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O Diagnóstico Rural Participativo Como Ferramenta para O Estudo de Pequenas Propriedades em Rio Claro - SP
O Diagnóstico Rural Participativo Como Ferramenta para O Estudo de Pequenas Propriedades em Rio Claro - SP
Rio Claro - SP
2013
RESUMO
Palavras-Chave
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7
OBJETIVOS .......................................................................................................................... 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 41
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 42
7
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Avaliar como o pequeno agricultor rio-clarense percebe e valoriza sua propriedade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Traçar um breve histórico da agricultura em Rio Claro;
Caracterizar a organização do espaço rural de Rio Claro;
Identificar as diferentes áreas geográficas que compõem o espaço rural de Rio
Claro;
Traçar o perfil físico e socioeconômico de propriedades rurais selecionadas
através do uso do Diagnóstico Rural Participativo;
Examinar se a metodologia DRP é válida para os estudos em geografia agrária;
Gerar uma documentação que tenha um fundo interpretativo para que a
comunidade possa pensar opções para o futuro.
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Tabela 1: Porcentagem de produtos agropecuários advindos da agricultura familiar e que fazem parte
da alimentação dos brasileiros.
87% mandioca 70% feijão
59% suínos 58% leite
50% aves 46% milho
38% café 34% arroz
30% bovinos 21% trigo
16% soja
Fonte: IBGE, 2006.
Destaca-se que esta temática vem ganhando cada vez mais espaço entre a
mídia, políticos e acadêmicos, reconhecendo a realidade agrícola e do mundo rural
no Brasil, principalmente após o estudo da FAO/INCRA (1994), onde houve o
reconhecimento da agricultura familiar no País influenciando políticas públicas
direcionadas à agricultura familiar como o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF), que visa o financiamento de projetos individuais ou
coletivos com taxa de juros mais baixas e criação Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA) afim de promover a Agricultura Familiar no Brasil.
Seguem algumas referências do entendimento sobre a agricultura familiar:
como às condições impostas pelo mercado e pela sua inserção na sociedade, entre
outras.
Segundo Abramovay (1997, p.3) o que define a agricultura familiar são os
laços de sangue e de casamento dos indivíduos totalmente inseridos na gestão, no
trabalho e na propriedade em si.
Fonte: Imagens ©2013 Cnes/Spot Image, DigitalGlobe, Landsat, Dados cartográficos Google Maps.
familiar, e assim as possibilidades de trabalho com a terra que ela oferece, e com
isso expor a metodologia que pode estudar a fundo a relação que o indivíduo rural
mantém com o seu lugar de trabalho.
Desta forma o Diagnóstico Rural Participativo foi utilizado com o olhar
qualitativo, uma ferramenta que busca abranger o produtor rural e como este
trabalha com a terra.
A Tabela 1 apresenta as áreas de cultivos nas unidades de produção agrícola
do município de Rio Claro onde podemos observar a grande variedade, desde a
grande produção de cana de açúcar até menores produções, algumas
caracterizando a presença da produção familiar no município.
Tabela 1: Área cultivada, Município de Rio Claro, Estado de São Paulo, 2007/08 (em
hectare).
Cultura Número de UPAS MÍNIMO MÉDIA MÁXIMO TOTAL
Cana de 451 0,2 31,3 1.258,2 14.114,0
açúcar
Braquiária 553 0,2 14,7 305,0 8.138,8
Eucalipto 243 0,1 12,5 1.690,1 3.040,9
Laranja 78 0,1 25,9 1.367,7 2.023,0
Milho 89 0,4 15,3 546,7 1.356,7
Grama 44 0,5 11,7 92,2 514,1
Outras 64 0,5 7,6 34,0 488,5
gramíneas
Pinus 2 11,0 240,6 470,1 481,1
Seringueira 1 223,1 223,1 223,1 223,1
Feijão 12 0,1 12,9 108,0 155,0
Limão 7 0,2 21,7 138,9 151,8
Arroz 15 0,6 9,4 108,0 141,1
Capim-napier 28 0,2 4,0 20,4 110,7
Café 20 0,1 5,2 15,2 103,3
Capim- 5 1,0 14,6 28,8 73,1
jaraguá
Alface 22 0,3 2,4 12,0 53,4
Abacate 8 0,1 6,0 30,0 48,2
Manga 8 0,1 5,1 20,0 40,8
Mandioca 17 0,1 1,9 6,4 31,9
Colonião 4 1,7 6,2 11,5 24,8
Soja 2 9,6 12,3 15,0 24,6
Banana 6 0,5 3,6 15,0 21,4
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Fonte:Imagens ©2013 Cnes/Spot Image, DigitalGlobe, Landsat, Dados cartográficos Google Maps.
