reparo?
Formação de professores? As respostas viram uma lista e cada item ganha uma
ordem de urgência antes da distribuição dos recursos.

2. Cálculo Correto dos Gastos

Quanto mais detalhado for o planejamento, melhores serão os resultados. Assim


para repartição dos recursos fica mais notório quem deve um pedaço maior, e
outras, com um menor. Para calcular certo cada fatia (os gastos) do orçamento e
compreender como melhorar a receita da escola, é preciso ter referência. Uma boa
maneira de adquirir parâmetros é levantar nos documentos da instituição o histórico
de gastos de três ou quatro meses do ano anterior e fazer uma média de quanto
cada área demandou (informática, recursos humanos, material etc). Não custa
lembrar que a escola pública deve seguir as normas da Lei de Licitações. De acordo
com os valores e o tipo de gasto, essa legislação estabelece a obrigatoriedade de
haver uma ação que permita a comparação de preços (concorrência, tomada de
preços ou carta-convite) antes da contratação do serviço ou da compra de material.
Por menor que seja esse gasto, o processo referente a ele deve conter, no mínimo,
três orçamentos registrados.
Cálculo dos Gastos da Escola
3. Elaboração do Orçamento Geral

Apresentamos esse item como o detalhamento do plano de gastos. Nesse


planejamento devem constar os valores definidos para cada uma das prioridades,
assim separados: estimativa de entrada de recursos e de arrecadação (receitas) e
previsão de despesas. De acordo com a terminologia do orçamento público, essas
últimas devem ser classificadas em dois grupos. As "correntes" se referem aos
gastos diários com a manutenção da escola, como compra de material e contratação
de serviços. As "de capital" são as despesas com equipamentos, materiais
permanentes e execução de obras. Para que o planejamento não desande é preciso
estar sempre atento ao fluxo de caixa, ou seja, ao dinheiro que entra e sai
diariamente. Como os imprevistos sempre acontecem, como margem de segurança
é recomendável prever uma reserva. Outra medida que garante um bom controle da
execução orçamentária é cuidar para que sejam emitidos sempre cheques nominais.
Esse procedimento facilita o acompanhamento do extrato bancário, o que deve ser
feito com frequência.
4. Prestação de Contas Transparente

A escola tem de prestar contas de seus gastos à Secretaria de Educação à qual é


vinculada, aos executores dos programas de financiamento com os quais estabelece
parceria - em períodos estabelecidos previamente por lei ou pelo regulamento da
entidade financiadora - e à comunidade. Os balanços financeiros e orçamentários
são obrigatórios, conforme determina o artigo 70 da Constituição Federal.
Acompanhado por documentos fiscais e justificativas, o relatório de prestação de
contas precisa ser aprovado pelo conselho fiscal da escola antes de ser divulgado.
Os formulários para essa finalidade mudam de acordo com o órgão de onde saem
os recursos. No caso da verba recebida pelo PDDE, a escola também encaminha a
prestação de contas para a Secretaria. Já com relação aos recursos financeiros
privados, é essencial atender aos critérios da instituição que repassou a verba.
Numa gestão democrática, a comunidade precisa ser informada de todas as
aplicações feitas em benefício da escola. Mas isso pode ser divulgado de maneira
mais informal, publicando as informações no jornal interno, no mural ou em
assembleias com a presença de pais e alunos.

Reunião para Prestação de Contas Mural de Prestação de Contas

5. Comprovação de gastos

É imprescindível que todos os originais de documentos fiscais sejam encaminhados


ao órgão responsável pela contabilidade. Lá ficam disponíveis para a fiscalização do
Tribunal de Contas. Para garantir o controle interno, porém, é recomendável manter
cópias de tudo. A boa organização da papelada é meio caminho andado na hora de
justificar as despesas. Fica mais fácil encontrar os documentos e manipulá-los se
estiverem separados por contrato. Uma boa prática é criar uma pasta (ou processo)
para cada um. Por exemplo, se a escola recebeu da Secretaria uma verba para
executar uma obra na cozinha, o ideal é documentar esses reparos, organizando a
papelada por ordem cronológica: comprovantes, extratos bancários, notas fiscais e
recibos, plano de aplicação dos recursos e prestação de contas. São válidos
somente os recibos e documentos emitidos em nome da escola. Aqueles em nome
de pessoa física ou de terceiros ficam de fora.

