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PAQUETA (ENSAIO GEOGRAFICO) HILGARD O'REILLY STENBERG PREFACIO . “Geografy is handicapped by the fact that most people are so familiar with the details of their immediate surroundings that it seems as if any attmpt to describe, classify, and interpret these familiar phenomena could lead only to the @laboration of the obvious” Disse bem 0 gedgrafo norte-americano: a geografia se vé prejudicada pelo fato de que quase todos estiio de tal modo familiarizados com os detalhes do seu meio imediato, que qualquer tentativa de descrever, classificar e interpretar ésses fendmenos familiares levaria aparentemente 4 elaboragio do ébvio. A maior parte da humanidade, dizia-nos com seu pitoresco humor gaulés nosso mestre, Pierre Deffontaines, olha para a paisagem, “da nfesma forma que um bol, em seu pasto, olha para um trem que atravessa o seu campo de visio: passivamente...” Passando uns dias de férias em Paqueté e lembrando-nos da observacdo do grande geégrafo, quisemos observar um pouco mais a fundo a vida e a evolucdo dessa pequena ilha, anotando alguns pontos de interésse. Voltando ao Rio, pen- samos completar cs nossos apontamentos: pouco de material, de cientifico encon- tramos, porém, em assunto biblografico que nos pudesse auxiliar Surgiu-nos ent&o a idéia — e era como um desafio — de continuarmos as investigagdes e reuni-las num pequeno estudo. Poderia essa ilha, & qual acorrem semanalmente milhares de visitantes, oferecer um campo de estudo para o geé- grafo? Nada ha ai a explorar nem, aparentemente, a deseobrir: cada praia — quase podiamos dizer, cada pedrinha das praias —é conhecida. Veriamos Voltamos repetidas vézes & ila, onde, por meio de informacées cuidadosa- mente selecionadas e comprovadas e observacées préprias, tentamos reconstituir, para servir de base, um pouco do passado da ilha. Paralelamente, nas Bibliotecas Nacional e do Instituto Histérico, encetavamos um trabalho de busca — devemos confegsar, porém, que aqui nao oblivemos o éxito esperado. Passaram por nossas méos grande numero de trabalhos, que, pelos titulos, julgévamos poder lancar alguma luz sébre 0 assunto: nada menos de 120 obras: Dificilmente se encontra mencionada ilha. E, quando no fim, pusemos de lado os detalhes e crénicas que nao podiam interessar 4 Geografia, pouco realmente nos restava. Na mor parte das ciéncias so dbvias as relacées gerais e é a penetracio nos detalhes que nos apresenta fatos e principios de carater mais sutil; na Geo- grafia, a0 contrério, os detalhes 6 que sio bvios: para o estudo de relacdes mais gerais, precisamos como que “mastigar” pelo método geogratico ésses fatos, assimilando- num quadro passivel de estudo e observacio. Elaboramos o trabalho: aqui esta éle. Para a marcha das investigagdes, seguimos aproximadamente 0 método delineado por Deffontaines.’ Foram-nos muito iteis as sugestées de nosso amigo, Professor Jofio Raja Gabaglia. + Preston &, James, “An Outline of Geography". Ginn, Boston, 1935. Preficlo. Pina VIT. Digitalizado com CamScanner MONOGRAFIAS REGIONATS Pets it Waa oe Digitalizado com CamScanner PAQUETA Primeira divisSo_em seem: (GB) Sesmaria de Indcio de Bulhoes ( Sesmaria de Ferndo Baldez 8x4 Capela de Séo Roque vine Matriz do Bom Jesus do M' FIGURA 3 Digitalizado com CamScanner [Gl Terrenos Arqueanos (J Terrenos Quaternarios © Jazida de caolim do Morro da Cruz @ Faixa de leptinito + Sondagens no terreno quaternario FIGURE & Digitalizado com CamScanner PAQUETA GM Terrenos Arqueanos (1 Terrenos Quaterndrios ® Jazida de caolim do Morro da Cruz @Faixa de leptinito + Sondagens no terreno quaternatio FIGURE 6 Digitalizado com CamScanner PAQUBTA CAPITULO PRIMEIRO: IN'TRODUGAO 1, Btimotogia A etimologia do voodbulo Pa- quetii ¢ ainda hoje, eomo serd, sem- pre, bastante disentida: discordam os filélogos quanto a origem do nome desta filha, que o Principe Regente D. Joio romanticamente apelidow “Iiha dos Amores” Segundo Teodoro Sampaio,* “Paquet” serla étimo composto de “Pac”, que em tupt significa paca (quadriipede da familia dos roedo- res, e “ta”, que significa abundan- te. Muita paca, portanto, em lin- guagem indigena. J& 0 fildsofo Castro Lopes* acha “Paquet” orlunda de “Pac” e “eta”: concha, muita concha, _conchas reunidas. Francisco Agenor de Noronha Santos, autor de uma “Corografia do Distrito Federal” dia* que “Pa- queté” encontra a sua origem em “Paquete”, térmo portugués. Nao é provivel — nem mesmo razodvel — essa explicagio... Vieira Fazenda’ acha que, de- vido & configuracao topografica da Fig. 4 — Foto Prank Schaetter. ilha, 0s indigenas, achando-a se- melhante & paca assim a terlam denominado. © caso é de encontrar essa semelhanca.... A. G. Pereira da Silva," depois de ter pesado as opinides acima, enuncia nova interpretagao: como Teodoro Sampaio liga o nome da ilha A “paca”, porém de outro modo. “Paqueta” veria