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PÓS-GRADUAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL

TEMA: PROCESSO DE CONHECIMENTO E CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA – PROF. NAYRON TOLEDO
Aula 07

1. PETIÇÃO INICIAL

Primeiramente, deve ser lembrado que vigora o princípio da inércia no


ordenamento jurídico. O magistrado aguarda as provocações da parte
autora para que o processo tenha um impulso inicial. Depois que se
inicia, o magistrado adota as condutas oficiais. Portanto, a petição inicial
é o ponto de partida do processo.
O veículo de manifestação formal da demanda é a petição inicial, que
revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência jurisdicional,
frente ao réu, que o autor julga necessária para compor o litígio. Duas
manifestações, portanto, o autor faz na petição inicial:
(a) a demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causará a
instauração do processo, com a convocação do réu;
(b) o pedido de uma providência contra o réu, que será objeto do
julgamento final da sentença de mérito.1
Requisitos da petição inicial
Art. 319. A petição inicia indicará:
I – o juízo a que é dirigida;

1
THEODORO Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I. 56. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 978.
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Quando se decide onde protocolar a petição inicial, é preciso observar
as regras de competência. É preciso definir a qual juízo essa petição
inicial está sendo dirigida, observando as regras de competências, as
quais delimitam o poder de determinado magistrado em algum território
ou matéria.
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de
união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
Esse inciso aborda a individualização das partes. Quando, na petição,
se deixa de individualizar as partes, isso provoca algumas
consequências negativas. Exemplo: frustração de citação e intimações
que acontecerão ao longo do processo. Portanto, essa indicação é de
suma importância para que o processo transcorra de forma leve e clara.
- E se o autor não dispuser das informações previstas no inciso II?
Nesse caso, deve-se seguir o que está definido nos parágrafos do artigo
319.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz
diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da
falta de informações a que se refere o inciso II, for possível
a citação do réu.

Ao informar o magistrado que não se tem alguns dados para a


qualificação pessoa, ele pode entender que os dados parcias que foram
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apresentados na petição inicial já são suficientes para citação. Se ele
tem esse entendimento, isso significa que a petição inicial não pode ser
indeferida. Se ele entende que aquilo prejudica a situação do réu,
podem ser providenciadas diligências a fim de buscar conhecer onde o
réu tem domicílio, quais os dados imprescindíveis para qualificação.
Nesses casos, isso embasa, inclusive, um futuro pedido de citação por
edital.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a
obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça.
O correto é que o autor coloque na petição inicial todos os dados
necessários constantes no inciso II. No entanto, pode ser que, em
determinadas situações, seja bastante oneroso encontrar todos os
dados, gerando uma dificuldade de acesso à justiça. O legislador deseja
que se faça uma petição inicial detalhista, mas isso não pode significar
um “fim em si mesmo”. Ou seja, se não for possível encontrar todos os
dados e isso for oneroso, a petição inicial não pode ser indeferida
apenas por esse motivo.
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
O inciso representa a causa de pedir. Na petição, é preciso narrar o fato
de forma objetiva e indicando o motivo de pedir.
- A indicação do dispositivo legal é requisito da petição inicial? Na
prática, a doutrina entende que não é preciso indicar um dispositivo legal
para embasar sua petição inicial.

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Enunciado 281 FPPC: A indicação do dispositivo legal não
é requisito da petição inicial e, uma vez existente, não
vincula o órgão julgador.
Não é obrigatório colocar o dispositivo legal na petição inicial, mas uma
vez colocado, aquele dispositivo não vincula as decisões do magistrado.
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
Para verificar o valor da causa, é preciso observar o art. 292 do Código
de Processo Civil. É importante colocar o valor da causa na petição para
quantificar a ação economicamente, para que o magistrado possa
verificar o percentual de condenação de honorários e sucumbência, para
fixar o valor das custas processuais.
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a
verdade dos fatos alegados;
Essa indicação das provas não é específica. Na petição inicial, deve-se
postular pela produção das provas de forma mais genérica, pois, mais à
frente no procedimento, o juiz determinará a intimação das partes para
que elas indiquem as provas de forma especificada (fase de
especificação de provas). Portanto, na petição inicial, postula-se de
maneira genérica pela produção dos meios de provas legais.
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência
de conciliação ou de mediação.
O CPC de 2015 é voltado para solução consensual dos conflitos. Na
fase pré-processual e na processual, é dever dos sujeitos processuais
incentivar a conciliação. Caso o autor não queira seguir esse lado, é
preciso colocar isso na petição de forma expressa. Há casos em que,
mesmo não querendo participar da audiência de conciliação, ela será
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realizada. Portanto, se houver a omissão do autor, isso significa que ele
está concordando que a audiência seja realizada.
- Quando a audiência não será realizada?
Art. 334, § 4º CPC. A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente,
desinteresse na composição consensual;
É colocado na petição inicial que não há interesse na conciliação ou
mediação. O réu é citado para se manifestar no prazo de 15 dias e, na
contestação, o réu também tem a possibilidade de dizer que não tem
interesse na realização da audiência de conciliação ou mediação.
Portanto, se ambos não quiserem, a audiência não será designada. Se
um quiser, o juiz está autorizado a designar a audiência.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do
réu à audiência de conciliação é considerado ato
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com
multa de até dois por cento da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da
União ou do Estado.
A falta injustificada na audiência pode ser entendida como ato
atentatório contra à dignidade justiça. Pode ser aplicada uma multa de
até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa,
revertida em favor da União ou do estado.
Enunciado 273 FPPC – Ao ser citado, o réu deverá ser
advertido de que sua ausência injustificada à audiência de
conciliação ou mediação configura ato atentatório à
dignidade da justiça, punível com a multa do art. 334, § 8º,
sob pena de sua inaplicabilidade.
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Documentos que devem instruir a petição inicial:
Art. 320. A petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação.
Enunciado 283 FPPC: Aplicam-se os arts. 319, § 1º, 396 a
404 também quando o autor não dispuser de documentos
indispensáveis à propositura da ação.
O art. 319, § 1º dispõe sobre a realização de diligências; o art. 396
autoriza a exibição de documentos por parte de terceiros; o art. 404
dispõe sobre a escusa.
- Se após protocolar a petição inicial, perceber que não foi colocado
algum dado essencial, qual será a consequência da conduta? Há a
possibilidade da emenda.
Emenda
Art. 321. CPC. O juiz, ao verificar que a petição inicial não
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo
de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando
com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Esse artigo sofreu alterações pelo CPC de 2015. Antes, o prazo para
emenda era de 10 dias. Agora, o prazo é de 15 dias. O importante desse
artigo é a parte final, que causou uma mudança significativa no
pensamento jurídico. Antes, era comum que o magistrado proferisse um
despacho dizendo “emende-se a petição inicial”. Às vezes, o advogado
da parte não entendia, pois acreditava ter feito a petição inicial de forma
completa. Com o princípio da cooperação, que rege hoje o direito civil,

