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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

CAROLAINY SOUZA ARAÚJO BATISTA – 2016212867


WANDER EMIDIO DA SILVA GUIMARÃES - 2016213267

GRUPO 12

DIMENSIONAMENTO DE ENSECADEIRAS PARA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS

Palmas – TO
2021
CAROLAINY SOUZA ARAÚJO BATISTA – 2016212867
WANDER EMIDIO DA SILVA GUIMARÃES - 2016213267

GRUPO 12

DIMENSIONAMENTO DE ENSECADEIRAS PARA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS

Trabalho acadêmico apresentada ao Curso de


Engenharia Civil da Universidade Federal do
Tocantins para a obtenção de nota na disciplina
de Obras Hidráulicas.
Professor: Dr. Marcos André de Oliveira

Palmas – TO
2021
RESUMO

Este trabalho irá apresentar um dos principais esquemas de desvios de rios que é as ensecadeiras,
caracterizar sua utilização e aplicabilidade. Os principais métodos de dimensionamento de
ensecadeiras que embora tenham caractér próvisórios possuem uma grande importância na
construção das obras de desvios de rios para a construção de barragens dentro das suas
especificidades. Com base nos resultados obtidos, pode ser feita uma análise de como funcionada
o dimensionamento nos métodos apresentados. Observando ainda que os estudos são baseados
em métodos aproximados, desenvolvidos por meio de considerações experimentais de
láboratórios e de campo, e possibilitam que o projetista faça um dimensionamento de adequado
e viável para as barragens.

Palavras-Chave: Ensecadeiras. Barragens. Aplicabilidade. Métodos de dimensionamento.


Desvio de rios.
ABSTRACT

This work will present one of the main river diversion schemes which is like cofferdams,
characterize its use and applicability. The main methods of dimensioning cofferdams which,
although provisional in nature, are of great importance in the construction of river diversion works
for the construction of dams within their specificities. Based on the results obtained, an analysis
of how the sizing in the forwarded works can be carried out. Also noting that the studies are based
on approximate methods, developed through experimental considerations in laboratories and in
the field, and allow the designer to make an adequate and viable dimensioning for the dams.

Keywords: Cofferdams. Dams. Applicability. Dimensioning methods. River diversion.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação ilustrativa da contrução de ensecadeira para construção de UHE ... 16


Figura 2 - Ensecadeira em forma de “U”. Ensecadeira de 1ª fase da UHEBaguari ............... 17
Figura 3 - Ensecadeira de em forma de “C”. Ensecadeira de 1ª fase da UHE Fozdo Chapecó.18
Figura 4 - Ensecadeira em forma de “L”................................................................................. 18
Figura 5 - Esquema para cordão simples.................................................................................. 20
Figura 6 - Fechamento do rio na obra da UHE Barra Grande............................................... 21
Figura 7 - Lançamento submerso de solo para a impermeabilização da ensecadeira de
montante........................................................................................................................................ . 22
Figura 8 - Remoção de ensecadeira na UHE Monte Claro. ..................................................... 23
Figura 9 - Esquema típico de ensecadeira com cortina impermeáve......................................... 24

Figura 10 - Foto da obra da UHE Serra da Mesa. Ensecadeiras e área ensecada, com desvio
pelos túneis ............................................................................................................................... 25
Figura 11 - Tipos de Ensecadeiras celulares ............................................................................ 26
Figura 12 - Configuração de bloco sem apoio lateral .............................................................. 31
Figura 13 - Configuração de locos com apoio lateral .............................................................. 32
Figura 14 - Diagrama de SHIELDS ......................................................................................... 33
Figura 15 - Localização geral UEH Machadinho ...................................................................37
Figura 16 - Plano de manejo do rio Pelotas para a construção da UHE Machadinho .............38
Figura 17 - Foto da 2ª etapa de desvio da UHE Machadinho..................................................38
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 8
1.1 Considerações iniciais........................................................................................................... 10
1.2 Objetivos ................................................................................................................................ 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................... 11
2.1 Conceitos e definições.................................................................................................................. 11
2.2 Esquemas Comuns para Ensecadeiras ...................................................................................... 13
2.2.1 Ensecadeira de Enrocamento com Terra ............................................................................... 16
2.2.1.1 Tipos de Ensecadeiras e Pré-Ensecadeiras de Enrocamento com Terra – Seções
Transversais Usuais ........................................................................................................................ 16
2.2.1.2 Fases Construtivas de Ensecadeiras de Enrocamento com Terra .................................... 17
2.3 Ensecadeira com Cortina Impermeável .................................................................................... 20
2.4 Ensecadeira Galgável .................................................................................................................. 21
2.5 Ensecadeira Incorporada............................................................................................................ 22
2.6 Ensecadeira Celular .................................................................................................................... 23
3.DIMENSIONAMENTO ................................................................................................................ 25
3.1 Caracterização do material lançado na ensecadeira de enrocamento.................................... 25
3.1.1 Método de IZBASH (1936) ...................................................................................................... 26
3.1.2 Método de SHIELDS (1936) .................................................................................................... 28
3.1.3 Critério Recomendado pela ELETROBRAS (2003) ............................................................. 29
3.2 Ângulo de repouso de material lançado .................................................................................... 29
3.3 Modelo Hidráulico reduzido....................................................................................................... 30
3.4 Crtiério de semelhança de Froude ............................................................................................. 31
4.ESTUDO DE CASO ....................................................................................................................... 32
4.1 Visão geral do empreendimento. ......................................................................................... 32
4.2 Características principais .................................................................................................... 32
4.3 Condicionantes para o Projeto do Sistema de Desvio do Rio ........................................... 32
4.4 Ensaios em Modelo Reduzido ..................................................................................................... 34
4.5 Características Finais do Sistema de Desvio do Rio ................................................................. 34
4.6 Fases do Desvio ............................................................................................................................ 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 40
1 INTRODUÇÃO

