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1-Consideragdes Iniciais . 2.- Das Penas Principais. 3 - Aplicacdo da Pena.. 4 - Suspensio Condicional da Pena.cesssssesse 5 - Livramento Condicional 6 - Das Penas Acessérias. 7 - Dos Efeitos da Condenacao 8 - Medidas de Seguranca .... 9- Da Acdo Penal 10 - Da Exting&o da Punibilidade 11 - Questées 11.1 - Quest6es Comentadas. 11.2 - Lista de Questées 11,3 - Gabarito 12 - Consideragées Finais ..... peepee aay Olé amigo! Na aula de hoje continuaremos nosso passeio pelo Direito Penal Militar. Lembre-se de que a tendéncia da banca é elaborar questdes simples, mas para compreender plenamente os institutos € preciso resgatar alguns conceitos basicos do Direito Penal. Bons estudos! PA aN hale) © Cédigo Penal Militar divide as penas em principais e acessdrias. As principais sio aquelas cominadas a determinado crime, e as acessérias so aquelas que eventualmente podem ser cumuladas. Art. 55. As penas principais so: a) morte; ) recluséo; ¢) detencao; ) pris e) impedimento; ) suspensio do exercicio do posto, graduacao, cargo ou funcéo; 9) reforma. A primeira e mais importante das penas previstas pelo CPM é a pena de morte, O art. 5°, XLVI, a, determina que no haveré pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. O art. 84, XIX, da ConstituicSo, apenas permite a declaraco de guerra para fins de defesa contra agressao estrangeira. 0 CPM, portanto, comina a pena de morte para alguns crimes praticados em tempo de guerra. A desergao, por exemplo, assume durante a guerra enormes proporgées, e 0 criminoso pode ser condenado a pena de morte. No Direito Penal Militar no hé distingo significativa entre as penas de reclusdo e detencdo. Podemos dizer, contudo, que hé uma pequena diferenga formal: a reclusdo tem um periodo minimo de 1 ano e um maximo de 30 anos, enquanto a detenclo tem um minimo de 30 dias e um maximo de 10 anos. A pena de prisfo é aquela em que, se o criminoso for oficial, permanece em estabelecimento militar; e, se praca, em estabelecimento penal militar. impedimento € a pena prevista para o crime de insubmisso. O criminoso permanece restrito & organiza¢io militar (menagem), participando normalmente das instrugées militares (art. 63). A Doutrina diz que esta pena tem “nitido cardter ressocializador e educativo”. A suspensio do exercicio do posto é aplicavel ao oficial que pratica comércio (art. 204). A Doutrina entende que a previsio da pena de reforma nio foi recepcionada pela Constituicio, pois esta ndo permite penas de cardter perpétuo. PENA DE MORTE Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento. Os detalhes acerca da execugao da pena de morte esto no art. 707 e seguintes do Cédigo de Processo Penal Militar. Ha varios detalhes, incluindo a vestimenta dos condenados, o apoio espiritual, etc. COmMUNICACAO Art. 57. A sentenca definitiva de condenacao 4 morte é comunicada, logo que passe em julgado, 20 Presidente da Republica, e nao pode ser executada sendo depois de sete dias apés a comunicagao. Pardgrafo Unico. Se a pena & imposta em zona de operacées de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares. A regra geral é de que, uma vez transitada em julgado a condenagio & pena de morte, o Presidente da Repiiblica deve ser imediatamente comunicado. A execuggo apenas pode ocorrer sete dias apés a comunicagao. Este periodo € concedido ao Presidente para decidir acerca da concessio de indulto ou da comutago da pena, nos termos da Constitui¢So (art. 21, XII). Hé exces, entretanto, quando a condenacao ocorrer em zona de operagées de guerra. Neste caso, a pena pode ser executada de imediato, se a ordem e a disciplina militares assim o exigirem. PENA DE ATE DOIS ANOS IMPOSTA A MILITAR Art. 59 - A pena de reclusdo ou de detencao até 2 (dois) anos, aplicada a militar, & convertida em pena de prisdo e cumprida, quando néo cabivel a suspensao condicional: (Redacéo dada pela Lei n? 6.544, de 30.6.1978} I-- pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; II - pela praca, em estabelecimento penal militar, onde ficard separada de presos que estejam ‘cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos. SEPARACAO DE PRAGAS ESPECIAIS E GRADUADAS Pardgrafo tnico. Para efeito de separacio, no cumprimento da pena de prisdo, atender-se-4, também, & condi¢éo das pracas especiais e 4 das graduadas, ou no; e, dentre as graduadas, 4 das que tenham graduagao especial. Quando for aplicada pena de recluso ou detencio de até 2 anos, pode haver suspensio condicional do proceso (sursis). Apenas quando no for possivel esta alternativa a pena pode ser convertida em prisio. Caso 0 condenado seja oficial, ele ficaré recluso ao estabelecimento militar, mas ld poderé circular livremente. Se o condenado for praca, permanecerd em estabelecimento penal militar, mas ficaré separada de presos que estejam cumprindo penalidade disciplinar ou pena privativa de liberdade superior a 2 anos. Quanto & separaco das pracas, esta determinaco segue o principio da hierarquia. As pracas graduadas so 0 soldado, o cabo, o sargento e o subtenente. As pracas especiais so os cadetes (alunos das academias militares) e os aspirantes-a-oficial (recém-formados que ainda nao sio tenentes). PENA SUPERIOR A DOIS ANOS, IMPOSTA A MILITAR Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é cumprida em penitencidria militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando 0 recluso ou detento sujeito ao regime conforme a legislacao penal comum, de cujos beneficios e concessées, também, poderd gozar. (Redacéo dada pela Lein? 6.544, de 30.6.1978, Neste caso nao é possivel comutar a pena por prisdo. Apenas alguns estados tém penitencidrias militares, e por isso é muito comum que o militar condenado cumpra a pena em estabelecimento civil. Neste caso o cumprimento da pena é regulado pela Lei de Execucao Penal. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE IMPOSTA A CIVIL Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justica Militar, em estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito a0 regime conforme a legislacao penal comum, de cujos beneficios e concessées, também, poderd gozar. (Redacéo dada pela Lein? 6.544, de 30.6.1978) CUMPRIMENTO EM PENITENCIARIA MILITAR Pardgrafo nico - Por crime militar praticado em tempo de guerra poder o civil ficar sujeito 2 cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciaria militar, se, em beneficio da seguranca nacional, assim o determinar a sentenga. (Redacdo dada pela Lei n? 6,544, de 30.6.1978 civil condenado por crime militar cumpre a pena em estabelecimento civil, e a ele se aplica a Lei de Execusio Penal. Caso o civil, entretanto, pratique crime militar em tempo de guerra, poder cumprir sua pena em penitenciaria militar, mas neste caso a sentenca precisa ser especifica. Em regra, o militar condenado a pena superior a 2 anos deve cumpri-la em penitencidria militar. Se no for possivel, deve cumpri-la em estabelecimento civil, ficando sujeito & legislag3o comum quanto ao cumprimento da pena. O civil em regra cumpre pena em estabelecimento prisional civil, sujeitando-se ao regime comum quanto ao cumprimento da pena. Todavia, poder cumpri-la em penitenciaria militar, caso pratique crime em ‘tempo de guerra, e desde que a sentenca assim o determine. PENA DE SUSPENSAO DO EXERCICIO DO POSTO, GRADUACAO, CARGO OU FUNCAO Art, 64. A pena de suspensio do exercicio do posto, graduacdo, cargo ou funcao consiste na agregacao, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentenca, sem prejulzo do seu comparecimento regular 4 sede do servico. Nao seré contado como tempo de servico, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena. CASO DE RESERVA, REFORMA OU APOSENTADORIA Paragrafo Unico. Se 0 condenado, quando proferida a sentenca, ja estiver na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo sera convertida em pena de detencao, de trés meses a um ano. Acerca desta pena, chamo sua aten¢So para o fato de que o periodo em que o militar cumpre suspensdo nao conta como tempo de servico. Neste periodo o militar continua comparecendo & unidade militar, mas ndo pode exercer suas fungées. A hipétese do pardgrafo Unico no é considerada inconstitucional, mas é de dificil