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HOUSTON: OS VELHOS HABITOS AO MUDANDO jnosos ¢ Teais da equipe de Brown. E, como veremos, 0 autor de algumas das refor- ahs etatégicas que foram implementadas pelo Chete, mas ESTRATEGIAS DE PATRULHA ‘A mudanga mais significativa que ocorreu nas operagées policiais de Houston envolveu a patrulha. A medida inovadora recebeu o nome de DART, sigla que desig- na Directed Area Responsability Team (Equipe de Responsabilidade Direcionada a uma Area). Essencialmente, DART é um policiamento em equipe com base na admi- nistragao descentralizada e na importancia do envolvimento da comunidade. Teve infcio em margo de 1983 na forma de experiéncia por um ano no Distrito 16, locali- zado proximo do centro da cidade. Conhecido erroneamente como Third Ward, 0 distrito é, genericamente, uma drea de baixa renda, com uma populasio de 69% de negros e um indice de criminalidade moderadamente alto. Inclui o conhecido proje- to ptiblico de moradia chamado de Cuney Homes. Em sua maior parte, os patios e terrenos baldios nao sao cuidados, e muitas vezes estao abarrotados de méveis ve- Ihos, rodas enferrujadas, pedacos de lataria de carros e lixo de toda espécie. As pes- soas vagueiam fora das casas, principalmente a tardinha, conversando, jogando, e be- bendo de garrafas envoltas em sacos de papel pardo, mesmo que beber em ptiblico nao seja contra a lei. Muitas das casas sao estreitas construgdes de madeira, despen- cadas e inclinadas, com alicerces de blocos de concreto desiguais. Os carros nas ruas parecem ter sido abandonados; muitos estao suspensos sobre blocos, sem as rodas. Socialmente, é “cobra comendo cobra’, como disse um policial sobre o ambiente de tréfico de drogas, de atropelo, de violencia de rua e de assassinatos. A idéia do DART foi elaborada ainda na gestao do Chefe Interino Bales. O Chefe Brown a incorporou como o padrao operacional para um policiamento profissional eauto-dirigido, orientado para a comunidade. O DART presta servicos de policia ao Distrito 16, com uma equipe de cerca de 110 policiais de patrulha, dez detetives, dois Oficiais de ligagoes com a comunidade e dez especialistas em andlise do crime. Nesse total estao incluidos oito supervisores. O turno da noite, que vai do fim da tarde até *m Pouco antes da meia-noite, tem duas vezes mais agentes de patrulha do que o ‘uo do dia, Os policiais ligados 4 comunidade trabalham normalmente durante 0 fare como 0s analistas do crime, O servigo dos detetives ¢ feito em todos os » embora um pouco menos na madrugada. O capitao que dirige o distrito é ‘sponsével pelo fornecimento de todo tipo de servico policial prestados as 67 mil een 107 NOVA POLICIA usar seu pessoal da maneira qe achar myo: a usado no restante da cidade de Hai IS Cone, dos divisionais de policia, que ditigem en ey, ores de investigagao, de servicos 4 eet s na sede central e sio comandados dire mas poucas fungdes continuam co, ‘amente ‘dios, desftatidea ea team es ntrais, tais como investigacao de homicta1os, 0 crime organiza, centrais, ; No sistema DART, nao sio apenas 0S distritos que atuam como equipes inte, das, envolvendo todos 0s especialistas do departamento, wes também os polciis i patrulha em cada turno € em cada setor de ronda so convidados a formular planos que se ajustem as necessidades de sua area, Esses planos, elaborados sob a superviia tos, baseiam-se nas informagoes fornecidas pela unidade deandlise do deles com o trabalho. O distrito experimental édividido e antes, e para cada setor sao designa- na drea e pode « quevive i i te, 0 modelo t dicional, aind nie! jnco comant ve delegado a cin ndo ser del jegado is de patrulha. Os sel sto localizados mat le ente os policiai anélise do crime es dai, Nos termos do DART, somente U mt ede dos sarge! meena propria experiéncia em setores de ronda um pouco menores do qu dos de dois a cinco carros de patrulha em cada turno. Exige-se que os policiais per- manecam estritamente dentro do seu setor —“integridade de setor” —em vez de fica- rem correndo por toda a cidade, onde quer que achem estar ocorrendo algum tipo de acao, Os policiais de patralha também retinem dados em “Livros