de “Pac”, animal e “Ita”, pedra: paca saida da pedra, da furna, “onde esses animais habitao”, Emile Allain’ diz: “Paqueta” (ile de) — Composé probable de pica, gros rongeur dont la chair est estimée, et etd signe du pluriel, et marquant Vabon- dance; abondance de pdcas, ile giboyeuse en pdeas. Cette étymologie est tout & fait conforme celle qui donne Anchieta pour la composition des noms; mais cela ne suffit pas pour V'accepter sans reserve. I1 est certain que la péca re- cherche les bords de Yeau, oft elle se refugie quand elle est surprise loin de son terrier; mais nous ne savons si elle fréquente les bords de la mer”. Cristévio de Mauricéa, em “Nomes Geograficos Aborigenes”,” estabelece: Paqueti etd = muitas pacas. nee ‘Martine dks Santos” elta multo apropriadamente © capuchinho Yves @Evreux, salientando, como o autor da “Voyage au Brésil exeeuté dans les . ado por A G. Pereira da Bilva. “Meméria Histdrien da Tiha de Paqueté”. Rio de Janeiro, nena ne a Rifhntcens ett. Bann 6, aor. * Idem: Hae; 2 BPrE-sametro. “Quelavin données aur ia capltale of Sir administration du. Brést parle, Basie te ean eye i, HDA gg Boia Pint, cn . 5 ro Goat Canbatinoe" indigonne’ 20, “Revista, Brasileira de. Geogratin”. 0 2 uh ybtebevo de Geoutatin's rstatsticn, outubro de 1600. Paging 3H, O°" 7 neti 70 MONOGRAFIAS REGIONATS années 1612 et 1613", a exis. téncla de “nomes idénticos ou quase Idénticos, na forma ¢ no som para lugares varios, signi ficando porém diferentemente” © oferece como exemplo a re- petigiio notada do “Paquet” de Santos com o “Paquet” do Rio de Janeiro, “ambos de significagio diversa". Segundo ésse autor, a etimologia do Paqueté de Santos seria: Pad (adotar) + que (lado, costa- do) + ta (apéeope), ou seja, Jugar de lama forte, atoleiro excepcionalmente forte. Lembramos que ‘existindo na ilha uma “Ponta do Lamei- rio, (“Lamario” — lugar de grande lama?), bem como cer- tos terrenos lodosos de vasa terrigena, poderiamos entrever um parentesco etimolégico com © Paqueté de Santos, paren- tesco ésse insuspeitado e mes- mo negado por Martins dos Santos. Do perigo que existe da interpretacao apressada de no- mes indigenas nos di exemplo © térmo Itaoca, nome de uma ilha proxima a Paqueta e que 3 em Fernao Cardim * no entanto, “H4 outro peixe sapo que na lingua se chama i Pig. § — Foto Prank Schaet‘er sempre ouvimos traduzido como “casa de pedra” € dado como nome de peixe: Ttaoca....” Cumpre dizer aqui que ja encontramos em eseri grafado “Pacota, “Paquati”™ etc. Ter alguma utilidade para as. pesquisas Mlolégicas essa indicagéo? Ou teria sido apenas um érro tipografico sem monta? Lugar de pacas, pedras caidas do eéu, muitas conehas: 0 certo é que ne- nhuma dessas Interpretacées satisfaz; t6das nos dio a impressio de artificials, itos antigos, 0 nome da ilha 2. Historica “Mal havia langado Estiieio cldade de Sio Sebastifio, seus c , Primeiro Capitio-Mor terra: de Sa, junto do Pao de Acitear, os alicerces da ‘ompanheiros de lutas e fadigas pediram a éste 'S © sesmarias com intuito de as cultivar, Deu-Ihas es publicada no volume 63° da Revista do Instituto His- “nos bem do grande nimero de aquinhoados. Fol uessa ocasléo que, dividindo a ilha de Paquet entre Inicio de Bulhées t6rico, diz: ' © Ferniio Baldez, Estfcio de SA lk levou o nome de Paqueta & histéria: “.. Ilha de Paguaté comprida meia legoa N.S. que fora dada em parte, a Ignacio de )* phadre VernGo Cardi, “tratadon da ‘Terra @ Gente do Brasil 1930, Peano it i ‘Angina "e ‘memories 32) nei. Ynutttute Mateo © Geogriiico Brasielros Toms oe ey eg HG, Janel evista” do 14. Tio de Saito. Digitalizado com CamScanner iinsel for ssenarincet cel scereeaeth Baldes por titulo semethante de 11 de Novembro’ de lene ne beneteies gue no Liven Peinelo vn Neen sO NOMS dos Janeiro, : . Ak aren cedida a Bulhées segundo o que nos informa Vielea Fazenda eom- preendia todo o norte da itha, tendo seus limltes, meridlonais ne neste og estretia da mesma no txecho Hoje cortado pela atual tadsha de Venton metade da tiha. A parte restante eoube a Fernio Balden, (Vela-se Fiegea oe A prineiplo assim dividida, velo Paquet, por partithas © ventas seen subaividir em pequenos lotes. nen Na parte setentrional da Itha, na ses: uma Capela pelo Padre Espinha e por él mais de duas a trés legoas de mar da Parochia de Magepe (,..), a quem per fencla, para feellitar ao povo alli morador 0 recurso dos Santos’ Sacramentos, concedeu-Ihe o Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe o Privilegio de Pla Baptis, miata © Ge Conservar a Extrema-Uneedo, em visita de 17 de Novembro de aisles Acontece porém que se levanta com doagdes de terra de Manuel Cardoso Ramos, outra Capela na mesma ilha em honra ao Senhor Bom Jesus do Monte € em terrenos correspondentes & antiga sesmaria de Baldez j “...se originou dahi, que 0 Povo, apetecendo ver creada n’esse Iugar uma Parochia em proveito