Para construção de obras nos leitos dos rios, via de regra é necessário fazer o desvio
provisório do rio, no trecho de seu leiito onde se pretende trabalhaR, em esspecial para a
construção de barragens sendo considerada grandes obras.
As grandes obras surgiram para que facilitasse e melhorasse de alguma forma o
cotidiano da humanidade. Com isso, veio o uso das ensecadeiras sendo um grande feito da
engenharia, que é um tipo de proteção à prova d'água destinada a facilitar projetos de
construção em áreas que são normalmente submersas, como pontes e cais. Uma variedade
de materiais pode ser usada para construir esta estrutura e elas são provisórias.
Assim, nas obras hidráulicas, o manejo do rio durante a construção é um fator
importante com relação ao esquema geral da obra. A construção das ensecadeiras em água
corrente com a função de controlar o rio, é frequentemente uma atividade muito complexa,
envolvendo os principais problemas de construção. Apesar do custo do fechamento
corresponder, geralmente, a uma pequena porcentagem do custo total da obra, deve ser
estudado com cuidado, pois uma falha pode causar um atraso sério e custoso no
cronograma, logo o dimensionamento é fundametal.
Os estudos disponíveis sobre as condições de estabilidade do enrocamento no
fechamento de rios para a construção de obras hidráulicas são baseados em métodos
aproximados, desenvolvidos por meio de considerações teóricas, observações
experimentais de laboratório e de campo, e possibilitam que o projetista determine o
diâmetro do material necessário para executar o fechamento do rio, ressaltando um bom
dimensionamento.
São dois os principais métodos de fechamento de rio: lançamento transversal
uniforme, no qual as pedras são lançadas, tanto quanto possível, uniformemente ao longo
de toda seção transversal do rio; e lançamento lateral progressivo, quando o enrocamento é
lançado de uma margem ou das duas até o fechamento total do rio (ICOLD, 1986; PINTO,
1977; LINFORD, 1967; PEREIRA, 2001).
A escolha da forma de fechamento depende, além das vantagens e desvantagens de
cada sistema, de fatores ligados às características do próprio rio como: a qualidade do
material rochoso disponível, as finalidades da barragem a construir, equipamentos
disponíveis e prazos de execução (PINTO, 1977). Contudo, odimensionamento da
ensecadeira dependem também de fatores físicos, tais como a topografia, a geologia
e a hidrologia, mas também dependem das características da obra a ser executada,
podendo-se salientar como fatores determinantes os tipos de estruturas a serem
utilizadas na obra (tipo de barragem, vertedor
casa de força), o cronograma da obra e os riscos aceitáveis. Porém , deve-se buscar
sempre a solução mais econômica dentro dos padrões de segurança aceitáveis e das boas
práticas de engenharia.
1.1 Considerações iniciais

Este trabalho propõe o estudo do dimensionamento de ensecadeiras para construção de


barragens através dos métodos atuais de acordo com suas características especificas de uso,
mostrando deforma clara quais são as especificaçõe, como é feito a abordagem de cada método
dentro do problema apresentado e os resultados obtidos através. Destacando-se que não há uma
norma especifica de dimensionamento e sim parâmetros de cálculos e métodos usados que
expressam resultados com grau de segurança que torna possível a execuçãodesses mecanismos.

1.2 Objetivos

1.2.1 OBJETIVOS GERAIS

Avaliar os efeitos da base do método de dimensionamento de ensecadeiras para a


construção de barragens, mostrando as suas especificidades e avaliando a maneira de como o
método de dimensionamento se comporta. Com isso, fazendo com que fique claro quais são os
passos usais para tais resutados.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar alguns métodos de dimensionamento e analisar um estudo de caso da UHA


de Machadinho com utilização do método de dimensionamento de ensecadeiras.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As ensecadeiras são barragens provisórias, cujo objetivo é o fechamento de uma área do


curso d'água para que o projeto seja executado em local seco. Na área de trabalho é instalada uma
ensecadeira e a água é bombeada para expor o leito onde estava o corpo d'água, para que os
trabalhadores pudessem construir suportes estruturais, fazer reparos ou realizar outros tipos de
trabalho em ambiente adequado. Se instaladas incorretamente ou não pressurizadas com
segurança, trabalhar na ensecadeira pode ser um serviço extremamente perigoso.

2.1 Conceitos e definições

As ensecadeiras são apenas umas das finalidades que existem para realizar-se o desvio
de um rio durante a construção de um barramento. Duas são as soluções mais comuns para essa
problemática:
• Única fase: ensecadeiras de montante e jusante fechariam completamente o curso
d’água e as águas seriam desviadas por galerias, canais ou tuneis;
• Duas fases: na fase inicial seriam construídas ensecadeiras de montante e jusante,
conduzindo a seção do rio. Na próxima fase, o curso é completamente fechado e as
águas são desviadas por estruturas que foram construídas na fase inicial, como canais,
galerias, etc.
Essas etapas não representam uma regra que sempre deverá ser seguida. São muitos os
fatores que influenciam na construção e ensacadeiras para barragens, como a complexibilidade
do empreendimento, o tempo de duração e a valor a ser aplicado. Cada caso der ser analisado
individualmente para que se possa definir a melhor solução para os mesmos, buscando sempre
a redução de custos e do impacto ambiental.
Apesar das ensecadeiras terem basicamente a mesma função de uma barragem, estas duas
estruturas apresentam grandes diferenças entre si. Estas diferenças podem ser explicadas pelo
fato das ensecadeiras terem uma vida útil menor e devido às condições de construção e operação
das ensecadeiras. Para efeito de melhor comparação, podemos citas algumas condições que
influenciam de maneira mais severa em ensecadeiras do que em barragens:
• Construção em situações com clima desfavorável e em menor tempo;
• Ausência de espaço para locomoção e dificuldade de acesso;
• Altas vazões no ato da construção;
• Como o período de retorno em ensecadeira é menor, há maior risco de galgamento;
• Controle ineficaz do enchimento do reservatório.
Apesar dessas desvantagens, podemos listas condições que as favorecem:
• Maior facilidade de manutenção e reforço;
• Como são obras de porte menor, são aceitos maiores índices de movimentação e
vazamentos;
• Utilização de matérias que não poderiam ser usados em barragens, exceto quando a
ensecadeira não é parte dela;
• Menores riscos e danos a jusante.
A escolha e dimensionamento da ensecadeira dependem de fatores físicos, tais como a
topografia, a geologia e a hidrologia, mas também dependem das características da obra a ser
executada, podendo-se salientar como fatores determinantes os tipos de estruturas a serem
utilizadas na obra (tipo de barragem, vertedor, casa de força), o cronograma da obra e os riscos
aceitáveis. Porém, deve-se buscar sempre a solução mais econômica, dentro dos padrões de
segurança aceitáveis e das boas práticas de engenharia.
Em sua grande maioria, as ensecadeiras são feitas com o material disponível no local de
construção, para fins de melhor logística e redução de custos. Os principais tipos são:
• Enrocamento e terra;
• Celulares;
• Com cortina impermeável;
• Ensecadeira galgável;
• Ensecadeira incorporada.
O tamanho da ensecadeira deve ser capaz de proporcionar uma área de secagem que
permita a execução da engenharia com o equipamento que permita movimentação adequada.
O tipo e a forma da ensecadeira devem obedecer às características geológicas,
hidrológicas e topográficas e respeitar as normas hidráulicas. Desta maneira, é definida a altura
da ensecadeira, necessidade de espigões para direcionar o fluxo e minimizar a erosão, entre
outras características.
Por mais que a principal função e uma ensecadeira seja manter seco o local planejado, é
permitido um certo nível de tolerância para infiltrações que acabam ocorrendo na maioria das
vezes. É de extrema importância a previsão adequada dos equipamentos de bombeamento para
garantir a segurança e trabalhabilidade adequada do ambiente ensecado.
A fim de garantir a estanqueidade da ensecadeira, muitas vezes opta-se por aumentar a
espessura dela. Porém, isso pode prejudicar a trabalhabilidade pois esse aumento pode reduzir
significamente o local e trabalho.
Em casos onde possuem pouco conhecimento do local a ser trabalhado, é recomendado
adotar folgas no dimensionamento a fim de evitar acidentes e imprevistos. A imagem a seguir
trata-se do desvio do Rio Chipon no Paraná, para finalização das obras da Pequena Central
Hidrelétrica Bela Vista.

