Professional Documents
Culture Documents
~ i ei(~ki ·~r−ωt) + E
~ 1 (~r, t) = E
E ~ r ei(~kr ·~r−ωt) (2.1)
~ i ei(~ki ·~r−ωt) + B
~ 1 (~r, t) = B
B ~ r ei(~kr ·~r−ωt) (2.2)
B ~ t ei(~kt ·~r−ωt)
~ 2 (~r, t) = B (2.4)
~ i,r,t = 1 ~ki,r,t × E
B ~ i,r,t (2.5)
ω
e como ω = v1 ki = v1 kr = v2 kt , temos ki = kr .
Impondo, por exemplo, a continuidade de Bn , temos a condição:
~ n1 (~r, t) = B
B ~ n2 (~r, t) (na interface)
~ ni e i
i(~k ·~
r −ωt) ~ nr e r
i(~k ·~
r −ωt) ~ nt e t
i(~k ·~
r −ωt)
B +B = B em z = 0 (2.6)
Como essa igualdade deve valer em qualquer ponto do plano de interface, as exponenciais devem
ser todas iguais (Exercı́cio: Mostre.), o que implica:
~ki · ~r = ~kr · ~r = ~kt · ~r, onde ~r = (x, y, 0) é um vetor no plano de interface. (2.8)
19
20 CAPÍTULO 2. REFLEXÃO, REFRAÇÃO E POLARIZAÇÃO
Esta condição nos dá 3 resultados importantes. Primeiro, podemos escrever essas equações:
Primeira Lei: ~ki , ~kr e ~kt e n̂ formam um plano, chamado plano de incidência
Como ~r ⊥ n̂ está no plano da interface, e os ângulos θi,r,t são relativos a n̂, a Eq. 2.8 implica
que reconhecemos como leis básicas da ótica geométrica e são derivadas das Equacões de Maxwell !
ǫ1 En1 = ǫ2 En2 :
Como
onde não escrevemos as exponencias temporais, pois elas se cancelam por serem iguais, como
mostrado na seção anterior. Portanto
ǫ2 sin θt
Eik − Erk = Etk
ǫ1 sin θi
e usando a Lei de Snell, temos
n1 ǫ 2
Eik − Erk = E (2.12)
n2 ǫ1 tk
~ t1 = E
E ~ t2 :
cos θt
Eik + Erk = Etk (2.13)
cos θi
Ei⊥ + Er⊥ = Et⊥ (2.14)
Bn1 = Bn2 :
ou
n1
Bik + Brk = B (2.15)
n2 tk
22 CAPÍTULO 2. REFLEXÃO, REFRAÇÃO E POLARIZAÇÃO
e finalmente
~ t1 /µ1 = B
B ~ t2 /µ2 :
1 1
(B cos θi − Brk cos θr ) = B cos θt
µ1 ik µ2 tk
1 1
(Bi⊥ − Br⊥ ) = Bt⊥
µ1 µ2
ou
µ1 cos θt
Bik − Brk = B (2.16)
µ2 tk cos θi
µ1
Bi⊥ − Br⊥ = Bt⊥ (2.17)
µ2
~ ⊥ E,
Como B = E/v e B ~ temos para cada uma das 3 ondas
n
Bk = E⊥ (2.18)
c
n
B ⊥ = Ek (2.19)
c
Portanto, só precisamos resolver para, e.g. Ek e E⊥ , e B correspondentes estarão determinados.
Definimos (usando ǫ1 = 1/(µ1 v12 )):
cos θt
α =
cos θi
n1 ǫ 2 v2 ǫ2 v2 µ1 v12 µ1 v 1
β = = = = (2.20)
n2 ǫ 1 v1 ǫ1 v1 µ2 v22 µ2 v 2
Para Ek , temos
2
(α + β)Etk = 2Eik → Etk = E (2.21)
α + β ik
2α α−β
Erk = αEtk − Eik = E − Eik → Erk = E (2.22)
α + β ik α + β ik
2.1. LEIS DA REFLEXÃO E DA REFRAÇÃO 23
µ1 cos θt
Bik − Brk = B
µ2 tk cos θi
Ei⊥ Er⊥ µ1 Et⊥ cos θt µ1 v 1 cos θt
− = → Ei⊥ − Er⊥ = Et⊥ (2.24)
v1 v1 µ2 v2 cos θi µ2 v 2 cos θi
Temos, então, o sistema
e, portanto,
2
(1 + αβ)Et⊥ = 2Ei⊥ → Et⊥ = Ei⊥ (2.27)
1 + αβ
2 1 − αβ
Er⊥ = Ei⊥ − Ei⊥ → Er⊥ = Ei⊥ (2.28)
1 + αβ 1 + αβ
Ir E2
R = = r2 = r2 (2.34)
Ii Ei
It ǫ2 v2 cos θt Et2
T = = = αβ t2 (2.35)
Ii ǫ1 v1 cos θi Ei2
Note que temos:
α2 + β 2 − 2αβ 4 (α + β)2
Rk + T k = + αβ = =1 (2.36)
(α + β)2 (α + β)2 (α + β)2
1 + α2 β 2 − 2αβ 4 (1 + αβ)2
R⊥ + T ⊥ = + αβ = =1 (2.37)
(1 + αβ)2 (1 + αβ)2 (1 + αβ)2
i.e. o ângulo feito com a normal é menor no meio de maior ı́ndice de refração e vice-versa. Considere
a Fig. 2.3, em que n1 > n2 e o raio se propaga de 1 para 2:
Figura 2.3: Reflexão total da luz ao passar de um meio com ı́ndice de refração n1 para um meio com ı́ndice
de refração n2 < n1 . Quando θ1 ≥ θc = sin−1 (n2 /n1 ), a luz é totalmente refletida no meio n1 . (Serway)
Para θ1 = 0 a lei de Snell dá sin θ2 = 0 → θ2 = 0, i.e. incidência normal produz refração normal.