seu, a requeresse estabelecida na Capela de novo fun- dada...” talvez nao estivesse alheio & causa dos requerentes 0 préprio Ramos que, para favorecer @ sugestiio doou nova poredo de terras. Anuindo 0 Bispo Destérro, foi criada a nova Freguesia em 1769, desmem- brando-se terras das Freguesias de Magepe e So Gonealo: seus protestos va Jeram-Ihe a volta das ilhas Jurubaibas e Itaoca que haviam sido adjudicadas 4 nova Pardquia. Foram-Ihe restituidas pela Mesa da Coroa, “por ndo dever | subsistit a nova Parochia”. Pouco depois, os moradores do norte da Iha, onde estava a Capela de Séo b Roque, requereram a volta de tdda ilha & Freguesia de Magé permitindo-se t porém a Capela de Sao Roque manter Sacrario, Pia Batismal e um Capelo | Curado, Vé-se por ai a discérdla que reinava entre os insulares do norte © do sul de Paquet. Suprimiu-se a Freguesia do Bom Jesus e a ilha de Paquet foi novamente agregada A Paréquia de Magé. Estabelecida 2 Familia Real Portuguésa no Rio de Janeiro, 0 Principe Re- gente D. Jogo visitou Paquet, da qual os moradores, reconcilindos e esquecidos das velhas dissidéneias, requereram fOsse estabelecida na ilha uma Paréquia. As autoridades eclestisticas manifestaram-se favorivelmente e, por decreto de 4 de Agésto de 1810 foi nomeado vigdrio de Bom Jesus do Monte o Padre Manuel Teixeira Campos. Assim termina Pizarro: “Consta a nova Parochla de abundantes Fogos he a proporcio d’elles he 0 numero de Almas. No seu Aistrito tem a sobredita Capela de 8. Roque”. Finalmente, por decreto de 23 de Margo de 1833, a Freguesin de Paqueté ‘ol desmembrada do Distrito de Mag, do terstério Fluminense portanto, pase sando : parte do Municipio Neutro ou da Corte. - de José Bonifficlo, A casa onde morou o ministro paulista era até pouco tempo ausinalada por uma plnea comemorativa, hoje no Instituto Histérieo. Por essa ccasiéo nasceu a denominagio' da Prata de Guarda. “Ha uma praia chamada Guarda porque ai existin wma guarda espeeinimente meumbide de vigiar a ‘asa onde residia preso (1838) 0 Patriarea da Independéncia José Bonitiicio de Andrade e Silva. \; Pwwarro, Op. eft., V tomo, Pagina 271. ™ Ope ett. Plrarro, Op. elt. Y, tome. Ferrel Ga Rosa. “Rio 565, ¢ noutra metade, a Fernao marin de Bulhdes, portanto, foi fundada le dedicada a Sio Roque. “Como distasse pagina 271 Tageiro ‘em 1900". PAgina 375. ‘ aia a Digitalizado com CamScanner 02 MONOGRAFIAS REGIONATS CAPITULO SEGUNDO: PAISAGEM FISICA 1, Petrograyia ‘Ao estudar a petrogratia de Paquet, 6 interessante reportar-nos & estru- tura petrorrafien da flha do Governador, indicando as suas diferencas. A Tiha do Governador, que ocupa eérea de 30 quilémetros quadrados ¢ se estende na diregio leste-oeste, é constituida de uma maneira geral, de gnaisse, geralmente nio porfirdide, rico em Mica Biotita e quase sempre em contacto com granito, Para Rui de Lima e Silva,” em cujo trabalho se baseia o presente pardgrato, ela é 0 prolongamento da faixa gnaissica extrema da serra da Misericdrdia, que se estende até as praias e sacos da parte da baia de Guanabara situada em frente”, (© aspecto topogrifico geral da ilha 6 0 de ume quantidade de pequenas elevacées, em forma de meia laranja e cuja cota nao ultrapassa 100 metros, oseilando, em média, em térno de 50 metros. Bsses morros, onde se encontra ainda rocha viva, sio separados por depésitos sedimentares de idade diferente. Se, pela sua situacio e morfologia topogratica, a ilha de Paqueté nada mais 6, senfo o prolongamento para Este da ponta extrema do Governador, denominada Boqueirio, a ela estando como que ligada por um rosario de ithotas — Boqueirdo, Nhanqueta, Viraponga, Félha, Brocoié, ete.—como salienta Rul de Lima e Silva, 0 mesmo nio se poderd dizer de sua petrografia. O aspecto litolégico de Paqueta é intelramente diverso. A rocha dominante, do tipo erup- tivo, 6 um granito, ora cinzento ora réseo (sendo éste mais comum) e geralmente porfiréide. £ dotado de grandes elementos predominantes de ortoclasita résea, as vézes mesmo avermelhada, Bsces feno-cristais sio habitualmente gemina- dos, Em dois tinicos pontos, nas bases dos morros da Cruz e da Painelra, apa- rece uma faixa estreita e insignificante de Leptinite. A jazida do morro da Paineira, onde colhemos uma amostra, fica bem em frente & ilha dos Lobos no interior de um jardim particular. Assinalamo-la na carta geolégica (Fi- gura 6). Pig. 7 — Foto Hilgard Sternberg. - "A fats gnalesion do Distrito Federal", Rlo de Janetro, 1020, Digitalizado com CamScanner PAQUBTA 00 Sallenta ainda o autor acima citado que a rocha dominante € cortada por velos posteriores de um metro de possanga no maximo. Dizia_no entanto Hartt: * “rhe smaller islands are gnelss, though, as in Paquet, we find isolated gneiss masses united by stretches of sands containing recent shell”, As conchas encontradas na Guanabara, de que fala Hartt, so Gas espécies: Area, Venus, Murex, Cardium, Dentalium, ete. Aceitando como veridlea a “Seceio da Cidade do Rio de Janeiro 20 Vale do Paraiba mostrando batélito granitico da Guanabara” que nos apresenta Al- berto Ribeiro Lamego," a ilha de Paquet representaria o afloramento désse ba- t6lito devido & erosio do gnaisse que Ihe ficava acima, enquanto que na ilha do Governador ésse gnaisse ainda subsiste. Sabemos que em 1815" fol oferecido a D. Jofo VI rico servigo de poreelana, fabricado com caulim proveniente da iha de Paqueta. Augusto Fausto de Sousa indica o morro da Cruz (Figura 7), a sudoeste da ilha, como principal jazida e, reportando-se a0 Ensaio Econémico do Bispo d'Elvas, diz~ -nos ter sido fabricante do servigo de porcelana, “igual 8 da China”, 0 quimico Patricio Joio Manso. © decreto de 31 de Julho de 1877 concedeu 0 privilégio de exploragio a Boulich & Viana por um periodo de dois anos. A tentativa da exploracio parece nao ter vingado, pols, ja em 1822 A. P. de Sousa diz: “...ten- tou-se a exploragio do caulim, que ha em abundancia...” ‘Téda parte norte da baia onde se encontra Paqueté, apresenta o fundo raso € lodoso: a areia que ai se encontra provém das rochas cristalinas cujos de- tritos os rios para ai transportam; o lodo é orlundo de ténues particulas de feldspato depositados por efeito dos elementos salinos do mar, como salienta Backeuser.* A profundidade como dissemos é pequena: entre a ilha de Paquet e a costa Fluminense o fundo esta 22 palmos (cérca de 5m); ndo é maior a profundi- dade do trecho entre Paqueté e Governador, onde se encontram grandes bancos de mariscos. A face Sueste da ilha, lavada talvez com maior intensidade pelas correntes “apresenta muito fundo e da facil desembarque”,* por isso foi construida nesse lugar a ponte das barcas. 2. Geologia Dinémica Sdo numerosos os debates em térno da existéncia ou néo de um movimento eustatico negativo, isto é, de emersio, de recuo relative do mar no Rio de Ja- neiro e regiées circunvizinhas. Resumindo a leitura de diversos argumentos completando-a com observacées proprias feitas én’ loco permitimo-nos fazer as conclusdes que se seguem: Todo litoral brasileiro de um modo geral sofre atualmente um movimento eustatico negativo; isso se prova pelas lagunas e pantanais & beira-mar, sam- baquis a alguma distincia do mar, sulcos deixados pelas Aguas do mar a alguns metros acima do nivel atual, etc.. . Esse o aspecto global; se particularizarmos, notaremos porém que a re- gressio mara nao se verifica por igual. A retificagéo das costas nao se acha uniformemente adiantada. Podemos dividir o litoral em diferentes trechos muns 0 ciclo de sedimentagio, acelerado pela emersio, esté bastante adiantado; noutros, apenas comecado, superpondo-se aos sinals de uma recente invasio do mar, ven, oa cuttura, Iuai’ Figura 69, Bhsarla'Hobinson Weight, The New Brnzi, = Maina ao sto de Jauelro", Bun Mistora'e Déserlofo de suas rlquezas. Rlo de Janelro, 1822, XA Malta torhnen’ do rac meridional, hoje e ontem" Blo de" Janero, J618- ‘Augusto Pausto de Soust. Op, clt., phginn 117. Digitalizado com CamScanner ‘ot MONOGRAPIAS REGTONAIS ‘Tal 6 0 caso do Rio de Janeiro, Para o norte — Cabo Frio, ete. — o le vantamento constante Jit permitin n retificagio do Itoral, cujas estrias para elas e sucessivamente afastadas do mar parecem comprovar ésse Ievantamento, wat analo etapas acesrivas do sodimentagio, & medida que a costa emergia, Para o Sul, ha apenas um inielo do retificagio da costa; a sedimentagio pouco avaneada, produzida talvez, menos pelo Ievantamento do que pelas correntes marinhas, num perfodo de ‘relative cquilibrio, se enquadra por assim dizer no periodo histérieo. . Se fizcrmos abstragio de algumas pequenas praias, existentes no fundo de cerlas beias e de formagio recente, o aspecto geral preponderante 6 de um I~ toral de imersio. Nao houve ainda tempo para que os efeitos da emersio yen- cessem e encobrissem os da imerstio: golfos, baias recortadas ¢ iJhotas se suce- lem, como na regio de Angra’ dos Reis, por exemplo, onde os antigos espordes de montanha mergulham nigua, sem que o embate das ondas houvesse ainda formado falejas. usses dois ciclos — 0 19 de imersio; 0 2.9 de emersio — no se seguiram necessariamente de um modo absolutamente coritinuo: 0 fendmeno pode ter sofrido interrupedes mais ou menos longas e mesmo fases em que se verificasse mudanga no sentido da evolugio, Pode mesmo ter havido mais de um ciclo de cada natureza; 0 que parece fora de diivida é a existéncia pelo menos dessas duas tapas no histéria geolégica da regio. “vendo situado a nossa itha no quadro geral do ciclo de evolucio do litoral, vejamos o que ela nos oferece de interessante e tentemos historiar a sua evo- Juco geologica. Os quadrinhos se bem que hipotéticos auxiliario a compre ensio. 