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s 23,95 pre @ DIDATICA EDOCENCIA aprendendo a profissdio Isabel Maria Sabino de Farias Josete de Oliveira Castelo Branco Sales ‘Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga ‘Maria do Socorro Lima Marques Franca Capitulo 4 Oplanejamento da pratica docente ‘A pritica educativa, como intencionalesstemitica, precisa ser organizada previamente,o que se concretiza por meio do pla- nejamento das agdesdidaticas pedagsgicas da escola, Algumas {ndagagtes podem ser frmuladas como pretexto para o debate sobre o ato de planer foco deste capitulo. O que entendemas por planejamento? De que maneira essa pritica & vivenclada em nossas escolas? Que experncias impresses tems dessa pritica? Como caseumamos planer nossisdisciplinas e alas? Enisterelagio entre o planejamento ditco e «Projet Polt- co-Pedagogico (PPP) escolar? Qual o papel do PPP das institu sBesonde atuames nos mementos de estado, avaliaga0eromada de desisos? € possveltransfrmarmos o planejamento formal eburocritico, de hoje, em uma pritica coletiva e participative? ‘Ao voltarmos a atenc2o para o planejamento da agdo do- cente mio desconsideramos, de modi algum,anecessidade de professor conhecer articular seu traballio ao planejamento ‘eicolar e educacional, outros dots niveis de organizagio da privica edueztva 107 Frogs, (MS; Sales, LOC, Brags, MMLS.C e Fangs. S.LM 0 testo inci interrogundo sabre o significado do plana meneo para os professors, no que se apoia em relatos eolhids ‘elas autoras em suas itinerncas plo espago da escola publica Adload em favor de ma perspecivatrasformadiora de ec ‘cage, discutimoso sentidodo acod planar, ses prinetpios, ‘else ets de claborago, Aoexaminarmos os elementos const ruins des planos de ensino (abjtvos, contends, metodologia, recursos ¢avalingéo, lembramas que os desafios da organizagio dotrabalho dacentedevem se enfentsdos nos espagas coletivos tla escola, Este €0 fio condutor de nossa argumentacto,funda- ‘ment mas prohgbes de Fusar (1988), Martins (1988), Libinco (0994, Veiga (1993, 1998), Lopes (1993) e Dams (1996). 4.1 Ahora de planejar~ da necessidade de superar 0 “muro delamentagdes” Vlad regraem todo faio de um perodoletvo~sejana, semestre, inet ov cualque out ago de tempo = 0 ro fessoes si canvocades part planejamento de suasatividades. As senanaspedaggieas como &chamadoo perio de plang mento as escola, 6 mukiplia, de proesore essences esa tart, Hsteam esse comport ‘enta depoinentas come: sim como creseeo némero “Taso de novo? Eu) sce que tenho que dr. alte ape aso calendiio letivo para dsr bul a0 tempo contetido ‘que ministre (Relat), Dio ie, Feo new om cas. fina. fazer entrar © vo arguisaca na gavea (Relao 2), 108 Conversando com os professores, perecbemos que ees, apesar da aversto manifesta em relago a este momento na es cola nfo negam a importancia do planejamento. Plo contriio, reconhecem sua necessidade e ateatam sua presenca no di as cle suas vidas pessoal e profssonal “Turlo que fazemos exige wna cert preparagse Pensa an tesde fszer. Deir como vos fazer, Vis, comprar, dar aul, came (Relat 3). ‘Aagendn cura forma de plancjamento da noss vie, sssin como as eituas as anotagdes de aula (Relato 4), Plancjar€ preciso eo fago, © planejamento na escola, ‘orgaizad por ela éque chao, impreduivo (Relto 5). Uma explicagéo possvel para a resisténcia de parce dos profesores brsileios ao planejamento enconta-se nos resqu ios de uma pitien pedagépeaadoada,sobrecuda, nes anos da dada (19641985), sob os aupicis do tecnicisme educacio- nal. Ness periodo prevaleceno planejamento como mecanisto deppadonizactoecontrale do trabalho dos profesor, privile- giando, sobremaneira a forma, a redagdotkenia eos frente ries, em detrimento do contetdo eds fins da pritica docente. Esta abordagem do planejamento fvoreceu 0 desenvelvimento 4 |aepricieas docentes individualistas, feagmentads e promo * Jeoras da cépia, de reproducéo do silencio edo ativismo. Como processo derechertura paitcanasanossubsequer tes, quando esta tendéncin se arefecu, volts a exeretar as eunldes,a8experinciascoletvas na escola nas rus, nas ent- dades politica classstas,Prevaleceu uma foes eiticn 20 plt- 109 Froae MS: Sales, LOC Braga, MALS.C 0 Fangs, MS.LM ‘nefmentoburocitce,dlinando-seum movimento de dentin- ‘dado carter lienadaeallenador dos processos de organiza daescola edo ensino,pondoem questo asabeseducativas.em ‘ariel a pritca do planejamento (Canon 1983). | Piso etomada, enfetango no teve tempo suse part \,consliar uma renovagio no modo de organizar a pitics do AFP profesor, pois decade de 190 