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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL: ADEQUAÇÕES À


NBR 15.575

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

Felipe Felin Neves

Santa Maria, RS, 2015


EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL:
ADEQUAÇÕES À NBR 15.575

Felipe Felin Neves

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Engenharia Civil, Área de Concentração em Construção Civil da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito
parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Alberto Oss Vaghetti

Santa Maria, RS, Brasil


2015
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de


Conclusão de Curso

EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL: ADEQUAÇÕES À


NBR 15.575

elaborado por
Felipe Felin Neves

como requisito parcial para obtenção do grau de


Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

____________________________
Marcos Alberto Oss Vaghetti, Dr.
(Presidente/Orientador)

____________________________
Prof. Me. Lucas Alves Lamberti
(Avaliador, UFSM)

____________________________
Prof. Me. Juliana Pippi Antoniazzi
(Avaliador, UFSM)

Santa Maria, 10 de julho de 2015.


RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Engenharia Civil
EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL: ADEQUAÇÕES
À NBR 15.575
AUTOR: FELIPE FELIN NEVES
ORIENTADOR: PROF. DR. MARCOS ALBERTO OSS VAGHETTI
Data e Local da Defesa: 10 de julho de 2015, Santa Maria, RS.

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo utilizado há muitos anos, que


evoluiu com o tempo e seus métodos vem sofrendo alterações com o ganho de
conhecimento científico na área. O crescimento de obras que utilizam o sistema
construtivo é muito grande, porém ainda há alguns problemas, como a falta de mão
de obra qualificada, o que gera uma preocupação a respeito da qualidade das
habitações que são construídas no país. Em 2013, começou a vigorar a NBR 15.575,
que fala sobre o desempenho das edificações habitacionais e estabelece alguns
critérios mínimos que as construções devem alcançar. Neste trabalho foram
analisados alguns requisitos da norma como o desempenho térmico, desempenho
acústico, estanqueidade e resistência ao fogo e foram comparados com os resultados
obtidos em estudos de alvenaria estrutural. Comparando os dados, observou-se que,
em se tratando do desempenho térmico, os blocos estruturais apresentaram as
características que possibilitam ao projetista o atendimento aos requisitos da norma,
mas ainda assim devem-se ter alguns cuidados, principalmente em áreas de zonas
bioclimáticas brasileiras que apresentam grandes variações térmicas. Quanto à
resistência ao fogo e ao desempenho acústico, os blocos estão em plena
conformidade com a norma; em se tratando da estanqueidade, os resultados também
foram aprovados, mas com uma ressalva quanto a interface do bloco com argamassa.

Palavras-chave: alvenaria estrutural; NBR 15.575; desempenho


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 6

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 8

2.1 Alvenaria Estrutural............................................................................ 8

2.1.1 O uso da alvenaria estrutural ....................................................... 8

2.1.2 Método de construção ................................................................. 11

2.1.3 Possibilidades de uso da alvenaria estrutural .......................... 12

2.1.4 Vantagens econômicas do sistema construtivo ....................... 13

2.2 A Norma 15.575 ................................................................................. 15

2.2.1 Criação da Norma ........................................................................ 15

2.2.2 Aplicação da norma ..................................................................... 15

2.2.3 Deveres por parte dos agentes .................................................. 16

2.2.4 Estrutura da Norma ..................................................................... 16

2.2.5 Desempenho ................................................................................ 17

2.3 Alvenaria estrutural e a NBR 15.575 ............................................. 18

2.3.1 Desempenho térmico .................................................................. 19

2.3.2 Desempenho acústico ................................................................. 21

2.3.3 Estanqueidade ............................................................................. 23

2.3.4 Resistência ao fogo ..................................................................... 25

3 ANÁLISE DA ALVENARIA ESTRUTURAL QUANTO AO


ATENDIMENTO DA NBR 15575-ESTUDOS DE CASO ...................... 27

3.1 Referente ao desempenho térmico - Avaliação do desempenho


térmico em edificações de blocos estruturais cerâmicos e de
blocos estruturais de concreto para a zona bioclimática 2 brasileira
..................................................................................................................... 27

3.2 Referente ao desempenho acústico - Qualidade no projeto e na


execução de alvenaria estrutural e de alvenarias de vedação em
edifícios. .................................................................................................... 29

3.3 Referente à estanqueidade - Técnicas construtivas em


alvenaria estrutural: Contribuição ao uso ......................................... 30

3.4 Referente à resistência ao fogo - Comportamento de pequenas


paredes de alvenaria estrutural frente a altas temperaturas ......... 32

3.5 Referente ao desempenho térmico - Análise de alternativas


para melhoria do desempenho térmico de edifícios em alvenaria
estrutural em face da norma brasileira 15.575.................................. 33

3.6 Referente ao desempenho térmico e acústico, estanqueidade e


resistência ao fogo - Alvenaria de Blocos de Concreto-Manual de
desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575 ........ 35

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 42


6

1 INTRODUÇÃO

A alvenaria estrutural existe desde que o homem passou a construir utilizando


tijolos de argila, pedras e outros materiais, empilhando-os para formar estruturas
resistentes. O sistema construtivo evoluiu e, hoje, a tecnologia é apontada como uma
das mais adaptadas ao meio urbano e ideal para produções habitacionais em larga
escala (PARSEKIAN, HAMID; DRYSDALE, 2013), a ponto de em 2011, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ter publicado a NBR 15.961, que dispõe sobre
alvenaria estrutural, para estabelecer requisitos mínimos exigíveis para a execução e
o controle de obras com estruturas de alvenaria de blocos de concreto.
Em 2013, porém, começou a vigorar no país a NBR 15.575, sob o título geral
“Edificações Habitacionais – Desempenho”, mais conhecida como norma de
desempenho, que estabelece parâmetros técnicos para vários requisitos importantes
de uma edificação, como desempenho acústico, desempenho térmico,
estanqueidade, durabilidade, vida útil e resistência ao fogo, determinando um nível
mínimo obrigatório para cada um deles.
O mercado, estimulado pela normalização de 2011 e também pela NBR
15.575/2013, tem descoberto peculiaridades da alvenaria estrutural que ampliam sua
eficácia e importância. Em vista disso, o tema deste trabalho está vinculado ao
aumento da ocorrência de obras utilizando alvenaria estrutural nas edificações do
nosso país. Essa presença está ligada diretamente à eficiência e rapidez do processo
construtivo; porém, há necessidade de se analisar os critérios de desempenho desse
método. Para isso, foi utilizada a norma 15.575/2013 da ABNT que foi recentemente
implantada com o objetivo de melhorar a qualidade e promover a garantia do
atendimento às exigências dos usuários de edificações habitacionais.
Por isso, o objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão bibliográfica com
trabalhos descritos na literatura sobre alvenaria estrutural, analisando se os mesmos
atenderam aos requisitos de desempenho contra incêndio, estanqueidade,
características térmicas e acústicas exigidos na NBR 15575/2013.
Os objetivos específicos do trabalho foram os seguintes:
- Realizar uma abordagem sobre a alvenaria estrutural;
7