de Ronda’ em que ha material de referéncia imediata sobre pessoas, Iugares ¢ problemas. O conceito de equipe autodirigida foi formulado muito mais com o objetivo de produzir uma patrulha “estruturada” ou “direcionada” do que um patrulhamento aleatério, em que os policiais rodam nos carros, sem um objetivo fixo, até que sejam mandados para algum lugar pelo rédio. Ainda que os policiais de Houston se quei- xem de estarem sobrecarregados de trabalho, como os policiais sempre dizem, a and- lise mostra que o ntimero médio de chamados é de apenas trés a quatro por tune. Esse ntimero pode diminuir ainda mais com a criagio de uma unidade de dentincs o Chele de crime por telefone. Apoiado na experiéncia que adquiriu em Atlanta, lefone, i jcula que 30% de todos os chamados podem ser resolvidos por te sem que seja preciso mandar um c as i Bea na a carro de patrulha ao local. . eee ae art ane espera recuperar o tempo ocioso das oe LIDAR i, quase quatro horas por turno, e orienta-lo para 0" Fao eee i wa tentativa explicita de tornar 0 patrulhamen'© ce 4 policitis do DART tém.permissao de abandonat 0 SeF¥500 ica indisponibilida ind idade para chamados por rédio, para investigar sit¥® ®,visiarproviveis locals es anteri Brown c; jades de ross if : goes 5 le é Bi sr pistas 4€ oti concentragao de criminosos e Segui P! 5 pot 2 ais PO ados também a fazer mais investigagoes imin@ Sao incentiy aad 108 HOUSTON: OS V HOS HABITOS ESTAO MUDANDO. conta propria, consultando os detetives da equipe e mantendo-se informados sobr alguns casos durante toda a investigagao. Com o DART, portanto, o que si “ e espera é queo patrulhamento se torne “voltado para o problema’, propiciando recursos poli- ciais imediatos para lidar com quaisquer problemas que ocorram, com base na andli- se das necessidades locais. Para que esse tipo de trabalho em equipe tenha sucesso entre os policiais de pa- trulha e os especialistas, faz-se necesséria uma mudanca radical no estilo tradicional de administracao. As decisdes devem ser tomadas muito mais de baixo para cima do queo contrario. A tarefa do supervisor nao é fazer com que o servi¢o se ajuste a um plano preestabelecido, mas ajudar a elaborar um plano a partir das idéias das muitas pessoas que fazem o trabalho nas ruas. E isso o que se chama administracao partici- pativa, e nao é coisa muito comum nos circulos da policia. Assim, nao s6 o policia- mento vai se tornar mais determinado, mas também se espera que os policiais desen- volvam maior entusiasmo com o seu trabalho. Deixam de ser os figurantes no drama de outrem e tornam-se diretores responsaveis por si mesmos. Os planos elaborados pelo pessoal do setor de ronda nao deve basear-se exclu- sivamente na andlise dos prdprios policiais. O DART solicita o envolvimento do pu- blico, encorajado por esse pessoal. As equipes do DART devem ajudar a comunidade a organizar sua autodefesa e pedem-Ihe sugestdes sobre coisas que necessitem da aten¢ao da policia. Naturalmente, grande parte desse trabalho é atribuicao dos agen- tes de servicos A comunidade. Mas pressupde-se que os policiais de ronda, em vez de ficarem dirigindo impessoalmente, em casulos com ar condicionado, usem seu tem- po ocioso para desenvolver contatos e conhecer pessoas. Sobre esta conexao, 0 De- partamento de Policia de Houston mostra uma sinceridade incomum no que diz res- peito as suas capacidades: A implementagao do DART constituird, pelo menos, uma admissao implicita de que @ capacidade da policia de “resolver” 0 problema do crime é extremamente limitada, [...] No entanto, existe muita coisa que a policia pode fazer para melhorar seu relacionamen'o CO?” comunidades a que prestam servico e diminuir os sentimentos de yulnerabilidade e frustraga0 dos cidadaos, que resultam do temor do crimee da falta de confianga na policia’. as + 61 épria conta. Como Na verdade, os policiais podem fazer muito pouco por sua ProPr conta. Co Mostrou a pesquisa citada no primeiro capitulo, o policiamento ™ comin ‘ i ‘munidades, é feito com as comunidades. io é feito para as 5, Houston Police Department, “Project DARI ‘raining Pr0e' ana 109

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