34 detxamos dito que o aspeeto gerl da ilha é de uma série de “meiss-la ranjas" lgadas por terrenos de formagio recente. Ora a “mela-laranja” & earacteristien da chamada “familia de erosio normal” continental,” quando a desagregacio mecinien das Same ee ee Digitalizado com CamScanner ft { } i ree MONOGRAPIAS REGIONATS FIGURA 10 transportes e aterros fluviais, que rlos nao os hé no local capazes de um tio forte trabalho fisiografico”. Contra a alegacéo de que os ventos © correntes pudessem ser responsabilizados pela geracio désses areais, op6e 0 grande sibi brasileiro o argumento de que ésses dois fatores, no fundo da baia, nio sio suficlentemente fortes para tal. Alls, no estudo do clima veremos realmente @ pouca intensidade do vento. Finalmente a itha toma o seu aspecto. Planuras de cota geralmente ine- Hor a 5m,, formadas de areia grossa, de que colhemos amostras mos pontos indieados na carta geolégica, ligam as elevacées. Sao recobertas de argila, pro- vindas como salienta Hartt dos montes préximos e nio do “drift”." Vide Fi- gura 11. FIGURA 11 Newt, vac Eas Digitalizado com CamScanner ail Paquers Pal 3, Matacées rotereeei aaamos abordar © estudo do napecto fislco de Paquet sem uma referenela pelo menos nos malacdes que tornaram universalmente eélebre a una nos melos geogriflens: (Vide Fgura 12). Nao poueos estidiodos estrangeincs de grande renome — e entre les Agassly, Harlt, Rranner ete — se dedleuran ao estudo désses grandes blocos graniticos que pontilham a bala de Guanabara eau se Rrupain partleularmente em 16rmo da referida. tha ments, catndas, mals ov menos aprofundades, sgl” teorias mals ou completas. Agassiz, por exemplo, vin na aca i cipal da existéneia dos matacdes. ae oes aie 8 came re Para Allain, os matacdes da tha teriai 0s ms 1m sido transportados pela agua, Roferindo-se a ‘Paquet afirma sem vatllar: "D'enormes, sochers transpostcs par les eaux font une pittoresque ceinture.... Fig. 12 — Foto Hilgard Sternberg. Branner encontrava a sua origem na desintegracio e esfoliamento das rochas produzidos pelas variagées de temperatura: “o efeito das mudancas de temperatura sébre pequenos blocos é produzir “boulders” proximamente arre- dondados”." Para éle os matacdes seriam originados proximo, ou mesmo no préprio lugar onde se encontram, isto é, in situ, negando a hipétese-de que tivessem sido espalhados pelo gélo durante o periodo glacial. ‘Entre as mais engenhosas e bem fundadas teorlas sdbre a génese dos “boul- ders” esto sem divida as de Branner e Hartt. Para sua elucidagio definitiva, requer 0 assunto pesquisas € estudos pro- fundos, orientados & luz dos modernos princfpios de geo-fisica e geo-quimica. Nao tivemos tempo ainda de completar as nossas observagées; quer nos pare- cer, no entanto, que os estudos feltos dio demasiada importincia aos agentes exterlores e que se deva procurar, ji na préprin formagio das rochas, os fatores pelos quais posteriormente, postos & Iuz do dia pela erosiio das camadas supe~ riores, tomam a forma de blocos mals ou menos regularmente arredondados. © motivo estaria na prépria forma de cristalizagio; os agentes exteriores tor- © op. elt., pégina 1% & Jolin’ @"” Branner. Jogin Hlementar”, Rio de Janelro. Lammert. 1906. s ~ MONOGRAFIAS REGIONAT! Fig. 13 — Foto Frank Schaetter. neceriam a energia necessiria para a evolueio que seguiria, por assim dizer, um plano pré-estabelecido, nado seriam no entanto determinantes morfoldgicos. Pretendendo volver ao assunto num estudo mais detalhado e bem funda- mentado, limitamo-nos a apresentar, coms contribuicho para posteriores es- tudos, a fotografia da Figura 13. bloco ezrdondado de rocha viva, que se v8, se encontra na estrada da Covanca sob espéssa camada de argila. No local existem numerosos “boulders” de grandes dimensées (alguns com mais ou menos 10 metros de diametro). O da gravura, caso os fenémenos de desagregacdo decomposi¢do tivessem seguido o seu ciclo normal, viria juntar-se a éles, des- provido, também, do seu revestimento de terra. Veem-se claramente na figura as diferentes camadas eoncéntricas de transigio entre a rocha viva e @ decomposta em argila. Ora, sabemos que a variagio diurna da temperatura nao atinge mais do que 1,30m de profundidade no solo e anual pouco mais: a “camada invaridvel” nas regiées tropieais ica proxima a superficie.” Nio se pode ao que parece atribuir aos efeitos dessas varlagdes a forma arredondada que j4 apresenta a rocha inteiramente ant loga @ dos matacées. Por outro lado, nio nos parece licito ereditar aos elemen- tos quimicos, que da superficie para o interior atingem a rocha, a sta forma arredondada, A hipétese, portanto, de que a forma seja resultado do modo pelo qual tenha solidifieado a rocha, isto é eom existéneia de niieleos de erlstallaa gio, mais antigos, mais duros e mais resistentes, nfo é desprovida de fundamento légieo. So ésses niicleos da eristallzagio. in observam no interlor de um eadinho, no gual sGem grupar-se em térno de um primetro eri de todo dla, podemos assemelhi-los aos caro: 9s elementos que se cristalizam, Istal, ou, numa comparacio miais maha sido abit 82, Observam: no interior io culdadosa. e constantemente ‘agitada durante 0 cozimento (justa a urantej eon nate ‘mente pelo resfriamento e endurecimento mais ré- Angot, “Trulté elementaire do Meteoroloria. Pigina op Digitalizado com CamScanner PaQunTA ‘09 Para finalizar diremos que se a esfollagio produzida pelo calor eonfoime Branner, pode explicar realmente a forma arredondada que tomam massas de pedra expostas ao tempo, torna-se necessirlo ao nosso ver, procurar outra explicagdo para os grandes blocos arredondados situados & consideravel pro- fundidade. 