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A LIBERAÇÃO EMOCIONAL COMO INSTRUMENTO À AUTO-

REALIZAÇÃO – Um estudo de caso

Mathias Pereira de Godoy1

Resumo: Este artigo pretende demonstrar como a liberação das emoções pode ser um
instrumento para a criação de um ambiente interno propício à auto-realização. Através
deste, se verificou em um estudo de caso, como os estímulos bioquímicos das práticas
naturais de Hidroterapia e Fitoterapia, podem auxiliar na liberação emocional, seja no corpo
físico pela diminuição de tensões ou de bloqueios nos centros energéticos. Para tanto, este
trabalho explora a dimensão teórica e prática dos conhecimentos em Naturologia Aplicada 2,
relacionando-os com ciências a ela associadas no estudo do ser humano, de suas relações e
processos vitais. Dentro dessa abordagem, as práticas e conhecimentos utilizados atuaram
como precursores no estudo da liberação emocional e da auto-realização.

Palavras-chave: Integração, interagência, auto-realização, liberação-emocional,


Naturologia.

1. INTRODUÇÃO:

Para que se entenda o significado da expressão ‘liberação emocional’, é necessário


que se faça um paralelo com a repressão emocional, diferenciando-as e integrando-as. A
liberação emocional é uma manifestação íntegra dos conteúdos emocionais, que harmoniza
o relacionamento interno e externo. Conforme explica Lowen (1997), ela pode ocorrer
espontaneamente ou em associação a algum estímulo. Durante este estado o indivíduo pode
chorar, gritar, gargalhar, ou simplesmente sentir coisas que não consegue explicar. Após a
liberação emocional o indivíduo costuma relatar sentir-se mais leve. A expressão coloquial
“tirou um peso das minhas costas” pode explicar este efeito. Ela está intimamente
relacionada ao sentir, pois conecta pela percepção o corpo e a mente, através de uma
experiência rica em sensações.

1
Acadêmico da 9ª fase do curso de Naturologia Aplicada da Universidade do Sul de Santa Catarina –
UNISUL, Rua Prefeito Reinaldo Alves, 25. CEP 88130-000, Palhoça – SC, e-mail: chefroots@hotmail.com
2
Curso da área da saúde que aborda as práticas integrativas visando a harmonia, bem estar e saúde do ser
humano, integralmente, é uma área do conhecimento que se fundamenta em tradições antigas como a
Medicina Tradicional Chinesa, Ayurvédica e Xamânica.
2

Já a repressão emocional, é um de mecanismo de defesa, originado no próprio


organismo, que leva o indivíduo se reprimir para se proteger de situações que lhe façam
sentir ameaçado. No momento em que ocorre essa reação, surge uma resposta
psicossomática3, em que algum sintoma físico pode tornar-se evidente manifestado por
reações fisiológicas. De acordo com Lowen (1975, apud Wilber, 1979, p. 134), a repressão
das emoções é uma forma de bloqueio que isola o psíquico do somático e suprime a livre
expressão emocional. A repressão emocional acontece no corpo na forma de tensão ou
estagnação nos grupos musculares e canais energéticos. “Cada vez que um impulso não é
imediatamente satisfeito, a energia a ele destinada se acumula no músculo, que lhe impede
a descarga, provocando uma tensão muscular”. (WEIL, 1986, p. 84)
As emoções, de acordo com Goswami (2006), estão conectadas ao corpo físico
através dos centros energéticos4 a elas associados, assim como pela interação dos centros
nervosos e cerebrais. Assim, cada resposta emocional gerada provoca uma reação somática
em determinado órgão ou local do corpo especificamente. Afirma ainda que a repressão das
emoções acontece por intermédio da mente, que avalia as situações e cria no corpo padrões
de bloqueio comportamental, evitando que o indivíduo entre em contato com seu estado
emocional. Esta repressão prejudica a comunicação entre a mente e o corpo (ou o cérebro e
os órgãos), pois interfere no mecanismo de resposta do Sistema Nervoso Central.
Quando o indivíduo apresenta repressões emocionais, bloqueios energéticos,
inibições e outras atitudes de proteção, ele constrói em seu interior um ideal imaginário de
como ele “deveria” ser, e não de como realmente ele é. Através da liberação dessas
repressões, o indivíduo torna-se apto a mobilizar e desenvolver os seus próprios recursos e
potenciais para a auto-realização. (PERLS, 1997)
Segundo Weil (1999) a integração5 e interação6 do indivíduo com o meio é também
um processo de auto-realização, este, surge da integração e aceitação da realidade interior
em consonância com a realidade exterior. Sendo assim a relação de interagência pode ser
considerada um processo mútuo de auto-realização.

