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vero) Alguns deles~ Spolidoro (Velnhas) «Souza (Ns) -, produziram também em 16 mm, bitola em que Rodrigo Portella, ‘Marcio Schoenardie e Daniel Merelfize- ram Contnuidede, CINEMAMARGINAL © Cinema Marginal no possti den- trodo panorama do cinema brasileiro, uma coesio interna an estilo do Cinema Novo nfo se reconhece como grupo nem sobre- vive ao inicio dos anos 70 Para dfini-o, podemos ditnguir eet congruéncia em terms de esl, ao qual se sobrepSe aum espiito de época, dando origemaum con junto bem mareado de filmes. O Cinema Marginal no teria geragdodo Cine- ma Novo, ea esttica de seus filmes, seu modo de produzir, suas expectativas de divulgagio da obra, vio se confrontarcom algumas da ambighes da geraio mais ve- Jha. Nesta caracterizagio, dois elementos estrtuais, asentes das obras-chave do Cinema Novo dos nos 60, passam a ocu- par espago central: a ideologia da con- tracaltra (que emerge no final da década, Jimportada dos Estados Unidos, pode ser sintetizada no horizonte ideoldgico de “sexo, droga rock&rol”)eaaertura para um dislogo Hidico e intertextual com 0 classicism narrativo ¢ filme de género hollywoodiano. As eitagdes de 0 Bando ‘au Vomnoha Rogério Sganzerat, 1968) cu Bong bang Andrea Tonacci, 1970) tm poucoa ver com areferéncia imagetica a0 faroeste, presente, por exemplo, em Deuse ‘0 diabo ne tra do sl A interextualidade ica, que caracteriza orecorte da moder- nidade em alguns dos cinemas novos dos anos 60¢ 70 c, em particular, na nouvelle gue francesa), vai, no caso brasileito, dei- tar suas raizes nesta geragio que comega a ‘mar seus primeiros longas-metragens em 1968-1969. Ecom esse espito que 0 C- nema Marginal ir abrir 0 bragos para a valorizagio e cit das chanchadas* como género orizonte com o gual apri- mera produgio einemnovista nunca con seguiu dialogar. E€ dento desse recote infeextalafimativo com o universo da Sociedade de consumo e da comunicagdo de massa que O Bando da Luz Verehans fomece a dimensio de sua originalidade como flme-faol do Cinema Marginal. Se’ dificil identifcar uma unidade no grupo marginal, podemos apontar, entre seus partcipanes, alguns nieleos com uma produgdo mais coesa eum relaciona- mento mais proximo. Hé o que se pode cchamar de “marginal cfajeste, rupo de cineastas que tem como proposta filmar ‘emesilo il ebarato de producdo,atin- indo dietamente © mercado exibidor atra- vés do filo erético, Na proximidade com o filme de consumo ha, no entanto, sem- pre uma ponta, mesmo que pequena, de lum retorno reflexivo, autoconsciente ito nico, sobre os procedimentos estilisticos cenatrativos utilizados. Esse modo de pro- ug, descobert pelos marginas, decerta forma abre as portss para a posterior filmografia erética da Boca do Lixo* paulista a chamada pomochanchada*. No nicleo do marginal cafjeste encontram- se Carlos Reichenbach, Antonio Lima, Joti Callegaro, Jairo Ferreira, Carlos Alberto Ebert ¢ os longas-metragens em episédios As ibertinas 1969), de Reichen- bach, Limae Callegaro;e Audéca fra dos dese (1970), de Reichenbach e AntGnio ‘Lima; além de Repdbica de traigéo (1970), de Eber; € 0 pomdgrato (1970), de Joko Callegaro. Citculando préximo aeste gra- po, podemos mencionar Rogério Sgar 7erlae,principalmente, seu segundo longa, ‘Amulher de odos(1969),embora O Bandiao da Luz Vermolha (1968) também possa ser incluido. O marginal cafgjeste aproveita a ‘via intertextual Iidica do Cinema Margi- nal para manter um diélogo préximo com (5 aspectos mais despreziveis da socie~ dade de consumo. A produgdo cultural voltada exclusivamente para o consumo répido e descartivel é valorizada em