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atualmente, o magistrado, quando determina a emenda, deve indicar
com clareza e precisão o que precisa ser corrigido ou completado.
O que ocorre se a emenda não for realizada? →
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz
indeferirá a petição inicial.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Do exame da inicial, ou do não cumprimento da diligência saneadora de
suas deficiências pelo autor, pode o juiz ser levado a proferir uma
decisão de caráter negativo, que é indeferimento da inicial.
Determina o art. 330 do CPC que o indeferimento da petição inicial
ocorrerá:
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses
legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
O julgamento é de natureza apenas processual e impede a formação da
relação processual trilateral. A relação bilateral (autor/juiz), no entanto,
já existe, mesmo quando o despacho é de simples indeferimento liminar

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da postulação, tanto que cabe recurso de apelação perante o tribunal
superior a que estiver subordinado o juiz.
Por se tratar de decisão meramente formal ou de rito, o indeferimento da
petição inicial não impede que o autor volte a propor a mesma ação,
evitando, logicamente, os defeitos que inutilizaram sua primeira
postulação.
Excepcionalmente, o juiz poderá proferir julgamento de mérito ao
indeferir a inicial, isto é, decide definitivamente a própria lide. É o que
ocorre quando o juiz, do cotejo entre os fatos narrados pelo autor e o
pedido, concluir que não decorre logicamente a conclusão exposta (art.
330, § 1º, III).2

2. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO E RESPOSTAS DO RÉU


O juiz profere julgamento in limine litis de rejeição do pedido, ou seja,
mediante julgamento de mérito negativo imediato, independente de
citação do réu. São casos excepcionais arrolados de forma taxativa pelo
novo Código no art. 332. Em todas as situações de improcedência
liminar do pedido, o pronunciamento judicial assume a natureza de
sentença e desafia o recurso de apelação3.
Sendo assim, o juiz pode de maneira liminar dizer que o pedido do autor
é improcedente.
Da improcedência liminar do pedido:
• Dispensa de fase instrutória;
• Independe de citação do réu;
• Finalidade de afirmar o sistema de precedentes.

2
Ibidem. p. 984.
3
Ibidem. p. 985.
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Isso pode acontecer quando houver:
Contrariedade à:
- Enunciado de súmula do STF ou do STJ;
- Acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos
repetitivos;
- Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas (IRDR) ou de assunção de competência;
- Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Portanto, quando o pedido contrariar algo que já foi decidido em sede de
recurso repetitivo, por exemplo, o magistrado dirá que existe, no
ordenamento jurídico, um sistema de precedente vinculante. Por isso,
não há necessidade de fase instrutória nem de citar o réu, já podendo
ser proferida uma sentença de improcedência liminar do seu pedido. É
obrigação do magistrado colocar em prática o sistema de precedentes.
Fala-se que é uma improcedência liminar porque nem se chega a citar a
parte ré.
CPC, art. 332. Nas causas que dispensem a fase
instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou
do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;

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IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre
direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do
trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5
(cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o
prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se
não houver retratação, determinará a citação do réu para
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