4, Clima Paquetd, a somente pouco mais de 15 Km. do centro da eldade do Rio de Janeiro, desfruta aproximadamente as mesmas condicdes climatoldgicas. Em virtude da sua posigéio, ao fundo da baia, os ventos maritimos quando ai chegam, provenientes de SSE e SE, ja tém a sua velocidade bastante dimi- nuida (conforme se vé abaixo), 0 que explica perfeitamente-a temperatura mais elevada da filha em relacdo acs baitros de beira-mar do Rio, tais como Copacabana, Leblon, etc.. Goza Paqueté, no entanto, temperatura mais amena que a dos bairros interlores, subtrafdos aos efeitos da brisa pela sua posigao encravada entre as elevagées vizinhas, como sejam Grajai, Andaral, ete.. Damos a seguir as principals normats meteorolégicas do Distrito Federal, conforme informagées do Servico Nacional de Meteorologia e, onde existentes, as normais correspondentes de Paqueté. Os valores destas tltimas so bastante aproximativos, pols que 0 periodo de observacdes, donde foram extraidos, é curto — apenas de. 1931 a 1934 — e descontinuo — hé observacdes apenas para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro. © seu meérito estatistico como mimeros representativos é eriticdvel. D.Federal Paqueté Pressio barométrica a 0° em m/m (Média... 154.4 = ‘Temperatura centigrada & sombra Média geral 'ss.. quatro & tarde — se desdo- bram em esforcos herdicos, po- rém sio em nimero evidente- mente insuficiente para um bom aproveltamento, Por intermédio de Moreira Azevedo," sabemos terem exis- tido duas escolas em 1868, com uma fregiiéneia de 97 alunos, sendo 55 do sexo masculine e 42 do feminino Contra as trés escolas pri mérias e uma noturna para adultos, existentes j4 em 1911, se op6: atualmente esta tinica unidude escolar oficial n&o po- dendo satisfazer as exigéncias da situagao cultural dx ilha. A escola Abelardo Feijé, existente no “campo” de So Roque até 1933, desapareceu em virtude de sua fusio com a primeira mencionada. Ha ainda a mencionar a “Escola Brasileira de Paquet”, instituieio particular Ge ensino primario, instalada em dois prédios, sendo um déles o antigo de D. Joao VI; 0 outro faz parte & Capela de Sio Roque e sua construcio data d= meados do século passado. HA matriculados 193 alunos, sendo 149 meninos e 44 meninas. ‘Temos, portanto, que a populacao escolar da ilha é de 467, ou seja, tomando para populagdo fixa da ilha 3.900 habltantes, 1.4 % da populagio total. Pig! 27 — oto Mugard Sternberg. b) ILUMINAGAO. A tluminagio de Paqueti é elétriea, sendo feita pela Light & Power por inter médio de cabos submarines vindos de Bonsucesso. (© uso das lampadas ineandescentes foi inaugurado em 23 de Agésto de 1920." Noronha Santos publicando em 1913 a sua Corografia, diz ser Paquet ilumi- nuada.a fileool e ila do Governador a querosene “pelo sistema de lampadas 5 Op. ait Perieiea| da Rost, Op. elt. oe Digitalizado com CamScanner 26 MONOGRAPIAS REGIONAIS ineandescentes”. Pereira da Silva, no entanto diz que, em 1911, 0 combustivel empregado 6 0 querosone c acrescenta que 86 se ascendem quando nio hé luar Com aleool ow com querosene, o fato é que ha bem pouco tempo a iluminacio era feita de forma bastante primitiva. .. Segundo 0 que nos relatou o pintor Pedro Bruno fol na noite de Natal do ano de 1900, inaugurada na ilha a fluminacho a querosene, por set pai Miguel Bruno : ©) ASSISTENCIA MUNICIPAL. Instalada & rua Furquim Werneck, esta mais ou menos no centro da ilha Conta com wm corpo suficientemente numerdéso de médicos, uma ambulancia ¢ todo aparelhamento indispensavel para o servico. Dados estatisticos demonstram ser de grande atividade os meses de verio, destacando-se dentro déstes os domingos, em virtude do aumento de populacio e conseqiientemente dos aci- dentados. 4) CORREIOS E TRLEGRAFOS. Paquet conta com uma agéncia de Correios ¢ Telégrafos. Durante os grandes temporais, é freqiiente a interrupedio das comunteacdes com o continente ©) cEMIrERto, Moreira de Azevedo“ nos informa ter 0 govérno concedido, em 14 de Setembro de 1867, licenca &s administragdes do patriménio do Bom Jesus e da Senhora da Conceigao para utilizarem como cemitério a chéeara que Ihes féra doada por D. Escolastica Maria Lisboa, falecida em 1860. Em 1913, Noronha Santos menciona 0 de Bom Jesus do Monte. 