3
Do latim: Psique, alma/mente. Somático, relativo ao corpo. Relação de uma manifestação física atrelada a
uma força psíquica. (FERREIRA, 1988)
4
Ou chacras, são vórtices de energia que fazem ligação entre os órgãos, as glândulas, os centros nervosos, e as
forças vitais. (GERBER, 2003)
5
(Integrar) Tornar-se inteiro, integral; completar, reunir. Adaptação, incorporação, inteiração. (FERREIRA,
1998)
6
Ato de interagir, ação recíproca entre dois ou mais corpos uns sobre os outros. (FERREIRA, 1998)
3

Conforme cita May (1969, p. 65 apud Wilber, 1979, p. 134), em um sentido


existencial a auto-realização revela o significado da vida, pois, assim, manifesta-se o
propósito individual.
O desenvolvimento deste artigo irá explorar através do campo prático de atuação da
Naturologia Aplicada, de que forma os conceitos acima demonstrados podem ser
trabalhados dentro da relação de interagência7. E, assim, mostrar a capacidade intrínseca ser
humano de se integrar e se realizar.
A Naturologia tem um papel essencial na realização deste trabalho, e desde o início
auxiliou na abordagem integral da interagente8, o que possibilitou uma ampla compreensão
do caso. As práticas naturais conduziram o estudo desta temática, estimulando a liberação
emocional e facilitando a criação de um ambiente adequado à auto-realização, sendo
auxiliadas pela participação pessoal ativa da interagente e atuação do Naturólogo.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os Métodos avaliativos utilizados nos atendimentos foram os relatos da interagente


organizados e documentados nas Fichas de Evolução e Registro de Interagência, assim
como a comunicação não-verbal estabelecida em consultório, exposta através de trabalho
artístico, ou simplesmente da dinâmica da interagência durante os atendimentos.
As Fichas de evolução foram preenchidas a cada atendimento, detalhando a situação
atual do interagente, física e energeticamente. Assim como o acompanhamento da
interagente na relação de interagência, isto através da percepção do Naturólogo e do relato
do interagente.
O Registro de interagência é um documento para anotação sobre as informações
avaliativas do interagente relevantes ao entendimento do caso, como, por exemplo, a
avaliação física, a avaliação iridológica9 (realizada a partir de fotos da íris feitas com uma

7
Processo vivenciado entre a pessoa atendida e o naturólogo, em que existe uma reciprocidade de
conhecimentos e experiências práticas.
8
Indivíduo participante da relação de interagência.
9
Ou írisdiagnose, é a avaliação das estruturas oculares visíveis relacionadas a estruturas corporais e padrões
comportamentais. Foi utilizado o mapa condensado de írisdiagnose criado por Celso Batello e Clay Pareschy.
(BATELLO, 1999, p. 68)
4

máquina tipo Sony Cyber Shot p 73.), o padrão reflexológico 10, os sinais vitais e o padrão
vibratório nos centros energéticos.
A leitura dos centros energéticos foi realizada com um pêndulo de cobre. Nos
atendimentos, os padrões vibratórios nos chacras foram classificados em sobreativo,
infrativo (baixo, médio e alto) ou bloqueado. Para essas constatações foram feitas duas
medições antes da prática; a média dessas duas medições condiciona o padrão bioenergético
que a interagente manifesta naquele momento. Após a prática, era realizada uma terceira
medição para verificar as possíveis alterações e desequilíbrios desses centros.

2.1. Estudo de caso de caráter exploratório e qualitativo, baseado no caso descrito


abaixo:

A interagente Ana11 chegou ao Centro de Práticas Naturais Centro de Práticas em


Naturologia, através do curso de Naturologia Aplicada da Universidade do Sul de Santa
Catarina. Tem 20 anos, e mora longe da família há 2 anos. Relatou que têm muita saúde e
vitalidade e que gostaria de trabalhar sua timidez, disse ainda que quando se encontra em
frente a um grupo, ou quando em uma conversa são abordados conteúdos a respeito de sua
realidade interior, apresenta dificuldade em se expressar verbalmente e sobrevêm agitação e
ansiedade associadas a esse estado de timidez. A maioria dos relatos de Ana é feita de
forma metafórica, pois exprime sua realidade indiretamente por meio de parábolas.
Quanto às atividades, Ana diz realizar diversas práticas espirituais como o Yôga, a
Meditação e a Dança. Além de ser aluna de uma escola internacional de Xamanismo
Tântrico, freqüenta duas universidades (Artes Plásticas e Naturologia) e participa de cursos
extras de fins de semana relacionados a terapias alternativas. A interagente comentou que
eventualmente participa de cerimônias tradicionais de cura xamânica, com a utilização de
enteógenos12.
Dentre as queixas físicas, citou dores nos joelhos e freqüentes tonsilites durante a
adolescência, mas há aproximadamente dois anos não apresenta mais esses sintomas.

