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co aes eel Az DN ete Le a Love Ain't No Strarige ae, Ly 2: EE eas Oe tr storm intrudes oe, peor MIT a = ae OSS ae ss EEE———E——————— om vENDo De GUITARRA 12 Con rea: sous 0 Virose dos Pampas. LENTE DE AUMENTO 22 MARCO »revistaguitarclass.com.br Mult:insmentstae Sideman nos ‘conta muitas de suas histérias. ra: guitarclass@uol.com.br 6 4 FACA VOCE MESMO COM IVAN FREMTAS onan aren Foto de eapa: RICK GOULD re GUITARRA E TECNOLOGIA 68 commario aia nina COLUNAS ait ‘Téenica- Afonso inion. #0 Touch Technique - Marcinho Biras....81 Improvisngio - Michel Leme 1.82 Guitarra Jaze ~ Dem Kos... enn 83 Gaitarras Impossives- Demian Tiguec... 84 ‘Teoria Musial - Marisa Ramires ....85 Misica Brasileira - Nelson Faria.....86 Leitura para Guitarra - Paulo Tin ...87 1 4 Rock Pesado - Hugo Mariut. 88 4 i y Estilo - Ricardo Silveira ‘Miisica e Estética - Sidney Molina | 'm Your Hoochie Love Ain't No Coochie Man Stranger Muddy Waters Whitesnake por Ciro Visconti | por Kleber K.Shima After The Fact John Scofield por Marcio Alves Overture 1928 | Dream Theater | por Bruno Godinho 0 Deus da 24 Velocidade. Nesta edigéo, temos um dos nomes inais polémicos, amados e odiados da hist6ria da guitarra. O rei dos arpejos dliminutos e das oscalas menores harmd- nicas. O rei da velocidade e done de uma das técnicas mais impossiveis da histo- ria, Quem pode negar nao ter sofrido a sua influgncia ou secretamente deseja- 4o executar um dos seus arpejos com ta- manha_perfeigao? Sempre atacado @ admirado, tomos outro dos monstros sa- grados da Fender Stratocaster, 0 sueco Yngwie Malmsteen. Mas 6 possivel to- car assim, sem ter nascido com um ta- lento especial? “Quantas vezes precisa: rei morrer e nascer para executar 0 solo de Black Star com tamanha fluéncia?” Eu responderia a essa pergunta: cil nio 6, mais 6 possivel. Com algumas horas diérias multiplicadas por alguns anos, somados as dicas cortas (que s6 a Guitar Glass tradu. para vocé) ¢ uma vontade inflexivel, voc® tocaré o que o sueco toca ainda mais: soré capa da edigio de ou- tubro do ano de 2010 da revista Guitar Class. Lembre-se que o que hoje € uma realidade como 0 carro, 0 avigo ou 0 Sweep Pickin, um dia néo passou de um insight na cabeca de um garoto quo acre- ditava nas suas idéias e tinha uma von- tade forte o suficiente para realizé-las Cada nitmero da nossa publicagio ¢ uma ligio e um desafio para so tocar melhor. Pelas maos de Bruno Godinho e com @ Iinha assessoria, vooés terdo vinte p. ginas preciosas de um dos maiores gui- faristas do mundo. Em Vivendi de Guitarra temos um bra- sileiro que 6 sé masica boa e frase bonita Um dos poucos miisicos brasileiros que conseguiram 0 reconhecimento em uma carreira do guitarrsta-solo instrumental sem ter de sair de seu proprio pais para isso, Estamos falando de Frank Solar, que faz parte do uma nova safra de guitaristas que vencem pela musicalidade, pela com: ' peténcia. Ele prova que em todas as épo- cas e om todos os lugares felizmente have- 14 pessoas que ignoram as tendéncias ¢ as facilidades de uma midia viciada ,¢ apos- lario no talento na seriedade das suas idéias, que pouco a pouco vio tomanda forma e se tornando um exemploa sor se- 10 - Guitar Class - Novembro 2001 guido. Fm nossa matéria sobre equipa- ‘mentos e regulagens, em Lento de Au- ‘mento, emos um experiente sideman, que no fala apenas sobre regulagens e instra- mentos, mas dé uma aula de posture, profissionalismo e tudo aquilo que o le- vow a ser um dos profissionais mais pro- ccurados ¢ respeitacios do nosso mercado, Na seco ign Vooe Meso continua- ‘mos construindo a nossa guitarra, tondo algumas ilustragoes ¢ comparagées sobre ‘© processo artesanal eo industrial de cons- ‘rugdo de guitarras Esse instramento sera futuramente sorteado entro os nossos leitores,com direitoafoto publicada etudo mais, Aguardem instrugées, Na segio Guitarra e Tecnologia, Mé- rio Della Nina trata sobre o MPS, 0 ar~ quivo que tem revolucionado toda a in- distria fonogréfica mundial, o que ele significa e como pode nos auxiliar. ‘Temos dois novos colunistas da pe- sada: nas Guitarras Impossiveis, Demiam Thiguez, guitarrista da ban- da Simbols, e na coluna de Rock Pesa- do, Hugo Mariute, integrante da ban- da Xamé - dois masicos novos, mas com talento e competéncia de sobra, que vocé iré conferir na pratica ‘Tivemos algumas mudangas de att ma hora, fato que deve ter sido obser- vado pelos Ieitoros mais atentos, e em especial pelos que costumam acessar 0 nosso sito, Essas mudancas se fizeram necessérias para manter 0 nivel do ‘mercado, pois a Guitar Class veio p elevar o padréo, e nao para nivelar por baixo. Quando observamos as tentati- vas de plégio de nossas idéias pelos concorrentes, chegamos @ concluséo que a concorréncia melhorou um pou- co, pelo menos agora ela sabe que exis- te um rabo para ser mordido Tivemos algumas mudangas na nos- sa equipe e, devido a falta de tempo, nenhuma transcrigéo nacional. Mas logo retomaremos a diregéo ja esta- belecida anteriormente, sempre com uma transcrigdo brazuca. Confia- bilidade e seriedade sempre foram e serdo ¢ marca das nossas publicagBes © ‘o motivo do nosso sucesso, Valmyr Tavares TRA DIRETOR Ruy Pereira DIRETORDEREDAGKO: Kuy Ponce -DNTOR Vilinyr Tavares ASSIST. DEARIE:julianaMozat ASSISTDEPRODUGAO: Douglas Micro FOTOSCANNI Edison G,Caval ‘Wegner Nunes (COLABORARAMNESTAEDICAO ‘TEXTO- Vly Tvares, van ts, Dama K, Molina, Marsa Ramirs, Palo Tins, Nelson Eduardo Ardanuy. Hugo Marine, Afonso Marcin Has, Demian Tiga Mich LemR Sir Alex Pov Kleber Shima, Mario (Gao Visconti e Brana Gadinno REVISLOGERAL Alex Pater Renan Nt REVISAODETENTO Hebe ster La TRINSCRICIODETETO RoR POTUS: Jota Santana. uliana M RickGoud TSTRIGAD. BilsnGeto Juliana Mozart ail Tes DEPARTAMENTO COMERCIAL CONEAIOS: AntinloGomes Antone Souza ASSISTENTE: Lources Mauri ASSINATURAENUMEROS ATRASADOS ‘als (017)2940 135038402266 ATENDIMENTO Luzi Bega Viviane Assis DISTRIBLICLO EXCLUSWA PARA TODO O BRASIL: Fernando Chinag!isGuitar Class uma public sense da Tram Editorial Lida Regio, ad tragdo » departamento camera localizados CComondado® Miguel alfa, 421 -Vile Olimpia uo. SP CEP O4537 01, Tlax(11) 39402 {3840 1158. Os editors ndo se esponssilizam ‘pinies omitides por colaboradores ea ri assinades. Site da Gustar Clase na