Comprovante de Despesas

Contabilidade Pública

É preciso registrar que a contabilidade ocorre em dois campos: Contabilidade


Comercial e Contabilidade Pública. E justamente a diferença é o que vamos estudar
a seguir. Informamos que não dá para comparar uma com a outra, exceto em alguns
casos.

Contabilidade Comercial distingue-se por ser um ramo da contabilidade aplicado ao


estudo e ao controle do patrimônio das empresas comerciais, com a finalidade de
expor informações acerca da composição, variações e inclusive fornecer o resultado
econômico decorrente da atividade mercantil. Nesse caso há poucos sócios e
rapidamente decisões são tomadas.
Contabilidade Pública, os sócios são ilimitados, pois são constituídos pelo povo,
cidadãos. Diferente da Contabilidade Comercial onde existe uma quantidade limitada
e/ou determinada de sócios. Seu principal objetivo é gerir o patrimônio público,
alcançando o resultado social esperado. Nos órgãos públicos, por conter muitos
sócios, para se gastar é necessário primeiro a elaboração de um Planejamento
Público. Essa contabilidade está consolidada no Orçamento e Finanças Públicas. A
lei 4.320/64 aponta que a contabilidade pública registra os atos e fatos praticados na
Administração Pública e que o Direito Financeiro é inseparável dessa contabilidade.
Sendo assim, percebemos que os recursos para financiamento de funcionamento da
escola pública são providos pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

Planejamento Público – Planejamento é imprescindível para quem pretende alcançar


qualquer objetivo proposto. Quando desejamos algo é necessário organizar as
ideias, sincronizar as ações e torna-las conciliáveis com os elementos disponíveis
para executá-las. Lembramos que o Governo deve estabelecer planos com o
propósito de promover o desenvolvimento econômico e social, e para por em prática
os projetos é indispensável o recurso público. Esse assunto ganha destaque na
Constituição Federal de 1988, art. 174.

Recursos ou Verbas Estaduais e Federais

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos


Profissionais da Educação - FUNDEB- é um fundo de natureza contábil que iniciou
sua implantação em 1º de Janeiro de 1997. Ele promove a distribuição com base no
número de alunos da educação básica pública. De acordo com a Constituição
Federal de 1988, 25% das receitas dos impostos e transferências dos Estados,
Distrito Federal e Municípios se acham vinculados à educação. O FUNDEB, a título
de complementação também é composto por uma parcela de recursos federais,
sempre que no âmbito de cada estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo
definido nacionalmente. Por se tratar de um fundo de natureza contábil, o FUNDEB
não pode se considerado Federal, Estadual ou Municipal, mas sim é alimentado
pelas três esferas.
Os recursos são destinados a financiamento de ações de manutenção e
desenvolvimento da educação básica pública, independente da modalidade em que
o ensino é disponibilizado, porém as observações são para que “Os Municípios
atuem prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação Infantil e os Estados
e o Distrito Federal atuem prioritariamente no Ensino Fundamental e Médio”. § 2º e
3º do art. 211 da Constituição.

No quesito distribuição, quanto à parcela destinada à valorização do Profissional do


Magistério, compreendida aquela que será destinada a pagamento de salários e
outras vantagens a Lei 11.494/2007 em seu artigo 22 trata dessas questões. Com as
medidas apresentadas na referida lei, o legislador:
- Admite a inclusão de profissionais contratados temporariamente;
- Define remuneração como sendo o total de pagamentos efetuados aos
profissionais, incluindo-se os encargos sociais;
- Expressa a proibição da utilização desta verba para pagamentos de inativos.

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