- Revisar conceitos de desempenho relacionados à alvenaria estrutural na


norma NBR 15.575;
- Pesquisar em teses, livros e periódicos sobre o desempenho da alvenaria
estrutural e comparar com as exigências da Norma 15.575;
- Analisar os estudos de caso de alvenaria estrutural quanto ao atendimento
aos requisitos da NBR 15.575;
O trabalho encontra-se estruturado em 4 capítulos, sendo o capítulo 1 a
introdução. O capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica que aborda temas
relacionados à alvenaria estrutural, falando sobre seu surgimento, métodos e motivos
que fazem o seu sistema construtivo ser cada vez mais usado. Em seguida, é
explicada a Norma de desempenho, a sua função, a sua estrutura e como ela
classifica o desempenho. Neste capítulo também foi feita uma introdução sobre o
modo como a norma aborda a análise da alvenaria estrutural quanto ao desempenho
térmico, acústico, a estanqueidade e a resistência ao fogo. No capítulo 3, são
apresentados alguns estudos de caso que foram feitas as comparações de
desempenho da alvenaria estrutural com Norma. Por fim, no capítulo 4, são
apresentadas as conclusões e considerações.
8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Alvenaria Estrutural

Neste capitulo será abordada a importância, os usos e métodos, assim como


as vantagens econômicas e facilidades do uso da alvenaria estrutural.

2.1.1 O uso da alvenaria estrutural

A alvenaria estrutural tem suas origens há muitos anos, sendo um dos mais
antigos sistemas de construção. As primeiras alvenarias, em pedra ou em tijolo
cerâmico, eram caracterizadas por terem grandes espessuras em suas obras mais
imponentes, pois eram construídas baseadas na experiência dos construtores, que
não detinham conhecimento a respeito da resistência dos materiais e de
procedimentos de cálculo (MOHAMED et al., 2014).

Figura 1- Obras históricas em alvenaria estrutural

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABXwAAF/alvenarias

Segundo Cavalheiro (2001), as estruturas em concreto armado foram


marcantes no início do século XIX devido ao aprimoramento do cimento e ao domínio
do aço, e se tornaram, junto com as edificações metálicas, os sistemas estruturais
predominantes até a metade do século XX, não só pela menor área útil ocupada, mas
também pelo custo mais baixo em relação às pesadas obras em alvenaria estrutural.
9

O exemplo mais marcante da época foi o edifício Monadnock Building,


construído em Chicago entre os anos de 1889 e 1891, com 16 andares e 65 m de
altura, que apresentavam paredes com 1,80 m de espessura no andar térreo.
(FREITAS, 2013; MOHAMED et al., 2014). Acredita-se que este mesmo edifício,
dimensionado pelos procedimentos utilizados atualmente, com os mesmos materiais,
teria espessura inferior a 30cm (RAMALHO e CORRÊA, 2003).

Figura 2 - Edifício Monadnock, Chicago.

Fonte: http://www.monadnockbuilding.com/history.htm (2011)

Entretanto, por volta de 1950, surgiram normas que permitiram calcular a


espessura necessária das paredes e a resistência das alvenarias, baseadas em
cálculos mais racionais e experimentações laboratoriais, principalmente na Suíça. Em
razão da escassez de concreto e de aço devido a Segunda Guerra Mundial, esses
estudos deram base para o projeto de um edifício de 18 pavimentos, cujas paredes
tinham espessura entre 30 e 38 cm. (FREITAS, 2013; MOHAMED et al., 2014)
Os anos 60 e 70 foram marcados por intensas pesquisas experimentais e
aperfeiçoamento de modelos matemáticos de cálculo, objetivando projetos
resistentes, não só a cargas estáticas e dinâmicas de vento e sismo, mas também a
ações de caráter excepcional, como explosões e retiradas de paredes estruturais
(CAVALHEIRO, 2001).
10

Figura 3 – Na Suíça em 1953, edifício de 13 pavimentos e 42 m de altura

Fonte: Freitas, 2013; Mohamed et al., 2014

Segundo Sánchez (2013) a alvenaria surgiu no Brasil como uma técnica de


construção apenas no final da década de 1960, pois anteriormente, poderia ser
considerada como uma alvenaria resistente, ou seja, fruto apenas do conhecimento
empírico devido à falta de regulamentos que fixassem critérios de dimensionamento
e de segurança dos elementos estruturais. Em 1972, foi construído em São Paulo o
Central Parque da Lapa, com 4 edifícios de 12 pavimentos; já em 1980, foram
introduzidas peças com dimensões modulares que possibilitaram a passagem das
tubulações sem rasgos.

Figura 4 - Central Parque da Lapa

Fonte: Franco, L. S., 2004.


11

Atualmente, a facilidade de execução e a possibilidade de se reduzirem os


custos da estrutura de prédios de quatro pavimentos entre 25% a 30%, juntamente
com a existência de programas habitacionais levou as construtoras a adotarem o
método construtivo em muitas obras no país. (MOHAMAD et al. ,2014)

2.1.2 Método de construção

Nas edificações no Brasil podem-se dividir em dois modos de construir, a


primeira é através do sistema convencional, empregando estruturas reticuladas de
concreto armado, sua função primária de vedação (ou fechamento), separando
ambientes. O emprego de vigas e pilares moldados por formas de madeira também é
grande, sendo este o método construtivo mais utilizado pelos brasileiros; a segunda é
pelos sistemas industrializados, norteados pela pré-fabricação dos seus elementos ou
execução “in loco”, mas de forma mecanizada e racionalizada. (CAVALHEIRO, 2001)

Figura 5 - Alvenaria Convencional x Alvenaria Estrutural

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=iViWXdBN718

Situa-se entre os sistemas industrializados a alvenaria estrutural, devido seu


elemento básico, o bloco ou o tijolo, ser uma peça modular feita em uma indústria
cerâmica ou usina de concreto, entre os processos de construção industrializada
pode-se citar os que produzem todas as peças da estrutura reticulada, em concreto
armado ou protendido, em usinas de pré-fabricados, para posterior montagem no local
12

da obra; os que utilizam formas metálicas, com concretagem simultânea de paredes


e lajes na obra.
No entanto, pode-se ocorrer sérios problemas patológicos e até inadequação
ao uso habitacional e alguns destes sistemas foram importados sem a devida
adaptação à realidade brasileira (CAVALHEIRO, 2001).

Figura 6 - Montagem de blocos estruturais

Fonte: http://www.ceramicasalema.com.br/alvenaria-estrutural-rapida-limpa-e-mais-resistente/

2.1.3 Possibilidades de uso da alvenaria estrutural

As possibilidades de uso da alvenaria estrutural são muitas: habitações uni-


familiares, prédios residenciais multi-familiares ou comerciais, de baixas e grandes
alturas, hospitais, galpões industriais, muros de arrimo, reservatórios, piscinas, silos,
etc. (CAVALHEIRO, 2001)
Diversas vantagens são encontradas quando se utiliza este tipo de método de
construção, como a redução da diversidade de materiais e mão de obra, redução no
número de etapas, flexibilidade construtiva, compatibilização de projetos, economia e
velocidade de construção. Porém, a sua maior notoriedade deve-se ao seu potencial
de racionalização e produtividade, que possibilita a produção de construções com bom
desempenho tecnológico aliado a altos índices de qualidade e economia, vantagens
13

alcançadas através da elaboração e coordenação de projetos bem estudados (LINS,


2012).

Figura 7- Agilidade de execução do método

Fonte: http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/7/70/TC025_Alvenaria_estrutural_A_x.pdf

Segundo Cavalheiro (2001), a economia e a rapidez de execução permitem à


alvenaria estrutural adequar-se tanto a obras populares como a de padrões mais
elevados. O surgimento de estudos, grupos que se dedicam a esta pesquisa e de
fabricantes de blocos estruturais com modernas tecnologias são suportes importantes
para assegurar a permanência, o desenvolvimento e uma facilidade maior a
informação deste sistema construtivo no Brasil.
No entanto, há carência de um maior número de profissionais com
conhecimentos técnico, com experiência de execução e controle de obras em
alvenaria estrutural.

2.1.4 Vantagens econômicas do sistema construtivo

A vantagem da alvenaria estrutural é ser um sistema construtivo em alvenaria


autoportante, ou seja, vigas e pilares são elementos desnecessários, pois as cargas
são distribuídas de maneira uniforme ao longo de toda a estrutura até a fundação.
Esse sistema está presente nos canteiros de obras de diversos países, por se tratar
14

de um método construtivo versátil, racionalizado, econômico. Com relação aos custos,


o sistema pode diminuí-lo em até 30% em relação ao sistema convencional de
estrutura em concreto armado (OTONI, 2015).
Abaixo seguem algumas vantagens encontradas no sistema construtivo
segundo (OTONI, 2015):
- economia de formas, armaduras e concreto;
- redução de mão-de-obra e tipos de materiais;
- facilidade de projeto, detalhamento e supervisão da obra;
- técnica de execução simplificada;
- eliminação de rasgos para embutir instalações;
- redução do desserviço e do retorno ao imóvel para corrigir falhas;
- redução de espessuras de revestimentos;
- resistência ao fogo, bom isolamento térmico e acústico;
- durável, exige pouca manutenção;
- racionalização da execução das obras e maior velocidade;
- redução de quebras, desperdícios e entulho na obra;
- os blocos de concreto podem ser produzidos em resistências variadas;
- podem ser produzidas com diferentes formas, cores e texturas;
- possuem vazados de grandes dimensões que permitem a passagem de tubulação
elétrica e em alguns casos, sanitária.
O quadro abaixo mostra a economia do método construtivo com relação ao
método convencional levando em conta o número de pavimentos da edificação.

Quadro 1 - Economia do método construtivo

Fonte:http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/7/70/TC025_Alvenaria_estrutural_A_x.pdf
15

2.2 A Norma 15.575

Este tópico trata sobre os seguintes aspectos da norma brasileira de


desempenho NBR 15.575: sua definição, sua criação, objetivo, estrutura da norma,
razões para tornar a norma vigente, a incumbência dos intermitentes (ou seja, de cada
agente responsável pelo cumprimento da norma) e os parâmetros para o cumprimento
da norma.

2.2.1 Criação da Norma

Inicialmente pensada para atender aos requisitos de desempenho dos usuários


de edificações habitacionais de até cinco pavimentos, a norma de desempenho
começou a ser efetivamente elaborada no ano 2000, através de uma iniciativa de caixa
econômica federal. A formulação da Norma contou com a participação de mais de
cem especialistas, de várias áreas, destacando–se agentes e entidades ligadas às
construtoras, às incorporadoras e a peritos técnicos (GONÇALVES, 2014).
A Norma foi publicada em 12 de maio de 2008, com previsão de entrar em vigor
após dois anos, mas ela não chegou a valer, sendo suspensa devido à pressão de
diversas áreas do setor construtivo e à seus textos, que deveriam ser revisados para
a nova publicação (GONÇALVES, 2014; LINS, 2012).
Após as devidas retificações, a norma veio a ser publicada em 19 de fevereiro
de 2013, sob o título geral NBR 15575/2013 edificações habitacionais - desempenho,
a qual passou a valer em junho de 2013.

2.2.2 Aplicação da norma

A norma se aplica apenas a edificações habitacionais; portanto, estão excluídas


edificações comerciais, indústrias e galpões. Da mesma forma, excluem-se
edificações já concluídas, obras em execução desde a entrada da vigência da norma,
reformas de edificações e edificações provisórias. Algumas partes da norma de
desempenho são aplicáveis apenas a edifícios habitacionais de até cinco pavimentos.
16

2.2.3 Deveres por parte dos agentes

São definidos alguns deveres por parte dos agentes envolvidos para que sejam
cumpridos os requisitos da norma de desempenho. O fornecedor deve expor a
caracterização do desempenho de seu material de acordo com a Norma; o projetista
tem o papel de especificar materiais, produtos e processos que atendam o
desempenho mínimo, assim como estabelecer a vida útil do projeto (VUP). O
incorporador tem que identificar os riscos previsíveis na época do projeto; o construtor
deve elaborar um manual de uso e manutenção, que deve ser entregue ao proprietário
da edificação; o usuário deve manter um manual com a relação de uso e manutenção
da edificação habitacional.
De acordo com as determinações aos usuários, observa-se uma evolução no
pensamento da sociedade brasileira, onde os usuários não são mais considerados
desprovidos de capacitação de tarefas, e sim responsáveis pela manutenção e
cumprimento dos prazos de uso e operação.