À medida que θ1 cresce, θ2 cresce mais rápido e, para algum valor de θ1 , teremos θ2 = π/2, i.e.
o raio refratado tangencia a interface. Neste caso, nao há refração, i.e. o raio é todo refletido de
volta ao meio 1. Pela lei de Snell, temos:
n2
n1 sin θ1 = n2 sin θ2 = n2 → sin θ1 = sin θc = (2.39)
n1
onde θc é um ângulo crı́tico tal que para θ1 > θc , temos reflexão total. Note que para θ1 = θc ,
temos θt = π/2 → α = 0. Portanto Rk = R⊥ = 1 e Tk = T⊥ = 0, como esperado.
2.1. LEIS DA REFLEXÃO E DA REFRAÇÃO 25
Isso quer dizer que o campo transmitido é zero? Não, apenas que a energia média transmitida
é nula. Vamos ver o que acontece com o campo. Para incidência acima do ângulo crı́tico, temos
n2 n2
θi > θc → sin θi > sin θc = → sin θi > (2.40)
n1 n1
n1
Note que sin θt = n2 sin θi > 1, o que não faz sentido! Lembre que
Resta saber quem é (kt )n . Usando a relação de dispersão n2 = c/v2 = ckt /ω, temos:
n2 ω 2
kt2 = ~kt · ~kt = (kt )2t + (kt )2n = 2 2 (2.44)
c
Portanto,
n2 ω 2 n2 ω 2 n2 ω 2 n2 ω 2 n2
(kt )2n = 2 2 − (kt )2t = 2 2 − 1 2 sin2 θi = 2 2 1 − 12 sin2 θi (2.45)
c c c c n2
Mas, pela Eq. 2.40, o termo entre parênteses é < 0. Portanto (kt )n é imaginário:
s
n2 ω n21
(kt )n = i sin θi2 − 1 = ikI (imaginário) (2.46)
c n22
n1 ω
(kt )t = sin θi = kR (real) (2.47)
c
e
~kt = kR t̂ + ikI n̂ (2.48)
E ~ t ei(~kt ·~r−ωt) = (E
~ 2 (~r, t) = E ~ t e−kI z )ei(kR y−ωt) (2.50)
i.e. a onda se propaga na direção t̂, mas a amplitude da onda decai exponencialmente à medida
que nos afastamos da interface: onda evanescente.
26 CAPÍTULO 2. REFLEXÃO, REFRAÇÃO E POLARIZAÇÃO
2.1.5 Dispersão
O fenômeno de dispersão da luz resulta do fato de que luzes de diferentes frequências têm ı́ndices
de refração diferentes e, portanto, refratam de maneira distinta. Se um raio de luz branca no vácuo
(n1 = 1) incide a uma ângulo θi em um prisma com n2 , temos
n1 sin θi = nazul
2 sin θ2azul = nvermelho
2 sin θ2vermelho (2.57)
Normalmente, n cresce com a frequência ν, e.g. nazul > nvermelho e, portanto
nazul > nvermelho → θ2azul < θ2vermelho (2.58)
i.e. a luz azul refrata mais do que a vermelha (fica mais próxima da normal).