Figura 1: Representação ilustrativa da contrução de ensecadeira para construção de UHE

Fonte: PCH Bela Vista, Rio Chopin (2020)

2.2 Esquemas Comuns para Ensecadeiras

O posicionamento em planta das ensecadeiras pode tendem a atender basicamente a duas


condições: fechar o curso do rio ou confinar uma região ancorada à margem. A topografia é o mais
importante fator na hora dessa escolha.
No entanto, as ensecadeiras devem proporcionar uma região ensacada de proporções
adequadas a execução da obra, e sua forma e contorno devem minimizar a necessidade de sua
proteção, levando em consideração as condições de escoamento próximo a ela. Isso depende
diretamente do regime hidráulico e hidrológico do local.
O tipo de ensecadeira que confina uma região é usado principalmente quando se desvia o rio
por uma seção estrangulada do seu leito, ou para diminuir o risco de alagamento em obras realizadas
junto às margens do rio. Nesta configuração, apenas uma ensecadeira deve confinar a região desejada,
portanto, as ensecadeiras não são classificadas como de montante ou de jusante, mas sim, dá-se a elas
o nome da estrutura que as mesmas protegem ou pela fase do desvio que são utilizadas.
O uso deste tipode solução somente é possível quando a topografia permite, pois em vales
estreitos, uma redução da seção do rio é praticamente inviável, portanto, o uso é comum em vales
espraiados. Pode-se inclusive utilizar mais de uma ensecadeira, sendo que cada uma confina uma
região distinta. Nestes casos, a ensecadeira normalmente assume formas de “U” ou de “C”, e em
alguns casos de “L”. Algumas das figuras a seguir exemplificam o uso destes tipos de arranjos.

Figura 2: Ensecadeira em forma de “U”. Ensecadeira de 1ª fase da UHEBaguari – Estudo


de Viabilidade

Fonte: Gabriel Rocha (2006)


Figura 3: Ensecadeira de em forma de “C”. Ensecadeira de 1ª fase da UHE Fozdo Chapecó
– Projeto Básico.

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

Figura 4: Ensecadeira em forma de “L”. Ensecadeira de 1ª fase da UHE SaltoPilão

Fonte: Gabriel Rocha (2006)


O tipo de ensecadeira para fechamento de rio é comum em desvios em uma única fase, onde
a ensecadeira atravessa o rio para fechá-lo, desviando as águas por estruturas de desvio como túnel,
galeria ou canal. Também é comumente utilizado na 2ª fase de desvio, onde a ensecadeira fecha o rio
ligando a margem a uma estrutura previamente construída. Em ambos estes casos, as ensecadeiras
são geralmente retas ou levemente curvas (forma de “I”) e é necessário utilizar uma ensecadeira à
montante e outra a jusante.

2.2.1 Ensecadeira de Enrocamento com Terra

São, de forma geral, o método mais utilizado por apresentarem um baixo custo. O
enrocamento é utilizado para fazer o fechamento do rio e proteger a impermeabilização. No
enrocamento a terra é o responsável pela estanqueidade da ensecadeira. Somente quando as
velocidades são baixas, pode-se dispensar o uso de enrocamento, mas isso se dá em caso esporádicos.
Essas ensecadeiras de terra, podem ser construídas de duas maneiras, que são, por ponta de
aterro ou em camadas. O método por ponta de aterro pode chegar a demonstrar duas configurações,
uma por cordão simples ou por condão duplo.

2.2.1.1 Tipos de Ensecadeiras e Pré-Ensecadeiras de Enrocamento com Terra – Seções


Transversais Usuais

As ensecadeiras podem ter inúmeras configurações para sua seção transversal, podendo-se
combinar o uso do enrocamento e da terra de diversas formas ou usar estes materiais separadamente,
porém, o mais comum é a utilização conjunta dos dois materiais. Entre as possíveis configurações,
pode-se ter apenas o uso de terra, a terra a montante ou a jusante do enrocamento ou ainda pode-se
ter uma ensecadeira de enrocamento com núcleo argiloso.
A seção da ensecadeira a ser utilizada é influenciada por diversos fatores, mas a geologia e as
condições hidrológicas são as que mais afetam a escolha. Quando se executa a ensecadeira de
enrocamento com terra pelo método ponta de aterro pode-se escolher entre dois tipos básicos de
conformação que são: cordão simples (mais usual); e cordão duplo. Já pelo método de execução em
camadas, apenas cordão simples é utilizado.
A figura a seguir mostra esquemas típicos para seções transversais de ensecadeiras de
enrocamento com terra tanto de cordão simples como de cordão duplo.
Figura 5: Esquema para cordão simples

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

2.2.1.2 Fases Construtivas de Ensecadeiras de Enrocamento com Terra

Podemos dizer que ambos os métodos de execução das ensecadeira de enrocamento com terra
seguem em linhas gerais as mesmas fases construtivas, que podem ser as seguintes:
1ª - Lançamento da pré-ensecadeira;
2ª - Impermeabilização da pré-ensecadeira;
3ª - Alteamento da ensecadeira;
4ª - Remoção da ensecadeira.
A seguir, estas quatro etapas serão brevemente abordadas.
1ª - Lançamento da pré-ensecadeira:
A pré-ensecadeira tem a finalidade de realizar o fechamento da área a ser esgotada. O primeiro
passo é realizar uma limpeza do fundo do leito do rio, onde a ensecadeira se apoiará. Deve-se retirar
o material indesejado, depositado no fundo, que pode prejudicar a estanqueidade (areias permeáveis)
ou a estabilidade da ensecadeira (material com baixa resistência). A limpeza pode ser feita através de
dragas.
Após a limpeza, procede-se com o lançamento da pré-ensecadeira, seja “por camadas” ou por
“ponta de aterro”, que neste caso pode ser por uma ou duas frentes. No caso de ponta de aterro, pode-
se escolher entre ensecadeira de cordão simples ou de cordão duplo.
Figura 6: Fechamento do rio na obra da UHE Barra Grande

Fonte: PCH Bela Vsita

2ª - Impermeabilização da pré-ensecadeira:
A impermeabilização da ensecadeira de cordão simples é feita lançando-se o material argiloso
(fino) pelo lado externo da área a ser ensecada, ou seja, no talude de montante na ensecadeira de
montante e no talude de jusante na ensecadeira de jusante. Deve-se lançar o material dentro d’água,
até que se obtenha a espessura desejada.
Nos casos de ensecadeira de cordão simples, onde se tenha correnteza muito forte (velocidade
alta, bem maior que 1m/s) e o rio tenha sido ensecado apenas parcialmente, o lançamento do material
argiloso depende da utilização de espigões, que tem a finalidade de deslocar o fluxo de água para
fora da região de lançamento.
Quando a ensecadeira for de cordão duplo, a impermeabilização é feita, lançando-se o
material argiloso entre os dois cordões pelo método do aterro de ponta, avançando-se ao longo da
pré-ensecadeira. Conforme a argila for sendo lançada, o aterro vai sendo compactado.
Figura 7: Lançamento submerso de solo para a impermeabilização da ensecadeira de
montante

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

3ª - Alteamento da ensecadeira:
Após a impermeabilização da pré-ensecadeira, deve-se proceder com o alteamento da
ensecadeira até a cota definitiva, prevista em projeto.
Para pré-ensecadeiras de cordão simples, deve-se primeiro drenar a área entre as pré-
ensecadeiras de montante e de jusante. Em seguida, escava-se o fundo do leito do rio, junto ao pé,
até alcançar a rocha sã, ou material de boa qualidade. Começa-se então a fazer o aterro compactado,
alteando a ensecadeira até a cota desejada.
No caso de pré-ensecadeira de cordão duplo, não é necessário drenar a região ensecada,
bastando-se colocar camadas de terra sobre o material impermeabilizante da pré-ensecadeira, até
atingir a cota desejada.

4ª - Remoção da ensecadeira.
A remoção da ensecadeira deve ser feita apenas quando e onde necessário, uma vez que
acarreta em custos que devem ser evitados. Os casos que requerem que a ensecadeira ou parte dela
sejam removidas são:
• Casos onde a não remoção da ensecadeira ou parte dela acarretem no aparecimento de
vórtices na tomada d’água e no vertedor, que podem causar problemas para a operação
do vertedouro e da casa de força;
• Casos onde a ensecadeira aumente as perdas de carga a montante do vertedor e tomada
d’água, acarretando em diminuição na capacidade de vazão do vertedor e diminuição da
queda líquida para geração;
• Casos que a ensecadeira cause perdas de carga a jusante do canal de fuga, o que também
causa redução na queda líquida para geração, reduzindo a eficiência da usina; e
• Remoção da ensecadeira de 1ª fase de desvio para possibilitar a passagem do fluxo da
água pela estrutura a ser utilizada na 2ª fase do desvio.
Por razões econômicas deve-se sempre evitar remoção desnecessária das ensecadeiras de
montante e de jusante.

Figura 8: Remoção de ensecadeira na UHE Monte Claro.

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

2.3 Ensecadeira com Cortina Impermeável

A utilização de ensecadeiras com cortinas impermeáveis é necessária em alguns casos. A


cortina impermeável ajuda na vedação da ensecadeira, reduzindo a infiltração ou percolação de
água pelo corpo da ensecadeira ou pela base onde esta se apoia.
A estanqueidade da ensecadeira não é importante apenas para manter a praça de trabalho
seca, mas também para garantir a estabilidade da ensecadeira, que pode sofrer grandes danos, no
caso de uma vazão muito grande de água passar através de seu maciço.
A cortina impermeável pode ser feita com diversos método e de diversos materiais. Alguns
dos tipos possíveis são: injeções de calda de cimento, cut-offs, paredes diafragmas, mantas asfálticas
e mantas de material plástico de alta densidade.

Figura 9: Esquema típico de ensecadeira com cortina impermeável

Fonte: Gabriel rocha (2006)

2.4 Ensecadeira Galgável

Uma das opções de arranjo de desvio do rio possível, é a que considera que as ensecadeiras
podem ser galgadas durante o período de chuvas. A utilização deste tipo de concepção em geral é
feita em situações onde os danos causados pelo galgamento da ensecadeira são aceitáveis.
A utilização de ensecadeira galgável é usual quando se tem vazão no período chuvoso bem
superior a de estiagem, de forma que no período de estiagem o risco de galgamento seja baixo,
possibilitando os trabalhos na região ensecada. Este tipo de comportamento hidrológico é comum em
rios localizados em vales estreitos, e também nos rios da Amazônia, que aumentam muito sua vazão
durante o período chuvoso.
A utilização de ensecadeira galgável pode ser motivada principalmente por dois fatores. O
primeiro seria a redução do custo do desvio, que não só diminuirá a altura e tamanho da ensecadeira,
mas também reduzirá a capacidade de vazão da estrutura de desvio associada. Outra motivação, que
é resultante da primeira, seria a redução dos trabalhos no primeiro ano da obra, a qual não mais
necessitaria de volumes de aterro tão grandes para altear a ensecadeira até cotas elevadas e também
a redução do volume de escavação de túneis. Isto pode beneficiar o fluxo de caixa e trazer benefícios
financeiros, além de facilitar a execução da obra. A medida que as obras principais na região galgável
são alteadas, elas passam a servir de ensecadeira, reduzindo o risco de galgamento das mesmas. Em
muitos casos, apenas no período chuvoso inicial há risco de galgamento das estruturas, uma vez que
após dois períodos de estiagem, as estruturas já atingem cotas onde o risco de galgamento é baixo e
dentro de padrões aceitáveis, possibilitando que os serviços não precisem ser novamente
interrompidos no período chuvoso. Mas esta condição depende do tipo de obra e dos tipos de
estruturas envolvidas, entendendo-se que apenas a região sobre os maciços construídos são
suficientes para trabalhar, sem necessidade de áreas adicionais no leito do rio.
Para se impermeabilizar a ensecadeira de cordão simples, deve-se lançar argila a montante do
enrocamento. Porém para se conseguir lançar este material fino, é necessário que a velocidade de
escoamento, junto a ensecadeira, seja baixa, ou seja, bem inferior a 1m/s. Quando as velocidades não
permitem a fixação da argila no talude, são utilizados espigões para possibilitar o lançamento do
material. Entretanto, se um número muito elevado de espigões for necessário, pode-se optar pela
utilização de ensecadeira de cordão duplo.

Figura 10: Foto da obra da UHE Serra da Mesa. Ensecadeiras e área ensecada, com desvio
pelos túneis.

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

2.5 Ensecadeira Incorporada

Esta solução traz dois benefícios principais, o primeiro e mais importante é a redução do
volume de aterro necessário e o segundo é evitar a necessidade de remoção da ensecadeira, quando
ela não for mais necessária.
A utilização desta solução não é possível em qualquer situação. A sua viabilidade técnica é
limitada pelo tipo de maciço da barragem principal e pelo tipo de ensecadeira utilizada, incluindo o
material a ser usado e a forma construtiva da mesma.
As barragens onde são mais comuns a incorporarão da ensecadeira em seu maciço são quando
estes são de terra ou de enrocamento, ou ainda variações destas, como por exemplo enrocamento com
face de concreto e terra com enrocamento.

2.6 Ensecadeira Celular

Consiste de estacas pranchas verticais encaixadas umas às outras formando cilindros (ou
“células”), que são preenchidos com material solto. As estacas dão impermeabilidade e o material
solto garante a estabilidade.
A ensecadeira celular é usualmente utilizada quando se tem pouco espaço no leito do rio para
a execução de outros tipos de ensecadeiras, ou ainda quando se tem escassez ou falta de material
impermeabilizante, como argila. Em princípio, pode-se admitir, que o diâmetro da célula deve ser
igual à altura da célula. Elas podem ser formadas por uma série de células iguais ou por um conjunto
de células denominadas células principais e células de ligação.
As ensecadeiras celulares podem ser construídas a seco, ou submersas. Em alguns casos, faz-
se uma pré ensecadeira para possibilitar a construção da ensecadeira celular a seco.

Figura 11: Tipos de Ensecadeiras celulares

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

A construção a seco deve ser feita sempre que possível, uma vez que facilita o processo e
aumenta a garantia de estanqueidade da célula, já que permite um melhor tratamento do fundo do
leito, por onde podem ocorrer infiltrações.
A ensecadeira celular tem custo mais elevado que a ensecadeira mais convencional como a
de enrocamento com terra, mas pode acarretar em uma solução mais econômica em alguns casos,
devido a outros benefícios que pode trazer para a obra como um todo.
3. DIMENSIONAMENTO

3.1 Caracterização do material lançado na ensecadeira de enrocamento

O uso de materiais leves e finos conduz a grandes perdas, devido ao arraste de material
provocado pela alta velocidade do escoamento, porém o uso de materiais com grande diâmetro eleva
o custo de construção. Tendo isso em conta os materiais mais pesados devem ser utilizados apenas
nas situações necessárias, ou seja, em que esteja havendo arraste do material de menor diâmetro
impossibilitando o avanço da construção da ensecadeira.
Para dar início à analise teórica de dimensionamento dos blocos lançados em ponta de aterro,
aplica-se a equação da conservação da energia à montante e à jusante da ensecadeira.

(3.1)

onde V é a velocidade média à jusante do estrangulamento; V1 é a velocidade média à


montante do estrangulamento; g é a aceleração da gravidade; P é a pressão a qual o fluido à montante
está submetido; P1 é a pressão a qual o fluido à jusante está submetido; é o peso específico do
fluido em questão; Z1 é o nível de água à montante e Z é a cota do nível de água à jusante.
A equação da conservação da energia tem como hipóteses simplificadoras as considerações
de que o escoamento é em regime permanente, o fluido é incompressível, desconsidera perdas por
atrito e as seções analisadas tem propriedades uniformes.
Sendo P1 = P (pressão atmosférica) e isolando V (velocidade da seção contraída), obtém-se

(3.2)

onde ∆H é a diferença de níveis de água entre montante e a seção contraída. As velocidades


de aproximação, encontradas a montante são pequenas, devido as grandes larguras dos rios é possível
desprezar a velocidade de montante V1, logo tem-se

(3.3)
3.1.1 Método de IZBASH (1936)

A equação de Izbash relaciona velocidade crítica de arrastamento com o diâmetro estável de


um bloco quando exposto ao escoamento. O método cita dois casos com relação ao apoio do material:
blocos sem apoio lateral conforme mostra a Figura 12 e blocos com apoio lateral conforme mostra a
Figura 13.
Figura 12: Configuração de bloco sem apoio lateral

Fonte: Pinto (1977)

Para blocos sem apoio lateral a equação (2.4) indica a velocidade crítica de arrastamento:

(3.4)
sendo Vcr a velocidade crítica de arrastamento (m/s); η é o coeficiente experimental; ρs é a
massa específica do bloco (kg/m³); ρ é a massa específica da água (kg/m³); g é a aceleração da
gravidade (m/s²); e d é o diâmetro nominal do material - diâmetro da esfera de mesmo volume (m).
Igualando as expressões (2.3) e (2.4), pode-se obter a relação (2.5):

(3.5)
Considerando a massa específica do bloco ρs=2700 kg/m³; massa específica da água
ρ=1000kg/m³ e η =0,86 é o coeficiente experimental para blocos sem apoio lateral. A equação de
dimensionamento para blocos sem apoio lateral resulta em

(3.6)
onde d é o diâmetro nominal do material (m) e ΔH é a diferença de nível de água entre
montante e jusante da ensecadeira (m).

Figura 13: Configuração de locos com apoio lateral

Fonte: Pinto (1977)

Para blocos com apoio lateral, a equação (2.7) determina a velocidade crítica de arraste:

(3.7)
sendo η’=1,2 o coeficiente experimental para blocos com apoio lateral; f’ o coeficiente
numérico que depende do formato do bloco e α é o ângulo da superfície formada pelos blocos em
relação a horizontal (graus).
Segundo DALMORA (2015) em barragens foi verificado que α é muito pequeno logo
simplificou-se √f′cosα senα=1.
Igualando com a equação (3.3) com a equação (3.7) e considerando a massa específica do
bloco 2700 kg/m³, η=1,2 é o coeficiente experimental para blocos com apoio lateral, obtém-se a
equação (3.8) para blocos com apoio lateral:

(3.8)
3.1.2 Método de SHIELDS (1936)

SHIELDS (1936) apresenta a relação entre a força de atrito do fluido e o peso da partícula
submersa. Segundo GRAF (1970) a tensão de arraste é um resultado das forças da água tentando
mover a partícula na direção do escoamento. Para determinar esta tensão é necessário conhecer as
características do bloco, como peso e diâmetro, e características do fluido.
A tensão adimensional crítica, ou tensão de Shields (Ycr), é definida pela equação

(3.9)
sendo, τc a tensão crítica de arraste; ρs a massa específica do bloco; ρ a massa específica da
água, g a gravidade e d o diâmetro nominal do material.
O número de Reynolds da partícula (Re) é dado pela equação (3.10):

(3.10)
sendo v*c é a velocidade de corte dada por √𝜏𝑐𝜌⁄; d é o diâmetro nominal do material e v a
viscosidade cinemática da água.
O diagrama de Shields apresenta a relação entre a tensão adimensional crítica e o número de
Reynolds da partícula. Para valores de Reynolds acima de 500 a tensão adimensional crítica tende a
0,060, conforme mostra a Figura 14.