aplicabilidade prética. Utilizei anteriormente como exemplo o crime previsto no art. 204 (exercicio de comércio por oficial), mas este so pode ser cometido por oficial da ativa, ¢ nao € possivel que o militar passe 3 reserva enquanto est respondendo processo penal SUPERVENIENCIA DE DOENCA MENTAL © condenado a que sobrevenha doenca mental deve ser recolhido a manicémio irio ou, na falta deste, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada custédia O condenado que sofra de doenga mental superveniente deve ser recolhido a manicémio judiciario ou outro estabelecimento adequado. O CPPM prevé, neste caso, a transferéncia do condenado do estabelecimento prisional para hospital psiquidtrico TEMPO COMPUTAVEL Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisao proviséria, no Brasil ou no estrangeiro, eo de interna¢ao em hospital ou manicémio, bem como 0 excesso de tempo, reconhecido em decisao judicial irrecorrivel, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a decisdo seja posterior ao crime de que se trata. Este € 0 dispositivo que autoriza a detraco penal. O periodo em que o criminoso esteve em prisio proviséria ou internado deve ser considerado para fins de cumprimento da pena definitiva. Também pode ser contado o tempo de pena que o condenado cumpriu em excesso, quando passou mais tempo preso do que o devido. Obviamente esta hipétese somente é aplicdvel quando a decisio que reconhecer 0 excesso de tempo seja posterior a0 novo crime, pois se assim no fosse o condenado ficaria com “crédito” perante a Justica Militar, e isso no é possivel OCPM, assim como o CP, autoriza a detrac3o penal, devendo ser deduzido da pena privativa de liberdade o tempo de pri proviséria e 0 de internagéo em hospital ou manicémio, bem det 3 - APLICACAO DA PENA FIXAGAO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Art. 69. Para fixacdo da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ‘ou menor extensao do dano ou perigo de dano, os meios empregados, 0 modo de execucao, os motivos determinantes, as circunstancias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferenca ou arrependimento apés 0 crime. DETERMINAGAO DA PENA § 1° Se so cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas é aplicavel. LIMITES LEGAIS DA PENA § 2° Salvo 0 disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quantidade da pena aplicavel. No Direito Penal comum, a questo da aplicagio da pena esta praticamente pacificada, sustentando- trifasico, com base nos arts. 59 e 68 do CP. se a aplica¢o por um cr 0 Cédigo Penal Militar, porém, no apresenta dispositivos claros para adogo do critério trifasico, mas o STF jé adotou a visdo de que esse mesmo critério deve ser adotado na aplicacao da pena para co crime militar (HC 92.116/RI, julgado pela primeira vez em 25/9/2007). Na fixagdo da pena base, o Juiz deve enumerar fundamentadamente as circunstancias previstas no art. 69 do CPM, que normalmente séo chamadas de circunstancias judi No Cédigo Penal comum, a culpabilidade substitui a intensidade do dolo e o grau de culpa, jé que as teorias mais modernas consideram os dois elementos em conjunto. Agora trataremos das circunstancias agravantes e atenuantes, previstas no art. 70 e no art. 72. Ha ainda circunstncias agravantes referentes ao concurso de pessoas, previstas no art. 53, §20 do CPM. (CIRCUNSTANCIAS AGRAVANTES Art. 70. Sao circunstancias que sempre agravam a pena, quando néo integrantes ou qualificativas do crim I- a reincidéncia; II - ter 0 agente cometido o crime: 2) por motivo futil ou torpe; ) para facilitar ou assegurar a execucSo, a ocultacdo, a impunidade ou vantagem de outro crime; ) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou forca maior; d) a traicéo, de emboscada, com surpresa, ou mediante outro recurso insidioso que dificultou ou tornou impossivel a defesa da vitima; e) com o emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio dissimulado ‘ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; £) contra ascendente, descendente, irmao ou cénjuge; 9) com abuso de poder ou violaco de dever inerente a cargo, officio, ministério ou profissao; 1h) contra crianca, velho ou enfermo; i) quando 0 ofendido estava sob a imediata protecao da autoridade; J) em ocasigo de incéndio, naufrégio, encalhe, alagamento, inundagao, ou qualquer calamidade publica, ou de desgraca particular do ofendido; I) estando de servico; m) com emprego de arma, material ou instrumento de servico, para esse fim procurado; 1n) em auditério da Justica Militar ou local onde tenha sede a sua administracao; 0) em pais estrangeiro. Pardgrafo tinico. As circunstancias das letrasc, salvo no caso de embriaguez preordenada, |, me 0 , sé agravam o crime quando praticado por militar. [Lu] CIRCUNSTANCIAS ATENUANTES Art. 72. Sao circunstancias que sempre atenuam a pena: 1 ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos; IL - ser meritorio seu comportamento anterior; IIT ter 0 agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua esponténea vontade e com eficiéncia, logo apés o crime, evitar-Ihe ou minorar-lhe as conseqiencias, ou ter, antes do julgamento, reparado 0 dano; ) cometido o crime sob a influéncia de violenta emocso, provocada por ato injusto da vitima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou imputada 2 outrem; e) sofrido tratamento com rigor nao permitide em lei. Nao atendimento de atenuantes Paragrafo tnico. Nos crimes em que a pena maxima cominada é de morte, ao juiz é facultado atender, ou nao, as circunstancias atenuantes enumeradas no artigo. As circunstncias agravantes s5o condiges genéricas que, se verificadas no caso julgado, agravarao a pena a ser aplicada, desde que nao constituam elemento integrante ou qualificador do préprio tipo penal. Ao lado das agravantes hé ainda as circunstancias atenuantes, que também influenciam a dosimetria da pena. Nao precisamos entrar em detalhes acerca de cada um desses itens, pois em geral as provas de concursos no entram em detalhes sobre o tema. Como tiltima fase da aplica¢o da pena privativa de liberdade temos o momento de aferi¢ao das causas de aumento e diminuig&o. So causas que acrescem ou diminuem a pena por disposicées previstas na parte geral (causas gerais de aumento ou diminui¢ao da pena), nlo como circunstncias agravantes ou atenuantes, ou na parte especial (causas especiais de aumento ou diminuiclo de pena), atreladas ao tipo penal em espécie. 4 - SUSPENSAO CONDICIONAL DA PENA Art. 84 - A execucio da pena privativa da liberdade, n3o superior a 2 (dois) anos, pode ser suspensa, por 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, desde que: I - 0 sentenciado nao haja sofrido no Pais ou no estrangeiro, condenago irrecorrivel por outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o disposto no 1° do art. 71; II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstancias do crime, bem como sua conduta posterior, autorizem a presuncao de que no tornara a delingiir. A primeira diferenga em relacao ao Cédigo Penal comum aqui é o prazo da suspensio, que pode alcangar até 6 anos na regra do CPM, enquanto na regra do CP é limitada a 4 anos. Quanto aos requisitos de admissibilidade da suspensio condicional, no hé nenhuma diferenca notavel, em que pese o CP fazer referéncia & possibilidade de substituic3o da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Lembre-se também de que no CPM a possibilidade de aplicacdo da suspensio nio se estende as penas de reforma, suspenséo do exercicio do posto, graduago ou funcio ou & pena acesséria, € nem exclui a aplicag3o de medida de seguranca nao detentiva. A suspensdo deve também conter determinadas condiges que precisarSo ser atendidas pelo condenado. Tais condigdes devem ser estabelecidas na sentenca. Art. 86. A suspensio é revogada se, no curso do prazo, o benef I- é condenado, por sentenca irrecorrivel, na Justica Militar ou na comum, em razéo de crime, ou de contravencao reveladora de mé indole ou a que tenha sido imposta pena privativa de liberdade; II - no efetua, sem motivo justificado, a reparacao do dano; III - sendo militar, € punido por infracao disciplinar considerada grave. ‘Além das causas de revogacao da suspensio trazidas pelo art. 86, pode haver revogacao se o condenado deixar de cumprir as condigées estabelecidas pela sentenga. 