Figura 2.4: Dispersão da luz em um prisma. Ondas de diferentes comprimentos de onda refratam de forma
diferente. Como nazul > nvermelho , pela lei de Snell θtazul < θtvermelho , i.e. a luz azul refrata mais que a
vermelha no mesmo meio. (Serway)
d1 d2
t= = (2.59)
v1 v2
Portanto
sin θ1 sin θ2
= ×c (2.61)
v1 v2
→ n1 sin θ1 = n2 sin θ2 (2.62)
Figura 2.7: Lei de Snell (n1 sin θ1 = n2 sin θ2 ) via o
Princı́pio de Huygens. (Nussenzveig)
P1 P P P2
t(x) = t1 + t2 = +
v1 v2
p p
2
d1 + x 2 2
d2 + (d − x)2
= +
v1 v2
O tempo mı́nimo ocorre para x tal que:
dt x (d − x)
0= = p − p 2
dx 2
v 1 d1 + x 2 v2 d2 + (d − x)2
1 x 1 (d − x)
= −
v1 P1 P v2 P P2
sin θ1 sin θ2
= −
v1 v2
Figura 2.9: Lei de Snell (n1 sin θ1 = n2 sin θ2 ) via o
Multiplicando a equação por c e usando a de- Princı́pio de Fermat. (Nussenzveig)
finição n = c/v, obtemos a lei de Snell:
n1 sin θ1 = n2 sin θ2 (2.64)
30 CAPÍTULO 2. REFLEXÃO, REFRAÇÃO E POLARIZAÇÃO
2.4 Polarização
2.4.1 Ondas Planas Monocromáticas
Até agora consideramos quase sempre o caso em que um dos campos coincide com os eixos x e y,
~ = Ex x̂. Mas E
e.g. E ~ se propagando na direção z pode ter componentes gerais no plano xy:
~ = Ex x̂ + Ey ŷ
E (2.65)
E assim:
~ = 1 ẑ × E
B ~ = 1 ẑ × (Ex x̂ + Ey ŷ) = 1 (−Ey x̂ + Ex ŷ) (2.66)
v v v
Portanto
Ey Ex
Bx = − e By = (2.67)
v v
Para uma onda plana monocromática mais geral, temos:
Ex = a ei(kz−ωt) = vBy (2.68)
iδ i(kz−ωt)
Ey = b e e = −vBx (2.69)
Note que, em princı́pio, pode haver uma diferença de fase δ entre as componentes x e y dos
campos. Tomando a parte real, temos
Ex = a cos Φ onde Φ = kz − ωt (2.70)
Ey = b cos(Φ + δ) (2.71)
~ faz uma curva no plano z = 0 à medida que oscila e se propaga. Para encontrar
Em geral, E
essa curva, vamos definir uma relacao entre Ex e Ey eliminando Φ, i.e. a parte temporal:
Ey
= cos(Φ + δ) = cos Φ cos δ − sin Φ sin δ (2.72)
b s 2
Ex p Ex
= cos Φ → sin Φ = 1− cos2 Φ → sin Φ = 1− (2.73)
a a
Portanto
s 2
Ey Ex Ex
− cos δ = cos Φ cos δ − sin Φ sin δ − cos Φ cos δ = − sin δ 1− (2.74)
b a a
Elevando ao quadrado:
2 2 2 !
Ey Ex Ey Ex Ex
−2 cos δ + cos2 δ = sin2 δ 1 − (2.75)
b a b a a
que implica
2 2
Ey Ex Ey Ex
−2 cos δ + = sin2 δ (2.76)
b a b a
Esta é a equação geral de uma elipse no plano xy. Portanto a onda monocromática mais geral
tem polarização elı́ptica .
2.4. POLARIZAÇÃO 31
Portanto
Ey b
= (Polarização Linear) (2.78)
Ex a
Portanto
2 2
Ey Ex
+ =1 (Polarização Elı́ptica) (2.81)
b a
Como Polarizar?
Se temos luz não-polarizada, como podemos obter luz com uma certa polarização?
1) Reflexão: Lembre que para θi = θB , temos rk = 0. Neste caso, a luz refletida tem componente
apenas na direção ⊥ ao plano de incidência: polarização linear.
2) Polarizador: Algumas substâncias têm moléculas alinhadas que absorvem a luz em uma
direção, permitindo passagem na direção ⊥.
32 CAPÍTULO 2. REFLEXÃO, REFRAÇÃO E POLARIZAÇÃO
Figura 2.10: Lei de Malus. Após ser polarizada no polarizador, a luz incide sobre o analisador fazendo um
angulo θ com o eixo de transmissão. Somente a componente E = E0 cos θ atravessa o analisador e portanto
a intensidade transmitida fica I ∝ E 2 = I02 cos2 θ. (Serway)
Lei de Malus
Suponha que façamos luz não-polarizada incindir sobre um polarizador, como na Fig. 2.10. Somente
a componente paralela ao polarizador consegue atravessá-lo, e o campo transmitido E0 é portanto
linearmente polarizado.
Se fizermos o campo polarizado incindir sobre um segundo polarizador (analisador), cujo eixo
de transmissão faz um ângulo θ com o primeiro polarizador, temos que somente a componente
E = E0 cos θ será transmitida.
Desta forma, como a intensidade é I ∝ E 2 , temos que a intensidade I transmitida pelo analisador
será dada em termos da intensidade I0 ∝ E02 que nele incide por