si ‘mesma € incorporada 4 obra como cit ‘glo. No marginal eafajeste encontra-se cespago para a apreciagdo estética do que na década de 90 se convencionou chamar de trash. O cafajestesintetiza o elemento trash aser deglatido, louvado, ironizado, [Em muitos desses filmes os dilemas, as _zragas, as agGes do personagem cafajeste so abordados com particular carinho, sendo A mulherde todas melhor exemplo deste procedimento. A valorizagto da ‘obra de José Mojica Marins*, assim ‘como dislogo como cinema pomnogrifi- 0, 0 filme Be a produgio precaria hhollywoodiana, podem serinclufdos den- tro deste procedimento estético. As pro- ddugGes pobres de géneros como 0 horror ‘ua ficgdo cientfica encontram particu- lar acolhida no gostoestético do marginal cafajeste. A defesa do “ruim”, do “des- prezivel”, do “lixo” surge em diversos ma- nifestos da época. A novidade desse procedimento se concretiza como espago eoém-conguistado para o jogo lidico da intertextualidade, didlogo com aquilo que {i8foj cinema ou produgdo cultural de mas- sa. Se 0 horizonte do tropicalismo no est distante em alguns outros autores 'marginais, no parece poder ser lembrado gui com muita énfase. Préximo a esse ‘CINEMA MARGINAL grupo paulista, mas dentro de um recor ‘iferenciado ~ mas distante do esquema de produgio que aproveita 0 veioextico ~ encontra-se Andrea Tonacci, com seu Bang: bang. Filme em que 0 niverso do classicismo €reelaborado e citado recor- rentemente através de procedimentos naativs de fragmertago, Bang bangapre- senta um desenraizamento com relagio a0 horizonte idol 6gico cinemanovista, pi- odo marginal eafjste Alm do ddlogo coma camada esilisica do género,Bong- ‘bang possui odilaceramento existenciale a representago do disforme, do anima- Jesco edo abjeto tipcos dos filmes mar- sinas. nda como referénciaaesse grupo deve cr mencionada A argom, de 1967, filme poncio de Ozualdo Candcts*,ge- ralmentecitado como precursor do mov ‘mento marginal. Embora tenhaservido de referéncia para grupo, sua insrgdo den- tro da produgio do grupo paulsta deve ser vista como diagonal. Apesar da repre- sentagio do lixo e dos marginaizados, de seu modo gil de produgio que chama a tengo da geraggo mas jovem, no en- contramos no universoaltanero esubli- me de A marge, qualquer procedimento {tertextual de citag0 ou delutgao rash da produgo cultural de massa ‘Ainda em Sao Paulo outros cineastas paniciparam do infeio da Boca do Lixo, sem anticulagodireta,emborapréximos, com o grupo cafaeste: Joio Batista de Andtade', com Gamal, 0 dio do sex0; Jota Silvério Trevisan®, com Orgaou O somem que dv ei; e Maurice Capovilat (Gade uma outa geraczo), com O prea da fome, Sio filmes préximos ao momento alegérico-exasperado de cineasta ident- ficados como Cinema Nov (como Bras, ano 2000, de Walter Lima Jr; Pindorama, de Amaldo Sabor; Os deuses os mois, de Ruy Guerra’; Fame de amor, de Nelson Pereira dos Santos, em rela a0 qual 4s veres buseam se distancia. A influgn- cia do horizonte tropicalstaneses cine- aslas também se encontra presente de modo mais evidente. Andrade e Trevisan ‘mani um mtido tago comum 20 con- junto das obras margingis, qual ea, ore- lacionamento com o espectador a partir deestruturas de agressio baseadas na frag- ‘mentagdonarrativae na epresentagio do horror eda abjegdo. Tanto Gamal quanto Orgiasto longascarregados de berros, nos aquais diluigdo narrativa se sobrepie 0 dilaceramento corporal eespiitual, sin- toma deuma épocanaqual se viam fechar shorizontes da crsgoartistica. Em seu nome trazem otributo ao esquema de pro- dugdo “cafaeste” "orga" e “deli do 141 CINEMA MARGINAL, sexo"), embora no proprio filme nfo te- ‘nham aberto nenhuma brecha nessa dire- ‘io. No filme de Trevisan as refertncias Zzombeteiras ao primeiro Cinema Novo sto explicitas, indo ao encontro da guer- ratravada na imprensa entre os dois gru- pos. Outro cineasta que apresenta uma obra prdxima dos marginais, embora nao pertenga a turma, é José Agripino de Paula*, com seu Hitler, Terceito Mundo, de 1968. Rogério Sganzeriasintetizaem OBan- dd da Luz Vernaiaa presenga datemitica cafajeste € 0 didlogo critico com o refe- rencial eas origens cinemanovistas,pre- sentes de modo mais problemético no spo marginal do Rio de Janeiro, Pessoal- ‘mente Sganzerla circula bem entre os dois -srupos, fixando-se no Rio de Janeiro, em tum segundo momento, onde filmaem pro- ximidade com Jo Bressane*. Sganzerla faza ponte entre 0s dois pélos marginais ediiuma dimensio mais amplaaum gru- po bastante fragmentado. O primeiro fil- ime de Bressane, principal expoente do srupo carioca, Gara a cara (1967), é bas- ‘ante marcado pela referéneia cinema- novista. Em 1969 filma seguidamente O anjonasceve Matova amie foiao cinema, femque essa influencia desaparece, emer- gindo a temética e a rarefoga0 narrativa tipicados filmes marginais.Diferentemen- te do grupo paulista, oreferencial do mer- cado exibidor esta ausente do. marginal catioca, como também a possibilidade de exploré-l através do veio da ireveréncia c&mico-erética, Esses filmes de Bressane so, narealidade,brincadciras e diluig0 ¢ fragmentagdo, da forma da disposiga0 cléssica da agf0, no universoficcional Mortes em familia e nascimento de um anjofbandido sos temas que servem para estes exereicios de reiteragao e rarefaga0 narrativa. Sendo a morte ¢ 0 nascimento agges tipicas da tradigio narativa clssi- a, a contraposigdo que emerge da dilui- Go éeviente. Além dessa estratégias de fragmentagao narrativa ~ uma das carac- teristicas estruturais do Cinema Margi nal ~, hd nos dois filmes 0 vazio ¢ dilaceramento existencialtpicos da pro- dugdo marginal. Panos fxos nos mostram Jongamente cenas de sangue, torturas, berros prolongados, mores. Neste pri- meiros filmes de Bressane 0 espectador ainda consegue respirar quando uma ‘modinha antiga interfere, marcando um instant lirco, Nao 6 exagero afirmar que Bressane representa a linha de continui- dade (€ por isto pide ser de ruptura) no cinema brasileiro a pats de Vertenteaberta pelo Cinema Novo. 142 No infeio de 1970, Jo Bressane & Rogério Sgancerlactiam a BELAIR, onde, fem apenas tnés meses, realizam seis lon gas-metragens ainda um filme em Super- 8: Bardo Olav, ohorrvel, Cudaco madame © A familia do baru, de Jalio Bressane Betty Bomba, aexibicionsta (mais tarde Car- ‘avalna lama), Copacabana, mon amcure Sem essa aranha, de Rogério Sganzerla; eo lon- gaem Super-8 A miss ¢ 0 dnassauro, cria- gto coletiva, Podemos destacar na produgio BELAIR,além dos diretores, He- lena Ignez* (que atua em todas os sete filmes da BELAIR); Guaré* (que também trabalhaem todos os filmes, 2s Vezes como ator, as vezes como téenico); Maria Gladys* (rabalha em Cuidado, madame: ‘Semessa arenhac Familia do bansho); Rena- (o Laclete, Edson Santos e José Antonio ‘Ventura, que fotografaum; Mair Tavares*, ‘na montagem:; Elyseu Visconti atuando ¢ também no trabalho téenico. O espirito de vidae producio cinematograficaemco- ‘munidade, predomina nessas obras. Si0 filmes marcados pela liberdade de cria- ‘fo, em que a incidéncia do cotidiano na ‘obra dos criadores & nitida. Ni se tat ‘no entanto, de filmes com viés documen- trio. A espessura do universoficcional & sempre densa, embora fragmentada, com personagensetramas itnicas ¢ debochs das, O clima de desespero e agonia