0 CPM chama esta possibilidade de revogagao facultativa, e nesses casos o juiz pode, em vez de decretar a revogaco, prorrogar 0 periodo da suspenso até o julgamento definitivo da questao. E preciso tomar muito cuidado com essas questdes, pois se o prazo previsto para a suspensdo se expirar sem que tenha havido a revogago do beneficio, a pena estard extinta. Art. 88. A suspensio condicional da pena néo se aplica: I- a0 condenado por crime cometido em tempo de guerra; IZ - em tempo de paz: 2) por crime contra a seguranca nacional, de aliciac3o e incitamento, de violéncia contra superior, oficial de dia, de servico ou de quarto, sentinela, vigia ou plantao, de desrespeito a superior, de insubordinacao, ou de desercao; b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e seu paragrafo unico, ns. Ia IV. 5 - LIVRAMENTO CONDICIONAL Art, 89. O condenado a pena de recluse ou de detencao por tempo igual ou superior a dois anos pode ser liberado condicionalmente, desde que: I- tenha cumprido: a) metade da pena, se primério; b) dois tercos, se reincidente; II - tenha reparado, salvo impossibilidade de fazé-lo, 0 dano causado pelo crime; III - sua boa conduta durante a execucao da pena, sua adaptacao ao trabalho e as circunstancias atinentes a sua personalidade, 20 meio social e & sua vida pregressa permitem supor que néo voltard a delingiir. Por favor, memorize esses requisitos, ok? Eles podem aparecer na sua prova. Perceba que os requisitos temporais em geral sio mais rigorosos que os do CP, em que é possivel a concessio de livramento condicional com o cumprimento de apenas um tergo da pena. © requisito mais severo, de cumprimento de dois tercos da pena, se aplica, além dos casos de reincidéncia, aos casos de crime contra a seguranca externa do pais, ou de revolta, motim, aliciac3o e incitamento, violéncia contra superior ou militar de servico. E possivel que o tempo minimo seja reduzido para um terco se o condenado for primario e menor de 21 anos ou maior de 70. Assim como na suspensdo condicional da penal, a sentenca deve estabelecer condicées adicionais que devem ser observadas pelo beneficidrio da medida. Além disso, € importante saber que nao pode haver livramento nos casos de condenago por crime cometido em tempo de guerra. Art. 93. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado, em sentenca irrecorrivel, a penal privativa de liberdade: I - por infragao penal cometida durante a vigéncia do beneficio; II - por infracao penal anterior, salvo se, tendo de ser unificadas as penas, nao fica prejudicado 0 requisito do art. 89, n° I, letra a Atencdo aqui! As infragées penais mencionadas como motivos para revogagdo do livramento condicional incluem quaisquer crimes, e no apenas os militares. Assim como na suspenso condicional da pena, aqui hd ainda a previsdo de revogagao facultativa, quando © beneficidrio do livramento condicional descumprir as condigées estabelecidas pela sentenga ou for irrecorrivelmente condenado, por motivo de contravencao, a pena nao privativa de liberdade ou se sofrer puni¢o por transgressdo disciplinar grave, se for militar. Uma vez revogado o livramento condicional, no poderd ser novamente concedido e, a no ser que a revogaco resulte de condenacdo por infracao penal anterior ao beneficio, ndo se desconta na pena o tempo em que o condenado ficou solto. 6 - DAS PENAS ACESSORIAS Estas penas esto previstas no art. 98 do CPM e podem ser cumuladas com as penas principais. A maior parte dos doutrinadores diz que estas penas tém natureza extrapenal, pois geram repercussées em outras esferas da vida do condenado (administrativa, civil, etc.). Art, 98. S30 penas acessérias: I- a perda de posto e patente; II - a indignidade para 0 oficialato; III - a incompatibilidade com 0 oficialato; IV - a exclusao das forcas armadas; V - a perda da funcao publica, ainda que eletiva; VI - a inabilitacao para 0 exercicio de funcéo publica; VII - a suspensao do patrio poder, tutela ou curatela; VIII - a suspensao dos direitos politicos. PERDA DE POSTO E PATENTE Art. 99. A perda de posto e patente resulta da condenago a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecoracées. A condenagao que resulta na perda do posto e da patente sé pode decorrer de deciséo de Tribunal Militar ou Civil, nos termos do art. 142, §38, VI, da Constituic3o. Além disso, 0 dispositivo constitucional é claro no sentido de que a perda do posto e patente nao é auténoma, decorrendo da declaraco de indignidade ou incompatibilidade para o oficialato. Para fins de interpretaco deste dispositivo, “tribunal” deve ser entendido como érgio judicidrio de segunda instancia ou de instancia superior. A deciséo da perda do posto e patente nao pode ser de juiz de primeiro grau, pois apenas tribunais podem decidir pela indignidade ou incompatibilidade para 0 oficialato. INDIGNIDADE PARA 0 OFICIALATO Art, 100. Fica sujeito 3 declaracéo de indignidade para 0 oficialato 0 militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traicio, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 312. Esta pena acesséria decorre dos crimes de desrespeito a simbolo nacional, pederastia ou outro ato libidinoso, furto simples, roubo simples, extorsio simples, extorsio mediante sequestro, chantagem, estelionato, abuso de pessoa, peculato, peculato mediante aproveitamento de erro de outrem, falsificago de documento, falsidade ideolégica. Como observago, chamo sua atencio também para o advento da Lei Complementar n® 135, de 4 de junho de 2010, conhecida como Lei Ficha Limpa. Esta lei trouxe tornou inelegivel pelo periodo de ito anos aquele que for declarado indigno do oficialato ou com ele incompativel. INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO Art. 101. Fica sujeito 4 declaracdo de incompatibilidade com o oficialato 0 militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142. Os crimes mencionados no dispositivo so 0 de entendimento para gerar conflito ou divergéncia com o Brasil, e o de tentativa contra a soberania do Brasil. EXCLUSAO DAS FORCAS ARMADAS Art, 102. A condenacao da praca a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusao das forcas armadas. Perceba que esta pena acesséria somente é aplicavel as pracas, e nao aos oficiais. A Doutrina discute acerca da aplicabilidade deste dispositivo as pracas das policias militares e dos corpos de bombeiros militares. A Jurisprudéncia € pacifica no sentido de que o dispositive ¢ aplicavel, juntamente com o art. 125, §42 da Constituico, que traz outra hipétese de decisio pela perda de graduacao das pracas das forcas estaduais em sede de decisdo judicial. PERDA DA FUNCAO PUBLICA Art, 103, Incorre na perda da funcao piiblica 0 assemelhado ou o civil: 1- condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violacéo de dever inerente 3 funcio publica; II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos. Pardgrafo tinico. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercicio de fungao publica de qualquer natureza. Esta pena acesséria, nos termos do caput do art. 103, ¢ aplicavel apenas ao civil que cometeu crime militar, j4 que a figura do assemelhando nao mais existe em nosso ordenamento. 