fo endo da reconiguresto | do recnicismo, marcado, desta vez, pela globalizacio e pelo neo- P\iberalsmo, Ese ordenament politico, social eecontmicocon- cui para a desmabilzago dos groposecaegoriasproisior ais, precarizando ab srwages de trabalho. Ta ao repercure (de formas diferentes no planejamenco de ensino, como ream osdepoimencs seleconsdos: ‘Como parcipar da sana pedagigca # enko que est ‘pote em quia esol, ate mesmo horn ene da hoe resledo dat proves de reapzapio? Relat 6) ‘Nou a planejarnena de nbs escola porque sts 00 set cuteo de pos-raduagto © este me custa muito caro (Relao7). Plangjar pea que se nem sei se vou esta no proximo ano? ‘Voc vem acompanhando a novela dos conraos tempor os? (Relao 8). (0s relatos, além de emblemiticos de fatores contextuais _estrinivos ao desenvolvimento efetiv do planejamento escolit; sinalizam que sto varias os elementos que afastam os docet tes da area de projerar sua pritica pedagogica. As resisténcias ‘existentes mo si, na sua maiora,foreuias, Sua eversto de manda clareza de propositos, empo ¢, sobretudo, organizario 410 politica para o enftencamento das concdligoes desfavoniveis de trabalho presentes no magistéro, ‘Compzeender o planejamenco como instrumento de or sganizagio da ida docente apresenta-se como passo nevessirio [para ressignificar esse fazer jmnto a0 coletivo des professores E nessa directo que caminhames a0 tratar do ato de planejar ‘numa perspectiva pedagogicatransformadora, 422A priticado planejamento dos sentidos tos seus prineipios © planejamento €to; Cuma atvidade gue projets og nae sistematin o faze dacente nose di espelh 08 EUS fins, mos forma e conta, Pensa sobre o nosso trabalho afustumos nto $6 0s conteidos programatices a0 calendario escolar (Conforme registra © Relat 1), mas deinimos ambem courras questes de fundamental importancia. Vejames algumas: que queremos que nossos alunos venham a faze, aconbecee? Porque este conteddae nto aquele? Quai atvidades? Com al tempo eerursos contamnos? Desse medio, o plangjamenco & uma arto rellexiva, via, continua. Uma sividadeconstane, permeada por um proceso de svliagao erevisto sobre o que somos, fazemos epreviamos realizar para atngir nosso cbjervos. um ato deeisri, por- tanto, politic, pois nos exigeescolhas, opgbes metodoogicas € teorieas, Tambéin € eo, uma vez que de em questi ies, valores, crenase projetos que alimencam nosas pitas. Com o planejamento, espramas prever agbese condiges; _acionaizar tempo e mos op do improviso eda orn ssa rar unidade, coertnci,contnuiade e sentido ao nosso taba. wn Feo, IMS; Sas JOC: Brags, MMS. eFanca, MSL CCabe eslarecer que aiden de aseguraeunidade ao trabalho pe- dagéacocomo umadas raabesde set doplanejamento néoremete 8 paronizagioe uniform pretends plo recnicisme. [Nosso agumento esta vltado para defesa deur sent mento de compo, de conjunts, de coesio, de compartilhamento de uma base teérica de comunho dos mesmos projeros de so- cledad, cle edueagto, de escola ede home. Afinal, se estiver- ‘hos junto firms com rlagia aos mars tebricos do Projo Poltica-Pedagogio de escola (Gane, 1987), paderemos eso Ther os eatinhos a seguir. Como lembra Almeida (2002), sem 0 planjamento somos navegscloes sem su carta mutica Ge sem siher parade irc er gual porte ancort"(p 58). Expl o sentido ~asrades de ser do ato de planar para o tmbalho doceote~ cabe interogse sobre os principios {que devem orienta esta pric, ais comers leila, par ‘icipagd,aformalizagto, a coerenia, a objetividaceea ous ‘Um dos tragos deineadores do planejamento €a Rexibil- dace, que diz respeito a uma postura abertaascorregdes, 8 ava- liagto eo repangjemento do percurso. importante riser que, deforma alga, podemos entendé Income teas000 eyprovia, “Tratase de um prinetpio que reconhece os planos eas deisoes prevamenteestabeleidas come gus, referencias Fes, nn- caccamisadefrgaque mobilize a evista de valores pitas O cariter participative, articular, mobilizader de toda comunidad escolar é outto principio necessrio& pratien do planejamento Ete ato apresenta-se camo um process coletivo de “construc de dei pris” (IMO . 56). CO registro das formulagoes decorrentes esse compartthae mento de intengdes e agdes, sab forma de plans € ou proc a2 Dien @ Dacre: aorencende a ploisse cos ssseguta, nto 0 a meméri, come também a possblidade dlesocializa o trabalho realizado, Nese sti, formalizacio presents como mals Un pene rerence oganizagto do trabalba esol A coertncia,outra mara do planejamento, éencendiacomo umareagfodecencordinca que evolve eciprocidade ene os

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