exis- tencial predomina. Por qualquer motivo Jongos berros sio representados. A atra- ‘lo pela imagem do abjeto (babas, san- Bue, vOmito, lixo © outros tipos de substancias asquerosas) é recorrente. Es- ses procedimentos delineam um tipo de relagdo de agressio com oespectador, sus- ‘entada através de urna mistura de Brecht, Artaud e pitadas da estética da fome slauberiana, Trata-se aqui de impedir & boa consciéncia burguesa afruigd0 does peticulo. Narealidade, esses filmes mos- tram uma juventude que responde, & sua rmaneira, aos borrores e temores de uma €poca diffi eautortiia. A liberagio dos ‘costumes ¢ tradigdes, pregada pela ideo- Jogia contracultural (Sexo livre, drogas, vida em comunidades marginais,nio-tra- balho), constréi um universo alternativo no qual os dilemas da primeira geragio ‘cinemanovista sobre o popular ¢ 0 nacio- ‘nal pouco significa. Nesse momento his- {rico de choques extremos, os filmes da BELAIR afirmam um espago onde o berro prolongado é uma figura recorrente, s multaneamente vinculado & liberagio das amarras ¢ 2 ameaga aterrorizante contra esse movimento afirmativo. Os persona ‘gens etram sem objetivos, tanto no nivel 4a trama como em um nivel mais amplo, se pensarmos em qualquer tentaiva de representagdo de agentes sociais no estilo ccinemanovista. As brincadeiras vazias © ‘uma cert bobice irtitantee reterativa dos pprotagonistas, marca o om da relaglo de agressividade com o espectador. Pela BELAIR passam outros diretores com filmes inteiramente marcados pelo cli- ma marginal, como Elyseu Visconti, Neville d’ Almeida‘, Sylvio Lanna, Ser- gio Bemnardes, o jovem Ivan Cardoso*, ou figuras recorrentes dos filmes e do gru- po marginal, como Guard, Helena Ignez, Maria Gladys, Paulo Villaga®, Renato Laclette e outros. Neville d’ Almeida ¢ Elyseu Visconti possuem uma produgio de longas nesse perfodo caracterizada pelo cesquema de realizagio comunitériae pela fogao desesperada. Ap6s Jarcim de guerra (1968), em que 0 dislogo com o Cinema Novo é mais pr6ximo, Neville realiza PF ranhas do astato (1970), obra inteiramente ‘marcada pela agonia marginal. Em Mangue- ‘bangue (1970), oclima marginal “comuni- ace & cuticio”predomina:Iongosplanos ‘mostram 0s atores fumando um baseado e rindo muito e a intriga desenrola-se a partir desta vivencia comum. Elyseu Visconti, em Os manstos do Babaloa (1970) ¢ Olobisomem, 0 terror da meia-nale, apro- funda o viés “eurtigo" do Cinema Mar- ‘ginal, dentro de um didlogo com a ‘chanchada eo filme de teror. A exaspera- ‘elo existencial,na forma da expresso de ‘uma agonia extrema, indizive, est, noen- tanto, sempre presente. Este timo trago ‘surge como componente central de Jardim das espumas, filme de Luiz Rosemberg, Filho*. Embora ni faga parte do grupo que circulou em torno da BELAIR, Rosemberg pode ser aproximado do gru- ‘po marginal pelo universo ficeionaldila- cerado e fragmentado. A proposta da representagio do abjeto como forma de chocar e assim acordar 0 espectador de suaalienagio, também um ponto comum coma geraco marginal Outros cineastas mineiros ¢ baianos ‘ilmaram em sintonia e muitas vezes em contato com os marginais paulistasecari- cas. De Minas, Sylvio Lanna realiza A segrada famila(1970),simultaneamente 2 Bang-bang, de Andrea Tonacci, commem- bros da equipe técnica em comum. Tendo também circulando em toro do grupo marginal carioca, Sylvio Lanna, em A S2- grada familia retoma, com um tom ico- roclasta, o questionamento de valores caros A unidade familiar, ema recorrente do universo do cinema marginal. Préximo a Sylvio encontramos José Sette de Bar- ros, que, tendo acompanhadoas filmagens de A sagrada femiiac realizado alguns cur- tase médias na época,brinds-nos, om me ados dos anos 80, com o marginal temporso Um file 100% basi. Geral- do Veloso, que faz a montagem de A sagra- da familia, publica na época, em jorais rineiros, artigos bem articulados sobre o stupo marginale dirge Pedidos emacs, ‘onde urn bem-sueedido profissionalaban- dona tudo para descobrir a eurtgio de viver Seguindo atradigdo de Cataguases, no cinema brasileiro, Paulo Bastos “Marin drige O anuncador, 0 homem das tomentas (1970), filme em que se respira o tipico clima de exasperagio¢ exaltagio caractetstcns da poe, Ainda no resealdo do intenso ritmo de aividadese debates cinematogréficas que marcou o universo cultural baiano no final dos anos 50 ¢ na primeira metade da década de 60, André Luiz de Oliveira realiza, em 1969, ‘Meteorango Kid, o herdi intergalatico. Filme plenamenteinserido no universo margic ‘ual, sea pelo dilogo com oreferencial da cultura de massas na forma dos quai- ‘os ed filme de género, sejapelaideo- logia contraculturl, Também na Bahia, Alvaro Guimartes fia, em 1970, Cave? ‘a, my tend, filme de narrative fragmentae da, com msica dos Novos Baianos. Emabril de 1970, Bressane e Sganzerla sto infrmalmenteitimados pelos mili- tares a deixar pats encerando a curiae rodutivaexperincia da BELAIR. Noexi- Tioem Londres, continuam com ums pro- ddugdo que, em vitios aspectos,remete-se 4205 filmes feitos antes no Brasil O grupo {ue cireulouem tomo da BELA, em um ‘momento ou out, cabatambém por pas- sar pelo exilio inglés. Sao desse periodo (1971-1972) longas-metragens como Armor louco(1971), Meméris de um estrangulador de loiras (1971), Lagrima pantera (1971, fil- mado em Nova York) e A fad do Oriente (1972), de Jo Bressane; Fora do bara, de Rogério ganze; Mango banguee Night cals, de Neville d'Almeida; Way Out € Forofna, de Sylvio Lanna. Em fangdo do exquema de produgi familiar 2s vezes € Atti disingui quai desses filmes to- ‘marama forma final para exibigdo ou per- ‘maneceram meros rascunhos. Alguns, como Nght cats, parecem ter sido per dos. A produgdo do grupo marginal catio- ceano exo marca o fim do perodo mais intenso de realizagfo. A partir do retomo s0Brasil, que ocore, em gral depois de 1973, aprodusio marginal tende aescas- sear ¢0$ dretores tomam rumos diver- sos. Alguns, como Neville d’Almeida abandonam por completo 0 estilo. Ou tro, como Bressane, Sganzeis,Rechen- bach, Tonacei,Rosemberg, acabam por de- senvolver uma extensa carrera, em que a cexperiéncia vivida entre 1968 e 1973 de- sempenha papel preponderante. Se o Ci- ‘nema Marginal nfo teve aorganicidade ea ratos, artistas plisticos, masicos. Qual- quer assunto era motive de discussio no espaco do cineclube*. Transformou-se posteriormente no Centro de Estudos Ci- nematogrificos - CEC (1951-1998), res- pponstivel pelo surgimento das Revista de Cinema (1954-1964) ¢ Claquete (1960: 1962). A Revista de Cinema iniciou, ara vés de um artigo de Cyro Siqueira*, “Revisto do método ertico”, um debate nacional sobre a questio de um novo posicionamento da critica em face do surgimento de novas cinematografias in- {temacionais. Diversas empresas cinema togrificas foram eriadas nos anos 40 € $50 visando& industrializagZo, LIBERTAS FILME, ORBIS FILME, MINAS FILME, Unitio dos Propagandistas Catslicos (UPC), SION FILMES, ORGANIZAGAOCI NEMATOGRAFICA CINEMINAS. Havia, ainda, o movimento cineclubista cat6l 0, preocupado com a educagio do es- pectadar que editava a Revista de Cultura Cinematogréfica (1957-1963) e que, em 1962, eriow a Escola Superior de Cine- ‘ma, na Universidade Catdlica de Minas Gerais. 143

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