inter! ‘wwrw.revistagultarclas.com.br ‘Emails guitarclass@ ual com-br ‘rama Editorial: editoratrama@ vo.com be Vivendo de Guitarra Atel irnaa ie nrvic UTD ee D Oe estat a Cea eae eee ee Te Mesmo em um mercado tito restrito DT aoe ava mT ee COMME es le SO/ 0/1 a1) OO een ee ean ee Fan No aL 01020211101 OL Rc Dae LR La a cL ae aR re hee ceed Oe aT Rae eae ccm eta Le Te ee an ER ee nae LON AONE at aR ne eee Sa OR Te RT a ae Reece a Rom OL Re OLR CLLR Meo Me aa ened SOR ye oe Toe OT (ad sn ROD I ee I let tes tsar NTN Oe AA NRT ee Boeeemanieneol mil cépias, © gastamos bem menos em estidio, fizemos com batera eletrénica... E vamos fazer de novo. Guitar Class - Vendo essa média das duas experiéncias, vooé ndo pensa em volar pra primeira? Solari - Nao, de jeito nenhum. Porque io tenho o controle. Por exemplo, no fui ew quem escolheu a foto da capa. E fago quostao de opinar, 6 0 meu disco. Isso ¢ um ponto basico, quero escolher. No momento em que vocé perde esse controle, 0 disco pode estar bem, estar no mundo todo, Pode dizer 0 que quise- rem, se vendeu 5 mfl ou 20 mil, voce perde o controle e nunca tem certeza do niimero. Nao vi a capa do disco antes de angarem, ¢ nfo gostei disso, fol uma col sa que marcou. Mas o ponto principal 6 o controle sobre a situagao. Guitar Class - Hoje.voce vive do qué? © qual é a sua média mensal de grana? Solari - Eu ndo saberia dizer uma mé- talvez 3 ou 4 mil reais. Houve époces em que ganhei legal, como naquela do pr meiro CD. Hoje vivo da mesma forma: fago shows, workshops, dou aulas, recebo di- vitos autorais. Estou com um projeto de thas para TV com o André Gomes, da SporTV. 6 passou aquela fase do cara me igar pra dar uma canja 6 eu ir Jé fiz Isso, ‘as sou mésico, vivo disso. Claro que se {or fazer entre amigos ¢ outra coisa. Guitar Glass - Quanto vocé cobra por show? Solari - Meu show custa 5 mil reais: eu, o Kiko Freitas e meu irméo, Néo faco shows com muita freqiiéncia, mas rola, Nom sei dizer 80 iss0 6 barato ou caro. Para alguns, 6 carfssimo. Guitar Class - Quem é que compra esse show? Solari -Profoituras, Governo... nio 6 sempre esse valor. & claro que quero to- care aceito contraproposta, entéo depen- de da situagao, 6 tudo negociével. Guitar Class - F a aula, vooé cobra quanto? ‘Solari - Cobro 50 reals a hora. Guitar Class - Tem o estidio que voce aluga Solari - Tem o esttidio, em que faco produgdes pequenas. Estou gravando meu disco, entéo, neste momento estou gaslando 99% do tempo e do espaco pra isso. E como fago pra manter a médie? Se ganho um pouco mais, guardo, por- {que Sei quo tom meses que so muito ru- ins, que so janeiro e fevereir. Guitar Class ~ Agora fale wm pouco sobre patrocinios e as condigdes em que cles acontecem. Solari - Procuro conhecer 0 equipa- ‘mento e ver se vou gostar ou nao. Nor ‘malmente o pessoal manda e a gente tes- ta. Sempre tive guitarra Ibanez ¢ houve ‘uma época em que genhei uma da im- portadora, a Music Power. Fiquei por um ano, Néo fiz nada, mas ganhei uma gui- tarra e, antes de ganhar a segunda, ter- minou. Eles tinham perdido a distribui- Gio da Ibanez e ficou assim. Pra mim foi ‘uma realizacao pessoal ganhar uma gui- tarra da qual sempre fui f8. O lance da Fender foi legal: ganhei um cabegote e duas caixas, fiquei um ano com eles. Guitar Class - Qual era o acordo? Solari - Nao tivemos um contrato assi- nado. Chegamos ¢ ter cléusulas ea discu- tir algumas coisas, mas nao assinei con- trato, Essa foi uma das primoiras situa- {Goes de endorser que ou soubesse. Recebi © equipamento e usei-o durante um ano. Guitar Class - Havia exclusividade nesse acordo com a Fender? Solari - Claro, toda ver. que eu epa- recesse publicamente seria com uma Fonder. Fiz um workshop tour com a Fonder pelo Brasil, divulgando-a, ¢ foi muito bom. Quando terminou, pedi outro equipamento, s6 que néo havia condiges. Af deu uma estremecida na relagio e nds resolvemos terminar. Lente de Aumento * P Dema K. [Novembro 2001 - Guitar Class = 23 Lente de Aumento Guitar Class - Quais so as modifica- (Bes que existom nas suas guitarras, quem por qué? ‘Tuco A Fender Stratocaster de 83 foi a primeira guitarra boa que tive. Eu tinha ‘amigos que mexiam com eletrOnica ea pri- meira coisa que fiz foi instalar um captacor BillLawrence 1500, que tem uma minichave que atua no captador de graves e transfor: om parelelo, single coil e split coil. Es tltimo 6 quedé um “turbo”; sealguém ab a seu volume mama mesa de som, ai voc8 aciona e “levanta vo". Eu optei por nao ‘mexer nos captadores da ponte e do meio Porque gosto muito daquele timbre da po- sig intermediaria, “estaladinho”, estilo Mark Knopfler. Essa foi a primeira modif ‘cago ¢ quem as fez foi um amigo meu, 0 Zé Ronaldo; depois, com o tempo, instalet ‘uma alavanca Floyd Rose Guitar Class - Vocé gostou do resultado com a Floyd Rose no lugar da ponte origi- nal Fender? ‘Tuoo - Néo gostei, porque uso muito « guitara como um instrumento-solo, entéo, quando fazia um bend, a alavanca subia, descia a afinacio das cordas e, conseqiien- temonte, os baixos do acordes desafinavam. Isso nio servia aos meus propésitos, porisso trav essa Floyd Rose. Guitar Class - Vocé pode descrever como essa alavanca Floyd Rose joi travada? ‘Tuco -O Ivan Freitas (luthier de Sto Pau- J) colocouum calgo de madeira para trav la, ndo vai mais nem para frente, nom para tnds, Ficou como se fosse uma ponte comum, ‘com microafinacéo e com aquela trava no braco, nao desafina de jeito nenhum. Guitar Class - Mas nunca chegou a de- safinar com a alavanca desse jeito? ‘Tuoo - Pouco, muito pouco. Quando “sa- ado” mesmo, desafina um poueo, mas néo cchegaa ser comprometedor. Tenho também. aquele pedal Fender tuner, que é um afinador com mute. Entéo, ao vivo, entre uma misicaeoutra, dou uma “checadinha” tudo bem, As tarraxos também sao oniginais? “Tuco - Todas originais Guitar Class -E sobre a alavanca Bigsby que esté em sua Gibson 335? ‘Tuco - Tenho até uma histéris boa... Em 1988 comprei essa Gibson num leilao da policia federal em Sao Sebastiéo que nin- sguém ficou sabendo, Um amigo me ligou e disse para largar tudo e ir pra li comendo, stava “zero bala” paguei s6 USS 153 do- lares nesta guitarra com case, nota fiscal ¢ tudo que tinha direito. No final do ano pasado, “encanei” que queria colocar uma alavanca nela, Estava tocando muma banda que tinha metais, estilo Brian Setzer Orchestra. No mesmo dia sa atrés e achei a timica alavanca que serviria para minha Gibson e o Ivan a instalou pra mim. Fiquei satisfitissimo porque descobri uma outra manera de uso, para simular um chorus. A minha rogulagem de som limpo com esta {guitarra é um “delayzinho” ¢ o chorus que faco com a ponte Bigsby. Isso dé uma ‘aquecida’ uma vibragio a mais no som a Gibson. Guitar Glass - B sobre as caracteristi- as € 05 conceitos de construgao das suas duas guitarras artesanais: a Blue Moon a Masic Maker? ‘Tuoo- A Biue Moon & do Jacques Molina, foi a primeira guitarra que tive feta & mao especialmente pra mim, um instrumento que ajudei a desenhar. uma Strato meio Jackson, cujo conceito visual desenvolve- ‘mos juntos, Recentemente o lvan dew uma restaurada nele, mudouoacabamentoe la ficou ainda mais bonita. £ uma guitarra com 24 trastes¢ Floyd Rose, para sons pesados de rock and roll. Ela tem captadores Tone Zone da DiMarzio na ponte, um Chalenger eum Seymor Duncan, no melo e no brago, respectivamente, Com a Music Maker es tou hé pouco tompo. Foi construida pelo Ivan, que conhece bem o meu som ¢ tam- ciel oa | Tuco usa guitarras: Gibson ES 385 1986 com alavanca Bigsby, Fender Stratocaster 1983, Fonder ‘Telecaster Mexico 1998, Music Maker - construida por Ivan de Freitas, Blue Moon Tuco Marcondes - construida por Jacques Molina, Danelectro barftono e Danelectro 12 cordas. Violdes: Guild DV6 cordas de ago, Gibson J-185 cordas de ago, Di Giorgio 1922 cordas de nylon, Alvares minicordas de nylon, Yamaha APX12A 12 cordas. Outros: Dobro original Duolian 1994 (Metal), Dobro Encore (Metal), Dobro Brekler (madeira), banjo 5 cordas Sigma, Mandolin Sigma, Cavaquinho portugués, Guitarra portuguesa, charango e balxo Rickenbacker. Amplificadores: Fender Bluos Deville, Gallien Krueger Blackline e Marshall Acoustic Soloist. Efeitos: POD Line 6, Roland GP-8, Tube Screamer T'S- 9, Wah wah Gry Baby, Zoom 9030 ¢ | Zoom 504 Acoustic. bém cuida de todo 0 meu equipamento. I uma guitarra standard meio que cépia de Van Halen, com pecas boas como alavance ¢ tarraxas da Gotoh, que proporcionan « dao uma boa afinacdo; tem uma boa cons trugdo, um som legal de distoreo eum sort limpo bem bacana. Guitar Glass - Voc# acha que a combi: nagdo desses trés pick-ups da guitarre Blue Moon ficou boa? ‘Tuco - Uso, basicamente, 0 som dela no captador agudo, que 6 0 captador ‘humbucker da ponte, Tone Zone. Eu sem pre gravo jingles e como ela tem uma ponte Floyd Rose e também 24 trastes, 6a minhe Amplificador Render De Ville. Ped Line 6 Guitarra Music Maker ‘DA. Gakter Clanc~Naverteo 2003 guitarra para “rts” Guitar Class - Como voc8 é um misico versatile transita por vérios estos e ins- trumentos, como faz pra manter a sua ‘pegada'e saber se seus instrumentos sd0 regulados? Vooé tem algum truque? ‘Tuco -Na verdade, adapto a minha pega- da para cada instrumento porque 6 pratica- mente impossivel fazer uma regulagem “pa- dréo” para todos, jé que uns sio de cordas de nylon @ outros nao. Por exemplo, 0 charango (instrumento boliviano de quatro cordas) tem cordas duplas de ylon, a guitarra portuguesa tem cordas duplas de aco, 0 dobro uso com cordas 0.13 ou 0.14 e ago alta para usar com slide. Temho de adaptar @ mi- nha técnica ao instrumento ¢ nio 0 contrério. A regulagem do instrumento depende do propésito dele. Por exemplo, com os viol6es Dobro (violéo com corpo de metal) gosto de ‘géo bem alte por causa do uso do slide de metal Guitar Class- Mas qual é 0 sua referéncia pra saber se um instrumento esta desregu- Jado ou ndo? ‘Tuco - Afinagéo, principal: monte, a exatiddo de oltava © a Guitar Class - F 6 voce e quem faz esses ajustes? ~ Tuco - Nao, quem fax 6 0 n_van, Nao fago nada, sou mui topreguigosoesou um cara que j- no primo por ser excessiva- 0 mente cuidadoso com as mi: ‘thas coisas. Na vardade, tenho © muita coisa e se eu for ficar 7» “passando flanelinha’ om tudo, 1- do vou mais tocar. O Ivan & um profissional em quem tho absoluta confianca ea of- cina dele ¢ perto de casa, Uma vez por semana passo Ié, deixo uns quatro ou cinco instrumen: os ¢ falo pra ele limpar, regu- ar, trocar as cordas, verse esté com algum problema elétrico >a de alinhamento de brago. Quando ele me devolve, deixo mais quatro ou cinco utros instrumentos. Essa 6 @ minha ma- naira de estar sempre com os instrumentos regulados. Guitar Glass - Fale um pouco sobre seus és violées dobro - dois de metal ¢ um de madeira -, suas caracteristicas, as dife- nea sonoras ‘Taco - Vamos comecar pelo de madeira O dobro de madera tem um som mais “sus- >everevistaguitarclass.com br tontado” e mais macio que os violdes dobro cde metal. Os de metal t8m mais “ataque” € © timbre mais encorpado. Guitar Glass A altura de cordas deles 6a mesma? ‘Tuco - Néo. 0 Encore tem 4mm de eltura, ‘83mm nos outros (NT ~isso foi checado no dia da entrevista na altura da 12* casa). Guitar Class - Que comentarios vocé pode fazer sobre 0 violdéo Dobro Encore, que 6 uma réplica, e sobre o Dobro Daolian, que 0 original americano? ‘Tuco -O Duolian 6 um pouco mais grave. ‘into que ele tem o som mais encorpado. O Encore tom 0 som mais para os médios, tenquanto original tem o som mais para os rmédios-graves. Mas me surpreendi quando gue o original e o comparei com aépli- ca Encore. Ai pude perooher 0 quanto tam. bbém é bom. Foi um instrumento que com- prei usado ¢ paguel harato - US$ 500,00, 4 ‘noamericano paguei US$ 3000,00. Mas con siderando que é uma ¢épia coreana, 0 re Tuco Marcondes sultado delo 6 muito legal, pois fizeram uma c6pia bem “decente”. Guitar Glass - Em qual deles voce ins- talou um captador? ‘Tuo Foino Encore. O captador éBarcus Berry, instalado pelo Ivan também, Colo- quel embaixo dessa pega de madeira (NT - ‘Tuco -refere-se& pega contral¢ interna do violdo que se parece com um cone). Guitar Class - No seu set ainda cons- tam outros cinco violdes. Como eles sco utilizades? Como eles séo microfonados ‘em palco e em estiidio? “Tueo - 0 Guild DV6 de ago tem uma captagéo LR Baggs costumoligé-lo mum pré, as vvezes no pripro pré-ampli do POD Line 6. Uso-0 com cor- das mais pesadas © afino em 1D6, Sol D6, Mi, D6, Mi (da sexta para primeira), Para 8 sravagio uso-o com microfo- res Newmenn - direcionado onde o brago junta-se a0 cor po, a mais ou menos un pal- ‘mo de distincia e com um AKG 414, mais na parte tra- seira do violdo. O Gibson J- 185 é 0 violdo que eu mais tenho levado para a estrada. ‘Usoro com afinagao normal, ele tem uma parte elétrica Fishman que dispensa qual- «quer coisa. Ao vivo 0 uso pas- sando por um wab-wah Cry Baby e por um Zoom 504 actistico para dar um “roverbinho” e, as vezns, uma ccomecio de equalizacio. De- pendendo do ambiente em ‘quo ou cstiver tocando, passo por um Direct Box ¢ af vai ppara a mesa. Esse Di Giorgio de 1922 ¢ ume reridade. Euto uso 96 para gravagées com a mesma microfonago que o Guild, nunca ao vivo. O “espanholzinho”, Alvarez, que comprei usedo, tem um captador desses de rastilho quo néo sei qual é, mas tem tum som espetacular. Quando 10 150 ao vivo, ele fica plugado dlreto na mesa e sai uma “sonzeira’, Jano APK da ‘Yamaha existe uma parte elétrica bastante satisfatéri; ao vivo 6 s6 plugar ¢ tocar. A :jerofonacao também varia muito de est dio para estidio, As vezes vou gravar mum esitidio em que a sala é grande e tem o “ps direito” alto, entéo o técnico de som rmierofona de um feito que est acostuma- doe sente que funciona naquela sala. Tam- ‘bm opino quando vou gravar, mas respi Novembro 2001 - Guitar Class = 25 Lente de Avmento to muito a opiniao do engenheteo de som da casa, porque 6 0 cara que mais conhece ambiente, oacistica as reflexées doom. © Dobro costumo microfonar de uma ma- noira que funciona, que é um palmo a st dosto dia part trascira Gaitar Class - Por usar com freqién- ia violbes ao vivo, vac8 tem algum pro- blema com realimentogao ou com a microfonia? Tuco - O Gibson jé vem com aquele foodback booster (NT- paca deborracha pls tica que tampa a boca do violdo e reduz 0 risco de microfonia) dele mesmo. Uso 0 feedback booster. mas nfo tenho tido pro- blemas com realimentacao, Atualmento os- tou excursionancdo com 0 Zeca Baleiro, sem. pre com os mosmas técnicos que ja sabem camo é 0 posicionamento de monitor © a posicao do instrumento em relacio ao mas :mo. Iso influi muito. Geralmente coloco o ‘monitor do meu lado esquerda € 0 vielao no colo, abaca do violdo mais pro lado direto. Guitar Class ~ E como voce utiliza os sous outros instrumentos exéticos como 0 mandolim, 0 cavaquinko portugués, a {uilarra portuguesa, o charango, o banjo? “Tuco - Omandolim, que é um Sigma clé- {rico, tem um captador e dois controles Passo por um Zoom $030, coloco compres so, delay @ um reverb quando necessévo, ‘As vezes uso com Phaser, que fica bem in- torossante, principalmente quando estou tocando com banda. Dé um “colorido” dife- rento, O cavaquinho portugués tem quatro ccondas ¢ uso basicamente para gravacao, B afinado LA, L6, D6# o Mi. Ele tem uma ca- racterstica propria: aescala Galinheda com, 6 tampo (NT - veja detalhe na foto nesta matéria), O nosso cavaquinko tem uma di- ference de altura entre escala e tampo e a escala vai até a "boca" do instrumento; a escala do portugues vai s6 até 0 corpo ¢ & alinhada como tampo. A guitarra portugue- sautem uma afinacio chata de usar, que 6 Si, T4.Mi, $i La, R6 (do agudo para o grave). uma afinagio bastante especifica para 0 fado, Bla tem seis cordas duplas de aco, xés citavadas (Ré, La Si etrés unissonas (Mi, 14, Si) Eu a uso com uma outraafinacéo, proxima da afinagéo do violéo,s6 que trés tons e meio acima. Ent, so voo8 fizero Mi iaior voo® ouve um Si maior. Ja que no {000 fado, uso para dar um colorido em ou- {ros ostilos musicais. O charango 6 alinado fem Sol, D6, Mi, Li, Mi (do grave para oagu- do}, Sao cinco pares de cordas de nylon, sendo que s6 0 Mi contral 6 oitavado. O boliviano que me vendou na Bahia disse que nio dispunha de cordas de charango,esta- va com linhas de pesca e por incrivel que pparecaossascordas afinam. Obanjo aquele tipico de bluegrass com cinco cordas. A 9G - Colter Class « Nowerthrc 2001 ‘quinta corda, um Sol, é mais aguda ¢ a sua respectiva tarraxa fica bem no meio do bra- co. sim ver as outras quatro cordas abai- oe mais graves: Ré, Sol, Sie Ré. Eu gosto de usar todos os instrumentos em outros eslilos. Por exemplo, gravei no comego do ano o disco da Elba Ramalho, do Fagner e dda Zélia Duncan, Nos trés eu usei banjo e dobro fora do contexto do country © do blues. No caso da Elba, eu gravei o dobro ‘num xole, para oFagner eu gravel um banjo ‘num xole, ¢ para a Zélia eu gravel banjo ¢ dobro om uma mtisica superpop do Nando Reis. Acho interessante voc® importar so- noridades de um genero pare um outro que ‘fo tenham relagdo com o instrumento. Eu gosto de usar também técnicas de um ins- trumento em outro, uagem original Guitar Class - Voo® tem alguma coisa cespecifica para gravar © microfonar es- ses instrumentos em paleo? Tuco - Nao, vou de acordo com a cir cunstincia. Ainda estou pesquisando cap- tacio para esses instrumentos. Na guilarra portuguesa nfo instalei nada porque prefe- Fi preservara sonoridade dela, que tem una ‘construgao superelaborada, Bstou comegan- do a pesquisar captadores de contato para cesses instrumentos, como os da AKG, que ‘voo® cola com uma “massinha’ ¢ assim ob- tom resultados legais. Na verdade, o som original de qualquer instrumonto 6 incom: pardvel. Mesmo no mandolim, que tem on busea de uma lin- 1 Cr Centers ro ere 1) ry ree Lente de Aumemnto captadoresoriginais de fbrica, quando gra- vo profiro microfonado porque o som ¢ ‘muito melhor, Guitar Class - Quais as diferencas ¢ se- melhangas entre 0 cavaquinho portugu- és ¢ 0 brasileiro? Tuco - A origem do cavaquinho ¢ portu- ‘guesa. Aqui demos uma “abrasileirada’ nel, como a propria guitarra portuguesa, que parece uma mistura de bandolim com wm alate. Isso 6 influéncia da invasio dos ‘ouros na Europa, que trowxe muita coise de rmisica arabe, como o préprio desenvol- vimento dos instrumentos. Se voc8 pegar a sia folelrca da Tunquia para violo, 6 cxatamente igual 8 mfisica flamenca, tem todas aquelas escalas exétices. O cavaquinho portugués nao foge a regra Ele 6 diferente do nosso, o corpo é menor, a es- cala 6 alinheda com o tampo endo vai atéa ‘boca’ do instrumento, acaba no corpo. Enléo, o dltimo traste fica pouco antes do ‘braco se juntar ao corpo, O corpo também & ‘mais estreito e menor do que o cavaquinho nacional, €a afinagio também 6 diferente, tas cordas so todas desencapadas Guitar Class - E sobre os violbes Do- bro, qual é a semelhanga com o violio tradicional? ‘Tuco - Quando comprei o meu primeiro Dobro fui atrés da historia deste estranho instrumento, No final da década de 1920, (os mtisicos tocavam naqueles conjuntos de baile -out tocavam banjo, que tem uma ros- sonéncia que d4 um volume mais alto, ou ninguém ouvia o cara por causa do voluine ddos outros instrumentos, Os misicos ento procuraram alguns imigrantes eslovacos que moravam em Nova York e que mexiam com metalurgia ¢ com instrumentos musi- cais, eencomendaram um instrumento de corda que tivesse uma projecéo maior de som. A foi bolado esse cone de ressonén- cia dentro dos Dobtos,e eles acertaram de cara no projeto, O nome Dobro vem do fato ddo eles serom irmaos - Dopyera Brothers, primeira silaba do Dopyora e a primeira sf laba de Brothers, e ficou Dobro. Guitar Glass - Atualmente quais sao 0s amplificadores que vocé usa? Tuco - Uso 0 Marshall para os instru- mentos aciisticos, no caso os viol6es ¢ 0 Dobro. Ligo todas as guitarras no Fe dor Blues Deville, que é uma adaptagao do Bass Man para guitarra. Eventual- ‘mente, quando toco em lugares meno- res, levo o Gallien Krueger Black Line, aquele pequenininho de 100 watts. Guitar Class seu som de distort, ean de algum pedal ou dos amplificadores? ‘Tuco- A distorcéo néo vem dos amplis, ‘uso uma que vem do Tube Screamer e/ou do rack Roland GP-8. Esse meu GP- era ‘um protétipo que comprei do Lulu San- tos efoi um dos primetros que sairam. Eu estou muito satisfeito com 0 som do GP-8 agora, com o POD Line 6, tenho obtida resultados muito bons. Gravei o disco do ‘Sérgio Brito inteiro com 0 POD ligado em. linha, nao usei nenhum amplificadar et roi étimos sons do guitarra. Desde entéo tenho usado-o pra gravacios. Guitar Class - Entdo vooé acredita em simuladores ¢ emuladores de som? ‘Tuco - Tenho me dado muito bem com 0 POD. Tenho conseguido chogar rapidamen- te nos sons que quero nas gravagies, seja ‘em publicidade on em discos. Eu estava fa zendo o disco da Verbnica Sabino, léno Rio, ‘e quem ostava produzindo era o baixista da banda Bliss, 0 cara que me apresentou ao POD. O setup de guitarra qus uso ¢: primet- roafinador Fender com mute, wah-wal Cry Baby original esem nenhuma modificagao e0POD Line 6, do qual tenho a pedaleirae ‘uso algumas programagies. Uso muito as simulagbes do “Black Face” e do “Vox AG- 30". J comparei com o som real o so bem ‘parecidos. Utilizo sempre a simulagio de caixa 4x10 como do Fender Blues Deville, ‘com um grave encorpado ¢ com brilho, Guitar Class - 0 pedal Tube Screamer, quando vocé usa e para qué? ‘Tuco As vezss eu vou fazer algum show, por exemplo, com o JJ. Jackson - um bluesciro americano que esta morando no) Brasil - ai lovo a Gibson 395 que com seus piss s dots captadores humbucking e 0 Tube Screamer. Teno tudo o que eu preciso ali «um som limpo e encorpado de gutara Guitar Class - Sobre esses racks da Zoom, tem algumea coisa que voc inserta zo sendietuin do amplificador? ‘Tuco - Nio, eu munca usei nada no send’ rolurn, 6 sompre instramento no efito @ dai direto para o ampli. Na verdade, mun- ca fui um superfa do Zoom, uso-0 pela pratiidade. 0 Zoom 9002 usava em shows pequenos, De tudo o que usei na vida, fcuole esti entre um dos sons de guitarra ‘nas logais que eu consogul obter. Meu pri- neitodisco-slo foi Taco Marcondes Band i gravado analogicamente em estére0, alilizando.o Zoom 9002 num canal oo GP- 8 no outro, Eu nio gostava de usar 0 3030 oa guitarra, Usar as modulacdos & a com pressio nos outros instrumentos bem ba ana, masa dstorcéo no. Guitar Class - Voce usa algum cabo es- becial? “Tuco - Uso cabos Spectrallex om tudo. Sou do tempo em que voce comprava aque lescabos que naprimeira pisada quebravann, Depois que inventaram esses cabos mais sitonts, resolv que mince mas queria ter sssa dor de cabega, ainda mais porque sow im cara desastrado e vivo pisando ¢ snganchando 0 pe. Use por algum tompo 0 Santo Angelo, mas phi ¢ muito rosso @ omegou a dar problema do folg nos jacks ios meus inatramentos Guitar Class ~ Vooé pode citar algum srosot que usa nesses pedis de efit, ‘mo qual tempo de delay vooé usa pra fazer umm solo? Qual tipo de chorus Yo gosta de usar para fazer bose? Thoo-Chonis 6uma coisa que cho mio berigoso, porque acho que o® «nos 80 mar caram muito esse som, No hugar dele te sho usado a alavanca Bigsby ¢ obsdo re ‘altados logais, porque voc’ fica com vm horus controlado ¢ dinmico, © no com quele chorus padrio de pedal. que quanto wood toa, ele est sempre do mes- no jito, Em tormos de medulagao, gosto do phasor suave, com a velocidade longa © a curva bem ampla em algumas coisas, omo no violao. Gosto do delay com 350 silisogundos, com trésropotigges e level Saino, vira quese tm reverb Guitar Class Fsse tempo de delay vem de qual rock? ‘Tuco - Vem do Lino 6 ou do GPS Guitar Class E pra vooé fazer um bom aio de guitarra em rock? "Tuco = No caso do GP uso uma combi cago quo sria como so fossem pedals: do verve e do distortion, « distorcao nega =a no 70 ¢ o overdrive no 09, mas com 0 abo ligado, delay de 350 milssegundos, >. rovistoguitarclass.com br Tuco Marcondes PERSE CEE ‘mas com 0 feedback um pouco mais rapido. ‘Uso também o Tube Screamer com o delay do GP-8, Na verdade, essa coisa do timbre de distorgao é uma coisa mais conceitual do ue ligada aos equipamentos, entéo, nao ‘posto afirmar que a minha distorgao de tal pedal. Sempre que pogo um aparelho novo, pesquiso até chegar nun som que se aproxi me do que quero, ¢ que quando as pessoas ouvizem me idontifiquem. A maioria dos cequipamentes langados hoje sao bons, por- que no da para o cara langar uma “porca- ria” num mercado to competitive como ‘tual, $e voe® tiver paciéncia e mexer, con- segue chegar num resultado préximo do que quer ouvir. Dou a mao & palmatéria com 0 Ceres) Line 6, j4 que consigo chegar répido num som loyal. $6 levo ele e o wahewah, a res0- lugao de som é muito boa. Ele tem uma chavinha que permite a vooé ligar direto na ‘mesa ou no ampli. Opto sempre direto na ‘mesa para uma gravagdo desse género. Guitar Class - Voeé jd fez alguna expe- riéncia pessoal, algum som bem exético de guitarra? ‘Tuco - A primeira loucura que fiz fi ligar ‘um head phone na saida de um amplifica- dor quo ou tinha, e “frtei” o head phone ‘Uma coisa legal que fiz foi com aquele amplizinko Marshall miniatura, alimentado por bateria com um microfone Shure Beta 158 na frente dele - tiret um som de guitarra Novembro 2001 - Guitar Class - 28 ILemtte dle A\ rmaravilhoso, quem ouve nfo acrodita, ficou, uum drive bem “nervoso’.Jé usei o dobro em. estidio, microfonado ¢ simultaneamente saindo uma linha passando por uma distorcao gravada em um outro canal. O re- sultado ficou bem interessante, urn som pa- recido com o do Ben Harper. O dobro com. distorgao dé essa coisa meio de Ben Harper, que eu acho superbacana. Cuitar Class - Quais sao os tipos do cor. das ¢ palkotas que vocé utiliza em cada um dos seus instrumentos? B a frequéncia com que voce costuma trocar as cordas? Voce prefere cordas novas ou velhas? ‘Tuco - Gosto de cordas novas para violéo para guitarra, para gravar e para tocar. go- ralmente Daddario, Na Strato uso.010 . Na Gibson 335 uso .010, na Fender Telecaster 011, na Music Maker 010, na Blue Moon (009 e na Danelectro de 12 cordas uso 0 tencordoamento de 12 cordas disponivel no ‘mercado da D'addario. No violao Guild uso 012 ou .013, no Gibson 011 ou 012, no Di Giorgio cordas de nylon Savarez de alta ton- sio, a mesma coisa no Alvares mini. No Yamaha APX uso também o de 12 cordas Daddario disponfvel no mercado, queémeio padrdo. No dobro uso .013 nos de metal e ‘012 no do madeira. Guitar Class - As cordas do banjo sto originais, como as do mandolim. Ena gui- tarra portuguesa, vocé usa encordoamento especifico ou existe algo diferente? DDGD Eno Tuco - Uso as “primas” de guitarra: Sol Si e Mi no cavaguinho portugues. E no charango eu uso linhas de pesca disponi veis nas melhores lojas de caga e pesca do ramo... {80s} Guitar Glass - Eas palhetas? Tuco - Uso palhetas normais, medium Fender, mas também uso muito minhas ‘unhas para tocar. Guitar Class - Vocé toma algum cuido do especial com as suas unhas? ‘Tuco - Nao, s6-uso lixa. Minhas unha foram se fortalecendo com o tempo e ho} elas agiientam bem o “tranco". Tenho un truque: quando vou gravar bases de vio lao, uso palhota leve, porque voeé toc ‘com menos forga e ela dé um bom resul tado. Recomendo a todo mundo que gre BURA) Direct Box ie Cromatie Tuner Afinador da Boss Direct Box Grophic Bgnalizer (GE-7 Boss Line 6 Pod Pré Ampli Pedal de Volume Mosley 30 - Guitar Class - Novembro 2001 va violao a experimentar gravar com palhetas leves. Quando voc® esté ouvido tocar, parece meio “reco-reco”, mas quan- do vai ouvir a gravagao 6 superdiferent, tem um resultado bem bacana. Guitar Class - Quais foram as suas in- fluéncias? Quais sdo os guitarristas de «quem voce mats gosta? Tuco - No violdo, as influéncias foram Dilermando Reis, Baden Powel e Paulinho Nogueira, que eram as melhores na épo- ca em que comecel a tovar. Na guitarra, além dos velhos ¢ bons Hendrix, Clapton, Page e Beck, tem dois caras que influen- ciaram muito meu jeito de tocar guitarra: ‘Mark Knopfler ¢ Brian May. Meu som de distorgao tem um pouco de Brian May ¢ ‘meu som de guitarra limpa tem um pou- o de Mark Knopfler. Dos guitarristes na- cionais, gosto muito do Mario Manga, do Emerson Villani, e um garoto que toca no Zeca Baleiro, o Rogério de Lion, que tem ‘um som de guitarra bacana Guitar Class - Yoeé gostaria de dar al- ‘gum toque final para nossos leitores? Que conselhos vocé daria depois de ter tocado tanto ¢ ter tanta experiéncia? Tuco - Olha, o primeiro conselho é nao ter medo de experimentar, néo ter medo do errer, procurar descobrir alguma coi- sa, pesquisar. Mesmo que voce nao en- contre 0 que esté procurando, vai acabar encontrando outras coisas que véo servir para completar a sua formacao. Outra re- comendacio, que é meio basica, é néo ter preconceito com nenhum tipo de misi- ‘ca, porque sempre vai hé algo a aprender. J4 vi muitos guitarristas bons despreza- rem um género musical menos sofistica- do e na hora de gravar no conseguirem resolver o “problema' por causa disso. Fa zer um acompanhamento “perfeito” 6 to dificil quanto fazer um grande solo, Exis- ‘te uma geragio de guitarristas preocupe- dos em solar répido e ter uma boa sonori- dade para solo, e esquecem que em 90% dos trabalhos para os quais vao te contra- tar fazer 0 acompanhamento 6 mais im- portante, As vezes, acompanhar um can- tor s6.com um violao ¢ tao ou mais dificil do que fazer um solo. Vocé tem que man- ter um andamento, uma dinamica, néo ‘derrubar” o cantor. A guitarra ou 0 vio- lio nao sao s6 instrumentos de solo. Ou- tro conselho 6 que o misico esta a servi- go da mtisica e néo o contrério. Nbs om- prestamos a nossa capacidade para fazer boa mtisica. Nao se deve utilizar @ misi- ca pra fazer uma boa perfofmance ou um “malabarismo”. Também acho importan- te 0 miisico saber se colocar em tos circunstancias: quando ele 6 do para uma gravagio ou quand: mado para tocar numa gig que v uma tumé, Um conselho para 0 que esté comegando é ter a mesm cupagio com a sua altitude ¢ a su ra num ambito social do que cor qualidade musical. As pessoas na chamar 86 porque vocé é um bor co, mas porque vocé ¢ uma boa p um cara “tratével”, educado, que horarios, que sabe se colocar nun jé vi mtisicos excelentes perderer Tho porque sto pessoas de dificil znamento, que criam problemas n da, com horitios, na convivénc: tom do ser flexivel. Nés moramos sil, um pais de terceiro mundo on sempre as condigdes de trabalhc ideais, Se voc8 gastar ene cstressando com o hotel que néo bom ou com a comida que nao ‘oct gosta, isso vai acabar reflet sou som, © logicamente na sua profissional. O trabalho do miisicc tio de visita dele, a sua imagem, que ele tem... Vocé leva um temp construir um bom nome ¢ cinco t para destruir uma boa reputagao, Malmsteen & COMENTARIO E TRANSCRICAO BRUNO GODINHO. Rapidinha 1/ Black Star / do albam Rt ing Force 0100" -0'21" ‘Malmsteen comenta que o processo de.com- os arranjos de baixo e teclados serem com- _compasso 9. Este indica quo a nota to posigdo de Black Star foi iniciado na bateria. _postos. Note a indicagio rt, no final desta uma duragio indeterminada - deve-s Na época, Yngwie estava ansioso devido a wm —_introdugdo. Este sinal mostra que deve-se _prolongar um pouco a nota, ficandi novo equipamento para gravacbes. © groove _rallentar o trecho aos poucos, até 0 seu tée- _parao intérpretearesponsabilidade d registrado na bateria serviu de inspiragio para mino. Outro sinal importante 6a fermata do dotorminar quanto ola valora. Jews B Em a EmiG ‘36 - Guitar Clase - Novembro 2001 Rapidinha 2) Far Beyond the Sun / do album Rising Force 000" © Album Rising Force marca o inicio da integrante da banda Alcatraz, Yngwie fez ado atéao Grammy. Rar Beyond the carreira-solo de Malmsteen. Mesmo com um relativo sucesso. Porém, foi o primei- Sun foi uma das miisicas que o aju- antas mGsicas instrumentais, o disco che- ro trabalho-soloquerendew seu reconhe- arama conquistar admiragio e fas sou ao 600 lugar na Bilboard. Antes, como _cimento no mundo inteiro, sendo indi- por todo o mundo. BAD BidimiGt Be Fim a Fm Rapidinha 3/ As Above, So Below / do album Rising Force 0'33" -0'50" Mais um hit do primeiro disco de com a menor harmonica. Esta seria _lizou-a em arpejos, escalas, riffs, almsteon, Note a sonoridade obtida uma marca deste guitarrista, que uti- solos, etc. hy E c es on oe SS See Se nna Bor Foe ETI9m) Am Bis) c Dm Dédim = = eo z SS Jone = snvw.revistaguitarclass.com.br Novernbeo 2001 - Guitar Class = 37 Rapidinha 9/ Eclipse / do album Eclipse 77? Malmsteen foi alvo de criticas sobre a impressionante e o rompimento com & sonoridade do élbum Eclipse, Muitos fala- antiga gravadora. Note os arpejos ulili- vam que 0 som estava muito mais comer- zaclos, acompanhando sempre a progres- cial. O resultado foi uma queda de vendas sao de acordes, amF 21 £ G fe py vV¥aymvey vem yyy Rapidinha 10/ Wield My Sword / do album Alchemy 0'00"-0'03" Esta mGsica possui um ritmo bem répi- final do segundo compasso. Nio ¢ neces- dentro do tompo, euidando paral do, com seu riff inicial lembrando passa- _sério dividir exatamente o tempo por cin-_ que no p:dximo pulso o riff nova gens de speed metal. Note a quintina doco. Apenas procure encaixar as notas mente se repita Am F eae es = ue <5 Amv VyAvevRY omy ST As Above, So Below Este trecho é dobrado com o teclado, _obedecer a orientagao das palhetadas. Elas _tercina de semicolcheia, Para uma divi- uma caracteristica comum nas misicas se mesclam entre sweep e palhetada alter- so correta, utilize o metrénomo durante ddoMalmstcen. Paraexecuté-locom na nada, neessitando de um aprimoramento 0 estudo deste trecho, fazendo com que velocidade razodvel, 6 imprescindivel dessas técnicas. Observe os ligados de _ estas nao soem como apogeaturas. 42 - Guitar Class - Novembro 2001 7 SV VvmVAVeRYy veyun VaVaApye Aqui temos 6timos exemplos de srdes dominantes, com resolug6es zato para o modo menor quanto para maior, O trecho esti em Si menor. Note nos primeiros compass0s 0 acor de do F#/A#. Este 6 um dominante extzaido do V grau da escala do S seenor harménica. Preste atengdo otas que compdem este V grau: F#; 44 (VII grau sustenizado da escala de Si menor natural); Do#: Mi. A 1strade forma o acorde de F#7. Os acor- des maiores com sétima menor forma entre suas 3M e suas 7m tritonos (intor valos de trés tons). Esta dissonancia ca- racteriza os acordes dominantes, geran- do tenstio e conduzindo a harmonia a regolvé-los. Voltando ao F#/A#, note que sua terceira esté no baixo. Esta é a sensf vel de Si menor, culminando em uma perfoita resolucéo em Bm. Jé 0 acorde de ‘AIC# 6 0 dominante do D (relativo maior de Si menor). Seu baixo em C# aumen- ta a necessidade de resolucio (D6# é VIL, ou soja, sensivel de Ré maior). De- pois ocorre uma modulagdo para Mi menor, sendo B/D# seu dominante. Note que esta escala 6 a mais préxima do Bm (Bm e Em naturais possuem dois ‘eum sustenidos, respectivamente), sen- do muito fécil tal modulagio. Pera exe- coutar este trecho, lela na socio Truques, arpejas com sweep. Interludes / Demon Driver / do bum Eclipse 1'34" - 1'55" ovens vem mm A nnn piyi eel revistaguitarclass.com.br ~ = Novembro 2001 - Guitar Class = 49 Esto trecho também esté basoado na escala do Am harménica, utilizando Sol# como acidente ocorrente (alte- ragées fora da armadura de clave). A ‘50 - Guitar Class - Novembro 2001 frase pode ser tocada inteira com palhetada alternada, tornando-se mais agradavel para aqueles que sio fiéis a0 estilo Steve Morse. Note as folos para uma melhor digitagao, jé que 0 tema possui pedal point, saltos o aberturas quo po- dem complicar a vida de quem possui dedlos pequenos. Malmsteen costuma improvisar to- dos os seus solos. Assim, a gravacio em estddio & um registro tinico, Ao vivo Malmsteen improvisa um novo solo, aproveitando no maximo alguns de seus trechos preferidos gravados ent estidio. Por este motivo néo iremos ‘transcrever muitos de seus solos, dei- xando mais espago para os interludes, passagens marcantes na carreira de Malmsteen. As improvisagoes de ‘Malmsteen tém caracteristicas pecu- TOL eC Sty liares, A primeira sdo seus patterns, licks « fraseados, encontrados em quase todos ‘8 solos. Outro fator importante é em re- lagao & divisio do tempo. Encontramos muitas quidlteras como quintinas, septinas, etc. Note que Malmsteen, a0 improvisar, nao se preocupa com a divi- so ritmica ordenada das notas, mas visa ao final da frase, o compasso ou o pulso posterior. Fortanto, tocar seus solos de forma idéntica ao disco é uma tarefa qua- se que impossivel, provavelmente até para © proprio Malmsteen. Logo, decore as frases e concentra-se em detalhes como ‘onde clas comegam © quando termi- ‘nam, procurando obter @ mesma inten- Go, a mesma sonoridade. Note, no solo, os bends de mais de um tom. Para obter firmeza, utilize sempre como apoio os dedos que ndo execntam 0 bend. Nos bends que tém seu inicio xno compasso 14, obtenha uma sonori- dade préxima ao staccato, valorizan- do mais 0 ataque da nota Solos / Far Beyond The Sun / do albtim Rising Force 231"-257° 52 - Guitar Clase Novembro 2001 Truque 4 - Arpejo com Sweep Malmsteen domina a técnica do sweep. Ela consiste em manter o sentido da palhetada (para baixo ou para cima) na mudanga de corda. Esta técnica facilita a exocugso de arpejos formados com uma nota por corda. Para abafar as notas, fazondo com que nao soem duas ao mesmo tempo, faga um mute com @ mio direita préxima & ponte da gui- tarra. Ache 0 ponto em que as notas soem com harmonia e beleza, limpas e com de- finicio. O exemplo deste truque foi retirado da misica Eclipse. Truque 2 - Sweep em Escalas Aqui temos ume escala de Am harmdnica, Malmsteon costuma utilizar nas escalas 0 Foe 22 swoop. Note que a palhetada se mantém 2l- ternada enquanto tocamos notas na mesma wantendo o sentido da palhetada ‘na mudanga, Truque 3 - Delay Neste truque Malmsteen utiliza 0 dolay (efeito que repete uma nota tocada) para fa- zer um *dueto” com o eco. Primeiro deixe o eco bem alto (level), com apenas uma repe ‘54 - Guitar Class - Novembro 2001 ticdo. Deixe em um tempo de repeticao lento, préximo a um segundo. Bata algu- ‘mas vozes a nota Lé doixe 0 efeito se repetir. Bntre no tempo do delay tocan- dour 8, eaoutra, 0600 *respondendo”. Por exemplo, em sum co: 44, toque no pri coeiro tempos, deixan- do que o eco responda no segundo e no quar- to tempos. Depois divida mentalmonte este tempo por trés. Toque a primeira e a tercei- ra divisbes da tercina, que foi dividida men- talmente. Apés tocar a tercoira divisio das tercinas, 0 eco tocaré a repeticae do pulso £05 Lick 4 - Ligado + Bend Em muitos casos, Malmsteen nfo divide as notes destes ligados exatamente em sete Procure executar os ligados dentro de um pulso, efetuando o bend no préximo pul- so. Voc® pode fazer um slide da diltima nota anterior. Continue dividindo por trés, al- ternando sempre uma nota executada na guitarra e a outra executada pelo eco. O ‘acompanhamento da partitura nesta ex- plicacéo é muito importante, principal mente pelo aspecto ritmico, As notas en- 3) do ligado (nota Lé; corda $i) até uma rogiéo préxima da casa 19. Desta forma voc® teré mais tempo para chegar a0 bend, situado muito longe da regido em que sao feitos os ligados. pie tre parénteses nao devem ser tocadas na guiterra, pois sao as no: tas emitidas pelo delay. Os ligados mostram as notas executadas no instrumento © seus respectivos ecos. Boa sorte Lick 2- atern com Slide ‘Muito utilizado dentro da escala menor har- ‘nica, este padrio de semicolcheias {quatro notas por pulso) necessita de extrema preciso De quatro em quatro notas voc deve realizar um slide, mudando a posicao da sua mio. Exe- on R08 3 Pod 3 Lyn AR YR Lom van vm y a ao ‘cute todo o trecho com palhetada alterna- da, Para facilitar a execugao, vocd pode dei- xar de lado os slides, tornando-o um étimo exercicio de sincronismo entre palhotada ¢ ‘movimentacdo horizontal da mao esquerda, s Fos a 3, ‘56 - Guitar Clase - Novembro 2001 Lick 3- attern em Sextina Este 6 um outro pattern muito utilizado por —escala de La menor harménica, utilizando a este padrio ¢ muito utiizado tanto na Malmsteen. O exemplo também esté dentro da divisio sextina (seis notas por pulso).Noteque _descendente como na ascandente, taste nt oft Le of opt o ete Lick 5 - Pedal Point Fsta ume técnica uilizada em muitos ns- tants. Utilize como guia a tablature para zulda do notas na trumentos. Uma nota éalternada entre vérias uma melhor compreenséo da frase. Tome tas. [sso id outras. A digitagio utiizada 6 muito impor- cuidado para que as notas executadas na “ss)sr ssbilitando uma Lick 6 - Triade Am ste 6 um dos fraseados mais comuns de notas Lé, Dé @ Mi esti presentes. Estas 1 oarpejo dan Malmsteen. Séo usadas notas de apenas formam a triade de Am. Note também e tro squevendo de tuma trfade, mudando somente o formato divisao em septina. NAo se preocupeem ofeluer sites de um fofmato de do arpejo. Note que no exemplo apenas as dividie as notasexatamento por sete. Pro- arpejo par R10 8 A gy £55 oft, ‘58 - Guitar Class - Novembro 2001 Lick 7 - Tétrade Diminuta A tétrade de G#Dim 6 origindria da es: cala de 1 harmonica - escala de Lé me- nor natural (relativa de D6 maior), po- rém com VII sustenizado. Note que @ ru # i (© som do Yngwie se caractriza pela adigéo de captadores com dupla bobina ‘uma Stratocaster Fender. Ai vocd dit: “Mas ou vejo captadores single na foto a guitarra!” Essos captadoressio os HS3 aDimarzio, que possuom duasbobinas sobrepostas, dando um timbre interme- didrio entre os humbuckers tradicionais 08 single. Bsse 60 som tradicional da Fodor, 6 que mais encorpado. Quanto aos drives, ao contrério do que muitos pensam, Malmsteen adiciona outros ao t6trade diminuta 6 uma escala simétri- ca, que repete o mesmo formato de 1 % em 1 % tom. Dessa maneira, Malmsteen passeia arpejando o acor ‘Marshall, pois a saturagao tradicional do instrumento ndo 6 suficiente para encorpar 08 solos do sueco. Por isso sugerimos 0 uso de um drive com reforgo de um compres- sor para a hora das palhetadas e dos solos ‘mais ripidos. Um pouco de reverb também ‘ajuda @ sustentar o timbre dos solos, Po- xém, o grande segredo para quem quer es- tudar seriamente a técnica de Yngwie ‘Malmsteen éternas méos uma Stratocaster tradicional com humbuckers. Nenhuma ou- tra guitarra daré a resposta e o destaquo as de de G#Dim por toda a guitar ra, culminando sempre em ou: tro anpejo, no exemplo que se segue, o de La menor. rnotas palhetadas como esta. E lembre- se: voo8 toca através da referéncia do que ‘uve, porlanto economize em tudo, me- rnos na guitarra. Tor a guitarra certa jé ssio 209 do caminho andado. Os outros {80% ficam nas horas e horas que vocé vvai gastar com a nossa revista nas méios docorando © praticando os licks @ exer- cicios. O resto é perfumaria, um delayzinho aqui, outro chorus lO tim- ‘bre limpo fica basicamente por conta dos ‘sous violdes turbinadios com compressor. Regulagem Solo - Yngwie Malmsteen Arvore de Influéncias ‘Malmsteen comepou a tocar desde pe- queno. Aos cinco anos jé brincava com seu primeiro violéo. Somente aos sote ‘anos, ao ficar impressionado com um documeniério sobre a morte de Jimi Hendrix, comegou realmente a se dedi- car aos esturdos de guitarra. Trabalhou como luthier, onhecendo e se apaixo- nando-pelo brago escalopado nas gui tarras. Ouvindo ¢ estudando compost- tores eruditos como J. 8. Bach ¢ Paganini, ‘mesclou taislinguagens com o rock, escu- tando muito Blackmore e Jimi Hendrix. “Tambem néo podemos deixar de lembrar a endéria historia narrada pelo préprio Malmsteen: gravava trechos de miisicas no ‘gravador que ficava no quarto de sua mae. Como o aparelho estava com defeito, a0 re- produzir a fita, a misica ficava mais répi- a. Yngwie acompanhava es misicas, que ficavam cada vez mais répidas, exigin- domais técnicae velocidade. Tornou po- ular entre guitarists e queiros muf- ‘to do universo erudito, principalmente do barroco. Junto com outros guitarris- tas, Malmsteen influenciou uma série de virtuosos na guitarra. A técnica lovada as tiltimas conseqiiéncias foi uma meta alimentada por ele e por intimeros gui- taristas a partir da década de 1980, ire oe

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