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Prática Policial Básica Caderno Doutrinário 3 Blitz Policial
Prática Policial Básica Caderno Doutrinário 3 Blitz Policial
BLITZ POLICIAL
Missão
Visão
Valores
1
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA – Caderno Doutrinário 3
BLITZ POLICIAL
Belo Horizonte
2010
2
Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
CDU 351.746
CDD 352.935
ADMINISTRAÇÃO:
Centro de Pesquisa e Pós Graduação
Rua Diábase 320 – Prado
Belo Horizonte – MG
CEP: 30410-440
Tel.: (0xx31)2123-9513
Fax: (0xx31) 2123-9512
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIT Auto de Infração de Trânsito
EAL Encarregados da Aplicação da Lei
BO Boletim de Ocorrência
BOS Boletim de Ocorrência Simplificado
BPM Batalhão de Polícia Militar
CG Comando Geral
Cmt Comandante
CEPOLC Central de Operações da Polícia Civil
CICOp Centro Integrado de Comunicações Operacionais
CP Código Penal
CPCia Coordenador de Policiamento da Companhia
CPP Código de Processo Penal
CPU Coordenador de Policiamento da Unidade
CRLV Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo
CTB Código de Trânsito Brasileiro
DEPM Diretriz de Educação de Polícia Militar
DPSSP Diretriz para a Produção de Serviços de Segurança Pública
DIAO Diretriz Auxiliar das Operações
HT Hand Talk (Rádio Transceptor Portátil)
IMPO Instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e equipamentos)
LCP Lei das Contravenções Penais
PAC Patrulha de Atendimento Comunitário
Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos
PBUFAF
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei.
PEPRACO Plano Especial de Prevenção e Repressão de Assalto a Coletivos
PMAmb Polícia Militar Ambiental
PMMG Polícia Militar de Minas Gerais
POP Patrulha de Operações
PPA Patrulha de Prevenção Ativa
ROTAM Rondas Táticas Metropolitanas
SEDS Secretaria de Estado de Defesa Social
TM Tático-Móvel
Vtr Viatura
ZQC Zona Quente de Criminalidade
RPM Região de Polícia Militar
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 7
2 CONCEITO......................................................................................................................................... 10
2.1 Blitz Policial – Categorias ................................................................................................................ 11
2.2 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 1 e 2 ....................................................................... 13
2.3 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 3 ............................................................................. 14
3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 17
3.1 Pessoal e Logística ......................................................................................................................... 18
3.2 Distribuição de Funções .................................................................................................................. 19
3.3 Montagem do Dispositivo (Boxes) .................................................................................................. 21
3.4 Tipos de Pistas ................................................................................................................................ 22
3.5 Padrões de procedimentos ............................................................................................................. 22
3.5.1 Montagem do dispositivo com dois policiais e uma viatura ......................................................... 23
3.5.2 Montagem do dispositivo com três policiais e uma viatura .......................................................... 25
3.5.3 Montagem do dispositivo com cinco policiais e duas viaturas ..................................................... 27
3.6 Comunicações Operacionais .......................................................................................................... 29
3.7 Busca............................................................................................................................................... 31
3.8 Procedimento para utilização do etilômetro .................................................................................... 35
3.9 Evasão............................................................................................................................................. 35
3.10 Emprego de Armas de Fogo ......................................................................................................... 38
4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 42
4.1 Sinalização ...................................................................................................................................... 42
4.2 Verbalização policial durante a Blitz ............................................................................................... 45
4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado ........................................................... 47
4.2.1.1 Abordado cooperativo ............................................................................................................... 48
4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo ....................................................................................... 53
4.3 Procedimentos específicos ............................................................................................................. 55
4.3.1 Abordagem a autoridades ............................................................................................................ 55
4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção .............................................................. 57
4.4 Orientações Gerais ......................................................................................................................... 59
5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ............................................................................................................. 62
5.1 Abordagem a motocicletas .............................................................................................................. 62
5.2 Blitz noturna..................................................................................................................................... 63
Anexo “A” – Modelo de Relatório do Comandante da Operação .................................................. 66
Anexo “B” – Modelo de Relatório da Supervisão da Operação ..................................................... 68
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 70
APRESENTAÇÃO
1 APRESENTAÇÃO
O policial militar representa o Estado, sendo a ele outorgado poder legal para
agir por meio de intervenções voltadas para promoção, prevenção e repressão em
segurança pública. A sociedade que legitima esse poder espera, em contra partida,
ética, legalidade e competência nas ações desses profissionais.
O escopo doutrinário apresentado no álbum Prática Policial Básica objetiva
fornecer respaldo à prática profissional e, por isso, é ponto norteador das ações e
operações desencadeadas pelos policiais. Este Caderno Doutrinário nº 3 – Blitz
Policial é o resultado de uma construção teórica elaborada a partir de laboriosa
pesquisa e estudos do cotidiano operacional.
Embora as operações do tipo Blitz sejam frequentemente realizadas nas
unidades operacionais da Instituição, a falta de uniformidade na sua condução tem
dificultado o alcance de seus objetivos e, por isso, geram desgastes para o policial e
para a imagem da Instituição. Devido ausência de planejamento ou do correto
emprego da técnica e da tática policiais, muitos militares podem colocar em risco a
sua vida e a de outras pessoas.
Durante o período de elaboração deste Caderno, foram colhidas, analisadas e
utilizadas sugestões e contribuições1 enviadas por policiais de todas as Regiões da
Polícia Militar (RPM) do Estado de Minas Gerais. As valiosas manifestações, além
de reconhecerem a importância do assunto em pauta e demonstrarem o anseio dos
policiais por uma doutrina padronizadora de ações, permitiram estruturar e elaborar
um trabalho que contempla as necessidades e as realidades dos grandes centros e
dos destacamentos das pequenas cidades, cujas disponibilidades de policiais e de
recursos diferem substancialmente.
O Caderno Doutrinário nº 3 - Blitz Policial traz orientações para o
planejamento, distribuição de policiais, viaturas e equipamentos nas vias públicas
em operações desta natureza. Sua leitura deve ser, obrigatoriamente, precedida dos
Cadernos Doutrinários nº 1 e 2 e seu conteúdo seguido na íntegra a fim de evitar
prejuízos de interpretação e de aplicabilidade de seus preceitos.
A seção 2 introduz o tema por meio da conceituação de Blitz Policial e
distingue seus diferentes níveis, em função dos objetivos, e categorias, com base
1
Sugestões enviadas através da rede interna de informações da PMMG denominada Intranet.
na estrutura logística e aparato policial necessários para cada situação, bem como
os respectivos procedimentos operacionais.
Na seção 3, são apresentadas as variáveis que devem ser consideradas na
fase de planejamento de uma Blitz policial além de orientações e procedimentos
importantes que devem ser observados em sua execução, a saber: descrição das
funções e responsabilidades de cada integrante envolvido na operação;
orientações para a montagem do dispositivo em função de suas diferentes
categorias; embasamento legal para realizar a busca veicular; recomendações para
atuar em caso de evasão da Blitz pelo condutor e a forma correta de empregar a
arma de fogo.
A seção 4 aborda o tema verbalização policial aplicada às operações dessa
natureza, enfatizando a importância do processo da comunicação para o alcance
dos objetivos pretendidos. Considerações teóricas são complementadas por
sugestões de diálogos diante dos diversos tipos de comportamento do abordado e
em situações específicas de abordagem a autoridades.
Os conteúdos tratados nas seções anteriores são retomados na seção 5
considerando algumas situações peculiares que podem ocorrer no decorrer de
operações policiais do tipo Blitz, tais como abordagem a motocicleta (tipo de
intervenção que vem ganhando cada vez mais destaque no cotidiano operacional) e
Blitz noturna.
E, por fim, há que se ressaltar que vários assuntos tratados aqui serão
complementados e aprofundados nos demais Cadernos Doutrinários que compõem
esse álbum Prática Policial Básica, principalmente nos Cadernos Doutrinários nº 4
e nº 5 que tratam, respectivamente, de Abordagem a veículos e Cerco e Bloqueio.
SEÇÃO 2
CONCEITOS
2 CONCEITO
2
Operação policial: é a conjugação de ações, executada por fração de tropa constituída, que exige
planejamento específico. Pode ter caráter estratégico, tático ou operacional, combinadas com outras
forças policiais ou militares, para o cumprimento de missões específicas com a participação eventual
de outros órgãos de apoio da Corporação e de órgãos integrantes do sistema de Defesa Social.
(MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em segurança pública nº 1 – Emprego da Policia
Militar de Minas Gerais na segurança pública).
3
Os três níveis de blitz correspondem aos três níveis de intervenção policial, descritos na seção 5 do
Caderno Doutrinário 1.
c) nível 3 - repressivo: visa restaurar o quadro de tranquilidade pública, após
a constatação de prática de atos contrários à segurança.
4
Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira e Identidade Organizacional da PMMG.
5
O policiamento ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem pública, tomada no seu
sentido mais amplo. A natural, e às vezes imposta, tendência à especialização, não constitui óbice à
preparação do PM ser capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Aos PM
especialmente preparados para determinado tipo de policiamento, caberá a adoção de medidas,
ainda que as preliminares, em qualquer ocorrência policial-militar. O cometimento de tarefas policiais-
militares específicas não desobriga o PM do atendimento de outras ocorrências, que presencie ou
para as quais seja chamado ou determinado. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em
segurança pública nº 1 – Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública).
Tabela 1 – Previsão de efetivo, viaturas e armamento/equipamento na Blitz Policial
EFETIVO VIATURAS Armamento/
CATEGORIA
POLICIAIS 4 RODAS Equipamento
Convencional e para
1 2 ou 3 1
balizamento da pista
Convencional e para
2 4 ou mais 2 ou mais
balizamento da pista
Reforçado e para bloqueio
3 Mínimo 3 1*
da pista
*Serão acrescido de motocicletas, veículos blindados, apoio aéreo e outros reforços, conforme
necessidade e complexidade da ocorrência.
Exemplo 1: Pode ser realizada uma operação que exige uma estrutura
correspondente a categoria 2, envolvendo todo o efetivo de um pelotão, com uma ou
duas viaturas em apoio, realizando uma operação do tipo Blitz de caráter educativo
(nível 1), por ocasião da semana do meio ambiente.
Exemplo 2: Por outro lado, pode ser realizada uma operação do tipo Blitz,
com estrutura correspondente a categoria 1, quando dois ou três policiais de um
destacamento no interior do Estado fazem a interrupção de uma rodovia, utilizando
uma viatura PM, com o objetivo de capturar fugitivos de uma cadeia pública de um
município vizinho (nível 3).
6
Zona Quente de Criminalidade: local onde, estatisticamente, ocorre concentração
de crimes violentos.
Caso o comandante da operação decida pela alteração do local e do
horário, solicitará autorização ao coordenador do policiamento, dará ciência à Sala
de Operações da Unidade e fará constar no relatório quais os fatores que
contribuíram para a tomada de tal decisão, remetendo-o à Seção de Operações para
planejamentos posteriores. Deverão ser consideradas as etapas da avaliação de
riscos e priorizar o quesito “segurança” dos policiais e do público. (Ver Caderno
Doutrinário 1)
Em caso de condições climáticas adversas, a operação será adiada ou
cancelada, pois nessa situação, o quesito segurança poderá ser comprometido, pela
dificuldade de visibilidade, pela frenagem e pela possibilidade da ocorrência de
acidentes de trânsito. Nesses casos, é recomendável que o efetivo da operação
permaneça em patrulhamento nas imediações do local e cumpra parcialmente os
objetivos estabelecidos.
O PM Comandante evitará a longa permanência em um mesmo local. O
tempo previsto para a execução da Blitz policial poderá ser de 30 (trinta) a 60
(sessenta) minutos, período considerado suficiente para alcançar o objetivo sem
comprometer a qualidade das operações policiais. Esse tempo poderá ser definido
de forma diversa mediante determinação do setor de planejamento do Comando da
Região ou da Unidade respectiva. Conforme a avaliação feita pelo PM Comandante
da operação no local, esse tempo poderá ser redefinido desde anunciado ao CICOp
ou correspondente.
Durante o Treinamento Tático7, serão transmitidas todas as informações e
orientações aos policiais envolvidos, de acordo com os objetivos e as características
de cada operação.
7
Treinamento realizado em chamadas de lançamento de turno conforme Diretrizes da Educação de
Polícia Militar (DEPM)
c) Armamentos e equipamentos:
armas de porte para todos os policiais;
arma portátil com bandoleira para o PM Segurança, quando
disponível;
rádios portáteis – HT, quando disponível;
coletes balísticos para os policiais;
coletes refletivos ou japona dupla-face com faixas refletivas;
instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e
equipamentos), quando disponíveis.
d) Acessórios:
cones de sinalização (mínimo de oito cones);
cavalete de sinalização, quando disponível;
apitos de trânsito;
pranchetas, caneta e papel para anotações;
planilha para registro da relação de veículos e das pessoas
abordadas;
bloco de Auto de Infração de Trânsito (AIT), quando disponível;
lanternas (mesmo durante o dia) para vistoria no veículo, se for o
caso;
fita zebrada;
luz sinalizadora;
kit de biossegurança.
As vias públicas, rurais ou urbanas, possuem pistas que são sujeitas às blitz
policiais.
Via é uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.
Vias rurais são estradas e rodovias.
Vias urbanas são ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à
circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por
possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.
A pista compreende parte da via, normalmente utilizada para a circulação de
veículo, identificada por elementos separadores por diferença de nível em relação às
calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
O local escolhido para realização de Blitz policial deve permitir a montagem
da operação sem prejuízo substancial ao fluxo do trânsito, com atenção à segurança
dos militares e à de terceiros, conforme avaliação de riscos.
As pistas podem ser classificadas como:
a) Pista simples ou única (com duplo sentido de circulação): possui faixa
de rolamento com dimensões que permitem a passagem de veículo em cada
sentido de tráfego.
b) Pista dupla: permitem a passagem simultânea de mais de um veículo, em
cada sentido de tráfego, caracterizada pela presença de canteiro central.
Figura 1 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Simples de Mão Dupla.
Figura 2 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Dupla.
8
Conforme artigos 5º e 9º da Declaração Universal dos Direitos Humanos; artigos 4º, 5º e 7º da
CADH; artigos 9º e 10 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos – PIDCP. Devem ser
observadas, ainda, as prescrições relativas à detenção e guarda de pessoas e uso da força que são
descritas no Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei – CCEAL;
Atenção: a disciplina nas comunicações da rede-rádio é
responsabilidade compartilhada de todos os policiais de
serviço. Trata-se de requisito indispensável para garantir a
qualidade da informação transmitida e a legalidade das ações
realizadas.
3.7 Busca
9
Artigo 244 do Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
10
Artigo 181 do Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 (Código de Processo Penal Militar).
plausíveis para justificar uma busca. A decisão é tomada por meio do
desenvolvimento de competências, do tirocínio, da experiência, do discernimento
adquiridos pelo policial durante a sua carreira.
Procure ser discreto, oriente o cidadão, explique o que está fazendo, seja
compreensivo e procure contornar os eventuais conflitos, sem descuidar-se de sua
segurança e dos seus companheiros.
Com a finalidade de manter a postura mais técnica quanto ao emprego de
armas e evitar a exposição desnecessária durante a operação, apenas o PM
Segurança deverá empunhar o armamento portátil, ou de porte, de forma ostensiva.
Ressalva-se que todo policial deve ter atenção especial ao princípio da segurança e
manter-se focado nos pontos de risco.
Após decidir pela realização da busca nos ocupantes no veículo, evite
posicioná-los na pista de rolamento. Realize a busca de forma a evitar
constrangimentos e esteja atento às determinações do Caderno Doutrinário 2.
A busca veicular consiste na verificação interna e externa do veículo
abordado, por meio de revistas nos compartimentos suscetíveis a serem utilizados
como esconder objetos ilícitos. A busca estende-se a veículos automotores e a
quaisquer outros objetos que estejam com a pessoa, salvo se constituírem domicílio.
Veículos não são domicílios, por isso devem ser alvo de revistas toda vez que
houver fundada suspeita.
A revista no veículo deverá ocorrer somente após o desembarque e a busca
pessoal de todos os ocupantes do veículo. É Iniciada pelo porta-malas, prossegue
pela parte interna e finaliza-se na região do motor (se for o caso).
Esteja atento para as seguintes orientações e procedimentos a serem
adotados nas buscas veiculares:
d) para realizar a vistoria externa, inicie pela porta dianteira direita e, após,
a lateral traseira direita, traseira, lateral traseira esquerda, porta dianteira
esquerda, capô. Esteja atento para verificar:
se existem avarias que indiquem a ocorrência de acidente de
trânsito recente;
outras peculiaridades externas como o lacre rompido da
placa, contornos irregulares das perfurações da placa,
perfurações na lataria por disparos de arma de fogo, entre
outros;
3.9 Evasão
11
Texto adaptado da Resolução do CONTRAN nº 206, de 20 de Outubro de 2006,
a) Quem evitou a Blitz
Especial atenção deve ser dada quanto à direção dos disparos realizados
contra o agressor, com o intuito de defender-se, bem como quanto às características
técnicas do armamento e da munição (calibre, potência e alcance) que é utilizado
pelo PM.
O PM Segurança da Blitz, caso seja necessário, poderá estar equipado com
uma arma portátil, dotada de bandoleira. Terá como benefício da utilização desse
armamento, o seu aspecto de impacto psicológico, inibindo uma possível reação. A
escolha desse armamento deve ser baseada nas suas características técnicas de
emprego, alcance útil e calibre da munição, obedecendo às restrições de disparos
principalmente no ambiente urbano.
SEÇÃO 4
PROCESSO DE
COMUNICAÇÃO
4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
4.1 Sinalização
a) Sinais sonoros
b) Sinais gestuais
Os gestos feitos pelos agentes de trânsito correspondem a
movimentos convencionais de braço, para orientar e indicar o direito de
passagem dos veículos.
A sinalização feita pelos agentes prevalece sobre as regras de
circulação e sobre as normas definidas por outros sinais de trânsito, conforme
quadro 2.
Quadro 2: Sinais gestuais previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Sinal Significado
Em circunstâncias especiais:
CRIANÇAS: onde haja crianças no interior do veículo, o policial,
sem descuidar da segurança, deve verbalizar de forma a evitar que
os pais sejam constrangidos perante os filhos. Evitar exposição
ostensiva desnecessária de armas de fogo. Além disso, deve
observar a capacidade de entendimento e interpretação das
recomendações e a própria ação policial em função das
características emocionais e psicológicas típicas de cada faixa etária
(criança e adolescente)12.
IDOSOS: na presença ou na abordagem a pessoas idosas, o
policial deve observar as possíveis dificuldades de compreensão,
12
Conforme Estatuto da Criança e do Adolescente.
locomoção, auditivas, visuais, entre outras, tratando-os com
consideração e respeito13.
GRUPOS VULNERÁVEIS: diante de pessoas integrantes de
grupos vulneráveis e minorias, o policial deve considerar as
características individuais no processo de verbalização, evitando
situações que provoquem discriminações e abusos, visando à
proteção e prevenção à violação de direitos. (Ver Caderno
Doutrinário 2).
cooperativo;
resistente passivo;
resistente ativo.
É importante observar que o abordado pode iniciar sua atitude com diferentes
tipos de comportamento e, a partir de determinado momento ou evento, poderá
variar da forma resistente, para a cooperativa (ou o inverso), exigindo do policial
uma readaptação da sua linguagem, imediatamente. (Ver Caderno Doutrinário 1)
Para otimizar a segurança e potencializar as ações, os policiais deverão
manter contato gestual entre si, sempre quando pertinente. Durante a realização de
uma busca, por exemplo, se for preciso um policial passar na frente da mira da arma
de quem executa a segurança ou cobertura, será necessário gesticular, a fim de
indicar a sua intenção. Somente após verificar a correta compreensão da mensagem
é que o policial se deslocará e o outro direcionará sua arma para uma posição
segura.
13
Conforme Estatuto do Idoso
4.2.1.1 Abordado cooperativo
Apenas os documentos devem ser aceitos pelo policial, ou seja, caso estejam
dentro de carteiras, bolsas ou outros porta documentos que possam conter dinheiro
ou objetos desnecessários, deve ser determinado ao condutor que lhe entregue
somente o que foi solicitado.
Após a entrega dos documentos, certifique-se de que o motorista recolocou
as mãos sobre o volante. Caso não o tenha feito, oriente-o novamente. Em seguida,
confira os documentos e solicite informações ao CICOp ou correspondente sobre
prontuário e queixa-furto. Para isso, alerte o abordado sobre seu procedimento,
dizendo:
- Aguarde! Vou conferir os dados.
14
Conforme artigo 7º do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da
Lei – CCEAL e o previsto no artigo 308 do Código Penal Militar (Crime de Corrupção).
- Senhor, (Embaixador, Juiz, Promotor, Deputado, General,
Delegado, etc.) eu sou o (posto ou graduação, seguido de
nome) estamos realizando uma operação preventiva para a
sua segurança..
- Necessito que o senhor apresente sua carteira funcional.
- É para o cafezinho!
ou
- Dá para resolver de outra forma esta situação!
ou
- Como podemos administrar esse problema!
ou
- Como forma de agradecer pelo seu serviço!
ou
- O senhor merece!
ou
- Pela sua educação!
ou
- Este dinheiro estava aí dentro para o senhor!
ou
- Eu nem lembrava desse dinheiro, pode ficar com ele!
ou
- É só um agrado seu guarda!
15
Conforme artigo 333 do Código Penal Brasileiro.
d) pessoas sob efeito de álcool ou drogas poderão ficar confusas e ter
dificuldades de entender suas colocações. Fique atento às reações do
abordado e com a segurança dele, da sua equipe e das pessoas próximas da
ocorrência;
e) a sua segurança e da sua equipe é fundamental. Assim, esteja atento às
diversas peculiaridades do ambiente no qual se desenrola a operação policial
e proceda sempre à avaliação de riscos. (Ver Caderno Doutrinário nº 1);
f) se o abordado demorar a responder ou a acatar as determinações, mas não
manifestar resistência ativa, você deverá insistir na recomendação dada, e
repetir a ordem ou a pergunta por três ou mais vezes. A repetição firme das
ordens é uma técnica que demonstra a determinação do policial e poderá
superar a resistência inicial com profissionalismo;
(Rua/Av.):___________________________________________Número:______________________
4 Efetivo:
5 Viaturas
9 EXECUÇÃO OPERACIONAL
11 OBSERVAÇÕES E SUGESTÕES
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
ASSINATURA COMANDANTE DA OPERAÇÃO.
Anexo “B” – Modelo de Relatório da Supervisão da Operação
1. MONTAGEM DO DISPOSITIVO
1.1 Escolha do local de instalação da Blitz na via (curvas, aclives, declives, influência no tráfego).
1.4 Segurança dos policiais no local Operação (previsão de abrigos / atenção à tentativa de atropelamento).
2. ABORDAGEM POLICIAL
2.1 Posicionamento correto dos policiais no dispositivo, para proceder a abordagem.
2.3 Verbalização do policial durante toda a abordagem (firme, educado, cortês, conciso e objetivo).
2.4 Verificação dos documentos e realização de busca pessoal e veicular (se for o caso).
2.5 Integração comunitária com a comunidade próxima do local (cordialidade e simpatia do policial)
2.7 Postura e compostura dos policiais (apresentação pessoal, fardamento padrão, higiene).
3. EXECUÇÃO OPERACIONAL
3.1 Atuação específica do Selecionador (sinais de apito, gestos, seleção dos veículos).
3.2 Atuação específica do Balizador (correto posicionamento do veículo nos boxes de abordagem).
3.3 Atuação específica do Vistoriador (Quanto à abordagem, verbalização, busca pessoal e vistoria no
veículo)
3.4 Atuação específica do Segurança (Posicionamento, Atenção, Rede-Rádio, Armamento adequado).
3.5 Atuação específica do Comandante (Coordenação e controle de todas as atividades)
3.6 Motivação dos policiais para a operação (Interesse, conhecimento, desenvoltura, disposição)
3.7 EPI previstos aos policiais (coletes balísticos e refletivos, armamento, lanternas, apito, prancheta).
3.8 Quantidade de veículos abordados X Período de Operação.
3.9 Quantidade de veículos abordados X Quantidade de veículos vistoriados (busca veicular e pessoal)
4. DADOS DO SUPERVISOR
ASSINATURA SUPERVISOR
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 9.503, 23 set. 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário
Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, 1997.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando Geral. Diretriz Auxiliar das Operações
(DIAO)
_____________. Polícia Militar. Manual de Prática Policial n º. 1: Abordagem, Busca
e Identificação. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984.
ROVER, Cees de. Princípios básicos sobre o uso da força e armas de fogo. In:
ROVER, Cees de. Para servir e proteger. Direitos Humanos e Direito Internacional
Humanitário para Forças Policiais e de Segurança: Manual para Instrutores. 4 ed.
Belo Horizonte: Polícia Militar de Minas Gerais, 2009.