0 paragrafo Unico, por outro lado, permite que a perda da funcdo seja aplicada também ao militar da reserva ou reformado que esteja exercendo funcSo publica de qualquer natureza. INABILITACAO PARA O EXERCICIO DE FUNCAO PUBLICA Art, 104. Incorre na inabilitac3o para o exercicio de funco publica, pelo prazo de dois até vinte anos, 0 condenado a reclusdo por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violacao do dever militar ou inerente a fungao ptiblica. TERMO INICIAL Pardgrafo tinico. O prazo da inabilitac8o para 0 exercicio de funcao publica comeca ao termo da execugao da pena privativa de liberdade ou da medida de seguranca imposta em substituicao, ou da data em que se extingue a referida pena. ‘A mim parece que o legislador teve a intenc3o de impedir que o agente publico retornasse a0 exercicio da funco na qual praticou o crime. Perceba que, para que esta pena acesséria seja aplicdvel, é necesséria a conjugaco de dois fatores: - Crime praticado com abuso de poder ou violacao do dever militar ou inerente a fungao publica. - Condenagio a pena de reclusao por mais de quatro anos. periodo de inabilitac3o comeca a ser contado quando o a pena é cumprida, ou quando é extinta. Perceba que o art. 108 do CPM inclui no periodo de inabilitago o tempo que o condenado passou sendo beneficiado pela suspensio condicional da pena ou pelo livramento condicional, se no houver revogacio. SUSPENSAO DO PATRIO PODER, TUTELA OU CURATELA Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for 0 crime praticado, fica suspenso do exercicio do patrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execugao da pena, ou da medida de seguranca imposta em substituicao (art. 113). SUSPENSAO PROVISORIA Pardgrafo Unico. Durante o processo pode o juiz decretar a suspenso proviséria do exercicio do patrio poder, tutela ou curatela. Esta pena acesséria se basela na impossibilidade material de o condenado exercer o poder familiar, tutela ou curatela. Em relaco & aplicago de medida de seguranga, a impossibilidade de exercicio torna-se presumida em razo da inimputabilidade. Perceba que o exercicio desses poderes é materialmente impossivel, uma vez que, como estamos tratando de condenacdo a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, também no é cabivel o sursis. Esta suspens3o também pode ser decretada como medida cautelar, nos termos do pardgrafo Unico deste dispositive. SUSPENSAO DOS DIREITOS POLITICOS Art. 106. Durante 2 execucao da pena privativa de liberdade ou da medida de seguranca imposta em substituico, ou enquanto perdura a inabilitacao para funao publica, 0 condenado nao pode votar, nem ser votado. ‘A suspenso dos direitos politicos é consequéncia natural da condenagio, conforme art. 15 da Constituig3o: “E vedada a cassag3o de direitos politicos, cuja perda ou suspensdo sé se dara nos casos de: (...) Ill - condenagSo criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”. Chamo sua atengo para o fato de que a suspensio perdura enquanto durar a execugo da pena ou medida de seguranca, ou enquanto o condenado estiver inabilitado para fung3o publica. A inabilitagSo, todavia, ultrapassa o periodo de cumprimento da pena. IMPOSIGAO DE PENA ACESSORIA Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, n® II, e 106, a imposico da pena acesséria deve constar expressamente da sentenca. A regra geral € de que a imposicao de pena acesséria deve vir expressa na sentenga condenatéria. As excecdes so a perda de posto e patente, a perda de fungo publica pelo civil que for condenado a pena privativa de liberdade de mais de dois anos, a suspensdo dos direitos politicos (prevista pela prépria Constitui¢io). s EFEITOS DA CONDENACAO OBRIGACAO DE REPARAR O DANO Art. 109. So efeitos da condenacao: I- tornar certa a obrigaco de reparar 0 dano resultante do crime; PERDA EM FAVOR DA FAZENDA NACIONAL II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa- fe: 2) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienac&o, uso, porte ou detengao constitua fato ilicito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a sua pratica. Estes sdo efeitos secundarios ou extrapenais da condenago. Os efeitos principais, obviamente, correspondem & imposico da pena cominada para o crime. Os efeitos secundarios previstos no art. 109 sao de natureza Ha ainda outros efeitos, de natureza penal, indicados pela Doutrina e previstos em outros artigos, a exemplo da indug3o & reincidéncia, dilag3o do prazo da prescric3o da pretensdo executéria, langamento do nome do condenado no rol dos culpados, etc. A perda de bens em favor da Fazenda Nacional corresponde a medida de confisco. EA ayy celal Uy rey Art, 110. As medidas de seguranca so pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie subdividem-se em detentivas e nao detentivas. As detentivas so a internac3o em manicémio Judiciério e a internacdo em estabelecimento psiquiétrico anexo ao manicémio judiciério ou a0 ‘estabelecimento penal, ou em secdo especial de um ou de outro. As no detentivas sdo a cassacdo de licenca para direc3o de veiculos motorizados, 0 exilio local e a proibicdo de frequentar determinados lugares. As patrimoniais so a interdicSo de estabelecimento ou sede de sociedade ou associacéo, e 0 confisco. Art, 141. As medidas de seguranca somente podem ser impostas: I- 20s civis; IT - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por tempo superior 2 dois anos, ou aos que de outro modo hajam perdido fungao, posto e patente, ou hajam sido excluidos das forcas armadas; III - 20s militares ou assemelhados, no caso do art. 48; IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicac3o dos seus §§ 19, 2° e 3°. A maior parte dos doutrinadores diz que a medida de seguranca é uma consequéncia penal, apesar de operacionalizar-se por meio de sentenca absolutéria. Basicamente o fim dessas medidas € preventivo, pois é calcada na periculosidade do paciente quanto & possibilidade de reincidéncia. No Direito Penal Militar, porém, hd importantes diferengas no que tange & medida de seguranca, a comecar pelas espécies trazidas pelo CPM, como vocé pode concluir pela redaco do art. 110. E pacifico na doutrina que, com 0 advento da Lei n? 7.210/1984 (Lei de Execugo Penal), as figuras do estabelecimento psiquiatrico e do préprio manicémio judicidrio foram extintas. Por isso podemos dizer que hoje nao hé mais medidas de seguranca detentivas. Elas eram aplicadas entre 1 e 3 anos, nos termos do CPM. As medidas de seguranga pessoais nao detentivas so a cassagao de licenca para direcdo de veiculos automotores por pelo menos 1 ano (quando o crime for cometido na direg3o ou relacionado & direco de vefculos), 0 exilio local por pelo menos 1 ano (determinaco para que o agente se mude da localidade, municipio ou comarca onde ocorreu o crime), e a proibicao de frequentar determinados lugares por pelo menos 1 ano. As medidas de seguranga patrimoniais, por sua vez, so a interdigao de estabelecimento ou sede de sociedade ou associaco por pelo menos 15 dias e no maximo 6 meses (quando 0 estabelecimento serve como meio para a pratica do crime), e 0 confisco dos instrumentos ou produtos do crime. De acordo com Jorge Romeiro, o art. 276 do Cédigo de Processo Penal Militar menciona ainda a suspensio proviséria do patrio poder (hoje poder familiar), tutela ou curatela como medidas de seguranca provisoria a serem processadas no juizo civil. 9 - DA AcAo PENAL aco penal, no contexto do Direito Penal Militar, é 0 direito subjetivo, de titularidade da sociedade, de realizar 0 “jus puniendi”. € 0 direito de buscar a punigSo dos responséveis pelo cometimento de conduta tipificada como crime militar. PROPOSITURA DA ACAO PENAL Art. 121. A acdo penal somente pode ser promovida por denuincia do Ministério Publico da Justica Militar. verbo “promover” significa propor, realizar, fazer. A Constituig3o Federal, em seu art. 129, |, estabelece como umas das fungées essenciais do Ministério Publico a promogao da ago penal publica, de forma privativa. Somente 0 Ministério Pablico, portanto, pode apresentar a dentincia, nome dado & peca inicial da aco penal, que contém a acusacio feita ao suspeito de ter praticado crime militar. DEPENDENCIA DE REQUISICAO Art, 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a aco penal, quando o agente for militar ou assemelhado, depende da requisicao do Ministério Militar a que aquele estiver subordinado; no caso do art. 141, quando 0 agente for civil e nao houver coautor militar, a requisicao ser do Ministério da Justica. Ha duas modalidades de aco penal militar. A primeira é a publica incondicionada, que pode ser oferecida pelo Ministério Publico sem a necessidade de intervengdo de qualquer outra parte. Hd, por outro lado, a aco penal militar condicionada & requisic0 do Comando Militar ou do Ministro da Justica. Neste caso, 0 Ministério Publico depende de requisicao desses érgios, ndo sendo permitido que oferega dentincia de oficio. I TeD yal Ue Coa L ‘O MP pode propor livremente a ago PUBLICA INCONDICIONADA. penal, denunciando o réu, se achar que hd justa causa da infrago pena. PUBLICA CONDICIONADA A REQUISIGAO DO COMANDO MILITAR A QUE O MP somente pode oferecer a denuincia PERTENCE O AGENTE OU DO MINISTRO | se houver REQUISIGAO desses drgios. DA JUSTICA. Chamo sua atengdo para o termo utilizado no CPM: © Comando Militar ou 0 Ministro da Justiga requisitam a propositura da ago penal. A banca pode tranquilamente formular questdes capciosas sobre isso, ok? Esta regra se aplica aos crimes previstos dos arts. 136 ao 141: hostilidade contra pais estrangeiro, provocagdo a pais estrangeiro, ato de jurisdi¢do indevida, violagao de territério estrangeiro, entendimento para empenhar o Brasil & neutralidade ou & guerra, e entendimento para gerar conflito ou divergéncia com o Brasil. J4 que esses crimes nao esto no programa do seu concurso, nao acredito que surjam na sua prova detalhes acerca dos tipos penais. De toda forma, recomendo pelo menos uma leitura dos dispositivos do CPM. Uma observagio importante diz respeito ao crime previsto no art. 141 (entendimento para gerar conflito ou divergéncia com o Brasil). Este crime pode ser praticado por civil, e neste caso a requisigao deve ser feita pelo Ministro da Justica, pois nao hé Comando Militar correspondente. 