1) SERVIGO DE AGUAS. © servico de ‘iguas na ilha foi inaugurado em 15 de Margo de 1908, quando 2 Uha do Governador ainda nao possuia tal servico, Ha um grande depésito no alto do morro da Boa Vista. Antes dessa data a égua utilizada era proveniente de numerosos pogos espalhados pela ilha e que foram posteriormente mandados aterrar pela Prefeltura. Os que nao desoyavam beer da égua de poco mandavam buscar no continente 0 precioso liquido, que era transportado em embarcagées apropriadas, rebocadas ao que consta pela “Ferry” da Cantarelra..O poco de Sto Roque, existente j4 em meados do século XVII, tio cantado pelos poetas € em torno do qual se teceram lendas ingénuas e romanticas, abastecia a fazenda de So Roque; ainda hoje existe sob uma cobertura de ciniento armado (Vide Figura 27). Consta ter havido uma nascente na ilha, situada na Praga dos Ta- molos; nada se encontra de positive a respeito. ‘ Outros cronistas, que possivelmente nunea visitaram a itha ainda vio mais Jonge. Diz A. do Vale Cabral ter abundancia de agua potavel, enquanto 0 Dicio- narlo Geografico de Saint Adolphe enuncia fantaslosamente: “Os riachos erista- Unos de que regada sio suficientes para fertilizar as terras, e para o consumo diiirlo dos moradores,” 34 0 Barto do Layradio, que parece ter feito estudo euidadoso do assunto, afim de explicar as cansas espectais que Influem na mortalldade das diferentes fregueslas de fora é menos olimista: “também As Aguas de pogos de que faz us0 & maior parte du populagio, ealeéreas ¢ salinas, em geral péssimas, exeetuando-ze 4 de dols pogos existentes no Campo de S20 Roque, um chamado de D. Polucena Seva, ¢ outro de D, Felicidade, de cuja Agta se prové a mor parte da populagio. OD. cit, vol. 2 ming sv, ob at 5 Lo Digitalizado com CamScanner PAQURTA ma merecendo preferéncia a do primeiro, por serem. melhores suas condigées de pota- bilidade; sendo certo que naquela paréquia s6 existem, segundo informagbes que obtivemos, uma. nascente de agua regularmente potavel na ilha de Brocoid, ¢ outra na we Paqueta no intitulado Morro da Cruz, que foi de regular potabilidade, mas que hoje tem sido abandonada, prefstindo-se a dos dots po 1 nos _referlmos”."" becihianaes teats Recentemente foi inaugurado 0 novo “Blevatério", provide de duas possantes bombas ¢ de um reservatério com enpacidade para 14.000 litros. A agua, eaptada no alto Surui, vem canalizada em eondutores submarinos até ésse elevatorio, donde é distribuida. i #8) © PREVENTORIO D. AMELIA Esse instituto mais ou menos magnificamente instalado na ponta NE, deno- minada “do Castelo”, destina-se ao tratamento de crianeas pobres, propensas & tuberculose. Nao ¢ propriamente um servico, como o de Aguas ou iluminacdo, que se des- tina ao beneficio exclusivo dos moradores da ilha: seus pacientes provém dos bairros pobres da “City”. Pela sua étima organizacéo e aparelhamento merece, porém, que Ihe facamos referéncia. Por ocasiéo da nossa visita detida, havia in- ternada 100 criangas de cada sexo, entregues aos.cuidados de freiras espanholas. Ali, respirando ar puro e iodado, bronzeando-se ao sol e fortalecendo 0 corpo em exercicio a beira mar, essas criancas obtéem satide tornam-se clementos ativos Para 0 progresso da nagio, em vez de, minados pela doenca, constituirem pesos mortos para a sociedade. Representa esta instituicho da FundaeZo Ataulfo de Paiva, um modélo a copiar nas obras de assisténcia médico-social. BIBLIOGRAFIA, ALG. Pereira da Silva. Memérla Historica da Wha de Paqueta. Rio de Janeiro. Oficinas — R. Alfindega. 1911, i Alberto Ribeiro Lamezo. Escarpas do Rio de Janeiro. Servico Geolégico e Mine- Taldgico do Ministcrio da Agricultura, 1938. Avelino Inacio de Olivelra ¢ Othon Henry Léouardos. Geotogia do Brasil. Rio de Janeiro. Comissiio Brasileira dos Centenarios de Portugel, 1940. ‘Augusto Fausto de Sousa. A baia do Rio de Janeiro. Sua histéria e ceserieéo de suas riquezas. Rio de Janeiro, 1822. ° : Delgado de Carvalho. Corografia do Distrito Federal. Rio de Janeiro, 1926 Emm. de Martonne. Traite de Geographie Physique. 3 Tomos. Paris, Colin, 1032/34/38. : kv. Backheuser. A faixa ltoranea do Brasil meridional, hoje e ontem. Rio de Janeiro, 1918. cona0 Friedrich Hatzel, Anthropogeosratie. 