No caso de improcedência liminar do pedido por ocorrência da


prescrição e decadência, não há necessidade de intimação prévia do
autor.
CPC, art. 332.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
Art. 487. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º
do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se.
Deve ser lembrado do princípio do contraditório, que é substancial,
efetivo. Quando o magistrado profere algum tipo de decisão, ele precisa,
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em respeito ao princípio do contraditório, dar às partes o direito de se
manifestar, ainda que aquela matéria possa ser tratada por ele de ofício.
No entanto, no caso do artigo 332, § 1º, CPC, que dispõe sobre
reconhecimento da decadência ou da prescrição, quando o juiz verifica
se é necessária uma sentença de improcedência liminar do pedido, ele
não precisaria, nessa hipótese, intimar o autor para se manifestar
previamente. Portanto, essa é uma exceção.
RESPOSTAS DO RÉU
Modalidades típicas
No CPC de 2015, há duas modalidades previstas. No CPC de 1973,
havia outras possibilidades de resposta: exceções de incompetência,
exceção de impedimento e suspeição. No entanto, as exceções de
incompetência são tratadas diretamente na contestação. Portanto, de
acordo com CPC de 2015, como modalidades típicas de resposta do
réu, há a contestação e reconvenção.
Contestação
• Defesa processual
• Defesa de mérito
A contestação pode apresentar dois tipos defesa: processo e de mérito.
Quando se fala em defesa processual, fala-se na arguição de defeitos
formais que inviabilizam a continuidade do processo. Nesse caso, o réu
ataca matérias processuais. No caso da defesa de mérito, fala-se do
caso de o réu apresentar argumentos contra a validade ou a existência
da relação material alegada pelo autor. Nesse caso, é a defesa
propriamente dita.
Na contestação, há um princípio chamado concentração, onde a defesa
do réu precisa se basear nesse princípio.
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Concentração → Princípio da eventualidade → Preclusão
CPC, art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de
defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Obs.:
O artigo dispõe que incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a
matéria de defesa. Isso é o que se chama de concentração. Com isso, o
legislador quis dizer quer é preciso se defender de forma inteira, não se
pode guardar defesa para apresentar mais à frente. Se isso for feito,
ocorrerá uma preclusão.
Dentro da contestação, é preciso concentrar toda a matéria de defesa,
pois é nela que se dá a oportunidade para o réu concentrar toda a
matéria de defesa, ainda que possa existir alguma contradição.
- Depois da contestação é possível ao réu deduzir novas alegações? Em
regra, não, pois o momento correto é momento da contestação, quando
se aplica o princípio da concentração ou eventualidade. No entanto, há
exceções.
CPC, art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu
deduzir novas alegações quando:
I – relativas a direito ou a fato superveniente;
II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III – por expressa autorização legal, puderem ser
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.

PRELIMINARES
CPC, art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,
alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
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II – incompetência absoluta e relativa;
No CPC de 1973, a incompetência era alegada por meio de exceção.
Hoje, a absoluta e a relativa são alegadas como preliminares de
contestação.
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou
falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige
como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de
justiça.
Inexistência ou nulidade da citação → alegação de ausência de
pressuposto de validade do processo → acolhimento → invalidade dos
atos processuais decisórios
Hipótese = O réu foi citado para apresentar a contestação. Se a citação
for feita de forma correta, ele simplesmente apresenta a contestação. No
entanto, pode acontecer de existir algum tipo de defeito na própria
citação do réu. Quando isso acontece, ele alega na própria preliminar de
contestação, dizendo que inexiste a citação ou que a citação foi feita de
forma nula. Isso é, na verdade, uma alegação de ausência de
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pressuposto de validade. Se o juiz acolhe essa alegação, a
consequência será a invalidade dos atos processuais decisórios que
foram praticados enquanto a citação do réu não tinha acontecido ou
quando estava eivada de nulidade.
Incompetência absoluta e relativa → alegação de ausência de
pressuposto de validade do processo → acolhimento → remessa dos
autos ao juízo competente.
Também se resume a uma alegação de ausência dos pressupostos de
validade do processo, pois a observância da competência é um requisito
de validade do processo. Se aquela ação não está respeitando a
competência, há ausência de um requisito de validade.
O acolhimento dessa preliminar do réu não é a extinção do processo,
mas sim a remessa dos autos ao juízo competente.
Quando o processo chega ao juízo competente, ele poderá invalidar ou
convalidar os atos praticados pelo juiz anterior.
- Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, onde poderá
ser protocolada a contestação? No foro de domicílio do réu. Com a
imediata comunicação ao juiz da causa, preferencialmente por meio
eletrônico, que será submetida a livre distribuição da contestação; ou
juntada na carta precatória.
CPC, art. 340. Havendo alegação de incompetência
relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada
no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente
comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio
eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou,
se o réu houver sido citado por meio de carta precatória,
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juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata
remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu,
o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta
precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será
suspensa a realização da audiência de conciliação ou de
mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará
nova data para a audiência de conciliação ou de
mediação.

Enunciado n. 426 FPPC: O juízo para o qual foi distribuída a


contestação ou a carta precatória só será considerado prevento se o
foro competente for o local onde foi citado.
Incorreção do valor da causa
Também cabe ao réu alegar, antes de discutir o mérito, a incorreção do
valor da causa. O valor da causa também é um pressuposto de validade
do processo. Então, na situação em que o réu entender que o autor
indicou um valor incorreto, ele precisa alegar isso em sede de preliminar
de contestação. Se o juiz entender que ele está correto, ou seja, acolher
essa alegação de incorreção de valor da causa, a consequência desse
acolhimento é a determinação da correção do valor e o recolhimento das
custas excedentes, que ficaram faltando ser recolhidas em razão do
valor da causa que estava incorreto.
Inépcia da petição inicial

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No inciso IV, determina-se que cabe ao réu alegar, em preliminar de
contestação, a inépcia da petição inicial. Pode-se ter uma alegação de
falta de pedido, uma alegação de falta de causa de pedir, dizer que o
autor fez um pedido indeterminado quando ele não poderia ter feito isso,
poderia ter terminado seu pedido, não estando naquelas hipóteses que
admitem o pedido genérico, ou poderá alegar que não tem uma
conclusão lógica na petição inicial, ou ainda que ela possui pedidos
incompatíveis entre si. Isso é justamente alegar a inépcia da petição
inicial.
Caso essa alegação do réu seja acolhida, a consequência é justamente
que o juiz entenda que realmente a petição inicial é inepta, declarando a
inépcia dessa petição inicial.
Perempção
No inciso V, tem-se a perempção, que também é uma das preliminares
que podem ser alegadas pelo réu. A perempção é um pressuposto
processual, negativo, ou seja, algo que não deve existir para que o
processo tenha continuidade. A perempção acontece quando autor dá
causa por três vezes consecutivas a extinção sem a resolução do mérito
por uma questão de abandono da causa por mais de 30 dias.
Litispendência
No inciso VI, afirma-se que também é uma preliminar da contestação a
alegação de litispendência. Esse também é um pressuposto processual
negativo, ou seja, algo que não deve existir para que o processo
continue.
A litispendência vai acontecer quando se reproduz uma ação que já foi
ajuizada anteriormente e que se encontra em curso. Portanto, são duas
ações idênticas tramitando. Elas possuem as mesmas partes, a mesma
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causa de pedir e o mesmo pedido. Nesse caso, tem-se uma
litispendência.
Coisa Julgado
No inciso VII, tem-se a coisa julgada como preliminar que deve ser
alegada pelo réu na sua contestação. Esse também é um pressuposto
negativo, ou seja, é algo que não deve acontecer para que o processo
tenha o seu prosseguimento.
Na coisa julgada, há uma ação, que está repetindo uma outra que
transitou em julgado, já fez uma coisa julgada material. Então, sob pena
de afrontar a força da coisa julgada, não poderia ajuizar uma nova ação
igual.
Conexão
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações
quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
A conexão, como forma de defesa, é uma defesa processual dilatória.
Isso significa que, alegando a conexão, a consequência não é a
extinção do processo. As defesas dilatórias não têm o condão, a força,
de extinguir o processo. Ele vai simplesmente dilatar um pouco o curso
processual, mas não extinguir.
O máximo que poderá fazer é dilatar o curso processual. Então, se o réu
alega a conexão e essa preliminar é acolhida, a consequência é a
reunião de processos para julgamento conjunto. Isto, obviamente, se
eles ainda não tiverem sido julgados. Se um dos processos já tiver sido
julgado, não haverá reunião de processos.
Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização
De acordo com o inciso IX, o réu pode alegar que a parte autora é
incapaz, não está corretamente representada no processo, por exemplo,
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ter ajuizado a ação sem trazer a procuração do advogado, ou não ter
advogado nos autos e ela também não tem capacidade postulatória, ou
falta de autorização de alguém, que, em regra, pode ser falta de
autorização de conjunges que deveriam ser trazida aos autos, mas não
foi, quando a legislação requereu.
Quando se alega isso, também se está alegando a ausência de
pressupostos de validade do processo. Se essa alegação for acolhida, a
consequência é a extinção do processo sem resolução do mérito. Isto,
se os defeitos não forem supridos pela parte autora. É possível que o
réu alegue o defeito da representação, mas que o juiz, antes de
extinguir, tenha que intimar aquela parte para consertar aquele defeito,
para sanar aquele vício. Não sendo possível a correção desse vício,
tem-se a extinção do processo sem a resolução do mérito.
Convenção de arbitragem
Entre o réu e o autor, existe uma convenção de arbitragem. Se o autor
não respeitar essa convenção e procurar o poder judiciário diretamente,
o réu pode alegar uma convenção de arbitragem. Essa também é uma
alegação de pressuposto processual negativo, ou seja, não deveria
existir a convenção de arbitragem para que o autor pudesse buscar o
poder judiciário. Como a convenção existe, ele deveria ter buscado
primeiro o juízo arbitral.
Caso o juiz acolha essa existência da convenção de arbitragem, ele
também extinguirá o processo sem resolução do mérito.
Ausência de legitimidade ou de interesse processual
Nesse caso, tem-se a alegação de ausência de condições da ação. Se
esta for acolhida, tem-se a extinção do processo sem resolução do
mérito.
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PÓS-GRADUAÇÃO
Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar
O inciso XII trata da falta de caução ou de outra prestação que a lei
exige como preliminar. Quando a lei exigir que, para o ajuizamento
daquela ação, há necessidade da prestação de uma caução, o réu,
quando é citado e percebe que o autor não prestou essa caução, poderá
alegar isso em preliminar. A caução seria um pressuposto de validade.
Havendo o acolhimento, a consequência também será a extinção do
processo sem resolução do mérito.
Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça
Caso a parte autora não seja merecedora desse benefício, porque tem
condições de efetuar o pagamento das custas processuais e ônus da
sucumbência caso ele venha perder essa ação, pode-se contestar o
benefício da gratuidade da justiça em preliminar na contestação. Essa
alegação do réu com relação à gratuidade da justiça é uma alegação de
que está faltando um pressuposto de gratuidade e o seu acolhimento vai
gerar a revogação do benefício. Se o juiz entender que o réu tem razão,
ele revoga o benefício da gratuidade da justiça com sede do autor e
determina o recolhimento das custas processuais.
ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA
Art. 341. CPC. Incumbe também ao réu manifestar-se
precisamente sobre as alegações de fato constantes da
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não
impugnadas, salvo se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considerar da substância do ato;

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PÓS-GRADUAÇÃO
Obs.: por mais que o réu deixe de se defender, se a petição inicial não
estiver com esse instrumento que era essencial, o juiz não vai poder
considerar aquela alegação como verdadeira, porque ele precisa do
instrumento para considerar aquela alegação verdadeira.
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada
em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos
fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado
dativo e ao curador especial.
Obs.: o curado especial está previsto no art. 72, do CPC.
Na contestação, há o princípio da concentração ou da eventualidade. A
contestação é o momento processual adequado para que o réu
concentre toda a sua matéria de defesa. Isto, porque, depois que passa
o prazo da contestação, ele só poderá alegar novas deduções naquelas
situações que já estudamos: fato ou direito superveniente, matéria que
poderia ser alegada a qualquer tempo ou matéria que poderia se
conhecida de ofício pelo juiz.
Há outro princípio também aplicado à resposta do réu que é o ônus da
impugnação especificada. O ônus da impugnação especificada significa
que, uma vez que se é citado para apresentar a contestação, tem-se
conhecimento da petição inicial do autor. Em sua defesa, o réu deverá
impugnar cada fato alegados e pedidos do autor especificamente.
É necessário impugnar precisamente cada um daqueles fatos, porque,
quando se deixa de impugnar um, e este um não está dentro das
exceções, isso significa que se concorda, tornando aquele fato um fato
incontroverso. Assim, o juiz poderá entender que é um fato verdadeiro,
se ele não estiver dentro das exceções.
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PÓS-GRADUAÇÃO
Reconvenção
Pode-se dizer que a reconvenção é uma espécie de contra-ataque do
réu, mas não só isso. Também pode-se afirmar que a reconvenção é
uma das facetas do direito de ação.
Quando se trata da reconvenção, esta é, na verdade, um exercício do
direito de ação. Por isso, pode-se dizer que a reconvenção exige o
preenchimento das condições da ação, que seriam a legitimidade para a
reconvenção e o interesse em reconvir.
CPC Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor
reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa
com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Na reconvenção, o réu passa a chamar-se reconvinte e visa elidir a
pretensão do autor, dito reconvindo, formulando contra este uma
pretensão de direito material, de que se julga titular, conexa ao direito
invocado na inicial, e que tenha sobre ele eficácia extintiva ou
impeditiva. Enquanto o contestante apenas procura evitar sua
condenação, numa atitude passiva de resistência, o reconvinte busca,
mais, obter uma condenação do autor-reconvindo.
3. PROVAS
Enquanto o processo de execução é voltado para a satisfação do direito
do credor e atua sobre bens, o processo de conhecimento tem como
objeto as provas dos fatos alegados pelos litigantes, de cuja apreciação
o juiz deverá definir a solução jurídica para o litígio estabelecido entre as
partes.
Há, por isso, dois sentidos em que se pode conceituar a prova no
processo: (a) um objetivo, isto é, como o instrumento ou o meio hábil,
para demonstrar a existência de um fato (os documentos, as
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PÓS-GRADUAÇÃO
testemunhas, a perícia etc.); (b) e outro subjetivo, que é a certeza
(estado psíquico) originada quanto ao fato, em virtude da produção do
instrumento probatório. Aparece a prova, assim, como convicção
formada no espírito do julgador em torno do fato demonstrado.4
Desta forma, as provas podem ser consideradas meios de
convencimento do juiz, do magistrado. São os meios utilizados para
formar o convencimento do juiz a respeito daqueles fatos controvertidos.
Classificação
Quanto ao Objeto
- Direta: as provas podem ser diretas, quando mantiverem com o fato
provando uma relação imediata.
- Indireta: é aquela que se refere a um fato distinto daquele que se
pretende provar.
Quanto ao Sujeito
- Real: A prova real é aquela obtida por meio de exame de uma coisa ou
de uma pessoa.
- Pessoal: A prova também pode ser pessoal, que consiste em uma
declaração. A declaração pode ser firmada por uma determinada pessoa
como, por exemplo, a prova testemunhal ou o próprio depoimento
pessoal da parte.
Quanto à Forma
- Oral: é feita por meio de depoimentos.
- Escrita: é aquela prova produzida por meio de laudos, apresentação de
documentos etc.
Objeto
O objeto da prova são os fatos, isto é, os fatos precisam ser provados.

4
Ibidem. p. 1102.
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PÓS-GRADUAÇÃO
Nem todo fato necessita ser provado. O CPC traz algumas exceções e
indica alguns fatos que não precisam de prova. Assim, a simples
alegação já basta, não será necessário produzir nenhum tipo de prova
em relação a esses fatos. Veja a seguir:
CPC, art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte
contrária;
III – admitidos no processo como incontroversos;
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou
de veracidade.
Obs.: Os fatos negativos não precisam ser provados, porque a prova
incumbe a quem afirma e não a quem nega a existência de um fato.
ÔNUS DA PROVA
Inicialmente, há a distribuição estática do ônus da prova. Isso é um
sistema de distribuição de provas que é adotado como regra no Direito
Processual Civil.
Esse ônus consiste na conduta processual exigida da parte para que a
verdade dos fatos por ela arrolados seja admitida pelo juiz.
Consiste em “uma conveniência de o sujeito agir de determinada
maneira no intuito de não se expor às consequências desfavoráveis que
poderiam surgir com sua omissão”.5
A distribuição estática do ônus da prova está no art. 373. CPC, art. 373.
O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

5
ARAZI, Roland. La prueba en el processo civil. 3 ed. Santa Fé: RubinzalCulzoni, 2008, p. 67.
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PÓS-GRADUAÇÃO
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
Cada parte, portanto, tem o ônus de provar os pressupostos fáticos do
direito que pretenda seja aplicado pelo juiz na solução do litígio.
Inversão do Ônus da Prova
Essa inversão pode acontecer de três formas.
A primeira delas é a inversão convencional. A inversão convencional vai
acontecer quando se estiver diante de um acordo entre as partes. As
partes convencionam a forma de produção da prova. É uma espécie de
negócio jurídico processual.
CPC, art. 373. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova
também pode ocorrer por convenção das partes, salvo
quando:
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício
do direito.
A inversão convencional do ônus da prova está relacionada a um acordo
localizado entre as partes. O art. 373, § 3º, do CPC faz referência à
distribuição diversa, porque é diferente daquela que está no art. 373, §
1º e 2º. Há uma inversão, já que ela não é aquela produção de prova
tradicional.
A segunda forma de inversão do ônus da prova é a inversão legal,
aquela que decorre da própria lei.
Essa inversão legal também é chamada pela doutrina de inversão ope
legis do ônus da prova. Ela ocorre quando a lei determina que, em
algumas situações, haverá uma regra diferente daquela também do art.
373 do CPC.
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PÓS-GRADUAÇÃO
O art. 12 do Código de Defesa do Consumidor traz um exemplo:
CDC, art. 12.
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
não será responsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o
defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Nesse artigo, o próprio legislador já definiu como seria o ônus da prova
e esse ônus é diferente da regra do art. 373.
O art. 12 já coloca o ônus sobre a responsabilidade do fabricante,
construtor, produto ou importador, invertendo o ônus da distribuição
estática do art. 373 do Código de Processo Civil.
Já a terceira forma é a inversão judicial, aquela que será determinada
pelo magistrado, pelo juiz.
A inversão judicial vai acontecer quando, diante das peculiaridades do
caso concreto, o magistrado alterar as regras previstas no art. 373 do
CPC. Isso está dispostos no art. 373, § 1º e § 2º.
CPC, art. 373 § 1º nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou
à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos
do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de
modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.
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PÓS-GRADUAÇÃO
Obs.: O art. 6º, VIII, do CDC é um exemplo de inversão judicial.
§ 2º a decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar
situação em que a desincumbência do encargo pela parte
seja impossível ou excessivamente difícil.
Assim, quando é muito difícil produzir a prova nos termos do art. 373,
haverá uma inversão do ônus da prova para evitar que se tenha uma
prova chamada de unilateralmente diabólica.
MEIOS DE PROVA
Documental
Uma prova documental é aquela trazida pela parte por meio de
documento. Quando se quer provar determinada obrigação, pode-se
trazer uma prova documental como um contrato. O principal artigo que
trata da prova documental é o art. 406: C
PC, art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância
do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-
lhe a falta.
Momento de juntada
Está previsto no art. 435.
CPC, art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar
aos autos documentos novos, quando destinados a fazer
prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de
documentos formados após a petição inicial ou a
contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos,
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à
parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu
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PÓS-GRADUAÇÃO
de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em
qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o
art. 5º.
Ata Notarial
• Documento lavrado por tabelião público.
• Goza de fé pública.
• Atesta a existência ou o modo de existir de algum fato. A ata notarial é
um meio de prova na qual se tem um documento lavrado por tabelião
pública. Esse documento gozará de fé pública e atesta a existência ou
modo de existir de algum fato. Então, a ata notarial não é um atestado
de declaração de vontade, como, por exemplo, a escritura pública. A ata
notarial é um documento que vai provar a existência ou a forma de
existir de algum fato.
Pericial
• Dependência de conhecimentos técnicos.
• Exigência de auxílio de profissionais especializados.
• Pode recair sobre pessoas ou coisas.
A prova pericial é um exemplo de prova real, feita por meio de exames.
A prova pericial existirá quando houver dependência de conhecimentos
técnicos, porque se saber que o magistrado, embora tenha largo
conhecimento, não conhece todas as áreas da ciência. Assim, havendo
necessidade de elementos técnicos, produzidos dentro daquele
processo, normalmente, um perito é convocado e nomeado para fazer
um laudo a respeito daquele assunto.
CPC, art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo
com o disposto no art. 371, indicando na sentença os
motivos que o levaram a considerar ou a deixar de
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PÓS-GRADUAÇÃO
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o
método utilizado pelo perito.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos,
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento.
Inspeção Judicial
• Exame feito direta e pessoalmente pelo juiz.
• Pessoas ou coisas.
• Finalidade
CPC, art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas
ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse
à decisão da causa.
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a
coisa quando:
I – julgar necessário para a melhor verificação ou
interpretação dos fatos que deva observar;
II – a coisa não puder ser apresentada em juízo sem
consideráveis despesas ou graves dificuldades;
III – determinar a reconstituição dos fatos.
A inspeção judicial é aquela prova produzida pelo magistrado, que vai
até o local para verificar com seus próprios olhos o que está
acontecendo. Aquele fato pode ser provado pelo olho direto do
magistrado. Então, há um exame feito direta e pessoalmente feito pelo
magistrado. Essa inspeção judicial pode ser dar em relação a pessoas

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PÓS-GRADUAÇÃO
ou coisas e a finalidade dessa inspeção é esclarecer fatos que
interessam a causa.
Testemunhal
A prova testemunhal é aquela na qual, por meio de pessoas, de
testemunhas que dizem ter visto as coisas, chegam até o magistrado
para esclarecer aqueles fatos. A prova testemunhal é a prova mais
comum no Poder Judiciário, é a prova mais comum do processo civil e
do processo penal.
- Casos de Inadmissibilidade
CPC, art. 406. Quando a lei exigir instrumento público
como da substância do ato, nenhuma outra prova, por
mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas
sobre fatos: I – já provados por documento ou confissão da
parte; II – que só por documento ou por exame pericial
puderem ser provados.
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da
obrigação, é admissível a prova testemunhal quando
houver começo de prova por escrito, emanado da parte
contra a qual se pretende produzir a prova.
- Quantidade de testemunhas
A quantidade não pode ser superior a dez, conforme estabelece o
seguinte artigo:
CPC, art. 357. § 6º O número de testemunhas arroladas
não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
máximo, para a prova de cada fato.

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PÓS-GRADUAÇÃO
Se há três fatos, pode-se ter, para o primeiro fato, três testemunhas,
para o segundo fato, três testemunhas e, para o terceiro fato, três
testemunhas. Não se pode ter dez testemunhas para aprovar apenas
um fato, porque isso é protelatório.
Depoimento Pessoal
O depoimento pessoal é um dos meios de prova e é utilizado quando se
tem como finalidade obter a confissão da parte contrária.
A primeira observação é que não se pede o próprio depoimento pessoal.
Caso seja autor do processo, supõe-se que as suas alegações e
afirmações já estão definidas nas peças processuais, que são a petição
inicial e a réplica. O réu, por outro lado, também não pede o depoimento
pessoal dele. O que ele tem para dizer já está na contestação.
- Finalidade do depoimento pessoal
CPC Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento
pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada
na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do
poder do juiz de ordená-lo de ofício.
§ 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar
depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não
comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz
aplicar-lhe-á a pena.
É um meio de prova em que o juiz, a pedido de uma das partes, colhe
as declarações da parte contrária. Isso significa que o depoimento
pessoal nunca é requerido pela própria parte.
Interrogatório das partes
O interrogatório das partes é outro meio de prova.

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PÓS-GRADUAÇÃO
CPC Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra
parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e
julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
O final do art. 385, no qual o juiz pode ordenar de ofício a auditiva das
partes, trata do interrogatório das partes.
Difere-se do depoimento pessoal, pois este é requerido pela parte
adversa, e o interrogatório da parte, é requerido de ofício pelo juiz.
Confissão
CPC Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial,
quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu
interesse e favorável ao do adversário.
A confissão é uma admissão de um fato alegado pela parte contrária.
A confissão judicial é aquela que vai se verificar no processo, que pode
ocorrer a qualquer tempo, não tendo um tempo exato. Ela pode ser feita
por escrito ou oralmente na hora do depoimento pessoal.
A confissão extrajudicial é aquela que vai acontecer fora do processo,
mas produzirá efeitos dentro do processo. Ela pode ser provada por
documento ou por testemunha.
CPC Art. 394 A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá
eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
4. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
No tocante aos títulos judiciais, o processo de conhecimento e o
executivo poderão ser unificados. Não sendo necessário o credor do
título ingressar com ação executiva para obter o cumprimento de uma
sentença.
O CPC prevê duas vias de execução forçada singular:

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PÓS-GRADUAÇÃO
(a) o cumprimento forçado das sentenças condenatórias, e outras a que
a lei atribui igual força (arts. 513 e 515);
(b) o processo de execução dos títulos extrajudiciais enumerados no art.
784, que se sujeita aos diversos procedimentos do Livro II da Parte
Especial do CPC.
Embora seja desnecessário o ajuizamento pelo credor de nova ação
para satisfazer o crédito reconhecido na fase de conhecimento, deve
haver um requerimento de sua parte para o início da fase executiva, em
razão do princípio do dispositivo (art. 513, § 1º).
Uma vez requerido o cumprimento da sentença, pode essa atividade
satisfativa prosseguir até as últimas consequências por impulso oficial.
Onde o cumprimento de sentença deverá ser apresentado:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de
jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal
Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o
exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do
executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens
sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em
que a remessa dos autos do processo será solicitada ao
juízo de origem.
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PÓS-GRADUAÇÃO
Tipos de Cumprimento de Sentença
DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já


fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela
incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-
á a requerimento do exequente, sendo o executado
intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do
caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento
e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no
caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão
sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento
voluntário, será expedido, desde logo, mandado de
penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
Necessita de requerimento da parte. O juiz não pode fazer de ofício.
O prazo para cumprimento será em dobro para litisconsortes de
escritórios e advogados diversos em autos físicos (REsp 1693784)
A natureza da multa do §1º é coercitiva, diante disso, é possível que
seja feito negócio jurídico processual (art. 190), para dispensar, reduzir,
ou ampliar a multa.
Em caso de pagamento parcial, a multa incidirá sobre o restante (§2º)
Impugnação ao Cumprimento de Sentença

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PÓS-GRADUAÇÃO
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o
pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias
para que o executado, independentemente de penhora ou
nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de
conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da
obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de
execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da
execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação,
como pagamento, novação, compensação, transação ou
prescrição, desde que supervenientes à sentença.
DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
Prazo para pagando ou justificativa = 3 (três) dias.
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o
juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
Protesto em Cartório
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PÓS-GRADUAÇÃO
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o
pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento
judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 .
Prisão em caso de não pagamento
Prazo = 1 (um) a 3 (três) meses.
Regime = fechado.
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa
apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar
protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º,
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três)
meses.
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo
o preso ficar separado dos presos comuns.
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do
pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o
cumprimento da ordem de prisão.
Não há necessidade de 03 (três) meses em atraso para
requer a prisão civil. Basta uma parcela em atraso entre as
três últimas.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do
alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.

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PÓS-GRADUAÇÃO
Enunciado 147 CJF: Basta o inadimplemento de uma
parcela, no todo ou em parte, para decretação da prisão
civil prevista no art. 528, § 7º, do CPC.
Possibilidade de Desconto em Folha de Pagamento
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou
gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o
exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da
importância da prestação alimentícia.

DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA


PÚBLICA
Em regra, por Requisição de Pequeno Valor - RPV e Precatórios.
Em Goiás, RPV é de até 20 salários mínimos. Acima deste valor, será
por precatório.
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à
Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o
exequente apresentará demonstrativo discriminado e
atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção
monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o
caso;
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PÓS-GRADUAÇÃO
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios
realizados.
Fazenda não é intimada para pagar, mas para impugnar a execução no
prazo de 30 (trinta) dias. (Art. 535)

Precatório:
 expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente;
 Créditos Superpreferenciais: créditos alimentares de idosos (+ 60
anos) e portadores de doenças graves, até o triplo do vaor do
RPV. (Art. 100, §2º do CF)
 Créditos preferenciais: Alimentares (Art. 100, §2º do CF)
 Créditos ordinários: não alimentares.
DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE NÃO FAZER
Único cumprimento de sentença que o juiz pode agir de ofício.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.
Medidas Coercitivas (Rol Exemplificativo)
§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre
outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção
de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de
atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força
policial.

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PÓS-GRADUAÇÃO
§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será
cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no
art. 846, §§ 1º a 4º , se houver necessidade de arrombamento.
Aplicação de multa
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e
poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela
provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde
que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se
determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o
valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la,
caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial
superveniente da obrigação ou justa causa para o
descumprimento.
Titularidade da multa
§ 2º O valor da multa será devido ao exequente.
Possibilidade de Cumprimento Provisório
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento
provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o
levantamento do valor após o trânsito em julgado da
sentença favorável à parte.
Exigibilidade
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o
descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a
decisão que a tiver cominado.
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PÓS-GRADUAÇÃO
6
Fluxograma

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THEODORO Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I. 56. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 1.511.
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PÓS-GRADUAÇÃO

FONTES

ARAZI, Roland. La prueba en el processo civil. 3 ed. Santa Fé:


RubinzalCulzoni, 2008.

THEODORO Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil –


Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e
procedimento comum – vol. I. 56. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense, 2015.

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