10 - DA ExTINCAO DA PUNIBILI ve) a Quando a punibilidade é extinta, desaparece a a possibilidade juridica de imposi¢o de pena ao agente que cometeu crime. CAUSAS EXTINTIVAS Art, 123, Extingue-se a punibilidade: I- pela morte do agente; I - pela anistia ou indulto; III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescricao; V- pela reabilitacéo; VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4°). A morte do agente extingue qualquer possibilidade de imposicio de efeitos penais da sentenca condenatéria. Entretanto, os efeitos extrapenais ndo desaparecem, sendo inclusive possivel que os efeitos de cardter civil, a exemplo da obrigaco de reparar o dano causado, alcancem o patriménio transferido aos herdeiros do falecido. A anistia é ato do Congresso Nacional que perdoa determinados delitos. £ interessante saber que ela nao se dirige a individuos, mas sim a todos que cometeram determinado delito. Oindulto é um ato de cleméncia do Poder Puiblico. Pode ser concedido pelo Presidente da Republica, normalmente por meio de decreto. Esta atribuicao, contudo, pode ser delegada ao Procurador-Geral da Repiiblica, ao Advogado-Geral da Unido, ou a Ministro de Estado. 0 indulto também tem carater coletivo: geralmente o decreto estabelece certas condigdes que, quando cumpridas, qualificam o condenado para ter extinta sua punibilidade. A reabilitago criminal é um instituto juridico por meio do qual o condenado pode ter restituido seu status quo ante, ou seja, sua situagio antes da condenacao. Os antecedentes criminais e as anotagées negativas so, portanto, so retirados de sua ficha. A reabilitaco pode ser requerida apés o transcurso de determinado prazo desde o cumprimento da pena. A retroatividade de lei mais benigna jé fol estudada por nés nas aulas anteriores, e o ressarcimento do dano no crime de peculato culposo (art. 303, §42) seré estudado em detalhes nas préximas aulas. OCPM traz um rol com diversas causas de extingao da punibilidade, mas n&o menciona a GRAGA e nem o PERDAO JUDICIAL. ATENGAO! Algumas condutas tipicas constituem pressupostos ou elementos agravantes de outros crimes. A extingdo da punibilidade de crime, que € Pressuposto, elemento constitutivo ou circunstancia agravante de outro, nao se estende a este. Ainda que seja extinta a punibilidade por determinado crime, nada impede que seja reconhecida alguma agravante de outro crime em razéo da mesma conduta. ESPECIES DE PRESCRICAO Art, 124, A prescricéo refere-se 8 ago penal ou 4 execugao da pena. No Direito Penal hd duas espécies de prescri¢do: a prescrigdo da aco penal e a prescri¢do da execugo da pena. Isto € MUITO importante para que vocé possa compreender bem os dispositivos que estudaremos a seguir. A prescriglo, como vocé ja sabe, € a perda de um direito pela demora no seu exercicio. Para as finalidades do nosso estudo, o Estado perde o direito de punir o infrator nas hipéteses que veremos a seguir. PRESCRIGAO DA ACAO PENAL Art. 125. A prescrico da acéo penal, salvo o disposto no § 1° deste artigo, regula-se pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I- em trinta anos, se a pena é de morte; II - em vinte anos, se 0 maximo da pena é superior a doze; III - em dezesseis anos, se 0 maximo da pena é superior a oito e ndo excede a doze; IV - em doze anos, se o maximo da pena é superior a quatro e no excede a oito; V - em oito anos, se o maximo da pena é superior a dois e ndo excede a quatro; VI - em quatro anos, se 0 maximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, néo excede a dois; VII - em dois anos, se 0 maximo da pena é inferior a um ano. Este primeiro tipo de prescri¢do impede o Ministério Publico de propor a ago penal. Por esta razio as vezes é chamada de prescrigdo externa, pois impede o inicio do proceso. A forma de cdlculo € bastante simples. O art. 125 determina o tempo maximo em funcio da pena maxima cominada, Preparei a tabela abaixo para que vocé possa tentar memorizar esses prazos de forma um pouco menos sofrida. A ACAO PENAL PRESCREVE EM. ‘SE A PENA MAXIMA COMINADA FOR DE... 30 ANOS Morte; 20 ANOS MAIS DE 12 anos; 16 ANOS Mais de 8 anos e até 12 anos exatos; 12 ANOS Mais de 4 anos e até 8 anos exatos; 8 ANOS Mais de 2 anos e até 4 anos exatos; 4 Anos De 1até 2 anos exatos; 2ANOS MENOS DE 1 ano exato. SUPERVENIENCIA DE SENTENGA CONDENATORIA DE QUE SOMENTE O REU RECORRE § 1° Sobrevindo sentenca condenatéria, de que somente o réu tenha recorrido, a prescri¢ao passa a regular-se pela pena imposta, e deve ser logo declarada, sem prejuizo do andamento do recurso se, entre a ultima causa interruptiva do curso da prescricéo (§ 5°) e a sentenca, jé decorreu tempo suficiente. Nesta situaco, o prazo prescricional passa a ser regulado pela pena imposta (pena em concreto), € no mais pela pena cominada (pena em abstrato). Aqui comegaremos a tratar das chamadas prescrigées internas: a prescricdo intercorrente e a prescrigdo retroativa. A prescrigao intercorrente abrange o periodo que vai da sentenga condenatéria para frente, até o julgamento do recurso da defesa. A prescrico retroativa abrange o periodo que vai da sentenca condenatéria para trds, no momento em que a aco penal foi proposta. Aassimilacao destes conceitos é bem mais facil quando utilizados exemplos. Imagine que um sujeito cometeu o crime de roubo, capitulado no art. 242 do CPM. O criminoso, portanto, foi devidamente denunciado e julgado, tendo sido condenado & pena de § anos de reclusao. Lembre-se de que agora o prazo prescricional obedeceré o periodo da pena efetivamente imposta, € nao o periodo maximo da pena cominada para o crime. Vejamos novamente a nossa tabela. A ACAO PENAL PRESCREVE EM. ‘SE A PENA MAXIMA COMINADA FOR DE... 30 ANOS Morte; 20 ANOS MAIS DE 12 anos; Mais de 8 anos e até 16 ANOS 12 anos exatos; Mais de 2 anos e até 8 ANOS 4 anos exatos; De 1até 2 4 ANOS anos exatos; 2ANOS MENOS DE 1 ano exato. Como 0 criminoso foi condenado & pena de 5 anos, podemos concluir o prazo de prescricio interna seré de 12 anos. A prescricao intercorrente determina que o tribunal deve analisar o recurso da defesa no prazo maximo de 12 anos, enquanto a prescri¢dio retroativa determina que entre a propositura da aco e a sentenga também sé podem ter se passado 12 anos. TERMO INICIAL DA PRESCRICAO DA ACAO PENAL § 2° A prescri¢ao da aco penal comeca a correr: a) do dia em que o crime se consumou; b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; ©) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanéncia; d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido. Estes marcos iniciais dos prazos prescricionais se referem a prescri Zo penal. A partir deste momento, portanto, comeca a correr o prazo que o Ministério Publico tem para oferecer a dentincia perante o Poder Judiciario. CASO DE CONCURSO DE CRIMES OU DE CRIME CONTINUADO § 3° No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a prescri¢ao é referida, no 4 pena unificada, mas 4 de cada crime considerado isoladamente. Neste caso o prazo prescricional € contado de forma diferente. O crime continuado e o concurso de crimes na realidade sio maneiras como 0 Direito Penal decidiu encarar a pratica de condutas conexas, permitindo que os diversas crimes sejam consideradas como se fossem um s6, por meio de regras préprias. Para fins de contagem do prazo prescricional, entretanto, cada conduta deve ser considerada isoladamente, e no apenas a pena aplicada ao concurso ou ao crime continuado. SUSPENSAO DA PRESCRICAO § 4° A prescricdo da acao penal nao corre: I - enquanto néo resolvida, em outro processo, questéo de que dependa o reconhecimento da existéncia do crime; IT - enquanto 0 agente cumpre pena no estrangeiro. INTERRUPGAO DA PRESCRIGAO § 5° O curso da prescri¢ao da aco penal interrompe-se: I- pela instauracao do processo; IZ - pela sentenca condenatéria recorrivel. § 6° A interrupcao da prescri¢ao produz efeito relativamente a todos os autores do crime; e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, a interrup¢ao relativa a qualquer deles estende-se aos demais. Apenas relembrando algo que certamente vocé jé sabe, a suspensio significa que 0 prazo temporariamente deixa de correr, e, quando retorna, segue pelo tempo que restava. Na interrupgao, por outro lado, o prazo volta a correr pelo seu total Finalizamos aqui nossa andlise da prescrigo da ago penal. Iniciaremos agora 0 estudo acerca da prescriglo da execugio da pena. PRESCRICAO DA EXECUCAO DA PENA OU DA MEDIDA DE SEGURANCA QUE A SUBSTITUI Art. 126. A prescricao da execugao da pena privativa de liberdade ou da medida de seguranca que a substitui (art. 113) regula-se pelo tempo fixado na sentenca e verifica-se nos mesmos prazos estabelecidos no art. 125, os quais se aumentam de um terco, se 0 condenado é criminoso habitual ou por tendéncia, Perceba que a forma de célculo da prescrigio da execucao da pena ou medida de seguranca nao € diferente. Podemos utilizar a mesma tabela, mas desta vez nao utilizaremos como parametro a pena maxima cominada, mas sim a pena efetivamente imposta na sentenca. §1° Comeca a correr a prescricao: 2) do dia em que passa em julgado a sentenca condenatéria ou a que revoga a suspensio condicional da pena ou o livramento condicional; b) do dia em que se interrompe a execugao, salvo quando 0 tempo da interrupgo deva computar-se na pena. §2° No caso de evadir-se 0 condenado ou de revogar-se 0 livramento ou desinternacio condicionais, a prescricdo se regula pelo restante tempo da execugao. §3° O curso da prescri¢do da execuco da pena suspende-se enquanto o condenado esta preso Por outro motivo, e interrompe-se pelo inicio ou continuacéo do cumprimento da pena, ou pela reincidéncia. A regra geral é de que a prescrigdo da execugo da pena comega a correr no momento do transito em julgado da sentenca penal condenatéria. A mesma regra se aplica a interrupgao da execusao, exceto se houver norma especifica que determine a contagem do tempo de interrupcao como parte da pena. Cuidado para nao confundir 0 marco inicial da prescrigao da execugo com o da prescrigao intercorrente e a prescrigo retroativa, pois estas duas tamam como marco a primeira condenacio, da qual ainda cabe recurso exclusivo da defesa. Em caso de fuga do condenado, comega a correr o prazo prescricional, mas seu cdlculo deve se basear no que resta da pena a cumprir, e no no total imposto ao condenado por ocasio do transito em julgado da condenacao. PRESCRIGAO NO CASO DE REFORMA OU SUSPENSAO DE EXERCICIO Art, 127. Verifica-se em quatro anos a prescri¢ao nos crimes cuja pena cominada, no maximo, é de reforma ou de suspensao do exercicio do posto, graduacao, cargo ou funcao. DISPOSICOES COMUNS A AMBAS AS ESPECIES DE PRESCRIGAO Art. 128. Interrompida a prescric&o, salvo 0 caso do § 3°, segunda parte, do art. 126, todo 0 prazo comeca a correr, novamente, do dia da interrupcao. REDUCAO Art. 129, So reduzidos de metade os prazos da prescri¢o, quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de setenta. Lembre-se de que a Doutrina entende que a pena de reforma nao foi recepcionada pela Constituico de 1988, pois tem cardter perpétuo. Nos crimes cuja pena imposta é de suspensio do exercicio do posto, graduacio, cargo ou fungao, o prazo prescricional é de quatro anos. art. 128 nos traz a regra geral de interrup¢3o de prazos. A excecio fica por conta da previsio trazida pela segunda parte do §32 do art. 126. Este é 0 caso da interrup¢io pelo inicio ou continuagao do cumprimento da pena, ou pela reincidéncia. A regra de reducao do prazo prescricional concede privilégio aos criminosos menores de 21 ¢ maiores de 70 anos. £ importante perceber que a idade determinada é aquela ao tempo do crime, eno no momento da propositura da ago penal. IMPRESCRITIBILIDADE DAS PENAS ACESSORIAS Art. 130. E imprescritivel a execucdo das penas acessérias. J4 estudamos as penas acessérias, mas vamos recorrer ao art. 98 do CPM para relembrar o rol completo. Nao hi prescricao da execugdo dessas penas. Art, 98, So penas acessérias: I- a perda de posto e patente; IT - a indignidade para 0 oficialato; III - a incompatibilidade com 0 oficialato; IV - a exclusdo das forcas armadas; V - a perda da funcao publica, ainda que eletiva; VI - a inabilitacao para 0 exercicio de funcao publica; VII - a suspensao do patrio poder, tutela ou curatela; VIII - 2 suspensao dos direitos politicos. Nao ha prescri¢ao da execugo das penas acessérias previstas no art. 98 do CPM. PRESCRICAO NO CASO DE INSUBMISSAO Art, 131. A prescricdo comeca a correr, no crime de insubmissio, do dia em que 0 insubmisso atinge a idade de trinta anos. Neste dispositive temos uma regra completamente diferente do que vimos até agora com relacio 8 prescrigdo. Neste caso a contagem da prescrigio da execugo do crime de insubmisso comega a correr em funcio da idade do criminoso. AjinsubmissSo é um crime que tem caracteristicas muito peculiares, relacionadas principalmente & impossibilidade de 0 insubmisso ser processo antes de apresentar-se ou ser capturado. Vimos também que a pena aplicada ao insubmisso é a de impedimento (menagem), ficando ele restrito ao quartel, mas participando normalmente das instrucBes militares. Por essas razées, apés uma determinada idade, 0 préprio Estado perde o interesse em gozar dos servigos que deveriam ter sido prestados pelo insubmisso. PRESCRIGAO NO CASO DE DESERGAO Art. 132. No crime de desercao, embora decorrido 0 prazo da prescri¢ao, esta sd extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta. O crime de deserco é tratado com bastante rigor pelo CPM, especialmente quando praticado em situacao de guerra, caso em que o desertor poder ser condenado inclusive a pena de morte. A regra diferente para a prescri¢do é também uma faceta deste rigor. Embora o prazo prescricional corra normalmente, a punibilidade sé se extingue quando o desertor atinge a idade 45 anos (se praca) ou de 60 anos (se oficial). DECLARACAO DE OFiCIO Art. 133. A prescricdo, embora no alegada, deve ser declarada de oficio. A prescrig3o € considerada matéria de ordem publica e deve ser apreciada e declarada de oficio pelo magistrado se no for alegada pelas partes. Encerramos aqui nosso estudo sobre a prescrisio, e passaremos a analisar o instituto da reabilitag#o criminal. REABILITACAO Art, 134. A reabilitac3o alcanca quaisquer penas impostas por sentenca definitiva. © principal objetivo da reabilitag3o € permitir que o ex-condenado seja reinserido na sociedade, poupando-Ihe das eventuais dificuldades desse retorno e preconceito que pode ser gerado caso as informagées acerca de sua vida pregressa sejam de conhecimento geral. A declarada de reabilitacao importa em cancelamento dos antecedentes criminais. Apenas poderao ter acesso a esses registros a autoridade policial ou judicidria ou o representante do Ministério Publico, para instrugdo de processo penal que venha a ser instaurado contra o reabilitado. ‘A medida pode ser requerida quando decorrerem 5 anos desde a extingo da pena ou medida de seguranga, ou ainda desde a data em que se concluir 0 prazo de suspensao condicional da pena ou de livramento condicional. Para que possa requerer a reabilitacdo, o condenado precisa cumprir os seguintes requisitos: a) Ter tido domicilio no pais no prazo referido; b) Ter dado, durante esse tempo, demonstracio efetiva e constante de bom comportamento publico e privado; ¢) Ter ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstrado absoluta impossibilidade de fazé-lo até o dia do pedido, ou exibido documento que comprove a rentincia da vitima ou nova¢io da divida. Se a reabilitagao for negada, apenas ser possivel requeré-la novamente apés o periodo de dois, anos. Ha também restriges 8 concesso da reabilitaco em razo da natureza do crime cometido. Dessa forma, em relacio aos atingidos pela pena acesséria prevista no art. 98, VII (suspensao do poder familiar, tutela ou curatela), caso tenham cometido crime de natureza sexual vitimando filho, tutelado ou curatelado, nao pode haver reabilitagio. Ademais, aos condenados que forem reconhecidamente perigosos também no pode ser concedida a medida, exceto se houver prova cabal em sentido contrério. A reabilitacSo também pode ser revogada de oficio ou a requerimento do Ministério Publico, caso a mesma pessoa seja condenada, em decisio transitada em julgado, a pena privativa de liberdade. 