Figura 14: Diagrama de SHIELDS


Fonte: Henderson (1966)
Para o valor de tensão adimensional crítica de 0,060, PEREIRA (2006) apresenta a equação
(2.16) para o método de Shields relacionando velocidade de crítica de arraste e diâmetro nominal dos
blocos. Considerando ρs=2650 kg/m³ e 𝜏𝑐=𝛾𝑉^2/𝐶^2 , sendo C coeficiente experimental
apresentado por PINTO (1970) com valor médio de 21, obteve.

(3.11)
Igualando a equação (2.11) com a equação (2.3) e adotando g=9,81 m/s² obtém-se (3.12):

(3.12)

3.1.3 Critério Recomendado pela ELETROBRAS (2003)

Conforme cita CHOW (1959) para cálculo da velocidade em uma seção contraída deve ser
levado em conta o coeficiente de descarga C1. Segundo MOREIRA et al. (1987), este coeficiente é
em função do número de Froude, esconsidade e grau de contração da seção em estudo.
De acordo com CHOW (1959) partindo da equação (2.3) e (2.4) de Izbash, o diâmetro pode
ser expresso como

(3.13)
sendo

(3.14)
Segundo MOREIRA et al. (1987) a média de K, para diferentes valores de C1 e graus de
contração, é de 0,30. Logo a dimensão do enrocamento para a construção de ensecadeiras em água
corrente pode ser definida como
d=0,30×ΔH (3.15)
onde d é o diâmetro nominal do material - diâmetro da esfera de mesmo volume (m) e ΔH é
a diferença de nível de água entre montante e jusante da ensecadeira (m). Esse critério apresentado
por MOREIRA et al. (1987) é similar ao recomendado pela ELETROBRÁS (2003).

3.2 Ângulo de repouso de material lançado


O ângulo de repouso é o ângulo de atrito interno do material, ou seja, a inclinação máxima do
talude para que o material se mantenha estável sendo lançado verticalmente. Esse ângulo varia de
acordo com as características do material. Para materiais mais arredondados este ângulo é baixo,
enquanto que partículas irregulares e angulares podem gerar taludes mais íngremes e continuar
estável.
Quando este material é sujeito ao fluxo em um rio, existe a tendência de movimentação deste
material. O critério para movimentação incipiente do material em repouso envolve a tensão de
cisalhamento, que é a força trativa da água tentando movimentar os blocos na direção do escoamento,
e a força da gravidade que tenta mover o bloco para baixo. GRAF (1970) estabeleceu uma relação
(3.16) entre essas forças e as características do material:

(3.16)

onde FD é a força de arraste; FL é a força de sustentação; θ é o ângulo do talude com relação a


horizontal; β é o ângulo da inclinação da tensão de cisalhamento e segundo GRAF (1970) é muito
próximo de zero; W é o peso do bloco e φ é o ângulo de repouso resultante.

3.3 Modelo Hidráulico reduzido

O modelo hidráulico reduzido consiste em uma reprodução em escala do arranjo do


empreendimento e é fundamental na determinação das características de desvio do rio, avaliando a
operação do desvio por completo. As características das estruturas projetadas devem ser verificadas
e otimizadas. Devido à possibilidade de diferentes simulações hidráulicas, nele podem ser
identificados fenômenos e riscos de difícil previsão que podem ocorrem durante a implantação de
uma usina. Sua utilização é sempre aconselhável e em determinadas obras de médio e grande porte
torna-se indispensável (ELETROBRÁS, 2003).
No estudo em modelo hidráulico reduzido das estruturas de desvio devem ser feitas as
verificações da elevação da crista das ensecadeiras, dos pesos dos blocos que comporão a
ensecadeira, da capacidade de vazão da estrutura de desvio. Como essa capacidade influencia na
crista das ensecadeiras, deve ser realizado também o estudo dos diversos estágios do desvio, medindo
os níveis de água de montante e jusante e as velocidades junto às extremidades do avanço.
3.4 Crtiério de semelhança de Froude

Os estudos em modelos reduzidos se baseiam no critério de semelhança hidráulica. O critério


de semelhança adotado para modelos hidráulicos reduzidos de estudos de desvios de rios é o de
Froude é expresso pela equação (3.17):

(3.17)
onde V é a Velocidade de escoamento; y é a profundidade do escoamento e g é a aceleração
da gravidade.
As principais grandezas envolvidas no estudo em modelo reduzido obedecem às relações
baseadas na escala geométrica (λ), a partir do critério da semelhança é realizada a redução das
características geométricas do protótipo e esta relação é fixa. Sendo o mesmo fluido no modelo e no
protótipo a escala é definida pela expressão (3.18):

(3.18)
onde lm representa uma dimensão linear no modelo reduzido e lp é a dimensão linear
correspondente no protótipo.
A semelhança cinética (λv), ou escala de velocidades, mostrada na equação (3.19), é a
semelhança do movimento, e é alcançada se as partículas em movimento apresentarem a mesma
taxa de velocidade ao longo de curso geometricamente similares entre modelo e protótipo.

(3.19)
Os métodos de dimensionamento apresentados conduzem, em geral, à resultados muito
próximos, quando considerados para a situação de lançamento em ponta de aterro. Estes métodos
apresentam algumas diferenças conceituais, visto que abordam fenômenos físicos diferentes. A
análise geral dos métodos despreza a velocidade de aproximação e a perda de carga que ocorre na
seção da ensecadeira, é definida a partir da relação 𝑉=√2𝑔Δ𝐻. Esta relação é aplicada em todos os
métodos de dimensionamento apresentados.
4. ESTUDO DE CASO

O estudo em questão e de um desvio utilizado na construção da UHE Machadinho,


,onde a solução adotada foi composta por duas ensecadeiras, uma a montante e outra a
jusante, esta última incorporada ao maciço da barragem de enrocamento com face de
concreto e doistúneis com emboques situados em cotas diferentes.