10
Procedimento avaliativo da prática de Reflexologia realizado nas áreas reflexas nos pés, que verifica, pela
comunicação do sistema nervoso, o estado de saúde nos órgãos e sistemas do organismo.
11
Nome fictício.
12
Se refere ao sacramento em comunhão religiosa induzida pela ingestão de substâncias alteradoras da
consciência. (SCHULTS, 1999)
5

Quando questionada a respeito do funcionamento de seu sistema reprodutor informou que


toma anticoncepcional há um ano e meio, tendo iniciado esse tratamento hormonal depois
estava há seis meses sem menstruar em decorrência de ovário policístico. Após parar por
oito meses, ficou novamente sem menstruar o que a fez voltar a tomar a medicação.
Atualmente não está fazendo uso da medicação embora a dois meses não menstrue. Não
relatou a necessidade do tratamento destes sintomas nos seus objetivos com relação à
intervenção Naturológica.
No que se diz respeito à sexualidade, Ana ressaltou que não se sente aberta a
aprofundar-se nas suas relações afetivas, e mesmo já tendo vivenciado relacionamentos de
até dois anos de duração, nunca ter se entregado a esta vivência inteiramente.
Com relação à sua família, relata que seus pais são pessoas de crenças conservadoras
e sempre tentaram exercer controle sobre a sua vida, atualmente, reciprocamente, não aceita
algumas atitudes de seus pais. Como muitas vezes se vê impossibilitada de influenciar nas
decisões deles, se irrita e se reprime. Ana relatou também que em presença familiar se sente
bloqueada pelas circunstâncias, “não se solta”, conforme relatou.
Quanto ao seu temperamento e humor, aparenta ser bem-humorada, sensível,
tranqüila e reservada. Embora não apresente muitas variações de humor (relatou que não
sofre de tensão pré-menstrual), quando está ansiosa irrita-se mais facilmente, mas tem
dificuldade em expressar a sua irritação.

2.2. Práticas realizadas:

Para a realização deste trabalho foi elaborado um plano individual de 12


atendimentos com as práticas naturais de Hidroterapia 13 e Fitoterapia14, de modo a
harmonizar os desequilíbrios físicos e energéticos, atender a interagente quanto ao motivo
da interagência e possibilitar o estudo da liberação emocional relacionado aos efeitos dessas
práticas.

13
Utilização da água terapeuticamente em banhos, compressas, é um excelente tratamento para as disfunções
circulatórias, distúrbios digestivos e alivio de tensões físicas e emocionais. Os seus benefícios se dão devido
ao estímulo térmico e as características da água.
14
Prática natural que utiliza as plantas medicinais em benefício da saúde.
6

Os atendimentos desenvolveram-se em um consultório no Centro de Práticas


Naturais do curso de Naturologia Aplicada, da Universidade do sul de Santa Catarina, na
disciplina de estágio supervisionado.

EM HIDROTERAPIA: EM FITOTERAPIA:
1ª sessão. ESCALDA-PÉS, A 38°C, 20
MINUTOS.
2ª sessão. COMPRESSA CÉRVICO SACRAL
DUPLA, A 39°C, 40 MINUTOS, COM UMA
TROCA.
3ª sessão. COMPRESSA ABDOMINAL 10G DE LAVANDA E 10g DE ROSA,
DUPLA, A 40°C, 40 MINUTOS, COM UMA INFUSO EM 500ML DE ÁGUA.
TROCA.
4ª sessão. ENVOLTÓRIO TORÁCICO FRIO 10G GRAMAS DE ROSA, INFUSO
DUPLO A 20°C, 40 MINUTOS, SEM TROCA. EM 300ML DE ÁGUA.
5ª sessão. PACHO FRIO SIMPLES NAS 10G DE ALGAS YAKINORI
PERNAS, 20°C, 30 MINUTOS, COM TROCA. HIDRATADO EM 500ML DE ÁGUA.
6ª sessão. BANHO DE CONTRASTE NOS NA ÁGUA FRIA, ADIÇÃO 1G DE
PÉS, a 15°C E 40°C, 1 MINUTO DE SAL MARINHO POR LITRO.
IMERSÃO NA ÁGUA FRIA E 3 MINUTOS NA ÁGUA QUENTE, INFUSO COM
NA QUENTE, 8 CICLOS. 20G DE DAMIANA.
7ª sessão. BANHO DE SEMICÚPIO, A 18°C, 5 COMPRESSA LOMBAR QUENTE
MINUTOS NA TINA. COM 10G DE ALFAVACA-CRAVO,
30 MINUTOS, A 40°C, SEM TROCA
8ª sessão. ENVOLTÓRIO PÉLVICO DUPLO, BOLSINHA DE ERVAS COM ROSA,
A 39°C, 30 MINUTOS, COM UMA TROCA. DAMIANA, ALFAVACA-CRAVO E
LIPIA, 20 MINUTOS.
9ª sessão. EMPLASTRO CRÂNIO-SACRAL FITOPUNTURA COM SEMENTES
COM 20G DE ALFAVACA-CRAVO, 20G DE DE URUCUM E ÓLEO ESSENCIAL
LIPIA ALBA E 40G DE FARINHA DE DE CANELA, NOS PONTOS BP6,
MANDIOCA, 20 MINUTOS, 40°C. IG4 E F3.
10ª sessão. ENVOLTÓRIO CORPORAL 20G de DAMIANA, INFUSO EM 300
COMPLETO FRIO DUPLO, A 18°C, 45 ML DE ÁGUA.
MINUTOS.

As práticas de hidroterapia realizadas utilizaram lençóis, toalhas, cobertores, bacias


e panos para compressa. As práticas classificadas duplas são realizadas, segundo orienta
Dallavia (2000), com um cobertor, um pano (lençol ou toalha) seco e um molhado. Esses
7

materiais são dispostos consecutivamente uns sobre os outros sobre a maca, nesta ordem,
no caso dos pachos (envoltórios), ou aplicados sobre a pele da pessoa, na ordem inversa no
caso das compressas.
Fundamentações das práticas realizadas:
Compressa Cérvico-sacral quente dupla, a 39°C, por 40 minutos, sem trocas. Ao
aplicar a compressa na área paravertebral, região céfalo-caudal, ocorreu um estímulo
relaxante e desintoxicante com efeito sobre todo sistema nervoso autônomo, beneficiando o
funcionamento dos órgãos através desse sistema, auxiliando também na eliminação das
toxinas do organismo. Esta prática promove o relaxamento, favorece a melhoria das
funções orgânicas e auxilia no processo de desintoxicação. Por atuar diretamente nos feixes
nervosos ao longo da coluna vertebral, esse procedimento tem o efeito de aliviar as tensões
corporais de forma geral. (DALLAVIA, 2000)
Compressa abdominal quente dupla, a 40°C, 40 minutos, com uma troca, preparada
com 10g de Rosa Gallica e 5g de Alfazema officinalis por infusão, em 300ml de água. Foi
realizada a fim de aquecer a região dos centros energéticos inferiores e mobilizar a energia
nos órgãos e estruturas envolvidos com estes centros, pois a interagente relatou em seu
histórico de saúde recorrentes infecções urinárias na adolescência e problemas nas gônadas.
Pacho Torácico duplo, a 20° C, por 40 minutos, realizado com intuito de mobilizar a
circulação de forma geral e harmonizar o padrão vibratório no chacra cardíaco. O frio, em
contato com o corpo, estimula o aquecimento deste pelo mecanismo de regulação térmica,
produzindo uma ação imunoestimulante, ativando todas as funções vitais. Os órgãos mais
beneficiados são o coração, o pulmão, e a glândula do timo. Porém, o corpo todo é
favorecido com o aumento da circulação e a melhor distribuição de oxigênio pelo
organismo, auxiliando também nos processos de regulação hormonal.
Pacho frio simples de pernas, a 20°C, por 30 minutos, com 30g de alga Nori, Ulva
Lactula, com o objetivo de aumentar a circulação sanguínea no local e nas zonas reflexas
relacionadas. Segundo Dallavia (2000), o frio é tônico do sistema nervoso, promove
aumento do tônus muscular, do vigor e proporciona sensação de bem-estar.
A alga Nori é rica em proteínas, cálcio, ferro e vitaminas A, C, e do complexo B.
Facilita a digestão, é indicada nas disfunções glandulares, é também um excelente
hidratante e emoliente, indicado para problemas no metabolismo. Aplicada na região das
8

pernas auxilia, pela ação local e reflexa, atua no reequilíbrio da função hormonal, pela sua
concentração de minerais, estimulando a resposta endócrina e a liberação hormonal.
Pedilúvio alternado (banho de contraste nos pés): Em dois recipientes, um com água
fria e outro com água quente (15° C, 1 minuto e 40° C, 3 minutos), foram mergulhados os
pés da interagente por 8 ciclos de contraste. Esta prática possui ótimo efeito como auxiliar
em outros tratamentos, ativa a circulação periférica corporal, quando há sensação de frio
(falta de calor interno). Dallavia (2000), indica esse procedimento nas desordens da
circulação do sangue, congestões, espasmos, falta de menstruação. O objetivo desta prática
foi ativar a circulação sanguínea local e melhorar a circulação periférica, assim como
estimular as redes linfáticas periféricas.
O efeito reflexo atingido com essa prática influi no funcionamento dos órgãos,
tecidos e sistemas através da medula espinhal de onde o estimulo é recebido pelas sinapses
nas raízes nervosas e propagado via arco reflexo. Nesta prática esse processo começa com o
estímulo térmico e as terminações nervosas conduzem o estímulo até a sua raiz dorsal. Na
medula espinhal as sinapses nas fibras aferentes possuem inervação com determinados
locais do organismo e assim a resposta reflexa é dada, via arco reflexo. (MOOR, 1968).
O efeito reflexo atingido com esta prática influi no funcionamento dos órgãos,
tecidos e sistemas através da medula espinhal de onde o estimulo é recebido pelas sinapses
nas raízes nervosas e propagado via arco reflexo. Nesta prática esse processo começou com
o estímulo térmico, as terminações nervosas conduzem o estímulo até a sua raiz dorsal. Na
medula espinhal as sinapses nas fibras aferentes possuem inervação com determinados
locais do organismo e assim a resposta reflexa é dada, via arco reflexo. (MOOR, 1968).
Acrescentou-se sal marinho na água 5 colheres para cada litro, para potencializar a
prática nos efeitos de purificar, tonificar e remineralizar. O sal marinho o livra o tecido de
toxinas e auxilia no equilíbrio osmótico das células, tem uma função essencial no equilíbrio
hidroletrolítico no meio interno. Por ser basicamente composto de Na+ (sódio) e Cl-
(cloreto), elementos que estão entre os principais íons do nosso corpo e também da água do
mar, o sal marinho tem um alto potencial ionizante nas células, colaborando para melhor
funcionamento metabólico e equilíbrio das funções orgânicas desde que seja utilizado
terapeuticamente, observando as indicações e formas de uso. (ÉDER, 2003).
Banho de semicúpio frio curto, a 18°C, por 5 minutos, com fricção. Esta prática foi
9

aplicada com a interagente sentada em uma tina com água até a altura do baixo ventre. O
restante do corpo foi mantido aquecido pela utilização de meias, camiseta e um cobertor
sobre a interagente. O ambiente permaneceu igualmente aquecido com a utilização de um
aquecedor ligado na sala durante o atendimento. Este banho pode ser tomado todos os dias
por pessoas saudáveis, agindo como um tônico geral, com ação antiinflamatória e na
melhora da circulação sanguínea, principalmente nos órgãos pélvicos e abdominais. É
também um regulador endócrino nos casos de menstruação atrasada, aumentando a
vitalidade, exercendo influência sobre todo o sistema nervoso. (DALLAVIA, 2004;
KUHNE, 1996)
Nesta prática, o intuito foi equilibrar o sistema nervoso, desintoxicar o organismo de
forma geral e reanimar a força vital.
Compressa lombar quente dupla, a 40°C, por 30 minutos, sem troca, com bolsa de
água quente. Aplicada na região lombar, esta compressa tem a função de estimular o
funcionamento dos rins e atuar, via ação reflexa, nos órgãos do baixo ventre. O intuito
nessa prática foi restabelecer o calor interno após o semicúpio e promover o relaxamento.
Envoltório pélvico, a 39°C, por 30 minutos, com 20g de Rosa Gallica infuso. Essa
prática teve como objetivo aquecer o corpo, principalmente as regiões dos rins e órgãos do
baixo ventre, estimulando a circulação sanguínea e promovendo relaxamento.
Pacho completo frio-duplo, a 15°C, por 40 minutos. Realizou-se o mesmo
procedimento de envoltório, no corpo todo. O frio inicial provoca um maior fluxo
sanguíneo, reação normal do organismo para manter o equilíbrio térmico, explica Dallavia
(1997). O calor produzido fica no terceiro cobertor de lã. O objetivo principal é acalmar o
sistema nervoso, mobilizar toxinas, eliminando-as através da pele, e aumentar a circulação.
A Lavanda, Lavandula angustifolia, é tônica dos nervos, indutora do sono e
estimulante do cérebro nas situações de conflitos. Tem ação emenagoga é utilizada nos
casos de fluxo menstrual reduzido e nas desordens hormonais. (SCHULZ et. al, 2002)
A Rosa tem propriedades adstringentes e antisépticas, é indicada nas moléstias
ventre, estomatite, micoses e popularmente para fazer a menstruação descer. (MOREIRA,
GOLTCHER, 1972)
A Sálvia, Salvia officinalis, apresenta em sua composição flavonóides,
fitoestrógenos e óleos essenciais ricos em terpenos. Devido a essas propriedades e por ser
10

um calmante do sistema nervoso central e estimulante das vias de eliminação, foi indicado
o uso desta planta por um período de 20 dias, 3 xícaras por dia, preparadas por infusão com
2g (1 colher de sobremesa rasa) da planta seca por xícara de água fervente. (LORENZI,
2002)
A erva Damiana, Turnera difusa, tem ação estimulante e afrodisíaca, atuando como
tônico nervoso e tônico geral. Tem propriedades tônicas de ação imediata sobre os órgãos
geniturinários, além de ser diurética, expectorante e adstringente. É indicada em casos de
problemas sexuais ligados ao sistema hormonal e órgãos reprodutores, principalmente
femininos. É rica em óleos essenciais, como cineol, pinenos (alfa e beta), copaeno,
cadineno, calameno, taninos, flavona e resina. (CONCEIÇÃO, 1996)
A Lipia Alba, popularmente conhecida como erva-cidreira, é rica em óleos
essenciais como citral, linoleno, carvona e mircenno, é calmante e atua no sistema nervoso
central, atividade ansiolítica e mucolítica, promovendo o relaxamento. Esta planta foi
utilizada na prática de fitomassagem com bolsinha de ervas, na dosagem de 10g (misturada
com 10g de pétalas frescas de Rosa gallica, 10g de folhas frescas de alfavaca-cravo e 5g de
folhas desidratadas de Damiana). A bolsinha foi preparada com uma fralda de algodão
dobrada, com uma fina camada de algodão sobrepondo as ervas internamente nesta
bolsinha. A bolsinha foi rapidamente imergida em água quente, a 50° C, e deixada em
banho-maria em óleo dentro de uma bacia com água fervente. (LORENZI, 2002)
A Lipia Alba foi utilizada posteriormente, na prática de cataplasma cérvico-sacral,
na proporção de 20g de folhas frescas em igual quantidade de Alfavaca Cravo e 40g de
farinha de mandioca e água quente. Segundo Dallavia (2004), a aplicação sob a medula
espinhal, , tem ação relaxante.
Alfavaca-cravo, Occimum Incanescens, planta com aroma semelhante ao cravo-da-
índia, Caryophyllus aromaticus, é estimulante, sudorífica, aconselhada nas moléstias do
baixo ventre e como estimulante da função renal. É rica em óleos essenciais.
(CONCEIÇÃO, 1996)
Para a realização da prática de Fitopuntura: Foram utilizadas sementes de urucum,
L, e óleo essencial de canela, Cinnamomum zeylandicum, nos pontos IG4, F3 e BP6. A
semente de urucum aquece e fortalece o sangue, a energia vital e a circulação.
Para a realização da prática de Fitoaromapuntura: Foram utilizadas sementes de
11

urucum, Bixa orellana L, e óleo essencial de canela, nos pontos IG4, F3 e BP6. Os pontos
escolhidos para a prática, de acordo com Focks (2005), têm as seguintes funções: IG4 -
Libera a energia nos canais, ativa a circulação de energia e sangue, tonifica energia de
defesa, facilita a digestão. F3 - Desbloqueia a plenitude do tórax, refresca o sangue,
harmoniza e vitaliza a energia do fígado e do sangue, redirecionando a energia. BP6 -
Harmoniza a energia e a circulação sanguínea no útero, tonifica e harmoniza o sangue e a
circulação e fortalece a energia nos órgãos do baixo ventre.
Conforme afirma Ulrich (2004), o óleo essencial de canela é rico em aldeídos e
fenóis em sua constituição química, tem propriedades antimicrobianas, antiinflamatórias,
carminativas; e adstringentes devido ao tanino. Indicado para distúrbios menstruais,
tonificante do sistema nervoso e imunológico e afrodisíaco.
Chá aromático preparado por infusão de alfavaca-cravo, casca de laranja e casca de
Canela, preparado pelo método de infusão utilizando 5gr de cada planta trituradas para cada
1 litro de água fervente, abafado por 5 minutos e coado. Tomado quente, 3 xícaras ao dia,
por um período de 15 dias.
A casca de laranja, Citrus aurantium, de acordo com Lorenzi (2002), tem
propriedades diurética, digestiva, aromática, soporífica, carminativa e anti-séptica, além de
ação calmante. Em sua composição química, apresenta bioflavonóide, hesperidina,
substâncias amargas e óleos essenciais como o geraniol e o limoneno.
Canela-da-índia, segundo Lorenzi (2002) é rica em tanino, açúcares,
proantociaminas e mucilagens, destacando-se por suas propriedades carminativas,
emenagogas, adstringentes e digestiva. É uma planta que aquece o corpo, de acordo com
Hirsh (2002). Tem a capacidade de remover estagnações nos canais e centros energéticos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

A interagente relatou na 1ª sessão que não entendia a sua dificuldade em se


relacionar com o outro e que gostaria de trabalhar sua falta de autoconfiança e sua timidez.
Ana é altruísta e desde jovem sempre foi sua ‘mestra’, uma pessoa disciplinada, que
não se permite perder o controle, relatou que em sua educação seus pais sempre tentassem
controlá-la. O motivo da interagência associa-se a uma repressão emocional interna devido
12

à tentativa por manter o controle de suas atitudes, que se reflete hoje na falta de confiança e
na insegurança, manifestada pela timidez e pela dificuldade em expressar o seu conteúdo
interior, principalmente por meio de palavras.

3.1. Discussão sobre as avaliações físicas e energéticas:

Pela análise do padrão reflexológico, as áreas doloridas se relacionaram tanto ao


histórico de saúde da interagente quanto às fragilidades apresentadas nas outras avaliações
naturológicas, como a írisdiagnose e a leitura dos centros energéticos, conforme resultados
expostos de acordo com o mapa reflexológico dos pés de Gillanders (1999). Os pontos
descritos abaixo apresentaram sensibilidade e dores classificadas como média ou forte.
Região das trompas/ovários: Já apresentou histórico de ovário policístico e
recorrentes amenorréias, atualmente está há 2 meses sem menstruar, o que pode ser um
desequilíbrio no sistema reprodutor e hormonal.
Tórax/Pulmão: Ana relatou que sente a sua respiração predominantemente na região
peitoral, o que impossibilita um contato mais profundo com suas emoções. Na íris
apresentou sinais nesta mesma região e em estruturas orgânicas relacionadas a ela, como
costelas e brônquios. Quando realizou o mapa do corpo (vivência em arte-terapia) delimitou
bem essa área, a do 4° chacra, que é relacionado à entrega. (BOADELLA, 1992)
Garganta/pescoço/tireóide: Essa região é associada à capacidade de se expressar,
característica do 5° chacra. Ana relatou freqüentes tonsilites durante a adolescência.
Segundo o mapa de Batello (1999), apresentou sinais indicando fragilidades nestas
estruturas.
Joelhos, ponto observado no mapa de Marquardt (2005). Os joelhos associam-se
somaticamente à entrega, ajoelhar-se também significa entregar-se, flexibilizar-se diante a
vida, segundo Lowen (1979). Essa característica está relacionada também ao 4° chacra em
desequilíbrio, Ana afirmou que tem dificuldade em se entregar, tanto a si quanto nos
relacionamentos. A dor no joelhos pode estar ligada também ao excesso de exercícios
físicos, como a yôga e a dança.
13

Quando realizou seu mapa do corpo15 delimitou bem com a cor vermelha as áreas do
coração. Nas avaliações energéticas, o Anahata, chacra cardíaco, apresentou consecutivos
desequilíbrios e bloqueios. Este centro está relacionado à capacidade de estabelecer
relacionamentos fortes e aprofundar-se em sentimentos e emoções. Gerber (2003) afirma
que este chacra faz a conexão das energias superiores com as energias inferiores e das
energias feminina e masculina. A glândula influenciada por este centro energético é o timo,
ele auxilia na manutenção das funções vitais básicas como os batimentos cardíacos e a
respiração, estando intimamente ligado à coordenação do ritmo interno.
O chacra raiz ou Muladhara mostrou-se com padrões de bloqueio nas análises
energéticas e biopsicossociais. Para Boadella (1992), ele é responsável pelo domínio da
rigidez e da flexibilidade e faz a ligação com a terra, nos traz a sensação de pertencer ao
mundo físico e nos faz perceber que a nossa evolução acontece a partir dessa conexão. A
glândula relacionada a este centro é a supra-renal, que já havia se mostrado sensível, na
avaliação reflexológica, por meio de dor nesse ponto reflexo.
O 2° Chacra, Svadisthana, conforme cita Weil (1999), se relaciona ao estado de
autoconfiança, a sexualidade e a criatividade e está ligado gônada feminina. Este centro
energético tem a capacidade em manter relacionamentos satisfatórios. No mapa do corpo
também delimitou essa área, pintando-a com a cor vermelha em destaque.
Na avaliação iridológica, conforme demonstra Batello (1999), a interagente
apresentou diversas marcas em áreas estruturais. Pétalas (lesões ou fragilidades) nos
joelhos, ombros, ovários, tireóide, supra-renal, pernas, rins, timo e pâncreas. Psora
(hiperpigmentação) e áreas escurecidas no útero, pernas, boca e pernas. Foi constatada a
dominância cerebral direita, relacionada à facilidade com as atividades artísticas e
casualidade e superficialidade na auto-expressão pessoal. Essa área cerebral é voltada à
criatividade, à inspiração e à intuição.
O padrão comportamental, pelo tipo da íris, mostrou características como
imaginativa, visionária, sensível, pouca influência social, idealismo extremo, e padrões de
sobrecarga por excesso de atividades. Essas características, analogamente às marcas
estruturais na íris, comprovaram o tipo Agitador-Flor. (BATELLO, 1999)

15
Prática de arteterapia em que o interagente faz uma representação artística livre representando seu corpo,
que permite a leitura de como o interagente percebe seu corpo e se relaciona com ele.
14

Conforme ficou demonstrado nas avaliações reflexológica, energética, iridológica, e


pelo relato da interagente sobre de seu ritmo de vida intenso, havia disfunções nas diversas
regiões glandulares responsáveis pela liberação de hormônios.
Relatou que desde criança sempre foi muito forte e que bem cedo começou a
praticar artes-marciais, o que facilitou o seu desenvolvimento corporal, porém, pode ter
trazido certa rigidez corporal, com reflexo na rigidez em relação aos seus sentimentos.
Durante os relatos da interagente havia bloqueios dos impulsos internos ou
repressões, este padrão pôde também ser observado na avaliação postural pela postura
firme, tensa e hipertônica no nível muscular indicando conforme demonstra Lowen (1997),
uma forma repressão.

3.2. Resultados das práticas naturais:

Relatar os resultados como advindos específicos de cada prática é utópico, pois


conforme explica Capra (2003), uma parte é apenas um padrão dentro de uma inseparável
rede de relações.
Seguem as evoluções do quadro apresentado pela interagente, integrando os
aspectos relevantes ao tema apresentados durante os atendimentos.
No segundo atendimento, com a prática de hidroterapia, a interagente relaxou
profundamente e teve dificuldade em levantar da maca, permanecendo deitada por mais 15
minutos. Ao final da prática, não conseguiu expressar verbalmente o que estava sentindo,
porém, ao levantar, espreguiçou e movimentou todo o seu corpo. Depois disso, afirmou
sentir-se muito bem e continuou movimentar por repetidas vezes os ombros, relatou que se
sentia como se houvesse acordado de um sono renovador. De acordo com Lowen (1997), o
alongamento e o espreguiçar indicam o alívio da opressão (repressão) e da tensão muscular.
Isso manifesta também uma liberação emocional.
Na terceira sessão foi realizada uma compressa abdominal quente dupla com 10g de
rosa e lavanda em 300ml de água. Para Schulz et. al (2002), a lavanda possibilita integrar
os sentimentos e emoções, sua ação terapêutica age como tônico dos nervos e estimulante
do cérebro nas situações de conflitos.
A rosa foi escolhida tanto por suas características químicas como por seu aspecto
15