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CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS
Organização familiar
Característica da propriedade
A propriedade possui 15 alqueires e foi obtida por compra, pertencia ao pai da
dona Cezira, o Sr. Aldino e o irmão dele compraram a propriedade do pai dela e
mais tarde a parte pertencente ao irmão da dona Cezira foi comprada pelo seu filho,
ela destacou a felicidade pela propriedade ter sempre ficado na família.
Dona Cezira não mora mais na propriedade, mas frequenta a mesma ao
menos uma vez na semana. Sua filha Carmem é quem mora atualmente na
propriedade.
Quando perguntada se gosta de morar/frequentar a propriedade, dona Cezira
disse que todos da família gostam de frequentar a propriedade e se reunir com a
família nos finais de semana para um almoço ou alguma comemoração.
Problemas do bairro:
Do período em que adquiriu a propriedade dona Cezira disse não lembrar de
nenhum problema/dificuldade do bairro, mas destaca que, hoje em dia, a falta de
asfalto em parte da estrada que dá acesso a propriedade dificulta a circulação de
pessoas. Além disso o acúmulo de lixo na estrada também é muito grande e,
segundo ela, decorrente da falta de coleta de lixo no bairro do sobrado.
Figura 4: Desenho feito pela entrevistada, dona Cezira, ilustrando a sua propriedade
na atualidade.
Fonte: Trabalho de campo, 2013.
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Organização Familiar:
Atividade
Nome Idade Escolaridade
Praticada
Odete Maria Dal Posso Bertin 66 Ensino médio aposentada
Onofre Bertin 69 Ensino médio aposentado
Evaldo Carlos Bertin 40 Ensino superior empresário
Eduardo Tadeu Bertin 34 Ensino superior empresário
Características da propriedade:
A propriedade possui 2 alqueires e foi obtida por herança, pertencia ao pai da
dona Odete, atualmente está em processo de regularização da divisão entre os
herdeiros.
Dona Odete disse ser pessoa que mais gosta de frequentar a propriedade, o
marido e os filhos não gostam muito, acabam frequentando mais quando acontece
algum almoço de família. Os dois netos também gostam de frequentar a
propriedade. Perguntada se venderia a propriedade por algum motivo, sem indagar
dona Odete disse que não, que o valor sentimental pela terra e as lembranças que
ela traz é bem maior que qualquer oferta que possa surgir.
Problemas do bairro:
A partir de suas lembranças dona Odete não conseguiu resgatar nenhum
problema no bairro na época que herdou a propriedade do pai, já hoje, destaca o
descaso do poder público em relação a manutenção da estrada que dá acesso ao
bairro e a sua propriedade.
Organização Familiar:
Atividade
Nome Idade Escolaridade
Praticada
Edevaldo Paulo Dal Posso 72 Ensino primário aposentado
Antônia M. Lucinda Dal Posso 65 Ensino primário aposentada
Márcia Regina Dal Posso 42 Ensino médio enfermeira
Márcio Luis Dal Posso 35 Ensino médio assalariado
Larissa Inaie Dal Posso 15 Ensino médio estudante
Características da propriedade:
A propriedade possui 2 alqueires e foi obtida por herança, pertencia ao pai do
Sr. Edevaldo, que mora na propriedade desde que nasceu. No período de 1951-
1980 a propriedade abrigou uma Olaria.Quando perguntado se venderia a
propriedade por algum motivo, Sr. Edevaldo logo respondeu que não, que todos da
família gostam muito de morar na propriedade e que por isso não vê motivo algum
para a venda.
A relação com a vizinhança o Sr. Edevaldo destacou ser sempre muito boa,
de muita amizade, mas que antigamente era mais forte, hoje alguns vizinhos já não
moram no bairro, venderam suas propriedades ou se mudaram e frequentam muito
pouco.
Problemas do bairro:
O Sr. Edevaldo destacou somente o estado ruim da estrada de acesso ao
bairro como um ponto negativo, relacionou isso ao descaso do poder público com o
Bairro do Sobrado.
Organização Familiar
Características da propriedade:
A propriedade possui 0,5 alqueire e foi obtida por herança, pertencia ao pai do
senhor Moisés.
Problemas do bairro:
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Figura 12: Barracão onde são produzidos e armazenados os vasos entre outros
objetos.
Fonte: Trabalho de campo, 2013.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS