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OS PESADOS DO BARREIRAS NA COSTA ORIENTAL BRASILEIRA: ESTUDO DE AREAS-FONTE JOSE MOACYR VIANNA COUTINHO*, ARMANDO MARCIO COIMBRA* ABSTRACT 62 heavy mineral sepesations from 31 samplensize limits of 62-126 and 126-250 micre- were examined in the Barreiras Group sediments sampled along the eastern Brazilian cout from Tesborsi, Rio de Janeiro up to Natal. Rio Grande do Nore. “The vegion cam be divided in tno threefold heney mineral provinces East and Northeast- comprising sit diferent mineral assemblages, Such sasemblages ere genetically ard geografically related to precamran source-areas eroded et western vilniie, by the following connections: East province sae re snonusiterutieiimanite: migrates, granites, gran end granules of Paraiba and Serra dos Oreos Group, Ris de Jani. a lage 1 aalusve noneisilimanie:knsgtes,ennuites and graniten ofthe orogenic bl in Espino Sano, ASCEUBES L/undousalizenivetoormaie: Hinigies end grensites of southern Bahia acd « granite pepmatitie copes in Minas Gere [Northanot province "hacemblage IV andaluzte-kyanite-stauroit-tourmeline: ectinites of the Sergipen fold belt in northern Bahia and Seraipe Assemblage V monezite-silimanite ourmaline-ircon: granitic and migmatitic "high" ia Permambuen and Alagoas, ‘Amvemblage VI kyanite suurolite tourmaline: granitic and migmatitc bodies distributed among ettinites in Pemambuso, Paraiba, Rio Grande de Norte 'A study of heavy mineral relations between Barreiras Group and cristalline basement, pre-Barreires suliments and Recent beach sands, shows thal the order of persistence of miners recording co geological ages from Mesozoic to Recent is intimately relsed to the degree of stability of some minerals exposed to prolonged action of intrastate solution, INTRODUCAO O trabalho resultou de um projeto para levantamento da populagio de minerais pesados contida no chamado Grupo Bandeiras ao longo da costa leste brasileira desde 0 Rio de Janeiro até o Rio Grande do Norte. Neste percurso os sedimentos afloram de maneira quase continua em duas faixas por 1.800 km; a primeira, fragmentada entre Itaborai e Campos, RJ e mais continua entre Campos e Ilheus, Ba; a segunda, entre 0 Recéncavo Bahiano ¢ 0 Norte do pais, tendo a tiltima amostra sido recolhida nas proximidades de Natal, RN. Para o trajeto total foram amostradas 31 estacdes em intervalos médios de 58 km. Em vista da pequena densidade de observagées 0 trabalho & necessariamente preliminar mas acredita-se que 0s resultados ob- tidos sejam suficientes para caracterizar duas provincias de minerais pesados e seis sub- provincias ou assembléias, cada uma das quais se vincula nitidamente com areas-fonte petro- graficamente distintas. sngruse 28 ANAIS DO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA Embora trate exclusivamente do estudo de proveniéncias, o trabalho fornece dados mineralogicos que poderdo auxiliar a elaboracdo de critérios de correlacdo estratigrafica e es- clarecimento de problemas tectOnicos, sedimentolégicos e econdmicos ligados ao Grupo Bar- reiras. O Grupo Barreiras tem sido subdividido em unidades morfoldgicas, lito- estratigraficas e edafo-estratigraficas, arroladas por Mabesoone e Campanha (1974) mas nao consideradas no atual trabalho. PROCEDIMENTOS DE CAMPO E LABORATORIO As amostras foram coletadas em viagem de carro e sua localizago esta informada 0 mais precisamente possivel tendo em vista futuras verificages de formagées representadas, niveis morfolégicos ou tipos de intemperismo. Os afloramentos amostrados constituem normel- mente corte de 2 a 10 m de altura ao longo da estrada BR-101 em outras secundarias deman- dando o litoral bem como alguns pontos isolados da costa. O Grupo Barreiras foi ai reconhe- cidado por suas caracteristicas megascépicas mais importantes; mA solecdo, estratificagio ho- rizontal grosseira e constante tendéncia a se intemperizar em manchas de cores variegadas. Para fins de comparagio também foram amostradas ocorréncias de sedimentos pré-Barreiras, cober- turas de arreeiro (Barreiras retrabalhado) e praias recentes. As amostras foram coletadas a espacamentos irregulares langados nos mapas de Figuras 1 e 2 e localizados em lista anexa as Tabelas. Sempre que possivel amostraram-se niveis arenosos menos intemperizados. Recolheram-se torrdes em um ou dois niveis e diversas loca- lizagdes laterais até compor uma amostra mista de 2a 3 kg. No laboratério, seguiu-se a seguinte marcha: amostras quarteadas de 200 a 300 gr foram lavadas por sifonamento, secadas em estufa a 60°C e peneiradas com separago final de fragdes entre 62 e 125 micra e 125 e 250 micra. As fragdes acima e abaixo destes limites foram rejeitadas pelo fato de apresentarem pesados em volume muito pequeno, além de seu estudo éptico ficar dificultado. A separagdo das frages levese pesadas foi efetuada em funis apropriados por meio de bromoférmio ded = 2,89. A seguir foram montadas laminas com as fragdes pesadas daquelas duas granulacdes em associagéo total microquarteada. Por vezes, devido & baixa concentragdo de transparentes, os pesados opacos magnéticos foram eliminados com ima manual. 0 meio de montagem tentado inicialmente foi o Balsamo do Canada. Posteriormente, em beneficio da exatidéo de determi- nagdes épticas, optou-se por montagens nao permanentes; liquidos de indice de refragdo mareado (cargille) ou 0 liquido viscoso aroclor 1254 (n= 1,640), 0 tiltimo apresentando a vantagem de per- mitir rotagdo de gros para posigées favoraveis A observacdo de figuras de interferéncia, A ex- periéncia indicou todavia, que, quando ja se tem uma razoavel seguranga quanto A natureza da maioria dos grdos presentes, a melhor montagem é aquela feita com cerca de 1.000 graos disper- sos em filas de 3 mm de largura, em liquidos Cargille de n entre 1,64 e 1,65. A contagem dos grdos, com ou sem platina integradora, fica facilitada, o exame com objetiva de médio aumento (10 x) nfo exige colocagao de laminula ¢ os grios de identificagéo duvidosa podem ser isolados com agulha e re-examinados em novos liquidos de n conhecido. Nos liquidos proximos an = 1,64 - 1,85, tal como acontece em montagens com aroclor, minerais como andaluzita, apatita e sillimanita perdem quase totalmente o relévo e diferenciam-se mais nitidamente de outros mi- nerais incolores de habitos parecidos. O ntimero porcentual de cada mineral em lémines assim preparadas foi obtido apés contagem de um mimero minimo de 100 gréos de minerais pesados nfo opacos e nfo micéceos presentes nas faixas varridas. Os resultados so apresentados sob a forma de tabelas e grificos de variagio. Nas tabelas, além dos acima mencionados também se incluiram os valores para micas, entre parén- teses, embora ndo hajam sido computados na soma dos minerais restantes da coluna. Os valores inferiores a 1% esto marcados como pr (presente). Sob as colunas, registram-se adicionalmente; mimero de pesados transparentes nio micdceos contados (N2 pte); relagéio porcentual dos ultra- sstaveis, zircdo, turmalina e rutilo (ZTR); relagdo de pesado’ opacos e semi-opacos para trans- Parentes (o:t). Calculadas em relacéo apenas ao total de opacos e semi-opacos, também se acham relacionados as quantidades de; argila limonitica, limonita e/ou hematita terrosa (ii + i Bh ce 8 s wc oe oe Om Ot no9 wt ou He & 3 z i 3 € z 2 oo 9 8 tr Ft st a a0 860 (6 06 «£6 6 OL OL 69 09 Oo 99 96 96 $B £6 st St ET fg be oc vs re re re te te ore ooke Tr ore FR FL BBB RL x0 Wes og os ew mS «Sh OOS wuz BB coy cor oof 001 gz «00g -=«EL:«OOe_=«S«CTE« Ome EE ONE Sz MTSE 0e Ore O01 067007 cord GN §88 Br ga Re i ek ke et me me oxonz a Fe a ri 1 eupoury fees us « n wm eam xe RE ft a a af Ao et 1 8 yo. aod ee T 94 ee OS suruvastins Ba ?y oc 98 s os s € 8 coe & be * oT Bt & comm BA a wo wo «@) a =O sA0950H) gehe t 1 od zo 9 Ol woe sw tot ok OF 8 a TBUOK, (gaa 6 S$ ‘epuayg uso i a t 4 1 1 ad ad t peur rr ao i emgosmensr Ge vege sienuowng REAS Py woo opsiora Le _ 1 onodenc pee | 1 a am it ih P) Gees a aptgHtoD 4 5 3 L s 9s 8 ol g 0s ae 1 tot ee Hs Hoon } i e @ w ea) enol Boo 38 se oH eo eo 6 Bk we ae a Reem (33 i eee ee eee a OPE Poe Teles eee ey eoemy Bes “ wing voy es0ip wig woID Wd EOIN WY OID tl ID. MAL HON My HHOID. FLA HON Mwy HOID Ht tet a Bee f 4g § (oySenupuos) | VISE VL aes Bee f868 al COUTINHO, COIMBRA or ost os OL oR re re se 6L ort o0L wm o+s wood 09 1% ad poe toa ad ad 4 9 ad oy ia ess01) ety 248 NU or rn +8 0 wss019, os rH 68 os eutg bad or 06 eH oot ess019) ou waa on oy oz rH ue 02 s or s6 06 rope we Sy oor oz st ad 1 s € 1 s , a uo 6 a a 1 4 eur essor9 ed sm ss OB 19 88 Fr a oor O° Ios 12 eo o o 0 Tor Br st a8 ad wu + wo 1 @) wsso1Q muy eID. eULE BOI UL edd cad rv (ogSenupuos) | VIaaVL ou 5 oor $8 EL Ue ae 89 oo 00t Loot we out use 31 oF vet 1 wssoig vg sas ror oor 8 or 8 86 ror 9» oor az st oe Be eu was we est019) 8€ ou z a 09 en re ro oe wz oot edn 99 1 8 a maMoosony ad eareu0y4 puaRuroH, a pris, st eijomersg ad ewig ras 32 ANAIS DO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA também foram recaleulados de modo a se omitir os minerais seguramente autigenos como brookita e anatésio. Os graficos no expressam as relagdes da assembléia total. Sdo entretanto infor- mativos na medida em que refletem a importdncia relativa de cada mineral na fracdo total, par- dalmente reproduzida no intervalo de granulacao fixa, tomado como padrao comparativo. Considerando-se super-abundante 0 mineral de freqiléncia superior a 50%; abundante entre 10 e 50%; comum entre 2 e 10%; raro entre 0 e 2% e muito raro aquele de ocorréncia es- porddica em freqiiéncia milesimal, e, extraindo-se uma média de freqiiéncias por mineral no con- junto da Tabela 1 poder-se-ia caracterizar os pesados do Barreiras da maneira abaixo: As Tabelas 2 ¢ 3 reunem os resultados de andlises de pesados recolhidos em ocorrén- dias pouco distanciadas. TABELA 2 Pesados em sedimentos Barreiras Amostras pouco distanciadas horizontalmente RN-La RN-1d RN-le Fina Grossa_ Fina Grossa Fina Grossa Anastésio pL sou proopr Andaluzita Br 1 opr 201 Biotita (en Brookita pr Cianita 7 10 4 16 713 Diopstdio Pr Estaurolita pr pr Granada Pp Monazita 14 2 opr 10 1 Moscovita (1). (4) @ on Rutilo 6 6 3003 302 Sillimanita PB pr Twmalina 17 40 2 69 23 71 Xenotima prope Zireo 56 AL so 330 NS pte. 200 300 300 300 200 500 ZIR 19 87 79 83 81 85 ot 347 Ad 2 2a lithe 80 70 80 20 7 70 le Su 5 % 5 10 20 me 1s 25: 15s 75 20 10 Verifica-se que, comparados nos mesmos intervalos de granulagHo, as freqiiéncias de cada mineral sofrem variagSes insignificantes. Os dados sugerem que a consténeia mineralogica para dezenas ou centenas de metros poderdo ser confirmadas como regra para o Barreiras o que, de certo modo aumenta a validade dos graficosdasFiguras 1 ¢ 2 como expresséo de variacdes regionais, As Tabelas 4 0 5 arrolam resultados obtidos em pesados de sedimentos mais antigos e mais modemos que o Barreiras. A comparagio das Tabelas 1 e 4 mostra que no Grupo Barreiras esto ausentes minerais instaveis que podem ser comuns em areias de praias contiguas (caso estudado no Es- COUTINHO, COIMBRA 33 TABELA 3 Pesados em sedimentos Barreiras Amostras pouco distanciadas verticalmente PE3a PE3b PE3¢ Fragdo Fina Grossa Fina Grossa Fina Grossa Anatésio 2 4 op » Andaluzita tou Biotita (pn Cianita 8 6 13 42 Estaurolita pr pr Monazita Pr 9° op 401 Moscovita m © M) ow Ww Rutilo pr 5 fi a) ‘Turmalina 8 408480 Ziteo 6 3% 2 6 5s N° p.tc. 2000 200 300 200 300 200 ZR 90 81 87 91 86 ost $00:1 20:1 3d da 2d 4:1 lithe 100 100 10 35 8 12 le 5s 20 2 3 me 85 45 90 85 pirito Santo) tais como epidoto, granada, hipersténio e titanita. Em acréscimo, a hornblenda, rara no Barreiras, pode ser superabundante em areias recentes. As Tabelas 1, 4 e5aindarevelam que a maturidade, expressa pelas quantidades re- lativas de minerais ultra-estaveis, é tanto maior quanto mais antigo o sedimento. Os valores médios do indice ZTR (média de duas fragées) calculados das Tabelas, sdo os seguintes: ZTR Sedimentos pré-Barreiras 14 7 Sedimentos Barreiras 56 Sedimentos de praias recentes 36 PROVINCIAS DE MINERAIS PESADOS Os graficos de veriacéo das Figuras 1 e 2 para os principais pesados do Barreiras demonstram que, ao longo do percurso Rio de Janeiro-Rio Grande do Norte, qualquer dos minerais pode se tornar abundante e mesmo superabundante, para diminuir radicalmente ou desaparecer em outros trechos. O minerais mais persistentes geograficamente sfo também os mais persistentes cronologicamente, zircdo, turmalina, rutilo, com o surpreendente acréscimo de andaluzita, Com base nas variacdes observadas, é possivel dividir a costa oriental brasileira em duas provincias mineralégicas de minerais pesados: A Provincia Leste, abrangendo Rio de Janeiro, Espirito Santo e $ da Behia, carac- terizada por altas freqiéncias de andaluzita, monazita e sillimanita, incrementos locais de rutilo, turmalina e zircio e auséncia de estaurolita e cianita. A provincia se associa com areas-fonte a W, dominadas pelo Complexo granulitico de Jequié, Complexo granitico-migmatitico- pegmatitico do E de Minas Gerais, kinzigitos do Espirito Santo e gnaisses, granulitos e mig- matitos do Grupo Paraiba e Grupo Serra dos Orgaos no Estado do Rio de Janeiro. 34 ANAIS DO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA TABELA 4 Pesados em areias de praia recentes ES19 5-20 ES-23b ES-25 Fragio Fina Grossa Fina Grossa Fina Grossa_ Fina Grossa Anatisio poop 8 2 2 Andaluzita pooped lo 1 opr Apatita Pr preoopr Biotita QO @ © & Ciani 6 6 2 4 or poo Cloritéide poor Coridon pr or Diopsfdio preoopror po Epfdoto 6 Soop 4 4 43 Expinélio po opr opr Pr pr Estaurolita 2 5s 1 4 pr Granada 2 5s 1 6 s 12 4 10 Hiperténio 1 op opr 2 pod 30 12 Homblenda 4456 832 poo 15 63 Monazita 3 nn 25 20 41 Moscovita @ @ Rutile 2 1 5 6 9 8 209 Sillimanita 7 1 2 10 12 16 3 Titanita 1 looper Tormalina 2 4 op 4 aH por Xenotima pop Zixcio 6 6 63 20 45 22 S64 N° p.tc. 23000 15500 200 120 300 200 200 400 ZIR 30 68 (30 5531 384 on 3 Sa 34 8d Sa it ithe 10 19 8 7 1 3 Ie 1 2 3 i, me 99 80 90 90 98 95 ‘A Provincia Nordeste, abrangendo os Estados nordestinos distingiie-se pela riqueza em cianita, estaurolita, turmalina e zircdo estando empobrecida em andaluzita, monazita esil- limanita, Suas Areas-fonte séo constituidas por ectinitos das faixas de dobramento brasilianas do Nordeste, granitos e gnaisses de macigos ou altos antigos, pegmatitos da Borborema e se- dimentos mesozsicos das bacias do Recéncavo, Sergipe-Alagoas ¢ Pernambuco-Paraiba. Segue-se uma tentativa de interpretagdo em termos de proveniéncia, para as diversas assembléias individualizadas: Provincia Leste Assembléia I - Monazita-sillimanita-rutilo O grau metamérfico atingido pelos metassedimentos no Cristalino, é 0 mais alto do esquema barroviano o que explica a abundancia de sillimanita e auséncia de outros aluminos- silicatos nos sedimentos. A andlise de pesados no solo residual de micaxisto a 14 km E de Macaé, RJ, forneceu superabundancia de sillimanita e biotita, além de quantidades subordinadas COUTINHO, COIMBRA 35 TABELA 5 Pesados em sedimentos Pré-Barreiras PBL PrB-2 PBS PB PrB-S Fina Grossa Fina Grossa Fina Grossa Fina Grossa Fina Grossa Anatésio a 4 7 opr Andaluzita poo 8 Barita pr 5 Biotita apn a6 38 BD Gianita 1 4 Fstaurolita 2 33 1257 1 Monazita 3 23 9 Moscovita (2), @) a2) Rutilo 8 2 10 3 2 10 1 4 Siderita 3007 95 Sillimanita ‘Turmalina 42° 32 23 32 2 16 7 48 Zircdo 3 2 4807 3 4 2 2 N° p.t.c. 100 100 100 100 100 100 = 100-100 ZIR 15 56 8142 97 100 7 75 on La 7A Sd Ak 202303 ithe 91 60 70 2 15 60 55 kk 9 Ss 10 so 77 s/s me 3520 308 3540 de moscovita, rutilo, turmalina e zircéo. Rutilo é mineral persistente em terrenos cristalinos mas deve-se observar que é a fase titanada estavel em charnockitos e rochas granuliticas, litologia importante no Estado do Rio de Janeiro. Monazita tem origem ainda indefinida. Vlasov (1966) informa que na India, ela se encontra primariamente em granulitos e chamockitos enquanto no Brasil esté associada a biotita granitos normais. E, embora Derby (in Froes de Abreu 1973) houvesse denunciado a monazita entre os produtos de decomposigéo de rockas graniticas no Rio de Janeiro, ainda permanece a sugestéo de que, no Brasil, como