simbólico ligado ao caso. A rosa, segundo Poesia (1991), representa o feminino e


corresponde aos órgãos e estruturas do seu sistema reprodutor.
Essa prática agiu diretamente nos centros energéticos inferiores, que, de acordo com
Boadella (1992), são responsáveis pela manutenção entre o controle e a entrega. A energia
deste centro está associada ao contato e a sexualidade; uma disfunção neste centro
energético pode gerar dificuldade em manter relações satisfatórias com o parceiro. Segundo
Crea (1992), o bloqueio energético corresponde à ação desordenada da energia vital. Esta
prática restabeleceu o luxo energético. Durante a prática, a interagente ficou mais silenciosa
na maior parte do tempo e, ao final da interagência, relatou que muitas vezes se irrita com
seus pais e sente raiva, porém não demonstra este estado sentindo que poderia ser
prejudicial. Lowen (1997) considera isto um equívoco, pois: “a raiva é uma emoção
importante na vida [...], posto que serve para manter e proteger a integridade física e
psicológica do organismo. Sem a raiva ficamos impotentes quanto aos ataques que a vida
nos sujeita.” (OP. CIT. 1997, p. 85)
Na aplicação do envoltório torácico frio duplo, com rosas, atuou-se diretamente no
4° chacra, o que permitiu uma respiração mais suave e profunda da interagente. A
respiração da interagente acontece principalmente na região peitoral, segundo Weil (1999)
isso deixa as partes abdominais extremamente rígidas e impede que se manifestem as
pulsões mais primitivas provenientes dos chacras inferiores. Esse aspecto de repressão pôde
ser observado na interagente, no seguinte relato: “Perder o controle não seria bom para uma
pessoa disciplinada.” O controle é também uma forma de rigidez e gera tensão, essa prática
desbloqueou a energia neste centro e possibilitou a flexibilização e o aprofundamento das
emoções.
Princípio psicofisiológico: Cada modificação no estado fisiológico é
acompanhada por uma mudança apropriada no estado mental-emocional; e
reciprocamente cada modificação no estado mental emocional é acompanhada por
uma mudança apropriada no estado fisiológico. (GREENE, 1970, apud WEIL,
1986, p. 85).

Durante os atendimentos seguintes, a interagente informou que se sentiu mais


integrada nas suas atividades, realizando-as de forma mais presente e com mais disposição.
Relatou também que o seu ritmo de sono estava mais equilibrado, pois estava dormindo
melhor e acordando com bastante vitalidade. A interagente notou também um aumento de
libido, estava mais aberta e segura para se relacionar afetivamente.
16

Na prática de Fitopuntura com sementes de urucum e óleo essencial de canela


obteve-se uma função aquecedora e mobilizante, tanto no corpo físico quanto energético, o
que aliviou as tensões e possibilitou uma liberação emocional.
Depois desse encontro, a interagente relatou que se sentiu muito diferente de
costume e se interiorizou a ponto de compreender antigas frustrações, chorando bastante até
soluçar, o que não acontecia há alguns meses.
[...]a mudança profunda e significativa só pode ocorrer por meio da entrega ao
corpo, por meio de um revivenciar emocional do passado, o primeiro passo nesse
processo é chorar. Chorar é aceitação da realidade tanto do presente quanto do
passado. Quando choramos, sentimos ou percebemos nossa tristeza, nos damos
conta de o quanto estamos magoados e da extensão de nossa mágoa[...].
(LOWEN, 1997, p. 46)

4. Considerações Finais:

Após as liberações emocionais vivenciadas no processo terapêutico, Ana passou a


sentir-se mais íntegra e conseguiu restabelecer uma forma mais natural de ser em suas
relações. Isso a fez ir além dos seus medos e bloqueios, vencendo o sentimento de
insegurança e atuando de forma mais criativa na solução dos conflitos internos. A
interagente reconciliou-se com o seu feminino e sentiu-se apta a 'caminhar com as próprias
pernas'.
Ao final dos atendimentos, ela não apresentava mais queixas e pôde-se perceber um
reequilíbrio, verificado pela modificação na leitura dos chacras. Esses centros energéticos,
antes em desequilíbrio, voltaram a exibir padrões próximos ao do equilíbrio, apresentando
geralmente sobre-atividade baixa, ou média na onda energética.
Finalmente, o processo terapêutico culminou com a auto-realização, a ausência da
timidez e do quadro de repressão emocional. Nesse sentido, percebeu-se, que através do
aumento do fluxo energético, ocorreu uma liberação dos processos estagnados em toda a
dimensão terapêutica. E, assim, a interagente restabeleceu a capacidade de se realizar.
Integralmente, ela conseguiu utilizar os seus impulsos de maneira saudável, em prol de seu
processo evolutivo, com mais liberdade e fluidez.

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