11 - QUESTGES 11.1 - QuesTOES COMENTADAS 1. MPU~Analista - 2013 - Cespe. Considere que Jodo, dentista civil, tenha sido condenado pela justica militar da Unido & pena de quatro anos de recluséo, pelo crime de violéncia contra militar em servico. Nessa situaco, © condenado deve cumprir a pena em penitenciaria militar. Comentéi Nos termos do art. 62 do CPM, o civil cumpre a pena aplicada pela Justica Militar em estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislago penal comum, de cujos beneficios e concessées, também, poderd gozar. GABARITO: ERRADO 2. STM—Analista Judi rio - 2004 - Cespe. ‘As medidas de seguranca pessoal so ndo-detentivas e detentivas, sendo estas fixadas na mesma quantidade das penas privativas de liberdade cominadas abstratamente nos tipos penais. Comentarios A previs3o do CPM é de aplicaco das medidas de seguranga detentivas entre 1 e 3 anos, e n3o no tempo abstratamente cominado para as penas. GABARITO: ERRADO 3. STM—Analista Judi rio - 2004 - Cespe. A legislac3o penal militar estabelece que a pena de morte é executada por fuzilamentoe que, nessa situago, 0 condenado militar deverd deixar a priso com o uniforme sem as insignias, € © condenado civil deverd estar vestido decentemente, devendo ambos os condenados estar de olhos vendados no momento da execuso, salvo se o recusarem. Comentérios Esta questo mescla o conhecimento do contetido do CPM e 0 do CPPM acerca da pena de morte. Justamente por isso essa questo foi anulada pela banca, pois o programa da matéria de Direito Penal Militar nao incluia esta parte do CPPM. Entretanto, todas as informagées esto corretas. GABARITO: CERTO 4. DPU~ Defensor Publico - 2007 - Cespe. ‘A pena acesséria de excluso das Forgas Armadas prevista no CPM sera obrigatoriamente aplicada & praca cuja condenacao a pena privativa de liberdade for superior a dois anos. Comentérios Apena acesséria de exclusdo das Forgas Armadas decorre da sentenca condenatéria a pena privativa de liberdade por periodo superior a dois anos, nos termos do art. 102 do CPM. GABARITO: CERTO 5. MPE-ES — Promotor de Justica - 2010 - Cespe (adaptada). A indignidade para o oficialato é san¢3o administrativa disciplinar e sua aplicago ocorre no Ambito administrativo disciplinar. A incompatibilidade para o oficialato € sangdo penal acesséria e somente podera ser aplicada pelo Poder Judiciério, mediante procedimento préprio. Comentarios Vocé nfo precisa saber de muitos detalhes acerca das penas acessérias. Esta questo pode ser facilmente respondida por vocé, pois tanto a indignidade para o oficialato quanto a incompatibilidade para o oficialato sdo penas acessérias, previstas no art. 98 do CPM. GABARITO: ERRADO 6. MPE-ES ~ Promotor de Justiga - 2010 - Cespe (adaptada). A pena de impedimento prevista no CPM é aplicavel a qualquer crime militar, proprio ou impréprio, desde que seja inferior a dois anos. Essa pena obsta 0 exercicio das fungées policiais e militares pelo prazo minimo de dois anos, submetendo o apenado, quando se tratar de oficial, a pena acesséria de perda do posto. Comentarios © impedimento € pena principal, prevista apenas para o crime de insubmissio. Além disso, a descrigdo feita pela assertiva nada tem a ver com esta pena. O impedido fica restrito as dependéncias da unidade militar em que serve, participando normalmente da instruco militar. A Doutrina diz que essa pena tem nitido cardter educativo e ressocializador. GABARITO: ERRADO 7. STM~Analista Judici rio — 2004 - Cespe. De acordo com a legislac3o penal militar, a condenaco da praca e a do civil a pena privativa de liberdade superior a dois anos implicam, respectivamente, a exclus3o do militar das Forgas ‘Armadas e a perda da func3o publica do civil Comentarios O art. 102 do CPM determina que a praca que for condenada a pena privativa de liberdade superior a dois anos ser excluida das Forcas Armadas. J4 0 art. 103 determina que o civil que for condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violago de dever inerente & fungo publica, ou que for condenado por qualquer crime a pena privativa de liberdade superior a dois anos, perdera a funco publica. GABARITO: CERTO 8. DPU-Defensor Publico - 2010 - Cespe. © CPM dispde sobre hipéteses de crimes militares, préprios e impréprios, e sobre infraces disciplinares militares. Entre as sangdes penais, est expressa a possibilidade de se aplicar a pena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial ou de infra¢o penal que cause prejuizos financeiros & administracao militar. Coment: Ss Entre as penas previstas pelo CPM no hd pena de multa. GABARITO: ERRADO 9. STM~Analista Judicidrio - 2004 - Cespe. No direito penal militar, as penas principais so: morte, reclusdo, detencio, prisio, impedimento, reforma e suspenso do exercicio do posto, graduacSo, cargo ou funcdi Comentarios Esta questo esté perfeitamente de acordo com o art. 55 do CPM, apesar de a Doutrina indicar que a pena de reforma nao foi recepcionada pela Constituigo. GABARITO: CERTO 10. STM—Analista Judicidrio - 2011 - Cespe. Nos termos das disposicdes gerais do CPM, é cabivel para os crimes militares a cominaglo das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa, conforme também prevé o Cédigo Penal comum. Comentérios Mais uma questo dizendo que o CPM prevé pena de multa. Essa vocé nao erra na prova, hein? GABARITO: ERRADO 11. PM-MG ~ Oficial da Policia Militar — 2011 - Fumarc. OCPM prevé, entre outras, as seguintes penas acessérias: a) Perda de posto e patente, Transferéncia Compulséria e Suspens3o dos Direitos Politicos. b) Indignidade para o Oficialato, Incompatibilidade com 0 Oficialato e Inabilitacao para o exercicio de fungSo publica. c) Reforma Administrativa, Perda de posto e patente e Inabilitaco para o exercicio de fun¢3o ptiblica. d) Incompatibilidade para com o Oficialato, Exacao e Perda da Fungo Publica. Comentarios A tinica que traz apenas penas acessérias previstas no art. 98 do CPM é a alternativa B. Nao existem as penas de transferéncia compulséria, reforma administrativa, e nem exacao. GABARITO: B 12. STM—Analista Judiciario - 2011 - Cespe. Se, no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, a0 cumprimento de pena privativa de liberdade de cito anos de reclus%io, no houver penitencidria militar, a execucio da pena deveré ocorrer em estabelecimento civil comum, ficando a sua execugSo a cargo do juizo de execugées penais, sob a égide da legislagio penal comum. Comentérios Este é 0 contetido do art. 61 do CPM. GABARITO: CERTO 13. STM—Analista Judicidrio - 2004 - Cespe. Aeextingdo da punibilidade dé-se, entre outras causas, pela prescricSo, a qual, no curso da aco penal, é interrompida pela instauraco do proceso, pela sentenca condenatéria recorrivel e pela pratica de outro crime pelo acusado. Comentérios Os casos de interrupgao da prescrigao esto previstos no art. 125, §5°, do CPM: | - pela instauragéo do processo; Il - pela sentenca condenatéria recorrivel. A pratica de outro crime pelo acusado nao € causa interruptiva da contagem do prazo prescricional. GABARITO: ERRADO 14. STM~—Analista Judicidrio - 2011 - Cespe. A prescricio da aco penal militar, de regra, regula-se pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, possuindo natureza juridica de causa extintiva da