2.2.4 Estrutura da Norma

A NBR 15.575 é baseada em um conjunto de normas organizadas em seis


partes. Ela dispõe sobre a edificação como um todo, estabelecendo critérios e
métodos de avaliação de desempenho para os principais sistemas que compõem um
edifício, abordando temas relacionados aos sistemas gerais (parte 1) a sistemas
estruturais (parte 2), sistemas de pisos internos (parte 3), sistemas de vedações
verticais internas e externas (parte 4), sistemas de coberturas (parte 5) e sistemas
hidrossanitários (parte 6) (ABNT, 2013).
Esse conjunto de normas é abrangente e define requisitos de desempenho que
se aplicam ao edifício habitacional através de critérios de segurança, habitabilidade,
higiene e saúde, durabilidade, e adequação ambiental, considerando as necessidades
dos usuários e as condições de exposição da edificação ao longo de sua vida útil
mínima obrigatória.
Neste trabalho será tratado mais precisamente a parte 4 da norma que fala
sobre os sistemas de vedações internos e externos, pois versa sobre os testes e
análises que devemos fazer quanto a alvenaria estrutural, os requisitos a serem
cumpridos por esse sistema.
17

2.2.5 Desempenho

É necessário entender que desempenho significa comportamento em uso. O


desempenho da edificação pode ser considerado bom, ou ruim, dependendo das suas
condições de exposição, uso e ocupação. É neste ponto que a norma 15.575/2013 se
torna importante para criar uma base e esclarecer diversos critérios que vigoram sobre
as condições de desempenho que se deve seguir na construção civil, dentro de
edificações habitacionais.
Os requisitos de desempenho são expressos em termos qualitativos; os
critérios de desempenho, em termos quantitativos; e os métodos de avaliação de
desempenho variam de acordo com o momento e os objetivos das avaliações.
A classificação dos níveis de desempenho é feita de acordo com a adequação
do projeto aos critérios estabelecidos pela norma em três categorias: nível M (mínimo),
I (intermediário) ou S (superior), sendo que para cada patamar, a edificação terá um
prazo de garantia e vida útil diferente.
O termo “durabilidade” expressa o período esperado de tempo em que um
produto tem potencial de cumprir as funções a que foi destinado, num patamar de
desempenho igual ou superior àquele predefinido. Para tanto, há necessidade de
correta utilização, bem como de realização de manutenções periódicas em estrita
obediência às recomendações do fornecedor do produto, sendo que as manutenções
devem recuperar parcialmente a perda de desempenho resultante da degradação.
Segundo a NBR 15.575, vida útil (VU) é o período de tempo em que um edifício
se presta às atividades para as quais foram projetados e construídos, com
atendimento aos níveis de desempenho previstos nesta Norma, considerando a
periodicidade e a correta execução dos processos de manutenção especificados no
respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção.
Ainda na NBR 15.575, temos o conceito de vida útil de projeto (VUP), período
estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos
de desempenho estabelecidos nesta Norma, considerando o atendimento aos
requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto
e supondo o atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de
manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção.
18

Figura 8 - Vida útil (tempo) x desempenho

Fonte: http://www.sinduscon-rio.com.br/palestras/ercio.pdf

Interferem na vida útil, além das definições maiores de concepção e projeto da


construção, o atendimento às normas técnicas de materiais e processos, o correto
uso e operação da edificação e de suas partes, a constância e efetividade das
operações de limpeza e manutenção, as alterações climáticas e os níveis de poluição
no local da obra e as mudanças no entorno da obra ao longo do tempo. Dessa forma,
a vida útil real será uma composição da vida útil projetada com a forma de uso e a
efetividade dos processos de manutenção da edificação, com influência ainda
considerável de fatores climáticos e de vizinhança. (NBR 15.575,2013)

2.3 Alvenaria estrutural e a NBR 15.575

Consiste em fazer uma revisão bibliográfica sobre a construção em alvenaria


estrutural, suas características de desempenho, tanto estrutural como contra incêndio,
estanqueidade, características térmicas e acústicas. Posteriormente, objetivou-se
fazer um comparativo com os critérios utilizados pela nova norma de desempenho
NBR 15.575/2013, definindo assim as devidas qualidades e deficiências do método
construtivo.
19

2.3.1 Desempenho térmico

A definição de conforto térmico depende de fatores pessoais e ambientais. Do


ponto de vista pessoal, é uma condição que expressa satisfação com o ambiente
térmico, já do ponto de vista ambiental, se dá quando as condições permitem a
manutenção da temperatura interna sem a necessidade de serem adicionados
mecanismos para isso. (ISO 7730/94).
O desconforto térmico também é definido pela ISO 7730/94 como um estado
mental que expressa satisfação com o homem e com o ambiente térmico que o
circunda. A sensação de desconforto térmico pode acontecer quando a diferença
entre o calor perdido para o ambiente e o calor produzido pelo corpo não é estável.
A norma de desempenho fala que uma edificação deve reunir características
que possam atender às exigências de conforto térmico dos usuários das habitações,
considerando-se sempre a região de implantação da obra e as respectivas
características bioclimáticas definidas na NBR 15.575-3 e considerando-se que o
desempenho térmico do edifício depende do comportamento entre fachada, cobertura
e piso.
Para verificação do desempenho térmico, são indicadas 8 zonas bioclimáticas
no Brasil. A avaliação pode ser feita de maneira simplificada, por modelagem
computacional ou medição no local, devendo levar em conta parâmetros como:
- tamanho das aberturas para ventilação;
- proteção das aberturas;
- vedações externas (tipo de cobertura e parede; e
- condições de condicionamento térmico passivo.
20

Figura 9 - Zoneamento bioclimático brasileiro


Fonte: http://blog.giacomelli.com.br/2012/07/20/arquitetura-bioclimatica-florianopolis/

Para serem obtidas condições mínimas de conforto no verão, a norma


estabelece que seja necessário que o interior do edifício habitacional apresente
melhores ou iguais condições térmicas às do ambiente externo, à sombra para o dia
típico de verão. Os requisitos da norma indicam valores máximos (verão, entre 26° e
29°C) e mínimos (inverno, entre 12° e 17°C) de temperatura do ar no interior, que
devem ser atendidos para cada região.

Quadro 2 –Avaliação de desempenho térmico para condições de verão

Fonte: NBR 15.575 – Parte 1

A tabela abaixo apresenta algumas diferenças encontradas entre a NBR15.220,


de desempenho Térmico, e a NBR 15.575, referentes à zona bioclimática 2, que
representa a localização da maior parte do estado do Rio Grande do Sul.
21

Tabela 1- Comparação entre a NBR 15.220 e a NBR 15.575 para zona


bioclimática 2

Fonte: Grigoletti (2007)

2.3.2 Desempenho acústico

É desejável limitar tanto a quantidade de som que é refletida por uma parede
quanto a que passa por ela para áreas adjacentes. A redução do som em um
determinado cômodo dependerá basicamente das propriedades de absorção sonora
das paredes. Quanto maior a porosidade do material e quanto mais rugosa for a
textura da parede, mais o som é absorvido pela superfície (PARSEKIAN, HAMID E
DRYSDALE, 2013).
Portanto, blocos com estrutura aberta e com parede cisalhada ou com
superfície rugosa, ou ainda, blocos especiais com ranhuras podem ser usados para
refletir o som dentro de determinado ambiente. Superfícies duras e lisas, obtidas com
revestimento e pintura, podem resultar em ambientes com alto nível de som refletido.
Os níveis de som dentro de um ambiente podem ser enormemente alterados em
função das propriedades acústicas do teto, piso e mobiliários (SILVA, 2014).
22

Figura 10 - Isolamento Acústico

Fonte: http://cerpolo.com.br/blog/entenda-isolamento-acustico/

O som pode ser transmitido através de paredes por vibrações forçadas ou por
mecanismos de porosidade. O impacto de som é transmitido através de uma parede
por vibração forçada. O amortecimento do impacto irá reduzir esse efeito. O grau de
isolamento sonoro contra vibrações forçadas de uma parede dependerá da sua inércia
ou massa, sua rigidez, e do amortecimento interno (PARSEKIAN, HAMID E
DRYSDALE, 2013).
A norma NBR 15.575 não fixa critérios de conforto acústico, como por exemplo
“a máxima intensidade sonora admitida para o repouso noturno”, o que é tratado na
norma NBR 10.152 – “Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em
ambientes internos às edificações”. Também não compreende a forma de quantificar
níveis de ruído externos à edificação, assunto pertinente à norma NBR 10.151 –
“Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes externos
às edificações”. Todavia, considerando ruídos externos com intensidade da ordem de
55 a 60 dB(A), típicos de áreas residenciais ou pequenos centros comerciais, os
valores estipulados para o isolamento acústico foram pensados para repercutir em
condições razoáveis de desempenho. Para áreas com a presença de importantes
fontes de ruído (rodovias, aeroportos, etc), a norma estabelece que devam ser
realizados levantamentos no local e estudos específicos de tratamento acústico.
Para blocos vazados de concreto e de cerâmica com determinadas larguras
dos blocos, foram encontradas as seguintes características:
23

Quadro 3 - Estudos da acústica de blocos estruturais

Fonte: Guia orientativo para aplicação e atendimento à norma NBR 15575- Sinduscon-Rio

2.3.3 Estanqueidade

A parte externa de um edifício, incluindo as paredes de alvenaria, funciona


como uma barreira para prevenir que a umidade indesejável entre no edifício. Fontes
de umidade do lado externo do prédio incluem chuvas, vapor d’água do ar e umidade
do solo. A falta de mão de obra qualificada na construção e a presença de fissuras
nas paredes podem resultar na penetração de água da chuva, particularmente sobre
a presença de ventos fortes, criando umidade na parte interna (PARSEKIAN, HAMID,
DRYSDALE, 2013).
O uso de paredes duplas, tradicional em diversos países, pode criar uma
barreira para a umidade externa (LINS, 2012). A presença de água encharcada no
solo após fortes chuvas ou água subindo nas paredes por capilaridade podem ser
fontes de umidade nas paredes. O vapor de água presente no ar pode se infiltrar
através dos blocos, condensando nos vazios das paredes e escoando para a
superfície interna. A umidade nas paredes, muitas vezes, é acompanhada de
eflorescência, com depósito de sais brancos na superfície da parede com a
evaporação da umidade (SILVA, 2014).
Existe um grande histórico de problemas patológicos causados pela
condensação de vapor nas paredes. Entretanto, esse problema é bastante conhecido
e práticas recomendadas para prevenir patologias decorrentes são conhecidas. Se
corretamente seguidas, o edifício será durável e “à prova d’água”.
24

Figura 11- Modo como a água avança na edificação

Fonte: Guia orientativo para aplicação e atendimento à norma NBR 15575- Sinduscon-Rio

Segundo Parsekian, Hamid e Drysdale (2013), quando há umidade nas


paredes, geralmente há falta de detalhes construtivos, falta de mão de obra
qualificada, uso impróprio de materiais, falta de manutenção ou uma combinação
desses fatores. Detalhes como calhas, pingadeiras, barreiras de vapor e ar
membranas ou argamassas de impermeabilização, selantes e paredes duplas
geralmente são utilizadas para melhorar a estanqueidade de uma parede. Entretanto,
esses detalhes, às vezes, alteram o comportamento estrutural desta, por exemplo,
com o uso de impermeabilização asfáltica sobre fiadas na base de uma parede, que
pode diminuir a resistência ao cisalhamento.
De acordo com a NBR 15.575, as edificações devem ser estanques a água da
chuva, umidade do solo e lençol freático. A prevenção de infiltração da água da chuva
ou da umidade pode ser feita observando-se, entre outros, os seguintes pontos:
- caimentos adequados de cobertura e telhados, uso de beirais, fixação correta
de telhas;
- especificação e execução correta da impermeabilização da cobertura,
terraços fundações, pisos em contato com o solo e outros elementos;
- correto dimensionamento e execução do sistema de águas pluviais e do
sistema de drenagem do loteamento;
25

- rejuntamento entre marcos e paredes de fachada, do correto funcionamento


de drenos em portas e janelas;
- correto detalhamento das ligações entre elementos construtivos, evitando
passagem de umidade entre frestas.

Quadro 4 - Estanqueidade em paredes de fachada

Fonte: NBR 15.575

2.3.4 Resistência ao fogo

Os edifícios devem ser projetados e analisados levando em conta a segurança


contra incêndios. Embora seja desejável minimizar os efeitos dos custos devidos a
danos causados por incêndios, o foco maior é a proteção da vida dos usuários
(KIRCHHOF, LIMA, 2015).
Uma análise racional de um projeto de proteção contra incêndio envolve uma
análise da resistência ao fogo de uma parede (estabilidade, integridade,
estanqueidade e isolamento), deve levar em conta as propriedades térmicas do
material, a forma e as dimensões dos elementos, os vínculos dos elementos, as ações
a que estão submetidos e eventuais revestimentos (PARSEKIAN, HAMID E
DRYSDALE, 2013)
O sistema construtivo deve dificultar a ocorrência da inflamação no ambiente
de origem do incêndio e não gerar fumaça capaz de impedir a fuga dos ocupantes em
situações de incêndio (NBR 15.575, 2013).
26

A distância entre edifícios deve atender à condição de isolamento,


considerando-se todas as interferências previstas na legislação vigente:
• medidas de proteção: portas ou selos corta-fogo devem possibilitar que o
edifício seja considerado uma unidade independente.
• sistemas ou elementos de compartimentação que integram os edifícios
habitacionais devem atender à NBR 14432 - estanqueidade e isolamento
Para a NBR 15.575, as paredes estruturais e as paredes de geminação de
casas térreas geminadas e de sobrados geminados, bem como as paredes entre
unidades habitacionais e que fazem divisa com as áreas comuns nos edifícios
multifamiliares devem apresentar resistência ao fogo por um período mínimo de 30
min, assegurando neste período condições de estabilidade, estanqueidade e
isolamento térmica, no caso de edificações habitacionais de até cinco pavimentos.
No caso de unidade habitacional unifamiliar isolada em até dois pavimentos, é
requerida resistência ao fogo de 30 minutos para as paredes internas e de fachada
somente nas áreas correspondentes a cozinhas e ambientes fechados que abriguem
equipamentos de gás.
As alvenarias com blocos de concreto executadas sem revestimento ou
revestidas com gesso ou argamassa à base de cimento estão isentas de comprovação
deste requisito por se tratar de materiais incombustíveis.
27

3 ANÁLISE DA ALVENARIA ESTRUTURAL QUANTO AO


ATENDIMENTO DA NBR 15575-ESTUDOS DE CASO

Nesta etapa, serão abordados alguns estudos encontrados em artigos, teses,


entre outros, sobre alvenaria estrutural, que demonstram as vantagens e
desvantagens de seu uso, comparando-se com critérios da norma de desempenho.

3.1 Referente ao desempenho térmico - Avaliação do desempenho térmico em


edificações de blocos estruturais cerâmicos e de blocos estruturais de concreto
para a zona bioclimática 2 brasileira

O trabalho realizado por Kappaun (2012) constituiu de uma análise, durante os


períodos de inverno e verão, do desempenho térmico de duas edificações construídas
em alvenaria estrutural, uma com bloco estrutural cerâmico e a outra com bloco
estrutural de concreto na zona bioclimática 2. Definiram-se os valores das
características térmicas dos dois tipos de fechamentos, para evidenciar as diferenças
existentes, visando à análise térmica das edificações. Foi calculado a transmitância
térmica, a capacidade térmica e o atraso térmico. Medições in loco foram realizadas
nas duas edificações, que apresentaram a mesma planta baixa, orientação solar e
implantação.
As paredes internas e externas das edificações foram executadas com blocos
estruturais de concreto e cerâmica, com espessura de 14 cm, possuindo acabamento
interno e externo de argamassa de revestimento de 2 cm, o que faz com que a
espessura total de parede seja de 18 cm.
Os valores de transmitância térmica e capacidade térmica definidos pela norma
NBR 15.575 para as zonas brasileiras podem ser vistos nos quadros abaixo, com os
valores calculados para os blocos. Os valores em verde estão em conformidade com
os valores estabelecidos pela norma e os valores em vermelho não estão.
28

Quadro 5 - Transmitância térmica de vedações verticais

Quadro 6 – Capacidade térmica de vedações verticais

O valor máximo admissível para a transmitância térmica das paredes externas,


na cidade de São Leopoldo, de acordo com a NBR 15.575 é de 2,5 W/(m².K). Assim,
o valor calculado para o bloco estrutural de concreto está acima do limite estabelecido.
Para a capacidade térmica, o valor mínimo pela norma é de 130 KJ/(m².K), os
valores calculados foram superiores com 194,17 KJ/(m².K) para o bloco estrutural
cerâmico e de 264,09 KJ/(m².K) para o bloco estrutural de concreto.
É possível verificar que a transmitância térmica calculada para o bloco
estrutural de concreto não é adequada para as zonas 1 e 2. Para as demais zonas,
quando a absorbância for maior que 0,6 (caso de pinturas mais escuras), a
transmitância térmica do bloco estrutural de concreto também não é adequada. A
transmitância térmica do bloco estrutural cerâmico está dentro do estabelecido para
todas as zonas.

Figura 12 - Blocos cerâmicos utilizados e blocos de concreto utilizados na obra


29

Quanto à capacidade térmica, tanto para o bloco estrutural de concreto quanto


para o bloco estrutural cerâmico, estão dentro dos valores permitidos pela norma em
todas as 8 zonas.
Calculando as características térmicas das vedações executadas com os dois
tipos de blocos e comparando com as normas NBR 15575, foi possível perceber que
a vedação com bloco de concreto apresentou o valor de transmitância térmica superior
ao limite estabelecido pela NBR 15.575. Ou seja, de acordo com a norma, o bloco não
seria adequado para a zona bioclimática brasileira analisada.

Figura 13 - Edificação de bloco estrutural de concreto e edificação de


bloco estrutural cerâmico.

3.2 Referente ao desempenho acústico - Qualidade no projeto e na execução de


alvenaria estrutural e de alvenarias de vedação em edifícios.

Thomaz & Helene (2000) relatam ensaios realizados no Instituto de Pesquisa


Tecnológica (IPT), onde os isolamentos aos sons aéreos foram medidos,
encontrando-se resultados iguais a 36 dB e 40 dB para blocos cerâmicos de paredes
vazadas de 14 cm sem revestimento e com 3 cm de revestimento, respectivamente.
O bloco de concreto de 14 cm apresentou isolação de 44 dB sem revestimentos.
De acordo com a NBR15.575, deve-se ter uma redução do ruído externo para
o interno, medido em campo, em vedações externas de salas e dormitórios de no
30

mínimo 35 dB quando o ensaio for realizado no laboratório, ou de 30 dB para ensaio


realizado em campo. Esses níveis devem ser elevados em 5db se a habitação for
localizada junto a visa de trafego intenso.
Por esses resultados, paredes executadas com blocos estruturais de 14 cm e
de pelo menos 3 cm de revestimento permitem desempenho acústico superior ao
mínimo recomendado para paredes externas.