na India, tais rochas graniticas sejam na realidade metamorfitos de alto grau; charnockitos ou, mais provavelmente, kinzigitos. © grafico da Provincia Leste mostra que a monazita ocorre por todo o Barreiras no Rio de Janeiro, Espirito Santo e sul da Bahia, coincidindo com uma faixa de rochas cristalinas charnoc- Kiticas e/ou kinzigiticas estendo-se paralelamente a menos de 100 km da costa. Assembléia II - Andaluzita-monazita-sillimanita Associagéo mineralgica tipica do Espirito Santo, correlaciondvel aos granitos, granulitos e kinzigitos do ciclo orogénico brasiliano (Cordani, 1973). Prevalecem portanto as mesmas litologias relacionadas & assembléia anterior. Entre os pesados do Barreiras, adquire aqui grande importancia « monazita. Coincidentemente, ¢ no Espirito Santo que os gnaisses Kinzigiticos adquirem maior expresso em area de afloramentos junto a costa (Coutinho, 1974) 0 que reforga o interrelacionamento sugerido na discusséo da Assembléia I. Entre os pesados aumentam as concentracées de andaluzita, adiante discutida. Assembléia III - Andaluzita-sillimanita-turmalina Esta assembléia se relaciona a kinzigitos e granulitos da costa sul baiana. Afastadas cerca de 100 km do litoral (Cordani, 1973, mapa), afloram rochas granitices aqui interpretadas 36 ANAIS D0 XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA HORNBLENDA, ClANITA ESTAUROLITA Assembléia w 8 3 s wt ft CMe matesses 19 a ON, pes al S| Minas “ceRals” foo = 5 =z Ts 35) ale e|a 8 & RIO OE + g JANEIRO 2 5 2 © Sedimentos Gucternirios [E==JGnoisses kintiatticos © Ponto de amostrogem fj Complexe gronulitice da === 3 [Grupo Sorreiros EEzalsempione Estrade BR-IO| T}Metossedimentos do Gru- [saw AGacisses granitdides do Gru- —~-—=Diviea de estados Tipo Rie Perde ese Serre tos roses Dest A ° 290 T7E]Rechas grentices « migma Rep tea ++ titicas (micaxistos restritos) ™ Fig. 1 — Costa Leste, Freqiiéncia de Minerais Pesados do Grupo Barreiras e Cortelagées com Areas Fontes. como gnaisses migmatiticos, granitos e alguns ectinitos, em zona rica de pegmatitos. 0 Grupo Barreiras faz contato direto com tais rochas graniticas pouco ao sul do rio Jequitinhonha, na area em que a assembléia mostra maiores concentragdes de andaluzitas (cerca de 80% nos pe- sados grosseiros). Nesta mesma Area é possivel também a contribuigio de detritos provenientes tanto de metassedimentos epimetamiérficos do Grupo Rio Pardo como de rochas do Complexo sranulitico de Jequié. Com o quadro acima, a origem priméria da andaluzita permanece obscura e, especial- mente problematica se se atentar para sua larga zona de distribuicdo. Realmente, a andaluzita & tao eclética quanto os minerais ultraestaveis aparecendo sistematicamente coneentrada nas fragbes grosseiras em toda a costa leste brasileira. No Cristalino oriental (in Frées de Abrea, op, cit.) so conhecidas ocorréncias de andaluzita gemolégica em aluvides ou lavras (veios de quart: zo, pegmatitos (?)) espalhados pelos vales dos rios: Doce (Santa Tereza e Itaguacu, ES), Mucuri (Teéfilo Otoni, MG) e Jequitinhonha (Minas Novas MG, Barra da Salina MG, Aracuai MG e Itinga MG), estando as ocorréncias do vale do Rio Doce situadas muito préximas da borda

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