punibilidade. Entretanto, no crime de deser¢ao, o sistema do CPM configura duas hipsteses para a questo da prescri¢&o, ora aplicando a norma geral, ora estabelecendo norma especial, previstas igualmente no estatuto castrense. Comentarios O crime de deserg3o tem norma especial quanto a prescri¢ao, prevista no art. 132. Este dispositivo determina que deve ser aplicado o prazo prescricional comum, mas a extingo da punibilidade somente ocorre quando o desertor atinge a idade de 45 anos (se praca) ou de 60 anos (se oficial). GABARITO: CERTO 15. | STM—Analista Judicidrio - 2011 - Cespe. As causas extintivas de punibilidade, previstas na parte geral do CPM, incluem a reabilitac3o, 0 ressarcimento do dano no peculato culposo e o perdi judicial. Comentérios Lembre-se de que o CPM no prevé como causas de extingo da punil nem a graca. idade o perdio judicial, e GABARITO: ERRADO 16. DPU— Defensor Publico - 2007 - Cespe. No CPM, ha crimes em que se procede somente mediante representagio. Comentarios Esta questo trata da aco penal publica condicionada. Entretanto, no CPM a condigo exigida nao & a representago do ofendido, e sim requisig0 do Comando Millitar ou do Ministro da Justiga. GABARITO: ERRADO 17. CBM-DF - Oficial Bombeiro Militar - 2011 - Cespe. No crime de desergio, embora decorrido 0 prazo da prescrigSo, esta s6 extinguird a punibilidade quando o desertor atingir a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta. Essa regra aplica-se apenas aos desertores foragidos. Comentérios 0 texto do art. 132 trata da prescrigo para o crime de desersio, determinando os desertores foragidos. A Jurisprudéncia, entretanto, entende que esta regra especial de prescricio sé é aplicavel a0s foragidos. GABARITO: CERTO 18. STM—Analista Judicidrio - 2011 - Cespe. No sistema penal militar, a ago penal deve ser, via de regra, publica incondicionada, salvo em relagio a determinados crimes, previstos de forma expressa e excepcional, que impdem a observancia da requisi¢ao ministerial; admite-se, ainda, a aco penal privada subsididria da publica. Comentérios Em regra, a aco penal € publica incondicionada. Em algumas situagées, porém, é necesséria a requisi¢30 do Comando Militar ou do Ministro da Justica. Se, em qualquer dessas situagdes, 0 Ministério Publico for omisso no oferecimento da deniincia, surge o direito de o particular (a vitima ou seu representante legal) interpor a ago penal. Neste caso pode haver aco penal privada subsididria da publica. GABARITO: CERTO 11. ISTA DE QUESTOES 1. MPU ~Analista - 2013 - Cespe. Considere que Jodo, dentista civil, tenha sido condenado pela justica militar da Unido & pena de quatro anos de reclusio, pelo crime de violéncia contra militar em servico. Nessa situacio, ‘© condenado deve cumprira pena em penitenciéria militar. 2. STM—Analista Judiciario - 2004 - Cespe. ‘As medidas de seguranca pessoal so ndo-detentivas e detentivas, sendo estas fixadas na mesma quantidade das penas privativas de liberdade cominadas abstratamente nos tipos penais. 3, STM—Analista Judiciario - 2004 - Cespe. A legislac3o penal militar estabelece que a pena de morte é executada por fuzilamento e que, nessa situago, o condenado militar deverd deixar a prisdo com o uniforme sem as insignias, e © condenado civil deverd estar vestido decentemente, devendo ambos os condenados estar de olhos vendados no momento da execucdo, salvo se o recusarem. 4, DPU~ Defensor Puiblico ~ 2007 ~ Cesp A pena acesséria de exclusio das Forcas Armadas prevista no CPM seré obrigatoriamente aplicada & praca cuja condenago & pena privativa de liberdade for superior a dois anos. 5. MPE-ES ~ Promotor de Justica - 2010 - Cespe (adaptada). A indignidade para o oficialato é san¢o administrativa disciplinar e sua aplicaco ocorre no Ambito administrativo disciplinar. A incompatibilidade para o oficialato é sanclo penal acesséria e somente poderd ser aplicada pelo Poder Judicidrio, mediante procedimento préprio. 6. MPE-ES — Promotor de Justica - 2010 - Cespe (adaptada). A pena de impedimento prevista no CPM é aplicavel a qualquer crime militar, proprio ou impréprio, desde que seja inferior a dois anos. Essa pena obsta o exercicio das fungées policiais e militares pelo prazo minimo de dois anos, submetendo o apenado, quando se tratar de oficial, 8 pena acesséria de perda do posto. 7 STM — Analista Judicidrio - 2004 — Cespe. De acordo com a legislaco penal militar, a condenagao da praca e a do civil a pena privativa de liberdade superior a dois anos implicam, respectivamente, a excluso do militar das Forgas Armadas e a perda da funco publica do civil. 8. DPU~Defensor Publico - 2010 - Cespe. © CPM dispde sobre hipéteses de crimes militares, préprios e impréprios, e sobre infracdes disciplinares militares. Entre as sangdes penais, estd expressa a possibilidade de se aplicar a pena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial ou de infraco penal que cause prejulzos financeiros & administrac3o militar. 9. STM—Analista Judiciario - 2004 - Cespe. No direito penal militar, as penas principais so: morte, reclusdo, detencio, prisio, impedimento, reforma e suspensio do exercicio do posto, graduacao, cargo ou funcio. 10. STM—Analista Judiciario - 2011 - Cespe. Nos termos das disposicdes gerais do CPM, é cabivel para os crimes militares a cominago das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa, conforme também prevé o Cédigo Penal comum. 11. PM-MG - Oficial da Policia Militar - 2011 - Fumare. OCPM prevé, entre outras, as seguintes penas acessérias: a) Perda de posto e patente, Transferéncia Compulséria e Suspens3o dos Direitos Politicos. b) Indignidade para o Oficialato, Incompatibilidade com o Oficialato e Inabilitagdo para o exercicio de funcSo publica. c) Reforma Administrativa, Perda de posto e patente e Inabilitaco para o exercicio de fung3o publica. d) Incompatibilidade para com o Oficialato, Exaco e Perda da Fungo Publica. 12. STM—Analista Judicidrio - 2011 Cespe. Se, no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, ao cumprimento de pena privativa de liberdade de oito anos de reclusio, no houver penitencidria militar, a execug3o da pena deverd ocorrer em estabelecimento civil comum, ficando a sua execucio a cargo do juizo de execugdes penais, sob a égide da legisiac3o penal comum. 13. STM—Analista Judiciario - 2004 - Cespe. A extingdo da punibilidade dé-se, entre outras causas, pela prescrigdo, a qual, no curso da ago penal, é interrompida pela instaurac3o do proceso, pela sentenca condenatéria recorrivel € pela pratica de outro crime pelo acusado. 14. STM—Analista Judi rio ~ 2011 - Cespe. A prescrigo da aco penal militar, de regra, regula-se pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, possuindo natureza juridica de causa extintiva da punibilidade. Entretanto, no crime de desergo, 0 sistema do CPM configura duas hipsteses para a questo da prescrigao, ora aplicando a norma geral, ora estabelecendo norma especial, previstas igualmente no estatuto castrense. 15. | STM—Analista Judicidrio - 2011 - Cespe. As causas extintivas de punibilidade, previstas na parte geral do CPM, incluem a reabilitago, 0 ressarcimento do dano no peculato culposo e o perdi judicial. 16. _ DPU— Defensor Publico - 2007 - Cespe. No CPM, ha crimes em que se procede somente mediante representagao. 17. CBM-DF - Oficial Bombeiro Militar - 2011 - Cespe. No crime de desercio, embora decorrido 0 prazo da prescrigdo, esta sO extinguird a punibilidade quando o desertor atingir a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta, Essa regra aplica-se apenas aos desertores foragidos. 18. STM—Analista Ju rio - 2011 - Cespe. No sistema penal militar, a ago penal deve ser, via de regra, publica incondicionada, salvo em relago a determinados crimes, previstos de forma expressa e excepcional, que imp3em a observancia da requisicao ministerial; admite-se, ainda, a aco penal privada subsididria da publica. 11.3 - GABARITO 1. ERRADO 7. CERTO 13. ERRADO 2. ERRADO 8. ERRADO. 14. CERTO 3. CERTO 9. CERTO 15. ERRADO 4. CERTO 10. ERRADO 16. ERRADO 5. ERRADO 1. B 17. CERTO 6. ERRADO 12. CERTO 18. CERTO bear Kae aay Concluimos aqui esta aula! Se tiver duvidas. Grande abraco!

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