3.3 Referente à estanqueidade - Técnicas construtivas em alvenaria estrutural:


Contribuição ao uso

O estudo elaborado por Santos (1998) fala sobre a estanqueidade de paredes


de alvenaria estrutural e apresenta o ensaio de laboratório que está exposto na NBR
15.575.
A etapa do projeto que salienta a penetração de água nos edifícios explica que
entre as características que condicionam a penetração de água de chuva estão a
forma e a constituição dos materiais empregados em uma edificação, que determinam
a intensidade dos fenômenos de capilaridade, difusão e absorção de umidade, bem
como da ação da força da gravidade na penetração de água nas fendas ou trincas.
No trabalho, os ensaios elaborados analisaram o comportamento quanto à
estanqueidade de paredes com blocos estruturais de concreto e cerâmicos em
diversas situações.
As variações foram basicamente:
• juntas vertical e transversal;
• tipo de bloco; e
• revestimento.

Segundo Santos (1998), o ensaio adotado consiste em submeter um trecho de


parede à presença da água por meio de uma câmara acoplada à parede, tomando-se
por base procedimento de ensaio utilizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT-SP). O ensaio permite avaliar o desempenho da alvenaria quanto à
estanqueidade à água, ou seja, verificar as características de permeabilidade da
parede. Este ensaio está exposto na NBR 15575-4, no anexo D onde temos uma
explicação detalhada.
31

Figura 14 - Tipologia das paredes

Figura 15 - fixação da câmara às paredes com a respectiva bureta

i) Paredes sem revestimento:

Nas quatro situações analisadas, houve infiltração de água pelas juntas de


argamassa quase que instantaneamente, impossibilitando a leitura na bureta. A
percolação de água ocorreu nas duas faces da parede.
O comportamento foi diferenciado nas paredes com blocos cerâmicos e de
concreto. Nas de blocos cerâmicos, a percolação ocorreu pelas juntas da argamassa,
e nas de blocos de concreto, a percolação foi visualizada nos próprios blocos.
32

ii) Paredes com revestimento em uma das faces:

A tendência de parede construída com blocos de concreto, onde foi preenchida


a junta vertical, foi de absorver volume maior de água, quando comparada com
paredes em condições semelhantes, porém, sem o preenchimento da junta vertical.
Já quando se utilizou blocos cerâmicos, os resultados demostraram menor
permeabilidade, isto é, maior estanqueidade à água na situação de não
preenchimento da junta vertical.

iii) Paredes com revestimento nas duas faces:

Em blocos de concreto de paredes sem preenchimento da junta vertical


verificou-se a tendência de as mesmas apresentarem maior estanqueidade à água,
quando comparadas com as paredes com preenchimento da junta vertical. Isso pode
ser explicado em função do aumento de pontes para a passagem de umidade, na
condição de preenchimento da junta vertical.
Em blocos cerâmicos, a parede construída com blocos cerâmicos e revestida
nas duas faces apresentou menor permeabilidade, isto é, maior estanqueidade à
água, também na situação de não preenchimento da junta vertical.
Portanto, nos ensaios de estanqueidade à água em paredes sem revestimento,
verificou-se diferentes comportamentos nas construídas com blocos cerâmicos
quando comparadas às de blocos de concreto. Nas de blocos cerâmicos a percolação
de água ocorreu pelas juntas de argamassa e nas de blocos de concreto a percolação
foi visualizada nos próprios blocos;
Os comportamentos das paredes de blocos cerâmicos e de blocos de concreto
revestidas foram semelhantes quanto à influência da junta vertical, ocorrendo sempre
a maior permeabilidade na situação de junta vertical preenchida.

3.4 Referente à resistência ao fogo - Comportamento de pequenas paredes de


alvenaria estrutural frente a altas temperaturas

No trabalho executado por Rigão (2012) sobre o tempo de resistência ao fogo


das paredes de alvenaria foram analisadas situações que afirmam que experiências
33

feitas com paredes de alvenarias submetidas a incêndios reais têm desempenho


muito bom, e a falha, se ocorre, é normalmente devido ao deslocamento lateral
excessivo, resultando em colapso da estrutura.

Figura 17 – Paredes moldadas para realização dos ensaios principais


Fonte: Rigão (2012)

Os ensaios realizados demostraram que as paredes obtiveram bom


desempenho frente às altas temperaturas, não sendo observada a passagem de
gases aquecidos. Houve baixo nível de fissuração, com predomínio de fissuras
verticais e maior incidência dessas na face aquecida das paredes.

3.5 Referente ao desempenho térmico - Análise de alternativas para melhoria do


desempenho térmico de edifícios em alvenaria estrutural em face da norma
brasileira 15.575

A análise deste trabalho (Lins, F) se restringe a edificações projetadas na


cidade de Curitiba e região metropolitana, e serve também para cidades onde a
variação de temperatura é bastante alta. A edificação em estudo pertencente ao
Programa Minha Casa Minha Vida e, portanto, segue determinado padrão de
construção e tipologia, utilizando como método construtivo a alvenaria estrutural em
bloco de concreto.
34

O projeto de habitação analisado é composto por 7 blocos residenciais, cada


um com 10 apartamento por andar, sendo 4 pavimentos. Está localizado na cidade de
São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Seus valores de avaliação
estão enquadrados no Programa Minha Casa Minha Vida.

Figura 18 - Fachada do empreendimento

Fonte: Lins, F. 2012

Na sequência é apresentado algumas tabelas elaboradas pela autora do


trabalho, criando critérios de avaliação para análise de entrevistados que são
referência na área de construção civil.

Quadro 7 - Critérios de avaliação convencionados para a análise

Fonte: Lins, F; 2012.


35

Figura 19 - Análise dos dados

Fonte: Lins, F. 2012, alterado pelo autor

Tratando-se deste exemplo apresentado no trabalho, conclui-se que é


necessária uma atenção especial à alvenaria estrutural, principalmente para as
habitações de interesse social, por sabermos por meio de análises específicas com
relação ao seu desempenho térmico, que os níveis mínimos não são atendidos.