2 Tomos. Stuttgart, Bngelnorn, 1 José de Sousa Azevedo Pizarro ¢ Araijo, Memérias histéricas do Rio de Janeiro e'das Provineias Anexas A Turisdico do Vice-Reino do Estado do Brasil. Rio de Janeiro, 1022. . . ia do Vieira Fazenda. Antiqualhas ¢ memérias do Rio de Janeiro. Revista Tone Matitute Historica e Cleografico Brasileiro. ‘Tomo 83. Vol. 147. Hig de Janeito. Noronha Santos. Corografin do Distrito Federal, Rlo.de Janeiro, 1913; RarMauriclode Lima e Silva. A faixa gnaissica do Distrito Federal. Rio de Janeiro, 1920, : a ser de Bio Clongalo 1:50,000, Servico Geogriitico do Bxéreito, . Peet ae ie fe Paqueth. Hoeali 113,000, Levantamentos de 1908, Prefeitern do to Federal, . canis teil Reeral 1:60,000, Servigo Geogvitieo Nitar. @ Op. elts, pling 99, Digitalizado com CamScanner _ 70 MONOGRAFIAS REGIONAIS PARECER * © assunto escothido por Iilgard O'Reilly Sternberg, ndo poderia ter sido muis felt ‘Ao mencionarmos o nome de Paqueld, logo se nos afigura a tha maravithosa com todo o seu esplendor ¢ encantamento, # um lugar que até poderiamos classi- ficar como sendo um pedacinho do paraiso. Recordando belezas sem tgual, seremos talvez embatados peta canedo das ondas, ensinando aos homens que devem amar a Natureza ¢ a ela dedicar-se com tdas as suas forcts. Paquetd com tédas as maravithas naturais é um exemplo vivo de amor & Natureza, Temos prova disso em algumas das inscri¢des que poderemos encon- trar na ilha — “Amai os pdssaros que sdo os cantores das drvores” € mais adi- ante uma estrofe do principe de nossos poetas. “Olha estas velhas drvores, mais belas Do que as drvores novas, mais amigas Tanto mais velas quanto mais antigas Vencedoras da idade e das procelas” _Deixando de lado as divagacdes a que nos pode transportar a recordacdo da Tina encantadora, consideremos 0 trabalho que a ela foi dedicado. 3 Em primeiro lugar a apresentagéo impressiona dtimamente. As fotografias € demais ilustragées pacientemente coligidas, aumentaram 0 valor da obra. 0 autor, ndo desejando olhar para a paisagem “passivamente”, na expressdo do mestre Defjontaines, dedicou-se ao drduo trabalho de estudar com dedicagdo 0 lugar que 0 cereava. Ao par da étima documentacdo, ocupa lugar néo menos notdvel, a observacdo pessoat do autor que soube apresentar um trabalho va- ioso, de linguagem clara e que, portanto, merece os melhores votos de louvor. Julgo que o Ensain Geogréfice sdbre Paquetd, preenche tédas as condicées necessdrias para que seja incluito nos Anais do IX Congresso de Geografia. ‘HELENA BRENER Relator {ste pareeer fol unintmemes nemente aprovade pela eomlssto © pelo plendtio. Digitalizado com CamScanner_ IX CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOGRA REALIZADO NA CIDADE DE FLORIANOPOLS, CAPITAL NO ESTADO DE “CATARINA . | DO FSTADO Dr. BANTA 6. DRT A ie DR AKTESIORO DY. tot : 4 ANAIS — © Publleados sob a diregto da comlssto de redagto, composta do exo, sr. ministro Bernardino José de Sousa, ‘do engenhelro Cristévio Lelte de Castro fe do dr. Alexandre Emilio Sommier. ° VOLUME Y. * TRABALHOS DA 64, 78 E 8% COMISSOES EXPLORAGOES GEOGRAFICAS E GEOGRAFIA HISTORICA METODOLOGIA GEOGRAFICA — REGRAS E NOMENCLATURAS ri MONOGRAFIAS REGIONAIS 194 CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA RIO DE JANEIRO Digitalizado com CamScanner vnr CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA ‘TRABALHOS DA 8.2 COMISSAO Monografias Regionais SUGESTOES PARA A ORGANIZACKO DE UM BSQUEMA-TIPO DE wo. NOGRAFIAS MUNICIPAIS Siivio Hatt pe Mouna SUGESTOES PARA A, ORGANIZAGKO DE UM ESQUEMA-TIPO DE Mo. NOGRAFIAS MUNICIPAIS ...: Por. HON6n10 SILVESTRE ESQUEMA-TIPO DE UMA MONOGRAFIA MUNICIPAL Direrénto MUnrcrrat De GEOGRAFIA DE NrTERGT AS REGIOES NATURAIS DE ALAGOAS aor. JoaqUIM RAMALHO © VALE DO RIO ITAJAI DO OESTE . Ene. Vitor Awronto Petuso JuNoR ALAGOAS, REGIAO LACUSTRE Pror. J. StvEIRA © MUNICIPIO DE ITAMBACURI ....... Pror. Josf Vicente Dz MENDON¢A COLABORACAO DO ESTADO COM OS MUNICIPIOS NA ELABORACAO ROS MAPAS MUNICIPAIS EM CUMPRIMENTO DA LEI’ NACIONAL Neo 3il ENG. Bei bos Santos © MEARIM COMO RIO LIMITROFE DE UMA REGIAO GEOGRAFICA ... 515 ror. RITA AIRES Da SILVA A FURNA DA SERRA DO RODEADOR ‘MAnt0 MELO FATORES PLUVIAIS . . cs Ena, Pavto Eceurinio Auvanzs oa Sruva © RIO TAPIRAPE Da. HERDeRT © RIO PARAIBA DO suL Pro. Crovontino Prnsiaa ba Stiva © VALE DO PARASBA ........... ‘Pror. AROLDO DE Azzvino A CIDADE DE PALMITAL & © MUNICIPIO. Oracitio Dias A ZONA DE AMPARO E SUAS VIZINHANGAS 6.02.0. ..0..0.ccccccccescese 604 Joio Dias pa Stivera UM CICLO PASTORIL NOS CAMPOS DE AVANHANDAVA . Fausto RIsEIRO DE BAnRos ESTUDO DA FAIXA MARITIMA DO BRASIL COMPREENDIDA RIOS AMAZONAS E OIAPOQUE ...........-- sane OS oss ‘MARECHAL FELINTO ALCINO Bact’ CAVALGAN: PETROPOLIS NA SUA EXPRESSAO GEOGRAFICA E CLIMATERICA . Dr. ALcINDo SonRé 405 429 45 49 452 478 490 518 521 534 550 373 588 631 668 ILHAS DOS BUSIOS ..... 686 Relatério inédito —’ Evctipes ba GuNHa PAQUETA...... 697 Prov. Hrvcand O'Remty Sienaeaa MUNICIPIO DE ITAPERUNA ... 729 ‘ENG. MARIo PINHEIRO Mora © TERRITORIO FLUMINENSE ......... 739 LIGEIRA RESENHA DE BOM JARDIM 7196 ANGRA DOS REIS “200 MONOGRAPIA DO MUNICIPIO DE SAO GONGALO | 807 Por. Paancisco José R, pe OLiverna ANAIB DO NONO CONGRESSO BRASILEIRO DE. GEOGRAFIA INDICADOR 15, DOS VOLUMES I, II, TI, IV e V.... he INDICE ALFABRTICO DAS TESES E ATIVIDADES DO CONGRESSO | 815 INDICE DOS AUTORES ....., tos role Te a i “ Digitalizado com CamScanner

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