4.1 Visão geral do empreendimento.


A Hidroelétrica de Machadinho, localizada no rio Pelotas, na fronteira dos
municípios de Piratuba em Santa Catarina e Maximiliano de Almeida no estado do Rio
Grande do Sul, aproximadamente a 1,2 km a jusante da foz do rio Inhandava, um afluente
da margem esquerda, iniciou suas atividades comerciais em fevereiro de 2002.

4.2 Características principais

Para compreender o motivo da escolha da solução implementada, será feito um


breve descritivo das características do empreendimento, segue abaixo:

• Barragem de enrocamento com face de concreto com altura máxima de 126 m;


• Vertedouro de superfície na ombreira direita, constituído por uma soleira vertente
controlada por oito comportas tipo segmento, dimensionada para escoar as cheias
decamilenar e máxima provável;
• Circuito de geração e casa de força do tipo abrigada, com capacidade instalada de
1140 MW, em 3 grupos hidrogeradores constituídos por turbinas Francis, com
queda nominal de 97 m e geradores síncronos trifásicos para geração anual média
de 4.433 GWh; e
• Subestação abrigada de alta tensão do tipo compacta isolada a gás SF6.

4.3 Condicionantes para o Projeto do Sistema de Desvio do Rio

Todos os cursos d’água da bacia, com exceção do curso superior do rio Canoas e do
curso médio do rio Inhandava, apresentam grandes declividades e vales muito encaixados,
estreitos e profundos, com áreas de drenagem predominantemente desmatadas, onde
geralmente ocorrem solos pouco espessos e de baixa permeabilidade. Tais características
são responsáveis por um regime fluvial estritamente ligado ao regime pluvial, e têm, como
conseqüência, deflúvios diários com uma grande variabilidade. As cheias, em face do
reduzido tempo de concentração da bacia, apresentam picos instantâneos muito altos, quase
sempre associadas a precipitações de grande intensidade.
As características têm repercussões marcantes no projeto do sistema de desvio do
rio. A possibilidade de cheias rápidas com altos valores da vazão de pico levou a se projetar
um sistema de desvio com elevada capacidade de vazão.

Um fator determinante na escolha do período de retorno da cheia de projeto


dodesvio foi o fato de a jusante da obra estar localizada a Hidrelétrica de Itá. A ruína de
Machadinho durante sua construção, devido ao galgamento de suas estruturas poderia
acarretar em sérios danos à UHE Itá, já em operação na época. Portanto, para se minimizar
riscos relacionados a UHE Itá, foi adotado como critério de projetopara o desvio do rio,
a cheia com período de recorrência de 500 anos.
Apesar de ser um valor fora dos padrões usuais de projetos de desvio, as análises de
risco efetuadas levaram a escolha deste critério. A combinação das características
hidrológicas da bacia com o critério de projeto de desvio para suportar a cheias de 500 anos,
resultou numa vazão de projeto de desvio de 19.400 m³/s.
Foi definido também que já a partir do primeiro período úmido da bacia, as
estruturasde desvio já deveriam ser capazes de proteger a obra de cheias de até 500 anos de
tempo de retorno. Isto acarretou na necessidade de construção das ensecadeiras em um
único período seco.
Com as condições geológicas e topográficas são favoráveis, decidiu-se que o
sistema de desvio da barragem de Machadinho contaria com quatro túneis com seção arco-
retângulo de 14,00m de largura por 16,00m de altura, dois em cada margem, com
capacidade máxima de vazão compatível com a cheia de 500anos de período de retorno,
para a configuração final das ensecadeiras.
As condições hidrológicas no local da barragem podem ser bem caracterizadas,
sendo que no período seco o rio é bem comportado, apresentando cheias de curta duração
precedidas e seguidas de períodos de vazões baixas. Esta característica foi aproveitada de
maneira a reduzir os custos e aumentar a segurança das operações de fechamento do rio e
de fechamento final das estruturas de desvio para início do enchimento do reservatório.
4.4 Ensaios em Modelo Reduzido

Foram realizados ensaios em modelo hidráulico reduzido, aplicados para as estruturas


de desvio da UHE Machadinho, com o objetivo de otimizar as estruturas e simular a operação
das mesmas de forma a verificar possíveis problemas relativos a aparecimento de vórtices e
necessidades de proteção das estruturas.

O estudo em modelo permitiu realizar as seguintes otimizações e alterações no


projeto de desvio de forma a garantir uma maior eficiência e segurança para o
mesmo:
• Otimização das cotas de emboque e desemboque dos túneis superiores e inferiores,
considerando o comportamento hidráulico das diversas alternativas analisadas e
também aspectos econômicos e de cronograma relativos a maiores custos de
bombeamento e maiores prazos de execução, inerentes a canais mais profundos;
• Otimização das formas hidráulicas do canal de desemboque dos túneis inferiores,
de modo a eliminar correntes de retorno indesejáveis e desviar fluxos de velocidade
elevada que poderiam danificar a ensecadeira do canal de fuga;
• Otimização das formas dos emboques dos túneis superiores e as condições de
alimentação dos mesmos através da conformação de um “bota-fora” adjacente ao
seu canal de adução.
A realização dos ensaios incluiu a simulação de diversas situações de cheias, tanto para
auxiliar no fechamento do rio, como para o fechamento final dos túneis.
Portanto, a utilização do modelo reduzido no projeto de desvio utilizado na UHE
Machadinho foi muito importante para definir a solução escolhida para o sistema de desvio,
garantindo a segurança das operações e a eficiência das estruturas.

4.5 Características Finais do Sistema de Desvio do Rio

A solução adotada para o desvio do rio Pelotas para permitir a construção da UHE
Machadinho foi um esquema típico de desvio por túneis em vales encaixados com
fechamento do rio por meio de ensecadeira de montante e de jusante. Os diferenciais do
desvio da UHE Machadinho foram principalmente dois. O primeiro foi a utilização de
ensecadeira de jusante incorporada à barragem. O segundo, e principal diferencial foi a
utilização de túneis em cotas diferentes, que acarretaramconsiderável economia para seu
fechamento, além de possibilitar o uso de um dos túneis altos para instalar o sistema de
descarga de vazão sanitária.
Foram utilizados 4 túneis, dois na margem direita em cotas mais baixas,
denominados túneis inferiores, e dois na margem esquerda em cotas mais altas,
denominados túneis superiores. Os túneis superiores aproveitaram a condição favorável
da topografia e foram implantados no afluente do rio Pelotas, no rio Inhandava,
possibilitando uma reduzida extensão para eles.
Os dois túneis mais baixos permitiam o corte do fluxo do rio no período de
estiagem,com desníveis usuais nas pré-ensecadeiras de fechamento e nos dois túneis.
Os dois túneis em cota mais elevada, só eram utilizados quando ocorriam vazões
maiores que 2.000 m³/s, que tem freqüência inferior a 5% no período seco.

Para possibilitar o fechamento final dos túneis inferiores, foi necessário construir
uma estrutura de emboque em concreto, onde pudessem ser operadas comportas para cortar
o fluxo do rio e vedar os túneis. Os túneis superiores não precisaram de estrutura de
emboque, pois como foram fechados no período de estiagem, foi feita apenas uma
ensecadeira de proteção a montante dos emboques.
Para possibilitar o tamponamento dos 4 túneis, foi necessário ensecá-los, pela
construção de ensecadeiras em seus desemboques.
Vale ressaltar que a utilização de túneis em cotas diferentes, no caso da UHEMachadinho,
propiciou grandes vantagens e apenas pequenas desvantagens, em relação à solução de
utilização de todos os túneis numa mesma cota.

A seguir são apresentadas as principais vantagens e desvantagens:

Vantagens:
• Eliminação da estrutura de emboque dos túneis superiores e da área demontagem
e operação dos guindastes de operação das comportas;
• Eliminação das comportas de fechamento para os túneis superiores;
• Facilidade maior da operação de fechamento dos túneis superiores;
• Utilização de um dos túneis superiores para a instalação do esquema dedescarga de
vazão sanitária, eliminando a necessidade de construção de um 5º túnel. Isto foi
possível pois os túneis superiores foram fechados antes dos túneis inferiores; e
• Maior capacidade de vazão dos túneis superiores para vazões altas. Como a cota de
saída dos 4 túneis é a mesma, em princípio não há perda na capacidade de vazão
do túnel superior para vazões altas, uma vez que estas elevam o nível d’água,
fazendo com que a cota do emboque não tenhainfluência na capacidade do túnel.
Porém, como os túneis superiores têm extensão menor e não tem emboque, que
funciona como um gargalo, asperdas de carga nele são menores, portanto, para
vazões altas, sua capacidade é ainda maior que a dos túneis inferiores.

Desvantagens:
• Mais dificuldade na operação de fechamento do rio. O fechamento do rio fica um
pouco dificultado, uma vez que se os 4 túneis estivessem nas cotas inferiores,
resultaria em menor desnível a ser vencido pela pré-ensecadeira. Porém, foram
feitas análises de risco que constataram que no período de estiagem as cheias são
eventuais e curtas, representando atrasos pouco significativos;
• Maior risco de galgamento da ensecadeira de montante no início de seualteamento.
No início do alteamento das ensecadeiras, o risco de galgamento destas também é
maior, uma vez que as águas ainda não estão passando pelos túneis superiores.
Porém, como este risco também existiria se os 4 túneis fossem inferiores, foi
verificado que a diferença de risco entre um caso eoutro era pequena. Além
disso, os prejuízos que poderiam acarretar eram pequenos, uma vez que as
ensecadeiras ainda estariam baixas;

• Maior risco durante a concretagem dos túneis superiores, uma vez que a ensecadeira
de proteção executada a montante poderia não ser suficiente caso cheias maiores
ocorressem durante a concretagem, o que não aconteceria caso os túneis estivessem
vedados por comportas.
• O balanço entre benefícios e prejuízos levou a adoção de túneis em cotas diferentes.
A escolha se mostrou eficiente, uma vez que não ocorreram problemas durante a
execução da obra.

4.6 Fases do Desvio


Apesar de ser mais comum o desvio em uma única fase em casos onde o rio é
desviado por túneis em vales estreitos, o desvio da UHE Machadinho foi feito em duas
fases.
A primeira fase teve o desvio pelo leito estrangulado do rio e a segunda fase o desvio
foi feito pelos túneis.
A seguir são dados mais detalhes destas fases de desvio.
4.6.1 Etapa 1: Desvio pelo Leito Estrangulado do Rio

A primeira fase de desvio do rio Pelotas para a construção da UHE Machadinho, se


deu pelo leito estrangulado do rio. Esta fase de desvio não seria necessária, como na maioria
dos casos de desvio por túnel, pois os túneis e as estruturas localizadas nas ombreiras
poderiam ser construídas sem alteração no fluxo do rio.
Entretanto ela foi utilizada visando o aproveitamento direto, sem estocagens
intermediárias, do material rochoso proveniente das escavações obrigatórias, sendo iniciada
a construção do maciço de enrocamento da barragem e das ensecadeiras principais, a partir
do estrangulamento do leito do rio pela margem direita.
A figura 15 mostra esta etapa do desvio do rio.

Figura 15: - Etapa 1: Desvio pelo leito estrangulado do rio.

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

4.6.2 Etapa 2: Desvio do Rio Através dos Túneis

Na segunda fase de desvio, as ensecadeiras de montante e de jusante foram


concluídas, e o rio foi conduzido através dos túneis de desvio.
A figura 1 6 mostra esta etapa do desvio do rio e a figura 11.6 mostra uma foto
desta etapa de construção da UHE Machadinho.

Figura 16: Etapa 2: Desvio do rio pelos túneis.

Fonte: Gabriel Rocha (2006)

Figura 17: Foto da 2ª etapa de desvio da UHE Machadinho.

Fonte: Google fotos


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciarmos esse trabalho de pesquisa, buscamos entender os conceitos básicos que


contemplam as ensecadeiras. Além dos seus tipos, aplicações , recomendações e singularidades.
Como existe diversos tipos de ensecadeiras, é muito complicado atribuirmos somente um método
de dimensionamento ou um dimensionado individual que contemple cada uma delas. Portanto,
optamos por trazer um conteudo mais detalhado para o método mais usual (Ensecadeira de
encoramento de terra), classificada também, como uma obra de desvio.
Notou-se que para que a construção posso ter um nível de qualidade e segurança
adequado, precisa-se efetuar um estudo de caso aprofundado, buscando informações como o tipo
de solo, condições climáticas, oferta de material, etc. A classificação do solo e dos materia que
agregam o local da construção devem apresetar resultados satisfatório, caso contrário, o custo da
obra pode ser exorbitante.
Os métodos de dimensionamento citados ao decorrer desse trabalho apresetam os
princípios basicos para dimensionamento da estrutura da ensecadeira . Eles apresentam resultados
similiares e a escolha do metódo ideal se faz em virtude das caracteriscas presentes e/ou da forma
de trabalho pelos responsáveis.
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