3.6 Referente ao desempenho térmico e acústico, estanqueidade e resistência


ao fogo - Alvenaria de Blocos de Concreto-Manual de desempenho-Guia para
atendimento à Norma ABNT 15.575

Este manual foi elaborado por Silva (2014), com base nos requisitos da norma
de desempenho NBR 15.575 parte 4 – Sistemas de Vedações Verticais Internas e
Externas (SVVIE). Os resultados aqui apresentados são uma síntese de relatórios de
ensaios completos realizados por laboratórios independentes, que serão citados na
sequência.
Os ensaios realizados são os mesmos indicados na norma e foram executados
somente com blocos de concreto. Realizaram-se ensaios de resistência ao fogo,
estanqueidade, desempenho térmico e desempenho acústico.

a) Resistência ao fogo:

Os ensaios de resistência ao fogo foram executados pelo Laboratório de


Ensaios e Modelos Estruturais (Leme), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
36

(UFRGS). No quadro a seguir será analisada a resistência ao fogo com blocos de


concreto de dimensão (190x190x390) mm.

Figura 20 - blocos de concreto de dimensão (190x190x390) mm .


Fonte: Manual de desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575
A figura abaixo representa a resistência ao fogo com blocos de concreto de
dimensão (140x190x390) mm.

Figura 21 - blocos de concreto de dimensão (140x190x390) mm.

Fonte: Manual de desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575


37

Os resultados do ensaio realizado indicam que o tempo de resistência a altas


temperaturas do segmento de parede pode ser considerado como sendo superior a
quatro horas, para as condições de ensaio adotadas.
Quanto à estanqueidade a gases quentes, pôde-se concluir que o elemento
ensaiado apresentou condições satisfatórias, pois resistiu a quatro horas de ensaio,
sem permitir o vazamento de gases quentes.
Após o término do ensaio, observou-se que o elemento ensaiado manteve a
sua integridade, não apresentando ruptura.

b) Estanqueidade:

Foi realizado o ensaio de estanqueidade, conforme método estabelecido na


Figura 22, o qual não demostra a presença de umidade perceptível nos ambientes,
desde que respeitadas as condições de ocupação e manutenção previstas em projeto
e descritas no manual de uso e operação.

Figura 22 - Dispositivo do ensaio de estanqueidade acoplado à parede

Fonte: Manual de desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575

Os blocos de concreto permitem uma boa estanqueidade, mas para o


atendimento dos critérios deste requisito também são válidas as observações
referentes à penetração de água nas vedações verticais, cujos pontos vulneráveis são
as juntas de assentamento, podendo ocorrer penetração de água através da própria
argamassa ou na interface entre o bloco e a argamassa.
38

c) Desempenho térmico:

Os resultados apresentados no estudo realizado pela UCS indicam que os


edifícios com sistemas de vedações verticais internas e externas com blocos de
concreto podem obter classificação de desempenho térmico Superior (S), conforme
os atuais critérios da norma ABNT NBR 15575-1.

Figura 23 – Determinação da Transmitância Térmica e Capacidade Térmica

Fonte: Manual de desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575

Na avaliação completa efetuada por simulação computacional, a edificação, no


verão, deve apresentar condições térmicas no interior do edifício habitacional
melhores ou iguais às do ambiente externo, à sombra, para o dia típico de verão.
No inverno, a edificação deve apresentar melhores condições térmicas no
interior do edifício habitacional que as do ambiente externo.

Simulação Computacional

Considerada um procedimento mais completo, a simulação do desempenho


térmico especificada na norma ABNT 15575, parte 1, considerou também as
condições de ventilação e de sombreamento da edificação.
O desempenho térmico de edificações com alvenaria de blocos de concreto foi
avaliado por simulação computacional em estudo elaborado pelo Laboratório de
39

Tecnologia Construtiva da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Os estudos foram


realizados através do software Energyplus, sendo estimadas as temperaturas internas
dos ambientes de permanência prolongada das unidades habitacionais.
No estudo, foram consideradas uma cidade localizada na zona bioclimática 1
e outra cidade localizada na zona bioclimática 2. As condições climáticas adotadas
para as duas cidades representativas dessas duas zonas bioclimáticas estão
apresentadas na Tabela abaixo.

Tabela 2 – Condições Climáticas Adotadas na Simulação Computacional

Fonte: Manual de desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575

Os resultados apresentados no estudo realizado pela UCS indicam que os


edifícios com sistemas de vedações verticais internas e externas com blocos de
concreto podem obter classificação de desempenho térmico Superior (S), conforme
os atuais critérios da norma ABNT NBR 15575-1. O relatório da UCS também confirma
que a orientação solar e absorvância à radiação solar da superfície externa são fatores
que podem determinar o desempenho térmico de edifícios habitacionais, mesmo os
localizados na zona bioclimática 1.

d) Desempenho Acústico:

Os ensaios referentes à alvenaria com blocos de concreto (sem considerar


janelas ou portas) foram executados pelo Instituto Tecnológico itt Performance da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Foram utilizados os seguintes
equipamentos e instrumentação apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 – Condições Climáticas Adotadas na Simulação Computacional


40

Fonte: Manual de desempenho-Guia para atendimento à Norma ABNT 15.575

Tomando-se os resultados apresentados nos relatórios da Unisinos, as paredes


ensaiadas foram classificadas conforme o desempenho acústico estabelecido na NBR
15.575. Portanto, as paredes com blocos de concreto devem ser revestidas com
argamassa à base de cimento com no mínimo 15 mm de espessura em cada face
para atender ao requisito mínimo estabelecido para esta condição de uso.
41

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da revisão bibliográfica realizada sobre alvenaria estrutural pôde-se


observar que o método construtivo apresenta muitas qualidades, quando se trata de
resistência ao fogo, estanqueidade, isolamento térmico e acústico. Os blocos
estruturais de concreto ou cerâmicos apresentam características técnicas que
satisfazem a norma NBR 15.575 nos seus requisitos de desempenho; contudo, é
preciso tomar alguns cuidados na execução.
A correta utilização da argamassa nos blocos evita que ocorra a permeabilidade
da água no contato entre os materiais, e também devem ser analisados os tipos de
revestimentos que se desejam usar em determinadas elevações de fachadas, como
por exemplo nas zonas bioclimáticas 1 e 2 que foram constatados problemas de
transmitância térmica.
A NBR 15.575, que está presente desde 2013, marca a passagem para uma
fase com maiores preocupações com a qualidade da construção civil em termos
técnicos dos materiais, assim como com os cuidados de uso e ocupação. Esse
pensamento leva para grandes mudanças no que se refere a diminuição de sismos e
problemas referentes ao pós ocupação, dando assim uma maior garantia ao usuário
na aquisição da sua habitação.
42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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sistemas estruturais. ABNT NBR 15575-2. Rio de Janeiro. 2013.

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